Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Fracasso Escolar de Meninos e Meninas Articulações Entre Gênero e Cor Raça
O Fracasso Escolar de Meninos e Meninas Articulações Entre Gênero e Cor Raça
de meninos e meninas:
Resumo
Gnero, Raa.
**
Abstract
Gender, Race.
248
249
Trata-se de uma das etapas de um projeto mais amplo de pesquisa que vem se
desenrolando desde 1999, com apoio inicialmente da FAPESP e atualmente do
CNPq e que foi incorporado ao projeto A gesto da violncia e da diversidade
na escola do Programa de Cooperao Internacional Brasil/Frana
(CAPES/COFECUB).
11
PATTO, Maria Helena Souza. A produo do fracasso escolar: histrias de
submisso e resistncia. So Paulo, T.A.Queiroz, 1990.
255
ROSEMBERG, Fulvia & PINTO, Regina Pahim. (orgs.) Raa negra e educao
13
ID., IB.
15
cabelo) e na ascendncia ou origem, quanto no status scioeconmico da pessoa. Flvia Rosemberg destaca que,
diferentemente da classificao norte-americana, baseada
exclusivamente em regras de descendncia, em que o filho de
uma pessoa negra sempre um negro e que gera um sistema
rgido e dicotmico, a classificao racial no Brasil fluida e
varivel, com a possibilidade de passagem da linha de cor em
decorrncia da combinao fenotpica e do status social do
indivduo.16 Assim, a cor seria apenas um dos elementos de que
se lana mo na construo social das relaes raciais. Para
Arajo, a cor, no Brasil uma metfora, a categoria mais
freqentemente acionada para demarcar diferenas e
desigualdades com base na raa.17
Em decorrncia disso, utilizo aqui uma classificao por cor,
baseada nas categorias usadas pelo IBGE e tambm seu
agrupamento em termos mais propriamente raciais: um grupo de
negros composto por aqueles classificados como pretos ou
como pardos e um de no-negros, que inclui brancos, indgenas
e orientais.18
Frente complexidade do processo de classificao assim
constitudo, preciso atentar, como nos indica Arajo, para a
situao social especfica em que ele se desenrola e que lhe
confere significado:
a percepo social da cor e a escolha e/ou atribuio de
categorias de cor uma operao complexa que envolve
no apenas uma apreenso de caractersticas fenotpicas,
aqui imbudas de valor e carregadas de significado, mas em
16
17
18
19
20
TELLES, Edward e LIM, Nelson. Does it matter who answers the race question?
Racial classification and income inequality in Brazil. Demography, vol. 35, n 4,
novembro de 1998, pp.465-474.
TELLES, Edward. Racismo brasileira: uma nova perspectiva sociolgica. Rio
de Janeiro, Relume Dumar/Fundao Ford, 2003.
21
22
24
PIZA, Edith e ROSEMBERG, Fulvia. Cor nos censos brasileiros. In: CARONE, I. e
BENTO, M. A. S. Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e
branqueamento no Brasil. Petrpolis-RJ, Vozes, 2002, p.104.
259
262
Essa co-existncia de critrios era bastante clara para as crianas, para quem o
que caracterizava um bom aluno naquela escola era antes seu comportamento
que sua aprendizagem: Ele [o bom aluno] faz todas as lies, no responde para
263
ao
268
269
TELLES, E. e LIM, N. Does it matter who answers the race question?... Op. cit.;
TELLES, E. Racismo brasileira... Op. cit.
33
Nenhum aluno ou aluna foi classificado como indgena pelas professoras, mas
um menino e uma menina o fizeram na auto-classificao.
34
OLIVEIRA, Eliana de. Relaes raciais nas creches diretas do municpio de So
Paulo, So Paulo, Dissertao de Mestrado, PUC-SP, 1994.
271
Um dos demais veio a receber punio formal nos primeiros meses de 2001.
36
ARNOT, Madeleine et alli. Closing the gender gap: postwar education and social
change. Cambridge, Polity Press, 1999, p.144.
46
281
282
CHUN, Ki-Taek. The myth of Asian American success and its educational
ramifications. In: NAKANISHI, D. & NISHIDA, T. Y. The Asian American educational
experience: a source book for teachers and students. New York, Routledge, 1983,
pp.95-111; SUE, Stanley & OKASAKI, Sumie. Asian American educational
achievements: a phenomenon in search of an explanation. American
Psychologist, n 45, 1990, pp.913-920.
50
286
287
Tabela 1
Auto-classificao por cor segundo o sexo da criana
No
fez Outro Total
1
1
25
0
0
35
1
1
60
Tabela 2
Diferentes classificaes por raa
Clia
Las
Auto
No-negro
44
37
31
288
Negro
16
23
27
No resp.
0
0
2
Tabela 3
Hetero-classificao por raa
segundo participao no reforo e punies disciplinares
Total
No negros
Negros
Discrepantes
Total
34
17
9
60
Reforo
n
6
7
0
13
%
17
41
0
21
Punies
n
1
6
0
7
%
3
35
0
11
R + P*
n
6
10
0
16
%
17,5
59
0
26,5
Tabela 4
Auto-classificao por raa
segundo participao no reforo e punies disciplinares
Total
Reforo
n
Punies
n
R + P*
n
No
negros
31
5
16
1
3
5
Negros
27
6
22
4
14
9
No
2
100
2
respondeu
2
2
100
Total
60
13
21
7
11
16
*Quatro crianas esto no reforo e tambm sofreram punies
289
%
16
33
100
27
Grfico 1
Defasagem idade-srie mdia na faixa etria de
10 a 18 anos, segundo sexo e cor. Brasil, 1999
5,0
Homens negros
4,5
4,0
Mulheres negras
3,5
3,0
Homens brancos
2,5
Mulheres brancas
2,0
1,5
1,0
0,5
Idade
0,0
10
11
12
13
14
15
290
16
17
18