TRAUMATISMO CRANIENCEFÁLICO

INTRODUÇÃO

- Aumento progressivo das mortes violentas;

- Trauma mecânico: principal causa de óbito em adultos

jovens;

- TCE: principal determinante de seqüelas e óbito em

traumatizados graves;

- Organização Mundial de Saúde: define o TCE como um

problema de saúde pública;

- Importância do TCE na Cidade do Salvador.

 DEFINIÇÃO E BIOMECÂNICA

- Defini-se como traumatismo, uma lesão de extensão,

intensidade e gravidade variáveis, podendo ser
produzida por agentes físicos, químicos e psíquicos,
causando um choque violento capaz de desencadear
perturbações somáticas e psíquicas (FERREIRA,
2003).
- Mecanismo de trauma (biomecânica):
- Injúria primária (impacto, agente agressor, crânio);
- Injúria secundária (radicais livres e
neurotransmissores excitatórios).
 EPIDEMIOLOGIA - causas
- Estados Unidos: acidentes com meios de transporte (Kraus &
McArthur, 1996);

- Reino Unido: quedas (40%) (Kay & Teasdale, 2001);

- Curitiba: agressão física (Bordignon & Arruda, 2002);

- Brasília: acidentes com meios de transporte (Masini, 1994; Farage

et al., 2002);

- São Paulo: quedas (Koizume et al., 2000) e acidentes

automobilísticos (Andrade et al., 1996).

- Salvador: acidentes com meios de transporte (Melo et al., 2004)

 RESULTADOS

35%

30%

25%

20%

15% sexo masculino

10% (n=458)

5% sexo feminino
0% (n=94)

idade em anos

Gráfico de distribuição da freqüencia do trauma

craniencefálico, de acordo com a faixa etária e sexo,

em pacientes admitidos no Hospital Geral do Estado

da Bahia, 2001.
 RESULTADOS

Prevalência (%) das causas de trauma craniencefálico de acordo com a

faixa etária, em 552 vítimas internadas no Hospital Geral do Estado da
Bahia, Salvador, 2001.

Faixa etária em anos

Causas do trauma 0 a 10 11 a 20 21 a 55 56 total
(n=76) (n=105) (n=292) (n=79) (n=552)

Meios de transporte 38,2 42,9 40,1 15,2 36,8

Agressão física 7,9 28,6 28,1 12,7 23,2
Quedas 35,5 20,0 14,0 40,5 21,9
Outros 18,4 8,6 17,8 31,6 18,1
total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

(2 =68,33; graus de liberdade=9;  < 10-3).

 RESULTADOS
Gravidade do trauma craniencefálico em vítimas
admitidas no HGE, 2001.

50%

40%

30% grave
moderado
45,30%
20% 38,20% leve

10% 16,60%

0%
 POLITRAUMATISMO
 Traumas múltiplos em vítimas de TCE
(HGE,2003):

 face (30,5%);
 Ortopédico (22%);
 Tórax (6,2%);
 Abdome (3,4%).
 DETERMINANTES DO PROGNÓSTICO

1. Idade;
2. Diagnóstico tomográfico;
3. Escala de coma de Glasgow;
4. Reação pupilar;
5. Hipotensão pré-hospitalar.
(Chesnut, 1997)
 ATENDIMENTO E TRATAMENTO

1. ATLS;
2. Cabeça em posição neutra;
3. Elevação da cabeceira (tórax);
4. Sedação;
5. Ventilação;
 ATENDIMENTO E TRATAMENTO

6. Monitorar pressão intra craniana;

7. Hipotermia;
8. Manitol, anti-epilépticos;
9. Corticóide (?)
10.Evitar hipotensão
 ESCALA DE COMA DE GLASGOW

Escala de coma de Glasgow

ABERTURA OCULAR
4. ESPONTÂNEA
3. AO COMANDO VERBAL
2. AO ESTÍMULO ÁLGICO Em crianças abaixo de 04 anos:
1. SEM RESPOSTA -palavras apropriadas, sorriso social, fixa
objetos
MELHOR RESPOSTA VERBAL -chora, mas é consolado
5. ORIENTADO
4. DESORIENTADO -irritação persistente
3. PALAVRAS DESCONEXAS -inquieto e agitado
2. SONS INCOMPREENSÍVEIS -sem resposta
1. SEM RESPOSTA

MELHOR RESPOSTA MOTORA

6. OBEDECE A COMANDOS
5. LOCALIZA ESTÍMULO ÁLGICO
4. RETIRADA INESPECÍFICA
3. DECORTICAÇÃO
2. DESCEREBRAÇÃO
1. SEM RESPOSTA
 Solicitação de avaliação com o
neurocirurgião (ATLS):

1. Idade do paciente e mecanismo do trauma;

2. Estado cardiovascular e respiratório;
3. Dados do exame neurológico;
4. Presença de lesões associadas ao TCE;
5. Resultado dos exames realizados.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
 Letalidade
Basso, 2001
- Tce leve: 1%
- Tce moderado: 18%
- Tce grave: 48%
- Geral: 19-46%

Melo et al., 2005

Geral: 22,9%
 RESULTADOS

Prevalência (%) de seqüelas neurológicas, de acordo com a causa

do trauma, em 555 vítimas admitidas no Hospital Geral do Estado
da Bahia, Salvador, 2001.

Tipo de trauma Seqüelas

Percentual (IC 95%) vítimas com seqüelas/
total

Projétil de arma de fogo 27,5 (15,8 - 41,7) 14/51

Agressão física 23,4 (14,5 - 34,4) 18/77
Meios de transporte 20,0 (14,7 - 26,1) 41/205
Quedas 16,5 (10,4 - 24,3) 20/121
Outros** 15,8 (9,3 - 24,4) 16/101
Total 19,6 (16,4 - 23,2) 109/555
 RESULTADOS
Fatores preditivos de letalidade
Característica das vítimas OR(I.C. 95%) 

Sexo
feminino 1 (referência)
masculino 0,85 (0,46-1,59) 0,62
Faixa etária (em anos)
0 a 10 anos 1 (referência)
11 a 20 anos 1,41(0,56-3,53) 0,46
21 a 55 anos 2,75 (1,22-6,16) 0,01
 56 anos 2,87 (1,06-7,75) 0,03
Procedência
interior 1 (referência)
capital 1,60 (1,02-2,51) 0,03
Traumas associados 1,11 (0,69-1,80) 0,64
Causas do trauma
meios de transporte 2,76 (1,08-7,09) 0,03
quedas 1,44 (0,52-4,02) 0,47
agressão física 1,20 (0,44-3,29) 0,71
Febre 2,69 (1,67-4,33) 0,00