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TRABALHO PRÓTESE E ÓRTESE

“DOR FANTASMA”

Definição / conceito de “Dor fantasma”;

Inicialmente denominada Síndrome Pós Amputação, a sensação do membro


fantasma foi descrita no século XVI pelo
cirurgião militar francês, Ambróise Paré (1510-1590). No século XIX, a partir
dos estudos de Silas Weir Mitchell, o termo
dor fantasma passou a ser utilizado.

Fisiologia da dor fantasma;

Processo motor e
sensorial de plasticidade, caracterizado pela reorganização do mapeamento
das estruturas representadas no córtex cerebral com remodelamento sináptico
de fibras sensoriais tálamocorticais e mecanismos de adaptação
compensatórios na área representante da amputada. Há redução da ação
inibitória de interneurônios em áreas de aferências sensitivas, desencadeando
sensações referidas.

Causas da dor fantasma;

Não é compreendida por completo, porém, pode ser caracterizada pela


disfunção do sistema nervoso periférico secundária à amputação e pelas
alterações de neuroplasticidade desencadeadas no sistema nervoso central.
Ocorre hiperatividade das membranas neuronais com o aumento das
atividades sinápticas em regiões previamente funcionais e em outras
silenciosas. Além das alterações funcionais, há
persistência da representação sensitiva da região desaferentada no sistema
nervoso central.

Características da dor fantasma;


A dor fantasma apresenta-se de diversas formas, e os pacientes se queixam da
persistência da dor no membro amputado por dias ou meses, ela começa após a
amputação e tende a diminuir sua frequência e duração durante um tempo. Ela é
caracterizada por formigamento, choque, dor no movimento ou posição do membro
amputado. A dor fantasma foi descrita por Melzack et al.18, onde tem
características sensoriais evidentes, mas possui também propriedades emocionais
e motivacionais.

Prevalência da dor fantasma;


É referido na literatura, que esta reduz com o
tempo após a amputação, independente do
tratamento realizado.
Pode surgir de imediato ou após intervalos de tempo variáveis após a data da
amputação.

Tratamento da dor fantasma;


O uso de medicamentos antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), anticonvulsivantes
(carbamazepina, gabapentina) e opióides podem ser indicados, de forma isolada ou
em uso associado, sempre com doses que devem ser aumentadas gradativamente, a
depender da evolução clínica.
Os critérios para avaliação do sucesso do tratamento devem envolver o uso de diários
elaborados pelos pacientes, escalas de avaliação de dor e da qualidade de vida,
aplicadas pela equipe de saúde.
Tratamento fisioterapêutico da dor fantasma;
São diversas as opções de tratamento para a dor fantasma, como acupuntura/electroacupuntura,
eletroterapia (Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation – TENS) , massagem para
dessensibilização tátil, terapia do espelho, exercícios fantamas, enfaixamento elástico para
melhora da circulação distal, cinesioterapia passiva para preservação das amplitudes
de movimento articular e ativa para fortalecimento muscular e melhora de resistência à
fadiga. A abordagem psicoterápica é sempre indicada, etc. Além disso, a estimulação
tátil tem uma grande eficácia na DF. A fisioterapia terá como objetivo promover uma
reorganização cortical, através da plasticidade neural.

REFERÊNCIAS

1. Sakata RK, Issy AM. Guia de medicina ambulatorial e


hospitalar/UNIFESP Escola Paulista de Medicina: dor.
2 ed. São Paulo; Manole, 2008.
2. Probstner D, Thuler LCS. Incidência e prevalência de
dor fantasma em pacientes submetidos à amputação
de membros: revisão de literatura. Rev Bras Cancerol.
2006;52(4):395-400.

Ticianeli, J. G., & Baraúna, M. A. (2002). Teoria da neuromatrix: uma nova abordagem
para o entendimento da dor fantasia. Fisioterapia E Pesquisa, 9(1), 17-22.
https://doi.org/10.1590/fpusp.v9i1.78379.
VINDIGNI, Damiano. As técnicas mais eficazes em Fisioterapia para o tratamento da
dor fantasma após amputação: uma revisão da literatura. 2021. Trabalho de Conclusão
de Curso. [sn].

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