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uma memória, mas em detalhes completos de vida. Esses indivíduos podem flexionar as
áreas perdidas ou até mesmo sentir a irritação de uma pulseira no braço que perdeu, o que
sugere a existência de uma espécie de mapa do organismo bem distribuído em nosso
cérebro.
Fonte: https://blog.conforpes.com.br/dr-responde/o-que-e-sindrome-do-membro-fantasma/
Essa síndrome afeta a qualidade de vida pessoal e implica diretamente nas ações e
atividades diárias, podendo causar baixa autoestima, alterações funcionais e emocionais.
Podem surgir também sentimento de tristeza, luto, culpa e não aceitação, assim como medo
de que a imagem corporal seja afetada.
A perda de um membro altera o modo como aquelas informações, antes presentes naquela
região, são transferidas até o córtex cerebral. No local de uma amputação, as terminações
nervosas que foram rompidas podem “engrossar” e se tornar mais sensíveis, transmitindo
sinais de perigo mesmo em resposta a uma leve pressão, amplificando a sensibilidade. Sob
circunstâncias normais, estes sinais seriam reduzidos na coluna dorsal da medula espinal,
entretanto, após a amputação ocorre perda desse controle inibitório nessa região da medula
e os sinais se tornam mais intensos.
Desse modo, a dor no membro fantasma é uma ilusão que machuca de verdade, pois os
pacientes normalmente referem sentir forte ardência, queimação ou até mesmo beliscões
no membro que foi amputado. Essa dor tende a aparecer com maior frequência em
pacientes que sofreram amputação traumática.
Homúnculo de Penfield
O Dr Sabbatini afirma que “no homúnculo motor, a região correspondente à boca e à língua
ocupava uma área muito grande do córtex motor, assim como a do polegar e dos dedos da
mão (regiões de movimentos complexos e muito finos), ao passo que a região
correspondente às nádegas, pernas etc., ocupavam uma área relativamente muito menor
(por terem movimentos mais grosseiros). No homúnculo sensorial, os lábios e as bochechas
e as pontas dos dedos eram as que apareciam com maiores áreas, uma vez que são as
mais sensíveis do nosso corpo, por terem mais sensores por centímetro quadrado que
qualquer outra área do corpo, e ocupando, portanto, uma área desproporcionalmente maior
do córtex” (Sabbatini, 1998).
Estima-se que o mapa cortical também é responsável pela sensação de partes do corpo
que não estão mais lá porque elas ainda têm representação no cérebro. Com o tempo, essa
representação pode encolher e o membro fantasma pode encolher com ele.
Dor fantasma
A dor pode ser definida como uma sensação desagradável originada por estímulos que
indicam lesão tecidual e possui componentes cognitivos, sociais e físicos. A sensação
dolorosa do membro amputado pode se apresentar como compressão, ardência e
queimação, e estar ligada não só aos aspectos físicos, como também aos psíquicos, apesar
de atualmente ser melhor sustentada a “teoria fisiológica” no caso dos amputados.
No período crítico, ou seja, na primeira semana após a amputação, todos os pacientes
referem dor. Esse quadro pode desaparecer e retornar após meses ou anos, sendo
comumente localizado na região distal dos membros. Existem alguns fatores de agravo da
dor, tais como toque no coto, pressões fortes na região, alterações de temperatura, reflexos,
dores de outras origens ou ainda o período de adaptação ao uso das próteses. Os fatores
de melhora, proporcionando alívio, são o repouso, distração, elevação do segmento e
massagem terapêutica no coto.
Sinais e sintomas
● Queimação;
● Situações ilusórias da existência do membro;
● Parestesia;
● Câimbras.
Variações de membro-fantasma
A tetraplegia, por exemplo, que ocorre em pacientes que foram vítimas de trauma
raquimedular, pode desencadear a síndrome do membro fantasma nos quatro membros,
levando a situações de grande desconforto. Além desta, outra condição que leva a
sensação fantasma é a mastectomia radical. No caso da mastectomia, as pacientes relatam
perceber ainda a presença dos seios mesmo após o procedimento, referindo dor e até
mesmo acreditando que houve alguma falha no procedimento cirúrgico devido aos sintomas
intensos e persistentes.
Tratamento
● Morfina;
● Quetamina;
● Cloridato de Tramadol;
● Memantina;
● Toxina botulínica.
Uma técnica denominada Terapia de caixa de espelho pode ser útil no desenvolvimento
da amplitude de movimento que foi perdida e reduzir a dor no membro fantasma. Consiste
no seguinte procedimento: o paciente coloca o membro fantasma numa caixa atrás de um
espelho e o membro intacto na frente do espelho, o que o faz ver dois membros idênticos
dos dois lados e isso “engana” o cérebro, projetando e sensação de ter ambos os membros
intactos.
Fonte:
https://dorescronicas.com.br/portfolio/dor-por-amputacoes-e-a-caixa-de-espelho/
Portanto, é notório que a amputação não significa a exclusão de uma pessoa do meio em
que ela está inserida, assim como de suas atividades normalmente exercidas, mas sim uma
nova fase de desafios que precisam ser enfrentados e vencidos.