A alteridade no pensamento de Derrida escritura meio-luto aporia - livros 3
3 Escritura como um novo paradigma
o sculo XX foi um sculo onde houve uma inflao e conseqente crise do conceito de linguagem p,1. Deste movimento desconstrutor de apagamento da linguagem, surge, constata Derrida, a escritura como um outro paradigma que a linguagem recalcava.2,2. uma exterioridade impossvel de ser aprisionada sob qualquer conceito 1,3. Na verdade, esta secundariedade que caracteriza a escritura - o fato dela no ter um prprio, de ser um movimento constante, inarredvel, sem possibilidade de ancoragem numa origem, numa identidade sempre capaz de domesticar o fluxo de sentido, numa palavra, de ser significante de significante -, que faz dela, da escritura, um movimento sem incio, sem origem, votado disseminao.2,3. Derrida define a linguagem como um processo de domesticao da escritura, um processo que , enfatizamos, inerente ao prprio movimento da escritura, represso necessria para se conseguir falar de alguma coisa.u,3. Derrida desorganiza todas as oposies que estruturam o pensamento metafsico, abrindo-as para uma alteridade radical que no habita nenhum fora, e que captada como esta falta de apoio, de garantia, que faz da escritura um movimento sempre em expanso, movimento da diffrance. 1,5. Derrida no olha para a psicanlise como uma disciplina particular ou regional, mas como uma maneira de ler que pe em ordem os conceitos-palavras fundadores da ontologia, do ser em seu privilgio. Em outras palavras, para seus objetivos, ela no uma cincia que necessariamente fornece uma imagem correta das normas psquicas e prescreve cura para o anormal, mas, antes, ensina
atravs do seu prprio uso um certo mtodo de decifrao de qualquer
texto 2,37. o recalque da escritura como aquilo que inaugura a cena do pensamento ocidental.4,37. A escritura e o psquico so efeitos da relao com um outro que, enquanto inapreensvel, deixa como rastro uma exigncia infinita de vinculao, de transao.1,91.