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Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE), Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR)
Av. Sete de Setembro, 751,Curitiba, PR, Brasil
e-mail: anasoares@onda.com.br
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Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE), Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR)
Av. Sete de Setembro, 751, Curitiba, PR, Brasil
e-mail:gomes@ppgte.cefetpr.br
A importância da informação como recurso e sua aplicação gerencial é indiscutível na atual conjuntura econômica e social e
pressuposto para a obtenção de vantagem competitiva. Novos serviços de informação que atendam às necessidades impostas
pelas exigências do mundo contemporâneo estão sendo desenvolvidos. Neste ambiente, a Inteligência Competitiva se destaca
como uma abordagem que permite o monitoramento do ambiente empresarial. Este trabalho apresenta o estado-da-arte dos
modelos de Inteligência Competitiva - IC, visando a descrever, de forma breve, a evolução das atividades referentes a esta
temática enfocando, principalmente, a etapa de Análise da IC. Aborda os vários conceitos relacionados à temática da
informação. Descreve o perfil do profissional da informação, considerando esse termo como associado aos profissionais de
diferentes formações, mas que trabalham no âmbito da gestão de sistemas de informação. A metodologia utilizada será
baseada em revisão de literatura.
WORKSHOP BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA E GESTÃO DO CONHECIMENTO, 3., 2002, SÃO PAULO. ANAIS.
CONGRESSO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO, 1., 2002, SÃO PAULO. ANAIS. xxxx
THE PROPOSAL OF COMPETITIVE INTELLIGENCE STUDY OF MODELS AND THE ROLE OF THE
ANALYSIS. The importance of information as a resource and its managerial application is unquestionable in the present
economic and social context and a principle to obtain competitive advantage. New information services which meet the needs
of the contemporary world are being developed. In this environment, Competitive Intelligence is an approach that allows the
companies to scan their business environments. This study presents the state-of-art of the Competitive Intelligence models,
aiming at describing its over time. It discuss several concepts related to information and describes the profile of information
professionals, regarded as professionals graduated in different areas who work in the information system management field.
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1. INTRODUÇÃO
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tão necessária no ciclo da inteligência competitiva. Conceitos acerca da temática da
informação também serão abordados.
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conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight
experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações.
Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em
documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais. (1997, p.63)
Embora muitos autores não façam distinção entre conhecimento e inteligência, nota-se
que a inteligência pressupõe a estruturação do conhecimento. Segundo VIEIRA, inteligência
são informações analisadas e contextualizadas para fins decisórios, ou seja, tem como base o
conhecimento organizacional. (1999, p.176)
É possível observar com estes conceitos que dado, informação, conhecimento e
inteligência estão relacionados hierarquicamente, ou seja, não se obtém informação sem o
dado e, muito menos conhecimento sem informação. A inteligência é um processo
subsequente ao conhecimento, e envolve análise e reflexão culminando com a possibilidade
de resolução de problemas.
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Para NONAKA e TAKEUCHI “existem dois tipos de conhecimento humano, o
conhecimento explícito, que pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em
afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais e o conhecimento
tácito, difícil de ser articulado na linguagem formal.” (1997, p.13). Estes conceitos clássicos
de conhecimento são fundamentais para compreender a GC que é formada a partir de tais
estruturas.
Ainda para NONAKA e TAKEUCHI:
conhecimento explícito é um conhecimento mais fácil de ser transmitido uma vez que está armazenado em manuais,
especificações técnicas, fórmulas matemáticas etc. O conhecimento tácito trata-se de um conhecimento difícil de ser
trabalhado por se tratar de conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangíveis
como, por exemplo, crenças pessoais, experiências e até mesmo perspicácia e visão de negócio. (1997, p.42)
Não é fácil trabalhar com esta realidade. A experiência marcada por anos de atividade
é de fato difícil de ser transmitida a outros. Além desta dificuldade, é comum observar que os
trabalhadores, em alguns casos, dificultam este repasse por entenderem que outros podem
tomar seu trabalho afinal, depois desta atitude de “repasse” estes também poderão ser capazes
de executar determinada tarefa, antes apenas área de competência dos primeiros.
Portanto, o grande desafio para as organizações que trabalham a Gestão do
Conhecimento é oferecer aos seus integrantes a confiança de que compartilhar é vantajoso.
Quando o conhecimento é utilizado para a tomada de decisões nos negócios é comum
que os estudiosos se referiam a esta atividade utilizando o termo Inteligência Competitiva -
IC. Enquanto a Gestão do Conhecimento trabalha com aspectos internos da organização a
Inteligência Competitiva foca os aspectos externos. A FIGURA 1 complementa o argumento
mostrando que, partindo de conceitos básicos de dado, informação, conhecimento, chega-se à
definição de inteligência, que pode ser considerada segundo a UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA como:
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TYSON, citado por TARAPANOFF, complementa afirmando que “ela é mais do
que estudar os competidores, é o processo de estudar qualquer coisa que possa tornar a
organização mais competitiva e posicioná-la melhor no mercado” (2001, p. 46). Em
outras palavras, é o estudo que faz a diferença e gera vantagem a organização perante os
concorrentes - informação isolada não gera inteligência.
A Inteligência nasceu no ambiente militar, dentro dos departamentos de defesa,
mas foi no mundo empresarial que se tornou mais conhecida e disseminada. Nas
empresas a inteligência se transformou e passou a ser conhecida como Inteligência
Competitiva que pode ser entendida como um “processo sistemático de coleta e análise
de informações sobre a atividade dos concorrentes e tendências gerais do ambiente
econômico, social, tecnológico, científico, mercadológico e regulatório para ajudar no
cumprimento dos objetivos institucionais na empresa pública e privada”.
(UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 1999, p. 12).
Enfatiza-se que a inteligência competitiva não é espionagem, mas baseia-se na
captura, análise, síntese e utilização de informação disponível publicamente. Segundo
SHARP “95% das informações utilizadas na Inteligência Competitiva são públicas e
apenas 5% são, verdadeiramente, informações privadas do tipo: lista de clientes, de
preços e de propriedade intelectual...” (2000, p.38). Portanto, é a correta utilização dos
dados que proporciona vantagem competitiva.
Conforme destaca CARVALHO, “é um desafio para organizações e empresas de
qualquer porte, de qualquer indústria, de qualquer setor, fazer uso adequado da
informação, potencializá-la em conhecimento/inteligência e agregar valor aos seus
produtos e/ou processos”. (2000, p.20). O processo de inteligência não é simplório, pois
envolvem sistematização da informação coletada, análise e propostas para a solução de
problemas.
Segundo PORTER, citado por PALOP e VICENTE, pode-se sintetizar a
inteligência em quatro tipos: “Tecnológica, Competitiva, Comercial e de Ambiente
Empresarial”. (1999, p.24)
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3. INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - MODELOS
• Captura
• Tratamento
• Análise
• Disseminação
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PALOP e VICENTE destacam as funções básicas de um processo de inteligência:
(busca, captação e difusão); análise (tratamento, análise e validação) e utilização (exploração
dos resultados)” (1999, p.66). A figura 2 demonstra esses processos:
FONTE: PALOP, Fernando; VICENTE, José M. Vigilância tecnológica e inteligência competitiva, 1999.
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Podem ser destacadas como empresas globais que se beneficiaram de modelos de IC a
IBM, Procter & Gamble, Shell Services International, dentre várias outras. O modelo de IC
desenvolvido pela Procter & Gamble, por exemplo, evoluiu de uma atividade rotineira de
geração de relatórios para uma atividade incorporada ao desenvolvimento estratégico da
empresa. Assim, o processo de IC respondeu as perguntas relacionadas com a necessidade de
se gerar maiores inovações para atingir os objetivos propostos; como reconhecer nos
funcionários conhecimentos e idéias e transformá-los em ação e também como capitalizar da
melhor forma possível as tecnologias emergentes na área de comunicação, tanto internas
como externas, a fim de realizar o máximo com esse conhecimento. (PRESCOTT E MILLER,
2002, p.43).
A IBM desenvolveu seu modelo de IC de forma que fossem identificados os
fornecedores de tecnologia da informação com que os clientes da IBM planejavam fazer mais
negócios. Para cada um desses concorrentes, a IBM designou um executivo experiente como
responsável por assegurar que as estratégias de toda a empresa tratassem desse concorrente e
conduzissem a ações adequadas no mercado. Sistemas alicerçados no Lotus Notes
proporcionavam às equipes bases de dados para discussão on-line, e davam a executivos e
analistas amplo acesso às bases de dados de IC, atualizando as avaliações de competitividade.
Tecnologias de internet para fora da empresa e de intranet para dentro da empresa também
foram utilizadas pela equipe. O projeto piloto da IBM foi avaliado, aprimorado e incorporado
a cultura corporativa da empresa. (PRESCOTT E MILLER, 2002, p.55).
O modelo da Shell Services International utiliza processos de gestão do conhecimento
sobre as atividades de inteligência competitiva. Detalha os quatro processos desempenhados
pelos analistas de IC, concentrando-se na progressão de atividade com baixo valor agregado.
Na seqüência são observadas a que atividades os analistas precisam dedicar mais tempo com
o propósito de se agregar maior valor às mesmas. (PRESCOTT E MILLER, 2002, p.67).
As três companhias analisadas têm diferentes características em relação ao modelo de
IC adotado. A Procter&Gable seguiu a linha do crescimento progressivo uma vez que, a partir
de uma atividade corriqueira como a geração de relatórios, identificou e implementou o
modelo de IC focado na inovação de produtos. Além disso, a empresa procurou utilizar seus
recursos internos de forma otimizada a fim de obter os melhores resultados.
A IBM foi agressiva atuando diretamente no combate à ameaça que os concorrentes
estavam representando. A Shell trabalhou de forma a observar quais as prioridades que
deveriam ser atacadas. Assim, o modelo de IC da IBM foi defensivo devido à própria
necessidade que a companhia estava enfrentando. Por sua vez a Procter& Gamble precisa
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inovar enquanto a Shell enfatiza a observação. É importante notar, nesse sentido, que a IC se
relaciona intimamente com o planejamento estratégico das empresas. A missão e a visão são
de extrema importância, pois só assim as informações selecionadas e analisadas poderão
contribuir para o sucesso empresarial. Neste sentido, todas as empresas analisadas
desenvolveram seus modelos de IC de forma a contemplar o planejamento estratégico.
4. O PROCESSO DA ANÁLISE
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análise é a mais complexa, uma vez que envolve, necessariamente, um corpo de profissionais
preparados que tenham conhecimento do assunto tratado, com poder de reflexão e decisão.
Resgatando a história das bibliotecas, as instituições vivem uma situação ainda
tradicional de tratamento da informação. De modo geral, preocupam-se com a obtenção e o
armazenamento, assim como as bibliotecas do passado se preocupavam com a captura e
preservação. Talvez a comparação seja um pouco exagerada na visão de muitos; entretanto,
dentro das empresas é comum ver a acumulação de dados e mais dados sem objetivos
concretos. DAVENPORT, citado por CARVALHO “comenta o depoimento de um executivo
de uma grande empresa americana da área de alimentos que confidenciou que a sua
companhia analisava no máximo 2% dos dados coletados”. (2000, p.23). Os processos de
inteligência competitiva propõem, justamente, uma forma eficiente para a utilização da
informação.
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6. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
KALB, Clifford C. CI, BI, KM and SCIP: a conversation with Cliff Kalb. Competitive
Inteligence Magazine, v.3, n.3, jul./set. 2000.
ARRUDA, Maria da Conceição Calmon; MARTELO, Regina Maria; Souza, Donald Bello.
Educação, trabalho e o delineamento. Ciência da Informação, Brasília, v.29, n.3, p.14-24,
set./dez. 2000.
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