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Penicilinas

Penicilinas – Características Gerais

Pertencente à classe dos betalactâmicos, é um


dos grupos mais importantes entre os antibióticos.
Estrutura química: Anel de tiazolidina ligado a um
anel betalactâmico, ao qual se fixa a uma cadeia
lateral.
Penicilinas – Características Gerais

 Mecanismo de ação: Inibição da produção de


Peptidoglicano pela bactéria (componente fundamental
da parede celular), levando à lise celular.
 Mecanismos de resistência à penicilina:

Alteração na PBP (Proteína ligadora de Penicilina)
– S. pneumoniae, S. sanguis, S. viridans, S. aureus.

Cápsulas externas à parede celular – Gram
negativos.

Ausência de canais para passagem do ANTM – P.
Aeruginosa.

Destruição enzimática – Betalactamazes
(Degradam o anel betaáctâmico)
Penicilina G
 Penicilina natural
Propriedade: Bactericida. Inibe a síntese da
parede celular, causando morte do microorganismo.
Bacteriana.
 Vias de administração: IM
– Concentrações máximas em 15-30 min
– Meia vida curta: 30 min
 3 apresentações diferentes:
– Penicilina G Benzatina
Liberação Lenta
– Penicilina G Procaína
– Penicilina G Cristalina
Penicilina G
 Excreção: Essencialmente renal (excreção
tubular). Uma pequena parte é excretada pela bile e
por outras vias.
– Cerca de 60 a 90% de uma dose IM de
penicilina G é excretada na urina, na maioria
das vezes durante a primeira hora após a
injeção.
– Aplicação prática – Insuficiência Renal: A
anúria aumenta a meia-vida da penicilina de
0,5h para cerca de 10h. É necessário,
portanto, que se corrija a dose para esses
pacientes.
Penicilina G
Benzatina
Nomes comerciais: Benzatron, Benzetacil,
Benzilpenicilina, Benzatina, Longacilin.

Possui a mais longa permanência dentre as


penicilinas de depósito.
– Duração média de atividade antimicrobiana
de 26 dias.
Penicilina G
Procaína
É administrada por via IM, para infecções de
gravidade intermediária.


A concentração sérica máxima é alcançada em 1 a 3
horas pós administração

Meia vida em torno de 1-2 dias para uma dose de
300.000 unidades e 4-5 dias para uma dose de
600.000 unidades.
Penicilina G Cristalina

 Vias de administração: IV (preferencial) e IM

 tmax: 30 min (VIM) ; 10 min (VIV)

 Ligação às proteínas plasmáticas: 60%

 Distribuição: ampla: atinge concentrações elevadas


na urina e na bile; no líquor, humor aquoso e próstata
as concentrações são baixas, mas podem aumentar
nos estados inflamatórios
Penicilina G Cristalina

 Penicilina usada quando se quer efeito rápido ou


alta concentração sérica da droga
 Indicações e posologia:
 Prevenção de febre Reumática Adultos 1-5MUI.
4/4h ou 6/6h, IM ou EV
 Meningite Pneumocócica:20-24MUI/dia, EV por 14
dias.
Penicilina G

 Distribuição:
– Distribui-se amplamente por todo o corpo.
– Possui concentrações acentuadamente diferentes nos
diversos líquidos e tecidos corporais.
– 60% → Ligado reversivelmente à albumina.
– Áreas de maior concentração: Fígado, bile, rins,
sêmen, líquido articular, linfa e intestino.
– LCR: A penicilina (exceto a cristalina) só penetra no
LCR quando este se encontra agudamente inflamado
(meningite), com uma concentração terapeuticamente
efetiva.
Penicilina G
 Indicações:
– Infecções pneumocócicas (Pneumonia, meningite).
– Infecções estreptocócicas (Faringite, Choque tóxico,
Fasciite necrosante, Pneumonia, Artrite, Meningite e
Endocardite).
– Infecções por anaeróbios: Infecções pulmonares e
periodontais (a clindamicina é mais efetiva para abscesso
pulmonar).
– Infecções meningocócicas: Fármaco de escolha.
– Infecções gonocócicas
– Sífilis
– Actinomicose, Difteria, Gangrena gasosa, Doença de Lyme,
dentre outras.
Penicilina G
 Uso profilático:
– Exposição aos S. pyogenes durante surtos de doença
estreptocócica em populações fechadas.
– Recidivas de febre reumática.
– Sífilis: Tratar o parceiro com um curso de terapia para Sífilis
primária, durante pelo menos 4 meses.
– Procedimentos cirúrgicos em pacientes com cardiopatia
valvar
Penicilina V


Também denominada Fenoximetilpenicilina,
possui uma única vantagem sobre a penicilina
G, pois tem excelente absorção por via oral.

A meia-vida da droga é de 60 minutos, com
eliminação renal e baixa concentração
liquórica.

Sua distribuição pelo corpo e excreção são
semelhantes à penicilina G.
Penicilina V

• Está indicado seguintes casos:

1. Quadros leves de faringite

1. Piodermites

1. Profilaxia da doença reumática

1. Infecções pneumocóccicas em imunodeprimidos


Aminopenicilinas
Aminopenicilinas
 Atividade antibacteriana semelhante às demais
penicilinas. Porém, seu espectro de ação é mais
amplo.
 Atividade contra Gram positivos e negativos.
 Meningococos e L.monocytogenes são sensíveis.
 As cepas resistentes à penicilina também são
resistentes a essa classe.
 Enterococos são 2 vezes mais sensíveis a esses
fármacos do que à penicilina G.
Aminopenicilinas
 Há uma porcentagem cada vez maior de cepas
resistentes de N. gonorrhoeae, E. coli, P. mirabilis,
Salmonella e Shigella.
 São menos ativos contra a B. fragilis do que a
penicilina G.
 A administração concomitante de um inibidor da
betalactamase (clavulanato ou sulbactam), aumenta
acentuadamente o espectro de atividade desses
fármacos.
Ampicilina
 É o protótipo do grupo.
 Estável em ácido e bem
absorvido por VO.
 Uma dose de 500mg atinge sua
concentração sérica máxima
em 2h por VO e 1h via IM.
 Meia vida de 80 min.
 Excreção de quantidades
consideráveis nas fezes
Amoxicilina
 Estreitamente relacionada à ampicilina do ponto de
vista químico e farmacológico.
 Estável em ácido → Desenvolvido para uso oral.
 Absorção mais rápida a completa pelo TGI do que a
ampicilina → Principal diferença entre as duas.
 Seu espectro de ação é essencialmente idêntico ao da
ampicilina.
– Importante execeção: A ampicilina é mais efetiva no
tratamento da shigelose.
Amoxicilina
 As concentrações séricas máximas são 2,5 vezes
maiores do que uma mesma dose por via oral da
ampicilina e são alcançadas em 2h.
 A presença de alimento não interfere na absorção.
 Incidência de diarréia é menor do que com a
ampicilina (absorção mais completa).
Amoxicilina
 Apresenta concentrações séricas efetivas durante um
tempo 2x maior do que a ampicilina, apesar de sua
meia vida ser semelhante.
 20% se ligam a proteínas plasmáticas (semelhante à
ampicilina)
 A maior parte é excretada em sua forma ativa na
urina.
Aminopenicilinas

 Indicações:
– Infecções das vias respiratórias: S. pyogenes, S.
pneumoniae e H. influenzae. Sinusite, otite média,
agudizações da bronquite crônica e epiglotite.
– A amoxicilina é o antibiótico mais ativo de todos os
betalactâmicos contra o S. pneumoniae.
– Infecções do trato urinário: E. coli
– Meningite: Ótima ação da ampicilina contra L.
monocytogenes
– Salmoneloses e Febre tifóide
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Penicilinas Resistentes à
Penicilinase

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Penicilinas Resistentes à
Penicilinase

 Essas penicilinas mostram-se resistentes à


penicilinase estafilocócica.
 Seu uso deve ser restrito às infecções suspeitas ou
sabidamente causadas por estafilococos produtores
dessa enzima.
 São muito menos ativas que a penicilina G contra
outros microrganismos sensíveis à penicilina.

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Penicilinas Resistentes à
Penicilinase
 Existe um grupo de estafilococos, denominados
resistentes à meticilina, que desenvolveu resistência a
todos os antibióticos betalactâmicos (MRSA – S.
aureus resistente à meticilina).
– Seu tratamento é realizado com Vancomicina.
– Administra-se rifampicina concomitantemente
quando há presença de um corpo estranho.

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Oxacilina, cloxacilina e
dicloxacilina
 Penicilinas semi-sintéticas farmacologicamente
semelhantes.
 Estáveis em meio ácido → Absorção adequada por
VO.
 Notavelmente resistentes à penicilinase.
 Substituem a penicilina G no tratamento de doenças
sensíveis a essa penicilina.
 Não são ativos contra enterococos ou Listeria.
 Infecções estafilocócicas graves → Via parenteral.

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Oxacilina, cloxacilina e
dicloxacilina
 Bacteriostáticos (Inibem o crescimento estafilocócico)
 A dicloxacilina é a mais ativa.
 Absorção rápida, porém incompleta (30 a 80%) pelo
TGI.
– Absorção mais eficiente quando tomado com o
estômago vazio (1h antes ou 2h após refeições).

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Oxacilina, cloxacilina e
dicloxacilina
 Concentrações séricas máximas em 1h após ingestão
de 1g de oxacilina.
 Alta ligação à albumina plasmática (90 a 95%).
 Rapidamente excretadas pelos rins.
– Excreção da metade do fármaco durante as
primeiras 6h.
 Meia-vida entre 30-60 min.
 Os intervalos entre as doses não precisam ser
corrigidas em pacientes com insuficiência renal.

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Piperacilina

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Piperacilina

 Penicilina anti-pseudomonas que estende o espectro


da ampicilina para incluir a maioria das cepas de P.
aeruginosa, Enterobacteriacea (não produtoras de
betalactamases), muitas espécias de Bacteroides e E.
Faecalis.
 Combinado com um inibidor da betalactamase
(piperacilina-tazobactam), apresenta o mais amplo
espectro antibacteriano entre as penicilinas.

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Piperacilina

 Indicações:
– Infecções graves por bactérias Gram-negativas.
– Frequentemente, esses pacientes são
imunocomprometidos, com infeção adquirida no
hospital.
– Maior uso no tratamento bacteriemias, pneumonias,
infecções após queimaduras e infecções do trato
urinário por organismos resistentes à penicilina e
ampicilina.
– Principais bactérias: P. aeruginosa, Proteus,
espécies de Enterobacter.
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Reações Adversas às Penicilinas

 Reações de hipersensibilidade:
– São os efeitos adversos mais comuns ao uso das
penicilinas.
– Por ordem decrescente de frequência:
• Exantema maculopapular (várias formas.
Púrpura de Henoch-Schöenlein – Forma rara)
• Erupção urticariforme
• Febre
• Broncoespasmo
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Reações Adversas

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Reações Adversas às Penicilinas

 Reações de hipersensibilidade:
• Vasculite
• Doença do Soro
• Dermatite esfoliativa
• Síndrome de Stevens-Johnson
• Anafilaxia

 Embora a interrupção do uso geralmente resulte em


um rápido desaparecimento das manifestações
alérgicas, elas podem persistir por 1 ou 2 semanas ou
mais. 35
Reações Adversas

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Reações Adversas às Penicilinas

 Reações de hipersensibilidade:
– Reações mais graves: Angioedema e Anafilaxia
 Tratamento do paciente potencialmente alérgico à
penicilina:
– Dessensibilização: Consiste na administração de de
doses gradualmente maiores de penicilina na
esperança de evitar uma reação grave (só deve ser
realizado em local que dispõe de UTI)

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Reações Adversas às Penicilinas

 Outras reações à penicilina:


– Depressão da medula óssea
– Granulocitopenia
– Hepatite (raro)
– Respostas irritativas: Dor e reações inflamatórias
estéreis nos locais de injeção IM → Relacionadas
com a concentração do fármaco.
• Injeção acidental no nervo ciático: Dor intensa
e disfunção na área de distribuição do nervo por
várias semanas.
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Reações Adversas às Penicilinas

 Outras reações à penicilina:


– Administração parenteral de grande doses:
• Letargia, confusão, contrações, mioclonia
multifocal ou convulsões.
• Mais comum na presença de insuficiência renal.
– Altas doses de Penicilina G Cristalina (potássica):
• Hiperpotassemia grave ou até mesmo fatal com
injeção de 20 milhões de UI em pacientes com
insuficiência renal.
– Colite pseudo membranosa → proliferação
excessiva de Clostridium difficile (produz toxina) 39
Reações Adversas às Penicilinas

 Reações de hipersensibilidade:
– Reações mais graves: Angioedema e Anafilaxia
 Tratamento do paciente potencialmente alérgico à
penicilina:
– Dessensibilização: Consiste na administração de de
doses gradualmente maiores de penicilina na
esperança de evitar uma reação grave (só deve ser
realizado em local que dispõe de UTI)

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