Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Crestomatia Arcaica
Crestomatia Arcaica
03)
… Aquel que casa fezer ou vinha ou sa herdade onrar e per I ano en ela sever, se d
epois en outra terra morar quiser, servia a el toda sa herdade u quer que morar.
E, se as quiser vender, venda a quem quiser per foro da vossa cidade. … Homens da
Guarda non paguen penhora polo senhor da Guarda, non por meirinho, nen sejan peño
rados senon por seu viciño. Cavaleiros da Guarda nen molheres viuvas non den pousa
da per foro da Guarda senon per mandado do juiz. Homens de vossos termos que sev
eren en vossas herdades ou en vossos solares e seus senhores non foren i, venhan
ao sinal do juiz e den fiadores que respondan o dereito, quando veeren seus sen
hores. E, se fezeren coomia peitenna a seus senhores e a VIIa ao paaço, e non serv
ian outro homen senon a seus señores em cuios solares severen. Senaras e vilas del
rei hajan tal foro qual as searas e as vinhas nossas ouveren. E quen seu viziño ma
tar e en sa casa fogir, quen depois a el entrar e o i matar peite CCC soldos e a
meiadade seja de seu marido. … Quen ferir seu vizinho cun espada peite XL soldos
e a VII ao paaço. … Montádigo do estremo da Guarda receban os cavaleiros da Guarda con
seu senhor e hajan ende a terça parte. Nenguun non filhe montádigo de gaados da Gua
rda. … De todo portádigo que veer a Guarda hóspede u pousar filhe a IIIa parte e o por
teiro as IIas partes. Todas estas entenções juigen os alcaides da nossa vila per sua
carta. Outras entenções juigen segundo seu sen, asi como melhor poderen.
Dos dezemos que an a dar os cristiãos a sancta igreia (p. 05) SCANNER
Abraam fuy o primeyro dos proffetas e fuy muy saucto orno e t amigo de Deus que
disso por ei que eno seu linnagë seeri beeytas todalas gentes e este connosçendo que
era pouco aquelio que dau os que foron ante que ei a Deus, segundo os bes que d
ei rreçebiã, comezou ei a dar o dezemo de mays das primiçias e das offerendas que elie
s dau e dou-lo primeyramte a IV[elchisedec, que era sacerdote, e senua1adamte do
u o que gaannou dos rreys que uencio, quando [1]Les tolho a Loth, sou sobrlno, q
ue leuauã catiuo. Onde erias duas maneyras de siruiçio de primiçias e de offerendas qu
e s5 ditas eno titulo ante deste e en esta terceyra, que é dos dezemos, husarô os om
es de siruir a Deus, ata que dou iey scripta a Moys, que fuy sancto om e tã seu am
igo que disserõ que falaua cí ei, assi ci5ino hun amigo falia c outro, e mãdou-lle que
todas estas cousas que ei quiso teer pera si en sinal de rreconnoscemento de en
norio e de ben feyto que fossen seriptas ena iey, por que o poboo as desse aos s
acerdotes, que faz sacrifiçio a Deus, segundo a uella ley, e aos leuitas, que seru
, e esto fuy sempre gardado. E depoys, quando uo nostro sefior Iliesu Christo, c
onfirmoo 1, dizMo aos Judeus que, macar dezemau as cousas meudas, que nõ deu leyxa
r de o fazer das graandas 2, e esta paraula lies disso, porque ten que deuiã dezem
ar de todo. E por ende os cristiãos gardarõ esto sempre, e os sanetos que fallar5 de
sto mostrara por quaes rraz5es deu omes dar a dezema parte por dezemo, rnays que
por outro conto nhun, e dissera que nostro sefior Deus criou duas ords d’angios e
, porque a una deilas cayo por soberua, quiso que de liflag dos omes fosso compl
ida e outrossi polos x mandamentos que dou nostro sefior Deus scriptos a Moysem
que mandou gardar, porque los omes uiuissen bé e se soubessen gardar de fazer tal
erro de ue pesasse a Deos, porque elies rrecebess mal. E aynda sen esto y á outra
rrazõ por que os omées o deuë dar e esto porque os v sintidos que Deus lies deu cõ que f
ezess todos seus feytos que ilos gard e los enderesc, por que obr cõ elies ben e m
tg b e complidamente os dous mda montos (e) da sua ley en tal maneyra que, segtd
o a humildade de nostro seflor Ihesu Christo merescã herdar aquel lugar que a deze
na ordë dos angios perderõ por sua soberuia. E, poys que eno titulo ante deste falia
das primiçias e das olferendas de que sse aiudã muyto os clerigos, conue de dizer e
n este dos dezemos, que e una cousa apartada, de que sse ajuda aynda mays toda a
igreia, t bé os preilados mayores c3mo os outros clerigos, e demostrar primeyramt
e que cousa é dezomo e quantas maneyras son dei e qu o deue dar e de quaes cousas
e a qu e en que maneyra deuo seer dado e cõmo o deu partir e que bées uëe aos omes por
dezemar b e que maes, se o ma1 faze, e de todalas outras cousas que perteescé ao
dezemo.
XXXXX p. 11
XXXXXX p. 15
XXXXXXXX p. 43
XXXXXX p. 45
Casamento de Isaac (p. 48) SCANER
Abráam era ja velho, e chamou Eliezer procura^ dor de sua casa, e disse-lhe : poem
a tuá maáo so a minha coxa , e jura-the pelo Deus do Ceeo, que non tomes pera meu f
ilho Ysaac molher das filhas dos gentijos , antre que eu morro , mas irás a minha
terra, e aa minha geeraçom, e tomarás dela molher pera meu filho , e se nem huá quiser
víjr contegOj hon seerás tu teúdo a est juramento ; e jurou Eliezer teehdo a maão So á pe
rna de Abraam , e porem dezemos que ele jurou pela sement d Abraain, a qual avia
de ser em Jesu Christo , que sabia Abraam , que avia de nacer dele. E tomou Eli
ezer dez camelos , e foi-se , e levou de todos os beés j que avia Abraam seu Senh
or, e chegou a Mesopotamia a Caram Cidade de Nacor, qtie era irmaíio d Abraam , e
fez deitar os camelos pera folgarem a cerca duum-poço, que estava ant a Cidade. E
quando foi hora de vespeía vijnham as molheres da Cidade a tirar dugâ daquel poòo ; e
Eliezef fez oraçom a nostro Senhor , que lhe demostrase se alguá molher daquela gent
e avia de casar com Ysaac filho de seu Senhor, e que ele a podese conhecer em es
ta guisa, que el pidiría augua aaqtielas moínereí, e todas lhe nem quisessem dar augua
afora aquela, que ouvesse de seer molher de Ysaae. E ele dezendo esto a nostro
Senhor , aqtíe vem Rebeca filha de Batuel , que era sobrinho d Abraaín , filho de se
u irmaão Nacor , e ela enchera seu cantaro d*au* gua. E Eliezer pediu augua , e to
das a» outras noft lha quizerom dar , senon ela, que lha deu y e demais disse-lhe:
eu tirarei auga do poço pera os; tens camelos; e tirou augua, e deu de beber aos
eametos de Eliezer. E ele teve mentes em ela caladament seer a perteeneente pera
Ysaac seu Senhor , e preguntou-lhe cuja filha era , e se avía em casa de seu padr
e lo-gar, em que ele podese pousar ; e ela dise-lhe , que era filha de Batuel, f
ilho de Nacor, irmaáo d Abraam. Enton deu Eliezer a Rebeca vincos d ouro ppra as o
relhas , e argolas d ouro , que tragia , e ela foi-se correndo a casa de seu pad
re , e dise-lhe todo o que lhe disera Eliezer . Enton huu irmaão de Rebeca, que av
ia nome Labám , saiu a Eliezer , e trouve-o pera casa, e adestrou os camelos , e p
ose-lhe palha e feo, e lavou os; pees aoshospedes, e pose-lhe pam que comesem ;
e Eliezer non quísse comer ataa que contou todo aquelo por que veera. E disse-lhe
como era servo d Abraam seu parente, e louvou-o de muitas cousas, e dise-lhe* vo
ontade e a pitiçom d Abraam em feito do casamento pera seu filho Ysac , e o jurame
nto,. que lhe fezera, e como nostro Senhor exoviu a sua- oraçom estando a par do
poço , quando lhe mostrou Rebeca pera molher de Ysac , filho d Abraam , quando el» d
eu auga a el, e a seus camelos, como dito he».
http://books.google.com.br/books?pg=PA33&lpg=PA34&dq=%22quando%20lhe%20mostrou%2
0rebeca%20pera%20molher%2F%22&sig=oJrM-EWb_tpAANfC8poGQUACusY&ei=RpdxS6G1AceJuAe
nh8HTDA&ct=result&id=FokAAAAAYAAJ&ots=CeUQZIP7Eu&output=text
Como Eliezer levou Rebeca pera molher de Ysaac (p. 49) SCANER
Respondeu Batuel; padre de Rebeca, e I.abam, seu irmaúo ¿ e diserom a Eliezer: A pal
avra d Abraam veo de nostro Senhor Deus, e a tua oraçom , e nos non podemos dezer
nein huá cousa contra sua voontade ; ex Rebeca ant ti está, .toma-a, e seja molher d
e teu Senhor Ysaac. Quandd esto ouviu Eliezer, adorou nostro Senhor , e deu-lhe
graças ¿ porque asi aderencára o seu caminho : e tirou vasos d ouro e de prata, e vest
iduras, e deudas a Rebeca , e deu doas a sua madre , e a seu irmaáo. E levantou-se
pela mahháa Eliezer, e rrogou que o emviassem, cajá tardara muito eno caminho, e ci
emais que seu senhor Abraam era velho ; e eles rogarom-no que estevese com eles
ataa dez dias , e ele non quis, e diserom eles : pois asi he, chamemos a moca,
e saibamos dela qual he a sua voontade ; e chamarom Rebeca , e preguntarom-lhe
se queria ir coni Eliezer , e ela disse que lhe praziá. E levou Eliezer comsigo Re
beca, e chegarom a Geraris , hu morava Ysaac ..... E aveo asi que Ysaac andava p
ela carreira que vai pera o poco, ca el saíra enton pera andar cuidando pelo campo
, e chegou Eliezer, e Rebeca com ele 5 e quando ela viu Ysaac ¿ e soube que aquel
era o que avia de seer seu marido, deceu do camelo , em que hia , e tomou huíi vi
stidura , e huú manto alvo , e apostou-se o melhor que pôde , e Ysaac levou-a pera a
camera, em que soia morar sua madre Sarra , e tanto a amou , que temperou a doo
r , que avia da mort de sua madre com o amor dela.
http://books.google.com.br/books?pg=PA35&dq="veo de nostro senhor"&cd=1&id=FokAA
AAAYAAJ&output=text
O rato, a rã e o minhoto (p. 50)
[C]comta-sse que hu rrato, amdando sseu caminho para emderençar sseus neguoçios, ueo
arriba de ha augua, a quall ell nom podia passar. E estamdo assy cuydadoso arri
ba da augua, veo a ell hua rrãa e disse-lhe:
- Sse te prouuer, eu te ajudarey a passar esta augua.
E o rrato rrespomdeo que lhe prazia e que lho agradeçia muyto. E a rrãa fazia esto p
era emganar o rrato, e disse-lhe:
- Amiguo, legemos ha linha no pee teu e meu e ssube em cyma de mym.
E o rrato feze-o assy. E, depois que forom no meo da augua, a rrãa disse ao rrato:
- Dom velhaco, aqui morredes maa morte.
E a rrãa tiraua pera fundo, pera afoguá-lo de so a augua, e ho rrato tiraua pera çima.
E, estando em esta batalha , vios hu minhoto que andaua voamdo pello aar e tomo
u-os com as hunhas e comeos ambos.
Em aquesta hestoria este doutor rreprehemde os homes, os quaes com boas palauras
e doçes de querer fazer proll e homra a sseu proximo, (e) emganosamente lhes faze
m maas obras, porque all dizem com as limguoas e all teem nos sseus corações.
E esto sse demostra per a rrãa, a quall dizia que queria passar o rrato e tijnha n
o sseu coraçom preposito de ho afoguar e matar, como dicto he em cima.