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Extradição

Extradição é o processo oficial pelo qual um Estado solicita e obtém de outro a entrega
de uma pessoa condenada por, ou suspeita de, infração criminal.

O direito internacional entende que nenhum Estado é obrigado a extraditar uma pessoa
presente em seu território, devido ao princípio da soberania estatal. Por este motivo, o
tema costuma ser regulado por tratados bilaterais que podem gerar, a depender da
redação, este tipo de obrigação.

A pessoa em processo de extradição chama-se extraditando. O Estado que solicita a


extradição denomina-se "Estado requerente" e o que recebe o pedido, "Estado
requerido".

A extradição não deve ser confundida com os institutos da deportação e da expulsão de


estrangeiros.

Condições
Em geral, os Estados costumam impor como condições prévias e necessárias para
extraditar uma pessoa em seu território:

• a existência de uma ordem de prisão emanada de autoridade competente do


Estado requerente (um juiz, por exemplo);
• a tipificação do fato como crime tanto no Estado requerente quanto no
requerido;
• um razoável grau de gravidade quanto ao crime; e
• a expectativa de julgamento justo e de proporcionalidade da pena.

Alguns Estados recusam a extradição quando o extraditado esteja sujeito, no Estado


requerente, à pena capital ou a pena corporal; nesses casos, alguns países admitem que o
Estado requerente se comprometa formalmente a não aplicar tais formas de punição.

Restrições
Muitos Estados recusam o pedido de extradição quando o extraditando é procurado por
crime político ou pode ser submetido a tribunal de exceção pelo Estado requerente.

O processo de extradição, nos Estados de direito, costuma estar sujeito a apreciação


judicial.

Extradição por país


Brasil
No Brasil, a extradição é prevista pela Constituição Federal no art. 5º, LI e LII,
dispositivos que proíbem a extradição de brasileiro (exceto o naturalizado) e vedam a de
estrangeiro em caso de crime político ou de opinião.

O instituto é definido pela Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto do


Estrangeiro), e regulado pelo Decreto nº 86.715, de 10 de dezembro de 1981. A lei
brasileira prevê que a extradição deve ser solicitada pelos canais diplomáticos e o
respectivo processo é apreciado exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal. A
existência de cônjuge ou filho de nacionalidade brasileira não obsta a concessão da
extradição.

O Brasil celebrou diversos tratados bilaterais de extradição. Até 2006, o país mantinha
acordos bilaterais sobre o tema[1] com Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Chile,
Colômbia, Coréia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália,
Lituânia, México, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Suíça, Uruguai e Venezuela.

Deportação
A deportação é o processo de devolução compulsória, ao Estado de sua nacionalidade
ou procedência, de um estrangeiro que entra ou permanece irregularmente no território
de outro Estado[1]. Em geral, a lei permite o posterior retorno do deportado ao território
do Estado que o deportou, desde que atenda às exigências legais para tanto.

Como regra, a deportação pode ter como causa o uso de documento de viagem ou visto
de entrada falso, o exercício de atividade profissional incompatível com o visto de
entrada, a permanência além do prazo facultado no visto de entrada ou a violação de
condição para permanência (por exemplo, mudança da atividade profissional ou do
lugar de exercício de atividade, quando fixados no visto).

Não se deve confundir a deportação com os institutos da expulsão, que não permite o
retorno do estrangeiro, ou da extradição, no qual o indivíduo é entregue às autoridades
estrangeiras que o reclamam.

Deportação pode ser também a ação de expulsar, banir um grupo de pessoas de seu
território ou de seu país, mantendo-o ou não em cativeiro. Em certos casos precisos, tais
como o genocídio dos armênios, dos judeus e dos ciganos, a deportação teve como
objetivo a destruição física desses povos.

Exemplos de deportações históricas


• Deportação dos israelitas do Reino de Israel, pelos assírios ;
• Deportação dos hebreus do Reino de Judá pelos babilônios;
• Deportação dos judeus da Judéia pelos romanos ;
• Deportação dos judeus da Espanha, em 1492 (decreto de Alhambra);
• Deportação dos indianos do vale do Ganges, no século XI, pelos turcos
Ghaznávidas (migração dos roms da Índia para a Europa).
• Entre os séculos XVII e XIX, deportação dos negros africanos para as colônias
européias ;
• Deportação dos indígenas da América do Norte para o oeste e depois para as
reservas indígenas;
• Deportação dos garinagu da ilha de Saint Vincent para a América Central.
• Deportação dos acadianos pelos britânicos, entre 1755 e 1763;

• Deportação dos opositores políticos e padres durante a Revolução Francesa para


Sinnamary e Counanama, na Guiana francesa, em 1797, durante o regime do
Diretório;

• Deportação dos líderes da Comuna de Paris (1871) para a Nova Caledônia e


Guiana;

• Deportação dos hererós pelos Alemães, em 1904


• Deportação-extermínio de 1.2 milhão de armênios pelo Império Otomano, entre
1915 e 1916 (genocídio armênio) ;

• Deportação de judeus, ciganos, membros da Resistência e homossexuais pelos


nazistas

Expulsão
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• Expulsão é o ato administrativo que obriga o estrangeiro a sair do território de
um Estado e o proíbe de a ele retornar. Difere da extradição, segundo a qual o
indivíduo é entregue às autoridades de outro Estado que o reclama; na expulsão,
o único imperativo é que o estrangeiro saia do território do Estado e, satisfeita
esta condição, estará, em princípio, livre. Distingue-se, também, da deportação,
pois nesta última o estrangeiro não está proibido de retornar ao território do
Estado que o deportou, satisfeitas as exigências legais para o reingresso.
• Em geral, o direito internacional proíbe a expulsão de estrangeiros por motivo
privado, permitindo-a apenas em casos de atos nocivos à ordem ou segurança
pública. Em princípio, um Estado não pode se recusar a admitir em seu território
um indivíduo de sua nacionalidade expulso por país estrangeiro.
• O direito internacional proíbe a xenelásia, isto é, a expulsão em massa de
estrangeiros pertencentes a Estado inimigo, ao ser declarada a guerra.
• A expulsão de nacionais é chamada exílio ou banimento.

Expulsão por país


Brasil

• No Brasil, a expulsão é um ato administrativo da competência do Presidente da


República, formalizado por meio de decreto presidencial e dependente de
processo administrativo que corre junto ao Ministério da Justiça. São passíveis
de expulsão os estrangeiros que cometerem crimes dolosos em território
nacional, especialmente no caso de crimes contra a segurança nacional, a
economia popular, a saúde pública, bem como de tráfico ou uso de drogas.
• Impede a expulsão a existência de cônjuge brasileiro casado há mais de cinco
anos ou de filho brasileiro sob guarda e dependência econômica do estrangeiro.
A expulsão também é negada quando constituir extradição inadmitida para a lei
brasileira (por exemplo, se o estrangeiro puder ser processado no país de destino
por crime político ou por tribunal de exceção, ou estiver sujeito a pena
inexistente do Brasil - como a corporal ou a capital).
• A lei proíbe a expulsão de brasileiros.

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