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Deficiência
de apo AI
HDL-c baixo isolada ou associada à
Doença de Tangier
elevação de LDL-c ou Tg
Síndromes familiares de deficiência de LCAT
Doença de Niemann-Pick
Dislipidemias secundárias:
Mais importantes e freqüentes na
prática clínica. As principais causas
são diabetes, hipotireoidismo e
alcoolismo.
Estratificação de riscos e metas lipídicas
para prevenção e tratamento da
aterosclerose
Um evento coronariano agudo é a primeira
manifestação da doença aterosclerótica em pelo
menos metade dos indivíduos com essa
complicação
Pra prevenção desse evento, é necessário a
identificação dos fatores de risco em pacientes,
calculados em algoritmos mais a potenciação
causada por sinergismo entre esses fatores
Dentre os algoritmos, o Escore de Risco
de Framingham é o mais indicado.
Ele estima a probabilidade de ocorrer
infarto do miocárdio ou morte por doença
coronariana no período de 10 anos em
indivíduos sem diagnóstico prévio de
aterosclerose clínica
Colocar aqui a tabela de FRamingham
Estratificação de risco
Fase I: presença de doença aterosclerótica
significativa ou de seus equivalentes
o primeiro passo para estratificação é a identificação
de manifestações clínicas da doença aterosclerótica
ou de seus equivalentes, como a presença de
diabetes tipo 1 ou 2
O mais claro identificador de risco é a manifestação
prévia da própria doença
Indivíduos assim identificados possuem risco maior
que 20% em 10 anos de apresentar novos eventos
cardiovasculares
Critérios para identificação de pacientes com
alto risco de eventos coronarianos (fase 1)
Doença arterial coronária manifesta atual ou prévia
(angina estável, isquemia silenciosa, síndrome
coronária aguda ou cardiomiopatia isquêmica)
Doença arterial cerebrovascular (acidente vascular
cerebral isquêmico ou ataque isquêmico transitório)
Doença aneurismática ou estenótica da aorta
abdominal ou seus ramos
Doença arterial periférica
Doença arterial carotídea (estenose maior ou igual a
50%)
Diabete melito tipo 1 ou 2
Fase 2: Escore de risco
Entre os indivíduos sem doença
aterosclerótica significativa, pode-se estimar
pelo ERF aqueles de baixo risco e de alto
risco
Para indivíduos identificados como risco
intermediário pelo ERF, maior atenção deve
ser dada aos fatores agravantes, para
aperfeiçoar a acurácia do ERF nestes
indivíduos.
Síndrome metabólica
Está presente em indivíduos que apresentam
dislipidemias (↓HDL-c, ↑TG, partículas de LDL
densas, hiperlipidemia pós-prandial), resistência à
insulina e HAS
O maior risco está associado ao depósito de gordura
na região mesentérica
Para o diagnóstico é necessário presença de gordura
abdominal mais 2 ou mais critérios elaborados pela
IDF
O ERF deve ser aplicado a qualquer indivíduo com
Síndrome metabólica que não apresentem doença
aterosclerótica
Em qualquer categoria de risco no ERF, a síndrome
metabólica constitui um fator agravante
Fase III - Fatores agravantes
As estimativas de risco pelo ERF são
menos precisas para indivíduos de risco
intermediário (nos quais ocorre a maioria
dos eventos), na avaliação do risco
cardiovascular de curto prazo, nos jovens
e nas mulheres
Portanto, foram propostos agravantes,
que elevam o indivíduo para a categoria
de risco imediatamente superior
Fase IV – metas terapêuticas e
reavaliação do risco
Todos os pacientes com dislipidemia e
aqueles com risco cardiovascular aumentado
devem iniciar medidas não farmacológicas
(mudanças no estilo de vida – MEV)
Tratamento farmacológico: deve ser iniciado
naqueles de risco baixo (6 meses após) ou
intermediário (3 meses após) que não
atingiram as metas com MEV
Indivíduos de alto risco: medidas não
farmacológicas e hipolipemiantes devem sr
usado concomitantemente
Em indivíduos com doença aterosclerótica
significativa, a obtenção de LDL-c ≤
70mg/dL traz redução adicional da
incidência de eventos cardiovasculares.
A IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias
e Prevenção da Aterosclerose recomenda
a meta de LDL-c ≤ 70mg/dL para todos os
indivíduos com doença aterosclerótica
significativa
Tratamento não medicamentoso das
dislipidemias e medidas de prevenção
da aterosclerose
Terapia nutricional da hipercolesterolemia
Cessação do tabagismo:
Entre os métodos, os mais efetivos são:
Abordagem cognitivo-comportamental
Farmacoterapia (nicotínica e não nicotínica)
e ↑ HDL de 2 a 10%
As estatinas reduzem a mortalidade
cardiovascular e a incidência de eventos
isquêmicos coronários agudos,
necessidade de revascularização do
miocárdio e AVC
Devem ser administradas por via oral 1x
ao dia, à noite para os fármacos de meia
vida curta e em qualquer horário para os
fármacos com meia vida maiores
Para identificar efeitos adversos: fazer
dosagem de níveis basais de
creatinofosfoquinase e transaminases e
repetição a cada aumento de dose e
reavaliação
Devem ser suspensas se: aumento
progressivo da CK, ↑ da CK 10X o LSN e
persistência de dores musculares
Aumento de 3X o LSN de transaminases
requer avaliação clínica para suspensão
de estatinas
Ezetimiba:
É um inibidor da absorção de colesterol que
atua na borda em escova das células
intestinais inibindo a ação da proteína
transportadora de colesterol
É usada em associação com estatinas,
potencializando a redução do LDL-c.
Essa associação é usada quando há um
aumento persistente dos níveis de LDL-c
É usada VO (10MG) 1X ao dia em qualquer
horário
Resinas de troca:
Reduzem a absorção intestinal de sais
biliares e, conseqüentemente de colesterol.
Seu efeito redutor do LDL-c pode ser
potencializado pelo uso de estatinas.
Apresentação: colestiramina 4 gramas
E.C.: se relacionam ao aparelho digestivo
Diminui a absorção de vitaminas A, D, E e K.
Suplementação desses elementos em
crianças e eventualmente em adultos, pode
ser necessária
Pode aumentar os triglicérides, devido ao
estímulo à produção VLDL no fígado e por
isso deve ser evitado em
hipertrigliceridemias com níveis >
400mg/dL
Qualquer medicamento concomitante
deve ser usado 1 hora antes ou 4 horas
após a administração das resinas
Medicamentos que atuam
predominantemente nos TG:
Hipertrigliceridemia isolada: são indicados
fibratos, em segundo lugar o ácido nicotínico
ou a associação de ambos
Pode ser usado também o ômega-3
isoladamente
Obs: no caso de hiperlipidemia mista, o
nível de triglicérides deverá orientar como
o tratamento será iniciado
HM: caso TG > 500mg/dL deve iniciar
fibrato adicionando se necessário, ácido
nicotínico ou ômega-3
Prima-se por impedir o surgimento da
pancreatite
Se desejar reduzir a hipercolesterolemia,
associar estatinas*
Fibratos:
Agem estimulando receptores nucleares
denominados PPAR-α, que estimula a
produção e ação da LPL, redução da apo
CIII, e aumento da apo AI (aumento do HDL)
É infreqüente a ocorrência de efeitos
colaterais levando a necessidade de
tratamento.
Rabdomiólise tem sido descrita nos casos de
associação com estatinas
Ácido nicotínico:
Reduz a ação da lipase tecidual nos
adipócitos, levando à menor liberação de
ácidos graxos na corrente sanguínea
Como conseqüência, reduz a síntese de Tg
pelos hepatócitos
↓ o LDL em 15 a 35%, ↑ HDL-c 15 a 35% e ↓o
TG 20 a 50%
O ácido nicotínico pode ser usado em
pacientes com HDL-c baixo isolado,
mesmo sem hipertrigliceridemia
associada.
Pode ser usada como alternativa aos
fibratos + estatinas ou associado a esses
fármacos (hipertrigliceridemia,
hipercolesterolemia, dislipidemia mista)
Para evitar os efeitos colaterais
recomenda-se dose inicial de 500 mg/dia
com aumento gradual para 750 e 1000 mg
com intervalos a cada 4 semanas,
buscando atingir doses de 1 a 2 gramas
O efeito sobre o perfil lipídico é atingido
com vários meses de tratamento
Aumento da HbA1c foi verificada com
doses de 1 a 1,5 grama, por outro lado,
essa mesma dosagem contribuiu para
aumento do HDL-c
Ácidos graxos ômega-3:
São derivados de óleo de peixes proveniente
de águas frias e profundas. Reduzem a
síntese hepática dos TG
Doses de 4 a 10 g ao dia reduzem os
triglicérides e aumentam discretamente o
HDL-c, mas podem aumentar o LDl-c
Em portadores de DAC, o uso de 1 g ao dia
de ômega-3 em cápsulas reduziu o risco de
eventos cardiovasculares em 10%
Portanto: podem ser usados em
hipertrigliceridemia e em substituição a
fibratos, niacina ou estatinas em pacientes
intolerantes
Caso clínico
Joelma Paixão de 39 anos, branca, do lar,
procura endocrinologista para tentar
emagrecer. Desde que descobriu ser
hipertensa há três anos, faz uso regular
de enalapril 10mg ao dia. Relata ainda
consumir duas refeições ao dia baseadas
em massas, arroz, feijão e carne
vermelha. Passa a maior parte do tempo
em casa assistindo à TV e corre uma vez
por semana em torno da sua casa.
Exames:
Eupnéica
PA: 136/80 mmHg, FC: 90 bpm, peso: 85 Kg,
altura: 1,60 m
Laboratoriais: glicemia de jejum: 112mg/dL,
CT: 220mg/dL
TG: 300mg/dL
HDL-c: 35mg/dL
LDL-c: 128mg/dL
1. De acordo com o quadro, em que
classificação de risco cardiovascular
esta paciente se encontra?
2. Quais são os alvos terapêuticos para
ela?
3. Quais seriam as medidas terapêuticas
iniciais?
4. O que mudaria se os triglicerídeos
fossem de 600mg/dL?
Bibliografia
SPOSITO, Andrei C. et al . IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose: Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, 2010 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-
782X2007000700002&lng=en&nrm=iso>. access on 23 Nov. 2010. doi:
10.1590/S0066-782X2007000700002.