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1 Biondi
1 Biondi
6. Interpretação
8. Lógica
-o jurista muitas vezes cria derivações de palavras → faz isso somente para dar
elementos úteis para uma noção jurídica precisa; não pretende alcançar uma verdade
científica nem criar materiais eruditos
-quanto à história do direito, os romanos não apresentam interesse → somente
o que afeta a realidade e conseqüentemente a ciência do direito interessa, ou seja, o
passado que permaneceu na tradição e no ordenamento jurídico (ex: XII tábuas, que
nada mais é do que uma realidade viva); conforme o direito se transforma, o que não
mais é vigente se elimina dos livros
└> Pomponio considera necessário o estudo da história que ajuda a
compreender o direito atual
12. Classificações
-as categorias utilizadas por romanos não se formam por exigências lógicas, já
que fórmulas gerais e abstratas não servem a eles
-o fim das categorias é prático: ocorre um agrupamento de figuras jurídicas
homogêneas que serão regidas por um regime comum coexistente às características
particulares
-a maior parte do sistema jurídico não foi enquadrada em categorias em Roma
→ as categorias romanas eram pobres, e assim as definições nunca apresentam uma
proximidade como exigem as boas regras da lógica
-estas não existiam para muitas figuras do direito; quando existiam, eram
insuficientes e até mesmo desajustadas do conceito que os próprios romanos tinham
└> apesar de serem incompletas/insuficientes, Biondi acha que não se
deve destruí-las
-juristas romanos pouco definiram porque sabem que a realidade é mutável, e
assim “engessar” uma instituição em uma fórmula é tentar anular sua complexa
realidade, impossibilitar as transformações freqüentemente necessárias
└> a própria lei, com o desenvolvimento do direito, introduz inovações
que dão diversa configuração às instituições, então como seria possível já tê-las
definidas?
-as definições não têm valor absoluto; somente iluminam um distinto ponto de
vista
└> assim também os conceitos, que são relativos, mudando conforme o
ordenamento em que se aplicam ou o ponto de vista sob o qual se consideram →
impossível uma fórmula eterna, um conceito válido tanto para ordenamentos passados
quanto presentes
-para Biondi, não existe progresso simplesmente por encontrar alguma
definição (como do bem ou do belo – Saldanha não leu isso); também acha que a
modernidade não superou todos os defeitos de definições romanas (já que é impossível)
-Biondi acha que o valor de algumas definições está em sua própria
indeterminação (como da boa-fé), pois permite que se adaptem às necessidades da vida
-os romanos miram mais a oportunidade do que a lógica formal → por isso
mesmo, além das poucas definições, algumas ainda se contradizem ou são abertas →
não se busca com essas definições compreender a essência da instituição, mas
simplesmente mostrar vários de seus aspectos, já que a própria instituição pode ser
contraditória segundo o caso ou ponto de vista (e assim todas definições são
verdadeiras)
14. Sistematização
15. Conclusão
-em nenhum outro povo se atuou de maneira mais perfeita a justiça do que em
Roma
└> assim, sua ciência do direito, por mais criticada que seja por nós,
atingiu plenamente sua finalidade
-enquanto os modernos tentam elevar o jurista ao digníssimo papel de homem
da ciência, o estão diminuindo, pois esquecem seu verdadeiro papel: sugerir o que é
justo e socialmente útil
-o problema do direito não é mais do que o problema da justiça → o atual
homem da ciência não possui influência na realidade prática
-o fim do direito é sempre a justiça, e a ciência do direito não pode prescindir
desse entendimento → especulações abstratas não significam progresso, mas o
encaminhamento para campos que não interessam ao direito → tudo o que buscar a
justiça é que é verdadeiramente científico e pode ser considerado um progresso
-as construções/teorias/argumento/conclusões não devem ser vistas como
verdades eternas, mas justificadas somente por sua utilidade prática (e conseqüente
variabilidade)
-resgatar o direito romano não significa fazer reviver instituições e concepções
passadas, mas recuperar a rica experiência secular da utilização de um sistema que era
perfeitamente idôneo para seu fim