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MariaUniversidade

Or
Portucalense
de
Fátima
2008

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Rodrig
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Pedros

aa, nº
21653

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a Fátima Pedrosa 2
Origami e Matemática
Fátima Pedrosa 3
Origami e Matemática

Trabalho didáctico realizado


para a
disciplina de
Seminário
Professores
Doutores: Ana Júlia
Viamonte e António
Pascoal
Fátima Pedrosa 4
Origami e Matemática

"Todo o origami começa quando


pomos as mãos em movimento.
Há uma grande diferença entre
compreender alguma coisa
através da mente e conhecer
a mesma coisa através do tacto."

Tomoko Fuse
Fátima Pedrosa 5
Origami e Matemática

Índice

Introdução......................................................................................................5
Historia do origami.........................................................................................6
História do Tsuru.........................................................................................8
A história de Sadako...................................................................................9
Origami e matemática..................................................................................10
Utilização da arte do origami no ensino da geometria..............................11
Didáctica......................................................................................................14
Origami na sala de aula............................................................................14
Outras experiências a realizar em sala de aula............................................22
O rectângulo áureo................................................................................22
Hexágono...............................................................................................26
Dodecaedro estrelado............................................................................30
Dodecaedro...........................................................................................32
Pentágono..............................................................................................37
A divisão do ângulo recto (90°) em três ângulos congruentes..............39
Como obter duas folhas quadradas a partir do papel de formato A4.....41
Chapéu (recreativo) - em anexo mostra-se o método de construção de
outras figuras, a pedido dos alunos.......................................................42
O origami e o teorema de Pitágoras......................................................44
Determinação dos ângulos....................................................................46
Tangram a partir de um quadrado.........................................................46
O tangram por origami...........................................................................49
Como obter o triângulo na proporção 3.4.5 com origami......................52
Demonstrar o teorema de Pitágoras com módulos................................54
Demonstração de que a soma dos ângulos internos de um triangulo vale
180º.......................................................................................................60
Demonstração: arctg1+arctg2+arctg3=π.............................................61
Conclusão.....................................................................................................64
Fátima Pedrosa 6
Origami e Matemática

Bibliografia...................................................................................................65
Anexos.........................................................................................................66
origami.........................................................................................................67
Copo de papel..............................................................................................68
Base kabuto.................................................................................................69
Chapéu de samurai......................................................................................70
Peixe............................................................................................................72
Origami modular..........................................................................................73
Símbolos gráficos......................................................................................73
Peça unitária para construir sólidos.............................................................74
cubo.............................................................................................................75
Hexaedro triangular.....................................................................................76
Octaedro estrelado.......................................................................................77
tetraedro......................................................................................................79
Octaedro......................................................................................................80
Flor...............................................................................................................81
Teorema de Kawazaki..................................................................................82
Óculos de sol................................................................................................83
Dobragem por raiz quadrada de dois...........................................................84
Ângulos de 45º e 90º...................................................................................85
Ângulos de 30º e 60º...................................................................................86
Íris................................................................................................................87
O sapo que salta..........................................................................................88
Outros origamis recreativos.........................................................................89
Outros origamis recreativos
Fátima Pedrosa 7
Origami e Matemática

Introdução
Introdução

Origami (dobragem de papel) pode não parecer um assunto para a


investigação matemática ou algo com aplicações sofisticadas. Ainda
assim, qualquer um que tenha tentado dobrar um mapa ou embrulhar
um presente, sabe que origami não é um assunto trivial.
Matemáticos, cientistas da computação e engenheiros descobriram
recentemente que este assunto milenar pode ser usado para resolver
muitos problemas modernos. As técnicas do origami podem ser
usadas para dobrar objectos tais como air bags e telescópios
espaciais gigantescos de maneira eficiente; podem estar relacionadas
com a maneira como as proteínas se dobram.

Em vários processos de fabrico é frequente querer fazer um produto


com a utilização de um único pedaço de material. O problema de
fabricação traduz-se então em verificar se uma certa forma pode ser
dobrada ou não e, no caso positivo, descobrir as maneiras eficientes
de fazê-lo. Assim, muitos problemas em origami têm relação com
complexidade em algoritmos e a teoria de optimização. Um
testemunho da diversidade do origami, bem como do poder da
matemática, é sua aplicabilidade em problemas de química
molecular, indústria e tecnologia espacial.

Neste trabalho fala-se um pouco da história do origami e de algumas


curiosidades. De seguida, é abordado o tema o origami e a
matemática, sob duas perspectivas: a matemática aplicada ao
origami e o origami aplicado à matemática. Finalmente, são
abordados alguns assuntos que podem servir para as aulas de
Fátima Pedrosa 8
Origami e Matemática

matemática, sob o ponto de vista didáctico. Para melhor ilustrar este


aspecto, mostram-se ainda fichas de trabalho que já serviram este
ano lectivo, embora não fosse na escola do núcleo de estágio, mas
noutras escolas. Em anexo são mostradas mais algumas figuras que
os alunos gostam imenso de construir.

História do Origami
Historia do origami
No ano 105 A.C. T’Sai Lun, administrador no palácio do imperador
chinês, começou a misturar cascas de árvores, panos e redes de
pesca para substituir a sofisticada seda que se utilizava para
escrever. O império chinês manteve segredo sobre as técnicas de
fabricação do papel durante séculos. No século VI, por intermédio de
monges budistas chineses, a técnica de fabricar papel chegou ao
Japão e um século mais tarde, os árabes obtiveram o segredo desse
processo. Na Europa a técnica de fabricação de papel chegou por
volta do século XII, e dois séculos mais tarde já se espalhava por
todos os reinos cristãos.

Nem sempre o papel teve boa qualidade, excepto na China e no


Japão, onde desde os primeiros momentos era possível dobrá-lo. No
resto do mundo, principalmente na Europa, o papel era grosso e
frágil, dificultando as dobras. Só a partir do século XIV se conseguiu
fabricar um papel adequado.

Ori Kami
Fátima Pedrosa 9
Origami e Matemática

A palavra japonesa Origami é composta por dois caracteres. O


primeiro, ori, deriva do desenho de uma mão e significa dobrar. O
segundo, kami, deriva do desenho de seda e significa papel.

A palavra kami também significa espírito e Deus.

A história do Origami pode ser dividida em três grandes períodos.

Durante o período Heian (794-1185) o Origami era um divertimento


das classes altas, as únicas que podiam comprar papel, que era um
artigo de luxo.

Alguns modelos em Origami foram introduzidos nas cerimónias


religiosas (Shinto). Os casamentos eram celebrados com copos de
saquê (aguardente de arroz) dobrados em papel com borboletas,
representando a noiva e o noivo. As borboletas fêmea e macho,
simbolizavam a união.

Os guerreiros Samurai trocavam, entre si, presentes enfeitados com


“noshi”, pedaços de papel dobrados em leque, de várias formas,
seguros com faixas de carne seca.

Os mestres das cerimónias de chá recebiam diplomas dobrados de


forma especial. Depois de os diplomas abertos estes não podiam
voltar à sua forma inicial sem se realizarem outras dobras no papel.

Hoje em dia ainda se utiliza a expressão “Origami Tsuki” que significa


“certificado” ou “garantia”, que funcionam como um selo de
qualidade, conferindo autenticidade aos documentos de valor.

No Período Muromachi (1338 – 1576) o papel tornou-se um produto


mais acessível e o Origami começou a ser utilizado para distinguir as
Fátima Pedrosa 10
Origami e Matemática

diversas classes sociais, conforme os adornos que as pessoas


usavam.

A “democratização” do Origami surge durante o Período Tokugawa


(1603-1867). É neste período que surgem os primeiros livros de
Origami.

O primeiro livro com instruções surgiu em 1797 – Sembazuru Oricata


(como dobrar mil tsurus).

Não se dobrou apenas no Japão, os muçulmanos também praticaram


esta arte e levaram-na para Espanha. Os muçulmanos proibiam a
criação de figuras, pois é contra os princípios do Islão, permitindo
apenas o uso das dobras de papel para estudos matemáticos e
astronómicos.

Os árabes optaram por investigar as diversas formas e propriedades


de dobrar um quadrado e explorar diversas formas de cobrir as
paredes de Alhambra (em Granada) com “tessellacions”, tendo
aplicado também os seus avançados conhecimentos de trigonometria
para mapearem as estrelas.

Após os árabes terem sido expulsos da Península Ibérica, pela


inquisição, os espanhóis desenvolveram esta arte, chamando-a de
Papiroflexia.

O pai do Origami moderno é o japonês Akira Yoshizawa. É a


Yoshizawa que se deve a simbologia actual de
instruções de como dobrar os modelos (Sistema
Yoshizawa – Randlett, 1956). Este sistema é a
contribuição mais importante para o Origami desde
a invenção do papel, já que permite a difusão
internacional das várias criações. Para Yoshizawa o
Origami é uma filosofia de vida.
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Origami e Matemática

Hoje em dia pessoas de todo o mundo, dedicam-se ao Origami, de


várias formas. Tanto no desenvolvimento de figuras cada vez mais
complexas, como no estudo matemático das várias dobras. Os
japoneses utilizam, actualmente, esta forma de arte no seu Projecto
Espacial.

História do Tsuru
O Tsuru é o símbolo do Origami japonês e significa boa
sorte, felicidade e saúde.

Inicialmente o Tsuru tinha apenas uma função


decorativa, sendo utilizado, por exemplo, nos quartos das
crianças com a função de as distrair. Mais tarde o Tsuru
foi associado às orações, sendo oferecido nos templos,
juntamente com orações para pedir protecção.

Actualmente, nas festas de Ano Novo, casamento, nascimento e


outras comemorações festivas, a figura do Tsuru está presente nos
enfeites ou nas embalagens de presentes.

A história de Sadako
Depois da destruição de Hiroshima em 1945, surgiram muitas
doenças entre os sobreviventes. Uma das vítimas, Sadako Sassaki,
com dois anos no dia da explosão, começou a sentir os efeitos da
Bomba Atómica aos 12 anos, sendo-lhe diagnóstico Leucemia.

Quando Sadako estava no hospital, um amigo levou-lhe alguns papéis


coloridos e dobrou um pássaro (TSURU). Disse-lhe que esse pássaro é
sagrado no Japão, que vive mil anos e tem o poder de conceder
desejos. E que se uma pessoa dobrar mil Tsurus e fizer o seu pedido a
cada um deles, este será atendido.
Fátima Pedrosa 12
Origami e Matemática

Sadako começou a dobrar Tsurus e a pedir para se curar, porém a sua


doença agravava-se a cada dia. A menina começou, então, a pedir
pela Paz Mundial. Sadako dobrou 964 Tsurus até 25 de Outubro de
1955, data em que morreu. Os seus amigos dobraram os restantes
Tsurus a tempo do seu funeral. Mas eles queriam mais, desejavam
pedir por todas as crianças que estavam a morrer, em consequência
da explosão da Bomba Atómica. Os amigos de Sadako formaram um
clube e começaram a angariar dinheiro para um monumento.
Contribuíram estudantes de mais de 3000 escolas do Japão e de 9
outros países. Em 5 de Maio de 1958 inauguraram o Monumento da
Paz das Crianças, no Parque da Paz de Hiroshima.

Todos os anos no Dia da Paz, seis de


Agosto, são enviados Tsurus de papel,
provenientes de todo o mundo, para o
Parque. As crianças desejam espalhar
pelo mundo a mensagem esculpida na
base do monumento de Sadako:

Este é o nosso Grito


Esta é a nossa oração:
Paz no
Mundo

Origami e Matemática
Origami e matemática

Todos nós já dobrámos uma folha de papel, no entanto são poucos os


que dobram intencionalmente com o intuito de estudar ideias
matemáticas implícitas. A dobragem de papel é uma actividade que é
tanto recreativa como educacional. Recorrendo a materiais simples,
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Origami e Matemática

como papel A4, revistas, papel de embrulho, papel de lustro podemos


de uma forma divertida aprender Matemática.

A arte de dobrar papel ajuda os alunos a aprender e a comunicar


Matemática. É fácil de aprender e simples de usar.

As actividades geométricas são um excelente meio para desenvolver


a comunicação matemática. Por exemplo quando um aluno tem que
descrever a figura que obteve, após concretizar determinadas dobras,
para que o colega a possa construir, também está a fazer uso desta
capacidade.

Dobrando e desdobrando podemos observar por meio dos vincos


formados rectas, ângulos, simetrias e figuras geométricas. Podemos
reconhecer e analisar propriedades de figuras geométricas, utilizar a
visualização e o raciocínio espacial. Explorar os conceitos de
tamanho, forma e medida, incentivar a escrita matemática e motivar
os alunos para a disciplina.

As dobragens praticadas em grupo permitem o debate de ideias, o


esclarecimento de conceitos e o desenvolvimento de estratégias
individuais e colectivas. São estas actividades de aprendizagem que
rentabilizam a autonomia e a responsabilização do aluno. Além disso,
permitem o desenvolvimento da criatividade, da concentração e
persistência, capacidades fundamentais para se ser
matematicamente competente.

Com a dobragem de papel podem extrair-se raízes quadradas,


resolver equações de segundo grau, desenhar uma cónica por
tangentes, demonstrar teoremas de geometria, calcular áreas e até a
soma de uma ou outra série infinita.

Utilização da arte do origami no ensino da geometria


Fátima Pedrosa 14
Origami e Matemática

“Os pesquisadores foram


atraídos provavelmente porque
o Origami instigou os seus
talentos matemáticos e
científicos”, afirma o
matemático Thomas Hull, do
Merrimack College, de North
Andover, nos Estados Unidos, e editor do “Imagiro”, publicação
bimensal sobre Origami que tem entre os seus autores os estudiosos
de maior renome no assunto.

O Origami passou então a ser objecto de estudos matemáticos.


Percebeu-se que a dobragem poderia ser usada para descrever
movimentos e processos na natureza e na ciência, como o batimento
das asas de um pássaro ou a deformação da capota de metal de
automóveis em colisões. Os estudiosos passaram, então, a
desenvolver teoremas para descrever os padrões matemáticos que
viam nas dobragens.

Na matemática, o Origami pode ser tratado pela topologia e pela


geometria combinatória. Diferentemente da geometria, na topologia
as figuras podem ser esticadas ou deformadas do seu estado original
sem passarem a ser consideradas objectos diferentes, desde que não
se faça nenhum buraco ou qualquer emenda.

Os especialistas em origami trabalham na construção de algoritmos,


que são sequências de passos definidos na solução de um problema,
como, por exemplo, o algoritmo da divisão. Para desenvolver esse
trabalho, recorrem à geometria combinatória, que permite obter
fórmulas computacionais para a construção, por meio de dobragens,
das formas complexas e sofisticadas de origami. Com essas técnicas,
procuram também obter a melhor sequência de dobragem e o
aproveitamento máximo da folha de papel para uma determinada
Fátima Pedrosa 15
Origami e Matemática

figura que pretendam construir. Ao que tudo indica, qualquer


procedimento que o computador fornecer pode ser feito no papel
manualmente.

O desafio está em fazer o caminho inverso matematicamente. A partir


de um origami aberto, com as marcas das dobras, os matemáticos
recaem em complicados problemas com polinómios para descobrir,
sem dobrar, em que figura um certo padrão de dobragem resultará.

Desse modo, o origami tornou-se nas últimas duas décadas


inspiração para a busca de soluções de sofisticados problemas
matemáticos e tecnológicos. Os especialistas obtiveram bons
resultados e esperam aplicar os seus estudos, por exemplo, a
projectos de painéis solares, micro circuitos e até telescópios, que, se
pudessem ser dobrados, poderiam ser usados em dispositivos
menores que os existentes hoje.

Para alguns, o acto de dobrar papel para obter formas conhecidas


pode perder o seu charme criativo e artístico. Mas os amantes do
Origami tradicional não precisam recorrer aos passos matemáticos de
dobragem para dar a forma que querem a um simples pedaço de
papel. Uma das mais recentes publicações sobre o envolvimento da
matemática e do Origami são os teoremas a seguir:

Um princípio importante na matemática do Origami é o Teorema de


Kawasaki, segundo o qual a soma dos ângulos alternados formados
por dobragens em volta de um único vértice em um Origami
desdobrado será sempre 180º. Isto é válido para cada vértice do
papel desdobrado de uma figura plana, e não necessariamente de
formas não achatadas.

Veja-se abaixo o Origami da cegonha (ou tsuru):

1 + a3 + a5 + ... + a2n-1 = 180º e a2 + a4 + a6 + ... + a2n = 180º


Fátima Pedrosa 16
Origami e Matemática

Pode-se ver que teremos sempre um número par de ângulos, para


cada vértice. Outra propriedade matemática importante no Origami é
nos padrões de dobragem de figuras planas. Pode-se colorir o papel
inteiro desdobrado somente com duas cores, sem que se repita a
mesma cor lado a lado, como se mostra acima.
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Origami e Matemática

Didáctica
Didáctica
Origami na sala de aula

Para que o ensino da Matemática contribua para a formação global do


aluno, a qual tem como objectivo maior a conquista da cidadania, é
fundamental explorar temas que de facto encontrem na matemática
uma ferramenta indispensável para serem compreendidos.

Assim, o aluno percebe a real necessidade dessa ciência para a sua


vida. O Origami no presente trabalho procura trabalhar conteúdos
significativos que promovam a compreensão das ideias matemáticas.

Os conteúdos explorados e actividades propostas permitem que


sejam abordados aspectos da vida do aluno ligados a outras áreas do
conhecimento, aos temas transversais e ao tratamento da
informação. Os temas são abordados, sempre que possível, por meio
de situações reais que valorizam o conhecimento prévio do aluno,
estimulando-o a agir reflexivamente e privilegiando a criatividade e
autonomia na busca de soluções para os mais diversos problemas.

O trabalho foi desenvolvido da seguinte forma:

Foi efectuada por um grupo de alunos de curso EFA (Educação e Formação


de Adultos), B3 (9º ano de escolaridade) – “Inovinter”

Foi solicitado aos alunos que formassem grupos, foram então


entregues folhas de papel a cada integrante do grupo. Começamos a
discutir o conceito de plano, logo após trabalhamos o conceito de
recta. Seguindo o processo construtivista de Jean Piaget elaborou-se
Fátima Pedrosa 18
Origami e Matemática

uma sequência de conhecimentos de forma espiral, em que o


conceito apresentado dependerá das anteriores.

Observemos a seguinte sequência de conceitos:

• Plano, recta, rectas perpendiculares, ponto, rectas paralelas,


rectângulo, ângulos, bissectriz, diagonal de um polígono,
quadrado, triângulo equilátero, a soma dos ângulos internos de
um triângulo, área de um rectângulo, área de um triângulo.

Após todo este processo iniciou-se uma nova fase, construindo um


pentágono e foram apresentados novos conceitos:

• Ângulos alternos, externo, diagonal de um polígono, áreas,


hexágono, e para finalizar foi dada uma breve introdução ao
conceito de volume.

A cada aula foram distribuídos apenas papel e tesoura, e a partir


desses dois materiais começaram a ser construídos os conceitos e
definições sobre os seguintes assuntos:

1) Noções básicas de geometria: ponto, recta, plano;


2) Rectas perpendiculares;
3) Rectas paralelas;
4) Polígonos regulares: triângulo equilátero, quadrado, pentágono,
hexágono e octógono);
5) Diagonal de um polígono;
6) Área de triângulos e de rectângulos;
7) Ângulos (bissectriz, ângulo alterno interno e alterno externo);
8) Introdução ao conceito de volume. No
final, foram
construídos
sólidos
platónicos, que
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Origami e Matemática

serviram de enfeite à árvore de Natal, mostrada na fotografia a


seguir:

Resultados e conclusão:

Observaram-se as seguintes dificuldades:

1) Deficiência para o cálculo das quatro operações básicas sem


máquina, para os alunos mais jovens (abaixo de 30 anos)
devido a não saberem a tabuada;
2) A maioria não sabia o que é um polígono;
3) Todos tinham uma noção intuitiva de ponto recta e plano;
4) Havia outras dificuldades como dificuldades de escrita, de
interpretação e de inserção em grupo;

Como resultado, obteve-se:

1) Melhoria na visão espacial do aluno;


2) Desenvolvimento da coordenação motora e da criatividade, que
são necessárias para as actividades propostas;
3) Devido ao material ser concreto, e ser do estilo de jogos
matemáticos criava-se uma atracção pelo assunto, gerando
assim uma melhor aprendizagem;
4) Devido ao conteúdo proposto pôde-se também desenvolver
uma prática da álgebra básica, retomando a aprendizagem dos
conteúdos já estudados em anos anteriores.
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Origami e Matemática

As actividades de desenvolvimento e de consolidação dos conteúdos


matemáticos de geometria plana demonstraram que este não é
apenas uma ferramenta limitada apenas ao ensino ou
desenvolvimento de uma potencialidade cognitiva, mas também uma
óptima ferramenta avaliativa ou de sondagem na educação,
possibilitando uma melhor definição das dificuldades dos alunos, e
nortear melhor os procedimentos perante os
problemas encontrados.

Alunos do 3º ciclo e secundário: (Inovinter e Escola Profissional de Economia


Social)

Neste trabalho foram realizadas duas actividades para a descoberta


da noção de sequência e de função inversa, utilizando o origami.

O trabalho foi elaborado da seguinte forma:

1. Breve introdução histórica que permita aos alunos conhecer um


pouco da génese desta arte e as suas potencialidades
(elaborada de acordo com o já apresentado neste trabalho);
2. Ficha de trabalho para o terceiro ciclo (oitavo ano, no ensino
oficial regular) sobre a noção de sequência;
3. Ficha de trabalho para o secundário (décimo primeiro ano no
ensino regular) sobre o conceito de função inversa;
4. Conclusão.
O Origami utiliza um dicionário de símbolos que permite seguir um
conjunto de instruções. Não o utilizaremos aqui, já que as fichas de
trabalho direccionam as actividades dos alunos.
Fátima Pedrosa 21
Origami e Matemática

DESCOBERTA DAS SEQUÊNCIAS

Público – alvo:
Alunos do oitavo ano.

Objectivos:
Descobrir a noção de sequência.
Identificar os termos de uma sequência.

Material:
Folha de papel.
Ficha de trabalho.

Pré – requisitos:
Conhecer o significado comum da palavra sequência.

Metodologia de trabalho:
Realização da ficha de trabalho, pelos alunos, em conjunto com a
Professora.

FICHA DE TRABALHO
Matemática – 8º Ano

Parte A – Construir uma sequência

1. Comece com uma folha quadrada. Inicialmente tem 1


camada de papel e 0 dobras.
2. Dobre a folha ao meio e conte o número de camadas.
Registe o número.
3. Repita o mesmo procedimento e conte o número de
camadas.

Preencha a seguinte tabela:


Fátima Pedrosa 22
Origami e Matemática

Nº de dobras Nº de camadas

0 1

4. Quantas camadas deve haver após 10 dobragens? E após


15? Explique como chega à conclusão.
5. Escreva uma expressão matemática que determine o
número de camadas, usando o número de dobras.
Verifique se a expressão está correcta.

Parte B – Conclusões
1. Os números 1, 2, 4, 8, 16, 32, … formam uma sequência.
2. O primeiro termo da sequência é 1, o segundo termo é 2, o
terceiro termo é 4, etc…
3. O termo geral da sequência é 2n.

IDENTIFICAR FUNÇÕES INVERSAS

Público – alvo:
Alunos do décimo primeiro ano de Matemática A.

Objectivos:
Descobrir quais as funções que possuem inversa.
Relacionar os domínios e os contradomínios de uma função e da sua
inversa.
Identificar funções cuja inversa é a própria função.

Material:
Folha de papel.
Fátima Pedrosa 23
Origami e Matemática

Ficha de trabalho.
Régua graduada e lápis.

Pré – requisitos:
Conhecer a noção de função.
Conhecimento de que a inversa de uma função é a simétrica da
função em relação à recta y = x .

Metodologia de trabalho:
Organização da turma em grupos de quatro alunos.
Discussão das conclusões em grupo - turma.

FICHA DE TRABALHO
Matemática A – 11º Ano

Parte A
1. Dobre uma folha de papel duas vezes, na horizontal e na
vertical, de forma a criar um sistema de eixos cartesianos.
Identifique o eixo das abcissas e das ordenadas.
2. Dobre cuidadosamente a folha de papel de modo a formar a
recta y = x .
3. Com a régua gradue os eixos coordenados fazendo
corresponder uma unidade a um centímetro.
4. Represente a função y = 2x +1 no plano cartesiano. Classifique-
a quanto à injectividade.
5. Dobre a folha de papel ao longo da linha y = x e encontre a
reflexão de y = 2x +1. Marque a nova linha com uma cor
diferente.
6. Desdobre a folha. Descreva a relação que existe entre a função
original, y = 2x +1 e a sua reflexão ao longo da linha y = x .
7. A imagem de y = 2x +1 é uma função? Justifique.
Fátima Pedrosa 24
Origami e Matemática

Parte B
1. Na folha já se encontra desenhada a função y =1+ 1/x.
Classifique-a quanto à injectividade.
2. Faça a reflexão desta função em relação à recta y = x . Marque
a nova linha a cor diferente.
3. Relacione os domínios e contradomínios das duas funções.
4. A imagem de y =1+ 1/x é uma função? Justifique.

Parte C
1. Repita os passos 1. , 2. e 3. da parte A.
2. Represente a função y = x2 no plano cartesiano.
3. Dobre a folha de papel ao longo da linha y = x e encontre a
reflexão de y = x2 . Marque a nova linha com uma cor diferente.
4. A imagem de y = x2 é uma função? Justifique.

Conclusões:
1. Das três partes, quais das funções têm imagens que são
funções?
2. A inversa de uma função é sempre uma função? Justifique.
3. Que relação existe entre os domínios e contradomínios de uma
função e da sua inversa?
4. Identifique duas funções cuja inversa é a própria função.

CONCLUSÃO
A experiência da professora permite-lhe concluir que os alunos se
sentem muito motivados, trabalham com muito entusiasmo e retiram
mais rapidamente conclusões da matéria em estudo, do que numa
aula teórica em que é a Professora a expor todos os conteúdos.
Esta é uma técnica a implementar, nos Clubes da Matemática e não
só, das respectivas escolas como forma de motivação dos alunos para
a aprendizagem da Matemática.
Fátima Pedrosa 25
Origami e Matemática

Outras experiências a realizar


em sala de aula
Outras experiências a realizar em sala de aula
A partir de uma folha de papel quadrada, podemos obter várias
outras formas geométricas.
Comecemos com alguns rectângulos.

O rectângulo áureo

Um rectângulo áureo, ou rectângulo de ouro, é aquele semelhante ao


mostrado abaixo. Se o dividirmos em um quadrado e um rectângulo,
este terá os seus lados nas mesmas proporções que o rectângulo
inicial, e também será áureo.
Fátima Pedrosa 26
Origami e Matemática

Seja a o comprimento do lado menor do rectângulo, e b o do maior.


Como mostra a figura, o rectângulo obtido após retirar um quadrado
de lado a, tem lados b − a e a. Como eles estão na mesma proporção
que os lados do rectângulo maior, verificamos que

de onde obtemos, isolando b/a,

O lado maior do rectângulo inicial (de comprimento b) fica dividido


em 2 segmentos (de comprimentos a e b − a, respectivamente).
Podemos dizer, então, que o segmento menor está para o segmento
maior, como este está para o segmento total. Essa relação já era bem
conhecida pelos pitagóricos no século VI a.C., designada como
“divisão de um segmento em extrema e média razão”, e a sua
resolução geométrica aparece em Os Elementos de Euclides. No
Renascimento passou a ser chamada de “proporção divina”, numa
obra homónima do matemático Luca Pacioli, ilustrada por Leonardo
Fátima Pedrosa 27
Origami e Matemática

da Vinci. A partir do século XIX e até à actualidade, tornou-se mais


conhecida como “razão de ouro” ou “razão áurea”. A primeira
aparição dessa designação é de 1835, num livro do matemático
bávaro Martin Ohm. A relação é representada normalmente pela
letras gregas ϕ ou Φ.
Argumenta-se que o rectângulo áureo é o mais “belo” visualmente, o
que teria motivado o seu uso em obras arquitectónicas e artísticas,
tal como o Partenon, na Acrópole grega.
Porém, não existe uma clara evidência científica desse facto.
Entretanto, ϕ possui propriedades matemáticas muito interessantes;
por exemplo, é a relação entre o lado de um pentágono regular e sua
diagonal. Lembremos que o símbolo da escola pitagórica era a estrela
de cinco pontas, que é obtida trancando as diagonais de um
pentágono regular. Possivelmente o estudo dessa figura levaria os
pitagóricos ao problema da razão áurea. Usaremos essa propriedade
num capítulo posterior para construir um pentágono regular.
Aqui veremos como construir um rectângulo áureo a partir de uma
folha de papel quadrada.
O seguinte método parece ser o mais eficiente.
Fátima Pedrosa 28
Origami e Matemática

(8) O rectângulo ABCD é áureo

Um bom exercício de geometria é provar que o rectângulo obtido


acima é áureo. Para isso, analisemos o resultado final, conforme a
seguinte figura:
Fátima Pedrosa 29
Origami e Matemática

Queremos determinar a relação entre os lados do rectângulo


resultante, x = AD/DC. Como AD = EC, então x = EC/DC. Pela
semelhança dos triângulos FEC e GDC, sabemos que

e por uma conhecida propriedade das proporções

Para simplificar o cálculo, suponhamos que o quadrado inicial tenha


lados de comprimento 1.
Então, AD = EC = 1, FE = 1/2, e pelo Teorema de Pitágoras, FC =
√FE2 + EC2 = √5/2.
Sabemos, também, que os ângulos α e β são iguais (do passo 4). Os
ângulos β e γ são alternos internos entre as paralelas AD e BC e,
portanto, iguais, o que implica que α = γ.
Consequentemente, AGC é um triângulo isósceles, e AG = GC. Então,
GD + GC = GD +AG = 1.
Fátima Pedrosa 30
Origami e Matemática

Substituindo os valores calculados na fórmula acima para x, obtemos


finalmente

que é a razão áurea.

Hexágono

1. Fazer pequenas marcas para dividir o lado em metades e depois


dobrar, fazendo os pontos tocarem-se.

2. Dobrar para trás.


Fátima Pedrosa 31
Origami e Matemática

3. Cortar ou vincar na indicação.

5. Hexágono regular pronto.


A partir daqui pode-se construir um módulo triangular, para
construção de um icosaedro:
Fátima Pedrosa 32
Origami e Matemática

5. Veja-se o hexágono após o papel ter sido aberto sem ser cortado.
Fazer uma dobra nos vincos indicados.

6. Dobrar ao meio.

7. Uma dobra para frente e outra para trás, nas indicações


destacadas.
Fátima Pedrosa 33
Origami e Matemática

8. colocar as pontas para dentro.

9. Este é o módulo triangular equilátero com encaixes para


montagens.
Fátima Pedrosa 34
Origami e Matemática

10. Ligar os triângulos usando uma folha com ¼ do tamanho da folha


usada para o módulo triangular; dobrar os quatro cantos para o
centro e encaixar metade dentro de cada triângulo.

11. Utilizando 20 módulos pode-se construir o Icosaedro, que nesse


caso é apenas a representação do sólido regular.

Dodecaedro estrelado
Fátima Pedrosa 35
Origami e Matemática

1. Marcar o centro da folha. Depois dobrar os quatro cantos para o


centro e virar o papel.

2. Marcar as bissectrizes e virar o papel.

3. Dobrar uma aba de cada lado para dentro e virar o papel


novamente.
Fátima Pedrosa 36
Origami e Matemática

4. Dobrar como na base do Peixe.

5. Fazer duas dobras encaixando as pontinhas para dentro e


desdobrar duas abas de baixo.

6. Veja-se como encaixar os módulos. Para montar o dodecaedro


estrelado fazer trinta módulos. Vão-se formar pirâmides de base
pentagonal.

7. Pronto!
Fátima Pedrosa 37
Origami e Matemática

Dodecaedro - criação David Brill

O dodecaedro é um dos cinco sólidos regulares conhecidos como


sólidos platónicos, por serem atribuídos a Platão. As suas faces são
pentágonos regulares, com 30 arestas, 12 faces e vinte vértices.
Neste caso, que é feito com papel, não pode ser chamado de sólido
por ser oco. Chama-se então representação do dodecaedro.

O icosaedro, mencionado acima, é outro dos sólidos platónicos. Em


anexo mostra-se a construção do tetraedro, octaedro e hexaedro ou
cubo. Podem assim ser construídos os cinco sólidos platónicos em
origami.

Existem outras maneiras de construir o dodecaedro por origami,


nomeadamente um feito com uma só folha, sendo portanto, um
origami complexo.
Fátima Pedrosa 38
Origami e Matemática

1. Usar papel A4. Depois, dobrar e desdobrar pelos pontos médios


dos lados.

2. Dobrar dois cantos para o centro (A e B sobre O)

3. Dobrar C e D sobre O
Fátima Pedrosa 39
Origami e Matemática

4. Dobrar ao meio, encaixando a ponta a por baixo da ponta b.

5. Veja-se como encaixar, no detalhe.

6. Dobrar, fazendo com que o canto C fique sobre AB. Antes de


dobrar, veja-se a próxima fase.

7. Repetir a fase anterior no lado direito do papel.


Fátima Pedrosa 40
Origami e Matemática

8. Veja-se o pentágono formado. Em seguida, desdobrar as duas


abas.

9. Obtém-se este módulo. Agora só é necessário dobrar mais 11


módulos iguais a este.

10. Começar a encaixar os módulos conforme mostra o desenho.


Encaixar 3 a 3. Esta operação deve ser efectuada quatro vezes.
Fátima Pedrosa 41
Origami e Matemática

11.O desenho mostra nove módulos, encaixados três a três.

12. Encaixar por último o módulo que falta (que também é formado
por três dos anteriores). Caso haja dificuldade, utilizar um
pouco de cola para poder manusear melhor (mas é batota!)

13.Dodecaedro pronto.

Pentágono
Fátima Pedrosa 42
Origami e Matemática

1. Dobrar uma folha quadrada por uma das diagonais. Depois fazer
pequenas marcas parar dividir o lado em metades. Em seguida dobrar
novamente fazendo os círculos tocarem-se.

2. Dobrar para a direita.

3. E para a esquerda na indicação.


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Origami e Matemática

4. Fazer uma marca em ângulo recto.

5. Dobrar para trás.


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Origami e Matemática

6. Cortar na indicação. Essa é a marca feita na fase 4.

7. E aí está, o pentágono regular pronto.

A divisão do ângulo recto (90°) em três ângulos congruentes


1. Marcar a folha dobrando e desdobrando pelos pontos médios.
Formam-se os eixos x y e o ângulo a ser dividido é O.
Fátima Pedrosa 45
Origami e Matemática

2. Desenho ampliado. Fazer duas dobras partindo do vértice O de


tal forma que: O vértice A toca o eixo x. O vértice B toca o eixo
y. Para dividir em 6 ângulos congruentes, basta dobrar AO
sobre Oy e OB sobre Ox.
Fátima Pedrosa 46
Origami e Matemática

3. Centrando o compasso nos quatro vértices do quadrado, raio =


lado.

4. Veja-se a execução da fase anterior. Dobrar e repetir no lado


direito da folha.

Após dividir o ângulo em 3, fica mais fácil dividi-lo em 6. Basta para


isso, dobrar as bissectrizes ou seja, sobrepor os lados dos ângulos.

Como obter duas folhas quadradas a partir do papel de formato


A4.
1. Marcar uma recta partindo dos pontos médios laterais A e C.
Depois, dobrar AB e BC sobre a recta BD.
Fátima Pedrosa 47
Origami e Matemática

2. Cortar o papel na linha tracejada, conforme mostra a figura.


Desdobrar, posteriormente, os triângulos AB e BC.

3. O rectângulo que sobra após o recorte da tira possui medidas 2x1,


ou seja, são dois quadrados iguais ou "quadrados duplos", como é
conhecido.

Agora, cortar o rectângulo ao meio para obter os quadrados de


mesma medida, padrão universal para se produzir um origami mais
Fátima Pedrosa 48
Origami e Matemática

simples.

4. Dois quadrados prontos.

5. Pelo Teorema de Pitágoras, calcular a diagonal desse rectângulo:

Chapéu (recreativo) - em anexo mostra-se o método de


construção de outras figuras, a pedido dos alunos.
Fátima Pedrosa 49
Origami e Matemática

1. Iniciar com um papel quadrado, dobrar em forma de triângulo, e


em seguida, dobrar pelas linhas a tracejado.

2. Dobrar ambas as folhas para cima, pelas linhas a tracejado do


desenho n° 1.

3 e 4. Em seguida, abrir com os dedos pelo meio e, ao mesmo tempo,


apertar a parte de cima de maneira que fique sob forma adequada.
Fechar de seguida.
Fátima Pedrosa 50
Origami e Matemática

4. Conclusão da fase 3.

5. Dobrar para cima, pelas linhas atracejado do desenho n° 4.

6. Para finalizar, com os dedos, puxar as pontas para fora, formando


assim as abas do chapéu procurado

7. O chapéu está pronto.

O origami e o teorema de Pitágoras


Fátima Pedrosa 51
Origami e Matemática

Utilizar uma folha quadrada e seguir as instruções para fazer uma


demonstração simples do Teorema de Pitágoras.

1. Numa folha quadrada, dobrar e desdobrar as duas diagonais e


mediatrizes. Depois, dobrar dois triângulos (cantos) para trás.

2. O triângulo x é um triângulo rectângulo. Após as dobras, foram


construídos dois quadrados sobre os catetos (b e c) desse triângulo.
Antes de dobrar os outros dois cantos para trás, notar que cada
quadrado (amarelo) pode ser decomposto em dois triângulos
exactamente iguais ao triângulo x.

Recortar e transportar esses quatro triângulos (amarelos) para a


hipotenusa (a) do triângulo x. Produz-se um quadrado com os lados
cuja medida é igual à da hipitenusa.
Fátima Pedrosa 52
Origami e Matemática

No caso do origami, evita-se o recorte e, ao dobrar os dois últimos


cantos para trás, produz-se um quadrado de lado igual à hipotenusa
do triângulo x.

Portanto, podemos afirmar que: b2 + c2= a2

Determinação dos ângulos


O origami pode ser utilizado como auxílio no ensino da Geometria,
conforme já vimos. Ao desdobrar a base do pássaro é possível
visualizar a formação de ângulos e rectas.
Fátima Pedrosa 53
Origami e Matemática

Tangram a partir de um quadrado


O tangram é um jogo, e os jogos exercem sempre atracção sobre as
crianças (e não só), facilitando a sua aplicação em sala de aula.

Objectivos:

- Treinar a precisão no acto de dobrar;


- Trabalhar com medidas sem usar instrumentos (aproximação);
- Calcular as áreas das figuras;
- Observar a simetria nas figuras;
- Observar a semelhança entre figuras;
- Construir figuras da imaginação, utilizando os dois conjuntos de
tangrans;
- Decompor o quadrado e o teorema de Pitágoras.

Para propor uma actividade com origami em sala de aula, é


necessário que o professor domine pelos menos as técnicas básicas.
Como isso não é comum, perdem-se boas oportunidades com a
ausência deste excelente recurso didáctico. Quanto custa uma folha
de papel? Dela obtemos um quadrado e, a partir dele, começa a
grande aventura geométrica.

Como conseguir dois tangrans a partir de um quadrado:

Fase 1
1. Vincar (marcar) as duas diagonais do quadrado.
2. Vincar (marcar) a bissectriz do ângulo A.
Fátima Pedrosa 54
Origami e Matemática

3. Dobrar aproximadamente 2 mm acima do ponto de intersecção da


bissectriz com a diagonal (aproximadamente 2/7 da diagonal).

Fase 2

1. Dobrar os outros três cantos, sempre em ângulo recto com as


diagonais, formando um rectângulo.
2. Recortar os quatro triângulos.

Fase 3

1. Dividir o rectângulo em doze quadrados iguais. O lado menor é


dividido em três e o maior, em quatro.
2. Recortar nas linhas tracejadas, conseguindo as dez peças
que, somadas aos quatro triângulos, formarão os dois conjuntos
de tangrans.
Fátima Pedrosa 55
Origami e Matemática

Este é o quadrado sem os recortes, mostrando apenas os vincos. O


tangram é útil nas aulas de matemática, na ilustração de histórias ou
simplesmente para ajudar o aluno a criar as suas próprias figuras.

O tangram é um quebra-cabeças chinês de origem e inventor


desconhecidos, composto por sete peças recortadas a partir de um
quadrado que, quando arranjadas, podem produzir mais de mil peças
diferentes.

Para cada composição, devem ser usadas as sete peças, que não
podem ser sobrepostas.

A proposta aqui é a construção de um tangram por origami para fazer


a demonstração do Teorema de Pitágoras, tendo um triângulo
rectângulo como módulo básico, dobrado a partir de uma folha
quadrada. Dá muito jeito para o 8ºano (e não só), quando o professor
não tem à mão outros recursos.

O tangram por origami


Montagens por Origami - cinco módulos básicos formam os cinco
triângulos
Fátima Pedrosa 56
Origami e Matemática

1. Após dobrar três cantos de uma folha quadrada para o centro,


dobrar ao meio.

2. Abrir e achar. Depois virar o papel e repetir a operação.

3. Dobrar, colocando o triângulo branco para dentro do modelo.


Fátima Pedrosa 57
Origami e Matemática

4. Módulo básico pronto. Em cada lado forma-se uma bolsa que


permite um encaixe.

5. Veja-se como unir os triângulos para formar o quadrado pequeno e o

paralelogramo.
Fátima Pedrosa 58
Origami e Matemática

6. O tangram e os seus cortes (a sua formação dá-se pela união de


partes distintas, em que dois módulos básicos formam o
paralelogramo e devem ser unidos por um papel quadrado com
diagonal igual ao lado do módulo (cateto). Dois módulos básicos
formam o quadrado e devem ser unidos por um papel quadrado com
diagonal igual ao lado do módulo (hipotenusa)).

1. Transportar os dois tangrans para a hipotenusa a fim de


demonstrar a expressão

b2 + c2 = a2 .
Fátima Pedrosa 59
Origami e Matemática

Notas

Uma folha quadrada com 15 cm de lado, dobrada como indicam as


figuras a seguir, gera um triângulo cuja hipotenusa tem 10,5 cm.
Considerando a área desse quadrado, serão necessárias duas folhas
inteiras para os dois triângulos maiores.

Para o triângulo médio, a área do quadrado deve ser metade da folha


inteira, que é obtida dobrando-se os quatro cantos da inteira para o
centro.

Para construir os dois triângulos menores, são necessárias duas


folhas com 1/4 da área da folha inteira.

Para o quadradinho, duas folhas com 1/4 da área da folha inteira,


cujos módulos serão unidos pela diagonal. Para o paralelogramo, duas
folhas com 1/4 da área da folha inteira. Os módulos serão unidos por
um dos catetos.

Fonte: www.eduquenet.net

Como obter o triângulo na proporção 3.4.5 com origami.


Em geral, os lados de um triângulo não são números inteiros.
Fátima Pedrosa 60
Origami e Matemática

Conhecendo o triângulo rectângulo, cujos lados são números inteiros


(3,4,5), multiplicam-se as suas medidas por 2,3,4,5... sucessivamente
e conseguem-se vários triângulos, cujos lados são números inteiros,
semelhantes ao primeiro.

Assim, quando as medidas dos lados de um triângulo rectângulo são


expressas por três números inteiros, esses números são denominados
pitagóricos.

Se a, b e c são inteiros e positivos tais que a² = b² + c², então a, b e c


são números pitagóricos.

Observe-se e tente-se construir o triângulo com lados 3, 4 e 5 por


origami, conforme mostra a receita.

1. Dobrar e desdobrar pelo ponto médio dos lados

2. Dobrar 1/8 de cada lado.


Fátima Pedrosa 61
Origami e Matemática

3. Dobrar ao meio para baixo.

4. Dobrar e desdobrar, dividindo os ângulos rectos em dois.


Depois desdobrar tudo.

5. O triângulo sombreado tem as proporções 3,4, e 5 . Na


verdade temos quatro triângulos congruentes, o que
permite, por dobras, construir um módulo triangular que tem
três encaixes laterais.

Demonstrar o teorema de Pitágoras com módulos


Esta demonstração foi feita por Henri Perigal em 1875, utilizando
tesoura e papel. Traçou à altura do triângulo original uma linha
Fátima Pedrosa 62
Origami e Matemática

paralela à altura e perpendicular à hipotenusa e uma linha paralela à


hipotenusa passando pelo centro do quadrado.

Como todos os polígonos podem ser decompostos em triângulos, fez-


se uma adaptação com módulos triangulares em origami permitindo,
além da demonstração em si, a construção de vários módulos para a
montagem de figuras.

1. O primeiro desenho mostra como Henri Perigal fez os cortes.

2. O segundo desenho mostra como iniciar o primeiro módulo,


dobrando dois cantos de um quadrado para o centro. Para este
módulo, utilizar um quadrado com 16cm de lado e fazer quatro
módulos.

3. No terceiro desenho, dobrar os dois cantos pelas linhas tracejadas


passando-as por dentro.

4. Dobrar as duas pontas para dentro do modelo.

5. O primeiro módulo está pronto.


Fátima Pedrosa 63
Origami e Matemática

Para dobrar o segundo módulo, usar um papel quadrado com 14,6cm


de lado e fazer quatro módulos.

1. Dobrar o quadrado pela diagonal.

2. Fazer uma dobra simultânea para a esquerda e direita.

3. Dobrar o lado maior do triângulo para a direita.

4. Dobrar para a esquerda.

5. Dobrar a ponta de cima para dentro do modelo


Fátima Pedrosa 64
Origami e Matemática

6. O segundo módulo está pronto.

Agora dobra-se o módulo triângulo rectângulo, sobre o qual se fará a


demonstração. (Usar um quadrado com 15cm de lado e fazer um
módulo)

1. Vincar a diagonal e dobrar na bissectriz.


Fátima Pedrosa 65
Origami e Matemática

2. Dobrar o triângulo do canto superior esquerdo para baixo.

3. Agora, dobrar duas vezes o lado direito e encaixar o papel por


baixo do triângulo menor.

4. O triângulo está pronto. Vamos chamá-lo


de módulo A, e sobre os seus catetos e
hipotenusa far-se-à a demonstração com os outros módulos.

Para o último módulo usa-se um quadrado com 12,3cm de lado.


Todas as medidas são aproximadas. Com esse módulo é possível
Fátima Pedrosa 66
Origami e Matemática

montar uma moldura para fotos, encaixando a foto por baixo dos
cantos do quadrado.

1. Dividir o quadrado, por meio de dobras, em 16 quadradinhos.


Depois, dobrar os quatro cantos ao meio, como mostra o desenho.

2. Antes de dobrar, encaixar a foto no quadrado tracejado. Dobrar


bem as pontas para que a foto fique firme.

3. Nesta fase, ao dobrar os cantos para trás, os


cantos da foto encaixada também irão dobrar. Por isso, dobrar bem.
Está pronto! Pode deixar o módulo assim ou deixar dois cantos a 90°
do módulo para que ele fique "em pé".

A. O desenho mostra o triângulo, módulo A, e os quadrados


construídos sobre os seus catetos. O quadrado menor é a moldura. O
Fátima Pedrosa 67
Origami e Matemática

quadrado médio é construído com a união dos oito módulos


triangulares.

B. Ao transpor os módulos à hipotenusa formamos o quadrado maior,


cuja área é igual a soma das áreas dos quadrados menor e médio.

Se ao olhar os desenhos tiver a impressão que os encaixes não são


perfeitos não se assuste. Eles estão mesmo distorcidos. Seguindo as
orientações acima terá certamente melhorado um pouco a sua
coordenação motora, montando uma demonstração do Teorema de
Pitágoras com sua foto ou a de alguém de quem gosta.

Demonstração de que a soma dos ângulos internos de um


triangulo vale 180º.

(Feita pelo meu querido Professor Doutor Augusto Lopes numa aula
de didáctica da matemática em 2007)

1. Recorte-se um papel de modo que se obtenha um triângulo


qualquer. Desde um dos vértices fazer uma primeira cicatriz,
como se indica no desenho.
Fátima Pedrosa 68
Origami e Matemática

Há que lembrar que na simbologia do origami o sinal


significa dobrar na direcção indicada enquanto que o sinal
equivale a dobrar e voltar à posição original, com a única
finalidade de deixar marcado o papel.
2. A seguir levar o vértice B sobre a base do triângulo e os vértices
A e C, ao pé da altura.

3. Dobrar e desdobrar as vezes que seja necessário para se


convencer da igualdade dos ângulos que fica reflectida na
seguinte figura, na qual, além disso, fica provado que a soma
dos três ângulos é 180º, já que formam um ângulo raso.

Demonstração: arctg1+arctg2+arctg3=π
Fátima Pedrosa 69
Origami e Matemática

1. Parte-se de um quadrado e fazem-se as marcas


correspondentes às diagonais e à linha horizontal que divide o
quadrado em duas partes.

2. De seguida faz-se mais um par de pregas, como se indica:

3. Devemos obter um mapa de cicatrizes, como o da figura:


Fátima Pedrosa 70
Origami e Matemática

4. Se nos centrarmos no pequeno triangulo de vértices F,H e D,


devemos lembrar-nos que , num triangulo rectângulo, a
tangente de um ângulo se define como o quociente entre o
cateto oposto e o cateto adjacente ao ângulo considerado.

De acordo com isto, tem-se que:

tgα=ABBD=1 ; tgβ=FIIH=1 ; tgγ=CDEF=2

5. Observemos agora os dois triângulos rectângulos [CGH] e [HIF].


Os ângulos em H são iguais por serem opostos pelo vértice.
Trata-se, portanto, de dois triângulos semelhantes, o que
permite estabelecer a seguinte proporção:

FIIH=GCGH=GDGH
6. No triângulo [CBD] vemos que H é precisamente o baricentro do
mesmo, ou seja, o ponto onde se cortam as três medianas (a
terceira está representada por uma linha tracejada). Como as
Fátima Pedrosa 71
Origami e Matemática

medianas têm a propriedade de se intersectarem a um terço do


seu comprimento, temos que:

GDGH=3 com o que tgβ=3 e, finalmente,

arctg1+arctg2+arctg3=α+β+γ=π
Porque já se demonstrou que a soma dos três ângulos internos de um
triângulo vale 180º.

Conclusão
Conclusão
O uso do origami mostrou ser um recurso didáctico motivador do
interesse dos alunos e, principalmente, um recurso que propicia o
desenvolvimento do espírito investigativo, colaborando para o ensino-
aprendizagem da matemática.
Por meio das actividades desafiadoras com origami, observa-se que
os alunos desenvolvem autonomia no fazer e no pensar, uma vez que
Fátima Pedrosa 72
Origami e Matemática

buscam, inicialmente, recursos próprios para solução dos desafios e,


posteriormente, agregam novos conhecimentos e habilidades que são
compartilhadas com o grupo durante a construção das peças. Nesse
fazer activo e compartilhado os alunos além de desenvolverem
autoconfiança, iniciativa e ousadia necessárias à aprendizagem,
principalmente objectiva a formação da cidadania, no exercício do
trabalho em equipa, necessário à aprendizagem do pensar colectivo.
As observações feitas pela professora em salas de aula de diversas
escolas, permitiram detectar que durante a construção das peças
houve um ganho significativo nos aspectos de organização do
pensamento lógico e do desenvolvimento das ideias geométricas,
além de atitudes positivas em relação ao desejo de aprender, de
maneira autónoma e investigativa.
É também necessário usar bom senso em todas as actividades. Esta
será de implementar, mas com um número limitado de aulas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bibliografia

1. Kawano, C. A Matemática do Origami. Editora Globo

S.A.
Fátima Pedrosa 73
Origami e Matemática

2. Imenes, L. M. Vivendo a Matemática - Geometria das

dobraduras. Editora Scipione. 1988.


3. Row, T.S. Geometric Exercises in Paper Folding. New

York: Dover, 1966.


4. Providência, Natália Bebiano da, et al; EXPERIÊNCIAS
MATEMÁTICAS…com origami; Projecto δelfos; Coimbra; ano
2006;

Locais da Internet
• Motor de busca sapo; página da Internet de endereço
• http://origami.paginas.sapo.pt/, [Fevereiro de 2008].
• Enciclopédia livre on-line Wikipédia; página da Internet de
endereço
• http://pt.wikipédia.org/wiki/Origami, [Fevereiro de 2008].
• http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT516776-
2680,00.html

Anexos
Fátima Pedrosa 74
Origami e Matemática

Anexos
Em “workshops” que tenho realizado, a minha principal preocupação
é a construção de sólidos geométricos, nomeadamente os sólidos
Platónicos.

No entanto, os alunos pedem sempre mais e gostam imenso da


construção destas e de outras figuras. Para grande admiração minha,
os alunos com necessidades educativas especiais são os mais
aficionados, e acham sempre que estiveram muito pouco tempo com
origami.

Para isso, junto uma colecção que fiz, para poder ser utilizada de
forma recreativa e pedagógica.
Fátima Pedrosa 75
Origami e Matemática

Origami
origami
Há alguns símbolos que são usados para indicar os movimentos
e dobragens que se pretende fazer para construir o origami
pretendido.
Fátima Pedrosa 76
Origami e Matemática

Copo de papel
Copo de papel
Sabias que é possível construir um copo de papel capaz de reter água?

Para isso basta uma folha de papel A4 .

Segue as instruções:
Fátima Pedrosa 77
Origami e Matemática

Base Kabuto
Base kabuto
1. Pegue num quadrado e marque uma das suas diagonais e as duas
medianas

2. Dobre pela diagonal e una a ponta esquerda com o vértice inferior.

3. Una a ponta direita com o vértice inferior.

Acabou de construir a base Kabuto que lhe vai permitir construir


outras peças.
Fátima Pedrosa 78
Origami e Matemática

Chapéu de samurai
Chapéu de samurai
1. Pegue num quadrado e construa a base kabuto

2. Puxe os vértices inferiores do triângulo para cima e


vinque pelas respectivas alturas, como se vê na
figura.

3. Faça as dobragens seguintes

4. Pegue no triângulo inferior e dobre-o por onde indica a


figura

5. Faça uma pequena dobra, de modo a obter a figura


abaixo

6. Pegue no triângulo inferior que lhe resta e dobre-o


para o interior do chapéu de samurai

7. O chapéu de samurai está pronto!


Fátima Pedrosa 79
Origami e Matemática
Fátima Pedrosa 80
Origami e Matemática

Peixe
Peixe
1. Pegue num quadrado e construa o chapéu de samurai até ao
passo 5.
2. O triângulo inferior que dobrou para o interior, no chapéu de samurai,
dobre-o agora para o exterior, como mostra a figura.

3. Abra e espalme a peça para obter um quadrado.

4. Corte 2/3 de cada um dos lados do quadrado

5. Faça uma pequena dobra no canto inferior direito e puxe o canto


superior direito para fora de modo a obter um peixe.
Fátima Pedrosa 81
Origami e Matemática

Origami modular
Origami modular
Símbolos gráficos
Fátima Pedrosa 82
Origami e Matemática

http:://www.nihonsite.com/orig/simb1_index.cfm

Peça unitária para construir


sólidos
Peça unitária para construir sólidos
1. Com uma folha de papel quadrada, dobrar ao meio e desdobrar

2. Voltar a folha e dobrar ao meio cada um dos rectângulos. Desdobrar


de modo a obter a figura seguinte:

3. Dobrar como mostra o esquema:


Fátima Pedrosa 83
Origami e Matemática

4. Voltar a dobrar, conforme o esquema abaixo, obtendo-se uma peça


unitária.

Cubo
cubo

Serão necessários 6 módulos como o


representado acima, que serão encaixados uns aos outros.

Observar que todos os módulos deverão estar no mesmo sentido, ou


seja, que o trapézio esteja na mesma inclinação e tamanho em todos
os 6 módulos antes de encaixá-los.
Fátima Pedrosa 84
Origami e Matemática

Hexaedro triangular
Hexaedro triangular
Iremos fazer peças com 3, 12 ou 30 módulos, que serão encaixados uns aos
outros. Para conseguirmos que os módulos se encaixem da maneira
desejada, teremos de adicionar duas dobras aos módulos já existentes.
Chamaremos este módulo a partir de agora de Módulo A e as laterais deste,
H.
Fátima Pedrosa 85
Origami e Matemática

Sempre observando se todos os módulos estão no mesmo sentido antes de


começarmos a encaixa-los.

Encaixe com 3 módulos

Neste modelo utilizaremos encaixes piramidais.

Octaedro estrelado
Octaedro estrelado
Para fazer esta construção vão ser necessárias 12 peças unitárias
exactamente iguais, de 3 cores diferentes.
Fátima Pedrosa 86
Origami e Matemática

Neste modelo utilizaremos encaixes piramidais e encaixes


quadrados.

Encaixe com 30 módulos

Neste modelo utilizaremos encaixes quadrados e encaixes


pentagonais.
Fátima Pedrosa 87
Origami e Matemática

Fonte das imagens: KASAHARA, Kunihiko e TAKAHAMA Toshie Origami for


the Connoisseur -- ed: Japan Publications Inc. Tóquio, 6ºed. 1998. p. 46, 47.

Tetraedro
Fátima Pedrosa 88
Origami e Matemática

tetraedro
Fátima Pedrosa 89
Origami e Matemática

Octaedro
Octaedro

Flor
Fátima Pedrosa 90
Origami e Matemática

Flor

This design was folded by a barman in Cyprus!


Diagrams D. Brill © BOS2000

Teorema de Kawazaki
Teorema de Kawazaki
Fátima Pedrosa 91
Origami e Matemática

A theorem giving a criterion for an origami construction to be flat. Kawasaki's theorem states that a given

crease pattern can be folded to a flat origami iff all the sequences of angles , ..., surrounding each

(interior) vertex fulfil the following condition

Note that the number of angles is always even; each of them corresponds to a layer of the folded sheet.

The rule evidently applies to the case of a rectangular sheet of paper folded twice, where the crease

pattern is formed by the bisectors. But there are many more interesting examples where the above

property can be checked (see, for example, the crane origami in the above figure).

Óculos de sol
Fátima Pedrosa 92
Origami e Matemática

Óculos de sol
Fátima Pedrosa 93
Origami e Matemática

Dobragem em rectângulo
Miura-Ori por raiz quadrada de
dois
Dobragem por raiz quadrada de dois
Imagine-se um papel sem espessura. Pode dobrar-se mais de cem vezes
(pode mesmo ser um milhão de vezes); este plano imaginário tem de ter um
ponto em teoria.

Os mapas são em geral dobrados na horizontal e na vertical. Um por um.


Mas será que existe um modo de dobragem de forma que ao mesmo tempo

se dobre na horizontal e na vertical? Miura-ori é a resposta.

Gostaria de mostrar o modo de dobragem por um rectângulo √2.


Fátima Pedrosa 94
Origami e Matemática

Reference: Monthly magazine "Origami" NO.194


By Nippon Origami Association

Ângulos de 450 e 900


Ângulos de 45º e 90º
Fátima Pedrosa 95
Origami e Matemática

Ângulos de 300 e 600


Ângulos de 30º e 60º

Obtenção dos mesmos ângulos, a partir do meio da folha:


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Origami e Matemática
Fátima Pedrosa 97
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Íris
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O sapo que salta


O sapo que salta
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Outros origamis recreativos


Fátima Pedrosa 100
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