Educação a Distância
Caderno de Estudos
GEOMETRIA DESCRITIVA
UNIASSELVI
2008
NEAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Elaboração:
Prof. André Marcelo Santos de Souza
Prof. Saulo Vargas
516.6
S729g Souza, André Marcelo Santos de
Geometria descritiva / André Marcelo Santos de Souza e Saulo
Vargas. Indaial : Uniasselvi, 2008.
131 p. : il
1.Geometria descritiva.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
APRESENTAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a),
Para facilitar a compreensão do aluno leitor, organizamos este caderno em três unidades
de estudo, obedecendo a um critério de conhecimentos. Tentamos, com isso, fazer com que o
aluno tenha o conceito teórico dos temas antes de aplicá-lo. Para um melhor desenvolvimento
das habilidades práticas e teóricas, projetamos este caderno levando em conta que cada aluno
disponha de, pelo menos, uma régua, um compasso e dois esquadros (30° e 45º), bem como
folhas A4 e lápis 6B para desenho.
Com isso, este caderno proporcionará um apoio pedagógico para você iniciar seus
conhecimentos no mundo geométrico das projeções.
UNI
GEOMETRIA DESCRITIVA iv
SUMÁRIO
GEOMETRIA DESCRITIVA v
LEITURA COMPLEMENTAR.......................................................................................... 39
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................. 41
AUTO-ATIVIDADES......................................................................................................... 42
AVALIAÇÃO SOMATIVA................................................................................................. 44
TÓPICO 1: PROJEÇÕES................................................................................................ 47
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 47
2 O QUE É PROJEÇÃO................................................................................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................. 50
AUTO-ATIVIDADE........................................................................................................... 51
GEOMETRIA DESCRITIVA vi
NA ÉPURA.................................................................................................. 83
INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS DA
GEOMETRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
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I
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V
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UNIDADE 1
TÓPICO 1
DEFINIÇÕES E PROPOSIÇÕES
FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA
1 INTRODUÇÃO
Segundo Ardevan Machado (1973, p.11), “a Geometria Descritiva tem por finalidade
representar no plano as figuras do espaço, de modo a podermos, com o auxílio da Geometria
Plana, estudar suas propriedades e resolver os problemas relativos às mesmas”.
Esse tópico tem como principal objetivo proporcionar a você o entendimento de como
funciona a construção dos conceitos e das idéias da geometria. Busca também introduzir você
aos conceitos e idéias fundamentais que regem a Geometria.
Apesar de teórica essa parte é muitíssimo importante para o aluno, caso a compreensão
não se dê por completo nesse tópico, todo o aprendizado futuro ficará comprometido.
G
E
O
M
E
2 DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS
T
R
I
Geometria: estuda figuras (objetos) através das propriedades dos seus elementos,
A
definindo, caracterizando e padronizando suas formas e dimensões.
D
E
Formas Geométricas: formas específicas usadas para estudo de todas as figuras em S
geometria C
R
I
Veja alguns exemplos de formas geométricas que provavelmente você deve já deve T
I
ter estudado. V
A
4 TÓPICO 1 UNIDADE 1
FIGURA 1: POLÍGONOS
FONTE: AUTOR
IMPO
RTAN
TE!
As formas geométricas estão presentes em vários elementos do nosso
mundo. Basta que você olhe atentamente ao seu redor. Pare um minuto
e conte quantas formas geométricas tem ao seu redor.
Teorema: é uma proposição “mais elaborada”, e que não é tão trivial ao entendimento.
Esta proposição só é tida como verdadeira se houver uma demonstração matemática que a
comprove.
Problema: é uma proposição que exige solução, a qual deve ser obtida através de
G
E
aplicações de preposições específicas (postulados, teoremas e corolários).
O
M
Forma: quando comparamos a aparência de algo com outro objeto qualquer, estamos
E
T avaliando a forma dos dois elementos. Por exemplo, se dizemos que uma determinada melancia
R se parece com uma bola de futebol, estamos querendo dizer que as formas de ambas são
I
A parecidas.
D
E Dimensão: ao classificarmos objetos pelo tamanho, estamos avaliando a dimensão
S (altura) dos mesmos. Por exemplo, determinado cachorro é maior (dimensão: altura) que o outro.
C
R
I OBS: No espaço tridimensional, todos os objetos têm três dimensões: altura, largura
T
I e espessura.
V
A Ponto: é o mais simples dos elementos e o que dá suporte a todas as outras idéias.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
Entendê-lo é a parte mais importante e o suficiente para que possamos entender toda a
geometria. Não existe definição para ponto, pois é um ente primitivo da Matemática, uma
idéia que todo ser humano é capaz de compreender sem explicação. Mesmo assim, “o fato
de ponto, reta, plano e espaço serem noções primitivas da Geometria não significa que não
se possa reforçar a intuição do aluno a respeito dessas noções”. (ELON et al, 2004, p. 164).
O trajeto feito por um beija-flor ao beber o néctar das flores nos dá a idéia de linha.
Reta: se a distância entre dois pontos quaisquer de uma linha é a menor possível,
então essa linha é chamada de reta. Para indicar uma reta, utilizamos uma letra minúscula do
nosso alfabeto:
FIGURA 2: RETA
FONTE: AUTOR
Segmento de reta: Dados dois pontos distintos de uma reta qualquer, o trecho entre os
dois pontos é denominado segmento de reta. Para indicar um segmento de reta, utilizamos as
letras da extremidade.
G
E
O
M
E
FIGURA 3: SEGMENTO AB T
FONTE: AUTOR R
I
A
A parte da reta contida na intersecção de duas paredes nos dá a idéia de segmento
de reta. D
E
S
Se dois segmentos têm a mesma medida. Eles são chamados de segmentos C
congruentes. E indicamos por AB ≅ CD. R
I
T
I
V
A
6 TÓPICO 1 UNIDADE 1
Semi-reta: um ponto A qualquer de uma reta a divide em duas partes, que são chamadas
de semi-retas. Conseqüentemente, podemos dizer que uma semi-reta tem começo (no ponto
que divide a reta), mas não tem fim. Para indicar uma semi-reta, basta considerar um ponto
em cada uma das partes. Para determinar a direção da semi-reta referida, colocar uma flecha
acima do ponto A e do ponto considerado.
→ →
FIGURA 4: SEMI-RETA
FONTE: AUTOR
Plano: é a região formada pelo deslocamento de uma reta por uma única direção. Para
indicar um plano, ou parte dele, utilizamos uma letra do alfabeto grego: α (alfa), β (beta), γ
(gama),...
FIGURA 5: PLANO
FONTE: AUTOR
3 PROPOSIÇÕES
Def1: Três ou mais pontos são ditos colineares quando pertencem a uma mesma reta.
A
B
C
Para entender essa proposição, basta imaginar três pontos distintos e não colineares em
uma mesa de cozinha. Por esses três pontos, podemos desenhar três retas distintas, tomando
os pontos dois a dois. Usamos essas retas como direção de deslocamento e, com uma régua,
desenhamos inúmeros segmentos de reta por toda a extensão dessas três direções. Quando
desenharmos “todas” os segmentos de reta, verificaremos que a mesa ficará toda preenchida
e, além disso, não há como desenharmos segmentos de reta fora da mesa. Concluiremos,
então, que os três pontos iniciais foram suficientes para “construirmos” a superfície da mesa,
o que é a nossa proposição inicial.
UNI
D
E
S
C
R
I
T
FIGURA 7: TRÊS PONTOS FORMAM UM PLANO I
V
FONTE: AUTOR
A
8 TÓPICO 1 UNIDADE 1
Def2: Duas ou mais retas são ditas coplanares quando pertencem a um mesmo plano.
!
ROS
SF UTU
EST UDO
Def4: Duas retas concorrentes são perpendiculares quando formam entre si ângulos
de 90 .
o
G
E
O
M
E
T FIGURA 10: RETAS PERPENDICULARES
R FONTE: AUTOR
I
A Quando r é perpendicular a s, indicamos por: r ⊥ s.
D
Def5: Duas retas distintas são paralelas quando têm a mesma direção.
E
S
C
R
I
T
I
V FIGURA 11: RETAS PARALELAS
A FONTE: AUTOR
UNIDADE 1 TÓPICO 1 9
As retas r e s têm a mesma direção, ou seja, não possuem pontos em comum. Então,
dizemos que r e s são retas paralelas e indicamos r // s.
Def6: Duas retas são reversas quando não existe um plano que contenha as duas ao
mesmo tempo.
Para medir o ângulo formado por duas retas reversas, basta tomar um ponto A qualquer
de da reta r e traçar por esse ponto uma nova reta t paralela à reta s. Agora, é só medir o
ângulo entre a reta r e t.
G
E
O
M
E
T
FIGURA13: ÂNGULOS DE REVERSAS R
FONTE: AUTOR I
A
Se o ângulo formado por duas retas reversas for reto, podemos chamá-las de retas
ORTOGONAIS, caso contrário, chamamos de retas OBLÍQUAS. D
E
S
TE!
IMPO
RTAN C
R
I
T
I
No próximo tópico, você estudará os principais tipos de ângulos. V
A
10 TÓPICO 1 UNIDADE 1
P6: Duas retas concorrentes determinam um plano.
P7: Dois planos distintos determinam uma reta a qual pertence aos dois. (Esta reta
pode ser imprópria).
P8: Três planos distintos, que não contêm uma mesma reta em comum, determinam
um ponto em comum. (Este ponto pode ser impróprio)
P9: Uma reta e um ponto que não lhe pertence determinam um plano.
P10: Uma reta pertence a um plano, quando pelo menos dois de seus pontos pertencem
ao plano.
P11: Duas retas coplanares determinam um ponto comum. (Esse ponto pode ser
impróprio)
4 ELEMENTOS IMPRÓPRIOS
É sabido que duas retas paralelas não terão pontos em comum. Porém, ao olharmos
os trilhos de uma estrada de ferro, mesmo sabendo que eles nunca se tocarão, temos a nítida
impressão que eles se encontram no “horizonte”. Com isso, temos a idéia de um “ponto de
encontro”. Esse ponto é chamado de ponto impróprio.
Podemos estender a idéia para planos paralelos que, no infinito “se encontrarão”,
formando uma reta imprópria. Imagine as paredes laterais de um grande corredor. Temos a
impressão que elas se encontrarão no horizonte, formando uma reta imprópria.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 1 11
RESUMO DO TÓPICO 1
Definições
fundamentais:
Geometria, Forma Geométrica, Proposições Geométricas. Postulados, Teorema, Corolário,
Problema, Forma, dimensão, Linha, Reta, Segmento de Reta, Semi-reta, Plano, Retas
Paralelas, Retas concorrentes e Retas Perpendiculares, Retas Reversas, Pontos Colineares,
Retas Coplanares.
Proposições
importantes:
Há um número infinito de pontos, retas e planos.
Um ponto pertence a um número infinito de retas e planos.
Uma reta contém infinitos pontos e pertence a infinitos planos.
Um plano contém um número infinito de pontos e retas.
Duas retas concorrentes determinam um plano.
Dois planos distintos determinam uma reta a qual pertence aos dois. (esta reta pode ser
imprópria)
Três planos distintos, que não contêm uma mesma reta em comum, determinam um ponto
em comum. (este ponto pode ser impróprio)
Uma reta e um ponto que não lhe pertence determinam um plano.
Uma reta pertence a um plano, quando pelo menos dois de seus pontos pertencem ao plano.
Duas retas coplanares determinam um ponto comum. (esse ponto pode ser impróprio)
G
Elementos impróprios: “algo que não existe, mas nossos olhos vêem”. E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
12 TÓPICO 1 UNIDADE 1
IDADE
ATIV
AUTO
1 Utilize as palavras ponto, reta ou plano, e escreva a idéia que você tem quando vê:
a) um campo de futsal.
b) a marca de um lápis numa folha de papel.
c) um fio da rede elétrica bem esticado.
d) a porta da sua sala de aula.
e) as linhas divisórias de uma quadra de basquete.
f) uma estrela no céu.
TÓPICO 2
CONSTRUÇÕES DE ÂNGULOS
COM COMPASSO
1 INTRODUÇÃO
Neste Tópico, você, caro(a) acadêmico(a) poderá familiarizar-se com o uso do compasso.
Construiremos, passo a passo, os ângulos mais simples, veremos como dividi-los ao meio,
permitindo, assim, a construção de vários outros.
Aproveitaremos também para definirmos o que é ângulo agudo, obtuso, reto e raso,
bem como o que são ângulos complementares e suplementares.
2 DEFINIÇÃO ÂNGULO
Duas semi-retas, de mesma origem, formam duas regiões a que chamamos de ângulo. G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
FIGURA 14: ÂNGULO E
FONTE: AUTOR S
C
• O ponto O é o vértice do ângulo. R
I
T
• As semi-retas e são os lados do ângulo. I
V
A
14 TÓPICO 2 UNIDADE 1
ÇÃO!
ATEN
G
E
2.1.2 Ângulo Agudo
O
M
E Todo ângulo menor que 90º.
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I FIGURA 16: ÂNGULO AGUDO
V
FONTE: AUTOR
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 15
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
16 TÓPICO 2 UNIDADE 1
IMPO
RTAN
TE!
Quando as duas semi-retas coincidem, podemos ter, também, um ângulo nulo.
G
E 2.3 ÂNGULO SUPLEMENTAR
O
M
E Dizemos que um ângulo α é suplementar de um ângulo β, quando α + β = 180º. Em
T
R outras palavras, será suplementar de um ângulo à medida que falta para completar 180º.
I
A
D
E
S
C
R
I FIGURA 22: ÂNGULO SUPLEMENTAR
T FONTE: AUTOR
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 17
Observe os seguintes exemplos:
Resolução:
A figura acima representa um ângulo reto, cuja medida é de 90o.
Resolução:
Indicando a medida desse ângulo por x, a medida do complemento do ângulo será
indicada por 180o – x.
D
E
S
C
R
3 CONSTRUÇÕES DE ÂNGULOS DE 60º E 120º
I
T
São os ângulos mais simples que temos para construir, com exceção óbvia do 180º I
V
(ângulo raso) e do 360º. A
18 TÓPICO 2 UNIDADE 1
IMPO
RTAN
TE!
Repita cada passo numa folha para você internalizar o processo.
2º passo: Colocar a ponta seca do compasso no ponto inicial, construir uma meia lua,
e marcar
D
E
S FIGURA 25: 3º PASSO PARA 60º
C FONTE: AUTOR
R
I 4º passo: Marque um ponto na intersecção da marca feita com o compasso e a meia
T lua, depois trace uma semi-reta que inicie no ponto inicial e passe por esse ponto.
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 19
Se quisermos construir 120º no lado direito, basta fazer o 60º no lado esquerdo.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
FIGURA 28: ÂNGULO DE 120 º - DIREITA
FONTE : AUTOR D
E
S
C
4 BISSETRIZ R
I
T
É denominada bissetriz de um ângulo qualquer a semi-reta que divide esse ângulo em I
V
dois ângulos congruentes.
A
20 TÓPICO 2 UNIDADE 1
ÇÃO!
ATEN
Sejam duas semi-retas com ponto inicial O e com um ângulo qualquer entre elas.
G
E
O FIGURA 30: PASSO 0 PARA BISSETRIZ
M FONTE: AUTOR
E
T 1º passo: Colocamos a ponta seca do compasso no ponto inicial e fazemos marcas nas
R duas semi-retas. A abertura do compasso tem que permanecer a mesma para as duas marcas.
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I FIGURA 31: 1° PASSO PARA BISSETRIZ
V FONTE: AUTOR
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 21
2º passo: Marcamos pontos de intersecções P1 e P2 entre as marcas feitas com o
compasso e as semi-retas.
3º passo: Arrumamos o compasso com uma abertura maior que a metade da distância
entre P1 e P2. Colocamos a ponta seca em P1 e fazemos uma marca entre as semi-retas.
Repetimos o procedimento com a ponta seca em P2. Essas marcas têm que ser feitas de tal
forma que haja ponto em comum entre elas.
4º passo: Marcar um ponto na intersecção P das duas marcas feitas no passo anterior.
Traçar uma semi-reta com início em O e que passe por P. Essa semi-reta é a bissetriz do
ângulo dado.
G
E
O
M
E
T
R
FIGURA 34: 4° passo para bissetirz I
FONTE: AUTOR A
D
ÇÃO! E
ATEN S
C
R
I
T
Se você repetiu cada passo numa folha, PARABÉNS. Se não, repita
I
todo o processo para um melhor entendimento.
V
A
22 TÓPICO 2 UNIDADE 1
Esses ângulos são muito usados, e veremos que, a partir da idéia de obtenção destes
ângulos, poderemos construir vários outros.
G
E
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M
E
T
R
I
A
FIGURA 36: 2° PASSO PARA 90°
D
E
FONTE: AUTOR
S
Pronto, a bissetriz marca um ângulo de 90º.
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 23
IMPO
RTAN
TE!
Construa, numa folha, os ângulos de 15o, 45o e 75o e mostre o que você
aprendeu.
6 TRANSPOSIÇÃO DE ÂNGULO
Muitas vezes não sabemos a medida de um ângulo e precisamos transpô-lo sobre uma
reta qualquer. Veremos, agora, como isso é feito.
IMPO
RTAN
T E!
Não esqueça de repetir cada passo do processo numa folha para
facilitar o entendimento.
Considere o ângulo BÔA, que iremos transpor para sobre uma reta. G
E
O
M
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I
A
D
FIGURA 37: ÂNGULO PARA TRANSPOR E
FONTE: AUTOR S
C
1º passo: Desenhe uma reta qualquer e marque um ponto O’ sobre a mesma. R
I
T
I
FIGURA 38: 1° PASSO PARA TRANSPOR V
FONTE: AUTOR A
24 TÓPICO 2 UNIDADE 1
2º passo: Abra o compasso na medida OA, e trace um arco com essa medida, colocando
a ponta seca sobre O’. Na intersecção desse arco com a reta, marque o ponto A’.
3º passo: Abra o compasso na medida AB, e trace um arco com essa medida, colocando
a ponta seca sobre A’, cortando o arco anterior. Na intersecção dos arcos, marque o ponto B’.
4º passo: Trace uma semi-reta com origem O’ e que passe por B’.
G
E
O
M
E
T
R
I
A FIGURA 41: 4° PASSO PARA TRANSPOR
FONTE: AUTOR
D
E
Pronto, o ângulo B’Ô’A’ é a transposição do ângulo BÔA
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 25
RESUMO DO TÓPICO 2
Dois ângulos são complementares quando a soma de suas medidas for igual a 90o.
Dois ângulos são suplementares quando a soma de suas medidas for igual a 180o.
Como construir os principais ângulos: 15o, 30o, 45o, 60o, 75o, 90o, 120o.
G
Bissetriz de um ângulo qualquer é a semi-reta que divide esse ângulo em dois ângulos E
O
congruentes. M
E
T
Como construir a bissetriz de um ângulo utilizando apenas régua e compasso. R
I
A
Transposição de ângulos usando apenas régua e compasso.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
26 TÓPICO 2 UNIDADE 1
IDADE
ATIV
AUTO
Para que você, caro(a) acadêmico(a), possa melhor fixar o conteúdo, procure
responder as seguintes auto-atividades.
a) raso
b) agudo
c) reto
d) obtuso
G
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O
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T
R
I
A
D
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S
C
R
I
T
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V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 27
c) 45º d) 75o
e) 105o f) 135o
G
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M
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T
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I
A
D
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S
C
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V
A
28 TÓPICO 2 UNIDADE 1
G
E
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T
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A
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S
C
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I
T
I
V
A
UNIDADE 1
TÓPICO 3
CONSTRUÇÃO DE MEDIATRIZ,
RETAS PARALELAS E RETAS
PERPENDICULARES.
1 INTRODUÇÃO
Reservamos este espaço para que o aluno aprenda a construir retas paralelas e
perpendiculares, bem como consiga definir e construir a mediatriz de um segmento.
2 RETAS PARALELAS
Já vimos, no Tópico 1, a definição de retas paralelas. Vimos também que duas retas
paralelas “geram” um ponto impróprio (que é “o ponto de encontro” das retas no infinito). Agora,
vamos aprender como construir retas paralelas a uma reta r qualquer. G
E
O
TE!
RTAN M
IMPO
E
T
R
I
Não esqueça de repetir cada passo do processo numa folha para A
facilitar o entendimento.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
30 TÓPICO 3 UNIDADE 1
Veja:
______________________________________ r
D
E
S
C
R
I
T
I
V FIGURA 45: 3° PASSO PARA O PARALELISMO
A FONTE: AUTOR
UNIDADE 1 TÓPICO 3 31
4º passo: Sem mexer no esquadro 1, tire o esquadro 2 e trace uma reta s paralela a r.
Notação de paralelismo: r // s.
Podemos colocar essa reta s em qualquer lugar. Basta “levá-la” com os esquadros
apoiando o que irá se deslocar no outro fixo repetidas vezes.
ÇÃO!
ATEN
3 RETAS PERPENDICULARES
D
E
S
C
R
I
T
FIGURA 47: 1° PASSO PARA PERPENDICULARISMO I
FONTE: AUTOR V
A
32 TÓPICO 3 UNIDADE 1
G
E
O
M
FIGURA 49: 3° PASSO PARA PERPENDICULARISMO
E FONTE: AUTOR
T
R
I
A
D
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S
C
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T
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 33
ÇÃO!
ATEN
Se você repetiu cada passo numa folha, PARABÉNS. Se não, repita todo
o processo para um melhor entendimento.
4 MEDIATRIZ
Dado um segmento de reta AB, mediatriz será a reta que divide o segmento de reta
AB em duas partes congruentes. Em outras palavras, é a reta que passa no meio de AB. Ou
ainda, “a mediatriz de um segmento AB é a reta m perpendicular à AB, passando pelo ponto
médio M desse segmento”. (RUBIÓ, 2005, p.200)
G
Veremos como construir a mediatriz de um dado segmento AB: E
O
1º passo: Faça um segmento AB
M
E
T
R
FIGURA 51: 1° PASSO PARA MEDIATRIZ I
FONTE: AUTOR A
2º passo: Abrir o compasso com uma medida maior que a metade do segmento AB. D
E
Colocar a ponta seca em A e construir um arco (marcação longa) que intercepte o segmento S
AB, como abaixo: C
R
I
T
I
V
A
34 TÓPICO 3 UNIDADE 1
4º passo: Passar uma reta sobre os dois pontos de intersecções P1 e P2, obtidos através
das marcações feitas nos dois passos anteriores.
G
E
O
M
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T
R
I
A
D
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S
C
R
I
T
I
V FIGURA 54: 4° PASSO DA MEDIATRIZ
A FONTE: AUTOR
UNIDADE 1 TÓPICO 3 35
5 TRANSPOSIÇÃO DE IMAGEM
Para reproduzir essa figura, precisamos usar todos os conteúdos vistos até aqui, além,
é claro, de uma boa criatividade.
IMPO
RTAN
TE!
Não esqueça de repetir cada passo do processo numa folha para facilitar
o entendimento.
G
E
1º passo: Representar os vértices da figura por letras maiúsculas. O
M
E
T
R
I
A
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FIGURA 56: 1° PASSO – TRANSPOR IMAGEM E
S
FONTE: AUTOR
C
2º passo: Traçar um segmento de medida O’E’. Para isso, basta abrir o compasso na R
I
medida OE e marcar esse comprimento sobre uma reta suporte. T
I
V
A
36 TÓPICO 3 UNIDADE 1
3º passo: Faça uma reta perpendicular a O’E’ que passe pelo ponto O’. Veja no item 3
(retas perpendiculares) como se faz.
D
E
S
C
R
I
T
I FIGURA 60: 5° PASSO – TRANSPOR IMAGEM
V FONTE: AUTOR
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 37
6º passo: Trace uma reta paralela a O’A’ passando por E’. Veja no item 2 (retas paralelas)
como se faz. Marque o ponto U’ na intersecção das duas últimas retas traçadas.
7º passo: Abra o compasso na medida AB e, com a ponta seca em A’, trace um arco.
G
E
O
M
E
FIGURA 63: 7° PASSO – TRANSPOR IMAGEM T
FONTE: AUTOR R
I
8º passo: Abra o compasso na medida OB e, com a ponta seca em O’, trace um arco. A
Na intersecção desses arcos, marque o ponto B’.
D
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I
V
A
38 TÓPICO 3 UNIDADE 1
10º passo: Traçar um segmento de reta entre: O’ e B’, A’ e B’, B’ e C’, E’ e C’, U’ e C’.
G
E
O
M
E FIGURA 66: 10° PASSO – TRANSPOR IMAGEM
T FONTE: AUTOR
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 39
NOT
A!
O compasso e a régua (sem escala) são conhecidos como instrumentos
euclidianos, pois os postulados dos Elementos de Euclides restringem o
uso da régua e do compasso de acordo com as regras:
- com a régua permite-se traçar uma reta de comprimento indefinido,
passando por dois pontos distintos dados.
- com o compasso, permite-se traçar uma circunferência com centro
num ponto dado, passando por um segundo ponto qualquer dado.
O traçado de construções geométricas com régua e compasso
mostrou-se ser um dos jogos mais fascinantes e absorventes jamais
inventados. (EVES, 2004, p. 134)
LEITURA COMPLEMENTAR
Howard Eves
Compasso ou Régua Apenas?
todas as construções podem ser levadas a efeito mas, curiosamente, contando-se com uma
circunferência e seu centro traçados no plano de construção, a régua se torna suficiente para
essas construções. Esse teorema foi concebido por Poncelet em 1822 e, mais tarde, em 1833,
desenvolvido plenamente pelo gênio do geômetra suíço-alemão Jacob Steiner (1796-1863).
O que se precisa mostrar agora é que, contando-se com a circunferência e seu centro, as
construções (1) e (2) podem ser efetuadas com a régua apenas, entendendo-se que uma
circunferência fica dada pelo seu centro e um de seus pontos.
Por volta do ano 980, o matemático árabe Abûl-Wefã (940-998) propusera o uso da
régua junto com um compasso enferrujado,i sto é, um compasso de abertura fixa. Em vista
do teorema de Poncelet-Steiner precisamos, na verdade, usar o compasso apenas uma vez,
depois do que podemos abandoná-lo. Em 1904, o italiano Francesco Severi foi ainda além e
mostrou que tudo de que se precisa é um arco, por menor que seja, de uma circunferência e seu
centro, a fim de levar a termo todas as construções euclidianas com régua apenas. Também foi
demonstrado, por Adler e outros, que se pode realizar qualquer construção euclidiana com uma
régua de duas bordas, não importa se estas sejam ou não paralelas. Há muitos teoremas de
construção intrigantes como estes, cujas demonstrações requerem engenhosidade considerável.
G
E
O
M
E
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A
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T
I
V
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 41
RESUMO DO TÓPICO 3
Como
construir retas paralelas utilizando apenas dois esquadros.
Como
construir retas perpendiculares usando apenas dois esquadros.
Mediatriz
será a reta que divide o segmento de reta AB em duas partes congruentes.
Como
construir a reta mediatriz usando régua e compasso.
Como
transpor figuras.
G
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A
42 TÓPICO 3 UNIDADE 1
IDADE
ATIV
AUTO
Com vistas a que você, caro(a) acadêmico(a), possa melhor fixar os conteúdos,
apresentamos, em seguida, alguns exercícios referentes ao conteúdo estudado:]
1 Utilize dois compassos e trace uma reta paralela a cada reta dada.
a)
b)
G
E
O 2 Trace uma reta perpendicular a cada reta dada.
M
E
T a)
R
I
A
D
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 43
b)
G
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44 TÓPICO 3 UNIDADE 1
IAÇÃO
AVAL
G
E
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M
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A
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E
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T
I
V
A
UNIDADE 2
SISTEMAS DE PROJEÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
G
E
O
TÓPICO 1 – PROJEÇÕES M
E
TÓPICO 2 – SISTEMA CÔNICO E SISTEMA CILÍNDRICO T
R
TÓPICO 3 – SISTEMA MONGEANO I
A
TÓPICO 4 – PROJEÇÃO DE UM PONTO
D
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V
A
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V
A
UNIDADE 2
TÓPICO 1
PROJEÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Podemos afirmar que o pai da Geometria Descritiva foi Gaspar Monge, um sábio
desenhista francês e excepcional geômetra, que a definiu como sendo a “arte” de representar
figuras espaciais num plano.
Essa forma de representação permite trabalhar todos os problemas tridimensionais
com desenhos feitos num plano.
Imaginem se, ao ler uma planta de alguma construção, o engenheiro não fosse capaz
G
de obter com exatidão o seu tamanho, a distância entre os pilares, etc. Por isso, Monge fez E
algumas adaptações nos sistemas de projeção existentes, conseguindo extrair todos os detalhes O
M
necessários para solucionar os problemas de um objeto tridimensional. E
T
R
Nessa Unidade, estudaremos os sistemas que serviram de base para Monge e I
evoluiremos até chegarmos ao Sistema Mongeano. A
D
E
S
2 O QUE É PROJEÇÃO C
R
I
Projeção é o processo pelo qual incidem raios sobre um objeto em um plano chamado T
I
plano de projeção. V
A
48 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Plano de projeção
Objeto
Raio projetante
Centro de projeção
Não há motivo para complicarmos o que é projeção porque a idéia de projeção é quase
que intuitiva, uma vez que sua ocorrência se dá em diversos segmentos do nosso cotidiano.
Trata-se de um fenômeno físico que acontece normalmente na natureza ou que pode ser
produzido artificialmente pelo homem.
1º) “Ao incidirem sobre uma placa opaca, os raios solares produzem sobre a superfície
de um piso claro, uma figura escura a que chamamos comumente de sombra. O contorno da
sombra nada mais é que a projeção do contorno da placa na superfície do piso”.
G
E
O
M
E
T
R
I
A FIGURA 67: PROJEÇÃO DE FIGURA
FONTE: AUTOR
D
E 2º) “As imagens que vemos numa tela de cinema são as projeções dos fotogramas
S
C contidos na fita de celulóide quando sobre eles incidem os raios luminosos emitidos pela
R lâmpada do projetor”.
I
T
I Plano de projeção: tela do cinema
V
Objeto: os fotogramas da fita
A
UNIDADE 2 TÓPICO 1 49
G
E
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A
D
E
S
C
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V
A
50 TÓPICO 1 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 1
Gaspar
Monge é considerado por muitos o “pai” da projeção espacial num plano;
Projeção
é a “sombra” obtida de um objeto num plano
Obtivemos
a noção de:
Plano de Projeção
Objeto
Raio Projetante
Centro de Projeção
G
E
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M
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A
D
E
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I
V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 1 51
IDADE
ATIV
AUTO
Caro(a) acadêmico(a), para que você possa melhor fixar os conteúdos estudados
neste Tópico, procure resolver estas atividades:
1 Um carro estacionado sob um poste com luz ligada, à noite, em uma rua, tem sua
sombra projetada sobre a rua. Identifique, no problema, o plano de projeção, o centro
de projeção, o raio projetante e o objeto.
3 Em qual(is) ramo(s) da(s) atividade(s) humana(s) você acha que a projeção ajudará
para o estudo de objetos?
G
E
O
M
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I
A
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V
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52 TÓPICO 1 UNIDADE 2
G
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I
V
A
UNIDADE 2
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste Tópico, apresentaremos dois sistemas muito importantes, para que o aluno tenha
conhecimento de sua existência.
2 SISTEMA CÔNICO
D
E
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C
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T
I
V
A
54 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Esse sistema faz com que a projeção não represente o tamanho verdadeiro do objeto.
Não é difícil notar que quanto mais próximo do objeto o centro de projeção estiver, maior será
a distorção entre o tamanho original e a projeção. Para que isso não ocorra, o método mais
utilizado é o cilíndrico.
3 SISTEMA CILÍNDRICO
No sistema anterior (cônico) foi visto que, quanto mais próximo o centro de projeção
estiver do objeto, pior será a comparação entre tamanho do objeto e tamanho da projeção.
Lembre-se que nosso objetivo é projetar o objeto de tal forma que a projeção nos indique tudo
sobre o mesmo, e quanto mais rápido e fácil for a leitura, melhor. Para tanto, basta afastar o
centro de projeção o máximo que pudermos. Esse máximo será o infinito.
G Como o centro de projeção está no infinito, os raios de projeção são paralelos entre si,
E tornando a projeção do mesmo tamanho que o objeto original.
O
M
E Observe no desenho:
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
FIGURA 69: SISTEMA CILÍNDRICO
V
FONTE: AUTOR
A
UNIDADE 2 TÓPICO 2 55
UNI
Esse tipo de projeção é excelente, pois dá uma indicação precisa do tamanho do objeto,
sem precisarmos de cálculos auxiliares de proporção e trigonometria. Uma escala direta será
o bastante.
A projeção cilíndrica é dividida em ortogonal e oblíqua. Uma idéia simples para entender
é pensar que a ortogonal é quando o centro de projeção é o “sol do meio dia”, e a oblíqua seria
quando o centro de projeção é o “sol das outras horas”.
Veja:
objeto se perdem principalmente se for complexo como uma casa, um prédio, uma ponte, um D
viaduto, etc. E
S
C
Pensando nisso é que Monge criou seu sistema de projeção, que consiste em projetar R
I
o objeto em dois planos ortogonais, um plano horizontal (PH) e um Plano Vertical (PV) que
T
será estudado no próximo tópico. I
V
A
56 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Apesar do sistema de projeção cônica não representar o tamanho real do objeto como
o sistema de projeção cilíndrico, ele aparece com freqüência nas revistas em quadrinhos e
até mesmo nosso dia a dia.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
Isto se dá devido ao fato deste tipo de projeção estar mais próximo a como nossos
olhos vêem.
Embora saibamos que trilhos da linha de trem são paralelos e, portanto, “nunca deveriam
se encontrar”, podemos ver seu encontro: “eles se encontram num ponto de fuga (PF)”. Como
este ponto é real apenas para nossos olhos, dizemos que duas paralelas se encontram sim,
mas no infinito, onde está seu centro de projeções impróprio. (0∞).
G
E
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A
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S
C
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T
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V
A
58 TÓPICO 2 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 2
Sistema
cônico é quando o ponto de projeção está a uma distância finita do objeto.
No
sistema cônico o real tamanho da figura não é mantida, dificultando o estudo do objeto
apenas pela projeção.
O
sistema cilíndrico tem como ponto de projeção um ponto impróprio, ou seja, o seu ponto
de projeção está no infinito.
Dentro
do sistema cilíndrico podemos ter o caso oblíquo e o ortogonal. Este último é mais
usado por manter as proporções do objeto mais fidedignas.
A
base do sistema mongeano é o sistema de projeção cilíndrico ortogonal.
G
E
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E
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I
A
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E
S
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T
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V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 2 59
IDADE
ATIV
AUTO
Caro(a) acadêmico(a), com vistas a uma melhor fixação dos conteúdos estudados
neste tópico, procure resolver os exercícios que seguem:
4 Você consegue imaginar no cotidiano uma situação perfeita de uma projeção cilíndrica?
Justifique.
G
E
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V
A
60 TÓPICO 2 UNIDADE 2
G
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V
A
UNIDADE 2
TÓPICO 3
SISTEMA MONGEANO
1 INTRODUÇÃO
Poderíamos ter juntado este tópico com o anterior, mas o sistema Mongeano é tão
usado atualmente que preferimos dar uma ênfase especial ao falarmos dele.
Como esse sistema é o adotado no mundo das projeções, o assunto é tratado de forma
bem completa, para que o aluno consiga entender e visualizar seu formato e suas nomenclaturas.
2 SISTEMA MONGEANO
D
E
S
C
R
I
T
I
FIGURA 74: SISTEMA MONGEANO
V
FONTE: AUTOR
A
62 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Notem que, na figura, estamos projetando um círculo que estava situado no espaço, em
dois planos. No plano horizontal (PH), vimos a circunferência exatamente como ela é. No plano
vertical (PV) vimos apenas um segmento de reta. Embora pareça que o PH já seria suficiente,
é o PV que nos dá a certeza que o objeto é apenas um círculo. Além do mais, sem o PV não
saberíamos a localização do objeto.
Embora, a figura acima seja muito bonita, ela não é fácil de desenhar, pois estes planos
ortogonais complicam bastante. Contudo, não precisamos desenhá-los, basta lembrarmos
que eles existem, e isso é fundamental. Nós usaremos a épura para representar os desenhos
projetados no sistema mongeano. Com a épura, o desenho fica facílimo, mas sua leitura só
fica clara quando lembrarmos onde e de como ela fora obtida.
3 ÉPURA
Nada mais é que o modo de apresentação e como desenhamos uma projeção no sistema
mongeano. Com este modo, o desenho de qualquer objeto se resume a alguns segmentos
de reta.
Cabe salientar aos alunos, novamente, que é importantíssimo entender bem como é
conseguida a épura, pois a sua leitura fica óbvia quando os conceitos básicos estão entendidos.
A épura vem da rotação do plano horizontal (PH) até se encontrar ao plano vertical (PV).
Ao ser feito isso, parecerá que temos um único plano, o que facilita muito na hora de desenhar,
G mas que exige cautela na hora de fazer sua leitura.
E
O
M Obtendo a épura:
E
T
R Para facilitar a visualização, imaginaremos um ponto P no 1º diedro, com projeção P’
I
A no PVS e projeção P’’ no PHA.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 63
Agora faremos a rotação, no sentido horário, do plano horizontal até que ele coincida
com o plano vertical.
Onde:
PH – Plano Horizontal
PV – Plano Vertical
PVS – Semi-plano Vertical Superior
PVI – Semi-plano Vertical Inferior
PHA– Semi-plano Horizontal Anterior
PHP – Semi-plano Horizontal Posterior
LT – Linha de Terra
Todos os desenhos das projeções no sistema mongeano serão feitos na épura, que é
esta última etapa desenhada acima.
UNI
G
E Na épura são representadas exclusivamente as projeções de uma
O determinada figura.
M
E
T O segmento de reta que liga as projeções P’ e P’’ é chamado de linha de chamada e é
R
perpendicular à Linha de terra.
I
A
A Linha de Terra em épura pode ser representada por LT ou pelas letras x e y nas suas
D
E extremidades, mas o usual é colocarmos dois pequenos traços nas extremidades como mostra
S a figura acima.
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 65
4 COTA E AFASTAMENTO
A cota do ponto P será a exata distância entre P’’ e a Linha de Terra (LT). Podemos
pensar como sendo a “altura” do ponto P, ou a distância entre o ponto e o plano horizontal (PH).
Assim, um ponto fica definido por três coordenadas: abscissa (a), afastamento (b) e
cota (c), nessa ordem, P[a, b, c].
G
E
O
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I
A
D
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S
C
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I
T
I
V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 67
RESUMO DO TÓPICO 3
Sistema
mongeano: dupla projeção ortogonal, uma projeção com ponto de projeção acima
do objeto (dando a projeção no plano horizontal PH) e outra com ponto de projeção ao lado
do objeto (gerando a projeção no plano vertical PV)
Épura: é obtida através da rotação do Plano Horizontal. É o método mais utilizado por preservar
Linha
de terra: é a reta de intersecção entre o PV (plano vertical) e o PH (plano horizontal).
Também podemos notar sua presença na épura, dividindo esta ao meio.
Linha
de chamada: é o segmento de reta que une as projeções P’ e P’’ de um ponto.
Cota:
é a “altura” de um ponto no espaço. Na épura é a exata distância entre a LT e P’’.
Afastamento:
é a “distância lateral” de um ponto no espaço. Na épura é a distância entre a
LT e P’.
Abscissa:
é a distância da origem do sistema a intersecção das projeções. Na épura é a
distância entre a origem e a linha de chamada.
G
E
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M
E
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R
I
A
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S
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V
A
68 TÓPICO 3 UNIDADE 2
IDADE
ATIV
AUTO
a) cota:
b) afastamento:
c) abscissa:
G
E
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M
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R
I
A
D
E
S
C
R 4 Faça o rebatimento dos planos da figura da questão 4 para obter a épura, e destaque
I a cota o afastamento e a abscissa.
T
I
V
A
UNIDADE 2
TÓPICO 4
PROJEÇÃO DE UM PONTO
1 INTRODUÇÃO
É exatamente nisso que nos baseamos ao organizarmos esse material, reforçar bastante
a projeção de ponto e de reta para que depois o aluno possa “caminhar” sozinho na planificação
de figuras mais complexas.
Neste tópico daremos a noção exata de como projetar um ponto na épura, mostraremos
o que acontece com a cota e com o afastamento quando o ponto se encontra nos quatro diedros
e, por fim, conseguiremos saber o diedro de origem do ponto no espaço apenas observando
o sinal da cota e do afastamento. Não levaremos em conta a abscissa do ponto, pois ela não
interfere no sinal da cota e do afastamento.
G
E
O
2 PROJEÇÃO DE UM PONTO NA ÉPURA M
E
T
Quando olhamos a épura, temos que lembrar que o que vimos é a projeção do ponto P R
I
inicial e não o próprio ponto P. Esta noção, apesar de óbvia, causa muita confusão nos alunos A
mais distraídos.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
70 TÓPICO 4 UNIDADE 2
No 1º Diedro
Concluímos, então, que, quando a cota (distância entre P’’ e LT) está acima da LT, terá
um valor positivo. E quando o afastamento (distância de P’ e LT) está abaixo da LT, terá um
valor positivo.
UNI
G
E
O
M Para reforçar: Para ter valor positivo, a cota tem que aparecer acima
E da LT e o afastamento abaixo.
T
R
I
A
D
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I
T
I
V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 71
Notem que, ao “girarmos” o plano horizontal, a projeção P’ do ponto P vai parar acima
da LT. Porém, ela ainda indica o afastamento e, com isso, concluímos que, quando o ponto
está no segundo diedro, tanto a cota como o afastamento aparecem acima da LT na épura.
Vale lembrar que a cota é positiva (está aparecendo acima da LT) e o afastamento é
negativo (está acima da LT e é para baixo que ele é positivo).
No 3º diedro
G
E
O
M
E
T
R
I
A
Notem que a cota aparece abaixo da LT e o afastamento acima. Isso indica que ambos
os valores são negativos, uma vez que estão localizados numa posição contrária à que ocorre
com o ponto do 1º diedro.
No 4º diedro
A épura nos mostra as duas medidas abaixo da LT, o que nos indica que o afastamento
é positivo e a cota, negativa.
Exemplos
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 73
UNI
Solução: Com o uso de uma régua graduada, medimos que a origem (0) está a 1,5cm
da linha da chamada. Portanto, a abscissa mede 1,5cm. Como a linha de chamada está à
esquerda da origem, temos abscissa negativa.
Medimos que P’ está a 2cm acima da LT, que P’’ está 4cm abaixo, P’ representa o
afastamento e P’’ a cota. Temos o afastamento acima da LT e a cota abaixo da LT. Isso indica
que ambas as medidas são negativas e o ponto se encontra no 4º diedro.
G
Portanto: P [-1,5; -2; -4]. E
O
M
3) Determine o diedro que se encontra o ponto P [3, -8, 7] E
T
R
Solução: Sabemos que o 3 é a abscissa, -8 é o afastamento e 7 é a cota. Como o I
afastamento é negativo e a cota é positiva, então, o ponto P pertence ao segundo diedro (ver A
quadro resumo).
D
E
S
UNI C
R
I
T
Para sabermos em qual diedro está um ponto, não precisamos da abscissa, I
basta que tenhamos o valor da cota e do afastamento. V
A
74 TÓPICO 4 UNIDADE 2
3 PROJEÇÃO DE UM PONTO
PERTENCENTE AO PLANO NA ÉPURA
Até o presente momento, tratamos apenas dos pontos que estão localizados em um
dos quatro diedros. Mas, um ponto pode pertencer a alguns dos planos: PHA, PHP, PVS, PVI,
ou até mesmo a intersecção dos planos que chamamos de linha da terra (LT).
Todos os pontos de cota nula pertencem ao plano horizontal, que pode ser PHA ou PHP.
Caro estudante, como você está familiarizado com o sistema mongeano e com a épura,
faremos a representação dos pontos P ∈ PHA e Q ∈ PHP na mesma figura
G
E FIGURA 84: PONTO NO PH
O FONTE: AUTOR
M
E Notem que, após o rebatimento, a projeção P’ ≅ P vai parar abaixo da LT, e a projeção
T
R P’’ permanece sobre a LT. Podemos observar que a cota é nula, pois está em cima da linha da
I terra e o afastamento é positivo, pois está abaixo da linha da terra.
A
D Já a projeção Q’ ≅ Q fica acima da LT, e a projeção Q’’ permanece sobre a LT. E podemos
E
dizer que a cota é nula, pois está em cima da linha da terra e o afastamento é negativo, pois
S
C está acima da linha da terra.
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 75
Todos os pontos de afastamento nulo pertencem ao plano vertical, que pode ser PVS
ou PVI.
Notem que, após o rebatimento, a projeção P’’ ≅ P fica acima da LT, e a projeção P’
permanece sobre a LT. Logo o afastamento é nulo, pois está em cima da linha da terra e a cota
é positiva, pois está acima da linha da terra.
Já a projeção Q’’ ≅ Q vai parar abaixo da LT, e a projeção Q’ permanece sobre a LT.
G
E podemos dizer que o afastamento é nulo, pois está em acima da linha da terra e a cota é
E
negativa, pois está abaixo da linha da terra. O
M
E
T
R
3.3 PONTO PERTENCENTE A LINHA DA TERRA I
A
Todos os pontos de cota nula e afastamento nulo pertencem à linha da terra, e suas D
E
projeções coincidem. S
C
R
Observe a figura em que P ∈ LT: I
T
I
V
A
76 TÓPICO 4 UNIDADE 2
LEITURA COMPLEMENTAR
Monge foi ministro da marinha e, como tal, engajou-se na tarefa de produzir armas e
munições para armada. Foi o maior responsável, junto ao Diretório, pela criação da Escola
Politécnica, da qual se tornou professor. Ganhou o afeto e a admiração calorosos de Napoleão,
a quem acompanhou, juntamente com o matemático Joseph Fourier (1768-1830), à malfadada
expedição de 1798 ao Egito. No retorno à França, reassumiu suas funções na Escola Politécnica,
na qual sempre se mostrou um professor singularmente brilhante. Suas aulas serviram de
inspiração a uma série de grandes geômetras, entre eles Charles Dupin (1784-1873) e Jean
Victor Poncelet (1788-1867), o primeiro responsável por contribuições de vulto ao campo da
geometria diferencial e o segundo ao da geometria projetiva.
Considera-se ainda que Monge, além de criador da geometria descritiva, seja também
o pai da geometria diferencial.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
78 TÓPICO 4 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 4
Conseguir
projetar um ponto é um grande passo para projetar qualquer objeto, uma vez que
qualquer objeto é formado por infinitos pontos.
No
1º diedro a cota e o afastamento são positivos, na épura a cota aparece acima da LT e o
afastamento abaixo.
No
2º diedro a cota é positiva e o afastamento é negativo, na épura ambos aparecem acima
da LT.
No
3º diedro a cota e o afastamento são negativos, na épura o afastamento aparece acima
da LT e a cota abaixo.
No
4º diedro a cota é negativa com o afastamento positivo, a cota e o afastamento aparecem
na épura abaixo da LT.
Quadro de resumo:
IDADE
ATIV
AUTO
a) A[0,-3, 12]
b) B[5,13, 2]
c) C[-1,-6, -1]
d) D[2,5, -4]
2) Desenhe a épura dos pontos abaixo, considerando que todos tem abscissa nula:
a) cota = 2, afastamento = -3
b) cota = 4, afastamento = 5
c) cota = -1, afastamento = -6
d) cota = -4, afastamento = 5
e) cota = 0, afastamento = 2,5
f) cota = -1,2; afastamento = 0
g) cota = 0; afastamento = 0
a)
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
b) E
S
C
R
I
T
I
V
A
80 TÓPICO 4 UNIDADE 2
c)
d)
e)
G
E
O
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E
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R
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S
C
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V
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 81
IAÇÃO
AVAL
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
82 TÓPICO 4 UNIDADE 2
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Desde o início do caderno, o aluno está adquirindo conhecimentos para que consiga
desenhar e entender desenhos tridimensionais projetados em épura.
O que o estudante deveria entender é que não importa a forma do objeto no mundo
tridimensional. O objeto terá sempre apenas três dimensões. Cada parte do objeto pode ser
pensada como uma figura num plano. Esta figura, por sua vez, pode ser pensada como a união
de várias retas e sabemos que uma reta é a união de infinitos pontos.
Claro que não ficaremos projetando infinitas retas para formar um objeto, muito menos
infinitos pontos. Para projetar um objeto, projetamos os segmentos que “contornam” o objeto. G
E
O
É para isto que estudaremos agora. Veremos como projetar retas nas mais variadas M
posições no plano de dupla projeção ortogonal e representaremos as mesmas na épura. E
T
R
I
A
D
2 IDÉIAS BÁSICAS E
S
C
Já foi visto anteriormente que uma reta é a união de infinitos pontos, embora R
necessitemos de apenas dois para definir exatamente a reta. É nessa pequena necessidade I
T
que nos basearemos para projetar a reta, pois a projeção de um ponto pertencente a qualquer I
reta faz parte da projeção dessa reta. V
A
86 TÓPICO 1 UNIDADE 3
Em outras palavras, para projetar uma reta, basta projetar dois pontos dessa reta e
traçar, pelos pontos projetados, as retas projetadas (uma projetada no PH e outra no PV).
Projetaremos segmentos de reta, que nada mais são que partes finitas de uma reta,
embora seja sabido que, ao desenharmos um segmento, praticamente desenhamos a idéia
da sua reta suporte. Por esse motivo, as definições vistas para segmentos, neste tópico e no
tópico 2, estendem-se às retas.
UNI
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E FIGURA 88: SEGMENTO PARALELO
S FONTE: AUTOR
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 1 87
Este tipo de segmento é o mais fácil de ser projetado na épura, pois ambas as projeções
dão a verdadeira grandeza (VG) do segmento.
!
ROS
SF UTU
EST UDO
Notem que o segmento A’’B’’ e o segmento A’B’, são projeções do segmento original AB.
O interessante é que conseguimos a projeção do segmento sem nos preocuparmos com este,
apenas projetamos os seus pontos extremos A e B da mesma forma feita na unidade passada.
Usaremos esta tática para todos os segmentos, reduzindo, com isso, a sua projeção a
uma projeção simultânea de dois pontos.
G
E
TE!
RTAN O
IMPO
M
E
T
R
Para projetar um segmento, projetamos seus pontos extremos como I
visto na unidade anterior. A
D
Cabe salientar, ainda, que as retas que tenham as duas projeções na épura, paralelas E
S
à linha de terra, podem ser chamadas de reta paralela à linha de terra ou ainda reta fronto-
C
horizontal. R
I
T
I
V
A
88 TÓPICO 1 UNIDADE 3
UNI
Vale chamar atenção do aluno para que perceba que o segmento AB é perpendicular
G
ao PH, fazendo com que a projeção dos pontos extremos A e B no PH coincidam.
E
O
M Na épura teremos a situação descrita da seguinte forma:
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V FIGURA 91: ÉPURA DO SEGMENTO PERPENDICULAR AO PH
A FONTE: AUTOR
UNIDADE 3 TÓPICO 1 89
Se o segmento é perpendicular ao PH, então, ele é paralelo ao PV. Com isso, a projeção
A’’B’’ tem o mesmo tamanho de AB, ou seja, representa a VG de AB.
O afastamento e a abscissa são idênticos para todos os pontos do segmento AB, por
isso A’ e B’ são pontos coincidentes na épura. A reta que tenha essas características também
é conhecida por reta vertical.
Para uma melhor absorção dos conceitos faremos a projeção e a épura também
para esse caso, embora tenhamos a certeza de que, com algum esforço, o aluno já tenha a
capacidade de imaginar o que irá acontecer.
G
E
FIGURA 92: SEGMENTO PERPENDICULAR AO PV O
FONTE: AUTOR M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
90 TÓPICO 1 UNIDADE 3
Na épura:
Na épura:
paralelo a LT. D
E
S
O ângulo entre a reta suporte do segmento A’B’ e a LT da épura é o mesmo que o ângulo C
formado entre a reta suporte do segmento AB e o PV. R
I
T
Esta reta recebe o nome de reta horizontal. I
V
A
92 TÓPICO 1 UNIDADE 3
Solução: Na épura. Você pode fazer as projeções da reta nos planos perpendiculares
e depois fazer o rebatimento. Ou simplesmente localizar os pontos na épura conforme visto
no exemplo do Tópico 4 da Unidade 2, e unir esses pontos.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta fronto-horizontal, pois é paralela
aos dois planos, ou porque tem abscissas diferentes e afastamentos e cotas iguais.
IMPO
RTAN
TE!
Qualquer dúvida com relação ao sinal do afastamento ou da cota,
consulte o quadro de sinais no final do Tópico 4, da Unidade 2.
Solução: O ponto A [1, 1, 3] tem afastamento (1) abaixo da LT e cota (3) acima da LT.
O ponto B [3, 2, 3] tem afastamento (2) abaixo da LT e cota (3) acima da LT.
Observações:
G
E
O 1ª) Como os pontos A e B têm cotas iguais, então, a projeção A’’B’’ representa a VG e
M é paralelo a LT.
E
T
R 2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta horizontal, pois é paralela ao
I
A plano horizontal, ou porque tem abscissas e afastamentos diferente e cotas iguais.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 1 95
RESUMO DO TÓPICO 1
Para
projetar um segmento de reta, basta fazermos as projeções de seus pontos extremos
e depois uni-los.
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas diferentes e afastamentos e cotas
iguais, então, o segmento é paralelo aos dois planos de projeção em que se projeta a VG.
Se
os pontos extremos de um segmento têm cotas diferentes e abscissas e afastamentos
iguais, então, o segmento é perpendicular ao PH e paralelo ao PV em que é projetada a VG
do segmento.
Se
os pontos extremos de um segmento têm afastamentos diferentes e cotas e abscissas
iguais, então, o segmento é perpendicular ao PV e paralelo ao PH em que é projetada a VG
do segmento.
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas e afastamentos diferentes e cotas
iguais, então, o segmento é paralelo ao PH em que é projetada a VG.
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas e cotas diferentes e afastamentos
iguais, então, o segmento é paralelo ao PV em que é projetada a VG.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
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I
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I
V
A
96 TÓPICO 1 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
G
E
O
M
E
T
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I
A
D
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S
C
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I
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I
V
A
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No tópico passado, já vimos como projetar um segmento de reta. Não mudará nada
agora, pois faremos a projeção do mesmo jeito. Colocamos os segmentos oblíquos em um
tópico separado para que o leitor consiga identificar que a projeção dos segmentos oblíquos
não têm a Verdadeira Grandeza (VG).
Quando o segmento de reta é oblíquo aos dois planos (PV e PH), em relação à Linha
de Terra (LT) ele poderá ser oblíquo ou ortogonal.
E
TE! O
RTAN M
IMPO
E
T
R
I
Uma reta é dita Ortogonal a outra se forem reversas e formarem um A
ângulo de 90º.
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
98 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Na épura
Observações:
2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta perfil, pois é ortogonal à LT, ou
porque tem abscissas iguais e afastamentos e cotas diferentes.
3 SEGMENTO OBLÍQUO A LT
IMPO
RTAN
TE!
Uma reta é oblíqua à outra se ambas forem reversas e não formarem
um ângulo de 90º.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
FIGURA 104: SEGMENTO OBLÍQUO A LT I
V
FONTE: AUTOR
A
100 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Na épura:
As duas projeções, tanto no PH quanto no PV, não são perpendiculares a LT. Isso
acontece porque todos os pontos do segmento AB têm abscissa, afastamento e cota diferente.
A reta que tem essas características é chamada de reta qualquer ou reta genérica.
Solução: O ponto A [1, 1, 2] tem afastamento (1) abaixo da LT e cota (2) acima da LT.
O ponto B [2, 2, 3] tem afastamento abaixo (2) da LT e cota (3) acima da LT.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
FIGURA 106: EXEMPLO DE ÉPURA DE RETA QUALQUER
D FONTE: AUTOR
E
S Observações:
C
R 1ª) Como os pontos A e B têm abscissas, afastamento e cotas diferentes, então, os
I
segmentos projetados A’B’ e A’’B’’ não representam a VG.
T
I
V 2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta qualquer, pois é oblíqua a LT, ou
A porque tem abscissas, afastamento e cotas diferentes.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 101
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico estudamos vários pontos referentes aos segmentos oblíquos aos dois
planos de projeção, os quais apresentamos, resumidamente, a seguir, para que vocês, caros
(as) acadêmicos (as), possam fixá-los melhor:
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas iguais e afastamentos e cotas
diferentes, então, o segmento é ortogonal à LT, suas projeções são perpendiculares a LT e
não apresentam a VG.
então, o segmento é oblíquo à LT, suas projeções não são perpendiculares à LT e não
apresentam a VG.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
102 TÓPICO 2 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
a) A[1, 3, 4] e B[1,2, 3]
b) C[-1, 3, 4] e D[-1, 2,3]
c) E[1, 1, 4] e F[2, 2, 3]
d) G[1, 2, 3] e H[-2, 4, 5]
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3
TÓPICO 3
VERDADEIRA GRANDEZA
1 INTRODUÇÃO
A Verdadeira Grandeza (VG) de um segmento de reta é o seu real tamanho. Como você
já viu nos tópicos anteriores, nem sempre as projeções ficam do mesmo tamanho do que o
segmento original. Na verdade, para a projeção ficar com o mesmo tamanho, o segmento tem
que estar em determinadas posições em relação aos planos de projeção.
Nada disso é novidade para vocês. Contudo, no Tópico 2 desta Unidade, lidamos com
segmentos cujas projeções não apresentam a VG do segmento original. Por motivos óbvios,
é evidente que ter pelo menos uma das projeções mostrando a VG do segmento original é
muitíssimo benéfico.
G
E
2 VG DE UM SEGMENTO CONTIDO O
M
NUMA RETA DE PERFIL
E
T
Não esqueçam de que este tipo de reta foi vista e explicada no Tópico 2 desta Unidade. R
I
Naquele momento, vimos que nenhuma das projeções do segmento conservava a VG grandeza A
do segmento original. Contudo, sabíamos que o segmento inicial era ortogonal à LT (Linha de
D
Terra). E
S
C
Sabendo disso, para conseguir a VG do segmento, basta “criar” um plano ortogonal à
R
LT e aos planos de projeção. Este plano será, evidentemente, paralelo ao segmento. Como I
T
sabemos que planos paralelos têm projeções com VG, solucionaremos o nosso problema.
I
V
A
104 TÓPICO 3 UNIDADE 3
Para facilitar a compreensão das frases escritas acima, faremos um esquema mostrando
tal fato.
G
E
O
M
E
T
R
I
A FIGURA 108: PLANO PERFIL (PP)
FONTE: AUTOR
D
E
S
C Este Plano é chamado de Plano de Perfil (PP).
R
I
T Observando só o 1º diedro dos três planos ortogonais entre si, teremos:
I
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 105
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
FIGURA 110: OBTENÇÃO DA ÉPURA REBATENDO PH, PV E PP V
FONTE: AUTOR A
106 TÓPICO 3 UNIDADE 3
Com essa simples medida nós conseguimos uma projeção A’’’B’’’ com a VG do segmento
AB, que era o nosso objetivo inicial.
Podemos construir a épura de um segmento contido numa reta perfil com a VG sem
representá-la no sistema mongeano. Para isso, teremos que utilizar compasso e as técnicas de
construção de retas paralelas com esquadros, conforme estudado no Tópico 3, da Unidade1.
1º Passo: Trace duas retas r e s paralelas à LT, passando por B’’ e A’’.
G
E
O
M
E FIGURA 112: 1° PASSO – VG DO SEGMENTO DE RETA PERFIL
T FONTE: AUTOR
R
I
2º passo: Projete o segmento A’B’ na reta r, colocando a ponta seca do compasso em
A
B’’ e a outra ponta em A’ e, em seguida, a ponta seca em B’’ e a outra ponta em B’. O resultado
D dessa operação foi o segmento CB’’’.
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 107
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
FIGURA 115: 4° PASSO – VG DO SEGMENTO DE RETA PERFIL E
FONTE: AUTOR S
C
R
I
T
I
V
A
108 TÓPICO 3 UNIDADE 3
IMPO
RTAN
TE!
Observe que construímos a épura com a VG, sem precisar da nova LT.
3 VG DE UM SEGMENTO CONTIDO
NUMA RETA QUALQUER
Vimos, no Tópico 2 desta unidade, que uma reta qualquer é oblíqua aos dois planos
de projeção e também a LT.
Como sabemos, uma vez tendo o plano paralelo, teremos uma projeção com a VG
garantida. Os desenhos facilitarão a compreensão:
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I FIGURA 116: PROJEÇÃO DE UMA RETA QUALQUER
V FONTE: AUTOR
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 109
Agora, rotacionamos um dos planos, até que ele fique paralelo ao segmento, sempre
mantendo a ortogonalidade entre o PV e o PH.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
FIGURA 118: “NOVO” PH PARA SISTEMA ORTOGONAL
I
FONTE: AUTOR V
A
110 TÓPICO 3 UNIDADE 3
D
E
S
C
R
I
T
I
V FIGURA 121: ÉPURA ROTACIONADA
A FONTE: AUTOR
UNIDADE 3 TÓPICO 3 111
Notem que os afastamentos dos pontos A e B não mudam com a rotação. O que muda
são as cotas apenas, que igualam entre si.
Veremos como construir a épura de um segmento contido numa reta qualquer com a
VG sem representá-lo no sistema mongeano. Para isso, teremos que utilizar o compasso e as
técnicas de construção de retas paralelas com esquadros, estudadas no Tópico 3 da Unidade1.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
FIGURA 123: OBTENÇÃO DA VG DO SEGMENTO R
QUALQUER – 1° PASSO I
FONTE: AUTOR T
I
2º passo: Projetar o segmento A’B’ na reta r, colocando a ponta seca em A’ e a outra V
ponta em B’, gerando o segmento CA’ paralelo a LT. A
112 TÓPICO 3 UNIDADE 3
D
E
S
C
R
I
T FIGURA 126: OBTENÇÃO DA VG DO SEGMENTO
I QUALQUER – 4° PASSO
V
FONTE: AUTOR
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 113
RESUMO DO TÓPICO 3
Plano
Perfil é um plano ortogonal a LT, ao PH e ao PV.
Para
obter a VG de uma reta perfil, basta projetá-la no PP.
Para
obter a VG de uma reta qualquer, basta rotacionarmos um dos planos (PH ou PV) até
que ele fique paralelo ao segmento.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
114 TÓPICO 3 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
a) A [1, 3, 4] e B [1,2, 3]
b) C [-1, 3, 4] e D [-1, 2,3]
c) E [1, 1, 4] e F [2, 2, 3]
d) G [1, 2, 3] e H [-2, 4, 5]
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3
TÓPICO 4
PROJEÇÃO DE POLÍGONOS
1 INTRODUÇÃO
Veremos dois casos: polígono paralelo a um dos planos de projeção e ortogonal aos
dois planos.
Projetar um polígono nada mais é que projetar os vértices desse polígono. Sempre
tentaremos projetar os polígonos mostrando uma projeção que tenha todos os lados, mantendo
a VG, para conseguir ter uma noção correta do polígono.
Vale lembrar que um polígono será paralelo a um plano α quando o plano que contém D
esse polígono é paralelo ao plano α. Esta afirmação é reforçada pela definição de planos E
S
paralelos feitos por Príncipe Junior (1977, p.147): “dois planos são paralelos quando um deles C
contiver duas retas concorrentes, paralelas ao outro”. R
I
T
Temos dois casos: o polígono pode ser paralelo ao PH (1º caso) ou paralelo ao PV (2º I
V
caso).
A
116 TÓPICO 4 UNIDADE 3
G
IMPO
RTAN
TE!
E
O
M
E Para verificar se um polígono é paralelo ao PH, basta verificar se as
T cotas dos vértices são iguais.
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 117
Na épura teremos:
Como o triângulo é paralelo ao PH, todos os pontos do triângulo têm a mesma cota, o
que, na épura, aparece como um segmento (acima da LT). E, abaixo da LT, teremos o triângulo,
mantendo a VG de seus lados.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
FIGURA 129: POLÍGONO PARALELO AO PV I
V
FONTE: AUTOR
A
118 TÓPICO 4 UNIDADE 3
IMPO
RTAN
TE!
Para verificar se um polígono é paralelo ao PV, basta verificar se o
afastamento dos vértices é igual.
Na épura teremos:
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 119
IMPO
RTAN
TE!
Para verificar se um polígono é ortogonal aos PV e OH basta verificar se
a abscissa dos vértices são iguais.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D 1) Construa a épura do triângulo ABC de vértices A [1, 2, 3], B [3, 2, 4] e C [2, 2, 3].
E
S
Solução: Como os três vértices possuem o mesmo afastamento (2), podemos dizer que
C
R o triângulo é paralelo ao PV, o que, na épura, aparece como um segmento (abaixo da LT), e
I
acima da LT teremos o triângulo, mantendo a VG de seus lados.
T
I
V Portanto, basta localizar cada vértice na épura e uni-los.
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 121
IMPO
RTAN
TE!
Qualquer dúvida com relação ao sinal do afastamento ou da cota, consulte
o quadro de sinais no final do Tópico 4, da Unidade 2.
Solução: Como os três vértices possuem a mesma abscissa (1), podemos dizer
que o triângulo é ORTOGONAL aos PV e PH, e que, na épura, aparecem como segmentos
perpendiculares à LT.
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
FIGURA 136: EXEMPLO DE ÉPURA COM SEGMENTO ORTOGONAL V
FONTE: AUTOR A
122 TÓPICO 4 UNIDADE 3
G
E
O
M
E
T
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I
A
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S
C
R
I
T FIGURA 138: VG DO TRIÂNGULO ORTOGONAL – 2° PASSO
I FONTE: AUTOR
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 123
3º passo: Leve o segmento A’’C” até D, que dará origem ao segmento A’’’C’’’.
4º passo: Basta ligar os pontos A’’’, B’’’ e C’’’ e você terá a épura com a VG
(∆A’’’B’’’C’’’).
G
E
O
M
E
T
R
FIGURA 140: VG DO TRIÂNGULO ORTOGONAL – 4° PASSO
I
FONTE: AUTOR
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V
A
124 TÓPICO 4 UNIDADE 3
LEITURA COMPLEMENTAR
Ian Stewart
G
O esmagamento gera uma soberba estrutura simétrica, composta de losangos, que
E
O se assemelha bastante às figuras que obtemos ao dobrar uma folha de papel em triângulos e
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
R
I
T
I
V A Estrutura de Yoshimura corresponde ao modo
A principal de achatamento de um cilindro.
UNIDADE 3 TÓPICO 4 125
enrolá-la como um cilindro. O papel se deforma, então, como ocorre com uma folha de metal.
Mosaicos Semi-Regulares
Em 1850, o matemático suíço Ludwig Schläfli demonstrou que existem, além dos
regulares, oito tipos uniformes e “semi-regulares”, nos quais todas as peças são polígonos
regulares, mas não necessariamente idênticos. Designamos essas peças pelo símbolo de
Schläfli, que assinala a natureza das peças ao redor de cada vértice. Por exemplo, a colméia
é assinalada (6³), quer dizer, seis triângulos eqüiláteros em cada vértice, e (44), ou seja, quatro
quadrados.
Quais estruturas podem ser dobradas no sentido das arestas de polígonos, de modo
que as faces poligonais permaneçam planas? É possível dobrar uma estrutura 44 no sentido
G
de suas linhas horizontais, ou das verticais, sem que as peças quadradas se deformem. Em E
contrapartida, isso não pode ser feito com uma estrutura 44 no sentido das linhas horizontais O
M
e verticais, pois as peças se curvam. E
T
Em 1989, Koryo Miura demonstrou que nenhum mosaico no qual três arestas se cruzam R
I
num vértice pode ser dobrado, o que elimina as possibilidades (6³), (3.12²), (4.6.12) e (4.8²). A
Acontece o mesmo com os mosaicos (34.6) e (3.4.6.4), nos quais as faces poligonais não
D
permanecem planas. Linhas atravessam os mosaicos (3.6.3.6) e (44), que podem ser dobrados E
no sentido dessas linhas, mas, ainda desta vez, os resultados são pouco interessantes. S
C
R
Só restam, então, os mosaicos (36), (3³.4²) e (3².4.3.4), que não só podem ser dobrados, I
T
como enrolados em cilindro, como a estrutura de Yoshimura. Esses três mosaicos devem
I
merecer a atenção dos engenheiros. Eles podem ser dobrados de várias maneiras. A figura V
A
126 TÓPICO 4 UNIDADE 3
A segunda unidade básica (em verde) contém quatro quadrados e supõe-se também
que ela seja a única dobradura com essa particularidade. A terceira (em azul) contém seis
quadrados; há várias dobraduras desse tipo, e deixo aos leitores a possibilidade de encontrar
outras. A última (em laranja) contém oito quadrados, e há novamente várias dobraduras desse
tipo. Deixo também aos leitores a possibilidade de encontrar as que correspondam a (36) e (3³.4²).
G
E
O
M
E
T
R
I
A
D
E
S
C
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I
T
I
V
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 127
superfície obtida pelo achatamento de um cilindro real. Além disso, o achatamento pode ser
simulado por computador; basta fazer como se as peças planas do mosaico sejam ligadas por um
material elástico. Os resultados são úteis tanto em arquitetura como em inteligência mecânica.
É sempre animador ver como a matemática reconcilia uma arte antiga com a modernidade.
FONTE: Extraído e adaptado de: STEWART, Ian. Mosaicos e origami. Scientific american.
São Paulo, Ed. especial: Etnomatemática, n. 11, p. 78-79.
G
E
O
M
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T
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128 TÓPICO 4 UNIDADE 3
RESUMO DO TÓPICO 4
Para uma melhor fixação dos conteúdos tratados, apresentamos, para você,
caro(a) acadêmico(a), um breve resumo dos mesmos:
Para
projetar um polígono, basta projetar os vértices desse polígono e ligá-los.
Se
os vértices de um polígono têm cotas iguais, então, esse polígono é paralelo ao PH em
que é projetada a VG do polígono.
Se
os vértices de um polígono têm afastamentos iguais, então, esse polígono é paralelo ao
PV em que é projetada a VG do polígono.
Se
os vértices de um polígono têm abscissas iguais, então, esse polígono é ortogonal aos
planos PH e PV, e sua VG fica projetada no PP.
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UNIDADE 3 TÓPICO 4 129
IDADE
ATIV
AUTO
a) a definição de polígono
b) cinco exemplos diferentes de polígonos
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130 TÓPICO 4 UNIDADE 3
IAÇÃO
AVAL
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REFERÊNCIAS
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Disponível em: <http://www.rau-u.unicamp.br/~luharris/DTarq/DTarq_M2.htm. Acesso em: 03
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LIMA, Elon Lages; et al. A Matemática do ensino médio – Vol. 2. Rio de Janeiro:
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PINHEIRO, Virgílio Athayde. Noções de geometria descritiva I – ponto, reta e plano. Rio
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PRÍNCIPE JUNIOR, Alfredo dos Reis. Noções de geometria descritiva – Vol 1. São Paulo:
Livraria Nobel S. A., 1977.
RUBIÓ, Angel Pandés. Matemática e suas tecnologias – 2ª Série Ensino Médio, São
Paulo: IBEP, 2005.
STEWART, Ian. Mosaicos e origami. Scientific american. São Paulo, Ed. especial:
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