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PEÇAS PROCESSUAIS

1- INQUÉRITO POLICIAL

No IP são cabíveis peças tanto no que diz respeito a sua instauração, bem como peças
para garantia dos Direitos fundamentais do investigado ou indiciado.

a) Requerimento para instauração do IP – Nos crimes de ação penal privada ou


pública condicionada, a instauração do IP se dará mediante requerimento,
segundo o art 5º do CPP.
O requerimento deverá conter a narração dos fatos com todas as circunstâncias, a
indicação de quem tenha cometido o fato (quer seja nominalmente, quer seja por
características) ou se impossível fazê-lo as razões pelas quais não se pode
individualizar o possível autor, a nomeação de testemunhas (quando houver) e a
indicação de endereço e profissão (se possível, em não sendo possível convém
explicitar o motivo da impossibilidade de indicação – mas tal exposição do motivo
não é obrigatória).
A procuração deve conter poderes específicos para o requerimento.
Em caso de Ação penal pública condicionada, o requerimento também deve conter
a representação, ou seja, em um único documento (petição) se faz o requerimento
e a representação, pois sem esta a autoridade policial não pode atuar.
Em caso de indeferimento do requerimento caberá recurso para o secretário de
segurança do Estado ( uma vez que não existe mais a figura do chefe de Polícia).

CPP c) a nomeação das testemunhas, com


Art. 5o Nos crimes de ação pública o indicação de sua profissão e residência.
inquérito policial será iniciado: § 2o Do despacho que indeferir o
I - de ofício; requerimento de abertura de inquérito caberá
II - mediante requisição da autoridade recurso para o chefe de Polícia.
o
judiciária ou do Ministério Público, ou a § 3 Qualquer pessoa do povo que tiver
requerimento do ofendido ou de quem conhecimento da existência de infração penal
tiver qualidade para representá-lo. em que caiba ação pública poderá,
§ 1o O requerimento a que se refere o verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
o
n II conterá sempre que possível: autoridade policial, e esta, verificada a
a) a narração do fato, com todas as procedência das informações, mandará
circunstâncias; instaurar inquérito.
b) a individualização do indiciado ou § 4o O inquérito, nos crimes em que a
seus sinais característicos e as razões de ação pública depender de representação,
convicção ou de presunção de ser ele o autor não poderá sem ela ser iniciado.
o
da infração, ou os motivos de impossibilidade § 5 Nos crimes de ação privada, a
de o fazer; autoridade policial somente poderá

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proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

b) Representação – A representação é a autorização para a atuação para o poder


público poder atuar nos procedimentos referentes a crimes de ação penal pública
condicionada.
Para que o advogado apresente a representação (petição simples) é necessário
procuração com poderes específicos.
A representação pode ser endereçada ao Delegado, ao Ministério Público ou ao
Juiz (menos utilizada).
Sendo a representação apresentada ao Juiz ou ao MP deverá ser acompanhada
dos elementos probatórios necessários para o ingresso da ação penal, sendo para
a autoridade policial não há necessidade (mas deve-se requerer a investigação).

CPP ao cônjuge, ascendente, descendente ou


Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta irmão.
será promovida por denúncia do Ministério § 2o Seja qual for o crime, quando
Público, mas dependerá, quando a lei o praticado em detrimento do patrimônio ou
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, interesse da União, Estado e Município, a
ou de representação do ofendido ou de quem ação penal será pública.
tiver qualidade para representá-lo. Art. 25. A representação será
§ 1o No caso de morte do ofendido ou irretratável, depois de oferecida a denúncia.
quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará

c) Pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante – Havendo a prisão em Flagrante,


cabe pedido de relaxamento de prisão. O pedido deve ser endereçado ao Juiz que
homologa o flagrante (ou que deveria tê-lo homologado – quando o flagrante não
for submetido à juízo em 24 horas).
O pedido deve conter os fundamentos de direito e a narração dos fatos que
desautorizam a manutenção da prisão.

CF nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dele sair com seus bens;
distinção de qualquer natureza, garantindo- XXXIV - são a todos assegurados,
se aos brasileiros e aos estrangeiros independentemente do pagamento de taxas:
residentes no País a inviolabilidade do direito a) o direito de petição aos Poderes Públicos
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança em defesa de direitos ou contra ilegalidade
e à propriedade, nos termos seguintes: ou abuso de poder;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do
XV - é livre a locomoção no território nacional Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, LIV - ninguém será privado da liberdade ou
de seus bens sem o devido processo legal;

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LXI - ninguém será preso senão em flagrante calado, sendo-lhe assegurada a assistência
delito ou por ordem escrita e fundamentada da família e de advogado;
de autoridade judiciária competente, salvo LXIV - o preso tem direito à identificação dos
nos casos de transgressão militar ou crime responsáveis por sua prisão ou por seu
propriamente militar, definidos em lei; interrogatório policial;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local LXV - a prisão ilegal será imediatamente
onde se encontre serão comunicados relaxada pela autoridade judiciária;
imediatamente ao juiz competente e à família LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
do preso ou à pessoa por ele indicada; mantido, quando a lei admitir a liberdade
LXIII - o preso será informado de seus provisória, com ou sem fiança;
direitos, entre os quais o de permanecer

CPP não o for, enviará os autos à autoridade que


Art. 301. Qualquer do povo poderá e as o seja.
autoridades policiais e seus agentes deverão § 2o A falta de testemunhas da infração
prender quem quer que seja encontrado em não impedirá o auto de prisão em flagrante;
flagrante delito. mas, nesse caso, com o condutor, deverão
Art. 302. Considera-se em flagrante assiná-lo pelo menos duas pessoas que
delito quem: hajam testemunhado a apresentação do
I - está cometendo a infração penal; preso à autoridade.
II - acaba de cometê-la; § 3o Quando o acusado se recusar a
III - é perseguido, logo após, pela assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer auto de prisão em flagrante será assinado
pessoa, em situação que faça presumir ser por duas testemunhas, que tenham ouvido
autor da infração; sua leitura na presença deste.
IV - é encontrado, logo depois, com Art. 305. Na falta ou no impedimento do
instrumentos, armas, objetos ou papéis que escrivão, qualquer pessoa designada pela
façam presumir ser ele autor da infração. autoridade lavrará o auto, depois de prestado
Art. 303. Nas infrações permanentes, o compromisso legal.
entende-se o agente em flagrante delito Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e
enquanto não cessar a permanência. o local onde se encontre serão comunicados
Art. 304. Apresentado o preso à imediatamente ao juiz competente e à família
autoridade competente, ouvirá esta o do preso ou a pessoa por ele indicada.
condutor e colherá, desde logo, sua § 1o Dentro em 24h (vinte e quatro
assinatura, entregando a este cópia do termo horas) depois da prisão, será encaminhado
e recibo de entrega do preso. Em seguida, ao juiz competente o auto de prisão em
procederá à oitiva das testemunhas que o flagrante acompanhado de todas as oitivas
acompanharem e ao interrogatório do colhidas e, caso o autuado não informe o
acusado sobre a imputação que lhe é feita, nome de seu advogado, cópia integral para a
colhendo, após cada oitiva suas respectivas Defensoria Pública.
o
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o § 2 No mesmo prazo, será entregue ao
auto. preso, mediante recibo, a nota de culpa,
§ 1o Resultando das respostas fundada assinada pela autoridade, com o motivo da
a suspeita contra o conduzido, a autoridade prisão, o nome do condutor e o das
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso testemunhas.
de livrar-se solto ou de prestar fiança, e Art. 307. Quando o fato for praticado
prosseguirá nos atos do inquérito ou em presença da autoridade, ou contra esta,
processo, se para isso for competente; se no exercício de suas funções, constarão do
auto a narração deste fato, a voz de prisão,

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as declarações que fizer o preso e os Art. 310. Quando o juiz verificar pelo
depoimentos das testemunhas, sendo tudo auto de prisão em flagrante que o agente
assinado pela autoridade, pelo preso e pelas praticou o fato, nas condições do art. 19, I, II
testemunhas e remetido imediatamente ao e III, do Código Penal, poderá, depois de
juiz a quem couber tomar conhecimento do ouvir o Ministério Público, conceder ao réu
fato delituoso, se não o for a autoridade que liberdade provisória, mediante termo de
houver presidido o auto. comparecimento a todos os atos do
Art. 308. Não havendo autoridade no processo, sob pena de revogação.
lugar em que se tiver efetuado a prisão, o Parágrafo único. Igual procedimento
preso será logo apresentado à do lugar mais será adotado quando o juiz verificar, pelo
próximo. auto de prisão em flagrante, a inocorrência
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá de qualquer das hipóteses que autorizam a
ser posto em liberdade, depois de lavrado o prisão preventiva (arts. 311 e 312).
auto de prisão em flagrante.

d) Mandado de Segurança – Deve ser impetrado sempre que um direito do acusado


for violado e não se puder usar Habeas Corpus ou Habeas Data, endereçado ao
juiz.
Não se pode esquecer que são requisitos para o Mandado de Segurança o Direito
Líquido e Certo e a violação deste por parte de autoridade pública ou quem lhe
faça às vezes.
O Inquérito Policial cabe Mandado de Segurança, por exemplo, quando o
advogado for impedido de contactar seu cliente, quando o acusado, preso não
tiver possibilitada comunicação e assistência da família, quando o advogado tiver
negado o acesso aos autos do IP, quando for requerido ao delegado perícia para
verificar a sanidade mental do acusado e o delegado negar-se a realizar o pedido
ao juiz, etc.

CF "habeas-data", quando o responsável pela


Art 5º ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
LXIX - conceder-se-á mandado de pública ou agente de pessoa jurídica no
segurança para proteger direito líquido e exercício de atribuições do Poder Público;
certo, não amparado por "habeas-corpus" ou

LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009. ou órgãos de partidos políticos e os


administradores de entidades autárquicas,
Art. 1o Conceder-se-á mandado de bem como os dirigentes de pessoas jurídicas
segurança para proteger direito líquido e ou as pessoas naturais no exercício de
certo, não amparado por habeas corpus ou atribuições do poder público, somente no que
habeas data, sempre que, ilegalmente ou disser respeito a essas atribuições.
com abuso de poder, qualquer pessoa física § 2o Não cabe mandado de
ou jurídica sofrer violação ou houver justo segurança contra os atos de gestão
receio de sofrê-la por parte de autoridade, comercial praticados pelos administradores
seja de que categoria for e sejam quais forem de empresas públicas, de sociedade de
as funções que exerça. economia mista e de concessionárias de
o
§ 1 Equiparam-se às autoridades, serviço público.
para os efeitos desta Lei, os representantes

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§ 3o Quando o direito ameaçado ou Art. 6o A petição inicial, que deverá
violado couber a várias pessoas, qualquer preencher os requisitos estabelecidos pela lei
delas poderá requerer o mandado de processual, será apresentada em 2 (duas)
segurança. vias com os documentos que instruírem a
Art. 2o Considerar-se-á federal a primeira reproduzidos na segunda e indicará,
autoridade coatora se as consequências de além da autoridade coatora, a pessoa jurídica
ordem patrimonial do ato contra o qual se que esta integra, à qual se acha vinculada ou
requer o mandado houverem de ser da qual exerce atribuições.
suportadas pela União ou entidade por ela § 1o No caso em que o documento
controlada. necessário à prova do alegado se ache em
o
Art. 3 O titular de direito líquido e repartição ou estabelecimento público ou em
certo decorrente de direito, em condições poder de autoridade que se recuse a fornecê-
idênticas, de terceiro poderá impetrar lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará,
mandado de segurança a favor do direito preliminarmente, por ofício, a exibição desse
originário, se o seu titular não o fizer, no documento em original ou em cópia autêntica
prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado e marcará, para o cumprimento da ordem, o
judicialmente. prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá
Parágrafo único. O exercício do cópias do documento para juntá-las à
direito previsto no caput deste artigo segunda via da petição.
submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta § 2o Se a autoridade que tiver
Lei, contado da notificação. procedido dessa maneira for a própria
Art. 4o Em caso de urgência, é coatora, a ordem far-se-á no próprio
permitido, observados os requisitos legais, instrumento da notificação.
impetrar mandado de segurança por § 3o Considera-se autoridade coatora
telegrama, radiograma, fax ou outro meio aquela que tenha praticado o ato impugnado
eletrônico de autenticidade comprovada. ou da qual emane a ordem para a sua
§ 1o Poderá o juiz, em caso de prática.
urgência, notificar a autoridade por § 4o (VETADO)
telegrama, radiograma ou outro meio que § 5o Denega-se o mandado de
assegure a autenticidade do documento e a segurança nos casos previstos pelo art. 267
imediata ciência pela autoridade. da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
§ 2o O texto original da petição deverá Código de Processo Civil.
ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis § 6o O pedido de mandado de
seguintes. segurança poderá ser renovado dentro do
o
§ 3 Para os fins deste artigo, em se prazo decadencial, se a decisão denegatória
tratando de documento eletrônico, serão não lhe houver apreciado o mérito.
observadas as regras da Infra-Estrutura de Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz
Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. ordenará:
o
Art. 5 Não se concederá mandado de I - que se notifique o coator do
segurança quando se tratar: conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a
I - de ato do qual caiba recurso segunda via apresentada com as cópias dos
administrativo com efeito suspensivo, documentos, a fim de que, no prazo de 10
independentemente de caução; (dez) dias, preste as informações;
II - de decisão judicial da qual caiba II - que se dê ciência do feito ao órgão
recurso com efeito suspensivo; de representação judicial da pessoa jurídica
III - de decisão judicial transitada em interessada, enviando-lhe cópia da inicial
julgado. sem documentos, para que, querendo,
Parágrafo único. (VETADO) ingresse no feito;

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III - que se suspenda o ato que deu como indicações e elementos outros
motivo ao pedido, quando houver necessários às providências a serem
fundamento relevante e do ato impugnado tomadas para a eventual suspensão da
puder resultar a ineficácia da medida, caso medida e defesa do ato apontado como ilegal
seja finalmente deferida, sendo facultado ou abusivo de poder.
exigir do impetrante caução, fiança ou Art. 10. A inicial será desde logo
depósito, com o objetivo de assegurar o indeferida, por decisão motivada, quando não
ressarcimento à pessoa jurídica. for o caso de mandado de segurança ou lhe
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro faltar algum dos requisitos legais ou quando
grau que conceder ou denegar a liminar decorrido o prazo legal para a impetração.
o
caberá agravo de instrumento, observado o § 1 Do indeferimento da inicial pelo
disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de juiz de primeiro grau caberá apelação e,
1973 - Código de Processo Civil. quando a competência para o julgamento do
§ 2o Não será concedida medida mandado de segurança couber
liminar que tenha por objeto a compensação originariamente a um dos tribunais, do ato do
de créditos tributários, a entrega de relator caberá agravo para o órgão
mercadorias e bens provenientes do exterior, competente do tribunal que integre.
a reclassificação ou equiparação de § 2o O ingresso de litisconsorte ativo
servidores públicos e a concessão de não será admitido após o despacho da
aumento ou a extensão de vantagens ou petição inicial.
pagamento de qualquer natureza. Art. 11. Feitas as notificações, o
§ 3o Os efeitos da medida liminar, serventuário em cujo cartório corra o feito
salvo se revogada ou cassada, persistirão juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios
até a prolação da sentença. endereçados ao coator e ao órgão de
§ 4o Deferida a medida liminar, o representação judicial da pessoa jurídica
processo terá prioridade para julgamento. interessada, bem como a prova da entrega a
§ 5o As vedações relacionadas com a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar
concessão de liminares previstas neste artigo recibo e, no caso do art. 4o desta Lei, a
se estendem à tutela antecipada a que se comprovação da remessa.
referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, Art. 12. Findo o prazo a que se refere
de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz
Civil. ouvirá o representante do Ministério Público,
Art. 8o Será decretada a perempção que opinará, dentro do prazo improrrogável
ou caducidade da medida liminar ex officio de 10 (dez) dias.
ou a requerimento do Ministério Público Parágrafo único. Com ou sem o
quando, concedida a medida, o impetrante parecer do Ministério Público, os autos serão
criar obstáculo ao normal andamento do conclusos ao juiz, para a decisão, a qual
processo ou deixar de promover, por mais de deverá ser necessariamente proferida em 30
3 (três) dias úteis, os atos e as diligências (trinta) dias.
que lhe cumprirem. Art. 13. Concedido o mandado, o juiz
Art. 9o As autoridades administrativas, transmitirá em ofício, por intermédio do oficial
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da do juízo, ou pelo correio, mediante
notificação da medida liminar, remeterão ao correspondência com aviso de recebimento,
Ministério ou órgão a que se acham o inteiro teor da sentença à autoridade
subordinadas e ao Advogado-Geral da União coatora e à pessoa jurídica interessada.
ou a quem tiver a representação judicial da Parágrafo único. Em caso de
União, do Estado, do Município ou da urgência, poderá o juiz observar o disposto
entidade apontada como coatora cópia no art. 4o desta Lei.
autenticada do mandado notificatório, assim

Prática Penal 7
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Art. 14. Da sentença, denegando ou § 4o O presidente do tribunal poderá
concedendo o mandado, cabe apelação. conferir ao pedido efeito suspensivo liminar
o
§ 1 Concedida a segurança, a se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade
sentença estará sujeita obrigatoriamente ao do direito invocado e a urgência na
duplo grau de jurisdição. concessão da medida.
§ 2o Estende-se à autoridade coatora § 5o As liminares cujo objeto seja
o direito de recorrer. idêntico poderão ser suspensas em uma
§ 3o A sentença que conceder o única decisão, podendo o presidente do
mandado de segurança pode ser executada tribunal estender os efeitos da suspensão a
provisoriamente, salvo nos casos em que for liminares supervenientes, mediante simples
vedada a concessão da medida liminar. aditamento do pedido original.
§ 4o O pagamento de vencimentos e Art. 16. Nos casos de competência
vantagens pecuniárias assegurados em originária dos tribunais, caberá ao relator a
sentença concessiva de mandado de instrução do processo, sendo assegurada a
segurança a servidor público da defesa oral na sessão do julgamento.
administração direta ou autárquica federal, Parágrafo único. Da decisão do
estadual e municipal somente será efetuado relator que conceder ou denegar a medida
relativamente às prestações que se liminar caberá agravo ao órgão competente
vencerem a contar da data do ajuizamento do tribunal que integre.
da inicial. Art. 17. Nas decisões proferidas em
Art. 15. Quando, a requerimento de mandado de segurança e nos respectivos
pessoa jurídica de direito público interessada recursos, quando não publicado, no prazo de
ou do Ministério Público e para evitar grave 30 (trinta) dias, contado da data do
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à julgamento, o acórdão será substituído pelas
economia públicas, o presidente do tribunal respectivas notas taquigráficas,
ao qual couber o conhecimento do respectivo independentemente de revisão.
recurso suspender, em decisão Art. 18. Das decisões em mandado de
fundamentada, a execução da liminar e da segurança proferidas em única instância
sentença, dessa decisão caberá agravo, sem pelos tribunais cabe recurso especial e
efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, extraordinário, nos casos legalmente
que será levado a julgamento na sessão previstos, e recurso ordinário, quando a
seguinte à sua interposição. ordem for denegada.
§ 1o Indeferido o pedido de Art. 19. A sentença ou o acórdão que
suspensão ou provido o agravo a que se denegar mandado de segurança, sem decidir
refere o caput deste artigo, caberá novo o mérito, não impedirá que o requerente, por
pedido de suspensão ao presidente do ação própria, pleiteie os seus direitos e os
tribunal competente para conhecer de respectivos efeitos patrimoniais.
eventual recurso especial ou extraordinário. Art. 20. Os processos de mandado de
o
§ 2 É cabível também o pedido de segurança e os respectivos recursos terão
o
suspensão a que se refere o § 1 deste prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo
artigo, quando negado provimento a agravo habeas corpus.
de instrumento interposto contra a liminar a § 1o Na instância superior, deverão
que se refere este artigo. ser levados a julgamento na primeira sessão
§ 3o A interposição de agravo de que se seguir à data em que forem conclusos
instrumento contra liminar concedida nas ao relator.
o
ações movidas contra o poder público e seus § 2 O prazo para a conclusão dos
agentes não prejudica nem condiciona o autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias.
julgamento do pedido de suspensão a que se Art. 21. O mandado de segurança
refere este artigo. coletivo pode ser impetrado por partido

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político com representação no Congresso pessoa jurídica de direito público, que deverá
Nacional, na defesa de seus interesses se pronunciar no prazo de 72 (setenta e
legítimos relativos a seus integrantes ou à duas) horas.
finalidade partidária, ou por organização Art. 23. O direito de requerer
sindical, entidade de classe ou associação mandado de segurança extinguir-se-á
legalmente constituída e em funcionamento decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados
há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de da ciência, pelo interessado, do ato
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de impugnado.
parte, dos seus membros ou associados, na Art. 24. Aplicam-se ao mandado de
o
forma dos seus estatutos e desde que segurança os arts. 46 a 49 da Lei n 5.869,
pertinentes às suas finalidades, dispensada, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
para tanto, autorização especial. Processo Civil.
Parágrafo único. Os direitos Art. 25. Não cabem, no processo de
protegidos pelo mandado de segurança mandado de segurança, a interposição de
coletivo podem ser: embargos infringentes e a condenação ao
I - coletivos, assim entendidos, para pagamento dos honorários advocatícios, sem
efeito desta Lei, os transindividuais, de prejuízo da aplicação de sanções no caso de
natureza indivisível, de que seja titular grupo litigância de má-fé.
ou categoria de pessoas ligadas entre si ou Art. 26. Constitui crime de
com a parte contrária por uma relação desobediência, nos termos do art. 330 do
jurídica básica; Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
II - individuais homogêneos, assim 1940, o não cumprimento das decisões
entendidos, para efeito desta Lei, os proferidas em mandado de segurança, sem
decorrentes de origem comum e da atividade prejuízo das sanções administrativas e da
ou situação específica da totalidade ou de aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de
parte dos associados ou membros do 1950, quando cabíveis.
impetrante. Art. 27. Os regimentos dos tribunais
Art. 22. No mandado de segurança e, no que couber, as leis de organização
coletivo, a sentença fará coisa julgada judiciária deverão ser adaptados às
limitadamente aos membros do grupo ou disposições desta Lei no prazo de 180 (cento
categoria substituídos pelo impetrante. e oitenta) dias, contado da sua publicação.
§ 1o O mandado de segurança Art. 28. Esta Lei entra em vigor na
coletivo não induz litispendência para as data de sua publicação.
os
ações individuais, mas os efeitos da coisa Art. 29. Revogam-se as Leis n 1.533,
julgada não beneficiarão o impetrante a título de 31 de dezembro de 1951, 4.166, de 4 de
individual se não requerer a desistência de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de
seu mandado de segurança no prazo de 30 1964, 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3o
(trinta) dias a contar da ciência comprovada da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973,
o o
da impetração da segurança coletiva. o art. 1 da Lei n 6.071, de 3 de julho de
o o
§ 2 No mandado de segurança 1974, o art. 12 da Lei n 6.978, de 19 de
coletivo, a liminar só poderá ser concedida janeiro de 1982, e o art. 2o da Lei no 9.259,
após a audiência do representante judicial da de 9 de janeiro de 1996.

e) Pedido de liberdade Provisória – quando o acusado estiver preso e couber a


liberdade provisória 321 a 350 CPP, desde que não haja uma prisão a ser
relaxada ou não seja caso de HC, endereçada ao juiz.

CPP - CAPÍTULO VI

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DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU por crime culposo ou contravenção que
SEM FIANÇA admita fiança;
Art. 321. Ressalvado o disposto no IV - quando presentes os motivos que
art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto, autorizam a decretação da prisão preventiva
independentemente de fiança: (art. 312).
I - no caso de infração, a que não for, Art. 325. O valor da fiança será fixado
isolada, cumulativa ou alternativamente, pela autoridade que a conceder nos
cominada pena privativa de liberdade; seguintes limites:
II - quando o máximo da pena privativa a) de 1 (um) a 5 (cinco) salários
de liberdade, isolada, cumulativa ou mínimos de referência, quando se tratar de
alternativamente cominada, não exceder a infração punida, no grau máximo, com pena
três meses. privat
Art. 322. A autoridade policial somente a) de 1 (um) a 5 (cinco) salários mínimos de
poderá conceder fiança nos casos de referência, quando se tratar de infração
infração punida com detenção ou prisão punida, no grau máximo, com pena privativa
simples. da liberdade, até 2 (dois) anos;
Parágrafo único. Nos demais casos do b) de 5 (cinco) a 20 (vinte) salários
art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que mínimos de referência, quando se tratar de
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. infração punida com pena privativa da
Art. 323. Não será concedida fiança: liberdade, no grau máximo, até 4 (quatro)
I - nos crimes punidos com reclusão anos;
em que a pena mínima cominada for superior c) de 20 (vinte) a 100 (cem) salários
a 2 (dois) anos; mínimos de referência, quando o máximo da
II - nas contravenções tipificadas nos pena cominada for superior a 4 (quatro)
arts. 59 e 60 da Lei das Contravenções anos.
Penais; § 1o Se assim o recomendar a
III - nos crimes dolosos punidos com situação econômica do réu, a fiança poderá
pena privativa da liberdade, se o réu já tiver ser:
sido condenado por outro crime doloso, em I - reduzida até o máximo de dois terços;
sentença transitada em julgado; II - aumentada, pelo juiz, até o décuplo.
IV - em qualquer caso, se houver no § 2o Nos casos de prisão em flagrante
processo prova de ser o réu vadio; pela prática de crime contra a economia
V - nos crimes punidos com reclusão, popular ou de crime de sonegação fiscal, não
que provoquem clamor público ou que se aplica o disposto no art. 310 e parágrafo
tenham sido cometidos com violência contra único deste Código, devendo ser observados
a pessoa ou grave ameaça. os seguintes procedimentos:
Art. 324. Não será, igualmente, I - a liberdade provisória somente
concedida fiança: poderá ser concedida mediante fiança, por
I - aos que, no mesmo processo, decisão do juiz competente e após a
tiverem quebrado fiança anteriormente lavratura do auto de prisão em flagrante;
concedida ou infringido, sem motivo justo, Il - o valor de fiança será fixado pelo juiz
qualquer das obrigações a que se refere o que a conceder, nos limites de dez mil a cem
art. 350; mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
II - em caso de prisão por mandado do Nacional - BTN, da data da prática do crime;
juiz do cível, de prisão disciplinar, III - se assim o recomendar a situação
administrativa ou militar; econômica do réu, o limite mínimo ou
III - ao que estiver no gozo de máximo do valor da fiança poderá ser
suspensão condicional da pena ou de reduzido em até nove décimos ou aumentado
livramento condicional, salvo se processado até o décuplo.

Prática Penal 10
Luciana Avila Zanotelli
Art. 326. Para determinar o valor da Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á
fiança, a autoridade terá em consideração a prova de que se acham livres de ônus.
natureza da infração, as condições pessoais Art. 331. O valor em que consistir a
de fortuna e vida pregressa do acusado, as fiança será recolhido à repartição
circunstâncias indicativas de sua arrecadadora federal ou estadual, ou
periculosidade, bem como a importância entregue ao depositário público, juntando-se
provável das custas do processo, até final aos autos os respectivos conhecimentos.
julgamento. Parágrafo único. Nos lugares em que o
Art. 327. A fiança tomada por termo depósito não se puder fazer de pronto, o
obrigará o afiançado a comparecer perante a valor será entregue ao escrivão ou pessoa
autoridade, todas as vezes que for intimado abonada, a critério da autoridade, e dentro de
para atos do inquérito e da instrução criminal três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe
e para o julgamento. Quando o réu não assina este artigo, o que tudo constará do
comparecer, a fiança será havida como termo de fiança.
quebrada. Art. 332. Em caso de prisão em
Art. 328. O réu afiançado não poderá, flagrante, será competente para conceder a
sob pena de quebramento da fiança, mudar fiança a autoridade que presidir ao respectivo
de residência, sem prévia permissão da auto, e, em caso de prisão por mandado, o
autoridade processante, ou ausentar-se por juiz que o houver expedido, ou a autoridade
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem judiciária ou policial a quem tiver sido
comunicar àquela autoridade o lugar onde requisitada a prisão.
será encontrado. Art. 333. Depois de prestada a fiança,
Art. 329. Nos juízos criminais e que será concedida independentemente de
delegacias de polícia, haverá um livro audiência do Ministério Público, este terá
especial, com termos de abertura e de vista do processo a fim de requerer o que
encerramento, numerado e rubricado em julgar conveniente.
todas as suas folhas pela autoridade, Art. 334. A fiança poderá ser prestada
destinado especialmente aos termos de em qualquer termo do processo, enquanto
fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e não transitar em julgado a sentença
assinado pela autoridade e por quem prestar condenatória.
a fiança, e dele extrair-se-á certidão para Art. 335. Recusando ou demorando a
juntar-se aos autos. autoridade policial a concessão da fiança, o
Parágrafo único. O réu e quem prestar preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la,
a fiança serão pelo escrivão notificados das mediante simples petição, perante o juiz
obrigações e da sanção previstas nos arts. competente, que decidirá, depois de ouvida
327 e 328, o que constará dos autos. aquela autoridade.
Art. 330. A fiança, que será sempre Art. 336. O dinheiro ou objetos dados
definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, como fiança ficarão sujeitos ao pagamento
pedras, objetos ou metais preciosos, títulos das custas, da indenização do dano e da
da dívida pública, federal, estadual ou multa, se o réu for condenado.
municipal, ou em hipoteca inscrita em Parágrafo único. Este dispositivo terá
primeiro lugar. aplicação ainda no caso da prescrição depois
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de da sentença condenatória (Código Penal,
pedras, objetos ou metais preciosos será art. 110 e seu parágrafo).
feita imediatamente por perito nomeado pela Art. 337. Se a fiança for declarada sem
autoridade. efeito ou passar em julgado a sentença que
§ 2o Quando a fiança consistir em houver absolvido o réu ou declarado extinta a
caução de títulos da dívida pública, o valor ação penal, o valor que a constituir será
será determinado pela sua cotação em

Prática Penal 11
Luciana Avila Zanotelli
restituído sem desconto, salvo o disposto no revelia, no processo e julgamento, enquanto
parágrafo do artigo anterior. não for preso.
Art. 338. A fiança que se reconheça Art. 344. Entender-se-á perdido, na
não ser cabível na espécie será cassada em totalidade, o valor da fiança, se, condenado,
qualquer fase do processo. o réu não se apresentar à prisão.
Art. 339. Será também cassada a Art. 345. No caso de perda da fiança,
fiança quando reconhecida a existência de depois de deduzidas as custas e mais
delito inafiançável, no caso de inovação na encargos a que o réu estiver obrigado, o
classificação do delito. saldo será recolhido ao Tesouro Nacional.
Art. 340. Será exigido o reforço da Art. 346. No caso de quebramento de
fiança: fiança, feitas as deduções previstas no artigo
I - quando a autoridade tomar, por anterior, o saldo será, até metade do valor da
engano, fiança insuficiente; fiança, recolhido ao Tesouro Federal.
II - quando houver depreciação material Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do
ou perecimento dos bens hipotecados ou art. 345, o saldo será entregue a quem
caucionados, ou depreciação dos metais ou houver prestado a fiança, depois de
pedras preciosas; deduzidos os encargos a que o réu estiver
III - quando for inovada a classificação obrigado.
do delito. Art. 348. Nos casos em que a fiança
Parágrafo único. A fiança ficará sem tiver sido prestada por meio de hipoteca, a
efeito e o réu será recolhido à prisão, execução será promovida no juízo cível pelo
quando, na conformidade deste artigo, não órgão do Ministério Público.
for reforçada. Art. 349. Se a fiança consistir em
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz
quando o réu, legalmente intimado para ato determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
do processo, deixar de comparecer, sem Art. 350. Nos casos em que couber
provar, incontinenti, motivo justo, ou quando, fiança, o juiz, verificando ser impossível ao
na vigência da fiança, praticar outra infração réu prestá-la, por motivo de pobreza, poderá
penal. conceder-lhe a liberdade provisória,
Art. 342. Se vier a ser reformado o sujeitando-o às obrigações constantes dos
julgamento em que se declarou quebrada a arts. 327 e 328. Se o réu infringir, sem motivo
fiança, esta subsistirá em todos os seus justo, qualquer dessas obrigações ou praticar
efeitos outra infração penal, será revogado o
Art. 343. O quebramento da fiança benefício.
importará a perda de metade do seu valor e a Parágrafo único. O escrivão intimará o
obrigação, por parte do réu, de recolher-se à réu das obrigações e sanções previstas
prisão, prosseguindo-se, entretanto, à sua neste artigo.

f) Pedido de Produção antecipada de provas – endereçada ao juiz, para os casos


em que a produção da prova não pode esperar até o início da ação penal, sob
pena de perecimento. Art 156 I CPP.

CPP provas consideradas urgentes e


Art. 156. A prova da alegação incumbirá a relevantes, observando a necessidade,
quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz adequação e proporcionalidade da
de ofício: medida;
I – ordenar, mesmo antes de iniciada
a ação penal, a produção antecipada de

Prática Penal 12
Luciana Avila Zanotelli
CF
Art 5º
LV - aos litigantes, em processo judicial ampla defesa, com os meios e recursos a
ou administrativo, e aos acusados em ela inerentes;
geral são assegurados o contraditório e

Apesar de não haver o contraditório e ampla defesa no IP, a produção antecipada


de provas visa o processo judicial, sendo assim, aplica-se o princípio.

g) Apresentação de Quesitos e indicação de assistente técnico para exame de corpo


de delito e outras perícias – Petição simples, endereçada ao Juiz, com as
perguntas formuladas (deve-se atentar à pertinência e importância das perguntas)
e o nome e os demais dados do assistente técnico. Art 159 CPP

CPP § 2o Os peritos não oficiais prestarão o


Art. 159. O exame de corpo de delito e compromisso de bem e fielmente
outras perícias serão realizados por perito desempenhar o encargo.
oficial, portador de diploma de curso § 3o Serão facultadas ao Ministério
superior. Público, ao assistente de acusação, ao
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame ofendido, ao querelante e ao acusado a
será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, formulação de quesitos e indicação de
portadoras de diploma de curso superior assistente técnico.
preferencialmente na área específica, dentre § 4o O assistente técnico atuará a
as que tiverem habilitação técnica partir de sua admissão pelo juiz e após a
relacionada com a natureza do exame. conclusão dos exames e elaboração do
laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão.

h) Pedido de acareação – Petição simples endereçada ao delegado, indicando o


nome das pessoas a acarear e os motivos da necessidade de tal medida. Art 229
e 230 CPP.

CPP pontos de divergências, reduzindo-se a termo


Art. 229. A acareação será admitida entre o ato de acareação.
acusados, entre acusado e testemunha, Art. 230. Se ausente alguma
entre testemunhas, entre acusado ou testemunha, cujas declarações divirjam das
testemunha e a pessoa ofendida, e entre as de outra, que esteja presente, a esta se
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, darão a conhecer os pontos da divergência,
em suas declarações, sobre fatos ou consignando-se no auto o que explicar ou
circunstâncias relevantes. observar. Se subsistir a discordância,
Parágrafo único. Os acareados serão expedir-se-á precatória à autoridade do lugar
reperguntados, para que expliquem os onde resida a testemunha ausente,
transcrevendo-se as declarações desta e as

Prática Penal 13
Luciana Avila Zanotelli
da testemunha presente, nos pontos em que testemunha presente. Esta diligência só se
divergirem, bem como o texto do referido realizará quando não importe demora
auto, a fim de que se complete a diligência, prejudicial ao processo e o juiz a entenda
ouvindo-se a testemunha ausente, pela conveniente.
mesma forma estabelecida para a

i) Cautelar de Busca e Apreensão – Havendo necessidade para a defesa do


acusado e urgência, pode-se impetrar tal cautelar, visando apreender documentos,
objetos, ou até mesmo pessoas, a fim de fazer prova. Endereçada ao Juiz. Art 240
a 250 CPP.

CPP I - indicar, o mais precisamente


Art. 240. A busca será domiciliar ou possível, a casa em que será realizada a
pessoal. diligência e o nome do respectivo proprietário
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o
quando fundadas razões a autorizarem, para: nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os
a) prender criminosos; sinais que a identifiquem;
b) apreender coisas achadas ou obtidas II - mencionar o motivo e os fins da
por meios criminosos; diligência;
c) apreender instrumentos de III - ser subscrito pelo escrivão e
falsificação ou de contrafação e objetos assinado pela autoridade que o fizer expedir.
falsificados ou contrafeitos; § 1o Se houver ordem de prisão,
d) apreender armas e munições, constará do próprio texto do mandado de
instrumentos utilizados na prática de crime busca.
ou destinados a fim delituoso; § 2o Não será permitida a apreensão de
e) descobrir objetos necessários à prova documento em poder do defensor do
de infração ou à defesa do réu; acusado, salvo quando constituir elemento
f) apreender cartas, abertas ou não, do corpo de delito.
destinadas ao acusado ou em seu poder, Art. 244. A busca pessoal independerá
quando haja suspeita de que o conhecimento de mandado, no caso de prisão ou quando
do seu conteúdo possa ser útil à elucidação houver fundada suspeita de que a pessoa
do fato; esteja na posse de arma proibida ou de
g) apreender pessoas vítimas de crimes; objetos ou papéis que constituam corpo de
h) colher qualquer elemento de delito, ou quando a medida for determinada
convicção. no curso de busca domiciliar.
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal Art. 245. As buscas domiciliares serão
quando houver fundada suspeita de que executadas de dia, salvo se o morador
alguém oculte consigo arma proibida ou consentir que se realizem à noite, e, antes de
objetos mencionados nas letras b a f e letra h penetrarem na casa, os executores
do parágrafo anterior. mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou
Art. 241. Quando a própria autoridade a quem o represente, intimando-o, em
policial ou judiciária não a realizar seguida, a abrir a porta.
pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser § 1o Se a própria autoridade der a
precedida da expedição de mandado. busca, declarará previamente sua qualidade
Art. 242. A busca poderá ser e o objeto da diligência.
determinada de ofício ou a requerimento de § 2o Em caso de desobediência, será
qualquer das partes. arrombada a porta e forçada a entrada.
o
Art. 243. O mandado de busca deverá: § 3 Recalcitrando o morador, será
permitido o emprego de força contra coisas

Prática Penal 14
Luciana Avila Zanotelli
existentes no interior da casa, para o moradores mais do que o indispensável para
descobrimento do que se procura. o êxito da diligência.
o o
§ 4 Observar-se-á o disposto nos §§ 2 Art. 249. A busca em mulher será feita
o
e 3 , quando ausentes os moradores, por outra mulher, se não importar
devendo, neste caso, ser intimado a assistir à retardamento ou prejuízo da diligência.
diligência qualquer vizinho, se houver e Art. 250. A autoridade ou seus agentes
estiver presente. poderão penetrar no território de jurisdição
§ 5o Se é determinada a pessoa ou alheia, ainda que de outro Estado, quando,
coisa que se vai procurar, o morador será para o fim de apreensão, forem no
intimado a mostrá-la. seguimento de pessoa ou coisa, devendo
o
§ 6 Descoberta a pessoa ou coisa que apresentar-se à competente autoridade local,
se procura, será imediatamente apreendida e antes da diligência ou após, conforme a
posta sob custódia da autoridade ou de seus urgência desta.
agentes. § 1o Entender-se-á que a autoridade ou
§ 7o Finda a diligência, os executores seus agentes vão em seguimento da pessoa
lavrarão auto circunstanciado, assinando-o ou coisa, quando:
com duas testemunhas presenciais, sem a) tendo conhecimento direto de sua
prejuízo do disposto no § 4o. remoção ou transporte, a seguirem sem
Art. 246. Aplicar-se-á também o interrupção, embora depois a percam de
disposto no artigo anterior, quando se tiver vista;
de proceder a busca em compartimento b) ainda que não a tenham avistado,
habitado ou em aposento ocupado de mas sabendo, por informações fidedignas ou
habitação coletiva ou em compartimento não circunstâncias indiciárias, que está sendo
aberto ao público, onde alguém exercer removida ou transportada em determinada
profissão ou atividade. direção, forem ao seu encalço.
Art. 247. Não sendo encontrada a § 2o Se as autoridades locais tiverem
pessoa ou coisa procurada, os motivos da fundadas razões para duvidar da legitimidade
diligência serão comunicados a quem tiver das pessoas que, nas referidas diligências,
sofrido a busca, se o requerer. entrarem pelos seus distritos, ou da
Art. 248. Em casa habitada, a busca legalidade dos mandados que apresentarem,
será feita de modo que não moleste os poderão exigir as provas dessa legitimidade,
mas de modo que não se frustre a diligência.

j) Indicação de Curador para indiciado menor – quando o indiciado for menor de


idade, deve ser nomeado curador para auxiliá-lo no IP. Poderá ser feita indicação
de curador à autoridade Policial, mediante petição simples endereçada ao
delegado.

CPP Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á


nomeado curador pela autoridade policial.

k) Pode ainda, durante o IP ser requerida qualquer diligência para a autoridade


policial, o que será feito mediante petição simples.

CPP qualquer diligência, que será realizada, ou


Art. 14. O ofendido, ou seu representante não, a juízo da autoridade.
legal, e o indiciado poderão requerer

Prática Penal 15
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l) Pedido de Revogação de Prisão Cautelar – endereçada ao Juiz que tenha
decretado a prisão cautelar, é petição simples com a exposição da cessação ou
inexistência dos motivos autorizadores de tal prisão.

EXERCÍCIOS
1- Mário, procura você como advogado para representar seus interesses
informando que na noite de 05.10.10 em uma boate situada na Rua X, nº 00, na
cidade de Canoas, foi ameaçado de morte, por um homem, que até então não
conhecia, por ter dançado com a ex companheira do referido homem. Mário relata
que tal homem é branco, com estatura alta (medindo cerca de 1,80 metros),
cabelos escuros, compridos, aparentando ter cerca de 40 anos, tendo sido
chamado pela alcunha de Zé pelos presentes no local. Mário ainda informa que
presenciaram a ameaça a ex companheira do referido homem, que responde pelo
nome de Josefa e é operária em uma fabrica de automóveis na cidade de
Gravataí, bem como o segurança da Boate, de nome Cláudio. Mário ainda informa
que não foi realizado qualquer registro do episódio junto à polícia, e que gostaria
de você realizasse os atos necessários para que se proceda à investigação e
posterior procedimento penal contra o referido homem.
Redija a peça processual cabível, indicando ainda quais os documentos
indispensáveis serão anexados à mesma.

2– Considere que o pedido formulado no exercício anterior foi indeferido. Faça o


recurso cabível, com as razões que o fundamentam, indicando os documentos que
acompanham o recurso.

3- João foi preso em Flagrante delito no dia 10.10.10 pelo crime de furto simples.
João é primário e possui bons antecedentes. A família de João o procura para
receber orientação e para que você represente os interesses de João, porque o
mesmo foi impedido de manter qualquer comunicação externa, sem qualquer
justificativa, mesmo com a família, não sendo informado em qual lugar o mesmo
encontra-se preso. Aponte e redija a(s) peça(s) processual(is) cabível(is) na
situação acima descrita.

4- Joaquim procura você, em seu escritório para que você o represente em IP


junto à 10ª Delegacia da cidade de Canoas. Joaquim informa que foi acusado por
Manoel de ter ocultado em sua loja, para posterior revenda, produtos que haviam
sido furtados da loja de Manoel. Quando do recebimento de tal informação, a
autoridade policial endereçou-se à loja de Joaquim e lá apreendeu 20 mercadorias
com a descrição dos produtos furtados da loja de Manoel. Joaquim informa que os

Prática Penal 16
Luciana Avila Zanotelli
números de série dos produtos apreendidos não podem ser os mesmos dos
produtos furtados da loja de Manoel, uma vez que possui as notas fiscais de
compra de tais produtos, que possuem número de série individual. Ainda, informa
que apurou que na realidade os produtos que teriam sido furtados da loja de
Manoel, encontram-se escondidos em um depósito do próprio Manoel, situado à
Rua X nº 00, e informa ainda que soube de tal fato por meio do Genro de Manoel
que alertou-lhe que tudo não passava de manobra articulada por Manoel para
denegrir a imagem de Joaquim e tirá-lo do negócio.
Redija a(s) peça(s) cabível(is) para defender os interesses de Joaquim na situação
acima.

5- Considere que no caso do exercício acima, tenha sido decretada a prisão


cautelar de Joaquim para garantir a aplicação da lei penal. Considerando que o
mesmo é Brasileiro, nascido e criado na cidade de canoas, e é primário (além das
informações contidas no enunciado do exercício 4, redija a peça processual
pertinente para defender os interesses de Joaquim.

Prática Penal 17
Luciana Avila Zanotelli

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