Você está na página 1de 2

Processo de Haber Bosch – Produção Industrial da Amônia

O processo de Haber (também conhecido como Processo Haber-Bosch) é uma reação


entre nitrogênio e hidrogênio para produzir amoníaco. Esta reação é catalisada com o ferro,
sob as condições de 200 atmosferas de pressão e uma temperatura de 450 °C.:

N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) + energia ∆ H = -92,22 Kj

O processo foi desenvolvido por Fritz Haber e Carl Bosch em 1909 e patenteado em
1910. Foi usado pela primeira vez, à escala industrial, na Alemanha durante a Primeira Guerra
Mundial. Para a produção de munição os alemães dependiam do nitrato de sódio importado do
Chile, que era insuficiente e incerto. Por isso passaram a
utilizar prontamente o processo de Haber para a produção
de amoníaco. Atualmente, a amônia é muito utilizada na
indústria. Ela serve como material de partida de compostos
importantes, tais como pesticidas e fertilizantes, também
está presente nas formulações de tintas de cabelo que são
muito vendidas atualmente.
Se fôssemos simplesmente sintetizar amônia a
partir do nitrogênio e do oxigênio obteríamos muito pouco
produto, pois esta reação tem um rendimento muito baixo.
Além disso, esta reação é muito lenta e como as indústrias
querem produtividade, não se pode esperar muito tempo
para a reação se processar.Para sintetizar a amônia
industrialmente, a partir do nitrogênio e do hidrogênio, uma
maneira conveniente é aumentar a velocidade da reação,
utilizando um catalisador, por exemplo.
Para a produção da amônia, o nitrogênio é obtido
do ar atmosférico, e o hidrogênio como resultado da reação
entre a água e o gás natural:
Fritz Haber ganhou o prêmio
CH4(g) + H2O(g) CO(g) + 3H2(g)   Nobel por viabilizar a síntese da
amônia.
Condições de equilíbrio do processo

A reação entre nitrogênio e hidrogênio é reversível, portanto, o rendimento na produção


do amoníaco depende de algumas condições:

Temperatura
A formação da amônia, apesar de muito lenta, é exotérmica. Assim, poderíamos
imaginar que se aumentarmos a temperatura do sistema, a reação se deslocaria na formação
de nitrogênio e hidrogênio. Assim como, se diminuirmos a temperatura, a reação se deslocaria
na formação de mais amônia. No entanto, quando aquecemos o sistema reacional, podemos
aumentar a velocidade da reação, pois a baixas temperaturas a reação é tão lenta que
perderíamos muito tempo com esta reação. Sendo assim, baixas temperaturas favorecem a
produção do NH3 e o incremento da temperatura tende a deslocar o equilíbrio da reação no
sentido inverso, de acordo com o Princípio de Le Chatelier. Por outro lado, a redução da
temperatura diminui a velocidade da reação, portanto, uma temperatura intermédia é a ideal
para favorecer o processo. Experiências demonstraram que a temperatura ideal é de 450 °C.

Pressão
Se aumentarmos a temperatura, o equilíbrio se deslocará na formação de nitrogênio e
oxigênio, o que é desfavorável, assim podemos aumentar a pressão, o que faz com que a
produção de amônia também aumente, pois a alta pressão faz com que o equilíbrio se
desloque no sentido de menor volume de gás. Uma forma de aumentar o rendimento é remover
a amônia e isto é feito em muitas indústrias do mundo. Logo, o incremento da pressão aumenta
o rendimento de formação do produto, mas por outro lado este incremento deve ser
economicamente viável, ou seja, não deve tornar os custos de produção demasiado elevados.
A pressão considerada tecnicamente e economicamente viável é de 200 atmosferas.
Catalisador: O catalisador não afeta o equilíbrio, porém, acelera a velocidade da reação para
atingir o equilíbrio. A adição de um catalisador permite que o processo se desenvolva
favoravelmente em temperaturas mais baixas. No início, para a reação Haber-Bosch, usava-se
o ósmio e urânio como catalisadores. Atualmente, utiliza-se de maneira extensiva o ferro.
Na indústria, o ferro catalítico é preparado pela exposição da magnetita, um óxido de
ferro, ao hidrogênio aquecido. A magnetita é reduzida a ferro metálico com a eliminação do
oxigênio no processo.

A amônia formada é um gás, porém, refrigerando e sob alta pressão obtém-se num
estado liquefeito. Nestas condições, sob a forma líquida, não ocorre à reversibilidade, ou seja,
a reação de decomposição em nitrogênio e hidrogênio não acontece.

Repare que esta equação é de formação da amônia no estado gasoso, veja agora
alguns procedimentos da produção artificial de amônia líquida:

1. Uma mistura gasosa de N2 e H2 é colocada em um reator;


2. Ao reagir e atingir o equilíbrio, a mistura de N2 e H2 é transferida para um condensador;
3. Nesta etapa a amônia formada se encontra no estado gasoso: NH 3(g), mas quando passa
pelo condensador se converte em líquida;
4. Estando a amônia liquefeita é então retirada e pode ser usada.

Você também pode gostar