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GUIA PARA A DOENTE COM CANCRO DA MAMA

INTRODUÇÃO

O cancro da mama é a forma mais comum de cancro entre as mulheres. Por


essa razão, o Gabinete de Enfermagem – Grupo de Patologia Mamária, realizou
este guia com o objectivo de esclarecê-la, de uma forma simples, sobre os
tratamentos, reabilitação e apoios que poderá necessitar.

Sabemos que publicações como esta não respondem a todas as questões que a vão
preocupar e não podem, de forma alguma, substituir o diálogo com os profissionais de
saúde. É nosso desejo facilitar esse diálogo.

ÍNDICE

-FACTOS SOBRE O CANCRO DA MAMA

-SINAIS DE ALERTA

1.1.Comunicação

Comunicação com a família

A mulher solteira
Comunicação com os adultos

2.TRATAMENTOS/RECONSTRUÇÃO DA MAMA

Cirurgia da mama

Tratamento médico: quimioterapia/ Hormonoterapia

Radioterapia

Reconstrução da mama

3.VOLTAR A VIDA NORMAL

4. PREVENÇÃO DO CANCRO DA MAMA

5.LEGISLAÇÃO PROTECTORA DO DOENTE ONCOLÓGICO

6.GLOSSÁRIO DE SENOLOGIA

AJUDA NA QUALIDADE DE VIDA Comunicação


Cirurgia;
Tratamento Médico: Quimioterapia/
TRATAMENTOS / RECONSTRUÇÃO DA MAMA Hormonoterapia
Radioterapia
Reconstrução da mama;
Tomar banho ou duche
Actividade Física
Relaxamento Físico e Psicológico
Descanso
Vestuário
Profissão
VOLTAR ÀVIDA NORMAL Prótese Mamária
Cuidados a ter com o Sol
Alimentação
Conduzir
Fumar

AUTO-EXAME DA MAMA
LEGISLAÇÃO PROTECTORA DO DOENTE
ONCOLÓGICO
BIBLIOGRAFIA
AGRADECIMENTOS
FACTOS SOBRE O CANCRO DA MAMA

- O cancro da mama é o cancro mais comum na mulher.

- Em Portugal existem cerca de 3000 a 3500 novos casos de


cancro de mama por ano, o que dá uma média de 9 a 10 novos
casos por dia.

- Em cada 100 cancros da mama, 99 são em mulheres e 1 em


homens.

- Uma em cada dez mulheres irá ter cancro de mama durante a


sua vida.

- A incidência do cancro da mama aumenta ao longo da vida


(quanto mais velha, maior hipótese de cancro da mama).

- Incidência do cancro de mama de acordo com a idade:

Aos 30 anos - 1 em cada 3000 mulheres

Aos 40 anos - 1 em cada 250 mulheres

Aos 50 anos - 1 em cada 50 mulheres

Aos 60 anos - 1 em cada 25 mulheres

Aos 70 anos - 1 em cada 15 mulheres

Aos 80 anos - 1 em cada 10 mulheres

- Cerca de 75% dos cancros da mama aparecem acima dos 50


anos.

- A raça branca tem maior incidência de cancro da mama


quando comparada com a raça negra ou mesmo com as
mulheres asiáticas. No entanto, abaixo dos 50 anos, as negras
contraem mais cancro da mama do que as brancas.
- Familiares directas (mãe, irmãs, filhas) de mulheres com
cancro da mama em idades jovens (abaixo dos 45 anos), têm
risco acrescido de contrair cancro da mama, pelo que devem
ser colocadas sob programa de rastreio de cancro da mama em
idades mais jovens que o normal.

- Só 5 a 10% dos cancros da mama terão uma base hereditária


(familiar).

- À medida que o rastreio do cancro da mama tem vindo a ser


implementado, vão-se descobrindo cancros em formas mais
iniciais, com o consequente benefício quer a nível do tipo de
tratamento, quer ao nível da sobrevida da doença.

- Quando comparada com os anos 50, a mortalidade do cancro


da mama diminuiu cerca de 10%.

- Cerca de 80 a 85% das biopsias mamárias são benignas.

SINAIS DE ALERTA

- Nódulo mamário solitário, duro, que não escorrega sob os


seus dedos, encontrando-se fixado aos tecidos vizinhos.

- Corrimento mamilar geralmente unilateral, principalmente se


for sanguinolento (vermelho/rosado) ou acastanhado.

- Lesão descamativa do mamilo.

- Pele em casca de laranja em qualquer área da mama.

- Zona de depressão da pele da mama ou depressão do mamilo


(metido para dentro), de instalação recente.

- Não se fie na ausência de dor. 90% dos cancros da mama são


indolores.

Se encontrou algum dos sinais acima descritos consulte


um Senologista com a brevidade possível, no sentido de
mais rapidamente obter uma resposta para as suas
dúvidas.
Sinais e Sintomas
Nódulo (caroço)
A descoberta de um nódulo mamário é sempre acompanhada
de ansiedade.

De forma a minorar esta ansiedade faça sempre o seu auto-


exame após o período menstrual, encontrando assim menos
"nódulos".

De qualquer modo tenha presente que cerca de 80% a 90% dos


nódulos são benignos.

Se encontrou um nódulo ou uma zona mais endurecida :

Verifique a sua correcta localização. Palpe a zona homóloga do


outro peito e procure por igual sensação. Se este for o caso, o
mais normal é que se trate de alterações hormonais,
provocando esta nodularidade.

Se este nódulo diminui ou se torna mais mole após o período


menstrual, provavelmente corresponderá a alterações
benignas.

Se, pelo contrário, o nódulo aumenta de volume ou endurece,


deverá contactar o seu Senologista.

Um nódulo mamário solitário, duro, que não escorrega sob os


seus dedos, encontrando-se fixado aos tecidos vizinhos, deve
ser prontamente investigado.

Prurido

O prurido mamilar é um sintoma pouco comum, ocorrendo, na


grande maioria dos casos em situações benignas.

Podemos encontrá-lo associado a descamação do mamilo e


aréola nos chamados eczemas mamilares, provocados por
contacto com a roupa ou produtos de higiene pessoal. Numa
boa parte dos casos é de aparecimento bilateral. Podem existir
secreção e rubor mamilar associados. Estas situações resolvem
facilmente com a aplicação de pomadas.

Porém existe uma entidade, felizmente rara - a Doença de


Paget, que corresponde a uma forma de doença maligna da
aréola e mamilo, com sinais semelhantes. Esta forma de tumor
maligno da aréola e mamilo, habitualmente tem bom
prognóstico e é extremamente raro antes dos 40 anos, sendo a
sua faixa etária "preferencial" os 40-50 anos. Na esmagadora
maioria dos casos é unilateral.

Estas duas entidades, em fase inicial, não são distinguíveis a


"olho nu", pelo que se pode necessitar de uma biopsia com
anestesia local, para estabelecer o correcto diagnóstico. A
mamografia deve fazer parte da avaliação.

Inflamação
Os sinais de inflamação da mama são principalmente a
presença de calor, vermelhidão e dor. Também pode existir
febre associada.

A causa mais frequente é a infecção bacteriana da mama, que


é mais comum em mulheres a amamentar, principalmente nas
seis primeiras semanas de amamentação (mastite de
lactação). Tem por origem a entrada de bactérias pelos poros
do mamilo, que vão infectar secundariamente o interior da
mama. O tratamento passa pela toma oral de antibióticos,
podendo, nalguns casos, ser necessária drenagem cirúrgica.

Existe uma outra forma de mastite, a chamada mastite


periductal, que aparece fora da amamentação e que se
caracteriza por inflamação da zona periareolar. Esta entidade
aparece em 90% dos casos, em mulheres fumadoras. O seu
tratamento passa também pela toma oral de antibióticos, por
vezes por períodos mais longos que na mastite de lactação.
Uma boa parte das vezes é uma doença recidivante, tendo
também tendência para ficar crónica e, por vezes, desenvolver
fístulas (orifícios periareolares por onde sai cronicamente pus),
cujo tratamento será a remoção cirúrgica dos ductos
infectados, bem como a remoção da fístula.

Existe ainda uma forma rara de cancro da mama - o carcinoma


inflamatório - que se pode manifestar por inflamação da
mama. Habitualmente existe associação a nódulo palpável,
acompanhado de dor, situação esta que não é muito comum
nos cancros da mama. A existência desta situação deve ser
plenamente investigada.

Finalmente podem ainda existir fenómenos inflamatórios


esporádicos, geralmente na fase pré-menstrual, associados a
alterações hormonais, bem como ao crescimento de eventuais
quistos pré-existentes, fenómenos estes, habitualmente
acompanhados de dor. Estas situações são auto-limitadas no
tempo, devendo ser investigadas junto dum Senologista, se se
mantiverem persistentes.

Um processo inflamatório/infeccioso da mama, fora dos


períodos de amamentação, deve ser plenamente
investigado com observação e realização de meios
auxiliares de diagnóstico.

Dor
É o sintoma mais comum a nível mamário. A grande maioria
das vezes corresponde a patologia benigna, sendo, no entanto,
causa de ansiedade.

Dor cíclica - Aparece cerca de 7 a 14 dias antes do período


menstrual, geralmente é bilateral, nos quadrantes mais
externos da mama e desaparece com o aparecimento do
período menstrual. Tem como causa directa as alterações
hormonais mensais normais das mulheres pré-menopáusicas. A
grande maioria das vezes é de intensidade suportável,
havendo casos de intensidade mais forte que necessitam de
terapêutica específica. Pode ser eventualmente acompanhada
de nodularidade (caroços). Na grande maioria dos casos
corresponde a alterações benignas.

Dor não cíclica - Como o nome indica não apresenta relação


com os períodos menstruais, sendo de aparecimento
anárquico. Não desaparece com o aparecimento do período
menstrual. As suas causas são extremamente variadas, desde
patologia não mamária (dores cardíacas, esofágicas,
vesiculares, articulares, etc.) até determinadas alterações
localizadas da mama (cicatrizes prévias, zonas de adenose,
etc.). Pode ser acompanhada de nódulos. Raramente pode
corresponder a tumores, devendo, no entanto, estes serem
excluídos, através da observação, bem como da realização de
eventual mamografia e ecografia.

Corrimento
O corrimento mamilar é um sintoma relativamente frequente.
Geralmente a sua presença é detectada por uma mancha no
soutien ou por pequenas crostas secas no mamilo. A
descoberta deste novo achado cria habitualmente ansiedade
pelo medo do cancro. Felizmente, a grande maioria dos
corrimentos mamilares nada tem a ver com cancro.

Corrimento avermelhado/acastanhado - A sua cor é devida à


presença de sangue vivo, ou "velho" nos corrimentos
acastanhados. Geralmente só aparecem num dos mamilos.
Podem corresponder a alterações "normais" de
"envelhecimento" dos canais, a pequenos tumores benignos do
interior dos canais (papilomas) ou a eventual tumor maligno.
Podem ainda resultar de eventual traumatismo da mama.
Devem ser investigados plenamente, devendo ser efectuada
mamografia e ecografia mamária e eventual Galactografia
(mamografia com contraste para visualização dos canais).

Corrimento transparente/translúcido - Pode apresentar-se de


diversas cores (amarelo, esverdeado, preto, incolor, etc.). Na
grande maioria das situações corresponde ao
"envelhecimento" dos canais, sendo geralmente bilateral ou
por diversos poros num único mamilo. Em situações mais raras
o corrimento incolor pode corresponder a eventual tumor pela
que a sua presença deve ser excluída, através da realização de
exames.

Corrimento leitoso - (Galactorreia) Geralmente apresenta-se


em ambos os mamilos, proveniente de diversos poros.
Corresponde não a uma alteração da mama propriamente dita,
mas sim à resposta da mama a um estímulo hormonal. Tendo
isto em linha de conta devem ser determinados os níveis da
hormona responsável pela produção de leite (prolactina) em
amostra sanguínea. Uma vez estes aumentados (é desejável
que sejam efectuadas no mínimo 3 colheitas de sangue
espaçadas de 20-30 minutos entre si), devem ser
desencadeados estudos de modo a perceber a razão deste
aumento, estudos esses que irão incluir radiografias de crâneo
e eventualmente um T.A.C. duma região do cérebro chamada
sela turca, no sentido de avaliar de eventuais alterações.

Algumas medicações, principalmente alguns anti-


hipertensores, bem como medicação psiquiátrica, podem
originar corrimentos desta natureza, que habitualmente
desaparecem com a supressão ou mudança da medicação.

Este corrimento pode ainda acontecer no seguimento de uma


amamentação já parada, bem como por alturas da primeira
menstruação e da menopausa. O stress também parece ser
uma causa a ter em conta.

Uma boa parte deste tipo de corrimento é mantido e


perpetuado pela própria mulher ao efectuar a aspersão da
mama, no sentido de confirmar a presença do líquido. Deve,
pois, ser parada a estimulação da mama com manobras de
aspersão, uma vez que estas estimulam mais produção de leite
(funcionam como a sucção do bébé).

Qualquer mulher, com idade superior a 35 anos, que apresente


corrimento mamilar deve efectuar mamografia, bem como
ecografia mamária. Nalguns casos o seu Senologista poderá
requisitar uma Galactografia (Mamografia com contraste para
avaliação dos canais por onde sai o corrimento) .

Os corrimentos uniporo, unilaterais, geralmente são de maior


importância clínica que os multiporo ou bilaterais.

Os corrimentos leitosos, transparentes, vermelhos e


acastanhados devem ser estudados de forma mais intensiva.

COMUNICAÇÃO

Inicialmente pode não conseguir falar da sua doença. É importante conseguir


ultrapassar essa inibição.

Na comunicação existem duas vertentes: a sua capacidade para comunicar com


a família, amigos e outras pessoas e a dessas pessoas comunicarem consigo.
Falar sobre o modo como se sente pode ajudá-la na sua recuperação. Quando
se sentir preparada, partilhe os seus sentimentos com alguém e verá que esse
primeiro passo a deixará mais aliviada.

Comunicação com a sua equipa de tratamento

O diagnóstico e o tratamento do cancro da mama podem ser a mais importante


e dramática experiência no campo da sua saúde. Compreendemos que se sinta
assustada. Estamos aqui para ajudá-la!

Necessitará de se acostumar ao ambiente hospitalar. A comunicação que


estabelecer com a equipa que a trata é muito importante. Queremos ser
acolhedores e amigos e estamos atentos a todos os problemas.

É muito importante perguntar!

Faça saber à equipa de saúde que a trata, o nível de informação que necessita.
Assim, ficaremos a saber mais de si e das suas necessidades.

Não existem perguntas inoportunas. Poderá começar por perguntar sobre o seu
tratamento e efeitos secundários do mesmo.

Nas primeiras consultas médicas e entrevistas, serão tomadas decisões sobre o


seu tratamento e ser-lhe-á fornecida muita informação. Talvez seja melhor fazer-
se acompanhar por um membro da família ou amigo para a ajudar a entender
toda a informação que lhe derem.

COMUNICAÇÃO COM A FAMÍLIA

Para a maioria das pessoas, a família é o principal suporte emocional que, tal
como você, necessita de tempo para se ajustar a esta nova realidade.

O seu companheiro também tem temores e medos. Devem ajudar-se


mutuamente falando sobre eles e usando apenas a verdade na exteriorização
das emoções.

A comunicação é a chave para encontrar uma nova perspectiva sobre cada um


de vós.

Por muito que deseje, o seu companheiro não pode curá-la. As reacções
normais ao medo são o silêncio, a impaciência e a revolta. Deve dar-se conta
que essa pessoa querida está também a tentar lidar com emoções fortes. Esta
situação pode ser uma oportunidade para falarem dos vossos sentimentos.

Você ainda é a mesma pessoa com quem o seu companheiro escolheu viver.
Por mais forte que seja uma relação, o cancro da mama pode ser uma carga
excessiva para o casal. Grupos de apoio, amigos e padres, podem ajudá-los a
ajustarem-se a esta nova situação, como pessoas e como casal.

Quando se sentirem preparados, poderão falar de todos os medos ou qualquer


outra questão. A cirurgia não diminui a sua capacidade de amar. No inicio,
poderão passar por momentos difíceis. Desenvolver a capacidade de ter
paciência um com o outro, ajudará a que tenham uma melhor qualidade de vida.
Como casal, é importante que se aconselhem com o seu médico em relação ao
melhor método anticoncepcional.

As crianças reagem à doença dos pais de maneiras diferentes: ou recriminam as


mães por estas se encontrarem doentes ou preocupam-se por acharem que
terão sido a causa da doença da mãe. Mas todas têm medo.

As crianças mais pequenas reagem mais às suas atitudes do que à situação


actual da sua doença. Noutras palavras, adoptarão o comportamento que você
tiver. Se for positiva em relação ao seu diagnóstico e o aceitar, elas
provavelmente também o farão. Elas sabem mais do que se lhes diz. A falta de
uma explicação tranquila de um adulto sobre o que se passa, poderá levá-las a
imaginar que se passa algo pior.

Embora tenha a tentação de não falar aos seus filhos da sua situação, é melhor
que seja sincera. Aquando da hospitalização da mãe, as crianças mais
pequenas sentem-se frequentemente abandonadas; sabem que "algo" de mal se
passa e ficam com medo quando a mãe volta triste e débil.

Os adolescentes podem alterar o seu comportamento de repente porque temem


que a doença da mãe não lhes permita conservar a independência que tinham
começado a desfrutar. Compartilhe com eles alguns dos seus sentimentos. É
uma boa ideia dar aos filhos uma explicação verdadeira e facilmente
compreensível, mas não necessariamente completa. Tudo dependerá da idade
das crianças. Se fizerem perguntas, responda com sinceridade.

Os pais devem observar as reacções dos filhos: alterações de humor ou noites


mal dormidas. Estas alterações podem indicar que o seu filho está em stress.
Deve falar com os professores dele. As crianças sob stress podem tornar-se
manipulativas ou introvertidas. Arranje tempo para cuidar de si e dos seus filhos.
Permita-lhes que a ajudem no seu caminho para a recuperação.

A MULHER SOLTEIRA
As mulheres que necessitaram de cirurgia da mama enfrentam sós, não só o
aspecto físico da sua recuperação, como os temores de sobrevivência e a perda
da feminilidade ou atracção sexual.

Para a mulher que se encontra só, estas dúvidas e medos podem agudizar-se,
particularmente se não tem em quem se apoiar.

A mastectomia não é barreira para o romance, o amor ou o casamento.

Se tem ou não compromisso com alguém, o melhor é tratar o cancro da mama


como qualquer outro acontecimento critico da sua vida. Os seus amigos serão
um grande apoio, como o são em qualquer outra ocasião.

Use o seu próprio senso comum para decidir com quem e quando poderá
compartilhar a sua experiência.

COMUNICAÇÃO COM OS ADULTOS

Embora sinta que algo de grave aconteceu ao seu corpo, lembre-se que tem de
recuperar a sua saúde. Trate de decidir o que quer e o que necessita. Veja com
quem pode contar.

Um aspecto da comunicação com os adultos é o seu desejo de aceitar ajuda. É


importante que você saiba que não pode fazer tudo sozinha.

No início pode decidir que não quer falar com a sua família mas, quando se
sentir pronta para isso, peça-lhes que a escutem e conte-lhes como se sente.
Eles sentem tanto ou mais carinho por si agora do que antes do diagnóstico.

Fale com as mulheres da sua família para que possam aprender as medidas
preventivas contra o cancro da mama, tais como o auto-exame e a realização de
mamografias.

TRATAMENTOS / RECONSTRUÇÃO DA MAMA


O cancro da mama tem diversas formas possíveis de
tratamento de acordo com o tipo de tumor e com o
estadiamento da doença, o que o distingue de tumores de
outros orgãos que, infelizmente, a poucas armas terapêuticas
respondem. Estas diversas opções ser-lhe-ão apresentadas
pelo seu médico de forma a elucidá-la e poder optar em
situações que impliquem escolha de tratamento, como no caso
das chamadas cirurgias conservadoras (mantendo a mama).
Dispomos pois de diversas armas para o tratamento do cancro
da mama, como sejam a Cirurgia e, dentro desta, a
Mastectomia Radical Modificada e a Tumorectomia, a
Radioterapia, a Hormonoterapia e a Quimioterapia. Outras
formas de tratamento estão presentemente em
desenvolvimento, embora ainda no campo experimental. Estas
diversas formas de tratamento podem ser utilizadas "de per
si", ou, o mais comum, de forma associada, de modo a se
poder atingir uma maior hipótese de cura. Com o aparecimento
de novas formas terapêuticas para o cancro da mama, estamos
a caminho de um tratamento individualizado para cada cancro
de mama, uma vez que existem múltiplos factores que podem
ser diferentes entre pacientes.

O processo de terapêutica do cancro da mama é um processo


faseado, de acordo com as informações que vamos obtendo.
Assim ao efectuar a citologia aspirativa dum nódulo teremos
acesso a informações do tipo maligno/benigno (e a
eventualmente mais uma ou outra informação) que nos darão
informações de forma a avançarmos para um correcto
estadiamento da doença. Nos casos de citologia maligna
poderão ser pedidos exames destinados a excluir a presença
de metástases noutros orgãos como sejam o fígado, pulmões e
ossos, basicamente. De acordo com as dimensões do tumor,
com a presença clínica e imagiológica de doença nos gânglios
da axila ou mesmo à distância (fígado, ossos, pulmão) bem
como com factores relacionados com as caraterísticas dos
núcleos das células tumorais e até mesmo do seu eventual
subtipo, serão apresentadas à paciente as opções terapêuticas
iniciais. Após a exérese curativa do tumor e dos eventuais
gânglios da axila estes serão enviados para análise completa,
com base na qual se tomarão as decisões definitivas, podendo
haver necessidade de readaptar alguma terapêutica. Serão
também assim indicados os casos que terão que efectuar
terapêuticas complementares.

CIRURGIA DA MAMA

A CIRURGIA É UMA DAS FORMAS DE TRATAMENTO


DISPONÍVEIS. É CONSIDERADA A TERAPÊUTICA
PRIMÁRIA DO CANCRO DA MAMA. HABITUALMENTE
REALIZAM-SE A MASTECTOMIA RADICAL MODIFICADA
(EXCISÃO DO TECIDO E PELE MAMÁRIAS, MANTENDO
OS MÚSCULOS SUBJACENTES, E EXCISÃO DOS
GÂNGLIOS DA AXILA) OU A TUMORECTOMIA (EXCISÃO
DO TUMOR COM UMA MARGEM DE SEGURANÇA DE
TECIDO SÃO, À VOLTA DO MESMO, BEM COMO
EVENTUAL EXCISÃO DOS GÂNGLIOS DA AXILA). A
MASTECTOMIA RADICAL CLÁSSICA (NÃO
MODIFICADA), SÓ MUITO RARAMENTE SERÁ
UTILIZADA. DEPENDENDO BASICAMENTE DO TIPO DE
TUMOR E DO ESTADIAMENTO DA DOENÇA O SEU
SENOLOGISTA PODERÁ INFORMÁ-LA DE QUE PODERÁ
EFECTUAR UMA CIRURGIA CONSERVADORA DA MAMA
(TUMORECTOMIA). A ACOMPANHAR ESTA
TUMORECTOMIA VIRÁ, EM QUASE TODOS OS CASOS, A
RADIOTERAPIA DA MAMA. SAIBA AINDA QUE, NESTES
CASOS ESCOLHIDOS, A SOBREVIDA É IGUAL À DAS
DOENTES A QUEM SE EXCISA TODA A MAMA
(MASTECTOMIA), EMBORA O RISCO DE
REAPARECIMENTO DE DOENÇA NA MAMA SEJA
DISCRETAMENTE MAIOR, NÃO INFLUENCIANDO, NO
ENTANTO, A SUA SOBREVIDA. COMO ATRÁS FOI DITO,
HABITUALMENTE SÃO REMOVIDOS OS GÂNGLIOS DA
AXILA, NO SENTIDO DE MELHOR SE DIAGNOSTICAR A
EXTENSÃO DA DOENÇA E DESSA FORMA SE DECIDIR
DE EVENTUAIS TRATAMENTOS COMPLEMENTARES.
AINDA, EM ALGUNS CASOS, CADA VEZ MENOS HOJE
EM DIA, PODERÁ SER PROPOSTA A CHAMADA
CASTRAÇÃO CIRÚRGICA (REMOÇÃO DOS OVÁRIOS), DE
FORMA A SE PODER CONTROLAR MELHOR
DETERMINADOS TIPOS DE CANCRO DA MAMA, QUE
SÃO DEPENDENTES DAS HORMONAS PRODUZIDAS
PELOS OVÁRIOS, NAS MULHERES PRÉ-
MENOPÁUSICAS .

Com a descoberta de uma alteração da mama que a levou a consultar um


médico, verificou-se ser necessário fazer uma cirurgia.

Esta cirurgia, poderá ser:


• Tumorectomia - Remoção do tumor e uma pequena porção de tecido
saudável circundante e, se necessário, dos gânglios linfáticos da axila do
lado afectado.

• Mastectomia - Remoção da glândula mamária, do mamilo e da aréola,


assim como da pele necessária, de acordo com a localização do tumor, e
ainda dos gânglios linfáticos da axila do lado afectado.

A Radioterapia, a Quimioterapia e a Hormonoterapia, são tratamentos usados


frequentemente em associação com a cirurgia.

Se a mastectomia com esvaziamento axilar for necessária, a Medicina Física e


de Reabilitação intervirá na prevenção e tratamento da rigidez da articulação do
ombro no lado operado. Com fisioterapia e, se necessário, massagens e
electroterapia, este problema poderá ser atenuado ou até eliminado. Após uma
operação à mama, o tratamento das cicatrizes e da dor, assim como do braço
inchado (edema) estarão a cargo da Medicina Física.

Além das visitas operatórias, quando deverá consultar o cirurgião depois da


operação à mama?

Se surgirem: - Dor - Alterações na pele - Outros sintomas que a incomodem

Estes factos não indicam uma progressão do cancro da mama. Na maioria dos
casos, os sintomas são de tipo inflamatório e são eficazmente aliviados pelo
tratamento com medicamentos ou fisioterapia.

Se retirou parcial ou totalmente a mama, ficará contente por saber que a maioria
das mulheres que passaram por esta situação se adaptaram bem e retomaram a
sua vida habitual sem problemas.

TRATAMENTO MÉDICO: QUIMIOTERAPIA / HORMONOTERAPIA

HORMONOTERAPIA - Dependendo do tipo de tumor


pode ser necessário juntar drogas anti-hormonais ao
tratamento. A Hormonoterapia baseia-se no facto de que
alguns tipos de tumor necessitam das hormonas femininas
(estrogéneos e progesterona) para crescerem. Sendo assim
poderemos utilizar drogas que diminuam os níveis de
hormonas femininas e assim estaremos a combater o
crescimento tumoral. Nem todos os tipos de tumor são
passíveis deste tratamento. Através duma análise efectuada
ao tecido tumoral pode ser detectada esta característica do
tumor. Este tratamento, nos nossos dias é efectuado com
Tamoxifeno (anti-estrogéneo), na dose de 20 mg/dia durante
habitualmente 5 anos. Existem outras drogas em estudo
(principalmente o Raloxifeno), mas cuja aplicação em cancro
de mama ainda não está totalmente estabelecida. Como
efeitos secundários podem existir sintomas de menopausa nas
senhoras pré-menopáusicas como afrontamentos, alterações
menstruais e secura vaginal. Pode ainda aumentar o risco de
neoplasia do endométrio (tumor uterino), pelo que deverá
regularmente (6/6 meses) efectuar exames ecográficos. Tenha
em conta que este risco é relativamente pequeno quando
comparado com o benefício que se irá obter em relação à
doença mamária. Apesar dos períodos menstruais serem
alterados com o uso do Tamoxifeno, pode-se engravidar, pelo
que deverão ser tomadas medidas adicionais para anti-
concepção (nunca a chamada pílula, uma vez que contém
hormonas que estamos a combater com o Tamoxifeno). Outro
efeito secundário, este mais benéfico, é a diminuição dos
níveis sanguíneos de colesterol, bem como a prevenção da
osteoporose.

QUIMIOTERAPIA - Ao contrário da Cirurgia e da


Radioterapia, que são tratamentos loco-regionais, este é uma
forma de tratamento sistémico, afectando todo o organismo e
não somente uma zona restrita. A ideia-base é de matar
células que eventualmente já tenham atingido a circulação
sanguínea e passado para orgãos-alvo como o fígado, pulmões
ou ossos. Esta terapêutica pode ser aconselhada de acordo
com evidência de doença à distância ou mesmo sem essa
evidência, neste caso de acordo com alguns factores presentes
no tumor ou da própria doente, como a idade. Como regra
geral deve-se ser mais agressivo em termos de tratamento em
mulheres mais jovens.

A Quimioterapia actua por inibição da multiplicação das células


tumorais ou por inibição dos mecanismos de reparação dessas
células. Consta habitualmente da associação de várias drogas,
podendo ser utilizada uma única droga. É habitualmente
administrada por via endovenosa em ciclos intervalados entre
si de 3 a 4 semanas, num total de 4 a 8 ciclos consoante as
drogas utilizadas e a resposta obtida.

Pode ser utilizada como terapêutica inicial geralmente em


casos de doença mais avançada ou em casos em que se quer
reduzir as dimensões do tumor para se poder efectuar uma
cirurgia conservadora da mama. Na grande maioria dos casos é
utilizada como terapêutica complementar a procedimentos
cirúrgicos, de acordo com diversos factores indicadores da sua
necessidade.

Mal afamada pelos efeitos secundários que habitualmente a


acompanham (eventuais náuseas, vómitos, queda de cabelo,
etc.), constitui uma parte fundamental no tratamento do
cancro da mama. À medida que vão sendo "criadas" novas
drogas citostáticas, vai-se tornando patente que cada vez mais
esta terapêutica fará parte do tratamento do cancro da mama,
uma vez que vão sendo obtidos casos de remissões completas
com algumas drogas, nalguns casos.

Ao nos aproximarmos mais da origem e causa dos cancros da


mama, bem como das características particulares a cada um,
iremos caminhar para uma terapêutica individualizada, caso a
caso.

A terapêutica futura do cancro da mama passará, pois, cada


vez mais pelo uso de drogas, que serão progressivamente
menos tóxicas e com menos efeitos secundários, substituindo
progressivamente a cirurgia neste campo, enquanto não existir
a profilaxia primária ou a eventual vacina.

Muitas vezes, a cirurgia da mama tem que ser complementada com outros
tratamentos para melhor assegurar o sucesso da cura.

Assim, na Quimioterapia faz-se a administração de medicamentos (citostáticos),


por via endovenosa ou oral e na Hormonoterapia (Tamoxifeno), durante um
período de tempo limitado (uma vez por semana, de três em três semanas ou
uma vez por mês) tendo em conta: o tipo de doença, a respectiva medicação, o
tempo que o organismo leva a reagir favoravelmente e a tolerância aos efeitos
secundários.

O tratamento é feito habitualmente em regime ambulatório.

Algumas doentes sentem muito receio pelos incómodos que estes tratamentos
possam causar: náuseas, vómitos, queda de cabelo, secura da boca, alterações
do paladar, falta de apetite, diarreia, obstipação, alterações menstruais (ciclos
irregulares ou a sua ausência total), alterações na cor e cheiro da urina,
diminuição de glóbulos brancos (leucopenia), diminuição dos glóbulos vermelhos
(anemia), pele mais escura e seca que provoca comichão, falta de forças,
cansaço fácil, formigueiros nas mãos e pés, adormecimento dos braços ou
pernas.
Todos estes sintomas são temporários, desaparecendo no final do tratamento, e
há meios eficazes que atenuam, de forma muito significativa, o seu impacto
negativo.

Deverá por isso tentar ter uma postura positiva e: - Combater o desânimo -
Distrair-se - Passear - Conviver com a sua família e amigos - Evitar o isolamento

É importante que informe o seu médico acerca de outros medicamentos que


estiver a tomar em paralelo com os tratamentos de Quimioterapia. Isto também
inclui os suplementos vitamínicos e sais minerais.

RADIOTERAPIA:

GERALMENTE É UMA TERAPÊUTICA COMPLEMENTAR A


UMA OUTRA E SÓ RARAS VEZES SERÁ UTILIZADA "PER
SI". CONSISTE NA APLICAÇÃO DE RADIAÇÕES
LOCALIZADAS ÀS ÁREAS AFECTADAS, AO CONTRÁRIO
DA QUIMIOTERAPIA E DA HORMONOTERAPIA QUE
INFLUENCIAM TODAS AS CÉLULAS DO ORGANISMO.
ESTA BASEIA-SE NO PRINCÍPIO DE QUE ALTAS DOSES
DE RADIAÇÃO PODEM DESTRUIR A HABILIDADE DAS
CÉLULAS PARA CRESCER E MULTIPLICAR. TANTO AS
CÉLULAS NORMAIS COMO AS MALIGNAS SÃO
AFECTADAS, TENDO AS CÉLULAS NORMAIS A
CAPACIDADE DE SE REGENERAREM, ENQUANTO QUE
AS MALIGNAS SÃO PERMANENTEMENTE AFECTADAS,
NÃO SE REGENERANDO. É UM PROCESSO INDOLOR,
COM POUCOS EFEITOS SECUNDÁRIOS (ALGUM
CANSAÇO E UM EVENTUAL ESCURECIMENTO
TRANSITÓRIO DA PELE IRRADIADA) E PODE SER
EFECTUADO EM AMBULATÓRIO, PORTANTO SEM
NECESSIDADE DE INTERNAMENTO. PODE SER INICIADA
3 SEMANAS APÓS A CIRURGIA. É APLICADA
DIARIAMENTE DE 2ª A 6ª FEIRA, POR PERÍODOS DE
TEMPO QUE VARIAM CONSOANTE O EFEITO
PRETENDIDO (4 A 8 SEMANAS). O PRIMEIRO
TRATAMENTO SERÁ HABITUALMENTE O MAIS
DEMORADO, POR NECESSIDADE DE MARCAÇÕES E DA
CRIAÇÃO DO MODELO COMPUTORIZADO QUE SERÁ
UTILIZADO NAS RESTANTES SESSÕES. CONVÉM NÃO
FALTAR ÀS SESSÕES PREVIAMENTE MARCADAS UMA
VEZ QUE O ÊXITO DO TRATAMENTO PODE DEPENDER
DA FREQUÊNCIA DAS SESSÕES.

Este tratamento utiliza uma forma especial de radiação, chamada "radiação


ionizante".

A radiação provoca alterações nas células tumorais. Esta radiação é doseada de


acordo com cada situação concreta, de modo que as células saudáveis não
sofram alterações graves de uma forma permanente. No entanto, é possível
eliminar as células anormais que compõem o tumor e curar a doente.

Deve pois saber que:

• A radioterapia não é dolorosa. Para além de ter que se manter imóvel (por
apenas alguns minutos), não há qualquer desconforto durante o
tratamento .
• A radioterapia é dirigida apenas à área onde se encontra a sua doença.
As outras áreas do seu corpo não são afectadas pelo tratamento.
• Não há qualquer perigo de contágio com as outras pessoas por estar a
fazer o tratamento.
• Normalmente, as doentes são encorajadas a manter a sua vida o mais
normal possível.
Efeitos laterais:

A grande maioria das doentes não apresentam qualquer efeito lateral durante a
Radioterapia. Habitualmente, quando aparecem queixas, estas estão
relacionadas com a área de tratamento, pois a pele na área tratada adquiriu uma
tonalidade avermelhada ou acastanhada.

Cuidados com a pele:

• Tente manter a sua pele seca na área tratada


• Lave a pele com um sabão neutro ou de glicerina
• Não esfregue a pele
• Não use desodorizante se a axila estiver a ser tratada
• Use roupas de algodão em contacto com a pele tratada
• Evite temperaturas altas ou baixas sobre a pele. Evite também a
exposição ao Sol.
• Se necessário, ser-lhe-á aconselhado algum creme, pomada ou ainda
outra medicação.
As alterações na pele manter-se-ão por mais uma ou duas semanas após o fim
dos tratamentos, e, por isso, os cuidados referidos anteriormente devem manter-
se por todo este tempo.

OUTROS
Não correspondem a verdadeiras terapêuticas do cancro da
mama, embora, por vezes, possam ser apresentadas como tal.
Aqui ficam enumeradas de forma a desmistificar alguns dados
correntes e algumas ideias pré-concebidas.

DIETA - Existe ainda muita controvérsia acerca da


implicação da dieta no cancro da mama. Como regra geral,
deve-se manter a chamada alimentação equilibrada. Deve-se
evitar o consumo excessivo de gorduras, bem como o uso do
tabaco, como medidas de carácter geral e não como medidas
específicas para combater o cancro da mama.

VITAMINAS E OLIGOELEMENTOS - O aporte de


vitaminas, principalmente de vitaminas A, C e E, como
produtos anti-oxidantes que são, pode ser importante em
pacientes a fazer Quimioterapia, de forma a facilitarem a
neutralização de alguns metabolitos tóxicos. O Selénio e o
Cobre também poderão ser utilizados. No entanto, os
resultados destas substâncias estão por demonstrar. Os
preparados à base de cartilagem de tubarão não têm influência
no decurso da doença de acordo com estudos efectuados no
E.U.A.

ACUPUNCTURA - Pode servir para analgesia ou para


combater as náuseas ou vómitos. Não tem influência sobre o
decurso da doença, só eventualmente sobre a qualidade de
vida.

HOMEOPATIA - Não tem influência provada no


decurso da doença.

ESTADO DE HUMOR - É normal algum grau de


depressão face à doença recentemente descoberta ou face às
diversas terapêuticas. Tem que se efectuar o chamado "luto da
mama", situação que habitualmente implica depressão,
geralmente passageira. O que já não poderá ser considerado
normal será a manutenção deste estado de depressão uma vez
passados os estímulos "maléficos". Há pois que sair desta
situação e encarar a vida com esperança e com pensamento
positivo. Saiba que as pacientes que se mantêm deprimidas
têm menor sobrevida, segundo diversos estudos. Faça a sua
vida o mais normal possível e tente rir o mais possível, uma
vez que o riso provoca a libertação de algumas substâncias
químicas no nosso organismo que podem ajudar a combater
dores, p. ex.

RECONSTRUÇÃO DA MAMA

A reconstrução da mama é um procedimento cirúrgico ou uma série de


procedimentos que tentam criar uma forma de mama tão normal quanto possível
depois da mastectomia total (Ver Figura).

As razões que levam a mulher a querer uma reconstrução mamária são


várias:

• Sentir-se fisicamente renovada obtendo uma sensação de maior


liberdade
• Comodidade e conveniência de não ter que usar uma prótese externa
• Aumentar o sentido de atracção sexual
• Maior variedade no tipo e estilo de roupa que podem usar
Embora cada caso seja diferente, a maioria das mulheres pode fazer uma
reconstrução. Se está interessada fale com o seu cirurgião, que certamente lhe
explicará os procedimentos, riscos e benefícios da mesma. Esta pode fazer-se
ao mesmo tempo que a mastectomia ou anos mais tarde.

VOLTAR À VIDA NORMAL


TOMAR BANHO OU DUCHE

Pode-se tomar duche logo que a ferida esteja seca e bem curada (mesmo que
ainda restem zonas de crosta na zona dos pontos). Depois de várias sessões de
radioterapia os sinais de inflamação da pele (pele avermelhada e sensação de
calor) deverão ter diminuído. Esta diminuição surge 2 a 3 semanas após a
operação e a temperatura da água do duche não deve superar os 37 ou 38ºC.

Os sabões e produtos similares podem irritar a pele; use-os com moderação,


uma vez que a pele à volta da cicatriz e na axila estão particularmente sensíveis.
Os óleos de banho são especialmente adequados como complemento. Estes
produtos mantêm a pele flexível e só terá que aplicar um creme hidratante nas
zonas onde a pele está mais seca.

Se tem tendência para quedas de tensão arterial ou vertigens, sempre que


possível tome banho quando estiver presente alguém que possa ajudá-la. A
queda da pressão arterial ocorre principalmente ao sair da banheira e pode ser
particularmente incomodativo não poder movimentar-se livremente ou apoiar-se
no braço do lado operado.

ACTIVIDADE FÍSICA

Devido à cirurgia, os músculos que não se movimentam de forma regular ou não


se utilizam completamente, por ex: ao levantar o braço, começam a ficar em
tensão durante os primeiros dias de repouso. Por este facto, deverá prestar
atenção à manutenção e recuperação do movimento completo do ombro. A
tensão muscular causa com frequência dor nas zonas do ombro, braço e tórax e
inclusivamente dores de cabeça.

Além desta alteração muscular, algumas mulheres que foram submetidas a


cirurgia e retiraram gânglios linfáticos da axila devem ter em conta determinadas
precauções para evitar que o braço inche (edema). Esta situação é conhecida
como linfedema. Os Gãnglios linfáticos actuam como um sistema filtrante de
excesso de líquidos, células anormais e de outros produtos da infecção; quando
estes gânglios são retirados corre-se um maior risco de aparecimento desta
situação.

O linfedema pode surgir logo após a cirurgia ou meses depois (normalmente é


transitório).

É vantajoso tomar as seguintes precauções para diminuir o risco de


linfedema:

• Sempre que seja possível, evite tirar sangue, aplicar injecções e vacinas,
bem como medir as tensões, no braço do lado operado.
• Se se cortar, for mordida por insectos ou se queimar nesse braço, lave
com todo o cuidado a área afectada com água e sabão e mantenha-a
limpa. Trate a zona com alguma pomada antibacteriana e cubra-a com
uma compressa estéril. Para evitar a infecção, troque a compressa
frequentemente.
• Utilize luvas quando fizer jardinagem, quando trabalhar com produtos
caseiros irritantes e quando mantiver as mãos dentro de água durante um
longo período de tempo (por ex: lavar a loiça).
• Proteja os dedos contra picadelas de objectos afiados, tais como agulhas
e alfinetes. Use dedal quando coser.
• Quando tratar das unhas não corte as cutículas, empurre-as para trás.
• Devido à insensibilidade causada pela cirurgia, não utilize uma gilette
para cortar os pelos das axilas, mas sim uma máquina de barbear, pois
evita que se corte sem querer.
• Evite levantar coisas pesadas com o braço afectado.
• Evite utilizar anéis, pulseiras ou relógios que apertem.
• Evite as queimaduras do Sol, especialmente no braço e peito, e utilize
cremes protectores.
• Se tem o braço inchado utilize um desodorizante em vez de um anti-
transpirante, isto pode ajudar a manter os poros abertos.

EXERCÍCIO FÍSICO:

O exercício físico é fundamental para manter uma boa forma física e psicológica
melhorando a saúde em geral. Um passeio de 30 minutos diário é uma maneira
fácil e económica de fazer exercício. Mas há muitas maneiras de o fazer, por
isso, encontre uma que goste e mantenha-a, mas não se esqueça, que qualquer
que seja a escolha, deverá primeiro consultar o seu médico.

Banho em piscinas, no mar e em balneários:

Há muitas mulheres que não sabem nadar mas disfrutam da água como uma
forma de relaxamento. Especialmente após uma mastectomia, terá mais
tendência para uma tensão muscular. Na água, sentir-se-á mais livre e leve.

O que deverá fazer?

- Entre calmamente na água até à altura dos ombros e deixe flutuar ligeiramente
os braços sobre a superfície da água. - Sinta a sensação de "se deixar levar" -
Ande lentamente para trás e para a frente e gire, os braços seguirão estes
movimentos automaticamente. Estique os braços o máximo que puder para os
lados e relaxe de novo. Esta alternância entre relaxamento e extensão só lhe
fará bem.

Pode utilizar a água como uma força de resistência. Mova os braços lentamente
para trás e para a frente ou para os lados ao longo do corpo. Faça exercícios
que ache divertidos, mas que nunca exijam movimentos rápidos ou súbitos.

Muitas piscinas têm jactos de água que servem como uma massagem. É
benéfico apanhar um jacto de água ligeiro nos ombros, pescoço e no braço.

Depois de tomar banho no mar, tome duche com água doce, prestando especial
atenção aos cuidados a ter com a pele.
Um banho no mar é extremamente agradável para mulheres com um edema no
braço.

EXERCÍCIOS DE ADAPTAÇÃO:

Dos muitos exercícios que se podem aconselhar para uma recuperação rápida
de mobilidade do seu braço que ficou afectado pela cirurgia, escolhemos estes
três:

1º Exercício: Junto de uma parede:

Com os pés bem assentes e em perfeito equilíbrio, encoste-se a uma parede e


comece a levantar os braços lateralmente para atingir na parede um ponto
acima da sua cabeça. Poderá marcar esse ponto para verificar os seus
progressos. Com a continuação conseguirá levantá-los ao máximo. Faça este
exercício lentamente várias vezes ao dia.

2º Exercício: Esticar o braço:

Pegue numa corda com 1,5 a 2 metros e faça um nó em cada extremidade.


Faça passar a corda por um varão, ou eventualmente na parte de cima de uma
porta. Sentada ou de pé, segurando em cada mão uma das extremidades da
corda, puxe alternadamente, ora com a direita, ora com a esquerda. Cada um
dos braços deve erguer-se totalmente estendido.

Deve começar por fazer este exercício 5 vezes de manhã e outras tantas à
tarde, aumentando gradualmente até 25 vezes.

3º Exercício: Com vara:

Procure equilibrar-se bem sobre os pés, mantendo as pernas afastadas, os


braços estendidos para a frente, segurando uma vara. Com os cotovelos
estendidos, levante os braços de modo a que a vara fique por cima da cabeça.
Repita várias vezes este exercício de manhã e à tarde.

Atenção: deverá consultar o seu médico para ter a certeza que não existe
nenhuma contra-indicação para efectuar estes exercícios.

Para além dos exercícios mencionados, existem muitos gestos no dia a dia que
a podem ajudar na sua recuperação, desde que os faça de uma forma correcta.
Por Exemplo:

• Escovar os cabelos - Deverá sentar-se junto de uma cómoda ou mesa


alta. O tampo deverá ficar ao nível da sua axila. Apoie o cotovelo na mesa
e comece a pentear e escovar os cabelos com o braço do lado operado,
mantendo a cabeça direita. Deverá começar só por um lado da cabeça e
avançar progressivamente até conseguir escovar todo o cabelo.
• O chuveiro - Lave as costas, o pescoço e os cabelos tentando segurar o
chuveiro com o braço do lado operado. Ao enxaguar as costas pode usar
a toalha, para exercitar o braço.
• Outros pequenos gestos - Vestir ou despir uma camisola, apertar o
soutien ou apertar um fecho éclair, estender a roupa, etc... são pequenos
exercícios que a podem ajudar.

RELAXAMENTO

O relaxamento é uma técnica que provoca uma diminuição da actividade


fisiológica do indivíduo, acompanhada por uma sensação de calma, paz e bem-
estar. Pode também ser utilizado para indução do sono em pessoas que, devido
à sua ansiedade, tenham dificuldade em adormecer.

Aproveite uma ocasião em que disponha de tempo livre (30 minutos são
suficientes). Caso contrário, é melhor não o fazer.

Escolha um local tranquilo, isento de ruídos ou de possíveis interrupções, de


preferência semi-obscurecido, adoptando uma posição que lhe agrade, deitada
ou sentada numa cama, num divã ou numa cadeira confortável.

Deve recostar-se para trás, apoiando-se nas partes superior, média e inferior
das costas. Mantenha a cabeça erguida e descontraída e, se lhe agradar, feche
os olhos.

Comece por contrair individualmente os músculos superiores do corpo (punhos,


músculos do antebraço e braço, ombros, maxilares, músculos da testa,
músculos do pescoço, músculos do tórax e, por fim, os músculos da barriga)
durante cerca de 15 segundos, descontraindo-se de seguida. Faça o mesmo
para os músculos inferiores do corpo durante 7 a 8 segundos (músculos das
pernas e dos pés).

Mantenha uma respiração lenta e abdominal, dizendo para si própria: " Sinto-me
completamente descontraída... relaxada. O meu corpo está leve e tranquilo...".

Agora que sente o seu corpo bem descontraído, coloque dentro de si a sua
imagem de paz - uma imagem que lhe dê tranquilidade, calma, serenidade, boa
disposição. Reviva por completo, durante cerca de um minuto, a sua imagem de
paz, observando todos os pormenores... o que vê... o que ouve... o que sente...

Quando terminar, não abra de imediato os olhos. Deve primeiro espreguiçar-se,


abrir a boca e bocejar, se quiser. Conte lentamente até 3 e só depois abra os
olhos. Tente sentir a diferença entre o início e agora.
DESCANSO

O descanso é importante para o seu bem-estar geral. Depois da cirurgia, talvez


consiga dormir mais comodamente com o braço levantado. Assim, pode colocar
uma almofada pequena debaixo do braço afectado para aliviar a pressão.

Camisas de noite e pijamas soltos também podem ajudar a passar uma boa
noite.

O VESTUÁRIO

Comprar ou fazer a roupa vai certamente continuar a ser interessante para si,
pois vai verificar que a maioria dos estilos que preferia antes da sua cirurgia
continuarão a assentar-lhe bem. Vestidos sem mangas, roupas justas e fatos de
banho.

Portanto, não se apresse a desfazer-se da maioria das suas roupas, pois verá
que um segundo olhar sobre elas pode despertar a sua imaginação e
criatividade para os adaptar a si.

O uso de fato de banho após a mastectomia:

O fato de banho deve vestir-se de modo a que não se notem diferenças entre os
2 lados e deve, acima de tudo, permitir movimentos normais. Por este motivo, o
fato de banho deve ter um decote pequeno. Deverá ter copa, onde possa
colocar a prótese, impedindo que ela se desloque enquanto nada. Os biquinis
são mais adequados para mulheres magras e de peito pequeno. Talvez possa
também usar um biquini que já tenha as próteses incorporadas. Experimente!
Quase todas as mulheres com peitos de tamanho normal ou grande se sentem
mais confiantes e melhor com um fato de banho que esteja na moda. Se já não
puder utilizar o fato de banho que tinha até à operação, então aconselhe-se
junto de uma loja especializada na venda de próteses ou até mesmo numa loja
de fatos de banho.

Alguns fatos de banho e biquinis podem ser adequados ao corpo da pessoa e é


possível coser uma "bolsa" para colocar a prótese, tal como já se falou
anteriormente. Se tomar banho ou nadar são duas coisas que lhe dão prazer, é
muito importante que se sinta cómoda com o seu fato de banho. A sua felicidade
e bem estar compensarão qualquer gasto extra que possa surgir.

PROFISSÃO

Poderei continuar com o meu trabalho actual?

Muitas mulheres interrogam-se sobre este facto. Informe-se junto do seu médico
que certamente lhe dará a informação mais correcta.
PRÓTESES MAMARIAS E SOUTIENS

A prótese mamaria externa de silicone é, para a maioria das mulheres, a solução


para manter um aspecto normal. Elas só podem ajustar-se bem utilizando um
soutien de medida correcta. Uma prótese mamaria bem escolhida aumenta a
sua auto-confiança de forma considerável, o que contribui para o seu processo
de cura.

Quando se coloca a prótese mamaria?

Após a cirurgia, pode utilizar-se uma prótese tipo "almofadinha" feita com
algodão acrílico no interior e tecido de algodão no exterior. A prótese mamaria
final, normalmente de silicone, só pode ser colocada quando o penso já não seja
necessário ou seja um penso fino e que já não se verifique inchaço.

Onde se pode obter a prótese mamaria e os soutiens?

Se desejar, pode recorrer às ortopedias, farmácias e casas especializadas neste


tipo de material, que apresentam uma variedade maior de próteses e soutiens. O
seu médico saberá o que necessita fazendo um pedido de ajudas técnicas.

Que cuidados deve ter com as próteses mamarias?

A prótese inicial de algodão deve ser lavada à mão em água tépida e sabão
neutro e posta a secar sem torcer.

A prótese de silicone pode ser lavada, seca e utilizada de novo imediatamente.


Quando não a utilizar, guarde-a na caixa própria de modo a conservar a sua
forma, já que objectos pontiagudos a danificam, não sendo possível repará-la.

CUIDADOS A TER COM O SOL

Se gosta de se expor ao sol, deverá reduzir o tempo de exposição e ter atenção


ao braço inchado, utilizando um creme com uma elevada protecção solar.

ALIMENTAÇÃO

(em desenvolvimento)

CONDUZIR

Três semanas após a cirurgia, já se encontra outra vez bem e a ferida deverá
estar completamente curada. Então já poderá conduzir. Se tiver problemas de
circulação ou vertigens, deverá aguardar mais um pouco.
FUMAR

Fumar é um risco grave para a sua saúde, deixe de fumar!

NOTAS ADICIONAIS
AUTO-EXAME DA MAMA

É muito importante que faça o auto-exame das mamas com regularidade.


Se foi operada, deverá incluir também essa área. Toque-se com suavidade,
cuidado e meticulosamente. Se encontrar algo que não lhe pareça normal,
comunique-o ao seu médico. Assegure-se que examina toda a mama, as axilas
e, particularmente, a área da cicatriz.

Como há alterações nos tecidos depois da cirurgia, deverá fazer o auto-


exame com frequência e este irá dar-lhe uma perspectiva do que é normal no
seu corpo.

Idealmente, o auto-exame da mama deve fazer-se ao 8º dia do período


menstrual. Se já não é menstruada, este exame deve efectuar-se todos os
meses escolhendo, de preferência, o mesmo dia.

Como fazer o auto-exame da mama?

1 – Comece por se colocar em frente a um espelho com os braços ao lado do corpo e


verifique se há alterações.

2 – Coloque as mãos sobre a cintura e faça pressão para dentro. Depois, vire-se para
ambos os lados e procure qualquer alteração.

3 – Ponha as mãos atrás da cabeça para assim distender a pele das mamas e volte-se
novamente para um lado e para o outro, em busca de alterações. Inspeccione
cuidadosamente a parte inferior das mesmas.

4 – Verifique se há escorrência do mamilo, pressionando-o suavemente entre os dedos


polegar e indicador.

5 – Fazendo compressão com a mão, começando abaixo da clavícula até ao mamilo,


procure alterações em relação aos exames anteriores.

6 – Para completar o auto-exame, deite-se. Coloque uma almofada por baixo do seu
ombro esquerdo, coloque a sua mão esquerda atrás da cabeça e examine a sua mama
esquerda com a mão direita. (Um pouco de loção de bebé tornará os seus dedos mais
sensíveis).
Coloque a mão direita abaixo da clavícula e da sua mama esquerda, mantendo os seus
dedos juntos e direitos. Com pressão firme e homogénea, mova a sua mão em circulo
em redor da mama.

LEGISLAÇÃO PROTECTORA AOS DOENTES DO FORO


ONCOLÓGICO

O Decreto-Lei nº 92/2000 de 19 de Maio tem como objecto regular a


protecção especial a atribuir às pessoas que sofram de doença do foro
oncológico que, pela sua gravidade e evolução, origina, uma situação de
incapacidade.

Como proceder, então para obter a determinação do grau de


incapacidade? (Dec. Lei nº 202/96 de 23 de Outubro)

• Obtenha do seu médico especializado no foro oncológico uma


declaração médica e um relatório, referente ao seu problema, assim
como uma declaração para isenção do pagamento de taxas
moderadoras em consultas e meios complementares de diagnóstico
(Dec. Lei nº 54/92 de 11 de Abril, Dec. Lei nº 287/95 de 30 de outubro,
Dec. Lei nº 249/96 de 8 de Agosto, Dec. Lei nº 341/93 de 30 de
Setembro).
• Dirija-se ao Centro de Saúde da sua área de residência e
apresente os documentos ao seu médico de família (relatório médicos
e meios auxiliares de diagnóstico complementares de que disponha),
que analisará a sua situação clinica e a poderá propor ou não para
uma prestação especifica.
• Deverá fazer também o pedido oficial da sua situação clinica ao
Hospital, para posteriormente se dirigir à Delegação de Saúde da área
da sua residência, onde será organizado o seu processo para
determinação do seu grau de incapacidade.
• O Delegado Regional de Saúde deverá então convocar a Junta
Médica e notificá-la-á da data do exame, a realizar no prazo de 60
dias a contar da data da entrega do requerimento.

A avaliação da incapacidade é calculada de acordo com a Tabela Nacional


de Incapacidades, por uma Junta Médica, cujo presidente passará o respectivo
atestado médico de incapacidade, obedecendo aos princípios gerais de
utilização daquela tabela.
Caso não concorde com a avaliação efectuada, pode recorrer, no prazo de
30 dias, para o Director Geral de Saúde.

Este atestado de incapacidade tem uma “função multiuso” e pode ser


utilizado sempre que precise de usufruir de um benefício, salvo algumas
situações específicas em que a lei estabeleça condicionantes.

Alguns benefícios:

• Usufrui de benefício fiscal a nível de I.R.S., podendo diminuir o escalão


deste de acordo com o seu grau de incapacidade
• Pode recorrer ao crédito para aquisição de habitação própria, desde que
possua rendimentos que lhe possibilitem o seu pagamento, beneficiando
de empréstimos nas mesmas condições dos trabalhadores das
instituições de crédito nacionalizadas, desde que possua um grau de
deficiência igual ou superior a 60%. Não necessita de se dirigir a
nenhuma instituição de crédito em especial. (Dec. Lei 230/80 de 16 de
Julho, Dec. Lei nº 541/80 de 10 de Novembro).

Em condições muito especiais, e desde que o seu grau de incapacidade o


justifique, poderá ainda beneficiar:

• De isenção de imposto sobre veículos (Art. 5º do Dec. Lei nº 103-


A/90 de 22 de Março, com as alterações introduzidas pelo Dec. Lei nº
259/93 de 22 de Julho e Lei nº 10-B/96 de 23 de Março)
• De subsídio de renda de casa (Art. 3º do Dec. Lei 68/86 de 27 de
Março)
• De subsídio mensal vitalício (Art. 6º do Dec. Lei 170/80 de 29 de
Maio)

PREVENÇÃO DO CANCRO DA MAMA

O cancro da mama é o tumor maligno mais comum entre as mulheres, sendo a sua
origem a partir do crescimento desordenado de células anormais. Existem tumores
benignos bastante frequentes que podem até necessitar de remoção cirúrgica, mas
que não interferem nas funções do corpo, nem representam risco de vida para a
paciente. As células malignas podem emigrar a partir do tumor, entrando na
corrente sanguínea ou linfática, originando metástases em outras partes do corpo.

Toda mulher se deve preocupar com a saúde dos seios. Para isso , deve estar sempre
atenta a quaisquer mudanças de aparência ou sensibilidade. Fazendo o auto-exame,
pode constatar e detectar de um modo bem simples, qualquer alteração que ocorra
com os seus seios. Além disso, siga os conselhos médicos e quando solicitada faça
mamografia.

Diagnóstico precoce:

Fazer o auto-exame mensalmente após a menstruação.

Procurar o médico ao notar qualquer sinal de anormalidade.

Realizar um exame clínico pelo menos uma vez por ano.

A partir dos 40 anos realizar uma mamografia anualmente.

O auto-exame é feito para detectar nódulos que, em determinados casos, acarretam


problemas como covinhas nos seios e retracção do bico da mama. Uma secreção de
cor ferruginosa ou como pus do mamilo poderá ser indicação de um ducto
obstruído. O auto-exame deve ser feito mensalmente para que possa reconhecer o
início de qualquer tipo de alteração nos seios.

Como fazer o auto-exame

Deitada com
Aperte as mãos uma almofada
Coloque-se em frente ao contra a cintura, debaixo do
espelho com as mãos ao lado do Com as mãos incline-se e avalie ombro direito
corpo. Compare a simetria dos acima da coloque o braço
cabeça: avalie a novamente a
seios. Procure diferenças na
simetria e simetria, a direcção direito ao longo
forma e na cor. Procure caroços, dos mamilos e a da cabeça.
saliências, mudanças na textura mudanças na
textura da pele. aparência geral
e cor da pele e secreções no
mamilo.
Use três níveis de
pressão: leve,
Com a mão médio e firme.
esquerda Examine todo o
examine os seio usando
seios. Repita o faixas verticais
Em pé: use as almofadas dos imaginárias.
exame
três dedos médios. Coloque o
invertendo a
braço direito atrás da cabeça e
posição dos
com a mão esquerda apalpe os
braços.
seios.

Além do auto-exame mensal, as mulheres a partir dos 35 anos devem recorrer ao exame
de um especialistas, que deverá solicitar uma mamografia. A partir dessa idade, a
mamografia deve ser repetida em intervalos de 1 a 3 anos, conforme indicação clínica

A partir dos 40 anos, está indicada a realização de uma mamografia uma vez por ano,
mas o exame poderá ser realizado antes ou com intervalos mais curtos se houver
indicação clínica.

Glossário de Senologia
NOTA

Este "glossário" tenta definir sumariamente os termos médicos mais comuns


relacionados com as doenças da mama. De forma alguma deve ser interpretado "à
letra" o seu conteúdo, tendo em conta que cada doente é uma nova situação clínica,
independentemente das semelhanças existentes entre as mesmas patologias em
indivíduos diferentes. Este glossário encontra-se em actualização constante, pelo que
alguns termos que aqui ainda não figurem, poderão constar brevemente.

Quando julgado necessário são apresentados "links" a páginas. As palavras em Itálico


encontram-se definidas no Glossário e contêm "links" ao termo selecionado.
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U
V W X Y Z

A
Abcesso mamário - Bolsa de pús criada pelo organismo à volta das bactérias
causadoras da infecção, numa tentativa de isolar o processo. V. pág. Inflamação.

Adenopatia - Gânglio linfático aumentado de volume.

Adenose - Diz-se da proliferação glandular mamária, na sequência da involução


mamária.

Amenorreia - Falta ou desaparecimento mensal do período menstrual. É normal


durante a gravidez e o aleitamento.

Anti-estrogéneos - Drogas que competem com os estrogéneos nos receptores


celulares, não os deixando actuar. V. Tamoxifeno.

Aréola - Zona pigmentada que rodeia o mamilo.

Arpão - Muito fino estilete metálico que é colocado, por mamografia, junto a lesões
impalpáveis da mama, no sentido de orientar o cirurgião na localização e excisão
dessas lesões.

Assimetria mamária - Diferença de volume entre as mamas. É comum encontrar-se


esta assimetria em pequena escala, sendo habitualmente a mama esquerda a maior.
Assimetrias maiores são passíveis de cirurgia reconstrutiva, após o completo
desenvolvimento mamário (18-20 anos). V. Mamoplastia de redução/Mamoplastia de
aumento.

Auto-exame da mama - Técnica que consiste na palpação com caracter mensal,


efectuado pela própria paciente. Tem a vantagem de dar a conhecer o seu próprio
corpo à paciente, de forma a ser identificado mais facilmente qualquer nódulo ou
outra alteração que surja. Não serve como forma de rastreio de cancro da mama. V.
pág.s auto-exame e rastreio.

B
Benigno - Não canceroso. Não invade os tecidos à volta nem se espalha para outras
partes do corpo.

Biopsia - Exame morfológico de células, que pode ser efectuado por agulha fina
(FNAC), por agulha de biopsia (Tru-cut) ou por técnica cirúrgica. Pode ser guiada por
palpação directa, por ecografia ou por mamografia (Estereotaxia). Pode ainda ser
excisional, quando se retira o todo do nódulo para análise, ou incisional quando se
colhe cirurgicamente parte do nódulo para análise.
BRCA 1 e 2 - Principais genes que quando presentes indicam uma susceptibilidade
aumentada (e hereditária) ao aparecimento de cancro da mama

C
Ca 15.3 - Antigénio, aumentado principalmente nalguns casos de cancro da mama.
Doseamento em amostra de sangue.

Calcificações - As calcificações mamárias dividem-se em Microcalcificações e


Macrocalcificações, consoante as suas dimensões (< 1mm >)..

Cancro da mama - Tumor maligno da mama. É o tumor maligno mais frequente da


mulher. Uma em cada dez mulheres irá sofrer de cancro da mama durante a sua
vida. O aumento da sua incidência começa a verificar-se após os 40-45 anos e cresce
ao longo da vida. Existem diversos tipos anátomo-patológicos com consequentes
melhores ou piores prognósticos. Em termos gerais, quanto menor for - quanto mais
cedo for identificado - melhor o prognóstico.

Carcinoma - A forma mais comum de cancro da mama, tendo como ponto de partida
as células epiteliais dos ductos mamários. Dentro dos seus subtipos, o carcinoma
ductal invasivo é o mais comum.

Carcinoma in situ - Tipo de cancro da mama que corresponde à fase inicial. Nem
sempre corresponde a formas de melhor prognóstico.

Carcinoma inflamatório - Forma rara de cancro mamário, que é acompanhado por


francos sinais inflamatórios. V. pág. Inflamação.

Carcinoma invasivo - Tipo de tumor maligno, que ultrapassou a membrana basal dos
ductos mamários e invadiu os tecidos circundantes, os vasos linfáticos ou os vasos
sanguíneos. O ductal é o cancro mais comum da mama.

Carcinoma lobular - Tipo histológico de tumor maligno. Pode ser in situ ou invasivo.
Tem tendência acrescida (20%) para a bilateralidade. Pode ser de difícil visualização
em mamografia.

Carcinoma medular - Tipo histológico de tumor maligno que tem como característica
principal o facto de ser relativamente bem limitado. Corresponde a cerca de 5% do
total dos cancros da mama. Tem melhor prognóstico que os outros tipos de
carcinoma invasivo.

Carcinoma mucinoso - Subtipo de carcinoma em que as células que o constituem são


produtoras de muco. Tem melhor prognóstico que as outras formas de cancro de
mama. Sinónimo - Carcinoma mucoso.

Carcinoma tubular - Subtipo de carcinoma de melhor prognóstico.


Cauda de Spence - Nome dado ao prolongamento axilar da mama.

CEA - Antigénio Carcino-Embrionário. Determinam-se os seus valores por


doseamento sanguíneo, estando aumentado nalguns cancros do tubo digestivo,
pulmão e mama.

Ciclo menstrual - O espaço de tempo que medeia entre períodos menstruais.


Habitualmente é de cerca de 28-30 dias. O 1º dia do ciclo é o 1ºdia da menstruação.

Cintigrafia - Ténica de imagem baseada na captação pelos tecidos de um isótopo


radioactivo, habitualmente o Tecnécio 99. Os tecidos com aumento de
vascularização, como são os que têm doença maligna, captam mais isótopo. Ligada
ao estadiamento do cancro da mama utiliza-se para estudo dos ossos, para
determinação de eventuais metástases.

Cirurgia Conservadora - Tipo de cirurgia que consiste na excisão do tumor e de uma


margem de tecido normal circundante, preservando a mama. Utiliza- se em casos
selecionados de cancro da mama. Habitualmente é acompanhada de esvaziamento
axilar e de Radioterapia.

Citologia aspirativa - V. FNAC.

Citostáticos - Drogas cuja função é de parar/dimimuir o crescimento das células


tumorais.

CMF - Tratamento de Quimioterapia, constiuído pela associação de Ciclofosfamida,


Metrotexato e 5-Fluoracilo, drogas citostáticas

Comedocarcinoma - Forma de carcinoma mamário que se estende


predominantemente pelos ductos mamários e não pelo tecido circundante.

Corrimento mamilar - Saída de líquido pelo mamilo, fora da amamentação. Pode ter
diversas causas (V. pág. corrimento).

Cromossomas - Estruturas localizadas nos núcleos das células e que contêm genes.

D
Doença de Mondor - Obstrução de veias da pele da mama e da parede torácica, que
se caracteriza por aparecimento de um sulco na mama, por vezes avermelhado,
coincidente com o trajecto da veia. Pode ter como causa um traumatismo.
Habitualmente é auto-limitada, não necessitando de tratamento.

Doença de Paget da mama - Forma de carcinoma mamário (geralmente in situ),


habitualmente de bom prognóstico, de aparecimento preferencial entre os 40 e 50
anos, que se caracteriza por uma lesão descamativa do mamilo e aréola. (V. pág.
prurido).
Doença fibroquística - Antiga designação que engloba uma série de alterações da
mama (fibrose, adenose, quistos, etc.), que podem aparecer na sequência de
alterações involutivas (envelhecimento) da mama.

Ducto - Nome dado a cada um dos canais existentes na mama, responsáveis pela
exteriorização do leite na amamentação.

E
E.P.O. - "Evening Primrose Oil". V. Óleo de Onagra

Ecografia - Técnica de Imagem computorizada, que se realiza com ultrassons.

Ectasia ductal - Dilatação dos ductos da mama, originada por retenção de líquido
produzido pelos mesmos, na sequência da involução mamária. Origina, portanto,
corrimento mamilar. V. pág. Corrimento.

Eczema mamilar - Doença da pele do mamilo, descamativa e pruriginosa de origem


habitualmente alérgica. Pode ser confundida com a Doença de Paget da mama. V.
pág. Prurido.

Elefantíase - V. Linfedema.

Estadiamento - Estudo que se segue ao diagnóstico de um cancro, de modo a


detectar eventuais disseminações ganglionares, ósseas, hepáticas ou pulmonares. V.
Classificação TNM.

Esteatonecrose - Fenómeno de destruição de células de gordura, na sequência de


traumatismos ou de amamentação. Curam frequentemente com formação de
macrocalcificações típicas, identificáveis em mamografia. Sinónimos - necrose gorda
e citoesteatonecrose.

Estereotaxia - Técnica de localização tri-dimensional de lesões impalpáveis da mama.


É realizada com a ajuda de um sistema especial acoplado a um mamógrafo.
Habitualmente é colocado um arpão junto da lesão assim localizada, de forma a guiar
o Cirurgião na excisão da lesão.

Estrias mamárias - Produzem-se na sequência de aumentos de volume mamários


rápidos, como na adolescência e gravidez.

Estrogéneos - Hormonas femininas produzidas principalmente pelos ovários. No


homem existem em muito menor quantidade e são produzidas pelas glândulas
supra-renais e pelos testículos.

Esvaziamento axilar - Técnica habitualmente complementar à remoção do tumor ou


da totalidade da mama, que consiste na excisão dos gânglios linfáticos da axila.
Destina-se a estadiar correctamente a doença, no sentido de se decidir sobre
eventuais terapêuticas complementares.
Exame extemporâneo - Avaliação anátomo-patológica durante a cirurgia, de modo a
qualificar de maligno ou benigno determinado tumor e de forma a ser efectuado, no
mesmo tempo operatório, o tratamento correcto para a situação clínica. Tem vindo
progressivamente a ser afastado, graças à introdução de novas técnicas de biopsia
pré-operatória de fácil e rápida execução e leitura.

Expansor mamário - Prótese insuflável com soro fisiológico, que pode ser colocada na
sequência de mastectomia, de modo a distender a pele preparando-a assim para a
futura colocação da prótese definitiva. V. Reconstrução mamária.

F
FAC - Tratamento de Quimioterapia, constiuído pela associação de 5-Fluoracilo,
Adriamicina e Ciclofosfamida, drogas citostáticas.

FEC - Tratamento de Quimioterapia, constiuído pela associação de 5-Fluoracilo,


Epiadriamicina e Ciclofosfamida, drogas citostáticas

Fibroadenoma - Tumor benigno, mais comum em mulheres jovens. Desde que


correctamente diagnosticados, podem ser unicamente vigiados com ecografia. Os
fibroadenomas com dimensões superiores a 3 cm devem ser excisados
cirurgicamente.

Fibroadenoma Gigante - É um fibroadenoma cujas dimensões ultrapassaram os 5 cm.


São relativamente raros, sendo mais comuns em mulheres jovens. Devem ser
excisados cirurgicamente.

Fibrose - Fenómeno típico da involução mamária, caracterizado por uma exuberância


do tecido conjuntivo mamário.

Fissura mamilar - Fenda no mamilo, geralmente provocada pelo traumatismo


mantido da amamentação. Pode constituir uma porta de entrada para uma infecção
da mama. V. Mastite. V. pág. Inflamação.

Fístula mamária - Trajecto de comunicação entre uma loca abcedada e a pele.


Geralmente é resultante de infecções crónicas. Habitualmente necessita de cirurgia
para o seu tratamento. V. pág. Inflamação

FNAC - Fine Needle Aspirative Citology. Citologia aspirativa com agulha fina. Como o
próprio nome indica é realizada a punção da lesão mamária com uma agulha fina, no
sentido de se obter células da lesão para análise. Permite obter resultados bastante
satisfatórios em relação à identificação de lesões malignas ou benignas. É
praticamente indolor, pelo que é efectuada sem anestesia. Pode ser efectuada sob
orientação ecográfica, no caso da lesão não ser palpável.

G
Galactografia - Técnica especial de mamografia que avalia o interior dos ductos
mamários após introdução de contraste radiográfico pelo ducto por onde existe
emissão de corrimento. Não tem indicação em todos os corrimentos (V. pág.
corrimento).

Galactorragia - Saída de sangue pelo mamilo. Pode ter diversas causas (V. pág.
corrimento avermelhado/acastanhado).

Galactorreia - Saída de leite pelo mamilo, de forma espontânea ou provocada, fora da


amamentação. (V. pág. corrimento).

Gânglio - Formação ovoide pertencente ao sistema linfático. A designação "ter


gânglios" geralmente refere-se à existência de gânglios palpáveis, habitualmente
aumentados de volume. Fazem parte integrante da barreira de defesas do
organismo, pelo que a sua análise poderá dar informações diagnósticas importantes.

Gene - Segmento de molécula de DNA, responsável pela hereditariedadde.

Ginecomastia - Termo que designa o aumento de volume da mama no Homem. Pode


acontecer normalmente na puberdade e nas pessoas de idade. Pode resultar de
diversas doenças não mamárias (hepa´ticas, pulmonares, etc.). Na ausência de
causa óbvia deve ser efectuada mamografia.

Greta mamilar - V. Fissura do mamilo.

H
Hiperplasia epitelial - Em termos mamários corresponde ao aumento do número de
camadas de células epiteliais nos ductos. Tem vários graus desde a moderada até à
atípica, verdadeira precursora do cancro mamário. Não existe forçosamente uma
progressão entre os diversos graus.

Hipertrofia gravídica - Crescimento mamário que se dá durante a gravidez,


carcterizado por ingurgitamento vascular e por crescimento dos elementos
glandulares, como preparação para o aleitamento.

Hipertrofia juvenil - Crescimento exagerado duma ou de ambas as mamas durante a


fase normal de crescimento (adolescência). A ser efectuada eventual cirurgia de
correcção esta só deve ser planeada para após o fim da fase de crescimento (após os
18-20 anos). V. Mamoplastia de redução.

Hipertrofia mamária - Crescimento exagerado dos elementos glandulares e estromais


que constituem a mama. Se esta situação se passa após total desenvolvimento
mamário (após os 18-20 anos), habitualmente tem a ver com aumento da gordura.

Hormona - Substância produzida por determinadas células de alguns orgãos,


presente na corrente sanguínea em valores muito escassos, e que influenciam a
activação/regulação ou o metabolismo de outros orgãos.
Hormonoterapia - Em termos gerais - Tratamento com hormonas. Em termos de uso
comum em patologia mamária - Tratamento que visa combater a doença maligna da
mama, através da diminuição ou abolição dos níveis de estrogéneos (hormona
feminina), em situações escolhidas. Habitualmente é utilizada uma droga anti-
estrogénica - o Tamoxifeno.

I
In situ - Diz-se do tumor maligno que está confinado a um determinado espaço, não
tendo invadido ainda os tecidos vizinhos, os vasos linfáticos ou os vasos sanguíneos.
Como tal raramente metastiza para outros orgãos, tendo, por isso, melhor
prognóstico. Pode ser de vários subtipos. V. Carcinoma in situ.

Infecção - Invasão dos tecidos por microorganismos, como sejam bactérias ou


vírus.V. pág. Inflamação.

Inflamação - Processo que habitualmente acompanha a infecção e que se caracteriza


por calor, tumor, rubor, dor e impotência funcional. Pode existir sem infecção. V.
pág. Inflamação.

Invaginação mamilar - Situação congénita em que um ou ambos os mamilos não são


procidentes, encontrando-se retraídos. Esta situação é passível de correcção
cirúrgica, sendo comprometida qualquer amamentação futura.

Invasivo - Diz-se do tumor maligno que invadiu as estruturas adjacentes, os vasos


linfáticos ou os vasos sanguíneos, por oposição ao in situ. O carcinoma ductal
invasivo é o tipo mais comum de cancro de mama.

Inversão mamilar - Situação adquirida em que um ou ambos os mamilos estão


retraídos. Esta situação deve ser plenamente investigada no sentido de ser
esclarecida a causa. Pode corresponder a tumor maligno.

Involução mamária - Processo de "envelhecimento" mamário, que habitualmente


começa por volta dos 35 anos, caracterizado por substituição do tecido glandular por
adiposo (gordura). Este processo pode ser efectuado por uma outra "via" através da
fibrose e da adenose. A involução mais intensa dá-se com a menopausa, pela baixa
acentuada dos níveis de hormonas femininas.

K
L
Linfedema - Tumefacção dum membro como consequência do bloqueio da drenagem
linfática. No caso do linfedema pós-mastectomia, pode acontecer na sequência de
esvaziamento axilar ou de radioterapia axilar. Devem ser tomadas medidas de
prevenção após qualquer um destes procedimentos terapêuticos. Melhora com
fisioterapia do membro afectado. À luz dos conhecimentos cirúrgicos de agora, trata-
se de uma complicação rara.

Lipoma - Acumulação localizada de gordura, geralmente com uma cápsula própria.

Lóbulo - Tecido produtor de leite. Cada mama tem cerca de 15 a 20 unidades


lobulares, capazes de produzir leite, que será conduzido para os poros do mamilo
pelos ductos.

M
Macrocalcificações - São detectadas por mamografia e têm dimensões superiores a 1
mm. A esmagadora maioria corresponde a patologia benigna, não havendo
necessidade de mais estudos.

Macroquisto - Nódulo mamário, de conteúdo líquido e de dimensões superiores a 1


cm. Habitualmente são múltiplos e são acompanhados por fibrose.

Mama - Termo médico para Seio, Peito. É um caracter sexual secundário da mulher.
Constituída por pele, donde sobressai a placa aréolo-mamilar, e por tecidos adiposo,
glandular e conjuntivo, tecidos estes com maior ou menor predominância de acordo
com a idade (>idade = mais tecido adiposo-gordura). Este conjunto forma uma
glândula sudorípara modificada, cuja função última é a lactação, sendo ainda
considerada como símbolo da feminilidade com funções estéticas, eróticas e sexuais.

Mama direita - Artisticamente sempre foi considerada como a fonte de alimento e de


fecundidade.

Mama esquerda - Artisticamente é considerada ligada ao prazer e à luxúria.

Mama supra-numerária - A espécie humana só possui duas mamas, ao contrário da


maior parte dos restantes mamíferos. No entanto, na fase de desenvolvimento
embrionário começa por se desenvolver uma linha - a crista mamária - por onde se
implantam diversas mamas, e que se estende da axila até à região inguinal (virilha) e
que mais tarde desaparece. Podem assim existir mamas e mamilos supra-numerários
ao longo desta crista, como aberração de desenvolvimento, A grande maioria dos
autores não indica a ressecção destas, senão por condições estéticas. As mamas e os
mamilos supra-numerários estão sujeitos às doenças da mama.
Mamilo invaginado - V. Invaginação mamilar.

Mamilo invertido - V. Inversão mamilar.

Mamilo supra-numerário - V. Mama supra-numerária.

Mamografia - Radiografia da mama. É efectuada geralmente em dois planos em cada


mama. De forma a se obter uma boa imagem é necessária compressão mamária,
pelo que este exame deve ser efectuado preferencialmente após o período
menstrual, de forma a não despertar dor.

Mamoplastia de aumento - Técnica cirúrgica que habitualmente consiste na


introdução de próteses de silicone ou, mais recentemente, de soro fisiológico, de
modo a projectar a mama para a frente, criando aumento de volume. Pode ser
realizada após o total crescimento da mama: Não interfere com futuras
amamentações.

Mamoplastia de redução - Técnica cirúrgica de diminuição do volume mamário. Não


deve ser realizada antes do completo desenvolvimento da mama (18-20 anos). Pode
ser realizada antes da paciente ter amamentado, uma vez que vai respeitar essa
função ulteriormente.

Mastalgia - Dor mamária. Sinónimo - Mastodínia. (V. pág. Dor).

Mastectomia - Técnica cirúrgica que consiste na extirpação da mama, habitualmente


associada à excisão dos gânglios axilares (esvaziamento axilar).

Mastectomia profilática - Técnica cirúrgica que consiste na remoção da ou das


mamas saudáveis, de forma a reduzir o risco de aparecimento de cancro da mama,
em pacientes com risco aumentado. Pouco utilizada na Europa, sendo principalmente
utilizada nos E.U.A.

Mastectomia radical modificada - É a técnica cirúrgica radical mais comum para


tratamento do cancro da mama. Consoante a técnica, consiste na excisão da
glândula mamária na sua totalidade, com ou sem excisão do músculo pequeno
peitoral. É geralmente acompanhada de esvaziamento axilar.

Mastectomia simples - Técnica cirúrgica que consiste na extirpação da mama, sem


esvaziamento axilar. Só se utiliza em casos seleccionados.

Mastectomia subcutânea - Excisão cirúrgica da glândula mamária, mantendo-se a


pele e o complexo aréolo-mamilar. As suas indicações são extremamente
controversas, sendo utilizada principalmente no E.U.A. com ideia de diminuir a
incidência de cancro da mama em mulheres de risco aumentado. Não é utilizada
para tratar cancros da mama.

Mastite - Processo inflamatório/infeccioso da mama (V. pág. Inflamação)

Mastodínia - O mesmo que Mastalgia.

Menarca - Altura da primeira menstruação.


Menopausa - Altura do desaparecimento dos períodos menstruais, de acordo com a
baixa de níveis hormonais. Em termos hormonais a menopausa faz-se gradualmente,
podendo existir ainda hormonas femininas em níveis aceitáveis, cerca de dois anos
após a última menstruação. Dá-se habitualmente entre os 45 e 50 anos.

Menopausa precoce - Quando acontece antes dos 35 anos.

Metástases - Lesão tumoral de aparecimento à distância do tumor primitivo. No caso


do cancro da mama a metastização mais frequente é para o fígado, ossos e pulmão.
Podem aparecer ao mesmo tempo que o tumor primitivo (mais raro) ou aparecerem
mais tardiamente.

Microcalcificações - São detectadas por mamografia e têm dimensões inferiores ou


iguais a 1 mm. Consoante o seu tipo morfológico são divididas em seis grupos. Numa
boa parte dos casos é aconselhável a sua excisão para envio para análise. Podem
corresponder a formas de processos malignos.

Microquisto - Nódulo mamário, de conteúdo líquido, de dimensões inferiores a 1 cm.


Podem ser considerados normais a partir de cerca dos 30 anos. Não necessitam de
qualquer tratamento ou investigação mais profunda. Podem ser acompanhados por
fibrose.

Multicêntrico - Diz-se de um carcinoma da mama que apresenta vários focos nos


vários quadrantes da mama.

Multifocal - Diz-se de um carcinoma da mama que apresenta vários focos no mesmo


quadrante da mama.

Multípara - Mulher que deu nascimento a várias crianças.

Mutação genética - Alteração no número, arranjo ou sequência molecular de um


gene.

N
Neoplasia - Tumor. Pode ser benigna ou maligna. Habitualmente o termo é utilizado
como sinónimo de tumor maligno.

Nódulo - É o nome genérico adoptado para qualquer "tumor" palpável, seja benigno
ou maligno. Vulgo "caroço".

Nuligesta - Mulher que nunca engravidou.

Nulípara - Mulher que nunca deu à luz.

O
Óleo de Onagra - Óleo proveniente de uma flor da família das orquídeas, que contém
ácidos gordos essenciais em grande quantidade. A sua toma em cápsulas, melhora
substancialmente a mastalgia. V. pág. dor.

Ooforectomia - Ablação cirúrgica de um ou dos dois ovários. A ablação bilateral foi


preconizada durante muito tempo como terapêutica complementar para alguns
cancros da mama, em mulheres pré-menopáusicas. Hoje em dia caiu mais em
desuso sendo substituída por drogas.

Osteoporose - Perca de minerais que levam à diminuição da densidade óssea,


produzindo fragibilidade óssea.

P
Papiloma - Tumor benigno. Pode ser intra-canalicular (dentro de um ducto), ou do
mamilo. O intra-canalicular pode originar corrimento e é geralmente diagnosticado
por Galactografia. Ambos devem ser excisados cirurgicamente.

Pele em casca de laranja - Alteração provocada por bloqueio dos linfáticos da mama,
criando o aspecto picotado típico da casca de laranja. Pode ser acompanhado de
vermelhidão. Pode ser originado por inflamações (V. pág. inflamação) ou por tumores
da mama.

Pílula anti-concepcional - Droga ou conjunto de drogas destinadas a inibir a ovulação


mensal de modo a impedir a gravidez. As mulheres com cancro da mama, em
princípio, não a devem utilizar. Não parece haver aumento de cancro da mama nas
mulheres que a utilizam ou utilizaram.

Prolactina - Hormona responsável pela produção de leite. É produzida na Hipófise,


glândula-mestra que se situa na base do cérebro, numa zona chamada "sela turca".

Prótese mamária - Podem ser externas ou internas. As externas são aplicadas num
soutien próprio e destinam-se a criar o volume e o peso da mama amputada. São
construídas em silicone. As próteses internas podem ser aplicadas para correcção
após mastectomia ou para aumento do volume mamário (V. Mamoplastia de
aumento). Podem ser preenchidas por silicone ou por soro fisiológico.

Ptose mamária - Mama descaída ou pendular. Diz-se quando o complexo aréolo-


mamilar desce abaixo da posição normal. Existem diversos graus, todos eles com
cirurgias de correcção possíveis.

Q
Quadrante mamário - Em termos de sistematização a mama é dividida em 5
quadrantes - Supero-externo, supero-interno, infero-interno, infero-externo e região
aréolo-mamilar. Estes quadrantes não correspondem a unidades funcionais distintas,
nem contêm a mesma quantidade de tecido mamário, tratando-se pois de uma
divisão física e não funcional. A maior quantidade de tecido mamário encontra-se no
quadrante supero-externo, razão pela qual existem mais doenças neste quadrante.

Quadrantectomia - Técnica cirúrgica que implica a remoção cirúrgica do quadrante


onde se encontra a lesão, bem como de parte da pele dessa zona. Habitualmente é
acompanhada de Esvaziamento axilar. Neste momento é uma técnica com menor
uso, tendo sido parcialmente substituída pela Tumorectomia.

Quimioterapia - Tratamento, geralmente administrados por via intra-venosa, que visa


reduzir/matar as células cancerosas. No caso do cancro da mama constam
habitualmente de associações de diversos citostáticos, podendo eventualmente ser
efectuados tratamentos com uma única droga.

Quisto mamário - V. Macroquisto e Microquisto.

R
Radioterapia - Técnica de terapêutica complementar da neoplasia da mama, que
consiste na irradiação das áreas afectadas com radiações ionizantes, habitualmente
com Cobalto. Faz parte integrante da terapêutica baseada em Cirurgia
Conservadora..

Rastreio - V. pág. rastreio.

Receptores hormonais - "Sítios" de ligação de hormonas às células. Análise através


da recolha de tecido. No caso dos tumores da mama interessam especialmente os de
Estrogéneos e os de Progesterona. Em caso de positividade podem ser administradas
drogas anti-hormonais (Hormonoterapia) (Tamoxifeno), para ajudar a combater a
doença.

Recidiva - V. Recorrência

Reconstrução mamária - Técnica cirúrgica destinada a corrigir esteticamente a


mulher mastectomizada.

Reconstrução mamária diferida - Quando efectuada em tempo cirúrgico posterior à


mastectomia.

Reconstrução mamária imediata - Quando iniciada no mesmo tempo cirúrgico da


mastectomia.

Recorrência - Reaparição do tumor, uma vez tratado. Pode ser Local, Regional
(geralmente na axila) ou à Distância (metástases ósseas, hepáticas, pulmonares,
etc.). Sinónimo - Recidiva.

Redução mamária - V. Mamoplastia de redução.

Ressonância magnética nuclear - (RMN) Técnica de imagem que avalia a estrutura


electromagnética dos átomos, dando reconstruções tridimensionais. Habitualmente é
pedida para verificação da integridade de próteses mamárias e começa a ser
também útil na detecção de recidivas em Tumorectomias ou mesmo para avaliação
da eficácia da Quimioterapia

S
Sela turca - Ou Fossa Pituitária. Corresponde a uma porção do osso esfenoide, osso
este situado no interior da caixa craneana, fazendo parte da base do crâneo. Aqui se
aloja a glândula hipofisária (Hipófise), responsa´vel pelo comando de muitas outras
glândulas. Aqui se produz, entre outras hormonas, a prolactina, hormona responsável
pela estimulação mamária que leva à produção de leite.

Senologia - Ramo da ciência médica que estuda as doenças da mama.

Sindroma pré-menstrual - Conjunto de sintomas que precedem a menstruação, como


sejam a irritabilidade, dores de cabeça e a tensão mamária (V. pág. dor). Tem como
causa as alterações dos níveis hormonais. Passa com o aparecimento do período
menstrual.

T
T.A.C. - Tomografia Axial Computorizada. Utiliza Rx em doses baixas, com
reconstrução da imagem por computador. Em termos mamários tem pouca
utilização.

Tamoxifeno - Droga de propriedades anti-estrogénicas, utilizada em determinados


tipos de cancro da mama para diminuir a incidência de recorrência da doença, ou
para tratamento de metastização. Nos E.U.A., foi recentemente introduzida para
prevenção do cancro da mama em grupos de risco muito elevado. Em Portugal ainda
não se efectua correctamente a identificação destes grupos de risco pelo que ainda
não começou a ser utilizado para prevenção.

Terapêutica Hormonal de Substituição - Diz-se da terapêutica hormonal utilizada para


prevenção dos efeitos da menopausa, quer a nível dos vasos sanguíneos (cerebrais,
cardíacos, etc.), quer a nível da osteoporose. Na grande maioria dos casos esta é
desaconselhada em casos de cancro de mama. Pode, no entanto, ser efectuada
terapêutica não hormonal.

Termografia - Técnica de imagem, que se baseia na captação de temperatura de


determinada zona do corpo, Os tumores malignos representam zonas mais quentes.
Praticamente já não é utilizada como meio de diagnóstico para os tumores da mama.

TNM - Classificação internacional que agrupa a doença maligna consoante as


dimensões do tumor (T), estado dos gânglios (N), e metástases à distância (M). V.
Estadiamento.

Tru-cut - Termo que define a biopsia efectuada com agulha grossa, de forma a se
obter um fragmento de tecido da lesão para avaliação anátomo-patológica. É
efectuada sob anestesia local, com uma agulha e "pistola" específicas. Pode ser
efectuada sob orientação ecográfica ou mamográfica, no caso da lesão não ser
palpável.

Tumor - Termo utilizado para definir qualquer nódulo palpável. Pode ser benigno ou
maligno. Habitualmente erradamente utilizado como sinónimo de maligno.

Tumor Phyllodes - Tipo de tumor raro da mama. Pode ser maligno ou benigno,
consoante as suas características celulares.

Tumorectomia - Técnica cirúrgica que consiste na remoção do tumor, bem como de


uma margem envolvente de tecido normal. Habitualmente é utilizada em situações
malignas de reduzidas dimensões, podendo ser acompanhada de esvaziamento
axilar, conseguindo-se assim "poupar" a mama. Geralmente é acompanhada de
Radioterapia de forma a complementar o tratamento.

U
Ultrassonografia - Técnica de Imagem médica computorizada, que se realiza com
ultrassons. (Sinónimo.- Ecografia)

X
Xerografia - Técnica de radiografia mamária, bastante utilizada nas décadas
passadas, hoje em dia totalmente substituída pela Mamografia de baixa dosagem.

Y
Z

BIBLIOGRAFIA

Biblioteca Médica da Família – Combater o Cancro – Editora Civilização.

Mastectomia – Guia del Paciente – Camino de Recuperación – American Cancer


Society.

Radiation Therapy and You – A Guide to Self-Help during treatment – National


Cancer Institute.

For Single Women with Breast Cancer – Y-ME – National Breast Cancer
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National Comprehensive Cancer Network

I Still Buy Green Bananas – Living With Hope, Living With Breast Cancer - Y-ME
– National Breast Cancer Organization.

Benefícios para pessoas com deficiência – Secretariado nacional para a


reabilitação e integração das pessoas com deficiência – Folhetos Nr. 7, 8, 10 e
17.

Consejos Prácticos de la A a la Z – Después de cirurgia por Cáncer de mama –


Dra. Maria Hussain; E. Mayer Spitzweck – Asta Médica – Oncologia. Bibliografia:

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Current problems in surgery - Vol. 35, nº 11 pag.s 951-1018, Nov 1998 - Minimal access
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Diccionario de Senología y patología mamaria - Montero Ruiz, J , Prats Esteve, M, 1996

Diseases of the breast - Harris, Lippman, Morrow, Hellman - Lippincott-Raven , 1996

Senologia Prática - Pereira, Mestre - Lisboa 1997

Agradecimentos:
• Dra. Bluete Passos

• Carla Moreira

• Eduardo Carqueja

• Sandra Silva

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