O recente IPO da Arezzo será um divisor de águas no negócio de franquias no Brasil, pelos números alcançados e pelo nível de interesse que a operação despertou. Por Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da GS&MD - Gouvêa de Souza
O recente IPO da Arezzo será um divisor de águas no negócio de franquias no Brasil, pelos números alcançados e pelo nível de interesse que a operação despertou. Por Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da GS&MD - Gouvêa de Souza
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O recente IPO da Arezzo será um divisor de águas no negócio de franquias no Brasil, pelos números alcançados e pelo nível de interesse que a operação despertou. Por Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da GS&MD - Gouvêa de Souza
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Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da
GS&MD – Gouvêa de Souza
O recente IPO da Arezzo será um divisor de águas no negócio de franquias
no Brasil, pelos números alcançados e pelo nível de interesse que a operação despertou com a captação de R$ 565,8 milhões, com o preço da ação em R$ 19, no teto da faixa que tinha preço mínimo de R$ 15. Nesses valores o valor de mercado da empresa foi de R$ 1,682 bilhão.
Na semana anterior ao fechamento a procura era seis vezes superior à
oferta e, do valor captado, R$ 370,2 milhões serão destinados aos controladores e ao fundo Tarpon, que em 2007 havia adquirido 25% da empresa por R$ 76,3 milhões.
A empresa hoje é um negócio apoiado na gestão de quatro marcas
(Schultz, Ana Capri, Alexandre Birman e a própria Arezzo), com 260 lojas franqueadas, sendo sete no exterior, e apenas 27 lojas próprias. No passado, também operava indústria.
Estrategicamente fez a migração de uma empresa focada em
desenvolvimento, fabricação, produtos, marcas e lojas próprias para um modelo mais aberto e moderno focado em desenvolvimento de produtos, terceirização da produção, gestão de marcas, da pequena rede própria e, principalmente, da rede franqueada no Brasil e no exterior.
A valorização alcançada pela empresa será um estímulo muito forte para
que corporações varejistas, fabricantes de bens de consumo e desenvolvedores de serviços revejam suas estratégias de negócios e expansão, dedicando mais tempo e investimentos para as oportunidades que as franquias e redes de negócios podem gerar. O momento do Brasil atrai interesse em especial para empresas que atuam para atender o consumo das famílias, com a perspectiva de continuidade de um ciclo virtuoso que nem a turbulência global recente conseguiu arrefecer. Mas o desafio das organizações é desenvolver mecanismos que permitam aproveitar esse cenário positivo, ampliando atuação em novos mercados e acelerando a expansão de forma consistente com seus princípios e valores.
Nesse cenário, torna-se crônico acelerar a busca de pontos; os projetos e a
implantação de lojas; o desenvolvimento de novos formatos adequados aos novos mercados; a geração de lideranças aptas a expandir operações; o recrutamento e seleção de pessoal em condições adequadas, num quadro de restrições de talentos; e a própria operação da rede recém- ampliada, transformando a aceleração da expansão num grande desafio.
Por conta disso, as franquias e redes de negócios têm um potencial de
geração de soluções relevante. Em especial nesse cenário, pois master franqueados e franqueados podem dividir investimentos, gestão e atenção com os franqueadores, permitindo essa aceleração da expansão.
E o que analistas e investidores avalizaram com os números alcançados
pela Arezzo é também que o foco de atuação e a inovação nos modelos de negócios amparados pelo uso intensivo das franquias têm um potencial de crescimento que deve ser observado de forma diferenciada, reduzindo preconceitos e estimulando um pensar mais aberto.
Sempre será importante relembrar que algumas corporações globais tem
se mostrado cada vez mais abertas à incorporação de franquias e redes de negócios como parte de sua estratégia de expansão por essas razões, mas também como forma de enfrentarem as restrições à expansão por conta de legislações restritivas, em especial em mercados mais maduros, como na Europa Ocidental e no Japão. É o caso do Carrefour, em que perto de 50% do total de suas lojas são franqueadas.
O momento do Brasil e seu potencial de crescimento próximo e futuro são
razões suficientemente fortes para ensejar um estudo muito mais profundo das oportunidades que podem ser geradas pelo uso das franquias e redes como estratégia de expansão e cobertura de mercado. E, pelo que se observou, há dinheiro na mesa.