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O DESAFIO DA MUDANÇA

“Quando sopram os ventos da mudança, alguns constroem abrigos e se


colocam a salvo; outros constroem moinhos e ficam ricos” (Claus Moller).

A mudança é o elemento que traz energia, variedade, surpresa, côr e vida à


vida.
Temos, sim, capacidade de realizar mudanças em nossas idéias, atitudes,
percepções... e essa capacidade nos ajuda a extrair toda a seiva possível da
novidade da vida.
A capacidade de mudar desenvolve-se mudando, e atrofia-se quando
permanecemos estacionado.
Mudar em coisas pequenas prepara o caminho para mudar em coisas grandes,
e mudar com frequência facilita o continuar mudando sempre. A mudança
suave e gradual em nossa visão das coisas, dos fatos, das pessoas, do nosso
modo de proceder... leva-nos a maior vitalidade, entusiasmo e alegria.
É saudável questionar-se, abrir-se e aventurar-se a ver as coisas de maneira diferente e a responder às
circunstâncias com espontaneidade nova. Trata-se de descobrir, examinar, purificar e substituir os
hábitos inertes, os esquemas mentais fechados, as condutas petrificadas, os projetos sem horizontes...
É trabalho árduo, porque nos acostumamos a viver de esteriótipos, marcos de referência, coordenadas,
parâmetros ou paradigmas que formatam nossas atitudes, estreitam nossos pensamentos e condicionam
nossa conduta.
“Tá faltando tempo? Até para mudar de vida?”
Esta é a pergunta que cala fundo e nos mobiliza a buscar saídas.

Em 1º lugar, diante dos desafios, do novo, do diferente..., a postura que conduz


à mudança consiste em não forçar a mudança; não é questão de puro volun-
tarismo, nem de imposição ou cobrança externa. Trata-se de um “hábito do
coração”. O ser humano é, em sua essência, mudança, movimento, dinamis-
mo, energia... Deus não nos deu um espírito de timidez, de medo, de fuga, de
acomodação... mas de audácia, de criatividade, de luta, de participação...
É imprescindível ter uma alma ágil, exercitada, animada e vivificada para a
mudança, a aventura e a novidade. A arteriosclerose pode ser também uma doença da alma.
Perdemos algo em crescimento pessoal e em contribuição social quando enterramos talentos, ancoramos
idéias e fossilizamos condutas. “Quem for medroso ou tímido volte para trás” (Jz. 7,3).

Não é preciso “forçar-se a mudar”, quando basta “deixar-se mudar”. Ter


confiança na vida.
Para isso: ter a coragem de tomar consciência da situação pessoal, reconhecer o
momento atual, espreitar possibilidades e necessidades de mudança e deixar que
as coisas comecem a se mover, que as perspectivas sejam ampliadas, que tenha
início as explorações, que a imaginação seja desempoeirada, que os sentidos
sejam ativados, que se renovem os tecidos da alma e sejam removidos os véus
do espirito para que ele avance em direção às novas fronteiras sem limites, que
nos espera aberto e acolhedor.
Toda mudança implica sair de nós mesmos, de nosso estreito mundo, de nossas
práticas arcaicas, daquilo que nos protege e nos esteriliza.
E confiar na Graça de Deus, que desperta nossa vida e acompanha nosso crescimento.
Movidos por sua força, vemos a possibilidade de questionar toda nossa atitude conformista, sacudir
nossas convicções e animar nossa vida. “Deus enche o nosso coração de audácia para o risco”.

Inspirados no melhor da tradição inaciana, somos chamados a uma “mudança


permanente” na nossa vida; esta não é puro ativismo, nem mera repetição
mecânica, nem formalismo... mas um “modo de ser e proceder” alimentado
por uma intuição, uma chama, uma espiritualidade...
A fonte desta espiritualidade encontra-se nos Exercícios Espirituais, método
dinâmico e vital que arranca a pessoa de seu imobilismo e de sua acomodação.
Tal dinamismo gera audácia, desperta a criatividade, abre ao diferente, suscita
respostas novas, usa os melhores meios para atingir o fim desejado...
A fidelidade ao carisma inaciano nos impulsiona a “inventar” constantemente, a
“ousar” sem medo, a “deslocar-nos” sem parar, a sair de nossos esquemas
fechados e mentalidades ultrapassadas...
Textos bíblicos: Mt. 9,9-13 Mt. 25,14-30 2Tim. 1,6-18

Na oração: - qual é o seu estado de “ânimo e generosidade” no momento atual? O quê lhe dá ânimo para
viver
e lutar? para ousar e arriscar? O que você está vislumbrando no seu horizonte pessoal, eclesial...?
- você está aberto à “mudança”? ou sente resistências? medos?...

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