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Prevenção de Incêndios

Florestais

Proteção Florestal
CONSIDERAÇÕES GERAIS
• Os incêndios ocorrem quando os combustíveis
inflamáveis são expostos à materiais acesos.
• A ocorrência de fogo, pode ser reduzida pela remoção da
fonte de fogo ou pela remoção do material que pode
queimar.
• O efetivo de controle das fontes de risco, requer o
conhecimento de como essas operam localmente, quando
e onde os incêndios ocorrem mais comumente.
• Os dados mais freqüentes para programas de prevenção
são: as causas dos incêndios que ocorrem; a época e o local
de ocorrência; e a extensão da área queimada.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
• Normalmente são utilizadas quatro categorias de ignição:
 Naturais: correspondem aos incêndios cuja ignição resulta
das descargas elétricas provocadas pelas trovoadas.
 Negligentes: estão associadas a acidentes e ao
comportamento negligente no uso do fogo.
 Intencionais: estão relacionadas com o uso doloso do fogo
(“fogo-posto”), em que por detrás de cada ignição existe
normalmente uma motivação para o ato
 Desconhecidas: podem resultar da falta de investigação, ou
da impossibilidade da determinação da causa, mesmo com a
identificação do ponto de inicio, por falta de provas materiais
e/ou pessoais, que permitam ao investigador despistar a causa
da ignição
Locais de Ocorrência
• A definição das áreas de maior ocorrência de incêndios
florestais, dependem prioritariamente de informações
dos locais de onde ocorre os incêndios, estes dados
podem ser estaduais ou municipais

Área e época de Ocorrência

• A distribuição dos incêndios através dos meses do ano é


uma informação importante no planejamento da
prevenção, pois indica as épocas de maior ocorrência de
fogo, que varia significativamente de uma região para
outra.
Princípios e Métodos Usados na Prevenção de
Incêndios

Objetivo: impedir a ocorrência de incêndios que tem


causa de natureza humana, e impedir a propagação de
incêndios que não podem ser evitados

Os instrumentos mais utilizados na prevenção são:

Educação da população;
Aplicação da legislação;
Eliminação
Redução das fontes de propagação do fogo
Educação da população
• Deve ser aplicada a todos os grupos de idade da
população, tanto em zonas urbanas como nas rurais;
• Para iniciar um programa para educação da população,
deve ser conhecida de forma detalhada as causas dos
incêndios.
• Um detalhe importante é informar e sensibilizar das
novas gerações, que futuramente irão influir nos fatores
que originam incêndios
Aplicação da legislação
Leis e regulamentos para as atividades relacionadas com uso
do fogo na floresta, são importantes medidas de prevenção.
Os regulamentos diferem basicamente das leis por serem
mais localizados, e tem como objetivo principal reduzir o
risco de incêndios em determinadas áreas.
O código florestal brasileiro tem 4 artigos que tratam
especificamente do fogo nas florestas são eles:

Artigo 11 - O emprego de produtos florestais ou Hulha


como combustível obriga o uso de dispositivo que impeça
a difusão de fagulhas suscetíveis de provocar incêndios
nas florestas e demais formas de vegetação.

Artigo 25 - Quando os incêndios rurais não podem ser


extintos com os recursos ordinários compete não só ao
funcionário florestal como a qualquer outra autoridade
pública, requisitar os meios materiais e convocar os
homens em condições de prestar auxílio.
Artigo 26 - Constituem as contravenções penais, puníveis
com três meses a um ano de prisão simples ou multa de
um a cem vezes o salário mínimo mensal, ou ambas as
penas cumulativamente:

e) fazer fogo em florestas e demais formas de vegetação,


sem tomar as precauções adequadas.
f) Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que
possam provocar incêndios nas florestas e demais formas
de vegetação.
l) Empregar, como combustíveis, produtos florestais ou
hulha sem uso de dispositivos que impeçam a difusão de
fagulhas, suscetíveis de provocar incêndios nas florestas.
Artigo 27 - É proibido o uso de fogo nas florestas e
demais formas de vegetação.
Parágrafo único - Se peculiaridades locais ou regionais
justificarem o emprego do fogo em práticas agropastorais
ou florestais. A permissão será estabelecida em ato do
poder público circunscrevendo as áreas e estabelecendo
normas de precaução.

Eliminação ou Redução das Fontes de Propagação


As técnicas preventivas empregadas para evitar a
propagação de incêndios baseiam-se principalmente no
controle da quantidade, arranjo continuidade e
inflamabilidade do material combustível. As técnicas
mais preconizadas são:
As técnicas mais preconizadas são:
a) Construção e Manutenção de Aceiros
Podem ser naturais como estradas ou cursos de água,
ou especialmente construídas para impedir a
propagação dos incêndios, e para fornecer uma linha
de controle estabelecida no caso de ocorrer um
incêndio.
Definição: um aceiro é uma faixa livre de vegetação, onde
o solo mineral é exposto.
• Os aceiro florestais podem variar de 5 a 50 m,
dependendo do risco que a área é exposta.
• Os aceiros principais podem ser mais largos e os
secundários mais estreitos

b) Redução do Material Combustível


c) Cortinas de segurança ou cerca viva
A implantação de vegetação com folhagem menos
inflamável, é uma prática eficiente para reduzir a
propagação do fogo, pois dificulta o acesso do fogo às
copas, facilitando o combate.
d) Locais de captação D’água
• O reflorestamento de pequenos cursos d`agua
formando pequenos açudes, é de fundamental
importância para obtenção de água no caso de combate a
incêndios.
• Recomenda-se a implantação de tomada d`água a cada
5 km para assegurar uma eficiência razoável dos
caminhões bombeiros no controle de incêndios.
e) Planos de Prevenção
• A fim de organizar os trabalhos de prevenção são
elaborados os planos de prevenção.
• Nestes planos são detalhados de formas simples e
objetiva, as atividades que serão desenvolvidas numa
determinada área para prevenir incêndios florestais.

 O Plano de prevenção, engloba as seguintes


etapas:
1 - Obtenção de informações sobre as ocorrências de
fogo, e aspectos legais da área como: locais de maior
ocorrência, período de maior ocorrência de incêndios
durante o ano, tipo de cobertura vegetal da área, etc.
2 - Determinar as causas mais freqüentes dos incêndios e
concentrar nestes esforços de prevenção.
As causas variam de acordo com a região, sendo
agrupados em 8 grupos, raios, incendiários, queimas
para limpeza, fogos de recreação, operações florestais,
fumantes, estradas de ferro e diversos.
3 - Decidir quais as técnicas e medidas preventivas serão
adotadas, quem irá executá-las e quando serão
executadas.
No plano deverá ficar estabelecido, qual será a melhor
forma, por exemplo de adequar a população de uma
determinada região. Assim como a pessoa e a equipe
responsável pela atividade prevista, com um cronograma
indicando o início e o término de cada atividade
planejada.
4 - Obter informações sobre todas as operações
desencadeadas pelo plano de prevenção, a fim de auxiliar,
corrigir e dar novas orientações quando for necessário.
Queima Controlada

1) Objetivos
- Reduzir o acúmulo de material combustível em
povoamentos.
- Facilitar e induzir o surgimento de um sub-bosque
imprescindível ao equilíbrio ecológico.
- Acelerar a decomposição de resíduos florestais.
- Preparo do terreno.
- Controle de espécies indesejáveis.
- Controle de parasitas e doenças.
Queima Controlada

2) Condições de Uso
O fogo controlado só deve ser usado após um diagnóstico
cuidadoso que indique que ele é mais seguro, barato,
eficiente e prático que outros tratamentos.
2.1) Material combustível florestal
O material combustível mais oxigênio e a temperatura de
ignição compõem o triângulo de fogo. Sendo o material
combustível o único elemento sobre o qual se pode atuar
diretamente.
Definição: material combustível florestal é qualquer
material orgânico, vivo ou morto, no solo ou acima deste,
capaz de entrar em ignição e queimar.
Grupos de Combustíveis Florestais - São classificados de
acordo com sua distribuição vertical, em três grupos:
I. Combustíveis de solo: são todos os materiais que
estão abaixo da superfície da floresta tais como:
húmus, raízes de árvores, tocos em decomposição e
turfa.
II. Superficiais: são classificados todos os materiais
depositados sobre o piso da floresta tais como: folhas,
ramos, galhos, casca, cones e frutos que ainda não
estão totalmente decompostos, incluindo as herbáceas
e os arbustos com até 1,8m de altura.
III. Aéreos: incluem-se os materiais localizados no sub-
bosque e na parte superior da copa das árvores,
separadas das superfície da floresta por uma altura
superior a 1,8m. (ramos, folhas, casca, galhos secos,
musgos, liquens e outras plantas epífitas).
Se considerarmos a sua periculosidade os combustíveis podem
ser classificados como:
• Perigosos - Galhos e ramos pequenos, com diâmetro menor
que 1.0cm, folhas liquens, musgos e herbáceas (em estado seco)
são materiais que perdem umidade rapidamente, apresentam
menor temperatura de ignição, facilitando o início do fogo
queimando rapidamente e acelerando a sua propagação.
• Semi-perigosos - São materiais geralmente lenhosos como
troncos caídos, tocos, galhos e ramos acima de 1.0cm. São
materiais compactados ou de dimensões grossas que queimam
lentamente. Apresentam ignição lenta e difícil, porém
desenvolvem intenso calor.
• Verdes - Vegetação viva existente na floresta ou povoamento.
Por possuírem um certo teor de umidade, os combustíveis verdes
(exceto as coníferas), são as vezes consideradas não inflamáveis,
porém o calor liberado pela combustão de outros combustíveis
por levar estes materiais tornando-os inflamáveis.
Uso do fogo no preparo do terreno
• O fogo é considerado o instrumento mais barato para o
preparo de terrenos para o plantio, tanto de espécies agrícolas
como florestais, pois os resíduos de exploração ou restos de
culturas anteriores são barreiras físicas para o plantio manual
ou mecânico.
• Custa 10% do valor de qualquer outro tratamento para o
preparo do solo para plantios sendo também, uma das poucas
alternativas para terrenos.
Controle de espécies indesejáveis
• O uso de queima controlada para manejar espécies
indesejáveis é recomendado desde que estas sejam mais
sensíveis ao fogo do que aquelas que se deve proteger.
• Por exemplo para controlar a regeneração do sub-bosque em
povoamentos de pinos, onde não é viável o controle cultural,
ou químico a queima controlada é uma alternativa viável.
Controle de pragas e doenças
A queima controlada também pode ser utilizada para
erradicar culturas ou indivíduos contaminados com
pragas ou doenças, sendo mais utilizadas em áreas
agrícolas.
ex: - Fungos e insetos como serradores ou a mariposas (Ex
- Glenna spp.).
Melhoria de pastagens
O fogo controlado pode ser utilizado no manejo de
pastagem, aumentando a palatabilidade, qualidade,
quantidade e disponibilidade de gramíneas e ervas
forrageiras a sua ação ocorre sob o material seco de baixo
valor nutricional, que dá lugar à nova brotação, com
maior teor de proteína, fósforo e cálcio que ficam
disponíveis rapidamente.
Melhoria da estética
Nestes casos a queimas controladas visa manter área
limpas dos povoamentos, aumentar o número e a
visibilidade de fatores, provocar mudanças nos tipos
vegetais, atração da fauna, etc.

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