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Remodelação Óssea
Bone Remodelling
“Este é o primeiro de uma série de artigos fenótipos celulares, regulados por vários fato-
em que profissionais com interesse em pesqui- res bioquímicos e mecânicos. É provável que a
sa apresentarão os avanços nas ciências bási- principal razão para a remodelação seja per-
cas relevantes para a ortodontia clínica. Este mitir que os ossos respondam e se adaptem às
primeiro artigo sobre remodelação óssea escri- forças mecânicas quando estas ocorrem como
to por Peter Hill, determina um alto padrão um resultado do exercício físico e durante a
para os próximos a serem editados. Outros ar- aplicação de carga mecânica, como durante a
tigos sobre biologia muscular, regulação da movimentação dentária ortodôntica. As anor-
modificação tecidual, desenvolvimento cranio- malidades na remodelação óssea ocorrem em
facial, sinalização celular e citocinas farão algumas das doenças mais comuns que afe-
parte de edições futuras desta revista. Espera- tam os seres humanos tal como osteoporose,
se que estes artigos sejam de interesse não periodontite, artrite e osteólise induzida por
apenas aos alunos de pós-graduação, mas tam- tumor. Embora estas disfunções sejam comuns
bém aos clínicos em exercício”. e causem sofrimento considerável, na maioria
J. Sandy, Sub-Editor dos casos, pouco se sabe sobre os mecanismos
responsáveis pela disfunção da remodela-
Introdução ção óssea que os caracteriza. Isto não é no-
A marcante evolução nos estudos em bio- vidade, uma vez que, no momento, não
logia óssea durante as últimas duas décadas compreendemos os mecanismos responsá-
tanto reforçou o nosso entendimento sobre a veis pelo controle da remodelação óssea nor-
regulação da remodelação óssea como nos per- mal e nem como ela é tão coordenada e equi-
mitiu definir algumas das principais questões librada. No entanto, as novas técnicas para
ainda não respondidas. O osso é um tecido se estudar a função óssea no nível celular
dinâmico que constantemente sofre remode- (célula óssea e cultura de órgão), a disponibi-
lação, mesmo que o crescimento e a modela- lidade de moléculas recombinantes e sondas
gem do esqueleto tenham sido finalizados. A complementares de DNA, o novo entendimen-
remodelação óssea é um processo de aposição to revelado pelo gene “knockout” e pelos ex-
no qual há remoção localizada do osso velho perimentos transgênicos, bem como as no-
(reabsorção) e sua substituição por osso re- vas técnicas para se estudar a função óssea a
centemente formado. O processo é complexo, nível clínico, devem esclarecer os mecanis-
necessita de interação entre diferentes mos de controle para as ocorrências celu-
Ativação dos
osteoclastos
TABELA 1 TABELA 2
Hormônios que regulam a remodelação óssea Fatores de crescimento que regulam a
Hormônios polipeptídeos remodelação óssea
Hormônio da paratiróide Fatores de crescimento insulina-like (IGF) I e II
Calcitonina Superfamília do Fator de crescimento beta-transforma-
Insulina dor (TGFβ) incluindo-se as proteínas osteomorfogenéti-
Hormônio do crescimento cas (BMPs)
Hormônios Esteróides Fatores de crescimento para fibroblasto (FGF)
1,25 dihidroxivitamina D3 Fatores de crescimento derivados de plaquetas (PDGF)
Glucocorticóides Citocinas como interleucina (IL), fator de necrose
Esteróides sexuais tumoral (TNF), e famílias de fatores estimuladores da
Hormônios da Tiróide colônia (CSF)
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Consultoria Consultoria
Dr. Alberto Consolaro Dr. Liogi Y. Filho