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Contaminação da Água Potável por Coliformes Fecais

Ana Regina da SILVA (1); Eline PROCOPIO (2); Samuel FEITOZA (3)

(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, (092) 3621-6723


ssf_quimicoifam@hotmail.com
(2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, (092) 3621-6723
eline_procopio@yahoo.com.br
(3) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, (092) 3621-6723
anacurie@hotmail.com

RESUMO

Caracterização Da Fonte

Um dos grandes desafios do Brasil refere – se à melhoria do saneamento básico


fornecido a sua população. Entre os serviços de saneamento básico o esgotamento
sanitário é o que tem menor presença nos municípios brasileiros. Segundo o IBGE
(2000), 47,8% dos municípios brasileiros não tem coleta de esgoto. O Norte é a região
com a maior proporção de municípios sem coleta (92,29%), seguido do Centro – Oeste
(82,1%), do Sul (61,1%), do Nordeste (57,1%), e Sudeste (7,1%). Apenas 52,2% dos
municípios apresentam serviço de coleta, e desse percentual, somente 20,2% tratam o
esgoto [IBGE, 2000].
Se a cobertura do serviço de esgotamento sanitário é reduzida e o tratamento de
esgoto coletado não é abrangente, o destino final do esgoto sanitário contribui ainda
mais para um quadro precário do serviço. Do total de distritos que não tratam o esgoto
sanitário coletado, a grande maioria (84,6%) despeja o esgoto nos rios, comprometendo
a qualidade da água utilizada para o abastecimento, irrigação e recreação, sendo os
distritos das regiões Norte e Sudeste os que mais se utilizam desta prática [IBGE, 2000].
A água potável não deve conter microorganismos patogênicos e deve estar livre
de bactérias indicadoras de contaminação fecal. Os indicadores de contaminação fecal,
tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactérias denominadas coliformes.
O principal representante desse grupo de bactérias chama-se Escherichia coli [Manual
de analise de água, FUNASA].
Denomina-se de bactérias do grupo coliforme bacilos gram-negativos, em forma
de bastonetes, aeróbios ou anaeróbios facultativos que fermentam a lactose a 35-37ºC,
produzindo ácido, gás e aldeído em um prazo de 24-48 horas. São também oxidase-
negativos e não formam esporos. A razão da escolha desse grupo de bactérias como
indicador de contaminação da água deve-se aos seguintes fatores [Manual de analise de
água, FUNASA]:
 Estão presentes nas fezes de animais de sangue quente, inclusive os seres
humanos;
 Sua presença na água possui uma relação direta com o grau de contaminação
fecal;
 São facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e
economicamente viáveis, em qualquer tipo de água;
 Possuem maior tempo de vida na água que as bactérias patogênicas intestinais,
por serem menos exigentes em termos nutricionais, além de ser incapazes de se
multiplicarem no ambiente aquático;
 São mais resistentes à ação dos agentes desinfetantes do que os germes
patogênicos.
A Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde estabelece que sejam determinados, na
água, para aferição de sua potabilidade, a presença de coliformes totais e
termotolerantes de preferência Escherichia coli e a contagem de bactérias
heterotróficas. A mesma portaria recomenda que a contagem padrão de bactérias não
deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônias por 1 mililitro de amostra
(500/UFC/ml) [Manual de analise de água, FUNASA].

Potencial De Poluição

Nos sistemas de distribuição de água potável, a qualidade desta pode sofrer uma
série de mudanças, fazendo com que a qualidade da água na torneira do usuário se
diferencie da qualidade da água que deixa a estação de tratamento. Tais mudanças
podem ser causadas por variações químicas e biológicas ou por uma perda de
integridade do sistema [Deininger et al. 1992], [Cadernos de Saúde Pública].
Alguns fatores que influenciam tais mudanças incluem: qualidade química e
biológica da fonte hídrica; eficácia do processo de tratamento, reservatório
(armazenagem) e sistema de distribuição; idade, tipo, projeto e manutenção da rede;
qualidade da água tratada [Clark & Coyle, 1989], [Cadernos de Saúde Pública].
O efeito da mistura de água de diferentes fontes tais como uma combinação de
poços, fontes superficiais ou ambos, pode influenciar muito a qualidade da água na rede.
A irregularidade do abastecimento na rede de uma determinada área urbana pode
também modificar a qualidade da água tratada com a introdução de agentes patogênicos
na rede de distribuição [Barcelos et al., 1998], [Cadernos de Saúde Pública].
Embora, os depósitos de água subterrânea sejam naturalmente protegidos,
apresentando elevado padrão de qualidade física, química e biológica, infelizmente não
são isentos dos agentes de poluição e de contaminação (ABEAS, 1999). A perfuração e
construção de poços em locais inadequados representam o principal risco à qualidade da
água subterrânea. No Brasil cresce o número desses poços construídos sem critérios,
contribuindo para se criar uma conexão, extremamente prejudicial à qualidade das águas
dos aquíferos, entre as águas mais rasas e, portanto mais suscetíveis à contaminação
com as águas mais profundas e menos vulneráveis (ANA, 2005).

Efeitos Para o Meio Ambiente e Saúde Humana

Nos países em desenvolvimento, em virtude das precárias condições de saneamento e da


má qualidade das águas, as doenças diarréicas de veiculação hídrica, como, por
exemplo, febre tifóide, cólera, salmonelose, shigelose e outras gastroenterites,
poliomielite, hepatite A, verminoses, amebíase e giardíase, têm sido responsáveis por
vários surtos epidêmicos e pelas elevadas taxas de mortalidade infantil, relacionadas à
água de consumo humano [Leser et al., 1985], [Cadernos de Saúde Pública].
REFERÊNCIAS

 BRASIL, Fundação nacional de Saneamento. Manual de Saneamento. 3. ed. ver. -


Brasília: Fundação nacional de Saúde, 2004.

 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO AGRÍCOLA SUPERIOR – ABEAS. Água


Subterrânea: conceitos, reservas, usos e mitos. Brasília DF; 1999.

 AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Cadernos de Recursos Hídricos. Panorama da


Qualidade das Águas Subterrâneas no Brasil. Disponível em http://www.ana.gov.br. Acesso
em 18de mar. de 2011.

 CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. CETESB, 1987. Guia de


coleta e preservação de amostras de água. 1ª ed. São Paulo,1987

 IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2000. Dados


sobre Saneamento no Brasil. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro:
IBGE.

 Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 2ª ed. rev. - Brasília: Fundação
Nacional de Saúde, 2006.

 Cad. Saúde Pública vol.17 no.3 Rio de Janeiro May/June 2001

  Marcelo Bessa de Freitas 1


Ogenis Magno Brilhante 2,3
Liz Maria de Almeida 1

 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS USADAS EM ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE


ENSINO DE MANAUS 1
Genilson Pereira Santana
Prof. Dr. Associado - UFAM
Viviane de O. L. Zeferino
MSc do Centro de Ciências do Ambiente - UFAM

 Pesquisa de coliformes fecais em águas de poços artesianos da zona sul


de Manaus
Luciana AGUIAR (1); Juliana LUCENA (2); Bruna ALENCAR (3)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, endereço, (092) 3621-6723

lcristina@ifam.edu.br/ luluzinha_aguiar@yahoo.com.br/
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, (092) 3621-6723 jlucena@ifam.edu.br/
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, (092) 3621-6723 brunaifam@gmail.com.

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