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CHRISTINE WILDWOOD
AROMATERAPIA
EDITORIALEsTAmPA
1994
íNDICE
AGRADECIMENTOS ..............................................
..................... 11
INTRODUÇÃO .......................................................
..................... 13
1. QUE É A
AROMATERAPIA? ..........................................
......... 17
Os óleos
essenciais ..........................................................
......... 19 Como são
obtidos ...........................................................
......... 20 Acerca dos óleos de origem
natural ......................................... 22 Como
adquirir óleos
essenciais ................................................
23 Uma palavra sobre os óleos extraídos de madeiras
................. 24 As propriedades dos óleos essenciais
....................................... 24 * aromaterapia na prática
....................................................... 27 * natural e o
sintético ..........................................................
... 27
2. HISTóRIA RESUMIDA DA
AROMATERAPIA ....................... 31
Os pioneiros do século
XX ....................................................... 38
O tratamento aromaterápico
profissional ................................ 42
Estudo de alguns casos
concretos ............................................ 43
Sarna ....................................................................
............... 43 Pé-de-
atleta ..................................................................
........ 44 Tensão pré-
menstrual ..........................................................
.. 46
Desgostos ...............................................................
.............. 48
Hiperactividade .......................................................
.............. 50
SIDA ....................................................................
............... 54 E muito
mais ... ...............................................................
........ 56
4. COMO ACTUA A
AROMATERAPIA? ...........................
.. Absorção
cutânea ........................... . ..........................
..... Absorção pelos
pulmões ............. ....................................
O sentido do olfacto e a
mente ....................................... Preferências
olfactivas ................................. ...................
. Aromas e
vibrações ....... ..............................................
.... A
aura ............. .. ................... ...............................
........... A
empatia ..............................................................
.........
USO
ESTÉTICO. ......................................................
........ Os principais óleos essenciais (Tabela
1) ......................... A escolha dos ó leos
essenciais ........................................
Cuidados a ter com os óleos
essenciais ........................... Sobre os
óleos de base, ou
veiculares ............................. Como
misturar os óleos para
massagens ............ . ........... Sobre as
combinações de óleos
essenciais ....................... Efeitos dos
óleos essenciais (Tabela
11) ........................... Efeitos dos óleos
essenciais (Tabela 111) .......................... As
tabelas
terapêuticas ....................................................
Preparação de remédios de
ervas .................................
Tónico
anticaspa ..........................................................
Tónico contra a queda do
cabelo .................................. Tónicos para a
pele ........................................................
Para pele
seca .............................................................
Creme cutâneo de
base ....................... .........................
Unguento de base
(pomada) .............. ..........................
guas de cheiro e
perfumes ..................................................... 100
Como preparar uma água de
cheiro ...................................... 100 Perfumes
para a
pele ............................................................101
Três perfumes para uso terapêutico mas muito agradáveis
..... 101 Como perfumar
salas ................................................. ..........
.... 102
6. AS TÉCNICAS DA
AROMATERAPIA ...................................
.. 103
Esfolia,pão ................................................................
............. 108 Tratamentos cutâneos
ocasionais ........................................... 109 A
sauna
facial ................................................................
...... 109 Máscaras
faciais ..............................................................
..... 110 Óleos
faciais .................................................................
........ 111 Massagem
aromaterápica .................................................
........ 112
Onde não
massajar ...........................................................
.... 113 Os efeitos da
massagem ........................................................
114 Prepararão do
cenário ..........................................................
116 A superfície a usar para a
massagem .................................... 116
O óleo de
massagem .........................................................
.... 117 Como aplicar a
massagem ....................................................
117 As
costas ...................................................................
........... 118
* rosto e a
cabeca ..............................................................
.. 125
*
rosto .....................................................................
............ 126
*
pescofo ..................................................................
........... 133
* couro
cabeludo ............................................................
...... 135 Uma técnica de alívio das
dores .............................................. 136 A
automassagem ......................................................
................ 137 Aromaterapia e
celulite ..........................................................
.. 138
O regime
alimentar ...........................................................
.... 140 Escovamento da
pele ...................... .......................................
140 óleos
essenciais ............................................................
........ 141 Massagem para a drenagem
linfática .................................... 141
Automassagem contra a
celulite ............................................ 141
Outros usos dos óleos
essenciais .............................................. 144
Banhos ...................................................................
.............. 145 Banhos de mãos e de
pés ...................................................... 145
Inala,cões ................................................................
.............. 146
4. COMO ACTUA A
AROMATERAPIA? ....................... . ..
.. Absorção
cutânea ......................................................
.... Absorção pelos
pulmões ................................................
O sentido do olfacto e a
mente ...................................... Preferências
olfactivas ....................................................
Aromas e
vibrações ............. ........................................
.... A
aura .................. ...............................................
......... .. A
empatia ..............................................................
.........
USO
ESTÉTICO ........................................................
....... Os principais óleos essenciais (Tabela
1) ................. . ....... A escolha dos óleos
essenciais ........................................
Cuidados a ter com os óleos
essenciais ........................... Sobre os
óleos de base, ou
veiculares ............................. Como misturar
os óleos para massagens ........................
Sobre as combinações de óleos
essenciais ....................... Efeitos dos
óleos essenciais (Tabela
11) ........................... Efeitos dos óleos
essenciais (Tabela 111) .......................... As
tabelas
terapêuticas ....................................................
Preparafão de remédios de
ervas ................................. Tabela
terapêutica (Tabela
IV) ....................................... Tabela de
cuidados cutâneos (Tabela
V) ........................ Preparados aromáticos
....................................................
Tónico
anticaspa ........................................................
.. Tónico contra a queda do
cabelo .................................. Tónicos para a
pele ........................................................
Para pele
seca .............................................................
Para pele oleosa ou com
acne ...................................... Como preparar
cremes e unguentos ................................
Creme cutâneo de
base ................................................ Unguento
de base
(pomada) .......................... . . ............
Águas de cheiro e
perfumes .....................................................
100 Como preparar uma água de
cheiro ...................................... 100 Perfumes
para a
pele ............................................................
101 Três perfumes para uso terapêutico mas muito agradáveis
..... 101 Como perfumar
salas ...........................................................
.... 102
6. AS TÉCNICAS DA
AROMATERAPIA ...................................
.. 103
Esfoliaf
ão ........................................................................
..... 108 Tratamentos cutâneos
ocasionais ........................................... 109 A
sauna
facial ................................................................
...... 109 Máscaras
faciais ..............................................................
..... 110 óleos
faciais .................................................................
........ 111 Massagem
aromaterápica .................................................
........ 112
Onde não
massajar ..........................................................
..... 113 Os efeitos da
massagem ........................................................
114 Preparafão do
cenário ..........................................................
116 A superfície a usar para a
massagem .................................... 116
O óleo de
massagem ..........................................................
... 117 Como aplicar a
massagem ....................................................
117 As
costas ...................................................................
........... 118
O rosto e a
cabefa ...............................................................
. 125
O
rosto .....................................................................
............ 126
O
pescopo .................................................................
............ 133
O couro
cabeludo ............................................................
...... 135 Uma técnica de alívio das
dores .............................................. 136 A
automassagem ......................................................
................ 137 Aromaterapia e
celulite ..........................................................
.. 138
O regime
alimentar ...........................................................
.... 140 Escovamento da
pele .............................................................
140 óleos
essenciais ............................................................
........ 141 Massagem para a drenagem
linfática .................................... 141
Automassagem contra a
celulite ............................................ 141
Outros usos dos óleos
essenciais .............................................. 144
Banhos ...................................................................
.............. 145 Banhos de mãos e de
pés ...................................................... 145
Inalaf
ões .......................................................................
....... 146
Compressas ............................................................
.............. 146 Aromatizapão de
salas ..........................................................
147 Perfumes para a
pele ............................................................ 148
7. COMO SER UM
TODO ......................................................
...... 149
A
mente ..................................................................
................. 150
O
corpo ..................................................................
................. 152
O
movimento ............................................................
............... 154 A
luz .......................................................................
................. 155
O ar
livre .....................................................................
............ 156
O
espírito ..................................................................
............... 157 Mente-corpo-
espírito ..........................................................
...... 157 Para a
integração ..........................................................
........... 159
A respirafão da
vida .............................................................
159 A respiracão
completa ..........................................................
160
Voar ......................................................................
............... 161 Descontracfão
profunda ........................................................
163 A regulação da aura, ou «protecção
psíquica» ........................ 165 Os remédios
florais de
Bach .................................................... 168
Sintonizar com a
natureza .......................................................
168 Primeiros passos na
meditação ................................................ 169
A
pomba ...................................................................
............ 170 Em
conclusão .............................................................
.............. 171
GLOSSÁRIO ............................................................
..................... 175
OUTRAS
LEITURAS .....................................................
............... 177
10
AGRADECIMENTOS
Estou muito reconhecida a várias pessoas pela forma tão expedita e tão generosa
como responderam aos meus pedidos de esclarecimentos complementares sobre os
óleos essenciais. Em primeiro lugar, a Nick Webley, da «Kittywake Oils» (amigo
e associado), a Bernie Hephrun, da «Butterbur and Sage», e ao Dr. Steve Van
Toller, da Universidade de Warwick.
11
INTRODUÇÃO
Christine Wildwood
3 de Novembro de 1990
15
1
QUE É A AROMATERAPIA?
A planta produz os óleos essenciais para sobreviver: para agir no seu próprio
processo de crescimento e reprodução, para atrair os insectos polinizantes,
para repelir os predadores e para se defender das moléstias.
Quanto mais glândulas ou ductos de óleo houver na planta, mais barato será o
óleo - e vice-versa. Por exemplo, 100 quilos de alfazema dão cerca de 3 litros
de óleo essencial - ao passo que
100 quilos de pétalas de rosa dão apenas meio litro de óleo.
19
Embora possam ser caros, os óleos essenciais são substâncias muitíssimo
concentradas e, na prática, uma pequena quantidade dá para muito tempo.
Estas essências, se bem que tecnicamente sejam classificadas como óleos, são na
realidade muito diferentes dos «óleos fixos» vulgares como o de milho ou o de
girassol. Como são muito voláteis, não deixam nódoa permanente no papel de
filtro e, ao contrário dos óleos gordos vegetais, têm a consistência da água ou
do álcool e não são gordurosos. São solúveis no álcool, na cera (por exemplo,
em cera derretida de abelha ou de jojoba) e
nos óleos vegetais e, como são parcialmente solúveis na água, podem ser
utilizados no banho (seis gotas costumam bastar) sem deixar resíduos gordurosos.
O método clássico é o da destilação directa - que é, por sua vez, uma versão
aperfeiçoada do antíquíssimo método egípcio do pote de barro. O material
colhido na planta é colocado no alambique em contacto directo com a água, esta
é aquecida e o vapor arrasta consigo os óleos essenciais para o condensador, do
qual passam ao separador. Um método muito mais eficiente, que
20
evita que o destilado se queime, é o da destilação a vapor. Neste método,
bastante semelhante ao primeiro, o material vegetal não fica em contacto com a
água: só o vapor é que passa por ele.
É realmente possível obter óleos de produção natural, ainda hoje vendidos por
um punhado de fornecedores, mas esses óleos são bastante mais caros que os
provenientes de plantas criadas com fertilizantes químicos e pulverizadas com
pesticidas industriais. Além disso, o leque dos óleos essenciais naturais
actualmente disponíveis está limitado, principalmente, a essências provenientes
de plantas herbáceas como a alfazema, a camomi-
22
la, o tomilho e a manjerona. Mas estão a operar-se modificações nesta situação:
organizações como a EOTA («Essential Oil Trade Association», do Reino Unido)
actuam no sentido de criar fontes fidedignas de abastecimento de óleos
essenciais, puros e sem adulteração, para uso aromaterápico. Esses óleos
deverão ser sujeitos a verificações de pureza por instituições como, no Reino
Unido, a «Soil Association» e, noutras paragens, a IFOAM («International
Federation of Organic Agricultural Movements»), que já existe na Europa e nos
Estados Unidos. Espera-se que a
aromaterapia ganhe bastante com isso de duas maneiras: a pureza dos óleos
poderá ser assegurada e haverá um maior leque de óleos de origem natural mais
amplamente acessíveis.
Os óleos essenciais actuam também no sistema nervoso central: uns são calmantes
(camomila, alfazema) e outros estimulantes (alecrim, manjerico). Alguns deles
têm a propriedade de normalizar situações anómalas. O alho, por exemplo, pode
fazer baixar uma pressão arterial alta e subir uma pressão arterial baixa. Do
mesmo modo, as essências de bergamota e de gerânio podem ter efeitos sedativos
ou estimulantes em conformidade com as necessidades da pessoa - fenómeno este
totalmente ausente nas essências sintéticas, obtidas por via químico-industrial.
A aromaterapia na prática
O natural e o sintético
29
2
E, para afastar de nós outro mito, digamos também que ainda não perdemos por
completo essa capacidade animal de utilizar os
dados dos sentidos para sobreviver. A questão é simplesmente de
condicionamentos e de adaptabilidade. Actualmente, já não é de uma importância
vital para a existência o ter-se um sentido do olfacto supereficiente. Contudo,
quando as circunstâncias a isso nos forçam, as coisas tomam um aspecto
diferente. No seu livro Body Power, o Dr. Vernon Coleman menciona o caso de um
preso norte-americano que criou consideráveis aptidões de caçador. Era capaz de
identificar os guardas da prisão pelo cheiro, pelo ritmo respiratório e pelos
sons das suas articulações quando caminhavam. Podia mesmo adivinhar a presença
de um maço de cigarros dentro de um bolso de casaco a vários metros de
distância!
Como apontamento de certo interesse, direi que encontrei uma vez um cientista
forense que teve a sorte de estar presente numa experiência em que se
desembrulhou uma múmia. Tanto ele como os seus colegas se admiraram com os
aromas de cedro e mirra ainda perceptíveis, ao cabo de cerca de três mil anos,
nas ligaduras mais profundas!
Neles se reuniam muitas plantas raras e belas, oriundas de terras tão distantes
como a índia e até a China. Essas plantas eram
transformadas em medicamentos, perfumes e unguentos pelos sacerdotes e
sacerdotisas egípcios, que se tornaram tão famosos pelas suas aptidões que de
todo o mundo antigo se deslocavam ao Egipto sábios e médicos para com eles
aprender a medicina e os Mistérios.
No entanto, segundo o Dr. Jean Valnet, os Egípcios usavam uma forma primitiva
de destilação a fim de extrair das plantas os óleos essenciais. Despejavam água
por cima do material vegetal (normalmente, madeira de cedro), colocado no
interior de grandes potes de barro, e em seguida tapavam a abertura dos potes
com fibras de lã. Os potes eram aquecidos e os óleos essenciais, transportados
pelo vapor, ficavam embebidos na lã , que depois era espremida para largar a
essência. O óleo de cedro era altamente apreciado pela sua utilidade no
embalsamamento, na medicina e na perfumaria. Era também o perfume mais caro e
mais procurado em todo o mundo antigo.
Outro método egípcio de extracção dos óleos essenciais das flores era o da
expressão. Um baixo relevo que hoje se encontra no Museu do Louvre, em Paris,
representa mulheres que reúnem lírios num grande saco de pano e dois homens a
segurar paus presos aos lados do saco. Esses paus seriam depois torcidos para
apertar o saco a fim de, espremendo as pétalas, fazer com que o óleo essencial
se libertasse delas.
Durante as festividades mais importantes eram queimadas nas praças das cidades
pilhas de substâncias aromáticas como incenso, mirra, zimbro e cipreste a fim
de purificar a atmosfera e de dar ao povo a oportunidade de apreciar o odor dos
fumos aromatizados. Uma substância muito apreciada, queimada apenas nos templos
e nas cerimónias do Estado, era o Kyphi: uma mistura de luxo, fortíssima, de
uns dezasseis ingredientes entre os quais se contavam o açafrão, a cássia, o
nardo indiano, o cinamorno e o zimbro. O molho de ramadas era atado e completado
34
com mel e passas de uva. Dioscórides diz que era um perfume agradável aos
deuses. O Kyphi era sempre queimado depois do sol-posto, pois possuía efeitos
soporíficos e embriagantes.
As casas ricas da antiga China tinham uma sala especial para o nascimento das
crianças, chamada quarto da artemísia, onde esta planta era queimada a fim de
atrair espíritos concordes e criar um clima de tranquilidade à mãe e ao filho.
Uma das plantas mais apreciadas na antiga China era a mo-lu-hwa, uma espécie de
jasmim: um só botão tem perfume bastante para aromatizar uma sala.
Os Gregos deviam grande parte da sua sabedoria médica e anatómica aos Egípcios.
Tal como no Egipto, as substâncias aromáticas estavam na base de todo um modo
de vida. Queimava-se incenso adocicado nos templos, nas praças das cidades e
nas cerimónias oficiais. Muitas casas tinham um altar denominado thyterion, no
qual se queimava incenso para apaziguar os deuses.
No século xi, o famoso médico, filósofo, matemático e astrónomo árabe Abu Ibn-
Sina (conhecido no Ocidente por Avicena) tinha já aperfeiçoado a arte da
destilação para captar as essências voláteis das plantas. O seu método era tão
avançado que, passados novecentos anos, o alambique moderno não apresenta
grandes inovações em relação ao seu. Avicena usava também as massagens, a
tracção (no caso de membros fracturados) e uma
dieta desintoxicante, só de frutos, como parte do seu regime curativo.
36
No século xii, os perfumes da Arábia eram já famosos em toda a Europa. Os
cavaleiros das cruzadas trouxeram consigo para a Europa não só os exóticos e
caros perfumes arábicos como também a ciência da sua destilação.
No século xvii, o uso medicinal de ervas e óleos essenciais entrou numa fase de
declínio por causa do favor concedido às primeiras substâncias fornecidas pela
química, algumas das quais, e em particular o mercúrio, se mostraram depois
horrívelmente perigosas. Barbara Griggs descreve no seu livro Green Pharmacy
alguns dos horríveis efeitos colaterais do mercúrio administrado aos
sifilíticos. Vendo as coisas em retrospectiva, morrer da doença poderia parecer
muitíssimo preferível às agonias do envenenamento mercurial.
37
No século xix, como hoje, os químicos quiseram joeirar as chamadas «impurezas»
das plantas para isolar os seus «princípios activos». Mas essas «impurezas»
fazem necessariamente parte do todo, pois actuam de harmonia com o princípio
activo e evitam, assim, os efeitos colaterais.
Os pioneiros do século xx
Este facto levou Gattefôssé a investigar o uso dos óleos essenciais nos
problemas de pele e a proceder a muitos estudos sobre as suas aplicações em
medicina. Publicou em 1928 um livro intitulado Aromathérapie cunhando deste
modo a palavra que desde então tem sido utilizada neste âmbito.
A bioquímica de origem austríaca Marguerite Maury poderia ser venerada como mãe
da aromaterapia holística. Embora inspirada em Gattefôssé, não aceitava bem a
ideia de administrar as essências por via oral e criou uma técnica especial de
massagem para aplicação de óleos essenciais no rosto e ao longo da linha de
centros nervosos da coluna vertebral do paciente. Introduziu também o conceito
de prescrição individual, em que os óleos são escolhidos em função das
necessidades pessoais de cada paciente. Os seus clientes (na sua maioria,
mulheres saudáveis em busca de rejuvenescimento) revelaram melhorias
espectaculares no estado da pele. Para seu espanto, mostravam também alguns
efeitos colaterais: muitos deles sentiram alívio de dores reumáticas, passaram
a dormir melhor e o seu estado psíquico geral melhorou bastante. Estes efeitos
duravam semanas - ou, em certos casos, meses - depois de terminado o tratamento.
Marguerite Maury tinha 73 anos de idade quando faleceu. Seu marido e colega, o
Dr. E.A. Maury, escreve: «Continua a mostrar o caminho aos que têm tido vontade
de reconhecer o seu valor e durante muito tempo continuará a mostrá-lo aos que
desejarem uma nova orientação para o seu bem estar moral e fisico.»
A aromaterapia pode fazer por nós muito ou muito pouco, conforme a medida do
esforço que nos dispusermos a aplicar para salvaguarda da nossa saúde e aumento
da nossa vitalidade. Por exemplo: estará o leitor preparado para deixar de
fumar ou para reduzir a quantidade de cafeína, álcool, açúcar e comidas sem
valor nutritivo que costuma consumir? Quantas vezes vai dar um passeio ao campo
ou mesmo ao parque da sua cidade? Poderá reservar um bocadinho do seu dia, não
mais de meia hora, para se descontrair ou para entrar em comunhão com a
natureza?
Nos estudos de casos concretos que em seguida vou apresentar, poderá o leitor
dar um relance à aromaterapia em acção em níveis diversos: o da atitude mais
simples, como que sintomática (que uma vez por outra tem também um papel a
desempenhar); o holístico-intuitivo (valioso para quem sofre de problemas
relacionados com a fadiga e a tensão nervosa); e, por fim, o clínico-holístico
- o máximo que se pode alcançar na cura holística.
Sarna
Elizabeth: Elizabeth, uma mulher nova que vive com a irmã numa remota e
primitiva casa de campo das montanhas galesas, veio ter comigo por causa de uma
infecção de sarna. O ácaro tinha-se-lhe instalado na parte inferior das costas
e no abdómen. Como se coçava furiosamente, tinha a pele muito inflamada e
coberta de pequeninas bolhas cheias de líquido - provocadas pela actividade de
perfuração do parasita.
Elizabeth vinha preparada para depositar confiança nos óleos essenciais e não
se dispunha a recorrer a algum preparado mais forte que o médico lhe
receitasse. Na verdade, ele já lhe tinha receitado um unguento que não dera
resultado.
Comecei por aconselhá-la a tomar seis cápsulas de alho por dia durante todo o
tratamento, que esperávamos não ser muito demorado. Apesar de todos os anúncios
que dizem o contrário, o
43
alho é sempre notado no hálito das pessoas - mesmo quando tomado em cápsulas.
Como grande parte do odor sulfuroso do alho é eliminado também pela pele,
pensei que ele poderia ser bom para expulsar os assaltantes! Além disso, os
tratamentos ortodoxos da sarna utilizam unguentos preparados com base de
enxofre. Em seguida, dei-lhe um Pouco de essência de alfazema para pôr no banho
(ela tomava banho numa tina em frente do fogão da cozinha). Depois, compus um
unguento de cera de abelha com essências de alfazema e de hortelã-pimenta e
recomendei-lhe que o aplicasse muito generosamente duas ou três vezes por dia.
O médico já a tinha aconselhado a ferver as roupas da cama e a não partilhar
roupas com a irmã (a sarna é muito infecciosa).
Pé-de-atleta
O pé-de-atleta (Tinea pedis) é uma infecção por fungos que ataca a pele dos
espaços interdigitais dos pés. É também capaz de surgir noutras partes do corpo
sob a forma de inflamação pruriginosa. O excesso de transpiração causado pelo
uso de calçado insuficientemente ventilado favorece esta infecção, que pode
também ser contraída nos vestiários das piscinas e ginásios. Os casos mais
graves, em que são também atacadas as unhas e outras zonas dos pés (são
sintomáticas as fissuras nos calcanhares), são usualmente sinal de um mau
estado geral de saúde e necessitam de tratamento holístico. Pode ser necessário
adoptar um regime alimentar especial e tomar uma dose diária de complexo
vitamínico B.
44
Howard. Howard é um grande caminhante que gasta a maior parte do seu tempo
livre a trepar encostas, a percorrer terrenos lodosos e a atravessar ribeiros.
Anda habitualmente com os pés embrulhados em dois pares de grossas meias e
enfiados numas pesadas sapatorras - isto mesmo em tempo quente! Não admira que
transpire profusamente dos pés e seja atreito ao pé-de-atleta.
Quando Howard me mostrou os pés pela primeira vez, trazia-os num estado
lastimoso. Além de fendas dolorosas em praticamente todos os intervalos dos
dedos e de espessas calosidades, tinha os calcanhares cobertos de bolhas
(acabara de chegar de uma caminhada especialmente dura). Howard experimentara
já todos os remédios anunciados para os pés e verificara que todos eles eram
ineficazes: a infecção voltava sempre, como que a vingar-se, poucos dias depois
de ele deixar de aplicar o unguento ou os pós.
A minha primeira recomendação foi que apanhasse sol e ar fresco nos pés e
mantivesse uma higiene escrupulosa, conservando sempre os pés o mais secos
possível. Howard compreendeu a importância de não andar descalço em locais como
piscinas ou tapetes de casas alheias e decidiu, assim, caminhar descalço na
relva ou na praia para expor os pés aos elementos.
Dei-lhe essência de alfazema para que a aplicasse três vezes ao dia, sem
diluição (uma ou duas gotas), nas fendas dos dedos. Para sua grande surpresa, o
óleo não ardia. O óleo de alfazema tem em comum com muitos outros óleos
essenciais a particularidade de agir com suavidade nos locais dolorosos,
esfolados ou infectados da pele. Dias depois, Howard tinha a pele curada.
Passou a lavar cuidadosamente as meias em água muito quente com sabão (não pode
lavá-las em água a escaldar porque prefere meias de lã, embora o algodão fosse
melhor) e a arejar bem o calçado. Como medida preventiva, passou também a por
nas pontas das meias uma ou duas gotas de essência de alfazema.
Um ano depois disto, no Verão de 1990, que foi invulgarmente quente, Howard
teve uma leve recaída, mas a alfazema curou-lha em um ou dois dias. O único
efeito secundário de que me falou foi o facto de ter o calçado mais bem
cheiroso que se pode imaginar!
45
Tensão pré-menstrual
Anna: Anna telefonou-me um dia, de manhã cedo, num estado de grande desespero,
pedindo-me encarecidamente que fosse vê-la nesse mesmo dia. Apareci-lhe algumas
horas depois e, nessa altura, já ela estava um pouco mais calma; mas ainda ia
fumando cigarros atrás de cigarros.
Anna tinha nessa época 38 anos e vivia sozinha com uma filha de onze anos.
Aguentava-se mais ou menos no seu emprego de
46
jornalista num jornal regional mas era-lhe cada vez mais dificil trabalhar com
um mínimo de qualidade nos períodos em que padecia do SPM, que por vezes a
debilitava muito. Os sintomas de que Anna se queixava variavam de mês para mês,
mais ou menos graves em conformidade com as circunstâncias de momento da sua
vida.
O tratamento foi constituído por uma massagem geral, prestando especial atenção
às costas (as zonas que ladeiam a coluna vertebral são a porta de entrada para
todo o sistema nervoso da pessoa). E procurei também equilibrar as energias
interiores da aura (v. cap. 4).
Anna usa no banho óleos essenciais - quer para cuidar da pele e para se
perfumar quer para ganhar ânimo. Tem uma verdadeira paixão pela mistura de
ylang-ylang com patchulli.
Há vários meses atrás, Anna mudou-se com a filha para o sueste de Inglaterra.
Da última vez que me deu notícias, estava a preparar-se para casar com o seu
novo companheiro e sócio, com quem abriu um pequeno café onde vendem também
alimentos naturais!
Desgostos
O caso que apresento a seguir é invulgar, pois Charlotte (este nome não é o
verdadeiro) não me havia revelado o autêntico motivo da sua tão grande
necessidade de aromaterapia. Pelo contrário: foi por via intuitiva que descobri
grande parte da verdade - que mais tarde vim a confirmar, por um puro acaso,
graças a uma amiga de Charlotte.
48
Este caso serve também para exemplificar a muito real necessidade daquilo a que
nos círculos de curadores naturistas se dá o nome de «protecção psíquica». Os
sentimentos desconfortáveis que nós absorvemos das pessoas que procuram a nossa
ajuda (e nisto se inclui o simples facto de ouvir com simpatia o que vêm dizer-
nos) podem perdurar em nós durante horas e até dias, a menos que saibamos
dissipá-los. Isso pode ser conseguido por meio de técnicas como a «regulação da
aura» e a «sintonização com a natureza» ou, pura e simplesmente, tomando um
banho de chuveiro e uma dose do Remédio de Socorro do Dr. Bach (v. cap. 7).
Charlotte: Charlotte é uma mulher de boa saúde, com pouco mais de quarenta
anos, que encara a aromaterapia como um mero tratamento de beleza de luxo.
Inscreveu-se para o «serviço», como disse - uma massagem ao rosto e a todo o
corpo pois precisava de «regalar-se» um pouco.
A primeira impressão que Charlotte me causou foi a de ser uma pessoa simpática,
mas também senti que a fachada era pura representação e que por detrás dela se
ocultava uma personalidade muito fechada consigo pró pria. Escolheu para a
massagem uma combinação de incenso, rosa e cedro e começou a descontrair-se
logo de imediato. A atmosfera da sala era realçada com
uma música de flautas muito suave, e essa música, conjugada com
os aromas dos óleos, começou também a criar em mim (quanto a
Charlotte, não estou segura!) um estado meditativo. Embora eu não tencionasse
trabalhar-lhe a aura, as minhas mãos começaram a percorrer o campo de energia
que lhe rodeava o corpo. Quando me aproximei do « centro do coração», senti um
peso no peito. Charlotte tossiu e eu senti que estava a retrair-se, a recusar
libertar uma dor qualquer que lhe pesava fortemente no coração.
49
No final do tratamento, Charlotte não dava sinais de angústia. Na realidade,
disse mesmo que se sentia maravilhosamente e inscreveu-se para nova massagem na
semana seguinte.
Não consegui dormir nessa noite e, na outra, o meu sono foi invadido por uma
série de sonhos perturbantes. Eu tinha cometido a loucura de não aplicar
nenhuma das técnicas de protecção psíquica que no curso de estudos esotéricos,
como aprendiza de curadora, me haviam ensinado. Estava convencida de que a
massagem fora apenas superficial.
Hiperactividade
Uma criança caprichosa, sempre pronta para as suas travessuras e correrias, não
é necessariamente uma criança hiperactiva.
50
A verdadeira criança hiperactiva dorme muito pouco (talvez mesmo só quatro ou
cinco horas por noite), mostra um grau de atenção muito mais restrito que o das
demais crianças e comporta-se de uma maneira que é mais caótica que
simplesmente enérgica. Os seus professores e os seus pais ficam, evidentemente,
muito aflitos.
Muitas dessas crianças são medicadas com produtos químicos a fim de se lhes
poder domar os ímpetos. É, em muitos casos, uma opção excessivamente rude
porque se pode reduzir a hiperactividade por meios mais seguros e, em minha
opinião, mais humanos.
Embora inteligente (por vezes, causava a admiração dos professores), Owen era
considerado uma «criança problemática», necessitada de cuidados especiais.
Tinha o sono muito leve (acordava ao mínimo ruído) e nunca dormia mais de seis
horas (nas noites menos más). Ora, a maior parte das crianças de sete anos
dorme cerca de dez horas a fio.
Bronwen contou-me que o filho fora uma criança dificil logo a partir do
nascimento: passava os dias e as noites a chorar e exigia atenções permanentes.
Escusado será dizer que Bronwen e David estavam extenuados. Na realidade, eu
soube do caso de Owen porque tratava a «fadiga» dos pais. Se bem que as
massagens aromaterápicas lhes estivessem a abafar parte da tensão, tornou-se-
nos evidente a todos que Owen necessitava também de tratamento.
Combinámos que eu iria conhecer o pequeno no seu próprio meio doméstico para
bem avaliar o seu comportamento. Owen mostrou grande empenho em mostrar-me o
seu novo jogo de carros de corrida eléctricos e levou-me ao seu quarto pela
mão. O cenário fez-me vacilar: em todas as paredes se viam gritantes formas
geométricas vermelhas, amarelas e verdes. Era, obviamente, um péssimo conjunto
de cores para o quarto de cama de uma criança hiperactiva! Não tive coragem
para falar nisto aos pais de Owen - foi uma falha da minha parte.
O regime alimentar de Owen era uma coisa assustadora. Embora capaz de comer
saladas, frutos frescos e pão integral (coisa que nem sempre acontece no caso
das crianças hiperactivas), davam-lhe liberdade para encher-se de doces e
barras de chocolate que regava com bebidas de cola, laranjadas e chá.
52
Bronwen tinha mesmo descoberto que o filho ficava «numa fúria» sempre que comia
uma lata de certa sopa fabricada com glutamato de sódio ou uns filetes de peixe
corados com tartrazina (agente corante que actualmente está a ser posto de
lado).
Preparei um óleo de massagem com alfazema e salva mansa e pedi a Owen que me
dissesse se gostava do cheiro. O pequeno respondeu imediatamente que sim. Nós
não estávamos certos de Owen ser capaz de se deixar estar deitado durante o
tempo suficiente para eu lhe massajar as costas; mas ele causou a nossa
admiração aguentando cerca de dez minutos. Na realidade, depois de esbracejar e
soltar risadinhas durante os primeiros momentos, começou a dar mostras de
agrado. Ele sabia que os pais andavam a receber massagens aromaterápicas e
creio que o facto de também as receber lhe dava a sensação de ser uma pessoa
crescida e importante.
Owen recebeu massagens aromaterápicas semanais durante uns três meses. À noite,
tomava também um banho com alfazema, salva mansa ou camomila - e, por vezes,
uma mistura destas três essências. Recomendei-lhe os Remédios Florais de Bach
(remédios «vibratórios» completamente inócuos) a fim de ajudá-lo a transformar
o seu comportamento, frequentemente iracundo e violento, numa actividade
enérgica mas de sinal positivo.
Claro que esta solução agradou tanto a Owen como a seus pais. Só o tempo poderá
dizer-nos se o tratamento homeopático foi bem sucedido.
SIDA
John: John teve de abandonar em 1985 a sua carreira de engenheiro consultor por
estar gravemente doente. Foi transferido para um hospital de Sidney e aí lhe
disseram que tinha SIDA. Os médicos davam-lhe dois anos de vida.
John, porém, não estava disposto a morrer. Descobriu um terapeuta holístico que
lhe ensinou algumas coisas sobre reforma dietética, meditação e visualização.
Apesar do cepticismo dos especialistas do hospital, John começou a dar sinais
de melhoria. O seu nível de energia subiu e as tumefacções que apresentava no
pescoço e nas virilhas, do tamanho de uma noz, começaram a diminuir. Em
Dezembro de 1985, todavia, John teve uma recaída e criou uma alergia ao
poderoso antibiótico de amplo espectro que haviam estado a ministrar-lhe contra
a bronquite que o atacara. Perdeu muito peso e começaram a espalhar-se-lhe por
toda a pele as lesões purpúreas escuras características da SIDA. Passava também
por fases de depressão e
confusão mental. Os médicos eram de parecer que não tinha hipóteses de salvação.
E muito mais...
Os seis casos concretos que apresento neste livro são os que o espaço
disponível permitiu. Poderíamos escrever livros inteiros sobre os homens,
mulheres e crianças (e animais, também ... ) que de um modo ou de outro foram
já auxiliados pelos óleos essenciais.
Absorção cutânea
Muitas pessoas pensam que a pele é uma cobertura impermeável cuja única função
consiste em manter o sangue e os vários órgãos no interior do corpo e a água
fora. Dizer-lhes que a pele pode absorver os óleos essenciais, permitindo que
se infiltrem nos
59
finos capilares sanguíneos (sob a superficie da pele) e que daí passem para a
circulação geral do sangue, leva-nos a correr o risco de enfrentar uma certa
dose de cepticismo ou até de ridículo.
É verdade que nem a água nem as substâncias aquosas podem ser absorvidas pela
pele e entrar por essa via na circulação -
embora as camadas externas fiquem sempre com um pouco de humidade. Nota-se este
facto depois de uma demorada permanência no banho: as polpas dos dedos ganham
um aspecto enrugado. Mas Renê Gattefossé - o pai da aromaterapia -
deixou estabelecido, e fora de dúvida, que a pele pode absorver substâncias
oleosas desde que estas tenham uma estrutura molecular suficientemente fina.
Se a pele for saudável, bastam poucos minutos para que as moléculas do óleo
essencial sejam absorvidas; mas é preciso mais tempo se a pele estiver
congestionada ou se houver muita gordura subcutânea. No entanto, a pele não
pode absorver o óleo essencial se estiver transpirada - por exemplo, depois de
um
60
banho de sauna. Serão necessárias várias horas para que se possa proceder à
aplicação. Mas uma sauna facial de alguns minutos é excelente, pois aquece a
pele o bastante para facilitar a absorção. As pessoas cuja pele está
congestionada ganham, muitas vezes, em tomar banhos aromáticos (desde que não
sejam excessivamente quentes) e massagens gerais, visto que a pele da região
abdominal, do interior das coxas e da parte superior dos braços é muito macia e
capaz, portanto, de maior grau de absorção.
Embora os óleos essenciais sejam, por vezes, administrados por via oral
(especialmente o alho), o seu efeito pode ser muito melhor por aplicação
cutânea. É o que se vê muito bem no caso do óleo de enotera, que, se bem que
não seja um óleo essencial, parece actuar melhor no uso externo para o
tratamento da híperactividade infantil. A administração por via oral nem sempre
é bem sucedida porque, nestas crianças, a absorção intestinal está, por vezes,
debilitada. Recorde-se, de passagem, que no final da Segunda Guerra Mundial se
utilizou a aplicação percutânea de vitaminas no tratamento de ex-prisioneiros
que se encontravam demasiado mal para poder tomá-las por via oral.
O processo pelo qual nós nos apercebemos dos cheiros é complicado e não está
ainda totalmente explicado. A teoria geralmente aceite até hoje é a seguinte:
as substâncias odoríferas
- entre as quais se contam os óleos essenciais - libertam moléculas que são
detectadas pelas células olfactivas da parte superior das fossas nasais. Essas
células são neurónios sensoriais especializados que se encontram imbricados
numa membrana mucosa estando, cada um deles, directamente ligado ao cérebro por
uma única fibra nervosa longa. Cada um desses corpos celulares se estende em
forma de bastonete até à superficie da membrana mucosa, terminando num pincel
de cílios extremamente sensíveis. As moléculas aromáticas têm de estar
dissolvidas no muco para que possam ser detectadas. A reacção químico-
fisiológica das terminações nervosas a essas moléculas é então conduzida pelas
fibras nervosas, sob forma de impulsos electroquímicos, para a zona olfactiva
do cérebro. Como os órgãos sensoriais (os cílios) estão em contacto directo com
o cérebro, o sentido do olfacto tem um efeito muito forte e imediato.
Tal como a música, os aromas podem fazer-nos recordar coisas. Há pessoas a quem
basta o cheiro de um átrio de hospital para que se sintam transportadas ao
passado e recordem antigas situações traumáticas em ambiente hospitalar,
experimentadas talvez na infância. Essas pessoas poderão, em semelhantes
circunstâncias, sentir tremores ou mesmo náuseas. Outros aromas podem evocar,
talvez, as agradáveis recordações de um primeiro amor ou de uma visita a uma
querida avó que cheirava sempre a água de alfazema. É interessante observar que
os cientistas dizem actualmente que as recordações olfactivas diferem das
outras 5 apenas em grau e não em qualidade .
Para os leitores que prefiram provas científicas dos efeitos que as essências
exercem na nossa mente, recordo em seguida algumas experiências efectuadas nos
últimos dez anos por John Steele, investigador norte-americano, e Maxwell Cade,
biofisico britânico. Os voluntários que se submeteram a essas experiencias
foram ligados a um aparelho electroencefalográfico, chamado «espelho da mente»,
que regista as ondas eléctricas do cérebro.
63
Foram estudados deste modo os efeitos exercidos na mente dos pacientes pela
inalação de vários óleos essenciais que lhes eram dados a cheirar por meio de
pedacinhos de algodão em rama impregnados deles. As essências que já eram
conhecidas como estimulantes da clareza de ideias (alecrim, manjerico, hortelã-
pimenta) produziam mais ondas P, indicativo de um
estado de alerta da mente. Alguns dos antidepressivos florais, como a rosa e o
neroli, produziam mais ondas o@, 13 e 8, indicativo de acalmia da «chilreada»
interior e de passagem da mente a um
estado próximo da meditação.
Aromas e vibrações
Que lugar têm neste quadro os óleos essenciais? É possível considerar que eles
constituem a ponte que realiza uma ligação quase tangível entre dois mundos: o
do espírito e o da matéria. Nos óleos essenciais nós temos não só a substância
material do óleo, com as suas propriedades terapêuticas, como ainda o aroma
etéreo - que, segundo os curadores psíquicos, exerce influência tanto nas
nossas emoções como no aspecto espiritual da nossa existência. Poderá uma
fragrância vibrar à mesma frequência que o espírito? Se assim for, isso
explicará a capacidade que os óleos essenciais têm de influenciar directamente
o nosso espírito. Há uma lei da fisica que diz que os iguais se
atraem mutuamente - um princípio conhecido também na ciência com o nome de
ressonância.
A aura
A aura é a força vital irradiante que rodeia todas as substâncias vivas e, por
assim dizer, «não vivas» da Terra, como a água e as rochas. Antes de avançar
neste ponto, diga-se que a noção de unidade de todas as coisas, vivas ou não
vivas, é bem recebida num ramo relativamente novo da ciência, a física
quântica. O Dr. Fritjof Capra explica em profundidade este conceito no seu
livro "O Tao da Física" e chega à conclusão de que o misticismo oriental
68
quadra muito bem com as recentes modalidades da física subatómica.
A palavra aura vem do grego e significa brisa, pois se diz que está
continuamente em movimento. Os psíquicos dizem que é uma emanação como o arco-
íris, que irradia do nosso corpo e o envolve numa camada de forma
aproximadamente ovóide com meio metro ou mais de espessura. Bruxuleia e muda de
cor consoante os nossos pensamentos, as nossas emoções e o nosso
estado físico. Uma aura com cores pastosas denota emoções de sinal negativo ou
uma saúde precária; as cores claras são, em geral, sinal positivo. Alguns
curadores (especialmente acupunctores) são até capazes de perceber o cheiro da
aura - que é uma coisa muito diferente do odor corporal.
Ver a aura exige uma certa dose de preparação esotérica (a menos que a pessoa
seja naturalmente sensível), mas a maioria das pessoas é capaz de senti-la em
maior ou menor grau.
A empatia
72
Enfim, o aromaterapeuta não pode ficar com os louros todos do seu êxito: o
curador é um mero catalisador em todo o processo. Ninguém pode ser curado se
num certo nível (um nível que, por vezes, é inconsciente) não quiser sê-lo ou
se não for capaz de confiar, se não se libertar de receios que possam
constituir um obstáculo ao fluir das energias curativas. Todos os
terapeutas/curadores, ortodoxos ou não, encontraram já pelo menos uma pessoa
que não consegue melhorar embora eles façam tudo «bem».
Os óleos essenciais que em seguida enumero são os que eu uso na minha prática.
Incluo na lista alguns informes sobre o método de extracção habitual de cada um
desses óleos e algumas sugestões que poderão ser úteis ao leitor que venha a
preparar misturas de essências para uso terapêutico ou estético. Preferi não
75
insistir nas substâncias aromáticas chamadas extractos absolutos e resinóides
porque são normalmente obtidas por meio de solventes nocivos ao ambiente como o
benzeno, por exemplo.
*Bergamota.
*Camomila (Romana).
*Cedro (Virgínia).
*Cipreste.
Coentro.
Eucalipto.
Funcho.
Destilação da madeira.
sândalo.
76
óleo essencial
Método de extracfão
Gengibre.
*Gerânio (Egípcio).
Hortelã-pimenta.
Alfazema, alecrim.
*Incenso.
Laranja.
do fruto.
Limão.
do fruto.
Manjerico.
Mirra.
Neroli.
*Patchulli.
Petit-grain.
77
óleo essencial
Método de extracfão
*Sândalo (Kamakata).
Tageto.
* Ylang-ylang.
1. Se o leitor pretender uma essência (ou uma mistura de essências) para tratar
de algum problema de saúde ou para cuidar da pele, consulte neste mesmo
capítulo a tabela terapêutica ou a tabela de cuidados cutâneos.
Em teoria, a maioria dos óleos essenciais (com excepção dos de laranja, limão,
toronja e lima) conserva-se bem durante vários anos. O patchulli é um caso
invulgar, pois melhora com a idade: um óleo de vinte anos, bem maduro, é muito
mais suave e tem um aroma excelente. Mas quanto mais vezes uma pessoa abrir um
frasco de óleo essencial maior será a probabilidade de ele se
oxidar e, portanto, da diminuição das suas propriedades terapêuticas. Se um
óleo for bem conservado - em lugar frio e escuro, de preferência num
frigorífico -, durará pelo menos um ano
(entre duas colheitas) sem que surja qualquer problema.
Porém, uma vez a essência diluída num óleo vegetal, ela só se conserva durante
dois meses, ou talvez três se ao óleo vegetal de base se juntar 5% de óleo de
germe de trigo. O óleo de germe de trigo tem propriedades anti-oxidantes (visto
que é elevado o seu teor de vitamina E) e ajuda a tratar as rugas e o
envelhecimento da pele. Em vez do óleo de germe de trigo, pode-se também juntar
ao óleo de base o conteúdo de duas cápsulas de vitamina E. Finalmente, deve-se
verificar se o óleo essencial rotulado a «l00%» o é de facto e não foi diluído
em óleo de amêndoas doces (que é o que muitas vezes acontece com óleos muito
caros, como o de rosas ou o neroli).
A quantidade de óleo vegetal necessária para uma única massagem pode ser medida
com uma colherzinha de plástico de 5 ml para uso médico (que se vende nas
farmácias). Na sua falta, pode-se usar uma vulgar colher de chá, que em geral
leva um pouco menos que os 5 ml. Os óleos essenciais precisam de ser diluídos à
razão de 0,5 a 3 %, conforme a pele do paciente, a concentração inicial do óleo
e as finalidades da massagem. As concentrações menores (de 0,5 a 2%) são usadas
para aplicações faciais, para crianças e para pessoas de pele muito sensível.
Neste último caso, será melhor começar por uma concentração de 0,5% e só depois
aumentá-la para 1% se não tiver havido irritação e, por fim, para 2% se assim
se desejar. Mas há alguns
80
óleos essenciais que são muito fortes e que nunca devem ser usados por ninguém
a mais de 1 ou 1,5% (v. p. 174).
óleos para o rosto: Para obter uma concentração de 0,5%, junta-se uma gota de
óleo essencial por cada duas colherzinhas de 5 ml de óleo-base. Para obter uma
concentração de 1 ou 2%, junta-se uma ou duas gotas de óleo essencial a cada
colherzinha de óleo-base.
Para preparar maiores quantidades de óleo para o rosto ou para massagem geral,
enche-se de óleo-base um boião de 50 ml e junta-se-lhe depois a quantidade
adequada de óleo essencial. Para
50 ml a 0,5%, junta-se 10 gotas de óleo essencial; para 50 ml a
2%, junta-se 20 gotas; para 50 ml a 3%, junta-se 30 gotas.
Não há regras rígidas para as combinações de essências - pelo menos no que diz
respeito à aromaterapia, pois os perfumistas poderão não estar de acordo. É
tudo uma questão de gosto e, o que mais importa, de como uma pessoa se sente
com os vários aromas. Que lhe faz lembrar este cheiro? Sente com ele alguma
coisa que deseje sentir mais vezes?
Claro que não há motivo nenhum para que se não use apenas um óleo essencial de
aroma especialmente sugestivo (rosa, sândalo e ylang-ylang são muito apreciados
sem mais misturas). Mas os aromaterapeutas sempre acharam que as essencias
actuam
81
melhor quando combinadas entre si. É interessante observar que esta reacção
intuitiva já teve confirmação científica (v. cap. 1).
Quem quiser pode, contudo, pôr inteiramente de lado toda esta teoria das notas
aromáticas - há muitos aromaterapeutas que lhe não dão importância nenhuma.
Embora ela ajude a preparar perfumes magníficos, qualquer pessoa que tenha um
mínimo de sentido estético poderá compor misturas muito agradáveis logo que
adquira a autoconfiança suficiente para se aventurar. Quem sentir perplexidade
em relação a este aspecto deve lembrar-se de que, em geral, as «famílias» de
essências dão misturas bastante boas: a família das essências de plantas
herbáceas (manjerico, salva mansa, alfazema, manjerona, alecrim), a família das
essências de citrinos (bergamota, limão, laranja), a família das essências de
flores (rosa, ylang-ylang, camomila, tageto), etc. Outras misturas compatíveis
são: especiarias com cítrinos (coentro e gengibre com bergamota) ou madeiras
com madeiras (sândalo com cipreste). As madeiras ligam muito bem com as
resinas: a mistura de incenso e cedro é clássica. Bom, mas por que não ser mais
aventureiro experimentando combinações de essências totalmente diferentes? Por
exemplo: incenso com rosa ou com alfazema, neroli com salva mansa, sândalo com
ylang-ylang e limão... Note-se que é preciso cuidado ao empregar essencias
muito penetrantes como o ylang-ylang, o tageto e, especialmente, o gengibre,
pois facilmente ocultam o aroma das demais.
82
Antes de iniciar a composição de um perfume segundo as
regras indicadas mais adiante, deve-se recorrer a uma experiencia muito fácil
e, certamente, a mais económica de todas: deitar umas gotinhas das essências
num palito revestido de algodão em
rama humedecido. Se o aroma não agradar, gastou-se apenas um mínimo de óleo
essencial. Assim, por exemplo, pode-se experimentar duas gotas de bergamota,
uma gota de alfazema e uma
gota de sândalo. Se o aroma agradar, pode-se então preparar uma mistura de 10
gotas de bergamota, cinco de alfazema e cinco de sândalo.
Outro exemplo: uma pessoa que se queixe desse tipo de depressão que provoca
ansiedade, insônias e cansaço muscular (actualmente tão vulgar) necessitará de
alguma coisa que lhe faça descontrair os músculos (v. tabela terapêutica) e que
seja sedativa e antidepressiva - ou seja, uma mistura de camomila e alfazema.
Para avivar esta mistura ou para lhe dar uma nota de interesse pode-se-lhe
juntar um leve toque de ylang-ylang, de tageto, de bergamota ou talvez de
incenso. Na realidade, as possibilidades são inúmeras: há sempre uma mistura
capaz de adaptar-se à configuração psicossomática, sempre em mutação.
Descontracção
Estímulo
Camomila: M
Bergamota: A
Agulha de pinheiro : M
Cedro: G
Gerânio: M
Alecrim: M
Cipreste: A
Coentro: A
Manjerona: M
Incenso: G
Eucalipto: A
Mirra: M
Funcho: M
Neroli: M
Gengibre: M
Patchulli: G
Hortelã-pimenta: A
Rosa Otto: M
Limão: A
Salva mansa: M
Manjerico: A
Sândalo: G
Melaleuca: A
Tageto: M
Ylang-ylang: M
Zimbro: M
Antidepressivo
Afrodisíaco
Alfazema: M
Coentro: A
Manjerona: M
Bergamota: A
Deve-se ter sempre presente que o excesso de qualquer essência pode ser
bastante estimulante ou, no extremo oposto, entorpecente e que, portanto, os
óleos devem ser sempre usados nas concentrações correctas (v. atrás).
As tabelas terapêuticas
Outras formas de terapêutica suave, como o yoga e a medicina herbácea, têm sido
também aconselhadas (quando adequadas), e
qualquer delas se pode combinar com a aromaterapia, A homeopatia é uma
excepção: só se recomenda como terapêutica alternativa se o tratamento com
óleos essenciais e remédios vegetais for apenas parcialmente satisfatório.
Muitos homeopatas acham que a maior parte dos óleos essenciais actua em sentido
contrário aos efeitos curativos dos remédios homeopáticos - mas isto ainda é,
todavia, tema para muita discussão. Marguerite Maury, pioneira da aromaterapia
holística, e o seu marido, o Dr. E.A. Maury, combinavam frequentemente ambas as
terapêuticas com muito bom resultado .
85
peutas), eu tenho recomendado chás de ervas sempre que apropriados. As pessoas
leigas nestes assuntos ganham muito mais evitando as doses orais de óleos
essenciais (a menos que sob a orientação de um aromaterapeuta ou ervanário
devidamente habilitado), pois estes são demasiado fortes.
Doses: para situações de carácter geral, tomar um copo dos de vinho cheio de
chá três vezes ao dia (de quatro em quatro horas).
Doses: as mesmas que no caso das infusões. Embora estas tabelas não sejam, de
modo nenhum, exaustivas (os óleos essenciais podem ser úteis em muitíssimas
outras situações), o seu conteúdo serve de exemplo e de guia para quem desejar
tratar em casa uma grande variedade de incómodos correntes.
86
*/* (arranjar as tabelas)
87
88
90
91
TABELA DE CUIDADOS CUTÂNEOS (Tabela V)
*/* (arranjr a tabela)
Pele seca
Pele oleosalacne
Pele envelhecida
Veias salientes
Pele mista
Pele normal
Camomila
Alfazema
Alfazema
Cipreste Limão
Camomila Gerânio
Camomila Gerânio
Rosa
Rosa
Incenso
Neroli
Rosa
Pele sensível
93
Preparados aromáticos
As receitas que seguem são uma selecção das minhas composições aromáticas; mas
os leitores inventarão, sem dúvida, muitas mais!
Como usar: Aplicar no cabelo molhado (para que depois não seja dificil retirar
o óleo) massajando bem o couro cabeludo para chegar às raizes dos cabelos.
Prestar uma atenção especial à parte de trás das orelhas e à nuca, que é onde
os piolhos fazem criação. Deixar actuar durante uma hora e lavar depois
abundantemente. Retirar as lêndeas com um pente fino. Repetir o tratamento a
intervalos de três dias.
Como usar: Aplicar ao cabelo húmido; massajar bem, para que penetre no couro
cabeludo, e deixar actuar durante 15 a 30 minutos. Lavar abundantemente. Usar
semanalmente. Para cabelos oleosos, usar de preferência um tónico capilar
contra a caspa (v. adiante).
Tónicos capilares
Estes tónicos são usados em massagens ao couro cabeludo várias vezes por
semana. Não é necessário humedecer previamente o cabelo. Quando usados de uma
forma regular, são muito eficazes para manter o cabelo e o couro cabeludo em
boas condições. Todas estas receitas incluem vinagre de sidra a fim de
restabelecer o equilíbrio ácido/alcalino do couro cabeludo. Os tónicos
capilares têm de ser bem agitados antes do seu uso para que as essências - só
parcialmente solúveis na água - se dispersem bem.
Tónico anticaspa
Este tónico poderá não curar a calvície; mas, se for usado regularmente
conforme as instruções que dou no capítulo 6 para massagens ao couro cabeludo,
poderá travá-la de um modo sensível. São precisos 300 ml de água de rosas, 3
colheres (das de chá) de vinagre de sidra, 7 gotas de alecrim e 5 gotas de
sândalo. Misturar como na receita anterior.
Tal como os tónicos capilares, também estes devem ser bem agitados antes do uso
a fim de dispersar bem os ó leos essenciais.
Como usar: 6 a 8 gotas numa chávena (das de chá) de água morna, duas ou três
vezes ao dia.
Máscaras faciais
Método: Misturar o óleo essencial com o óleo de base e juntar depois os outros
ingredientes mexendo bem para formar uma
pasta homogénea.
Como usar: Aplicar no rosto e no pescoço uma fina camada desta pasta e deixá-la
actuar durante 10 a 15 minutos. Lavar depois com água fria.
Como usar: Como indicado na receita anterior, mas lavando com água tépida.
Pode-se experimentar incluir outros óleos vegetais nesta mistura (por exemplo,
óleo de avelã ou de caroço de alperce) desde
98
que se completem os 120 ral. Uma pequena porção de óleo de germe de trigo (20
ml) aumenta a duração do preparado e reforça-lhe as propriedades curativas.
Todos os cremes e unguentos feitos em casa duram vários meses desde que sejam
conservados em local frio e escuro. A cera de abelha amarela (usada quer na
receita do creme quer na do unguento) é melhor que a branca. Pode ser obtida
nas casas de produtos vegetais.
Importante: Para problemas de pele mais sérios, como por exemplo o pé-de-
atleta, a sarna ou a tinha, será preciso duplicar a quantidade de óleos
essenciais ou aplicar directamente na região atacada óleo de alfazema ou de
Melaleuca puro.
Juntar até 100 gotas de óleo essencial a 100 ml de água de flor de laranjeira,
água de rosas ou água destilada. Agitar sempre bem antes de usar. Eis algumas
das minhas fórmulas (para sugerir ideias ao leitor):
3. Para quem se sentir «com os pés mal assentes no chão», especialmente depois
de uma constipação, quando a cabeça está como que vazia e distante : 15 gotas
de patchulli e 5 gotas de gengibre. Para aclarar o aroma, prefiro juntar a esta
mistura umas 5 gotas de bergamota ou de limão.
101
Como perfumar salas
Por fim: se estiver para vender a sua casa mas não conseguir encontrar quem lha
compre, talvez a solução esteja na aromaterapia. Quando um novo possível
comprador vier ver a casa, trate de fazer com que a cozinha tenha um suave
aroma de baunilha (da espécie usada em doçaria). Ponha umas gotas de essência
de baunilha natural numa panela de água dentro do forno brandamente aquecido.
Não há nada mais sedutor que a baunilha - que à maior parte das pessoas faz
lembrar confortáveis sensações de bolos caseiros, calor familiar e segurança.
Verá que vende a casa em pouco tempo!
102
6
AS TÉCNICAS DA AROMATERAPIA
Os óleos essenciais podem ser usados de muitos modos para melhorar a saúde e a
vitalidade. Podem ser usados nos cuidados da pele, em massagens aromaterápicas,
no banho, em inalações para tratar constipações e gripes, em perfumes capazes
de influenciar a nossa disposição e em várias outras maneiras de melhorar a
vida de todos os dias. Comecemos pelos cuidados da pele.
Tratar da pele exige uma acção mais profunda que a dos vulgares «cuidados de
beleza», superficiais e limitados ao rosto. E não estamos perante um assunto
exclusivamente de mulheres, como tantas pessoas pretendem. Na verdade, uma pele
saudável é o reflexo de uma boa saúde geral: a pele é um barómetro muito
sensível da harmonia - e, também, da desarmonia - emocional e física da pessoa.
Assim, não haverá tratamento externo, por intenso que seja e por muito bons que
sejam os óleos vegetais nele utilizados, que dê grande resultado se o regime
alimentar, o estilo de vida e as emoções do paciente não estiverem devidamente
equilibrados. Se o tratamento da pele for efectuado nesta
103
perspectiva (v. capítulo 7), os óleos darão muito melhor resultado e não agirão
apenas como paliativo!
Em termos muito simples, a pele é muito mais que uma mera cobertura superficial
do nosso corpo: ela é, na verdade, um
organismo que vive e respira por si. Tem uma função dupla -
proteger o resto do corpo de infecções e sujidades e eliminar as toxinas. De
facto, a pele é o maior órgão eliminatório do nosso corpo (pesa cerca de três
quilos) e trabalha duramente. Num corpo saudável, o crescimento e a reprodução
das células da pele prosseguem incessantemente.
Como proceder
É preciso ter uma escova de pêlos vegetais, especialmente concebida para este
efeito (as escovas de nylon ou de pêlo animal são demasiado macias ou demasiado
rijas), com um cabo comprido, desmontável, que permita chegar a todo o dorso.
Há escovas destas em muitas casas de artigos de saúde e em certas farmácias. A
escova deve ser conservada sempre seca, mas tem de ser lavada de quinze em
quinze dias com água tépida e sabão. O corpo precisa de ser escovado uma vez ao
dia durante uns minutos (antes do banho matinal) e duas vezes ao dia no caso de
se ter celulite. É boa ideia suspender o escovamento durante
105
Fig- 2 - escovamento da pele a seco (evitar a face, os mamilos e os órgãos
106
uma semana de mês a mês, porque, como muitas outras técnicas de desintoxicação
natural, o escovamento da pele tem maior eficácia quando o organismo se lhe não
acostuma por completo.
O escovamento da pele não precisa de durar mais de cinco minutos - pode ser
feito enquanto a banheira enche. Depois do banho - de imersão ou de chuveiro -,
aplica-se o óleo de massagem aromaterápica a fim de dar alimento à pele ou, se
for esse o caso, um óleo anticelulite.
O rosto
Lave o rosto duas vezes ao dia com um sabão suave, de pH equilibrado, que ajuda
a manter a acidez do manto cutâneo. Este
107
manto é uma mistura de sebo (substância oleosa) e de líquidos que serve de
barreira à microflora bacteriana (a defesa do organismo contra as infecções). O
seu pH é de 5,5 - e isto significa uma ligeira acidez. Os sabões e outros
preparados vulgares são alcalinos e fazem com que a pele de certas pessoas se
torne seca e escamosa.
Com a pele ainda húmida, aplica-se um humedecedor preparado com cera de abelhas
e óleos vegetais (v. capítulo 5) ou um bom produto comercial equivalente. No
entanto, são de evitar os
produtos de beleza que contenham humedecedores como glicerina, glicol,
pirrolidona sódica, propileno ou ácido carboxílico. Se bem que provoquem uma
sensação agradável e pareçam bons para a pele, pois atraem a humidade
atmosférica, o facto é que atraem também a humidade das camadas externas da
pele. Esta humidade pode, assim, evaporar-se mais facilmente deixando a pele
retesada e pergaminhada. Estes humedecedores podem provocar a «viciação» da
pele, que passa a reclamar doses periódicas a fim de restabelecer a sensação de
conforto. Como a maioria dos produtos comerciais é feita com essas substâncias,
pelo menos metade da população feminina da sociedade ocidental (e também alguns
dos seus homens mais evoluídos) é constituída por «viciadas» em humedecedores!
Esfoliação
As máscaras faciais e as saunas faciais são boas para a pele de quem vive numa
cidade ou para aquelas ocasiõ es em que se sente a necessidade de «espevitar» a
pele ou de combater um acesso de borbulhas. As erupçõ es de pele são muito
vulgares na maior parte das pessoas deprimidas e nas mulheres em fase pré-
menstrual.
A sauna facial
Numa tigela grande com meio litro de água a ferver deita-se uma ou duas gotas
de uma essência adequada ao tipo de pele a tratar (v. cap. 5). Coloca-se a
cabeça, inteiramente coberta com uma toalha, por cima da tigela fumegante de
modo a formar com a toalha uma espécie de «tenda» que retenha o vapor. Fica-se
assim durante uns cinco minutos, não mais, e termina-se o tratamento
chapinhando água fria no rosto para remover os resíduos acumulados à superficie
da pele. Este tratamento pode ser seguido da aplicação de uma máscara facial.
Não sendo esse o caso, espera-se meia hora, para que a pele retome o seu estado
de equilíbrio normal, e aplica-se o humedecedor do costume. Uma palavra acerca
das saunas faciais: certos estudos de origem norte-americana sobre a saúde da
pele indicaram que o uso excessivo de tratamentos com vapor (mais de duas vezes
por semana durante muitos meses) pode provocar «acne selvagem» - uma situação
mórbida causada pelo excesso de humidade na pele. Mas, se usada judiciosamente
(aí uma vez por semana), a sauna facial só pode ser benéfica para a pele, que
começará a mostrar-se (e a sentir-se) revitalizada e fresca.
Máscaras faciais
Pode-se aplicar no rosto e no pescoço, uma vez por semana, uma máscara facial -
depois da limpeza habitual ou, melhor ainda, depois de um banho aromático ou de
uma sauna facial, quando a pele está ainda húmida e quente e, portanto,
extremamente receptiva ao que quer que se lhe aplique.
É precisa cerca de uma colher (das de chá) de iogurte, que se aplica ao rosto e
ao pescoço e se deixa actuar durante dez a
quinze minutos. Lava-se depois o rosto e o pescoço com água morna ou mesmo fria
e nota-se imediatamente a diferença (v. também as receitas no capítulo
anterior).
óleos faciais
A maneira mais eficaz de usar os óleos essenciais para cuidar da pele tem em
França o nome de «cura». As essências são usadas como tratamento periódico: ou
uma vez por semana, continuadamente, ou diariamente durante duas semanas
fazendo um intervalo de três a quatro semanas antes de repetir o
esquema. Isso impede que a pele se acostume às essências e deixe de reagir-lhes
positivamente. Não há, certamente, quem não tenha já notado este fenômeno com o
champô: usando sempre o mesmo durante muito tempo, os resultados obtidos ao
princípio começam a diniinuir.
Voltando aos óleos para uso facial: já apresentei no capítulo 5 uma tabela de
cuidados cutâneos e instruções de preparação dos óleos. Mas atenção: não se
deve exceder a diluição recomendada, de 0,5 a 1% (pelo menos de princípio),
pois uma concentração excessiva (especialmente de um óleo forte, como o de
camomila ou o de gerânio) poderá irritar a pele da face, mais sensível (v.
também as últimas páginas, sobre alergias). Os óleos para o
corpo podem, em geral, ser usados em concentrações maiores, de cerca de 3%.
2. Aplicar o óleo meia hora depois da máscara. Depois deste tratamento, a pele
precisa de restabelecer o seu equilíbrio normal e só então pode absorver mais
eficazmente os óleos essenciais.
Em vez de usar um óleo para o rosto, pode haver quem opte por «preparar» com o
óleo adequado ao seu tipo de pele um creme ou loção sem perfume (de preferência
um produto de tipo «natural»). Misturar, mexendo bem, duas ou três gotas de
óleo essencial a cada 50 gramas de creme ou uma a duas gotas a cada 25 ml de
loção - agitando bem.
Massagem aromaterápica
Vou em seguida apresentar, nas suas linhas gerais, alguns dos movimentos
básicos da massagem; mas eles são apenas um guia para que o leitor possa
começar a criar intuitivamente o seu próprio estilo. Não é fácil aprender a dar
massagens por meio de um livro (mesmo que seja por um livro muito mais
minucioso que este). Se o leitor deseja levar estes assuntos a sério,
certamente acabará por sentir necessidade de inscrever-se num curso de fim de
semana ou mesmo num curso mais desenvolvido. Dito isto, muitas pessoas são
excelentes aromaterapeutas intuitivos cujo «toque» especial nenhuma preparação
formal poderá aperfeiçoar.
Os efeitos da massagem
Assim que a arte da massagem se tiver tornado uma segunda natureza, poder-se-á
começar a descobrir «obstruções de energia», que usualmente se manifestam como
zonas frias do corpo - por exemplo, nos quadris ou no abdómen. Essas zonas
frias são, muitas vezes, sede de emoções profundas. Logo que os músculos tensos
começam a descontrair-se, as emoções ocultas são, em
muitos casos, libertadas. Certas pessoas não conseguem conter as lágrimas;
outras sentem-se maravilhosamente descontraídas e
calmas depois da massagem. Há ainda quem sinta uma sensação
114
de leveza, como se tivesse bebido uns copos; e há também quem caia num sono
profundo!
Reacções deste gênero - mesmo a das lágrimas - são positivas e, a longo prazo,
benéficas para a saúde. É um facto já bem documentado que o cancro, por
exemplo, aparece mais nas pessoas predispostas à depressão e a disfarçar as
suas emoções para agradar aos outros.
Nada de realmente benéfico poderá, contudo, ser obtido se não houver empatia
entre quem dá a massagem e quem a recebe. Quem dá a massagem precisa de ganhar
a capacidade de afinar-se, por assim dizer, pelas necessidades de quem a recebe
deixando que as suas mãos cheguem de uma maneira intuitiva aos locais delicados
do seu corpo para lhe aliviar e afugentar a dor. Embora isto seja, em grande
parte, um dom inato e especialmente desenvolvido em certas pessoas, todos nós
podemos desenvolver a nossa sensibilidade global (coisa que só servirá para
melhorar as aptidões de massagem) por meios como a meditação, a descontracção
profunda e a harmonização com a natureza (v. cap. 7).
A sala deve estar bem aquecida e livre de correntes de ar. Os músculos, quando
frios, contraem-se e provocam a secreção de adrenalina - que é exactamente
aquilo que principalmente se pretende fazer abrandar.
Se se achar necessário fazer ouvir música, o som deve ser mantido em volume
muito baixo - os sentidos de quem recebe a massagem vão estar especialmente
aguçados - e convirá não sair do âmbito da música do estilo «Nova, Era», que
foi composta para a meditação e para a descontracção profunda. Sugestão final:
talvez ache bom pôr na sala uma jarra com flores frescas; é algo que melhora
muitíssimo a atmosfera.
O óleo de massagem
As costas
As costas podem ser consideradas a porta de entrada para toda a pessoa - corpo,
mente e espírito. Os principais nervos do corpo humano são ramificações que
saem de ambos os lados da coluna vertebral para todos os orgãos internos.
Fazendo diminuir a tensão dos músculos das costas reduz-se também o nível de
fadiga do corpo e da mente, o que contribui para melhorar o
estado geral de saúde e para criar uma sensação de bem estar.
Faz-se deitar o paciente de bruços, com a cabeça virada para um dos lados e os
braços descontraídos ao longo do corpo ou dobrados para cima com as mãos no
nível dos ombros. Certas pessoas sentem-se melhor com uma toalha enrolada ou
uma almofada debaixo do peito ou dos tornozelos. Ajoelhe ao lado do paciente
(ou, no caso de usar um sofá de massagem, coloque-se de pé igualmente a seu
lado). Antes de olear as mãos, ponha-lhe com suavidade uma das mãos no alto da
cabeça e a outra no fundo da espinha. Deixe-as estar assim durante cerca de um
minuto e passe depois para os pés. Segure cada pé com uma das mãos, comfirmeza
(há quem tenha cócegas nos pés!) e com as
palmas em contacto com as solas. Chama-se a isto entrar em contacto. Dá muita
confiança ao paciente e, ao mesmo tempo, permite-lhe acostumar-se ao toque
pessoal de quem lhe dá a massagem e tem um efeito calmante.
1. Deite um pouco de óleo num pires (não o ponha no corpo do paciente, pois
isso provocar-lhe-ia uma sensação demasiado rude), unte as mãos e esfregue-as
uma na outra a fim de aquecer o óleo. Coloque as mãos no fundo das costas do
paciente, de ambos os lados da coluna vertebral, com os dedos descontraídos e
virados na direcção da cabeça. Nunca se deve aplicar nenhuma
118
pressão na coluna vertebral propriamente dita; mas os fortes músculos que a
ladeiam suportam pressões firmes. Faça agora deslizar ambas as mãos ao longo
das costas do paciente, deslocando-se de maneira a alcançar o pescoço, abra-as
com firmeza por sobre os ombros e faça-as deslizar novamente para baixo. Ao
chegar à cintura, puxe-a com delicadeza para cima e regresse com um movimento
suave ao ponto de partida (v. Fig. 3).
119
2. Passe agora as mãos para um dos flancos do corpo do paciente e, começando
pelas ancas (ou pelas nádegas), inicie a amassadura. Usando alternadamente uma
e outra mão, apanhe as carnes com toda a palma e os dedos da mão, puxe-as como
se fosse separá-las dos ossos e aperte-as como se estivesse a amassar farinha.
Mantenha a mão toda em contacto com o corpo do paciente. Trabalhe o flanco em
movimento ascendente até chegar à parte superior do braço e ao ombro. Ao chegar
a uma zona de dimensões mais reduzidas (por exemplo, em redor da omoplata),
passe a executar os movimentos apenas com o polegar e os dois dedos do meio -
mas sem beliscar. Passe para o outro lado do corpo do paciente e repita todos
estes movimentos (v. Fig. 4).
Fig. 4 - Amassadura
120
3. Começando pelo fundo da espinha, faça de ambos os lados dela uns pequenos
movimentos circulares com os polegares sobre os músculos que a ladeiam subindo
gradualmente até ao pescoço. Continue com esses movimentos dos polegares em
toda a zona superior das costas. Não exerça pressão na espinha nem nas
omoplatas. Trabalhe os músculos que se encontram logo acima das omoplatas e os
que as separam da espinha (v. Fig. 5).
121
Fig. 6 - Puxar
122
depois até ao ponto de partida. Repita estes movimentos no outro flanco (v.
Fig. 6).
6. Aplique uma boa pressão no fundo das costas do paciente com as eminências
tenares de ambas as mãos. Ponha uma mão por cima da outra e, usando a mão toda,
trabalhe em círculos desde o fundo da espinha até às ancas. Depois, com os
polegares, trabalhe intuitivamente qualquer ponto rígido que aí encontre (v.
Fig. 7).
10. Coloque as mãos no meio das costas do paciente, uma ao lado da outra,
atravessadas sobre a coluna vertebral. Afaste uma delas suavemente na direcção
do ombro esquerdo e a outra, ao mesmo tempo, na da anca direita como se
pretendesse esticar as costas do paciente. Repita o movimento para o outro
ombro e a outra anca. (v. Fig. 9).
12. Termine a massagem tal como começou: colocando uma das mãos no alto da
cabeça do paciente e a outra no fundo das suas costas e, em seguida, nos pés.
Assim que julgar adequado, retire as mãos e cubra o paciente com uma toalha.
Deixe-o repousar um pouco para que «volte a si» no ritmo que lhe for próprio.
124
Fig. 10 - Esticar as costas (2)
O rosto e a cabeça
O rosto
Os seus movimentos devem ser sempre lentos e fluentes, sem brusquidão nem
vacilações. Use uma pressão muito leve ou
simplesmente mediana, a fim de não arrastar a pele, e tenha cuidados muito
especiais com a zona dos olhos.
7. Regresse à posição inicial, mas agora um pouco mais acima. Repita o ponto 6
e continue assim, numa faixa de cada vez, até atingir a raiz dos cabelos no
alto da testa (v. Fig. 13).
128
assim durante cerca de três segundos. Levante os polegares e
coloque-os um pouco mais para fora, sobre as arcadas supraciliares, repetindo a
pressão. Repita estes movimentos espaçados até alcançar os cantos exteriores
dos olhos (v. Fig. 13).
10. Coloque o dedo indicador nas arestas ósseas das órbitas, por baixo dos
olhos do paciente, e repita os movimentos de pressão - desta vez mais levemente
- até chegar aos cantos dos olhos. Estes movimentos são muito bons para quem
sofrer de catarro ou de sinusite.
129
11. Dê agora ao paciente um «banho de escuridão» durante uns instantes.
Coloque-lhe as mãos ao de leve sobre os olhos, de modo a criar a escuridão com,
as eminências tenares, com os
dedos a envolver as têmporas. Deixe-se estar assim durante, pelo menos, dez
segundos (v. Fig. 14).
12. Faça deslizar as mãos para os lados da cabeça do paciente e aplique uma
ligeira pressão às têmporas durante cerca de dez segundos.
14. Coloque as polpas dos polegares nos cantos internos dos olhos do paciente,
logo abaixo das órbitas. Execute movimentos de alisamento, para fora e para
cima, na direcção das têmporas. Faça movimentos circulares nas têmporas, como
indiquei no ponto 6. Repita um pouco mais abaixo, percorrendo uma faixa de cada
vez, até chegar à extremidade do osso malar. Repita este movimento até um pouco
abaixo do osso, pressionando levemente para cima (v. Fig. 15).
15. Coloque um indicador de cada lado do nariz, perto dos olhos, e pressione
ambos os lados com pequenos movimentos circulares até atingir o nível da
comissura dos lábios (v. Fig. 15).
17. Pressione as faces, de ambos os lados das narinas, usando os dedos médios
em pequenos movimentos circulares que deverão chegar à região do lábio superior
por baixo do nariz (v. Fig.
15).
132
20. Pressione atrás das orelhas do paciente com pequenos movimentos circulares.
Em seguida dê ligeiros apertões nas orelhas, começando por cima e terminando
nos lóbulos. Repita uma ou duas vezes e termine puxando levemente o lóbulo para
baixo duas ou três vezes. Depois, com as pontas dos indicadores, descreva as
espirais interiores das orelhas (v. Fig. 17).
O pescoço
Ponha a mão direita no ombro direito do paciente e faça-a deslizar com firmeza
pelo pescoço acima. Ao tocar a base do occipital, envolva-a num movimento de
rotação geral da mão, com todos os dedos em contacto suave, para desfazer
alguma possível tensão muscular. Repita isto diversas vezes (v. Fig. 18).
133
3. Repita estes movimentos, com suavidade, duas ou três vezes.
4. Vire suavemente a cabeça do paciente para o outro lado e repita agora deste
lado os movimentos anteriormente descritos.
134
6. Sem interromper o movimento iniciado no ponto anterior, erga agora a cabeça
do paciente alguns centímetros acima do plano-base e puxe-a bem para si,
deixando que os seus dedos deslizem ligeiramente desde a base do pescoço até
perto do alto da nuca. Estes movimentos devem ser executados sem interrupção,
terminando pelo regresso da cabeça do paciente ao contacto com o plano-base.
Repita duas ou três vezes (v. Fig. 19).
O couro cabeludo
Não aplique óleo ao couro cabeludo do paciente a não ser que ele seja
completamente calvo.
1. Levante a cabeça do paciente e vire-a para o lado esquerdo (v. Fig. 20).
Aplique-lhe uma boa pressão com as pontas dos
135
dedos, agarrando bem a pele para mobilizar o couro cabeludo sobre os ossos do
crânio. Não se limite a enfiar-lhe os dedos por entre os cabelos, tente
«agarrar-lhe» o couro cabeludo. Realize estes movimentos em todo o lado
esquerdo da cabeça do paciente e em seguida vire-lha para o outro lado e repita
a sequência. Ao terminar, coloque-lhe a cabeça a direito, na posição inicial.
A automassagem
O ideal é poder receber uma massagem aromaterápica profissional uma vez por mês
- ou ter uma pessoa amiga que se disponha a intercambiar massagens consigo. Na
realidade, poucas pessoas têm essa possibilidade. Mas é possível tirar bastante
proveito da automassagem com óleos essenciais - se bem que deste modo se perca
a oportunidade de alcançar uma profunda descontracção.
Aromaterapia e celulite
Não se admire por ver tanto espaço dedicado neste capítulo à celulite. Decerto
desejará saber se ela poderá alguma vez ser vencida com óleos essenciais e
massagens enérgicas. Infelizmente, como muitas mulheres já verificaram, as
coisas não são assim tão simples. Só por si, os óleos essenciais, as
dispendiosas «curas» patenteadas, os cremes contra a celulite e as massagens
enérgicas não chegam para afugentar a celulite, especialmente aquela que já há
muitos anos se instalou nas ancas e nas coxas. Como é normal no tratamento
holístico - o tratamento de toda a pessoa -, temos de enfrentar o problema,
primeiramente, pelo interior e é desse modo que começamos a tratar das suas
causas. Vejamos, pois, em primeiro lugar: que vem a ser a celulite? Quais são
as suas causas? Poderemos a seguir procurar o remédio.
A celulite é sempre mais acentuada nas mulheres que levam uma vida pouco
saudável, isto é: que fumam, fazem pouco exercício e sobrecarregam o aparelho
digestivo com alimentos artificiais e quantidades excessivas de chá e café. A
pílula anti-concepcional é outro factor que contribui para a celulite. Em
consequência de todas estas agressões, o sistema linfático deixa de poder
desempenhar eficazmente as suas funções de condução dos resíduos orgânicos para
os orgãos que devem eliminá-los - a pele, os pulmões, os rins e o cólon. Uma
parte dos resíduos fica por eliminar e é então que entram em cena os
estrogénios - os quais, a fim de proteger os orgãos vitais dos resíduos que
circulam no sangue, os desviam para zonas do corpo onde não possam causar
grande dano a uma eventual gravidez. Se alguma das minhas leitoras tiver
dúvidas, considere que os homens também sofrem destas sobrecargas de resíduos -
mas, em vez de ter celulite, ficam com as artérias forradas de resíduos e
contraem doenças cardíacas. As mulheres, ao que parece, estão protegidas pela
sua constituição biológica; mas isso é só até à menopausa, pois nessa ocasião
começam a ser também vulneráveis à s doenças cardíacas por não haver já no seu
organismo estrogénios que as protejam.
Escovamento da pele
1. Começa-se pelo tornozelo, com ambas as mãos, subindo até ao joelho e à coxa
(pela frente e por trás) e dando palmadinhas a
princípio ligeiras mas gradualmente mais fortes e mais bruscas até se acabar
por actuar muito vigorosamente (v. Fig. 21).
Pode-se, querendo, aplicar óleo nas nádegas; mas a massagem pode ser de dificil
aplicação nessa zona. Isso não é grave, pois o
trabalho efectuado nas pernas e nas coxas, estimulando a drenagem linfática
geral, ajuda a eliminar a celulite das regiões adjacentes.
142
2. Depois de assim ter estimulado suficientemente a circulação, pode-se passar
à fase seguinte, a amassadura. É preciso actuar como se se estivesse a amassar
pão. Apanha-se um bocado de pele e aperta-se com tanta força quanta se puder
suportar - mas não tanta que venha a produzir nódoas negras. Enquanto se vai
prosseguindo na amassadura, faz-se uso das polpas dos polegares para carregar
com força na coxa e na anca, descrevendo pequenos círculos em toda a zona (v.
Fig. 22).
143
Fig. 23 - Automassagem contra a celulite. Enrolamento.
Continuemos agora com mais algumas maneiras de usar os óleos essenciais para
cuidar da saúde e para gozo pessoal. Con-
144
vem recordar as tabelas terapêuticas e as indicações para combinação de óleos
que forneci no capítulo 5.
Banhos
As essências podem ser misturadas no banho quer por puro prazer quer para
facilitar um sono repousante, tratar males de pele, aliviar dores musculares e
outras ou simplesmente para ganhar ânimo. Podem ser usadas isoladamente ou
misturadas em combinações diversas.
Estes banhos podem ser usados para prevenir resfriamentos, para combater dores
reumáticas ou artríticas, para evitar o
excesso de transpiração ou para tratar o pé-de-atleta e outras doenças de pele
que atacam os pés e as mãos, como as dermatites
e os eczemas.
145
Inalações
Quem sofrer de asma deve abster-se de inalafões de vapor, visto que o vapor
concentrado pode provocar um acesso. Mas as inalações podem ser usadas para
combater outros problemas respiratórios, como aqueles que atrás mencionei.
Deita-se cerca de meio litro de água quase a ferver numa bacia e junta-se-lhe
duas a quatro gotas de óleo essencial. A quantidade depende da essência: a
hortelã-pimenta, por exemplo, é muito forte, ao passo que o sâ ndalo é muito
suave. Inala-se os vapores durante uns cinco minutos, nunca mais de dez. A fim
de «prender» os vapores aromáticos, forma-se uma tenda estendendo uma toalha
sobre a cabeça e a bacia.
Compressas
Para preparar uma compressa quente, borrifa-se cerca de meio litro de água tão
quente quanto se possa suportar com
146
umas seis gotas de óleo essencial. Coloca-se um toalhete ou uma peça de linho
ou de outro tecido macio na superficie da água. Espreme-se o excesso de líquido
e põe-se o tecido em cima da zona a tratar. Este tecido é depois coberto com um
pedaço de adesivo e, se necessário, com uma ligadura - por exemplo, num
tornozelo ou num joelho. A compressa deve ser deixada no sítio até chegar à
temperatura do corpo; se necessário, será substituída por outra.
Aromatização de salas
Também se pode espalhar umas tantas gotas de óleo essencial em toda a casa por
meio de um atomizador ou de um simples pulverizador para plantas. Junta-se
cinco gotas de óleo essencial a 145 ml de água e agita-se bem antes de usar.
Mas o efeito, comparado com o dos outros métodos, é de curta duração.
Os óleos essenciais podem ser usados, sós ou misturados com outras essências,
para compor perfumes deliciosos. Podem ser usados para puro prazer pessoal ou
para dar apoio ao potencial curativo de outros tratamentos aromaterápicos (são
especialmente úteis no caso dos problemas causados pela tensão nervosa e pela
fadiga). No caso mais corrente - ansiedade ou depressão -, são de efeito seguro
para levantar o ânimo. Mas, quando a ansiedade e a depressão se tornaram já um
modo de vida, o melhor será procurar auxílio junto de um aromaterapeuta
profissional ou de outro terapeuta holístico.
148
7
«Não se deve tentar a cura da parte sem o tratamento do todo; e também se não
deve tentar de nenhum modo curar o corpo sem a alma. Por isso, para que a
cabeça e o corpo estejam bem, terás de começar por curar a mente: é essa a
primeira coisa. Pois é este o erro dos nossos dias no tratamento do corpo
humano: os médicos separam a alma do corpo.»
Platão, Crónicas
Embora Platão tenha escrito estas palavras há mais de dois mil anos, nós, neste
moderno mundo ocidental, estamos apenas começando a entrar em ressonância com a
sua toada de verdade. Os nossos olhos estiveram fechados durante muitos
séculos; os sábios e médicos do Oriente, porém, nunca perderam de vista a
realidade do TODO. A nossa recente compreensão dessa realidade levou-nos a
cunhar a palavra holística para com ela resumir o conceito.
Esta palavra, holística, vem da raiz grega que significa «o todo». Na cura
holística, toda a pessoa - mente, corpo e espírito
- é levada em linha de conta. O mais importante princípio subjacente a todas as
escolas de cura natural, entre as quais se conta a aromaterapia, diz-nos que o
corpo se cura a si próprio
149
desde que para isso se lhe dê oportunidade. Consegue-se isso por meio de uma
alimentação inteligente, de exercícios adequados, de ar livre, sol e, acima de
tudo, pela procura de vias que conduzam à satisfação íntima. O corpo, a mente e
o espírito estão interligados e tudo quanto tocar num destes aspectos tocará
também na totalidade.
Tentarei neste capítulo analisar em separado as partes que compõem o todo para
em seguida explorar algumas das vias pelas quais nos é possível alcançar a
harmonia da mente, do corpo e do espírito.
A mente
Até nos círculos de pensamento mais ortodoxos está de novo a ganhar crédito a
ideia de que os nossos estados de espírito e a nossa personalidade têm
influência na nossa saude fisica. Assim, por exemplo, existe uma - por assim
dizer - «personalidade do cancro»: pessoas que dão mais que aquilo que recebem,
que tendem a ocultar as suas emoções e a reprimir os seus desejos a fim de
agradar aos outros. Por sua vez, a «personalidade da enxaqueca» é governada
pelo sentimento de culpa: pessoas que amam a perfeição, que são ambiciosas,
muito trabalhadoras e extremamente asseadas e arrumadas. A «personalidade do
eczema» é hipersensível e, tal como a personalidade do cancro, tende a reprimir
as suas emoções. A «personalidade do ataque cardíaco», por seu lado, é
agressiva, impaciente, competitiva e ambiciosa.
As pressões a que se pode estar sujeito por se ser pobre, inválido ou negro,
por se estar desempregado, por tantas outras coisas, podem causar sentimentos
de frustração, raivas, ódios e depressão. E sentimentos destes conduzem
inevitavelmente à doença fisica.
Praticamente todos nós podemos lembrar-nos de uma época da nossa vida em que
tenhamos estado sob uma forte tensão emocional e, em consequência dela,
tenhamos ficado doentes. Talvez tenha sido um simples resfriamento, talvez
tenha sido algo de mais grave... Em ocasiões dessas, muitas pessoas são também
vítimas mais fáceis de acidentes diversos.
O corpo
Hipócrates
Não está no âmbito deste livro entrar em pormenores sobre a reforma alimentar;
mas os pontos que em seguida vou alinhar são o esboço de um regime de
alimentação integral semelhante ao que os nutricionistas esclarecidos
recomendam. Não leva em linha de conta as alergias a certos alimentos - há
pessoas que são alérgicas ao trigo, por exemplo - nem considera o caso de se
pretender evitar por completo os alimentos de origem animal (o vegetarianismo
total) ou o caso, como o meu, de apenas não querer comer carne nem peixe (o
vegetarianismo parcial). Serve, todavia, de guia muito útil e capaz de adaptar-
se a cada caso individual. Convirá que se procure modificar o regime de uma
forma gradual, ao longo de um período de seis meses. As mudanças drásticas, da
noite para o dia, só servem para provocar perturbações do aparelho digestivo. E
recordo, a quem desejar entrar em maiores minúcias, os dois excelentes livros
sobre cura alimentar que já recomendei no capítulo anterior ao falar da
celulite.
2. Coma mais pão integral e outros alimentos com bastantes fibras vegetais -
feijão seco, lentilhas, nozes, aveia, arroz não branqueado e outros cereais
integrais.
5. Adoce moderadamente a sua comida com mel ou então, mais à larga, com frutos
secos: tâmaras, figos, sultanas ou passas de uva.
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6. Corte no sal e sirva-se mais de ervas para condimentar os alimentos.
O MOVIMENTO
Quando a vida era mais simples, todos os dias as pessoas caminhavam, nadavam,
faziam esforços e subiam encostas. Não se «exercitavam» de propósito nem
precisavam de mais exercícios para manter o corpo em boa forma.
Uma movimentação natural, que seja mais uma forma de prazer que uma obrigação,
será imensamente superior a quaisquer exercícios de interior - por exemplo, com
pesos, ou tão penosos que deixem uma pessoa toda dorida dos pés à cabeça. A
corrida não é uma forma de exercício tão boa como parece (especialmente em
pavimentos urbanos), pois as muitas pancadas
com os pés no chão acabam por provocar um grande esforço na região lombar e
podem ser muito prejudiciais para os joelhos. Por que não ir nadar, dançar,
andar pelo campo, remarem botes ou canoas ou praticar montanhismo - qualquer
coisa que seja do seu agrado desde que use o corpo de uma forma eficaz?
A luz
Dizem os yogis que os raios de sol matinais vêm carregados de prana (força
vital) e são os mais benéficos para a saúde. Seja como for, os raios de luz do
sol de antes do meio-dia, bem como os de depois das quatro da tarde, de maior
comprimento de onda, são os que menos queimam. Assim, se o leitor gostar de
banhos de sol, considere que o melhor para a sua pele será tomá-los logo de
manhã ou então ao fim da tarde. Mas lembre-se de que um pouco da poderosa
energia do sol faz bem - mas muita pode provocar um envelhecimento prematuro ou
até o cancro da pele.
O ar livre
O ar é para nós de tão grande importância que, sem ele, apenas conseguimos
viver durante poucos minutos. Todos nós sabemos que o oxigénio é essencial para
os pulmões e para todo o organismo; mas poucas pessoas se lembram de que também
a pele necessita, para o seu normal funcionamento, do estímulo do ar. Por este
motivo se lhe tem chamado «terceiro pulmão». Os leitores devem recordar-se da
terrível história daquele rapazinho que pintaram dos pés à cabeça com uma tinta
metálica para figurar num cortejo carnavalesco e que, por esse facto, morreu
asfixiado.
A maioria das pessoas cobre hoje em dia o corpo com várias camadas de fibras
sintéticas que impedem a circulação do ar e prejudicam o metabolismo natural da
pele. O ideal seria que a nossa roupa fosse feita de algodão e de outras fibras
naturais como o linho e a lã, que permitem a livre circulação do ar e deixam
que o suor se evapore.
O espírito
Mente-corpo-espírito
Uma pessoa que esteja passando por dificuldades em alguma das áreas
fundamentais da vida que adiante enumero tem grande probabilidade de não se
sentir completamente bem de saúde. Todos esses aspectos estão interligados e
esta enumeração não reflecte, portanto, nenhuma ordem de importância relativa -
a lista, de resto, não é de modo nenhum exaustiva.
4. Higiene pessoal.
5. Aspectos ecológicos e políticos: frustração, raiva, desespero...
6. Mobilidade: problemas sentidos por pessoas idosas ou inválidas.
Para a íntegração
A respiração da vida
Contenha a respiração por momentos. Deixe depois que o fluxo de ar entre e saia
livremente dos seus pulmões e interrogue-se: «Que é a vida?» Será um sopro?
A respiração completa
2. Feche os olhos e comece a inalar o ar, pelo nariz, muito lentamente. Expanda
ligeiramente o abdómen e faça entrar o ar na caixa torácica. À medida que as
costelas se expandem para aumentar o volume dos pulmões, o seu abdómen
recolher-se-á automaticamente. Suspenda a respiração por uns segundos.
3. Comece agora a expelir o ar lentamente, pelo nariz, num fluxo contínuo, até
que o seu abdómen fique completamente encolhido e a caixa torácica
descontraída. Suspenda a respiração por momentos antes de repetir estes
movimentos duas ou três vezes.
4. Respire agora lentamente, como no ponto 1, mas erguendo aos poucos os braços
para trás da cabeça durante a inalação até tocar com as costas das mãos no chão.
Voar
Se quiser experimentar uma divertida sensação de voar, imagine que está subindo
por entre nuvens enquanto estende os braços para a frente e para trás em
movimento ritmado. Se for correctamente executado (v. Fig. 25), em sincronismo
com os movimentos respiratórios, este exercício poderá soltar-lhe umas costas e
uns ombros demasiado rígidos e, ao mesmo tempo,
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Fig. 24 - A «respiração completa». Respire fundo sem esforço (pontos 1-3).
Inspire e erga os braços sobre a cabeça. Volte a trazer os braços ao lado do
corpo ao expirar (pontos 4-6).
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Fig. 25 - Voar Fase 1
Descontracção profunda
Fase 2
Vá para um quarto ou sala sossegada, bem arejada, com boa vista, se possível, e
onde ninguém possa causar-lhe incómodo durante, pelo menos, um quarto de hora.
As suas roupas devem ser soltas e confortáveis. Descalce os sapatos. A fim de
melhorar a atmosfera, vaporize o seu óleo essencial favorito (ou uma
mistura deles). Se vive numa zona ruidosa, talvez seja bom pôr a tocar uma
música muito suave.
4. Inspire de novo, pensando agora nas pernas, que irá contraindo enquanto
conta lentamente até cinco. Depois, enquanto expira com um suspiro de alívio,
desfaça toda a tensão.
7. Tome agora consciência de todo o corpo procurando qualquer zona que ainda
sinta tensa e repetindo a tensão e
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distensão dos respectivos músculos até sentir uma profunda descontracção e uma
grande paz.
8. Assim que achar oportuno (depois de, pelo menos, cinco minutos de
imobilidade com respiração normal), espreguice-se bem da cabeça até aos dedos
dos pés e levante-se muito devagar.
Uma aura saudável é como um filtro que deixa passar apenas aquilo que é
benéfico: é isso que ela deve fazer numa pessoa equilibrada. No entanto, neste
mundo de tanta tensão e de tanto esforço em que vivemos a nossa aura pode
perder vigor e deixar
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que passem as influências desarmónicas. Assim surgem as tensões fisicas e
mentais que podem depois redundar em doenças.
Com a prática, esta visualização (ou percepção) do seu espaço aural passará a
ser, para si, um processo automá tico que poderá realizar-se a todo o tempo,
sempre que dele sinta necessidade - quando, por exemplo, estiver perto de uma
pessoa constipada ou com gripe, quando sentir uma espécie qualquer de receio,
quando as outras pessoas se entregarem em demasia a emoções negativas, quando
se encontrar num ambiente muito ruidoso. Será a sua primeira ocupação ao
levantar e a última antes de dormir e ser-lhe-á igualmente indispensável depois
da meditação ou depois de aplicar uma massagem aromaterápica intuitiva.
Além de pensar na aura, há uma outra forma de autoprotecção muito boa para quem
aplica massagens aromaterápicas, pois não entrava a sensibilidade, que tanta
importância tem no processo: é ser mais um canal que umafonte de energias
curativas. Ao dar início à massagem, feche os olhos e visualize (ou sinta) uma
fonte de energia que se encontra sobre a sua cabeça: uma bola de luz branca,
talvez o Sol. Inspire o ar e imagine-se a sorver energia dessa fonte de luz -
uma energia que penetra em si pelo alto da cabeça e que, ao expirar, lhe sai
pelas mãos e pelos pés. Veja-se como um cálice aberto, como um canal de
energias cósmicas; assim reduzirá o risco de esgotar-se por ter gasto as suas
próprias reservas de energia.
O poder do pensamento é tudo. Na realidade, quem for capaz de fazer isto com
êxito e souber criar empatía com o paciente conseguirá que a experiência seja
enriquecedora para ambos.
Os remédios florais de Bach são preparados com flores silvestres não venenosas
- são de acção benigna, não provocam habituação e podem ser tomados por pessoas
de todas as idades. Além de ajudar-nos a transformar emoções negativas como a
ira, o medo e o ódio em sentimentos de optimismo e de alegria, podem também ser
usados para protecção psíquica - e, por vezes, com resultados imediatos. Neste
aspecto, é indispensável o «remédio de socorro» - composto com cinco flores
diferentes.
Este sistema de cura foi descoberto por Edward Bach, clínico geral,
bacteriologista e homeopata já falecido que trabalhou em
Londres durante vinte anos e que abandonou em 1930 essas actividades para
dedicar as suas energias ao mundo vegetal, capaz de restituir vitalidade aos
doentes e angustiados.
O Dr. Bach mostrava uma grande sensibilidade. Bastava-lhe estender a mão sobre
uma planta em flor para sentir em si próprio as suas propriedades curativas.
Assim, descobriu 38 flores capazes de cobrir toda a gama de estados de espírito
negativos.
O método mais vulgar de tomar os remédios de Bach consiste em deitar umas gotas
de remédio num copo de á gua mineral e bebê-la depois aos poucos, a intervalos
regulares. Os remédios florais de Bach podem ser adquiridos em muitas casas de
alimentos naturais.
2. Feche os olhos. Esvazie os pulmões e respire fundo pelo nariz. Não faça
força, limite-se a ter consciência do fluir da respiração.
6. Ouça o arrulhar da pomba e o bater das suas asas. Estenda a mão para tocar
nas sedosas e rijas penas do seu dorso, na fina penugem do seu peito. A
presença desta ave não lhe faz sentir a sua beleza?
7. Procure unificar-se com a pomba... tente ser a pomba. Abra as asas e levante
voo, suba acima do seu sítio, sinta a alegria de mover-se nos ares... as asas
da ave simbolizam a capacidade de o espírito se elevar acima do que é mundano.
Desça, suba, deslize no céu azul e deixe-se depois transportar pelas correntes
do ar. Experimente a paz, a liberdade do voo...
8. Quando se sentir capaz, desça para a Terra, poise nas verdejantes margens de
um ribeiro e beba da água cristalina que vai correndo.
11. Abra os olhos. Sacuda as pernas e os braços, bata com os pés no chão (a fim
de voltar à terra firme) e espreguice-se bem. Sentir-se-á calmo e em paz com o
mundo.
Talvez lhe agrade meditar sobre algum dos seguintes assuntos: um leão, o arco-
íris, o Sol, a Lua, a Terra, uma árvore, um peixe, uma flor (à sua escolha).
Siga o mesmo esquema que sugeri para o caso da pomba. Execute os exercícios de
respiração e de consciência e descontracção do corpo (pontos 1 a 4) e concentre
depois a sua atenção no assunto escolhido. Em primeiro lugar, a consideração
intelectual: veja o assunto com clareza de espírito. Note as diferenças entre
si e o assunto. Em seguida, a consideração emocional: escute o arrulhar da
pomba, por exemplo, ou sinta o perfume da rosa, ou mergulhe no calor do Sol.
Por fim, a consideração espiritual: realiza-se nesta fase a sua identificação
com o assunto escolhido. Já não pensa nele porque agora é ele. A concluir, a
separação e a descontracção: sacuda de si a forma do assunto. Veja-o novamente
como separado de si e volte depois a consciência para o seu corpo (pontos 9 a
11).
Em conclusão
Num sentido mais amplo, as pessoas que mostram uma atitude calma, positiva e
compassiva perante a vida estão muito mais bem preparadas para resolver os
inúmeros problemas ecológicos, sociais e políticos que afligem o mundo moderno.
Há uma ou duas essências que nunca devem ser usadas na terapia. Por exemplo: o
sassafrás (se for possível encontrá-lo), que pode provocar o cancro. Antes de
usar um óleo essencial, deve consultar-se a lista que segue.
A evitar pelo leigo: poejo, tuia, salva (a salva brava, a não confundir com a
salva mansa, totalmente inócua), gaultéria (ou pirola), tomilho.
A não aplicar na pele (estes óleos são apenas bons para perfumar salas): casca
de canela, folhas de caneleira, cravo da India.
Pode-se ser alérgico a quase tudo - até ao óleo de amêndoa doce, que tão
inofensivo parece. Algumas pessoas são sensíveis aos óleos de hortelã-pimenta,
de manjerico, de bergamota, de ylang-flang, de grama-de-cheiro, de verbena ou
de gengibre quando em concentrações superiores a 1,5 a 2% e mais especialmente
quando aplicados à sensível pele do rosto.
Eis um guia que explica alguns termos especializados que o leitor poderá
encontrar na literatura sobre aromaterapia ou nas listas dos fornecedores de
óleos essenciais:
Aromark Grade Oil: óleo de pureza verificada e autenticada pela «Essential Oil
Trade Association» (EOTA). É um óleo essencial puro, obtido de uma espécie
botânica de nome bem definido e de uma determinada região, usualmente produzido
a partir de plantas cultivadas sem utilização de fertilizantes químicos nem
pulverização de substâncias venenosas. O rótulo deve indicar estas
características.
óleo aromático: Se bem que tenha usado esta expressão ao descrever a natureza
dos óleos essenciais, recomendo muito cuidado com os frascos assim rotulados: o
seu conteúdo pode ser sintético, pode ser uma mistura de óleos essenciais com
óleos veiculares ou pode, ainda, ter sido obtido por infusão (v. adiante).
Bek, L. e Pullar, P., The Seven LeveIs of Healing, ed. Rider, 1986.
Capra, F., The Tao of Physics, ed. Flamingo, 1985. [Ed. port., O Tao da
Física, Presença, 1989.1
Chancellor, P.M., Handbook of the Bach Flower Remedies, ed. CM. Daniel, 1971.
Coleman, Dr. V., Body Power, ed. Thames and Hudson, 1983.
Dodd, G. e Van Toller, S., Perfumery, ed. Chaprnan and Hall, 1988.
Downing, G., The Massage Book, ed. Penguin Books, 1972.
Griggs, B., Green Pharmacy, ed. JilI Norman and Hobhouse, 1982.
Hoffmann, D., The New Holistic Herbal, ed. Element Books, 1989.
Tansley, D., The Rainment of Light, ed. Routledge and Keegan Paul, 1985.
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