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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Direito Administrativo

Professor Marcus Vinicius Corrêa Bittencourt www.marcusbittencourt.com.br

1.Ato administrativo. 1.1 Conceito: ato jurídico que decorre do exercício da função administrativa, sob um regime jurídico
de direito público.

2. Elementos ou Requisitos do ato administrativo. 2.1 Sujeito Competente. Não basta que o sujeito tenha capacidade, é
necessário que tenha competência. Competência decorre sempre de lei. 2.2 Finalidade: é o resultado que a Administração
quer alcançar com a prática do ato. É o legislador que define a finalidade que o ato deve alcançar, não havendo liberdade de
decisão para o administrador público. 2.3 Forma. Concepção restrita – forma como a exteriorização do ato. Ex. forma escrita
ou verbal, de decreto, de portaria, de resolução. Concepção ampla – exteriorização do ato e todas as formalidades que
devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração e requisitos de publicidade do ato. A
motivação integra o conceito de forma, pois é a exposição dos fatos e do direito que serviram de fundamento para a prática
do ato 2.4 Motivo: razões de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. Motivo diferente de motivação:
Motivação é a exposição dos motivos, demonstração por escrito de que os pressupostos de fato realmente existiram. Teoria
dos motivos determinantes: a validade do ato fica atrelada aos motivos indicados como seu fundamento, de tal forma que,
se inexistentes ou falsos, implicam em sua nulidade. Quando a Administração apresenta os motivos do ato, mesmo que a lei
não exija a motivação, ele só será válido se os motivos forem verdadeiros. 2.5 Objeto ou conteúdo: é o efeito jurídico
imediato que o ato produz – lícito, possível, moral e determinado.

3.Atributos do ato administrativo consistem nas características que demonstram a submissão a um regime jurídico de
direito público. 3.1 Presunção de legitimidade (conformidade do ato com o ordenamento) e veracidade (presumem-se
verdadeiros os fatos alegados pela Administração). 3.2. Imperatividade: os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância. 3.3 Auto-executoriedade: ato administrativo pode ser executado pela própria
Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

4.Discricionariedade e vinculação. O ato é vinculado, quando a lei estabelece que, perante certas condições, a
Administração deve agir de tal forma, sem liberdade de escolha. O ato é discricionário, quando a lei deixa certa margem de
liberdade de decisão diante do caso concreto, de modo que a autoridade poderá escolher, segundo critérios de conveniência
e oportunidade, qual o melhor caminho para o interesse público. Discricionariedade nunca é total, alguns aspectos são
sempre vinculados à lei (sujeito, finalidade, forma). 4.1 Legalidade e Mérito. Como certos elementos do ato sempre são
vinculados, não existe ato administrativo totalmente discricionário. No ato vinculado, todos os elementos vêm estabelecidos
previamente em lei. No ato discricionário, alguns elementos vêm exatamente determinados em lei, contudo outros são
deixados à decisão da Administração, com maior ou menor liberdade de apreciação da oportunidade e conveniência. Ato
vinculado só é analisado sob o aspecto da legalidade – conformidade do ato com a lei. Ato discricionário deve ser analisado
sob aspecto da legalidade e do mérito (oportunidade e conveniência diante do interesse público a atingir). Mérito é o juízo de
conveniência e oportunidade que só existe nos atos discricionários.

Teoria de Invalidação do Ato Administrativo


1.Anulação, revogação e convalidação. 1.1 Anulação é a extinção do ato administrativo por motivo de ilegalidade, feita
pela Administração Pública ou pelo Poder Judiciário, produzindo uma eficácia retroativa (efeitos “ex tunc”). 1.2 Revogação é
a extinção do ato administrativo discricionário, por questão de mérito, feita pela Administração Pública, preservando os
efeitos produzidos no passado (efeitos “ex nunc”). 1.3 Convalidação: ato produzido pela Administração Pública, para suprir
vícios sanáveis em um ato ilegal, com efeitos retroativos ao momento de sua expedição, em decisão na qual se evidencie
não acarretar lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
Referências: BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. 2ª edição, Belo Horizonte: Editora
Fórum, 2007.

“O que você faz fala tão alto que eu não consigo escutar o que você diz.”
Ralph Waldo Emerson

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NÚCLEO PREPARATÓRIO EXAME DA ORDEM

Questões

1. (1º EOAB/2007/UNB ) Acerca dos atos administrativos, assinale a opção correta.


A. A demolição de uma casa pela administração é considerada ato administrativo discricionário,
segundo doutrina dominante.
B. Um parecer opinativo acerca de determinado assunto emitido pela consultoria jurídica de órgão
da administração pública não é considerado, por parte da melhor doutrina, ato administrativo,
mas sim ato da administração.
C. O lançamento tributário de determinado tributo pela administração tributária é ato administrativo
vinculado, mas não é dotado de presunção de legitimidade e veracidade, já que o fiscal deve
demonstrar, na ação executiva fiscal, a veracidade e a legitimidade de seu ato, sob pena de
nulidade.
D. Considere que um servidor público municipal, ocupante do cargo efetivo de motorista, tenha
colidido a viatura oficial em um poste, e que, responsabilizado pelo acidente, tenha sido
comunicado dos danos causados e do valor a ser pago. Nessa situação, diante da força auto-
executória dos atos administrativos, o município não precisa ingressar com ação de reparação
de danos.

2. (1º EOAB/2007/UNB ) Em relação ao controle da administração pública, assinale a opção


correta.
A. Um ato administrativo que viole a lei deve ser revogado pela própria administração,
independentemente de provocação.
B. A anulação do ato administrativo importa em análise dos critérios de conveniência e
oportunidade.
C. Um ato nulo pode, eventualmente, deixar de ser anulado em atenção ao princípio da segurança
jurídica.
D. A administração tem o prazo prescricional de 5 anos para anular os seus próprios atos, quando
eivados de ilegalidade.

3. (3º EOAB/2007/UNB) Considerando que há evidentes elementos de identidade entre ato


jurídico e ato administrativo, e que este é espécie do gênero ato jurídico, assinale a opção
correta.
A Existem atos praticados pelos administradores públicos que não se enquadram como atos
administrativos típicos, como é o caso dos contratos disciplinados pelo direito privado.
B Atos administrativos, atos da administração e atos de gestão administrativa são expressões
sinônimas.
C O exercício de cargo público em caráter efetivo é conditio sine quae non para prática do ato
administrativo.
D Mesmo nos casos em que o administrador público contrata com o particular em igualdade de
condições, está caracterizado o ato administrativo, pois a administração pública está sendo
representada por seu agente.
QUESTÃO 81

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