Você está na página 1de 3

Desenvolvimento Cognitivo

Neste texto explanaremos sobre o desenvolvimento cognitivo conforme Piaget,


utilizando os textos de Rappaport e Helen Bee.

Conceitos Piagetianos

Hereditariedade: o indivíduo tem heranças genéticas, porém, segundo Piaget, não


herdamos inteligência. O organismo precisa amadurecer, se adaptando ao ambiente.

Adaptação: para Piaget a gênese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, no


sujeito epistêmico. O ambiente físico-social faz com que o sujeito tenha que se adaptar às
novas condições e isto implica em dois processos: assimilação e acomodação.

Assimilação: consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma situação a partir de


uma estrutura cognitiva que ele possui naquele momento da vida.
Este processo é contínuo, pois o sujeito está em constante interpretação da realidade.
Durante as experiências o sujeito retira os conhecimentos que lhe interessa e deixa outros,
visando a equilibração do organismo.

Acomodação: é a modificação da estrutura mental antiga para dar conta de dominar


um objeto de conhecimento. É o momento da ação. Toda experiência é assimilada a uma
estrutura de ideias já existentes (esquemas), podendo transformar esses esquemas gerando um
processo de acomodação.

Equilíbrio ou equilibração: mecanismo de estruturação cognitiva em um sistema


coerente que visa levar o indivíduo à construção de uma forma à adaptação da realidade.

Esquemas: estruturas mentais biológicas inatas.

Período sensório-motor: as funções mentais limitam-se aos exercícios dos aparelhos


reflexos inatos. O universo ao redor da criança é conquistado mediante a percepção dos
movimentos (por exemplo, sucção). Com o tempo a criança vai desenvolvendo os
movimentos reflexos e adquirindo habilidades e no fim desse período já consegue ver os
objetos, o tempo, o espaço, causalidades, entre as quais situa a si mesma como um objeto
especifico. Esta formando a noção do EU e não distingue o EU do resto. A criança é centrada
em seu EU (egocentrismo).
Período pré-operacional: a marca do estagio anterior para esse é o aparecimento da
função simbólica, isto é, a linguagem. Para Piaget a inteligência é anterior a linguagem. O
desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência. O egocentrismo
ainda existe, pois a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte devido a
ausência dos esquemas conceituais e da lógica.
Nessa fase a criança começa formar esquemas simbólicos, por exemplo, quando ela
brinca de carrinho com a caixa de fósforos. A criança no comportamento atua de forma lógica
e coerente, porém o entendimento da realidade será distorcido (por exemplo, a criança pensa
que os brinquedos sentem frio, dor), devido ao egocentrismo.
Na pré-escola, tem interesse por crianças da mesma idade, brincam juntas, mas não
interagem, isto é, brincam sozinhas; quando uma criança chora, todas choram, quando uma ri,
todas riem, pois não há diferenciação do EU. A criança tem a linguagem socializada com a
linguagem egocêntrica.

Segundo Helen Bee (1977), a teoria de Piaget sobre a psicologia do desenvolvimento


tem sido modificada e elaborada com outras teorias, na qual grande parte dos psicólogos
concorda com a mesma:

Vejamos os pressupostos básicos desta corrente:

1. Ao nascer toda criança possui habilidades básicas para interagir com o ambiente;
2. Ainda, de acordo com Bee, essas habilidades são importantes para o desenvolvimento
do pensamento da criança;
3. Com o passar dos meses e anos, essa habilidades básicas da criança vão se tornando
intencionais, com intuito de descobrir e explorar o meio e as coisas;
4. De acordo Helen Bee (1977) “esta redescoberta parece ocorrer em uma sequência
fixa”. As redescobertas ocorrem de maneira lenta, de acordo com a idade particular de
cada um;
5. Essa sequência depende do ambiente em que a criança se encontra. Se o ambiente é
um lugar agitado, a criança tende a desenvolver essa sequência mais rápido. O mesmo ocorre
quando o ambiente em que a criança está não lhe oferece estímulo, e seu desenvolvimento
passa a ser mais lento.
Conforme Bee (1977, p.142)

A ênfase na teoria de Piaget e na maioria das outras correntes teóricas sobre


o desenvolvimento cognitivo (de Bruner, Vygotsky, Werner, Kagan e
outros), é sobre a progressão gradual numa sequência fixa de habilidades e
descobertas. A sequência é baseada amplamente no modo como Piaget a vê.

Período das operações concretas: neste período a criança perde o egocentrismo e


consegue se colocar no lugar do outro. Interioriza as ações, ou seja, realiza operações
mentalmente e não através de ações físicas. Inicio dos esquemas conceituais (ações abstratas).

Operações formais: nesta fase o adolescente já raciocina sobre hipóteses na medida


em que é capaz de fazer esquemas conceituais. É capaz de abstrair dentro da lógica formal.
Consegue criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta, discutir valores
morais, éticos e adquire autonomia. O sujeito na adolescência adquire sua forma final de
equilíbrio.

Você também pode gostar