Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROJETO 02:136.01-001/1
SETEMBRO :2007
Sumário
Prefácio
1 Escopo
2 Referências Normativas
3 Termos e definições
4 Exigências do usuário
5 Incumbências dos intervenientes
6 Avaliação do desempenho
6.1 Generalidades
6.2 Avaliação do desempenho
7 Desempenho estrutural
8 Segurança contra incêndio
9 Segurança no uso e na operação
10 Estanqueidade
11 Desempenho térmico
12 Desempenho acústico
13 Desempenho lumínico
14 Durabilidade e manutenabilidade
15 Saúde, higiene e qualidade do ar
15.1 Generalidades
16 Funcionalidade e acessibilidade
17 Conforto tátil e antropodinâmico
18 Adequação ambiental
ANEXO A (normativo) Avaliação do desempenho térmico de edificações por meio de
simulação computacional e por medição – Procedimentos
A.1 Introdução
A.2 Edificações em fase de projeto
A.3 Avaliação de edifício existente
A.4 Avaliação do desempenho térmico de edificações por meio de medição
ANEXO B (normativo) Procedimento de avaliação do desempenho lumínico
B.1 Generalidades
B.2 Método de cálculo
B.3 Medição in loco
ANEXO C (informativo) Considerações sobre durabilidade e vida útil
C.1 Conceituação
C.2 Determinação da vida útil
ANEXO D (informativo) Diretrizes para o estabelecimento de prazos de garantia
D.1 Introdução
D.2 Diretrizes
D.3 Instruções
NÃO TEM VALOR NORMATIVO
ABNT/CB-02
PROJETO 02:136.01-001/1
SETEMBRO :2007
Prefácio
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização
Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por
Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores,
consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta
Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.
Esta Norma, sob o título geral de Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos – Desempenho, é constituída
pelas seguintes partes:
Parte 1: Requisitos gerais
Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais
Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos internos
Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas
Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas
Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários
O Anexo B tem caráter Normativo e os Anexos A, C, D, E, F e G são informativos.
Introdução
Normas de desempenho são estabelecidas buscando atender exigências dos usuários, que, no caso desta
Norma, referem-se a sistemas que compõem edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, independentemente
dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado.
O foco desta Norma está nas exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas, quanto ao seu
comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são construídos.
A forma de estabelecimento do desempenho é comum e internacionalmente pensada por meio da definição de
requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos ou premissas) e métodos de avaliação, os quais sempre permitem
a mensuração clara do seu cumprimento.
As Normas, assim elaboradas, visam de um lado incentivar e balizar o desenvolvimento tecnológico e, de outro,
orientar a avaliação da eficiência técnica e econômica das inovações tecnológicas.
Normas de desempenho traduzem as exigências dos usuários em requisitos e critérios, e não substituem as
Normas prescritivas, todavia são complementares a estas últimas.
Por sua vez, as Normas prescritivas estabelecem requisitos com base no uso consagrado de produtos ou
procedimentos, buscando o atendimento às exigências dos usuários de forma indireta.
A abordagem desta Norma explora conceitos que muitas vezes não são considerados em Normas prescritivas
específicas como, por exemplo, a durabilidade dos sistemas, a manutenabilidade da edificação, o conforto tátil e
antropodinâmico dos usuários.
A interrelação entre Normas de desempenho e Normas prescritivas deve possibilitar o atendimento às exigências
do usuário, com soluções tecnicamente adequadas. Portanto esta Norma de desempenho e as Normas precritivas
são simultaneamente utilizadas.
Todas as disposições contidas nesta Norma, são aplicáveis aos sistemas que compõem edifícios habitacionais de
até cinco pavimentos, projetados, construídos, operados e submetidos a intervenções de manutenção que
atendam às instruções específicas do respectivo manual de operação, uso e manutenção.
Requisitos e critérios particularmente aplicáveis a determinado sistema são tratados separadamente em cada
Parte desta Norma.
A Parte 1 se refere às exigências dos usuários e aos requisitos gerais comuns aos diferentes sistemas,
estabelecendo as diversas interações e interferências entre estes.
1 Escopo
1.1 Esta Norma estabelece os requisitos e critérios de desempenho que se aplicam ao edifício habitacional de
até cinco pavimentos, como um todo integrado, e que podem ser avaliados de forma isolada para um ou mais
sistemas específicos.
1.2 Esta Norma não se aplica a obras em andamento ou a edificações concluídas até a data da entrada em
vigor desta Norma, nem a projetos protocolados nos órgãos competentes até seis meses após a data da entrada
em vigor desta Norma. Também não se aplica a obras de reformas, nem de “retrofit”.
1.3 Esta Norma pode ser utilizada como um procedimento de avaliação do desempenho de sistemas
construtivos.
1.4 Os requisitos estabelecidos nesta Parte 1 da Norma (Seções 7 a 17) são complementados pelos requisitos
estabelecidos nas Partes 2 a 6.
NOTA Os requisitos e critérios estabelecidos nesta Norma podem ser aplicados a edifícios habitacionais ou sistemas com
mais de cinco pavimentos, excetuados aqueles que dependem diretamente da altura do edifício habitacional.
1.5 Os sistemas elétricos das edificações habitacionais fazem parte de um conjunto mais amplo de Normas com
base na ABNT NBR 5410 e, portanto, os requisitos de desempenho para esses sistemas não estão estabelecidos
nesta Norma.
2 Referências Normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências datadas,
aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do
referido documento (incluindo emendas).
ISO 7726 Ergonomics of the thermal environment -- Instruments for measuring physical quantities
ISO 15686-1 Buildings and constructed assets -- Service life planning -- Part 1: General principles
ISO 15686-2 Buildings and constructed assets -- Service life planning -- Part 2: Service life prediction procedures
ISO 15686-3 Buildings and constructed assets -- Service life planning -- Part 3: Performance audits and reviews
ISO 15686-5 Buildings and constructed assets – Service life planning – Part 5: Life cycle costing
ISO 15686-6 Buildings and constructed assets -- Service life planning -- Part 6: Procedures for considering
environmental impacts (available in English only)
ISO 15686-7 Buildings and constructed assets -- Service life planning -- Part 7: Performance evaluation for
feedback of service life data from practice
JIS A 1423, Simplified test method for emissivity by infrared radio meter
ANSI/ASHRAE 74 Method of Measuring Solar-Optical Properties of Materials
ASTM C177 Standard Test Method for Steady-State Heat Flux Measurements and Thermal Transmission
Properties by Means of the Guarded-Hot-Plate Apparatus
ASTM C351-92b Standard Test Method for Mean Specific Heat of Thermal Insulation
ASTM C518 Standard Test Method for Steady-State Thermal Transmission Properties by Means of the Heat Flow
Meter Apparatus
ASTM C1363 Standard Test Method for Thermal Performance of Building Materials and Envelope Assemblies by
Means of a Hot Box Apparatus
ASTM E424-71 Standard Test Methods for Solar Energy Transmittance and Reflectance (Terrestrial) of Sheet
Materials
ASTM G154-06 Standard Practice for Operating Fluorescent Light Apparatus for UV Exposure of Nonmetallic
Materials
ASTM D1413-07 Standard Test Method for Wood Preservatives by Laboratory Soil-Block Cultures
BS 7453 Guide to durability of buildings and building elements, products and components
Eurocode 2: Design of concrete structures
Eurocode 3: Design of steel structures
Eurocode 4: Design of composite steel and concrete structures
Eurocode 5: Design of timber structures
Eurocode 6: Design of mansory structures
Eurocode 9: Design of aluminium structures
3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento aplicam-se os termos e definições seguintes:
3.1
agente de degradação
Tudo aquilo que agindo sobre um sistema contribui para reduzir seu desempenho
3.2
componente
Unidade integrante de determinado elemento do edifício, com forma definida e destinada a cumprir funções
específicas (exemplos: bloco de alvenaria, telha, folha de porta)
3.3
condições de exposição; ações
Conjunto de ações atuantes sobre a edificação habitacional, incluindo cargas gravitacionais, ações externas e
ações resultantes da ocupação
3.4
construtor
Pessoa física ou jurídica, legalmente habilitada, contratada para executar o empreendimento, de acordo com o
projeto e em condições mutuamente estabelecidas
3.5
critérios de desempenho
Especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a
fim de que possam ser objetivamente determinados
3.6
custo global
Custo total de um edifício ou de seus sistemas, determinado considerando-se, além do custo inicial, os custos de
operação e manutenção ao longo da sua vida útil
3.7
desempenho
Comportamento em uso de um edifício e de seus sistemas
3.8
degradação
Redução do desempenho devido à atuação de um ou de vários agentes de degradação
3.9
durabilidade
Capacidade do edifício ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições
de uso e manutenção especificadas, até um estado limite de utilização
3.10
elemento
Parte de um sistema com funções específicas. Geralmente é composto por um conjunto de componentes
(exemplo: parede de vedação de alvenaria, painel de vedação pré-fabricado, estrutura de cobertura)
3.11
especificações de desempenho
Conjunto de requisitos e critérios de desempenho estabelecido para o edifício ou seus sistemas. As especificações
de desempenho são uma expressão das funções exigidas do edifício ou de seus sistemas e que correspondem a
um uso claramente definido; no caso desta Norma referem-se ao uso habitacional de edifícios de até cinco
pavimentos
3.12
exigências do usuário
Conjunto de necessidades do usuário do edifício habitacional a serem satisfeitas por este (e seus sistemas) de
modo a cumprir com suas funções
3.13
estado da arte
Estágio de desenvolvimento de uma capacitação técnica em um determinado momento, em relação a produtos,
processos e serviços, baseado em descobertas científicas, tecnológicas e experiências consolidadas e pertinentes
3.14
fornecedor
Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
1)
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
3.15
incorporador
Pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a
venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em
edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceita propostas
para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se,
conforme o caso, pela entrega, em certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluídas
3.16
inovação tecnológica
Aperfeiçoamento tecnológico, resultado de atividades de pesquisa, aplicado ao processo de produção do edifício
objetivando a melhoria de desempenho, qualidade e custo do edifício ou de um sistema
3.17
inspeção predial de uso e manutenção:
Verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção preventiva e corretiva da
edificação
3.18
manual de operação, uso e manutenção
Documento que reúne apropriadamente todas as informações necessárias para orientar as atividades de
operação, uso e manutenção da edificação
NOTA Também conhecido como manual do proprietário, quando aplicado para as unidades autônomas, e manual das
áreas comuns ou manual do síndico, quando aplicado para as áreas de uso comum.
3.19
manutenção
Conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de
seus sistemas constituintes de atender as necessidades e segurança dos seus usuários
3.20
manutenabilidade
Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente em ser mantido ou recolocado no estado no qual
pode executar suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a manutenção é executada
sobre condições determinadas, procedimentos e meios prescritos
3.21
Norma de desempenho
Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um edifício habitacional e seus sistemas, com base em
exigências do usuário, independentemente da sua forma ou dos materiais constituintes
1)
Código de Defesa do Consumidor, Lei 8078 de 11/9/90.
3.22
Norma prescritiva
Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um produto ou um procedimento específico, com base na
consagração do uso ao longo do tempo
3.23
pé-direito
Distância entre piso de um andar e o teto desse mesmo andar. Caso o teto ou o piso apresente diferentes níveis,
considera-se a menor das distâncias
3.24
prazo de garantia
Período de tempo em que é elevada a probabilidade de que eventuais vícios ou defeitos em um sistema, em
estado de novo, venham a se manifestar, decorrentes de anomalias que repercutam em desempenho inferior
àquele previsto
3.25
requisitos de desempenho
Condições que expressam qualitativamente os atributos que o edifício habitacional e seus sistemas devem
possuir, a fim de que possam satisfazer às exigências do usuário
3.26
retrofit
Remodelação ou atualização do edifício ou de sistemas, através da incorporação de novas tecnologias e
conceitos, Normalmente visando valorização do imóvel, mudança de uso, aumento da vida útil e eficiência
operacional e energética
3.27
sistema
A maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e componentes destinados a cumprir com uma macro
função que a define (exemplo: fundação, estrutura, vedações verticais, instalações hidrossanitárias, cobertura)
3.28
usuário
Pessoa que ocupa o edifício habitacional
3.29
vida útil (VU)
Período de tempo durante o qual o edifício, ou seus sistemas mantém o desempenho esperado, quando
submetidos apenas às atividades de manutenção pré-definidas em projeto
3.30
vida útil de projeto (VUP)
Período estimado de tempo, em que um sistema é projetado para atender aos requisitos de desempenho
estabelecido nesta Norma, desde que cumprido o programa de manutenção previsto no manual de operação, uso
e manutenção (3.19). Vida útil requerida para o edifício ou para seus sistemas, pré-estabelecida na etapa de
projeto
3.31
vida útil requerida (VUR)
Vida útil definida para atender às exigências do usuário (a ser estabelecida em projeto ou em especificações de
desempenho)
4 Exigências do usuário
4.1 Generalidades
Para os efeitos desta Norma, apresenta-se uma lista geral de exigências dos usuários, descrita de 4.2 a 4.4 e
utilizada como referência para o estabelecimento dos requisitos e critérios. Em sendo atendidos os requisitos e
critérios estabelecidos nesta Norma, considera-se para todos os efeitos que estejam satisfeitas as exigências do
usuário
4.2 Segurança
As exigências do usuário relativas à segurança são expressas pelos seguintes fatores:
segurança estrutural
4.3 Habitabilidade
As exigências do usuário relativas à habitabilidade são expressas pelos seguintes fatores:
estanqueidade
conforto térmico
conforto acústico
conforto lumínico
funcionalidade e acessibilidade
4.4 Sustentabilidade
As exigências do usuário relativas à sustentabilidade são expressas pelos seguintes fatores:
durabilidade
manutenibilidade
impacto ambiental.
5.3.1 Salvo convenção escrita, é da incumbência do incorporador, de seus prepostos e/ou dos projetistas
envolvidos, dentro de suas respectivas competências, e não da empresa construtora, a identificação dos riscos
previsíveis na época do projeto, devendo o incorporador neste caso providenciar os estudos técnicos requeridos e
alimentar os diferentes projetistas com as informações necessárias. Como riscos previsíveis, exemplifica-se:
presença de aterro sanitário na área de implantação do empreendimento, contaminação do lençol freático,
presença de agentes agressivos nos solo e outros riscos ambientais.
5.3.2 Aos construtores e incorporadores cabem elaborar o Manual de operação uso e manutenção ou
documento similar, conforme 3.18, atendendo a ABNT NBR 14037, que deve ser entregue ao proprietário da
unidade quando da disponibilização da edificação para uso; cabendo também elaborar o Manual das áreas
comuns que deve ser entregue ao condomínio.
5.3.3 O Manual de uso e operação da edificação (3.18) deve estabelecer os prazos de garantia previstos pelo
construtor e pelo incorporador.
NOTA Recomenda-se que os prazos de garantia estabelecidos no Manual de operação uso e manutenção, ou em
documento similar, sejam iguais ou maiores que os apresentados no Anexo D.
5.4 Usuário
Ao usuário ou seu preposto cabe realizar a manutenção, de acordo com o que estabelece a ABNT NBR 5674 e o
Manual de operação, uso e manutenção, ou documento similar (ver 3.18).
6 Avaliação do desempenho
6.1 Generalidades
6.1.2 Para atingir esta finalidade, na avaliação do desempenho é realizada uma investigação sistemática
baseada em métodos consistentes, capazes de produzir uma interpretação objetiva sobre o comportamento
esperado do sistema nas condições de uso definidas. Em função disso, a avaliação do desempenho exige o
domínio de uma ampla base de conhecimentos científicos sobre cada aspecto funcional de uma edificação, sobre
materiais e técnicas de construção, bem como sobre as diferentes exigências dos usuários nas mais diversas
condições de uso.
6.1.3 Os requisitos de desempenho derivados de todas as exigências dos usuários podem resultar em uma lista
muito extensa; neste sentido é conveniente limitar o número de requisitos a serem considerados em um contexto
de uso definido. Dessa forma, esta Norma estabelece, nas Seções 7 a 17, os requisitos e critérios que devem ser
atendidos por edifícios habitacionais de até cinco pavimentos.
6.1.4 Para a avaliação de sistemas, devem ser cumpridos os requisitos e critérios estabelecidos nas Seções 7 a
14 desta Norma, os requisitos e critérios das Seções 11 a 14, situam-se em uma zona intermediária, podendo ou
não ser avaliados independentemente. Os demais requisitos e critérios, estabelecidos nas Seções 15 a 18, devem
ser verificados considerando-se edifício habitacional como um todo.
6.1.5 Os requisitos de desempenho previstos nesta Norma devem ser verificados aplicando-se os respectivos
métodos de avaliação explicitados nas suas diferentes Partes.
6.1.6 Todas as verificações devem ser realizadas com base nas condições do meio-físico na época do projeto e
da execução do empreendimento
6.1.7 Alguns dos requisitos e critérios estabelecidos para edifícios habitacionais de até cinco pavimentos podem
ser utilizados na verificação de outros edifícios habitacionais, com as devidas adequações em cada caso,
atendidas as Normas prescritivas e a legislação vigentes.
6.2.1 Generalidades
A avaliação do desempenho de edificações ou de sistemas, de acordo com esta Norma, deve ser realizada
considerando as premissas básicas estabelecidas nesta Seção.
NOTA Recomenda-se que a avaliação do desempenho seja realizada por instituições de ensino ou pesquisa, laboratórios
especializados, empresas de tecnologia, equipes multi-profissionais ou profissionais de reconhecida capacidade técnica.
6.3.1 Implantação
Para edifícios ou conjuntos habitacionais com local de implantação definido, os projetos de arquitetura, da
estrutura, das fundações, contenções e outras eventuais obras geotécnicas devem ser desenvolvidos com base
nas características do local da obra (topográficas, geológicas etc), avaliando-se convenientemente os riscos de
deslizamentos, enchentes, erosões, vibrações transmitidas por vias férreas ou outras fontes, vibrações
transmitidas por trabalhos de terraplenagem e compactação do solo, ocorrência de subsidência do solo, presença
de crateras em camadas profundas, presença de solos expansíveis ou colapsíveis, presença de camadas
profundas deformáveis e outros.
Devem ainda ser considerados riscos de explosões oriundas do confinamento de gases resultantes de aterros
sanitários, solos contaminados, proximidade de pedreiras e outros, tomando-se as providências necessárias para
que não ocorram prejuízos à segurança e à funcionalidade da obra.
6.3.2 Entorno
Os projetos devem ainda prever as interações entre construções próximas, considerando-se convenientemente as
eventuais sobreposições de bulbos de pressão, efeitos de grupo de estacas, rebaixamento do lençol freático e
desconfinamento do solo em função do corte do terreno.
Tais fenômenos também não devem prejudicar a segurança e a funcionalidade da obra, bem como de edificações
vizinhas.
O desempenho da edificação está intimamente associado a todos os projetos de implantação e ao desempenho
das fundações, devendo pois serem cumpridas as disposições das Normas técnicas aplicáveis, particularmente da
ABNT NBR 8044, ABNT NBR 5629, ABNT NBR 11682 e ABNT NBR 6122.
6.4.1 Os requisitos de desempenho devem ser verificados aplicando-se os respectivos métodos de ensaio
previstos nesta Norma.
6.4.2 Os métodos de avaliação estabelecidos nesta Norma consideram a realização de ensaios laboratoriais,
ensaios de tipo, ensaios em campo, inspeções em protótipos ou em campo, simulações e análise de projetos.
A realização de ensaios laboratoriais deve ser baseada nas Normas explicitamente referenciadas, em cada caso,
nesta Norma.
6.5 Amostragem
6.5.1 No caso de sistemas construtivos já utilizados em outras obras, pode-se considerar na avaliação a
realização de inspeções de campo, atendendo aos requisitos e critérios de desempenho estabelecidos nesta
Norma, desde que se comprove que o edifício habitacional ou o sistema seja igual ao da avaliação que se deseja
proceder e que a amostragem seja representativa.
6.5.2 Do ponto de vista da durabilidade, as avaliações de campo só devem ser aceitas se a construção ou
instalação tiver ocorrido há pelo menos dois anos.
6.5.3 Sob qualquer aspecto, deve-se tomar a máxima precaução para, com base nas análises de campo, não
se inferir ou extrapolar resultados para condições diversas de clima, implantação, agressividade do meio e
utilização.
6.5.4 Sempre que a avaliação estiver baseada na realização de ensaios de laboratório, a amostragem deve ser
aleatória.
6.6.1 Quando uma Norma Brasileira prescritiva contiver exigências suplementares à presente Norma, elas
devem ser integralmente cumpridas.
6.6.2 Na ausência de Normas Brasileiras prescritivas para sistemas, podem ser utilizadas Normas prescritivas
internacionais relativas ao tema.
6.7.1 O relatório resultante da avaliação de desempenho deve reunir informações que caracterizem o edifício
habitacional ou sistema analisado.
6.7.2 Quando houver a necessidade de realização de ensaios laboratoriais, o relatório de avaliação deve conter
a solicitação para realização desses ensaios, com explicitação dos resultados pretendidos e a metodologia a ser
seguida, de acordo com Normas referenciadas nesta Norma.
6.7.3 A amostra tomada para ensaio deve ser acompanhada de todas as informações que a caracterizem,
considerando sua participação no sistema.
6.7.4 A partir dos resultados obtidos deve ser elaborado um documento de avaliação do desempenho, baseado
nos requisitos e critérios avaliados de acordo com esta Norma.
7 Desempenho estrutural
7.1 Generalidades
De acordo com a ABNT ABNT NBR 8681, os estados limites de uma estrutura estabelecem as condições a partir
das quais a estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades da construção.
O Manual do proprietário, ou documento similar (ABNT NBR 14037, ver 3.13) deve conter as informações relativas
às sobrecargas limitantes no uso das edificações.
ABNT NBR 14762 para estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio
e) instabilidade dinâmica.
Em casos particulares pode ser necessário considerar outros estados limites últimos, conforme as Normas
Brasileiras específicas de projeto estrutural.
Devem ser previstas nos projetos considerações sobre as condições de agressividade do solo, do ar e da água na
época do projeto, prevendo-se as proteções aos sistemas estruturais e suas partes.
As exigências desta Norma relativamente à segurança contra incêndio são pautadas em:
a) baixa probabilidade de início de incêndio;
De forma a atender às exigências do usuário quanto à segurança (ver 4.1) devem ser cumpridos os requisitos
estabelecidos na legislação pertinente e na ABNT NBR 14432.
Dificultar a ocorrência de princípio de incêndio por meio de premissas adotadas no projeto e na construção do
edifício.
8.5.1 Critérios
a) queda de pessoas em altura: telhados, áticos, lajes de cobertura, e quaisquer partes elevadas da
construção;
d) queda de pessoas em função de irregularidades nos pisos, rampas e escadas, conforme a Parte 3 desta
Norma;
f) ferimentos ou contusões em função da operação das partes móveis de componentes como janelas,
portas, alçapões e outros;
10 Estanqueidade
10.1 Generalidades
A exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e àquela proveniente do uso do edifício habitacional,
inclusive quanto à condensação devem ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de
deterioração e acarreta a perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído.
d) ligação entre os diversos elementos da construção (como paredes e estrutura, telhado e paredes, corpo
principal e pisos ou calçadas laterais).
11 Desempenho térmico
11.1 Generalidades
A edificação habitacional deve reunir características que atendam as exigências de conforto térmico dos usuários,
considerando-se a região de implantação da obra e as respectivas características bioclimáticas definidas na ABNT
NBR 15220-3 e considerando-se que o desempenho térmico do edifício depende do comportamento interativo
entre fachada, cobertura e piso.
A presente Norma estabelece três procedimentos alternativos para avaliação da adequação de habitações a estas
oito diferentes zonas bioclimáticas:
A Tabela 1, a seguir, indica as Normas a serem adotadas para a determinação das propriedades térmicas de
materiais ou componentes a serem empregados na avaliação.
12 Desempenho acústico
12.1 Generalidades
De forma a gerar conforto acústico a seus ocupantes, o edifício habitacional deve apresentar adequado
isolamento acústico das vedações externas, no que se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da
habitação, e adequado isolamento acústico entre ambientes.
Os sistemas que compõem os edifícios habitacionais devem atender aos requisitos e critérios especificados nas
Partes 3 , 4, 5 e 6 desta Norma.
b) a redução do ruído entre o lado externo e o lado interno de ambientes de uso específico, inclusive
fachadas.
13 Desempenho lumínico
13.1 Generalidades
Durante o dia, as dependências da edificação habitacional listadas na Tabela 2 devem receber conveniente
iluminação natural seja ela oriunda diretamente do exterior ou indiretamente através de recintos adjacentes.
Para o período noturno, o sistema de iluminação artificial deve proporcionar condições internas satisfatórias para
ocupação dos recintos e circulação nos ambientes com conforto e segurança.
Análise de projeto, em face das premissas estabelecidas em 13.2.3, ou inspeção em protótipo, utilizando um dos
métodos estabelecidos no Anexo B, para iluminação natural.
g) domus de iluminação;
14 Durabilidade e manutenabilidade
14.1 Generalidades
A durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência econômica do usuário, pois está diretamente
associada ao custo global do bem imóvel. A durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de cumprir
as funções que lhe forem atribuídas, quer seja pela degradação que o conduz a um estado insatisfatório de
desempenho, quer seja por obsolescência funcional. O período de tempo compreendido entre o início de operação
ou uso de um produto e o momento em que o seu desempenho deixa de atender as exigências do usuário pré-
estabelecidas é denominado vida útil. No axexo C, de caráter informativo, faz-se uma análise mais abrangente dos
conceitos relacionados com a durabilidade e a vida útil, face a importância que representam para o desempenho
do edifício e seus sistemas.
No Anexo D, também de caráter informativo, devido a grande importância para a obtenção do desempenho
desejado ao longo da vida útil de projeto, de fatores no pós obra (implantação de programas de manutenção
corretiva e preventiva, cuidados de uso etc.) e considerando a definição técnica de prazo de garantia como o
período em que a probabilidade de surgirem defeitos é muito pequena (se a execução da obra foi boa e não foram
utilizados elementos e componentes com defeito de fabricação), são dadas instruções para o estabelecimento de
prazos mínimos de garantia por parte dos incorporadores e construtores. Dentro destes prazos de garantia
sugeridos, o desempenho mínimo deve ser assegurado pelos incorporadores e construtores, se forem
obedecidadas as diretrizes previstas nos Manuais de Uso e Operação.
O prazo de garantia da solidez e segurança das edificações é fixado por lei.
Estrutura ≥ 40
Pisos internos ≥ 13
Caso os requisitos de desempenho desta Norma tenham sido atendidos e não surjam patologias significativas nos
sistemas nela previstos depois de decorridos 50% dos prazos de vida útil de projeto (VUP) conforme Tabela 4,
contados a partir do auto de conclusão da obra, considera-se atendido o requisito de vida útil de projeto, salvo
prova objetiva em contrário.
b) pela comprovação da durabilidade dos elementos e componentes dos sistemas, bem como de sua correta
utilização, conforme as Normas a elas associadas que tratam da especificação dos elementos e
componentes, sua aplicação e métodos de ensaios específicos como: ABNT NBR 5649, ABNT NBR
6136, ABNT NBR 8491, ABNT NBR 9457, ABNT NBR 10834, ABNT NBR 11173, ABNT NBR 13281,
ABNT NBR 13438, ABNT NBR 13858-2, ABNT NBR 15210-1, ABNT NBR 15319, ABNT NBR 6565;
ABNT NBR 7398; ABNT NBR 7400; ABNT NBR 8094; ABNT NBR 8096 e outras Normas Brasileiras
específicas, conforme o caso;
d) por análise de campo do sistema através de inspeção em protótipos e edificações, que possibilite a
avaliação da durabilidade por conhecimento das características do sistema obedecendo ao tempo mínimo
de comprovação da durabilidade (ver Seção 6) e considerando a vida útil pretendida;
e) pela análise dos resultados obtidos em estações de testes de durabilidade do sistema, desde que seja
possível comprovar sua eficácia;
14.2.3 Premissas
As condições de exposição do edifício devem ser especificadas em projeto a fim de possibilitar uma análise da
VUP e da durabilidade do edifício e seus sistemas.
As especificações relativas à manutenção, uso e operação do edifício e seus sistemas que forem considerados em
projeto para definição da VUP devem estar também claramente detalhadas na documentação que acompanha o
edifício ou subsidia sua construção.
14.3 Manutenabilidade
14.3.1 Requisito – Manutenibilidade do edifício e de seus sistemas
Manter a capacidade do edifício e de seus sistemas e permitir ou favorecer as inspeções prediais bem como as
intervenções de manutenção prevista no manual de operação uso e manutenção, com os menores custos.
15.1 Generalidades
As exigências relativas à saúde são regidas por regulamentos técnicos estabelecidos pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária.
Esta Norma, além da observância ao que estabelece os regulamentos técnicos da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, recomenda que sejam cumpridos os requisitos de 15.2 e 15.3.
16 Funcionalidade e acessibilidade
16.1 Requisito – Dimensões mínimas e organização funcional dos espaços
Apresentar adequada organização dos cômodos e dimensões compatíveis com as necessidades humanas.
Tabela 7 (continuação)
Mobiliário
Dimensões Circulação
Ambiente Observações
Móvel ou Equipamento m m
l p
Camas de solteiro 0,80 1,90 Circulação mínima
Dormitório Criado-mudo 0,50 0,50 entre as camas de
Mínimo: 2 camas, 1 criado e 1 guarda-
para 2 0,60m
o roupa.
pessoas (2 Guarda-roupa 1,50 0,50 Demais circulações
dormitório) mínimo de 0,50m.
Mesa de estudo 0,80 0,60 - Espaço para o móvel opcional
Cama de solteiro 0,80 1,90
Circulação mínima
Dormitório Criado-mudo 0,50 0,50 entre o mobiliário
para 1 Mínimo: 1 cama, 1 guarda-roupa e
o e/ou paredes de
Pessoa (3 1criado.
0,50m
dormitório) Armário 1,20 0,50
Mesa de estudo 0,80 0,60 - Espaço para o móvel opcional
Lavatório 0,39 0,29 Circulação mínima
Lavatório com bancada 0,80 0,55 de 0,4 m frontal ao
lavatório, vaso e Largura mínima do banheiro:
Vaso sanitário (caixa acoplada) 0,60 0,70 1,10 m, exceto no box.
bidê .
Banheiro Vaso sanitário 0,60 0,60 Mínimo: 1 lavatório, 1 vaso e 1 box.
Box quadrado 0,80 0,80
Box retangular 0,70 0,90
Bidê 0,60 0,60 Peça opcional
Circulação mínima
Tanque 0,52 0,53 Mínimo: 1 tanque e 1 máquina, (tanque
Área de de 0,50 m frontal
de no mínimo 20 litros).
serviço ao tanque e
Máquina de lavar roupa 0,60 0,65
máquina de lavar.
NOTAS
1)
Esta Norma não estabelece dimensões mínimas de cômodos, deixando aos projetistas a competência de formatar os
ambientes da habitação segundo o mobiliário previsto, evitando conflitos com legislações estaduais ou municipais que versam
sobre dimensões mínimas dos ambientes.
2))
Em caso de adoção em projeto de móveis opcionais, as dimensões mínimas devem ser obedecidas.
O pé direito mínimo para banheiros deve ser 2,20m e para os demais ambientes da unidade habitacional deve ser
no mínimo 2,50m, observada a legislação vigente.
16.2 Requisito – Adequação para portadores de deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida
Prever adaptações necessárias às áreas privativas e de uso comum do edifício habitacional para portadores de
deficiência física ou pessoas com mobilidade reduzida.
O projeto deve prever para as áreas comuns, e quando previsto para as áreas privativas, as adaptações que
Normalmente referem-se a:
a) acessos e instalações;
18 Adequação ambiental
18.1 Generalidades
18.1.1 Técnicas de avaliação do impacto ambiental resultante das atividades da cadeia produtiva da construção
ainda são objeto de pesquisa e no atual estado da arte não é possível estabelecer critérios e métodos de
avaliação relacionados à expressão desse impacto.
18.1.2 De forma geral, os empreendimentos e sua infra-estrutura (arruamento, drenagem, rede de água, gás,
esgoto, telefonia, energia) devem ser projetados, construídos e mantidos de forma a minimizar as alterações no
ambiente.
18.1.3 A Parte 6 desta Norma estabelece requisitos relativos ao consumo de água e à deposição de esgotos
sanitários.
18.2 Projeto e implantação de empreendimentos
A implantação do empreendimento deve considerar os riscos de desconfinamento do solo, deslizamentos de
taludes, enchentes, erosões, assoreamento de vales ou cursos d’água, lançamentos de esgoto a céu aberto,
contaminação do solo ou da água por efluentes ou outras substâncias, além de outros riscos similares.
Independentemente dessas recomendações, devem ser obedecidas as exigências das Normas ABNT NBR 8044 e
ABNT NBR 11682, bem como da legislação vigente.
18.3.3 Recomenda-se recorrer ao uso de espécies alternativas de madeiras que não estejam enquadradas como
madeiras em extinção, sendo que as características destas espécies podem ser encontradas nas referências
bibliográficas do Anexo F.
18.3.4 Durante a construção, deve-se implementar um sistema de gestão de resíduos no canteiro da obras, de
forma a minimizar sua geração e possibilitar a segregação de maneira adequada para facilitar o reuso, a
reciclagem ou a disposição final em locais específicos.
18.3.5 Recomenda-se aos projetistas que avaliem junto aos fabricantes de materiais, componentes e
equipamentos os resultados de inventários de ciclo de vida de seus produtos, de forma a subsidiar a tomada de
decisão na avaliação do impacto que estes elementos provocam ao meio ambiente.
Anexo A
(normativo)
Avaliação do desempenho térmico de edificações por meio de simulação computacional
e por medição – Procedimentos
A.1 Introdução
A avaliação do desempenho térmico de edificações via simulação computacional, usando-se o software Energy-
Plus, deve ser feita seguindo os procedimentos apresentados em A.2 e A.3.
A avaliação do desempenho térmico por medição deve ser feita pelo procedimento dado em A.4.
A.2.1 A avaliação deve ser feita para um dia típico de projeto, de verão e de inverno. Utilizar os dados climáticos
da cidade onde será localizada a edificação, conforme apresentado nas Tabelas A.1, A.2 e A.3. Caso a cidade
não conste dessas Tabelas, utilizar os dados climáticos da cidade mais próxima, dentro da mesma zona
bioclimática conforme zoneamento apresentado na Figuras A.1, com altitude de mesma ordem de grandeza.
A.2.2 Para unidades habitacionais isoladas, seguir o procedimento estabelecido em A.2.4 e A.2.5.
A.2.3 Para conjuntos habitacionais ou edifícios multipiso, selecionar unidades habitacionais representativas
conforme estabelecido a seguir:
a) conjunto habitacional de edificações térreas: selecionar uma unidade habitacional com o maior número de
paredes expostas e seguir o procedimento estabelecido em A.2.4 e A.2.5;
b) edifício multipiso: selecionar uma unidade do último andar, com cobertura exposta e seguir o
procedimento estabelecido nas Seções A.2.4 a A.2.5.
A.2.4 Simular todos os recintos da unidade habitacional, considerando as trocas térmicas entre os seus
ambientes e avaliar os resultados dos recintos dormitórios e salas, considerando as condições apresentadas em
A.2.4.1 a A.2.4.5.
A.2.4.1 Na entrada de dados, considerar que os recintos adjacentes, de outras unidades habitacionais,
separados, portanto, por paredes de geminação ou entrepisos, apresentam a mesma condição térmica do
ambiente que está sendo simulado.
A.2.4.2 Orientações das unidades habitacionais: a unidade habitacional escolhida para a simulação deve ser tal
que haja pelo menos um dormitório ou sala com duas paredes expostas. As paredes expostas deste recinto
devem ter, preferencialmente, orientação tal que:
a) verão: janela do dormitório ou sala voltada para oeste e outra parede exposta voltada para norte;
b) inverno: janela do dormitório ou sala de estar voltada para sul e outra parede exposta voltada para leste;
c) obstrução por elementos externos: considerar que as paredes expostas e as janelas estão desobstruídas
(sem presença de edificações ou vegetação nas proximidades que modifiquem a incidência de sol e/ou
vento).
A.2.4.3 Adotar uma taxa de ventilação do ambiente de 1 ren/h e considerar a janela não sombreada, exceto se
a edificação apresentar dispositivo de sombreamento externo que deve ser considerado na simulação.
A.2.4.4 A absortância à radiação solar das superfícies expostas deve ser definida conforme a cor e as
características das superfícies externas da cobertura e das paredes expostas, conforme orientações a seguir:
a) cobertura: valor especificado no projeto, correspondente, portanto, ao material declarado para o telhado
ou outro elemento utilizado que constitua a superfície exposta da cobertura;
b) parede: assumir o valor da absortância à radiação solar correspondente à cor definida no projeto. Caso a
cor não esteja definida, simular para três alternativas de cor:
A.2.4.5 Utilizar as propriedades térmicas dos materiais, obtidas pelos métodos especificados na Tabela 1
A.2.5 O edifício que não atender aos critérios estabelecidos para o verão deve apresentar obrigatoriamente
modificações no projeto para aumentar o sombreamento das janelas e/ou a taxa de ventilação dos ambientes e
pode ser então avaliado considerando-se estas novas condições, limitadas a: ventilação do ambiente de, no
máximo, 5 ren/h e janela sombreada com dispositivo capaz de cortar, no máximo, 50% da radiação total que
entraria pela janela.
A.3.1 A avaliação deve ser feita para um dia típico de projeto, de verão e de inverno. Utilizar os dados climáticos
da cidade onde está localizada a edificação, conforme apresentado nas Tabelas A.1, A.2 e A.3. Caso a cidade não
conste dessas Tabelas, utilizar os dados climáticos da cidade mais próxima, dentro da mesma região climática,
com altitude de mesma ordem de grandeza.
A.3.2 Para unidades habitacionais isoladas, seguir o procedimento estabelecido em A.3.4 a A.3.6.
A.3.3 Para conjuntos habitacionais ou edifícios multipiso, selecionar unidades habitacionais representativas
conforme estabelecido a seguir:
a) conjunto habitacional de edificações térreas : selecionar uma unidade habitacional com o maior número de
paredes expostas e seguir o procedimento estabelecido nas Seções A.3.4 a A.3.6;
b) edifício multipiso: selecionar uma unidade do último andar, com cobertura exposta e seguir o procedimento
estabelecido nas Seções A.3.4 a A.3.6.
A.3.4 Considerar todas as variáveis de projeto da unidade habitacional na condição que se encontram no
momento da avaliação, como orientação solar e cor das vedações externas.
A.3.5 Simular todos os recintos da unidade habitacional, considerando as trocas térmicas entre os seus
ambientes e avaliar os resultados dos recintos dormitórios e salas. Na entrada de dados, considerar que os
recintos adjacentes, de outras unidades habitacionais, separados portanto, por paredes de geminação ou
entrepisos, apresentam a mesma condição térmica do ambiente que está sendo simulado.
A.3.6 Utilizar as propriedades térmicas dos materiais obtidas por meio dos métodos especificados na Tabela 1.
Amplitude
Temperatura Temperatura Radiação Nebulosidade
diária de
Cidade máxima de bulbo solar
o temperatura o 2 décimos
diária C o úmido C Wh/m
C
A.4.1 A avaliação do desempenho térmico de edificações, via medições “in loco” deve ser feita em edificações
em escala real (1:1), seguindo o procedimento apresentado em A.4.2 a A.4.7.
A.4.2 Medir a temperatura de bulbo seco do ar no centro dos recintos dormitórios e salas, a 1,20m do piso. Para
as medições de temperatura, seguir as especificações de equipamentos e montagem dos sensores, apresentadas
na ISO 7726.
A.4.3 Para avaliar edificações existentes, considerar as situações apresentadas a seguir e realizar a
avaliação conforme A.4.4 a A.4.7:
a) no caso de uma única unidade habitacional, medir nos recintos indicados em A.4.2, tal como se apresentam;
b) em conjunto habitacional de unidades térreas e edifícios multipiso, escolher uma ou mais unidades, que
possibilitem a avaliação nas condições estabelecidas a seguir:
− verão: janela do dormitório ou sala voltada para oeste e outra parede exposta voltada para norte;
− inverno: janela do dormitório ou sala de estar voltada para sul e outra parede exposta voltada para
leste;
− caso a orientações das janelas dos recintos não correspondam exatamente às especificações
anteriores, priorizar as unidades que tenham o maior número de paredes expostas e cujas orientações
das janelas sejam mais próximas da orientação especificada.
A.4.4 Para avaliação em protótipos, recomenda-se que os mesmos sejam construídos considerando-se
as condições estabelecidas a seguir:
a) nas regiões bioclimáticas 6 a 8 (ABNT ABNT NBR 15220-3) protótipo com janela do dormitório ou sala
voltada para oeste;
b) nas regiões bioclimáticas 1 a 5(ABNT ABNT NBR 15220-3), construir um protótipo que atenda aos
requisitos especificados a seguir:
− condição de inverno: janela do dormitório ou sala de estar voltada para sul e outra parede exposta
voltada para leste;
− condição de verão: janela do dormitório ou sala voltada para oeste e outra parede exposta voltada
para norte.
A.4.5 Obstrução por elementos externos: as paredes e as janelas dos protótipos devem ser desobstruídas (sem
presença de edificações ou vegetação nas proximidades que modifiquem a incidência de sol e/ou vento).
A.4.6 Período de medição: O dia tomado para análise deve corresponder a um dia típico de projeto, de verão ou
de inverno, precedido por pelo menos um dia com características semelhantes. Recomenda-se, como regra geral,
trabalhar com uma sequência de três dias e analisar os dados do terceiro dia. Para efeito da avaliação por
medição, o dia típico é caracterizado unicamente pelos valores da temperatura do ar exterior medidos no local.
A.4.7 Os valores da temperatura do ar exterior dos dias típicos de verão e inverno de diversas localidades estão
apresentados nas Tabelas A.2 e A.3. Caso a cidade não conste das Tabelas, utilizar os dados climáticos da
cidade mais próxima, dentro da mesma região climática, com altitude de mesma ordem de grandeza.
Anexo B
(normativo)
Procedimento de avaliação do desempenho lumínico
B.1 Generalidades
A verificação ao atendimento aos requisitos e critérios de desempenho lumínico deve ser efetuada por meio de um
dos métodos propostos a seguir.
De acordo com a ABNT NBR 15215-3, simulando o nível de iluminamento para o plano horizontal sempre 0,75m
acima do nível do piso, nas seguintes condições:
no período noturno, simulações sem nenhuma entrada de luz externa (portas, janelas e cortinas fechadas);
no período noturno, supor a iluminação artificial do ambiente totalmente ativada, considerando a tensão
nominal da rede e as potências nominais de luminárias, lâmpadas, reatores e outros dispositivos de
iluminação;
para escadarias, simulações nos pontos centrais dos patamares e a meia-largura do degrau central de cada
lance.
no período noturno, medições realizadas com a iluminação artificial do ambiente totalmente ativada, sem a
presença de obstruções opacas (como roupas estendidas nos varais);
para escadarias, medições nos pontos centrais dos patamares e a meia-largura do degrau central de cada
lance.
Anexo C
(informativo)
Considerações sobre durabilidade e vida útil
C.1 Conceituação
A vida útil (service life) é uma medida temporal da durabilidade de um edifício ou de suas partes (sistemas
complexos, do próprio sistema e de suas partes: subsistemas; elementos e componentes). A vida útil de projeto
(design life) é uma manifestação do desejo do usuário do quanto ele acha razoável que deva durar o bem que irá
usufruir, se adquiri-lo, e expresso previamente. Conceitua-se ainda a vida útil estimada (predicted service life),
como sendo a durabilidade prevista para um dado produto inferida a partir de dados históricos de desempenho do
produto ou de testes de envelhecimento acelerado.
A vida útil de projeto (VUP) é basicamente uma expressão de caráter econômico de uma exigência do usuário. A
melhor forma para se determinar a VUP para uma parte de uma edificação é através de pesquisa de opinião entre
técnicos, usuários e agentes envolvidos com o processo de construção. Em países europeus isto foi feito durante
as décadas de 60 e 70 para a regulamentação dos valores das VUP mínimas exigíveis.
A VUP pode ser ainda entendida como uma definição prévia da opção do usuário pela melhor relação custo global
versus tempo de usufruto do bem (o benefício), sob sua ótica particular. Para produtos de consumo ou para bens
não-duráveis o usuário faz suas opções por vontade própria e através de análise subjetiva tendo por base: as
informações que lhe são disponibilizadas pelos produtores; o efeito aprendizado (através de compras sucessivas);
a sua disponibilidade financeira. Assim, para regular o mercado de bens de consumo é suficiente que se imponha
um prazo mínimo (dito “de garantia” e de responsabilidade do fornecedor do bem), para proteção do usuário,
apenas contra defeitos “genéticos”.
No entanto, para bens duráveis, de alto valor unitário e geralmente de aquisição única, como o é a habitação, a
sociedade tem de impor outros marcos referenciais para regular o mercado e evitar que o custo inicial prevaleça
em detrimento do custo global e que uma durabilidade inadequada venha a comprometer o valor do bem e a
prejudicar o usuário. O estabelecimento em lei, ou em Normas, da VU mínima se conFiguras como o principal
referencial para edificações habitacionais, principalmente para as habitações subsidiadas pela sociedade e as
destinadas a parcela da população menos favorecidas economicamente.
A VUP é uma decisão de projeto, que tem de ser estabelecida inicialmente para balizar todo o processo de
produção do bem. Quando se projeta um sistema ou um elemento, (por exemplo, a impermeabilização de uma
laje), é possível escolher entre uma infinidade de técnicas e materiais. Alguns, pelas suas características podem
ter vida útil (VU) de 20 anos, sem manutenção, e outros não mais que 5 anos. Evidentemente, as soluções têm
custo e desempenho ao longo do tempo muito diferentes. A escolha de uma ou outra opções depende apenas da
vida útil requerida (VUR) pelo usuário. Ambas as escolhas podem ser tecnicamente corretas se a VUR for pré-
estabelecida (definindo-se assim a VUP). Se a obra for provisória ou a impermeabilização puder ser substituída
facilmente, o usuário pode optar por uma menor VU e, conseqüentemente um menor custo inicial, e a escolha
técnica mais correta indica, nesse caso, o produto de menor durabilidade como o mais adequado.
Definida a VUP estabelece-se a obrigação de que todos os intervenientes atuem no sentido de produzir o
elemento com as técnicas adequadas para que a VU seja atingida. Sem este balizamento quem produz o bem
pode adotar qualquer das técnicas disponíveis e empregar qualquer produto Normalizado sem que ele esteja
errado, do ponto de vista técnico. É evidente que a tendência é optar pelo produto de menor custo inicial. Ou seja,
sem a definição da VUP a tendência é de se produzir bens de menor custo inicial, porém menos duráveis, de
maior custo de manutenção e provavelmente de maior custo global.
A VU pode ser Normalmente prolongada através de ações de manutenção. Na Figuras C.1 este comportamento é
esquematicamente representado. Quem define a VUP deve também estabelecer as ações de manutenção que
devem ser realizadas para garantir o atendimento à VUP. É necessário salientar a importância da realização
integral das ações de manutenção pelo usuário, sem o que se corre o risco de a VUP não ser atingida. Por
exemplo, um revestimento de fachada em argamassa pintado pode ser projetado para uma VUP de 25 anos,
desde que a pintura seja refeita a cada 5 anos, no máximo. Se o usuário não realizar a manutenção prevista, a VU
real do revestimento pode ser seriamente comprometida. Por conseqüência, as eventuais patologias resultantes
podem ter origem no uso inadequado e não em uma construção falha.
O impacto no custo global da VU é fator determinante para definição da durabilidade requerida. O estabelecimento
da VU é, conceitualmente, resultado do processo de otimização do custo global. O sistema de menor custo global
não é Normalmente o de menor custo inicial nem o de maior durabilidade; é um dos sistemas intermediários. O
ideal do ponto de vista da sociedade é a otimização destes dois conceitos conflitantes, isto é, deve-se procurar
estabelecer a melhor relação custo X benefício. Atualmente, sem que o usuário tenha se conscientizado de suas
escolhas, a opção por construções de menor custo mas menos duráveis está necessariamente transferindo o ônus
desta escolha para as gerações futuras.
O usuário de uma edificação tem limitações econômicas no momento de sua aquisição, mas pode não tê-las no
futuro. Então, em princípio, pode optar por uma menor VU em troca de um menor investimento inicial, mas esta
escolha tem um limite inferior, abaixo do qual não é aceitável do ponto de vista social, pois esta situação impõe
custos exagerados de reposição no futuro para a toda a sociedade. Assim, considerando-se tanto as limitações de
recursos da sociedade de investimento na infra-estrutura habitacional do País, quanto as necessidades de
proteção básica do usuário, é que se estabelece nesta Norma o conceito de VU mínima.
Outros países estabeleceram apenas o conceito de VUmínima e deixaram para o mercado o estabelecimento da
vida útil além do mínimo. Nesta Norma propõe-se uma classificação da VU dois níveis (mínimo e superior). Uma
VU além do mínimo se justifica, neste momento, por diversas razões:
a) como um balizador do que é possível de ser tecnicamente obtido;
c) para caracterizar que existe a opção pela minimização de custos de operação e manutenção ao longo do
tempo através de uma maior VU;
d) para induzir o mercado a buscar soluções de melhor custo-benefício além das que atendam à VU mínima.
Para parametrização da VUP, com fundamento nestes conceitos, foram utilizados conhecimentos já consolidados
internacionalmente, principalmente os da na Norma inglesa BS 7453.
As Tabelas C.1, C.2 e C.3 relacionam os parâmetros adotados para a determinação da VUP.
Tabela C.1 – Efeito das falhas no desempenho
Categoria Efeito no desempenho Exemplos típicos
A Perigo a vida (ou de ser ferido) Colapso repentino da estrutura
B Risco de ser ferido Degrau de escada quebrado
C Perigo à saúde Séria penetração de umidade
D Interrupção do uso do edifício Rompimento de coletor de esgoto
E Comprometer a segurança de uso Quebra de fechadura de porta
F Sem problemas excepcionais Substituição de uma telha
OBS. Falhas individuais podem ser enquadradas em duas ou mais categorias
A Tabela C.4 foi construída com base nos parâmetros descritos nas Tabelas C1, C2 e C3.
Existem internacionalmente diversas e variadas proposições para determinação da VUP do edifício. No entanto,
em relação aos edifícios habitacionais, observa-se que as mesmas apresentam notável convergência, situando a
VUP destes edifícios entre 50 e 60 anos. Na Tabela C.5 são reproduzidas as especificações da Norma BS 7543
(BSI, 1992), que classificam os diversos tipos de edifícios em cinco classes segundo a categoria de VUP.
Nesta Norma, recomenda-se a VUP mínima para as diversas partes do edifício, conforma consta da Tabela C.7
adotando o período de 40 anos para a VUP mínima do edifício, de modo a compatibilizar, para a construção de
habitações de interesse social (HIS), as limitações quanto ao custo inicial com as exigências do usuário em
relação à durabilidade e aos custos de manutenção e de reposição, visando garantir, por um prazo razoável, a
utilização em condições aceitáveis do edifício habitacional.
Este prazo, inferior ao aceito internacionalmente como mínimo, foi adotado nesta primeira edição da Norma, em
função das condições sócio-econômicas existentes atualmente e pode ser modificado quando da sua revisão,
recomendando-se manter os percentuais estabelecidos na Tabela C.4. Deve-se atentar que um período de vida
útil de 40 anos implica em que anualmente devem ser construídas mais de 1,5 milhão de habitações apenas para
repor o estoque habitacional existente hoje no País, número bastante expressivo diante da realidade atual.
Para a VUP superior do edifício recomenda-se o prazo de 60 anos (ver Tabela C.6), de modo a balizar o setor da
construção de edificações em relação ao que é tecnicamente possível de ser obtido, empregando os materiais e
componentes e as técnicas e processos construtivos hoje disponíveis.
Pisos internos ≥ 13 ≥ 20
Para se atingir a VUP, os usuários devem desenvolver os programas de manutenção, segundo ABNT NBR 5674.
Devem seguir as instruções do manual de uso, operação e manutenção, as instruções dos fabricantes de
equipamentos e recomendações técnicas das inspeções prediais. A inspeção predial conFiguras-se como
ferramenta útil para avaliação das condições de conservação das edificações em geral, para atestar se os
procedimentos de manutenção adotados são insuficientes ou inexistentes, além de fornecer subsídios para
orientar o plano e programas de manutenção, através das recomendações técnicas indicadas no documento de
inspeção predial (ver Anexo F).
Anexo D
(informativo)
Diretrizes para o estabelecimento de prazos de garantia
D.1 Introdução
O desempenho dos sistemas que compõem o edifício habitacional durante a sua vida útil de projeto está atrelado
às condições de uso para o qual o mesmo foi projetado, à execução da obra de acordo com as Normas, à
utilização de elementos e componentes sem defeito de fabricação e à implementação de programas de
manutenção corretiva e preventiva no pós-obra.
D.2 Diretrizes
D.2.1 Este Anexo fornece diretrizes para o estabelecimento dos mínimos prazos de garantia para os elementos,
componentes e sistemas do edifício habitacional.
D.2.2 Apesar desta Norma tratar do desempenho de sistemas e não do desempenho de elementos e
componentes, encontram-se indicados alguns prazos de garantia, usualmente praticados pelo setor da construção
civil, para que os elementos e componentes que usualmente compõem os sistemas contemplados preencham
condições de funcionabilidade.
D.3 Instruções
D.3.1 Gerais
D.3.1.1 Convém que o incorporador ou o construtor indique um prazo de garantia para os elementos e
componentes de baixo valor e de fácil substituição (por exemplo: engates flexíveis, gaxetas elastoméricas de
caixilhos, e outros).
D.3.1.2 Pode ocorrer que alguns elementos, componentes ou mesmo sistemas específicos, próprios de cada
empreendimento, não estejam incluídos na Tabela D.1. Nestes casos, recomenda-se ao construtor ou
incorporador fazer constar, em seu manual de uso e operação ou de áreas comuns, os prazos de garantia desses
itens.
D.3.2 Prazos
D.3.2.1 A contagem dos prazos de garantia indicados na Tabela D.1 inicia-se a partir da expedição do “Auto de
Conclusão” denominado “Habite-se”.
D.3.2.2 Para os níveis de desempenho I e S, recomenda-se que os prazos de garantia constantes da Tabela D.1
sejam acrescidos em 25% ou mais, para o nível I, e 50% ou mais para o nível S.
Anexo E
(informativo)
Níveis de desempenho
E.1 Generalidades
E.1.1 Esta Norma estabelece os níveis mínimos (M) de desempenho, que são obrigatórios para o atendimento de
cada requisito.
E.1.2 Considerando a possibilidade de melhoria da qualidade da edificação, com uma análise de valor da relação
custo/benefício dos sistemas, são indicados os níveis de desempenho intermediário (I) e superior (S).
E.1.3 Recomenda-se que o construtor ou incorporador informem o nível de desempenho dos sistemas que
compõem o edifício habitacional, quando exceder ao nível mínimo (M).
O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, como por exemplo
salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros equipamentos em
geral), deve ser sempre menor que o estabelecido em 11.2.1. Para maior conforto dos usuários, recomenda-se
para os níveis intermediário (I) e superior (S), os valores apresentados na Tabela E.1.
Os valores mínimos diários da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, como por
exemplo salas e dormitórios, no dia típico de inverno, devem ser sempre maiores do que o estabelecido em
11.3.1. Para maior conforto dos usuários, recomenda-se para os níveis intermediário (I) e superior (S), os valores
apresentados na Tabela E.2.
E.4.1 Generalidades
As recomendações relativas a níveis de desempenho mais exigentes que o mínimo para a vida útil estão
detalhadas no Anexo C.
Anexo F
(Informativo)
Bibliografia recomendada
Publicação IPT N° 1791 – Fichas de características das madeiras Brasileiras, São Paulo, 1989.
Publicação IPT N° 1157 – Métodos de Ensaios e Análises em Preservação de Madeiras, São Paulo
Publicação IPT 2980 – Madeiras – Uso sustentável na construção civil; (citado no item 18.3.3.);
ASHRAE. 2001. ANSI/ASHRAE Standard 140-2001: Standard Method of Test for the Evaluation of Building Energy
Analysis Computer Programs. American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, Inc.
USA, Atlanta: 2001.
International Organization for Standardization 1998. Ergonomics of The Thermal Environment – Instruments and
methods for measuring physical quantities. (ISO 7726)