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Escola Superior de Tecnologia de Abrantes

Instituto Politécnico de Tomar


Departamento de Engenharia e Gestão Industrial - DEGI

A A

Automação Industrial I I

Ano Lectivo 2004/2005

Toni dos Santos Alves


Automação Industrial II 2004/2005

Índice
Automação Industrial ......................................................................................4
Definição........................................................................................................................................................ 4
O Porquê da Automação ............................................................................................................................... 4
Objectivos ...................................................................................................................................................... 4
Tipos de Automação...................................................................................................................................... 5
Componentes da automação ......................................................................................................................... 6
Tecnologias dos Automatismos .................................................................................................................... 7
Aplicações da automação .............................................................................................................................. 8

Sensores e actuadores ......................................................................................9


Apresentação.................................................................................................................................................. 9
Sensor 9
Classificação .................................................................................................................................................10
Classificação quanto ao funcionamento ...................................................................................................... 11
Tipos de Sensores ......................................................................................................................................... 11
Posição e velocidade (aceleração) ................................................................................................................12
Tipos de Sensores de Posição e Velocidade ................................................................................................12
Influência da Resistividade..............................................................................................................................................12
Variação da resistência com a temperatura ...........................................................................................................13
Sensores de Contacto....................................................................................................................................14
Sensores Lineares Resistivos e Indutivos ....................................................................................................15
Sensor Potenciométrico ................................................................................................................................16
Sensor LVDT ................................................................................................................................................17
Detectores de proximidade ..........................................................................................................................18
Sensor Indutivo ..............................................................................................................................................................19
Sensor Capacitivo ..........................................................................................................................................................20
Sensor Extensométrico .................................................................................................................................21
Sensores Ópticos.......................................................................................................................................... 22
Células fotoeléctricas ................................................................................................................................... 22
Sensores Lineares ópticos............................................................................................................................ 24
Sensores Rotativos ópticos .......................................................................................................................... 25
Encoders Incrementais................................................................................................................................................25
Encoders absolutos.......................................................................................................................................................26
Sensor de velocidade por efeito de Hall ...................................................................................................... 27
Sensor Magnético ........................................................................................................................................ 28
Termopar ..................................................................................................................................................... 28
Sensor de luminosidade - LDR ................................................................................................................... 29
Sensor Ultra-Sonicos.................................................................................................................................... 30
Actuadores ....................................................................................................................................................31
Actuadores Pneumáticos .................................................................................................................................................31
Actuadores Hidráulicos ...................................................................................................................................................32
Actuadores Eléctricos ......................................................................................................................................................32

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Automação Industrial II 2004/2005

Relés 33
Contactor Translação e Acessórios ............................................................................................................. 34
Exercício Práticos – Sensores...................................................................................................................... 36
Laboratório de avaliação n.º1 – Controlo de iluminação ............................................................................ 39

Circuito Sequenciador de Relés .................................................................... 40


Válvulas de comando eléctrico (electroválvulas) ........................................................................................ 40
Introdução ao circuito sequenciador de relés ............................................................................................. 40
Circuito eléctrico – Sequenciador relés ........................................................................................................41
Esquema de cablagem................................................................................................................................. 42
Tabela de cablagens .................................................................................................................................... 42
Exercício: Circuitos Sequenciadores........................................................................................................... 43
Laboratório de avaliação n.º2 – Controlo de sistemas pneumáticos com relés ......................................... 44

Autómatos Programáveis .............................................................................. 45


Vantagens do autómato programável ......................................................................................................... 45
Desvantagens do autómato programável.................................................................................................... 46
Estrutura do autómato................................................................................................................................. 46
Sistemas Automático ................................................................................................................................... 47
Diálogo Homem – Máquina ....................................................................................................................... 47
Comunicação do autómato programado com os programadores .............................................................. 49
Comunicação do autómato programado com os programadores .............................................................. 49
Programação de Autómatos Programáveis..................................................................................................51
Linguagens de programação......................................................................................................................................51
Autómatos CPM .......................................................................................................................................... 55
Endereços dos terminais de entradas e saídas......................................................................................................56
Instruções básicas .........................................................................................................................................................57
Símbolo das instruções básicas .................................................................................................................................58
Blocos funcionais (CSF) ..............................................................................................................................................59
Temporizadores (TIM)................................................................................................................................................60
Contadores (CNT) ........................................................................................................................................................60
Comparação ....................................................................................................................................................................61
Exercícios – Iniciação Programação........................................................................................................... 62
Exemplo: Arranque directo – Motor assíncrono trifásico de rotor em curto-circuito ............................... 70
Exercícios – Programação Autómatos ........................................................................................................ 73
Exercícios – Programação Autómatos ........................................................................................................ 74
1. Cancelas do caminho-de-ferro ...................................................................................................................................74
2. Banho de pintura..........................................................................................................................................................75
3. Ciclos pneumáticos ......................................................................................................................................................77
Sistema manual/automático ....................................................................................................................... 79
Laboratório de avaliação n.º 3 – Controlo de Sistemas Pneumáticos com Autómatos Programáveis ...... 80

Controlo Automático ..................................................................................... 81


Introdução aos Sistemas de Controlo...........................................................................................................81
Tipos de Sistemas .........................................................................................................................................81

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Automação Industrial II 2004/2005

Variáveis de um Processo de Controlo........................................................................................................ 82


Diagramas de Blocos................................................................................................................................... 84
Controladores............................................................................................................................................... 87
Estabilidade ................................................................................................................................................. 88
Exercícios – Sistemas Controlo .................................................................................................................................88
Laboratório de avaliação n.º 4 – Controlo Automático de um parque de estacionamento, por
programação de autómatos ......................................................................................................................... 89
Bibliografia................................................................................................................................................... 90

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Automação Industrial II 2004/2005

Automação Industrial

Definição

A automação é a tecnologia relacionada com a aplicação de sistemas mecânicos,


eléctricos e electrónicos, apoiados em meios computacionais, na operação e controlo
dos sistemas de produção.

O Porquê da Automação

O conceito de automação impõe-se, cada vez mais, nas empresas preocupadas em


melhorar a sua produtividade, reduzindo ao mesmo tempo os custos. Convém notar que,
quanto mais um processo se encontrar automatizado, maiores serão os benefícios da
automação na regularidade da qualidade de um produto, na economia de energia,
passando pela flexibilidade e segurança de funcionamento e, consequentemente, pela
melhoria da produtividade. Esta nova característica só pode ser obtida recorrendo a
novos processos de trabalho que deixem às pessoas envolvidas, margem de manobra e
de decisão indispensáveis a um melhor aproveitamento dos seus graus de qualificação.

Objectivos

- Diminuição dos custos;


- Maior produtividade;
- Maior flexibilidade;
- Maior segurança;
- Melhor qualidade;
- Maior capacidade tecnológica.

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Automação Industrial II 2004/2005

Tipos de Automação

Fixa

- Altos investimentos;
- Altas taxas de produção;
- Configuração rígida (alteração difícil);
- Operações simples;
- Equipamento específico (máquinas de colocar tampas da cerveja).

Programada

- Altos investimentos;
- Taxas médias de produção;
- Configuração semi-flexível (possibilidade de reprogramação);
- Equipamento genérico (máquina de controlo numérico).

Flexível

- Investimento muito elevado;


- Produção continua;
- Configuração flexível (alteração por software);
- Equipamento geral.

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Automação Industrial II 2004/2005

Componentes da automação

A maioria dos sistemas modernos de automação, como os utilizados nas indústrias


automobilística, petroquímica e nos supermercados, é extremamente complexa e requer
muitos ciclos de repetitivos.

Cada sistema de automação compõe-se de cinco elementos:

• Accionamento - provê o sistema de energia para atingir determinado objectivo.


É o caso dos motores eléctricos, pistões hidráulicos etc.;

• Sensoriamento - mede o desempenho do sistema de automação ou de uma


propriedade particular de algum dos seus componentes. Exemplos: termopares
para medição de temperatura e encoders para medição de velocidade;

• Controlo - utiliza a informação dos sensores para regular o accionamento. Por


exemplo, para manter o nível de água num reservatório, usamos um controlador
de fluxo que abre ou fecha uma válvula, de acordo com o consumo. Mesmo um
robô requer um controlador, para accionar o motor eléctrico que o movimenta;

• Comparador ou elemento de decisão - compara os valores medidos com valores


preestabelecidos e toma a decisão de quando actuar no sistema. Como exemplos,
podemos citar os termóstatos e os programas de computadores;

• Programas - contêm informações de processo e permitem controlar as


interacções entre os diversos componentes.

Nota: Programas - também chamados softwares, são conjuntos de instruções lógicas, sequencialmente
organizadas. Indicam ao controlador ou ao computador o que fazer.

Fluxo de um possivel sistema de controlo

Elemento Elemento
Controle Accionamento
Saída
Elemento
Comparador

Elemento
Sensoreamento

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Automação Industrial II 2004/2005

Tecnologias dos Automatismos

Os automatismos, de acordo com a sua tecnologia, podem-se classificar em dois


grandes grupos:

- Tecnologias cabladas;
- Tecnologias programadas.

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Automação Industrial II 2004/2005

Aplicações da automação

Produtos de consumo

- Electrónicos, como videocassetes, televisores e microcomputadores.

Indústrias mecânicas

- Robôs controlados por computador;


- CNC.

Bancos

- Caixas automáticas.

Comunicações

- Automatização dos correios.

Transportes

- Controle de tráfego de veículos.

Medicina

- Diagnóstico e exames.

Eng. Toni Dos Santos Alves 8


Automação Industrial II 2004/2005

Sensores e actuadores

Apresentação

Num processo automático pode-se utilizar dois tipos de variáveis analógicas ou


digitais, para que, após o processamento das informações contidas nessas variáveis, o
controlador tome decisões como: ligar/desligar um motor, acender uma lâmpada,
ligar/desligar um sistema de aquecimento, entre outras.

O elemento que "sente" o que ocorre no processo, fornecendo informações sobre


o estado das variáveis monitoradas é chamado de sensor.

O elemento que executa a tarefa designada pelo controlador é chamado de


actuador.

Sensor

Definição: Dispositivo de entrada que converte um sinal de qualquer espécie em


outro sinal que possa ser transmitido ao elemento indicador, para que este mostre o
valor da grandeza medida.

Ou seja,

O sensor é um elemento que "sente" uma grandeza física e a traduz para que ela
possa ser vista ou utilizada por um sistema eléctrico ou electrónico.

Por exemplo, um termómetro de mercúrio é um dispositivo que utiliza como


elemento sensor o metal mercúrio. A grandeza física a ser medida, neste caso, é a
temperatura e a grandeza física do elemento sensor, que varia proporcionalmente com a
temperatura é o volume, que fará com que o mercúrio se dilate com o aumento da
temperatura. Conhecendo-se a proporção dessas variações, podemos medir e identificar
o valor da temperatura. Todo elemento sensor é também denominado de transdutor, pois
converte a grandeza de entrada em sinal eléctrico, que pode ser medido (indicar a
grandeza medida através de um medidor, ou utilizado por um circuito que vai efectuar o
controlo do processo).

Eng. Toni Dos Santos Alves 9


Automação Industrial II 2004/2005

Classificação

A primeira classificação que podemos fazer é quanto ao tipo de variável


controlada.

Assim temos:

• Sensores contínuos – efectuam medições contínuas de variáveis,


fornecendo valores contínuos (figura - 1);

• Sensores discretos – podem apresentar somente dois estados: actuados


ou não (figura - 2).

Figura – 1 Æsensor contínuo

Eng. Toni Dos Santos Alves 10


Automação Industrial II 2004/2005

Figura – 2 Æsensor discreto

Classificação quanto ao funcionamento

Auto alimentados: Estes produzem um sinal eléctrico de saída sem a


necessidade de alimentação externa. Um termopar é um exemplo deste tipo de sensor.

Com alimentação externa: Estes requerem entrada de energia para poder-se


obter um sinal de saída. Um exemplo é o termo resistência, a qual requer uma entrada
de energia.

Tipos de Sensores

Em processos industriais para monitorizar um dado sistema, temos de levar em


conta três tipos de variáveis como:

- Posição;

- Velocidade (aceleração);

- Força.

Eng. Toni Dos Santos Alves 11


Automação Industrial II 2004/2005

Posição e velocidade (aceleração)

Estes sensores são dedicados à medição de velocidade, aceleração e/ou


posicionamento nos movimentos de máquinas e equipamentos. Podendo ser lineares ou
rotativos.

Os lineares, também conhecidos como réguas digitais, são instalados


directamente no local onde se realiza o movimento e fornecem medidas de
posicionamento directo e instantâneo do mesmo.

Os rotativos são acoplados directamente ao eixo de motores para medir a


posição do eixo.

Tipos de Sensores de Posição e Velocidade

Influência da Resistividade

Resistividade de um material é a resistência eléctrica de um fio desse material


com um metro de comprimento e um metro quadrado de secção.

S
A=1m S = 1m2
Legenda:

A
Æ A - comprimento (m)
R = ρ.
s
2
Æ S - secção (m )
Æ ρ - resistividade do material
Æ R - resistência

O valor da resistividade difere de material para material, pois depende da maior ou


menor facilidade com que se deixam circular os electrões livres.

Nota:

- Quanto mais comprido é o condutor maior é a sua resistência;


- Quanto mais elevada é a secção do condutor menor é a sua resistência;
- A resistência depende também da estrutura atómica do material (o que influencia
o número de choques dos electrões) e do número de electrões livres que este
fornece.

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Automação Industrial II 2004/2005

Variação da resistência com a temperatura

A resistividade e portanto a resistência de qualquer condutor metálico não é


constante mas aumenta à medida que a sua temperatura se eleva.

A expressão desta variação é dada Por:

Legenda:

R1Æresistência inicial

R2Æresistência final R2 = R1.[1 + α (t2 − t1 )]


α Æcoeficiente de temperatura

( t2 - t1) Ævariação da temperatura

Coeficiente de temperatura (α) de um material é a variação sofrida pela


resistência de 1Ω desse material quando a sua temperatura aumenta de 1ºC.

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Automação Industrial II 2004/2005

Sensores de Contacto

Simples botões que são accionados quando o robô


bate em algum obstáculo. Uma prática comum usada em
vários robôs móveis é a instalação de pára-choques
ligados a vários micro-botões que detectam uma possível
colisão.

- Destinam-se, como o nome indica, a assinalar quando determinada parte em


movimento atingiu certa posição.

NA ou NO NF ou NC

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Automação Industrial II 2004/2005

Sensores Lineares Resistivos e Indutivos

Os sensores resistivos e os indutivos são mais baratos e mais simples.


Consistem na colocação de indutores ou resistências ( figura - 3 ), conforme o caso, ao
longo dos eixos de movimentação, sobre os quais são aplicadas tensões fixas.

O colector móvel mede as tensões em pontos intermediários. Devido à presença


de contactos eléctricos móveis, a vida útil destes sensores é muito curta (não superior a
1 milhão de operações) e precisão nas medidas é pequena, sendo ainda sujeita a erros
causados por ruídos induzidos, como, por exemplo, ruídos de rede de alimentação e
ruído branco (ruído ambiente, que cobre todo o espectro de frequências).

Figura – 3 Æ Sensores Lineares: (A) Resistivos, (B) Indutivos

Eng. Toni Dos Santos Alves 15


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Sensor Potenciométrico

O sensor potenciométrico é simples sensor que opera como um divisor de


tensão, onde existe contacto físico entre as partes fixa e móvel. Sendo o seu tempo de
vida útil é limitado, aplicando-se a situações normalmente estáticas.

Vs

R1

VD
R2
VD = .VS
R2
R1 + R2

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Sensor LVDT

O LVDT é um dispositivo electromecânico que produz um sinal eléctrico de


saída proporcional ao deslocamento da sua parte móvel – núcleo magnético. É
composto por três enrolamentos cilíndricos, um primário (excitado normalmente por
uma corrente a.c., normalmente na região dos 1 até 10kHz a 0.5 até 10V r.m.s.) e dois
secundários espaçados de forma simétrica relativamente ao primário e ligados entre si
em série e em oposição. O núcleo magnético cilíndrico no interior dos enrolamentos
encaminha o fluxo magnético através destes. Quando o núcleo se encontra na posição
central (posição zero) relativamente aos enrolamentos secundários, as amplitudes das
tensões induzidas em cada um dos enrolamentos secundários são iguais, sendo contudo
as respectivas polaridades de sinais opostos, resultando assim num sinal de saída nulo.

O output de um LVDT é uma forma de onda de corrente a.c. e por isso, não tem
polaridade. A magnitude do output aumenta independentemente da direcção do
movimento, a partir da posição zero estabelecida de início.

Aplicações:

- Sistemas de suspensões de automóveis

- Sistemas de medidas de peso

- Manipuladores robóticos

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Detectores de proximidade

- Destinam-se a detectar a presença ou a ausência de peças.

o Sensor Indutivo;
o Sensor capacitivo.

Æ Sensor indutivo
- Baseiam-se na variação da indutância;
- Exigem peças de metais ferrosos, normalmente de aço.

Æ Sensor capacitivo
- Baseiam-se na variação da capacitância;
- Permite detecção de materiais ferros e não ferrosos (vidro, água, madeira,
plástico, etc.)

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Automação Industrial II 2004/2005

Sensor Indutivo

Os sensores ou transdutores indutivos associam a variação de uma grandeza não


eléctrica a uma alteração da indutância ou coeficiente de auto-indução de uma bobina.
Apesar de a indutância de uma bobina ser uma função da permeabilidade magnética do
núcleo e da forma e dimensões físicas respectivas, é a primeira destas variáveis que
geralmente se utiliza para detectar as variações nas grandezas a medir. A variação da
indutância é uma consequência da variação do fluxo magnético total gerado pela
corrente eléctrica na bobina, seja devido à variação da posição do núcleo no interior,
seja devido à variação da distância entre aquela e um objecto externo constituído por
uma material de elevada permeabilidade magnética.

Num indutor, a indutância depende do número de espiras, da largura do


enrolamento, ou área da espira, do comprimento do enrolamento e da permeabilidade do
núcleo:

m.N 2 . A
Legenda: L=
A
L – indutância

m – permeabilidade do núcleo

N – número de espiras

A – largura do enrolamento

L – comprimento do enrolamento

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Automação Industrial II 2004/2005

Sensor Capacitivo

Funcionam analogamente como os sensores indutivos, porém para alterar as


condições físicas da região sensível, qualquer material pode ser usado, tais como, vidro,
madeira, grãos, pós, até mesmo líquidos, pois ao invés de variarmos um campo
magnético, o objecto alterará a capacitância de um condensador.

ε = K + ε0
A
C = K .ε 0 .
d

em que,

K - constante dieléctrica

ε 0 - permitividade = 8,85pF/m
S - área comum das placas

d – separação das placas

A capacitância depende da área das placas S, da constante dieléctrica do meio,


K, e da distância entre as placas,d.

Curva Capacitância

Analisando o gráfico capacitância, podemos


observar a quase total linearidade da variação
da capacitância devido a variação da humidade.
Existirá uma pequena diferença de valores se
tomarmos o sentido inverso da curva devido a
efeitos de histerese (cerca de 2%).

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Sensor Extensométrico

Estes tipos de sensores são utilizados para medir deformações de corpos sólidos,
baseando-se no princípio em que a resistência de um condutor é proporcional ao seu
comprimento.

A tensão aplicada tende alongar os filamentos, aumentando assim, o seu


comprimento e diminuindo a sua secção.
U A
Relembramos então a lei ohm, R = assim, R = ρ. , a resistência do
I S
filamento deverá aumentar.

∆R ∆A ∆A
= K. ;G =
Legenda:
R A A
G - factor de alongamento

K - constante do extensómetro

∆A - Variação do comprimento do extensómetro

A - comprimento inicial do extensómetro

∆R - variação da resistência

R - resistência inicial

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Sensores Ópticos

Empregam foto-díodos ou foto-transistor e uma fonte luminosa, lâmpada, LED ou laser.


Há dois tipos básicos:

- Sensor de reflexão;

- Interrupção de luz.

No sensor de reflexão um feixe luminoso atinge um disco com um furo ou marca de


cor contrastante, que gira. O sensor recebe o feixe reflectido, mas na passagem do furo a
reflexão é interrompida (ou no caso de marca de cor clara a reflexão é maior), onde é
gerado um pulso pelo sensor.

O sensor de interrupção de luz usa também um disco com furo, onde a fonte de luz e o
sensor ficam em lados opostos. Na passagem pelo furo, o feixe atinge o sensor, gerando
um pulso.

A frequência destes pulsos é igual à velocidade em rps nos dois tipos.

As vantagens destes sensores são o menor tamanho e custo, a maior durabilidade e a


leitura à distância. Aplicando -se a sistemas de controlo e em tacómetros portáteis.

Células fotoeléctricas

- Baseiam-se em foto-díodos que permite a passagem de corrente eléctrica quando


sob um feixe de fotões (raio de luz);

- Destinam-se a detectar a passagem de partes em movimento;

- São constituídas por um elemento emissor e um receptor;

- Existem três tipos de montagem:

o Sistema barragem;
o Sistema reflex;
o Sistema de proximidade.

Eng. Toni Dos Santos Alves 22


Automação Industrial II 2004/2005

* Sistema barragem

- O emissor e o receptor estão separados;


- Utilizados para distâncias longas, detecção de objectos opacos e reflectores.

Feixe Luminoso

E R

* Sistema reflex

- O emissor e o receptor estão dentro do mesmo invólucro e existe um espelho


que reflecte os raios luminosos;

- Utilizados para objectos não reflectores.

Feixe Luminoso

E
Espelho
R

* Sistema de proximidade

- O emissor e o receptor estão dentro do mesmo invólucro, mas não existe


espelho, sendo a reflexão produzida pela passagem do objecto;

- Está indicado para objectos transparentes ou translúcidos, para a detecção


etiquetas e marcas.

Feixe Luminoso

E
R
Objecto

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Sensores Lineares ópticos

São muito mais precisos e apresentam uma vida útil praticamente infinita se alguns
cuidados elementares forem tomados em relação à sua utilização.

O princípio de funcionamento consiste na colocação de emissores e receptores de luz na


parte móvel de uma régua graduada, fixa à base do movimento ou vice-versa, que
permite a passagem ou a reflexão apenas de feixes selectivos de luz emitidos. Estes
serão detectados pelos receptores e indicarão a posição da parte móvel em relação à
fixa.

Sensores Linear óptico ou régua óptica

Eng. Toni Dos Santos Alves 24


Automação Industrial II 2004/2005

Sensores Rotativos ópticos

Também conhecidos como encoders, têm o funcionamento aparecido com o caso


linear, com o sensor em forma de disco com marcas ou perfurações. Possui
características semelhantes ao sensor óptico linear, ou seja, longa vida útil, alta precisão
e médio custo. Estes sensores fornecem medidas absolutas ou incrementais, de acordo
com as necessidades de cada aplicação.

Encoders Incrementais

Este tipo de encoder fornece informações sobre o movimento executado e a


direcção da rotação do motor. Encoders incrementais geram um certo número de
impulsos por rotação. O número de cada impulso é a medida da distância movida
(angular ou linear), ou seja:

- Contando os pulsos e conhecendo o ângulo inicial, obtém-se por cálculo a


posição;
- O sentido de rotação é determinado fornecendo um segundo sinal desfasado
aproximadamente de 90º, em avanço ou atrasado em função da direcção

Um disco codificado é montado no eixo. O disco é dividido em segmentos separados


que são alternadamente opacos ou transparentes.

Eng. Toni Dos Santos Alves 25


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Encoders absolutos

Os encoders absolutos fornecem informações mais rigorosas que os encoders


incrementais. Possuem a capacidade de informar a posição física de um elemento, assim
que ele é activado, sem a necessidade de fixação da posição inicial. Isto é possível
porque o encoder transmite, para o controlador um sinal diferente para cada posição da
junta.

O disco é dividido em 2n sectores com n bits ( Leds) a serem detectados por n


foto-transistores alinhados radialmente, permitindo definir 2n ângulos distintos.

Neste tipo de sensor é utilizado o código gray e não o binário para codificar os
números.

Eng. Toni Dos Santos Alves 26


Automação Industrial II 2004/2005

Exemplo:

decimal binário gray


1 001 001
2 010 011
3 011 010
4 100 110
5 101 111
6 110 101
7 111 100
...

Sensor de velocidade por efeito de Hall

Os sensores magnéticos de efeito Hall têm seu princípio de funcionamento


baseado na colocação de um imã fixo no eixo rotor e sensores de efeito Hall que
detectam a passagem do campo magnético pelos mesmos, detectando velocidade e
posição do eixo em movimento. Sua vida útil é longa, são robustos e baratos, no
entanto, sua instalação é difícil, o que limita sua aplicação, além de possuir sérias
restrições quanto à temperatura de operação.

Eng. Toni Dos Santos Alves 27


Automação Industrial II 2004/2005

Sensor Magnético

São sensores que efectuam um accionamento electrónico mediante a presença de


um campo magnético externo, próximo e dentro da zona sensível do sensor, proveniente
na maioria dos casos de um íman permanente. Estes sensores podem ser sensíveis aos
dois pólos do íman NORTE ou SUL ou ser sensível a apenas um pólo.

Termopar

Define-se como termopar o conjunto de dois fios de metais ou ligas metálicas


diferentes, unidos em uma das extremidades. O ponto de união dos fios é denominado
junta de medida ou junta quente. A outra extremidade é chamada junta de referência ou
junta fria.

Quando
submetemos as juntas a
diferentes temperaturas, há
uma geração de tensão (
Força Electromotriz ou
f.e.m.), facilmente é
detectável por um
voltímetro ligado à junta de
referência. Verifica-se que
quanto maior for a
diferença de temperatura,
maior será a f.e.m. gerada.

Os termopares são classificados em três grandes categorias:

• Básicos - São os mais usados na indústria, tem preços mais acessíveis e


precisão compatíveis com a maioria dos processos.
• Nobres - São utilizados em processos com temperaturas superiores a
1.200°C ou quando é requerida alta precisão.
• Especiais - São utilizados em laboratório.

Eng. Toni Dos Santos Alves 28


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Sensor de luminosidade - LDR

O LDR é um pequeno sensor capaz de detectar o grau de luminosidade que


incide sobre a sua superfície. Ele tem um comportamento idêntico a uma resistência que
varia o seu valor de maneira inversamente proporcional à quantidade de luz que incide
sobre a sua superfície sensível. Com a máxima luminosidade quase não haverá
resistência eléctrica entre os dois terminais, elevando-se a muitos milhões de ohms na
escuridão. Este é geralmente aplicado na regulação de luminosidade de lâmpadas.

Eng. Toni Dos Santos Alves 29


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Sensor Ultra-Sonicos

Os ultra-sons são sensores formados por um emissor e um receptor que utilizam


a variação da frequência para detectar a distância de um obstáculo. Estes têm aplicação
na micro-robótica onde são muito eficazes na detecção de obstáculos e para ajudar na
tomada de decisões, conforme a distância em relação ao objecto.

Eng. Toni Dos Santos Alves 30


Automação Industrial II 2004/2005

Actuadores

Dentro de uma malha de controlo, o elemento de controlo final, tem o objectivo de


reposicionar uma variável, de acordo com um sinal gerado por um controlador, é
chamado de actuador, pois actua directamente no processo, modificando as suas
condições. São dispositivos utilizados para a conversão de sinais eléctricos provenientes
dos controladores, em acções requeridas pelos sistemas que estão a ser controlados.

Actuadores Pneumáticos

Este tipo de actuador é normalmente empregado em sistemas onde se requer altas


velocidades nos movimentos, onde é requerido pouco controlo sobre o posicionamento
final, em aplicações onde o binário exigido é relativamente baixo.

Os actuadores pneumáticos mais conhecidos e utilizados, são distribuídos pelos


seguintes processos:

1. Processos de Manufacturados

Lineares – Cilindros de simples e duplo efeito.

Rotativos – Motores pneumáticos.

O accionamento é bastante simples, comandado é feito por electroválvulas que


controlam os fluxos de ar, controlando os movimentos.

O controlo neste tipo de actuador restringe-se ao comando destas válvulas e ao seu


accionamento (circuito de relés).

Eng. Toni Dos Santos Alves 31


Automação Industrial II 2004/2005

2. Processos Contínuos

Em processos contínuos, a válvula de controlo é um actuador capaz de regular a


quantidade de um fluído (líquido, gás ou vapor) que escoa através de uma tubagem, por
meio do posicionamento relativo. Nestas válvulas a actuação é feita, na maioria das
vezes, por dispositivos pneumáticos, por isto são chamadas também de válvulas de
controlo pneumáticas.

Actuadores Hidráulicos

São utilizados principalmente em sistemas onde são requeridos elevados binários,


sobretudo no accionamento de máquinas de grande porte. Assim como no caso dos
actuadores pneumáticos, estes podem ser lineares (cilindros simples ou duplo efeito) ou
rotativos (motores hidráulicos).

O accionamento, assim como no caso dos pneumáticos, é bastante simples, o comando é


feito por electroválvulas que controlam os fluxos de óleo, controlando os movimentos.

O controlo neste tipo de actuador restringe-se ao comando destas válvulas e ao seu


accionamento (circuito de relés).

Actuadores Eléctricos

Este tipo de actuador é o mais empregado em aplicações industriais de uma forma geral.
As facilidades de instalação, os baixos custos de instalação e o desenvolvimento de
circuitos electrónicos para o seu accionamento, fizeram deste tipo de actuador o mais
popular, não apenas de uso industrial mas também para uso geral.

Aplicações

• Bombas;
• Válvulas de controlo (actuador eléctrico);
• Eixos de máquinas ferramenta;
• Articulações de Robôs;
• etc.

Eng. Toni Dos Santos Alves 32


Automação Industrial II 2004/2005

Relés

Um relé é caracterizado por uma variável de comando (excitação da bobina) e


por uma variável comandada (contactos que podem abrir ou fechar).

Numeração nos contactos relés

12
14 A2
R1 R1 R1
11
11 A1

Contacto Normalmente aberto Contacto Norm. fechado Bobina

Eng. Toni Dos Santos Alves 33


Automação Industrial II 2004/2005

Contactor Translação e Acessórios

1- Câmara de grelhas;
2- Contacto móvel;
3- Contacto fixo;
4- Espira de frager;
5- Bobina;
I0 – Corrente cortada.

Aparelho de corte e comando, accionado em geral por meio de um electroíman,


concebido para executar elevado número de manobras.

Permite a interrupção ou estabelecimento de correntes e potências elevadas,


mediante correntes e potências fracas.

Permite também ser comandados à distância por meio de contactos diminutos e


sensíveis, tais como botões de pressão, manipuladores e ainda automaticamente, por
meio detectores: termóstatos, interruptores de fim curso, bóias, etc.

Vantagens contactor:

- Permite fazer o comando de receptores com um consumo


reduzido nas bobinas;

- Permite efectuar o comando local e à distância de determinados


circuitos comando simultâneo a partir de certos locais;

- Permite efectuar o comando automático e semi-automático de


circuitos utilizando os sensores adequados;

- Permite o comando manual (utilizando botoneiras) e o comando


automático (utilizando sensores).

Partes do contactor:

- Contactos auxiliares;
- Contactos principais;
- Circuito electromagnético;
- Suporte ou estrutura do aparelho.

Eng. Toni Dos Santos Alves 34


Automação Industrial II 2004/2005

Æ Contactos auxiliares - são aqueles que servem para o comando e sinalização do


contactor.

A1 11 13
KM1

A2 12 14
Æ Contactos principais – servem para realizar o fecho ou abertura do circuito
principal (circuito potência), pelo qual é fornecida a corrente ao circuito de utilização.

A1 1 3 5
KM1
Circuito electromagnético
A2 2 4 6
Pode ser para corrente alternada ou continua.
F

Armadura

Bobina
Núcleo Bobina

O circuito magnético é constituído essencialmente por:

- Núcleo;
- Armadura;
- Bobina.

Eng. Toni Dos Santos Alves 35


Automação Industrial II 2004/2005

Exercício Práticos – Sensores

Sensores resistivos

1 – O elemento aquecedor de um irradiador, constituído por um fio de cromoníquel de


0,5mm de diâmetro deverá ter uma resistência de 40Ω. Determine o comprimento que o
fio deve ter.

Resolução:
2
 0,5 
S = π .r = 3,14.
2
 = 0,196mm
2

d = 0,5mm  2 
R = 40Ω
ρ = 1,1Ω.mm2/m
R.S 40.0,196
L=? A= = = 7,13m
ρ 1,1

2 – O fio de cobre da bobina de um electroíman tem um comprimento de 100m e uma


secção de 0,5mm2. Em funcionamento a bobina aquece até 60ºC.
Sabendo que a resistividade do cobre a 20ºC é de 0,017Ω.mm2/m e com um
coeficiente temperatura de 0,004. Calcule o valor da resistência a 20ºC e a 60ºC.

Resolução:
L = 100m Resistência a 20ºC Æ R1 = ρ .A = 0,017.100 = 3,4Ω
S = 0,5mm s 0,5
ρ = 0,017Ω.mm2/m
α = 0,004
t2 = 60ºC
Resistência a 60ºC Æ R2 = R1.[1 + α (t2 − t1 )] = 3,4[1 + 0,004(60 − 20 )] = 3,94Ω

3 – Numa estufa temos uma termorresistência de níquel que tem a 20ºC uma resistência
de 50Ω. Em funcionamento normal da estufa a resistência é de 65Ω. Calcule a
temperatura atingida nesta em funcionamento normal, sabendo que o coeficiente de
temperatura do níquel é de 0,006.

Eng. Toni Dos Santos Alves 36


Automação Industrial II 2004/2005

4 – Num divisor de tensão (como na figura abaixo) tem R1=10KΩ e Vs = 5V. Supondo
que R2 é um transdutor cuja a resistência varia de 4 a 12KΩ com a variação numa certa
gama de uma variável dinâmica. Determine a variação de VD.

Vs

R1

VD

R2

Sensor Potenciométrico

5 - Um transdutor potenciométrico de deslocamento vai ser usado para medir o


movimento da peça na fresa entre 0 e 10cm. A resistência varia linearmente em toda a
gama de 0 a 1KΩ. Desenvolva o condicionamento de sinal para dar uma saída linear
entre 0 e 10V.

Resolução:
Podemos utilizar um circuito de Ampop, porque o ganho e portanto a tensão de saída
depende linearmente da resistência de realimentação.

Eng. Toni Dos Santos Alves 37


Automação Industrial II 2004/2005

Sensor Capacitivo

6 – Pretende-se medir o nível de álcool etílico entre 0 e 5m usando um sistema


capacitivo como na figura abaixo. O sistema é definido pelas especificações seguintes:
- Para o álcool etílico: K = 26 (para o ar, K = 1);
- Separação dos cilindros d = 0,5cm;
- Área das placas: A = 2.π.R.L;
em que
R = 5,75cm = raio médio
L = distância ao longo do eixo do cilindro

Determine a gama de variações da capacidade quando o nível do álcool varia de 0 a 5m.

Eng. Toni Dos Santos Alves 38


Automação Industrial II 2004/2005

Laboratório de avaliação n.º1 – Controlo de iluminação

Através do sensor de luminosidade (LDR), pretende ligar uma


lâmpada aquando de noite e desliga-la aquando de dia. Para isso deve
apresentar um circuito eléctrico, que resolva a solução.

Aconselha-se os alunos a utilizarem o circuito de relés para a parte


de potência.

Para o laboratório deve apresentar o circuito completo, implementa-


lo numa breaboard existente no laboratório e chegar à solução pretendida.

Eng. Toni Dos Santos Alves 39


Automação Industrial II 2004/2005

Circuito Sequenciador de Relés

Válvulas de comando eléctrico (electroválvulas)

São válvulas que recebem um sinal de comando eléctrico (bobina ca ou dc), para
permitir a comutação desta, de forma haver fluxo de ar para alimentação determinados
elementos de um automatismo.

A+ A-

Solenóide

A+ A-

Introdução ao circuito sequenciador de relés

- Nome que se dá ao circuito formado por relés.

- Está dividido em duas partes:


- inputs;
- outputs.

- Numeração dos terminais 1x1….1x n para quadro eléctrico;

- Numeração dos terminais 2x1….2x n sempre que temos sensores;

- Numeração dos terminais 3x1….3x n sempre que temos actuadores;

- Numeração dos terminais 4x1….4x n sempre que temos painel de comando (botões).

Eng. Toni Dos Santos Alves 40


Automação Industrial II 2004/2005

Exemplo: Ciclo (A+ A-)

Diagrama de funcionamento / Equações / Circuito electro-pneumático


0 1 2 A
1
Equações:
A
0 A+ = St.a0
a0 a1
a1
A- = a1
a0
A+ Elementos activos: a1; a0
A+ A-
A- Elementos passivos: St

St

Circuito eléctrico – Sequenciador relés

Æ Inputs
1 2 3
2x1 4x1
a0 13 a1 13 13
St 14
14 14
4x2
14
1x4
2x2 2x3 R2 11
1x2 1x3

1x1
R2 R3 R1

A F A F A F
3 5 4

Eng. Toni Dos Santos Alves 41


Automação Industrial II 2004/2005

Æ Outputs
4 5
2x1
R1 14 R3 14
11 11

1x5 1x6
3x2 3x3

3x1
A+ A-

Esquema de cablagem

Sensores
Quadro eléctrico
W1
a0 a1
1x 1 2 3 4 5 6

2x1 2 3

W2 W3

Painel de comando
Actuadores
1 2
3x1 2 3 4x

St

A+ A-

Tabela de cablagens

1x2 ---W1---2x2
1x3 ---W1 ---2x3
1x4 ---W3 ---4x2
1x5 ---W2 ---3x2
1x6 ---W2 ---3x3
4x1 --- 2x1

Eng. Toni Dos Santos Alves 42


Automação Industrial II 2004/2005

Exercício: Circuitos Sequenciadores

+ + - -
Dado o ciclo A B (A B ), responda às seguintes alíneas:

a. Represente o diagrama de funcionamento;

b. Obtenha as equações pneumáticas;

c. Construa o circuito electro-pneumático;

d. Construa o circuito sequenciador de relés;

e. Faça a representação do esquema de cablagem, da alínea d);

f. Estabeleça a tabela cablagem, da alínea e).

Eng. Toni Dos Santos Alves 43


Automação Industrial II 2004/2005

Laboratório de avaliação n.º2 – Controlo de sistemas pneumáticos com


relés

Através da representação gráfica de um ciclo, pretende-se projectar um


circuito de relés para o controlo dos cilindros.

0 1 2 3

Para o laboratório deve apresentar as seguintes alíneas:

• O ciclo correspondente;

• O circuito electro-pneumático;

• O circuito sequenciador de relés (inputs e outputs);

• O esquema de cablagem.

Eng. Toni Dos Santos Alves 44


Automação Industrial II 2004/2005

Autómatos Programáveis

Autómato programado – é um aparelho electrónico digital


que utiliza uma memória programada para armazenar
instruções e para implementar funções especificas tais
como, operações lógicas, sequenciais, temporizadas e
aritméticas para controlo de máquinas e processos.

Vantagens do autómato programável

- Flexibilidade – o mesmo autómato pode ser utilizado em


aplicações distintas, bastando para tal reprogramá-lo;

- Expansibilidade – pode ser alterado o número de entradas e saídas


(dependendo do tipo autómato);

- Baixo custo – largo desenvolvimento tecnológico, possibilita


soluções mais baratas;

- Simulação – o programa de um autómato pode ser testado “ off-


line”;

- Observação – pode ser observada o funcionamento do programa


passo a passo e a “online”;

- Velocidade – executa as instruções rapidamente, permitindo


controlar diversas máquinas em simultâneo;

- Facilidade de programar – permite a utilização de várias


linguagens de programação, fáceis e simples (STL, LAD, CSF,
Grafcet);

- Fiabilidade – os componentes electrónicos são mais fiáveis que


outros componentes;

- Segurança – o programa só pode ser alterado por um operador


autorizado;

- Documentos – permite a impressão do programa através de uma


vulgar impressora, em contraste com outros métodos em que uma
alteração obriga a efectuar outro esquema de funcionamento.

Eng. Toni Dos Santos Alves 45


Automação Industrial II 2004/2005

Desvantagens do autómato programável

- Tecnologia – devido a ser utilizada tecnologia recente é mais


difícil a obtenção de operadores aptos para programar;

- Ambiente – não pode ser utilizados em condições ambientais


adversas (alta temperatura, vibrações e em zonas de trovoadas
constantes);

- Preço – depende da aplicação. Existem situações em que a


utilização de autómatos programados é desnecessária.

Estrutura do autómato

Dito de uma forma simplista, os autómatos programáveis, são constituídos por um


"cérebro", o CPU (Unidade Central de Processamento), por memória e por blocos de
entradas e saídas, quer sejam do tipo digital quer do tipo analógico, que permitem ao
sistema receber informações provenientes da instalação (via sensores e/ou
instrumentação de medida e/ou redes de comunicação industriais) e também actuar
sobre esta. São compactos, modulares, multifunções ou para arquitecturas de
automatismos complexas, funções especiais, entradas/saídas à distancia...
Os autómatos programáveis, cada vez mais compactos, descentralizam a inteligência,
aproximando-a das máquinas. Softwares especializados e terminais industriais
asseguram a programação, exploração, controlo e supervisão de um modo totalmente
compatível. As redes entre automatismos geram a comunicação.
Toda a arquitectura é modular, permitindo que o sistema de automação "cresça", no
caso de as variáveis a controlar aumentarem em número ou em complexidade.
Todas as funções são implementadas através da programação, o que determina uma
grande versatilidade do sistema, podendo este sempre ser optimizado e melhorado no
futuro.

Eng. Toni Dos Santos Alves 46


Automação Industrial II 2004/2005

Sistemas Automático

Um sistema automático é constituído por duas grandes partes, uma é a parte


operativa ( ou parte de potência), outra a parte de comando.

Estrutura dos sistemas Automáticos

Parte Parte
Operativa Comando D
i
Actuadores Amplificadores á
Processamento l
o
g
Sensores o
Comunicação

Processo
Outros Automatismos

Diálogo Homem – Máquina

A automação de um processo industrial resulta, em termos de


hardware, da interligação e coordenação de diversas disciplinas.

Podem-se destacar:

- Sensores e Instrumentação de Medida

Os sensores são os órgãos de visão da automação, transmitindo ao COMANDO as


informações relativas ao estado do processo industrial. Podem ser divididos nas
seguintes classes:

- Detectores; micro-interruptores, fins de curso, detectores de


proximidade (indutivos, capacitivos, ultra-sónicos, etc.) células
fotoeléctricas, detectores de identificação (leitores código de
barras), etc.

Eng. Toni Dos Santos Alves 47


Automação Industrial II 2004/2005

- Sensores; de posição (medidores de posição absoluta e/ou


incremental), de temperatura (termopares, PT1000, termóstatos
bimetálicos, sondas resistivas de platina ou níquel), de pressão (de
efeito capacitivo, piezeléctrico ou células de tensão, de caudal (de
princípio electromagnético, ultra-sónico e mássico), de peso, etc.

• Actuadores

No sistema, os actuadores funcionam como "mãos", executando as ordens de


COMANDO, actuando directamente sobre o equipamento envolvido no processo
industrial, incluem-se neste grupo os seguintes:

- Relés auxiliares;
- Contactores e conversores electrónicos;
- Variadores de velocidade/frequência;
- Electrovalvulas e válvulas motorizadas;
- Servomecanismos de posicionamento;
- Pneumáticos, hidráulicos ou eléctricos.

• Equipamento de Comando

O equipamento de comando funciona como o "cérebro" do sistema de automação,


recebendo as informações dos sensores e, em função delas e de acordo com
parâmetros pré-definidos, transmite "ordens" aos actuadores.

• Diálogo Homem/Máquina

Este tipo de equipamento, também denominado de Terminal de Diálogo permite a


comunicação do(s) operador(es) com a(s) máquina(s) ou processo(s),
nomeadamente para escolher programas e alterá-los se necessário (e permitido),
visualizar as variáveis mais importantes do processo, definir e alterar parâmetros,
reagir a alarmes, iniciar e parar o processo, etc. Existe uma vasta gama de produtos
no mercado com estas funções, Existem desde as simples consolas (terminais
industriais) alfanuméricos, até ás mais evoluídas (gráficas, com touch scren). sendo
que umas privilegiam o preço, outras a funcionalidade e interoperacionalidade com
outros sistemas, com maior ou menor individualização do equipamento e outras
ainda uma maior personalização.

Eng. Toni Dos Santos Alves 48


Automação Industrial II 2004/2005

Comunicação do autómato programado com os programadores

• Consolas Æ programação manual onde a comunicação é feita por um cabo


directo para o autómato ( a consola destina à programação e regulação dos
autómatos, permitindo a programação em linguagem lista de instruções);

• PC’s Æ cabo com conversor da ligação RS 232 do computador para a ligação


RS 485 do autómato.

Eng. Toni Dos Santos Alves 49


Automação Industrial II 2004/2005

Edição de programas

- todos os programadores permitem STL, base de todas as outras


linguagens;
- linguagens gráficas, (LAD, CSF e Grafcet) com base em PC’s e
terminais;
- linguagens de alto-nível (C++, Pascal, etc.) também possíveis mas
pouco utilizadas.

Exemplo de um autómato (entradas, saídas e alimentação)

Eng. Toni Dos Santos Alves 50


Automação Industrial II 2004/2005

Programação de Autómatos Programáveis

Linguagens de programação

• STL Æ “Statement List” – lista de instruções;

• LAD Æ “Ladder Diagram” – lógica de contactos;

• CSF Æ ”Control System Flow-Chart” – blocos funcionais;

• Grafcet Æ gráfico funcional de comando etapa transição.

STL – lista de instruções

• Obedece à norma Din 19239;

• Os nomes das operações lógicas, instruções, variam de fabricante para fabricante


de autómatos programados;

• As operações lógicas são efectuadas em função dos valores lógicos das entradas,
saídas, contadores, temporizadores, etc. Sendo atribuído o resultado a outra
variável.

LAD – lógica de contactos

• Linguagem gráfica;

• Verifica a passagem de corrente por diversos sensores com o objectivo de fazer


actuar uma saída (actuador).

• Contactos abertos e fechados

a
--> contacto aberto ==> valor lógico = 0

a
--> contacto fechado ==> valor lógico = 1

a b
--> Produto lógico ==> a . b

Eng. Toni Dos Santos Alves 51


Automação Industrial II 2004/2005

--> Soma lógica ==> a + b


b

Diagrama LAD

+ -

a b
F

Função lógica : F = a . b

CSF – blocos funcionais

• Simbologia gráfica semelhante aos circuitos electrónicos.

a &
b
≥1
c F
d

Função --> F = a . b . c + d

Eng. Toni Dos Santos Alves 52


Automação Industrial II 2004/2005

Grafcet

• Não é uma linguagem propriamente dita, é sim, uma representação gráfica da


evolução do programa, socorrendo-se de símbolos que definem as diferentes
etapas do processo.

Etapa inicial

0
Transições
m
Acções

1 A+ B+

Etapa

Etapa

• Define um bloco de instruções a executar, quando está activa;


• Está activa quando a transição anterior tomar o valor lógico 1;
• Está terminada quando a transição posterior tomar valor lógico 1.

2
1

Inicial Normal

Eng. Toni Dos Santos Alves 53


Automação Industrial II 2004/2005

Transição

• condição de evolução de uma etapa para a outra;


• actuação de uma transição, implica desactivar a etapa anterior e activar a
seguinte.

Execução paralela

4 5

Execução alternativa

4 5

Eng. Toni Dos Santos Alves 54


Automação Industrial II 2004/2005

Autómatos CPM

Modelo de autómato fabricado pela empresa Omron, que pode ser programado
através de:

• Consola em linguagem lista de instruções;


• Computador em linguagem de contactos ou em linguagem lista de instruções.

Autómato CPM1A – 20 E/S

Eng. Toni Dos Santos Alves 55


Automação Industrial II 2004/2005

Sinalizadores

Endereços dos terminais de entradas e saídas

Eng. Toni Dos Santos Alves 56


Automação Industrial II 2004/2005

Instruções básicas

Eng. Toni Dos Santos Alves 57


Automação Industrial II 2004/2005

Símbolo das instruções básicas

Eng. Toni Dos Santos Alves 58


Automação Industrial II 2004/2005

Blocos funcionais (CSF)

Lógica

Blocos Funcionais Instruções

& LD

& LD NOT

&
AND

&
AND NOT

>=1
OR

>=1
OR NOT

SET
R

RSET
R

>=1
OUT

Eng. Toni Dos Santos Alves 59


Automação Industrial II 2004/2005

Temporizadores (TIM)

Blocos Funcionais Instruções

S TX
Tempo
t ST Æ inicializar
R 0

S TX
Tempo
t RT Æ anular
R 0

Contadores (CNT)
Instruções Blocos Funcionais

I S
+1 IC Æ incrementar
D R

I S
+1 DC Æ decrementar
D R

I S
+1 SC Æ inicializar
D R

I S
+1 RC Æ anular
D R

Eng. Toni Dos Santos Alves 60


Automação Industrial II 2004/2005

Comparação

Blocos Funcionais Instruções

Val.1 >
= = Æ igual
Val.2 <

Val.1 > >=1

= <> Æ diferente
Val.2 <

Val.1 >
= > Æ maior
Val.2 <

Val.1 >
= < Æ menor
Val.2 <

Val.1 > >=1

= >= Æ maior ou
Val.2 < igual

Val.1 > <= Æ menor ou


= >=1
igual
Val.2 <

FIM End (01) ÆFim de um


programa

Eng. Toni Dos Santos Alves 61


Automação Industrial II 2004/2005

Exercícios – Iniciação Programação

1. (Exemplo) circuito que activa uma saída se a entrada estiver ligada.

Lógica de contactos:

Lista de instruções:

END

2. Circuito que activa duas saídas se a entrada estiver ligada. Através da lógica de
contactos construa as listas de instruções e a respectiva equação.

Lista de instruções: ?
Equação: ?

3. Circuito série que activa uma saídas se uma entrada estiver ligada e outra
desligada. Através da lista de instruções construa a lógica de contactos listas e a
respectiva equação.

END
Lógica de contactos: ?
Equação: ?

Eng. Toni Dos Santos Alves 62


Automação Industrial II 2004/2005

4. Circuito paralelo que activa a saída se uma de duas entradas, ou ambas,


estiverem ligadas. Através da lista de instruções construa a lógica de contactos
listas e a respectiva equação.

END
Lógica de contactos: ?
Equação: ?

5. (Exemplo) Temporizador com atraso à operação (temporizador ao trabalho) que


vai a “1” 5 s após se ligar a condição de comando (000.00).

Eng. Toni Dos Santos Alves 63


Automação Industrial II 2004/2005

6. (Exemplo) temporizador com atraso à desoperação (temporizador ao repouso),


que desliga a saída (010.00) 3 s após se desligar a entrada (000.00).

Contadores

1. O contador activa uma saída quando o valor da contagem for igual a 5.

Lista de instruções: Diagrama de contactos:

LD 000.00
000.00
LD 000.01 Contagem
CNT
CNT 001 #0005 Contador

LD CNT001 000.01
Reset 001
OUT 010.00 N.º do contador

#0005
0005 bcd Valor da contagem
pré-seleccionada

CNT001 010.00

Saída

Eng. Toni Dos Santos Alves 64


Automação Industrial II 2004/2005

2. Contador reversível CNTR002 que active uma saída de forma intermitente


quando o valor da contagem for a 6.

Lista de instruções: Diagrama de contactos:

LD 000.00
000.00
LD 000.01 Incrementa CNTR(12)
LD 000.02 Contador Reversível

CNTR 002 #0005 000.01


Decrementa 002
LD CNT002 N.º do contador
AND 255.02 000.02
Reset #0005
OUT 010.00 0005 bcd Valor da contagem
pré-seleccionada

CNT002 255.02 010.00

Clock_T=1s Saída

7. Dado o seguinte ciclo (A- A+), construa o esquema electro-pneumático e as


programações possíveis (STL, LAD, CSF e em grafcet) .

Ciclo (A- A+)

a0 a1
A

Start

A+

Eng. Toni Dos Santos Alves 65


Automação Industrial II 2004/2005

Legenda

Input’s: Output’s:

Start Æ %I0.2 A+ Æ %Q0.0


a0 Æ %I0.0
a1 Æ %I0.1

Inicio do ciclo

Se %I0.2 =0 Î liga A+ = Set %Q0.0

Bloco (A-)

Se %I0.2=1 e %I0.1 =1 Î desliga A+ = Reset %Q0.0

Bloco (A+)

Se %I0.0 =1 Î liga A+ = Set %Q0.0

Programação – Grafcet

Inic.

0 A+

St.a1

1 A-

a0

2 A+

Eng. Toni Dos Santos Alves 66


Automação Industrial II 2004/2005

Programação – STL ( Lista de instruções )

LDN %F0
AND %I0.2
Inicialização S %Q0.0
S %F0
S %F1

------------------

LD %F1
AND %I0.2
AND %I0.1
A-
R %Q0.0
R %F1
S %F2

------------------

LD %F2
AND %I0.0
A+ S %Q0.0
R %F2
S %F1

Eng. Toni Dos Santos Alves 67


Automação Industrial II 2004/2005

Programação – LAD (Lógica de contactos)

+ -

%F0
S
Inic. %Q0.0

S
%F0

S
%F1

%F1 %I0.2 %I0.1


R
A- %Q0.0

R
%F1

S
%F2

%F2 %I0.0
S
A+ %Q0.0

R
%F2

S
%F1

Eng. Toni Dos Santos Alves 68


Automação Industrial II 2004/2005

Programação – CSF (Blocos Funcionais)


Q0.0
F0 & S

F0
S

F1
S

Q0.0
F1 & S
& &

I0.1 R

I0.2 F1
S

Q0.0 F2
S S
F2 &
&
R R
I0.0

F2
S

F1
S

Eng. Toni Dos Santos Alves 69


Automação Industrial II 2004/2005

Exemplo: Arranque directo – Motor assíncrono trifásico de rotor em


curto-circuito

GRAFCET

Legenda:

Motor Desligado = 010.00 → (Rset)


Motor Ligado = 010.00 → (Set)
Botão de Marcha = 000.00 → (P1)
Relé Térmico = 000.01 → (F1)
Botão de Paragem = 000.02 → (P2)

Input´s: Variáveis internas ( flag´s )


Output´s: F0 → 200.00
P1→ 000.00 F1 → 200.01
F1→ 000.01 Motor→ 010.00 F2 → 200.02
P2→ 000.02

Eng. Toni Dos Santos Alves 70


Automação Industrial II 2004/2005

Eng. Toni Dos Santos Alves 71


Automação Industrial II 2004/2005

Esquema de ligações

Eng. Toni Dos Santos Alves 72


Automação Industrial II 2004/2005

Esquema de ligações de motor trifásico

Eng. Toni Dos Santos Alves 73


Automação Industrial II 2004/2005

Exercícios – Programação Autómatos

1. Cancelas do caminho-de-ferro

Considere o dispositivo de comando de duas cancelas, de passagem de nível, de uma


via única de caminho-de-ferro.

A C

Dois sistemas de detecção A e C, são utilizados para detectar a passagem de


comboio.

Quando da chegada de um comboio aos referidos sistemas de detecção as cancelas


fecham.

Quando passa a cauda do referido comboio pelo detector B as cancelas abrem. O


comboio ao sair da zona de passagem de nível, isto é, quando a cauda do comboio
passar pelo detector A ou B, leva o sistema à sua posição inicial, com as cancelas
abertas.

Qual o GRAFCET do sistema?

Resolução:

1 Cancelas abertas

Quando o comboio passa por A ou C

2 Fecham as cancelas

Quando a cauda do comboio passa por B

3 Abrem as cancelas

Eng. Toni Dos Santos Alves 74


Automação Industrial II 2004/2005

2. Banho de pintura

Considere o sistema da figura seguinte, que representa o processo de pintura de um


determinado painel.

C1 C2 C3

h
Motor de elevação

Carregamento Descarregamento
Banho

Um carrinho desloca-se horizontalmente, permitindo a colocação do painel nas três


etapas do processo; carregamento, banho e descarregamento. O banho, posição C2,
tem a duração de 30 segundos. A posição inicial do carrinho é no carregamento C1,
sendo este efectuado manualmente, assim como o descarregamento C3.

A ordem de início do ciclo é dada quando o painel é carregado.

O carrinho desloca-se, para a esquerda ou direita, quando o painel está na posição


alta, h.

Quando o carrinho se encontra na posição C2, o painel desloca-se para a posição


baixo, b, permanecendo lá 30 segundos para o banho. É posteriormente elevado para
a posição alto.

A informação de painel carregado ou descarregado é obtida através de dois


interruptores, comandados manualmente.

Qual o GRAFCET do sistema?

Eng. Toni Dos Santos Alves 75


Automação Industrial II 2004/2005

Resolução:

1 Desloca carrinho para esquerda Desloca suporte painel para baixo

St.C1.b

2 Sobe suporte do painel

3 Pára suporte Desloca o carrinho para direita

C2

4 Pára carrinho Desce suporte do painel

5 Pára suporte Temporiza 30 segundos

Quando temporização estiver realizada

6 Sobe o suporte do painel

7 Pára carrinho Desloca carrinho para direita

C3

8 Pára carrinho Baixa suporte do painel

9 Pára suporte

Eng. Toni Dos Santos Alves 76


Automação Industrial II 2004/2005

3. Ciclos pneumáticos

1- Pretende-se que o aluno através do ciclo pneumático “ciclo:


A+A-(B-C-)A+A-(B+C+) “ implemente um sistema automático. Para isso, deve
seguir os seguintes alíneas:

a) Representar o ciclo pneumático;

b) Apresentar o circuito electropneumático (o comando das válvulas, a activação


por um selonoide e o recuo por mola);

c) Fazer a legenda (Input’s, output’s e variáveis internas);

d) Colocar as Flag’s no ciclo;

e) Fazer a programação em Grafcet, STL e em LAD.

2- Pretende-se que o aluno através do ciclo pneumático “ciclo:


2*(A-C-B-(B+C+)A+)5s “ implemente um sistema automático. Para isso, deve seguir os
seguintes alíneas:

a) Representar o ciclo pneumático;

b) Apresentar o circuito electropneumático (o comando das válvulas, a activação


por um selonoide e o recuo por mola);

c) Fazer a legenda (Input’s, output’s e variáveis internas);

d) Colocar as Flag’s no ciclo;

e) Fazer a programação em Grafcet, STL e em LAD.

3- Pretende-se que o aluno através do ciclo pneumático “ciclo:


2*(A+A-)5s 3*(B+B-)“ implemente um sistema automático. Para isso, deve seguir os
seguintes alíneas:

a) Representar o ciclo pneumático;

b) Apresentar o circuito electropneumático (o comando das válvulas, a activação


por um selonoide e o recuo por mola);

c) Fazer a legenda (Input’s, output’s e variáveis internas);

d) Colocar as Flag’s no ciclo;

e) Fazer a programação em Grafcet, STL e em LAD.

Eng. Toni Dos Santos Alves 77


Automação Industrial II 2004/2005

4- Pretende-se que o aluno através do ciclo pneumático “ciclo:


A A 
+ -
C+5S 2*  + -  5s C- “ implemente um sistema automático. Para isso, deve seguir os
B B 
seguintes alíneas:

a) Representar o ciclo pneumático;

b) Apresentar o circuito electropneumático (o comando das válvulas, a activação


por um selonoide e o recuo por mola);

c) Fazer a legenda (Input’s, output’s e variáveis internas);

d) Colocar as Flag’s no ciclo;

e) Fazer a programação em Grafcet, STL e em LAD.

Eng. Toni Dos Santos Alves 78


Automação Industrial II 2004/2005

Sistema manual/automático

Arranque directo – motor assíncrono trifásico de rotor em curto-circuito

- Controlo

3 97 3

4 4
P3 F2 98 P4
M A
Input’s
P’
AUTÓMATO
+
Output’s
24V dc

-
R2 R1 R3 R4
- Comando e potência
R
S
T
N
PE
1
F1
2
95
F2 23 12 11 12 1 3 5
96
KM1 R3 KM1 R4
12 11 12 11
24
R2 12
11
R1
F1
1 11
P1 2 4 6
2

3
13
A1 1 3 5
P2 KM1
4 14 KM1

A2 2 4 6
A1

KM1 LA LP 1 3 5
A2
F2
2 4 6
U1 V1 W1 PE

3~

Eng. Toni Dos Santos Alves 79


Automação Industrial II 2004/2005

Laboratório de avaliação n.º 3 – Controlo de Sistemas Pneumáticos com


Autómatos Programáveis

Pretende-se que o aluno através das equações pneumáticas implemente


um sistema automático, utilizando um autómato CPM2A da Omron,
existente no laboratório. Para isso, deve seguir os seguintes alíneas:

a) Representar o ciclo pneumático;

b) Apresentar o circuito electropneumático (o comando das válvulas, a


activação por um selonoide e o recuo por mola);

c) Fazer a legenda (Input’s, output’s e variáveis internas);

d) Colocar as Flag’s no ciclo;

e) Fazer a programação em STL e em LAD.

f) Montar o esquema na bancada pneumática e programe o autómato


(não se esqueça de colocar o autómato, 1.º em stop e só depois de
transferir o programa para PLC, colocar então em RAN).

g) Retire todas as suas conclusões

Equações:

A+ = St. s1.b0

A-= a1

B+=St.s2.a0

B-=b1

Eng. Toni Dos Santos Alves 80


Automação Industrial II 2004/2005

Controlo Automático

Introdução aos Sistemas de Controlo

Um Sistema de Controlo é um conjunto de dispositivos que mantém uma ou


mais grandezas físicas, dentro de condições definidas à sua entrada.

Os dispositivos que o compõe podem ser eléctricos, mecânicos, ópticos e até


seres humanos.

Exemplo

Um operador e um registro hidráulico compõem um sistema de controlo


de nível de uma caixa de água, se este tiver orientação (entrada) e uma
régua de medição de nível (sensor).

As grandezas físicas controladas são várias, mas as mais comuns são


temperatura, pressão, nível de líquidos ou sólidos, velocidade, frequência, posição linear
ou angular, tensão, corrente e luminosidade.

A entrada do sistema pode ser ajustada através de botões existente no painel do


controlador ou através de um programa.

Tipos de Sistemas

- Sistema de malha aberta

A entrada define o comportamento do controlador, “cérebro do sistema”, e este


responde agindo no ambiente, sem verificar depois se o nível da grandeza física
corresponde de facto à entrada; não existe sensor para observar algum eventual desvio,
nem realimentação, para o corrigi-lo.

- Sistema de malha fechada

Verificam a ocorrência de desvios, pois contém um sensor, que monitora a


saída, fornecendo um sinal que retorna à entrada, formando uma malha de
realimentação. A entrada e esta realimentação se juntam num comparador, que
combinam ambos e fornecem um sinal de erro, diferença entre os sinais, que orienta o
controlador.

Eng. Toni Dos Santos Alves 81


Automação Industrial II 2004/2005

Variáveis de um Processo de Controlo

Perturbações

Variáveis manipuladas Processo Variáveis controladas

Perturbações – são quantidades cujo valor pode variar independentemente do operador


ou do sistema de controlo e que influenciam as variáveis controladas.

Variáveis manipuladas – são as quantidades cujo valor pode ser alterado ou


estabelecido externamente ao processo.

Variáveis controladas – são as quantidades ou condições que se pretende controlar ou


manter a um certo nível.

Tipo de controlo

- Controlo Manual

Controlador

Processo
Variável controlada
Variável manipulada

O operador observa o aparecimento de uma perturbação e o seu valor, face do seu


conhecimento do processo, actua sobre a variável de entrada por forma a reduzir ou
idealmente eliminar o efeito da perturbação na variável controlada.

Eng. Toni Dos Santos Alves 82


Automação Industrial II 2004/2005

- Controlo Automático por Avanço

Referência Perturbações

Controlador Medidas das


perturbações

Valor v.
manipuladas

Variáveis Processo
manipuladas Variáveis controladas

São usados sensores para medir as perturbações e com base nestes valores medidos os
controladores calculam os valores que as variáveis manipuladas devem tomar para
compensar o efeito dessas perturbações.

- Controlo por Realimentação

Perturbações

Referência Comparação Controlador Processo V. controlada

Medida

O controlo por realimentação actua corrigindo os erros e o controlo por avanço


actua prevenindo os erros.

Eng. Toni Dos Santos Alves 83


Automação Industrial II 2004/2005

Diagramas de Blocos

São símbolos que mostram o relacionamento entre as partes e o fluxo dos sinais.

Sistema em Malha Aberta

A entrada é o nível desejado da grandeza controlada (comando ou programação).


O controlador avalia este sinal e envia um sinal (que pode ser eléctrico ou mecânico,
conforme o sistema) ao actuador, que é o elemento que age no ambiente de modo a
alterar a grandeza.

Controlador Actuador

Sistema de Malha Aberta


Grandeza não Automático
Exemplo:
Um sistema elementar de controlo de velocidade de um motor C.C., compõe-se
de um reóstato em série com o enrolamento de campo do motor. Um operador
(controlador) ajusta, pela sua experiência, o reóstato, variando a velocidade do motor,
que é o actuador. O sistema não é auto regulado, e a velocidade poderá mudar conforme
a carga (o esforço mecânico) na saída.

Sistema em Malha Fechada


Agora além dos blocos que compunham a malha aberta, temos um sensor, que
reage à grandeza física enviando um sinal ao bloco somador, que subtrai este sinal ao de
entrada (observe os sinais + e - nas entradas), fornecendo um sinal de erro ao
controlador. Este sinal é a entrada do controlador, que o avalia e tenta corrigir o desvio
captado pelo sensor, através de um novo comando ao actuador.

ENTRADA
SOMADOR Controlador
CONTROLADOR Actuador
ATUADOR SAÍDA

Sensor
SENSOR
REALIMENTAÇÃO

Sistema de Malha Fechada


Grandeza Automática

Eng. Toni Dos Santos Alves 84


Automação Industrial II 2004/2005

Detector de erros

Produz um sinal que é dado pela diferença entre a entrada de referência R(s) e o
sinal de realimentação do sistema de controlo:

R(s) + E(s)

-
Y(s)

E(s) = R(s) – Y(s)

Função de transferência

E(s) Y(s)
G(s)

Y(s) = G(s) x E(s)

Exemplo:
Nos rádios - receptores e TV modernos há um controlo automático de volume
(AGC, Automatic Gain Control, sigla Inglesa), que procura manter o nível do sinal de
áudio quase constante após o detector (demodulador), apesar da grande variação no
nível captado na antena, conforme a emissora.

Eng. Toni Dos Santos Alves 85


Automação Industrial II 2004/2005

Exercício

Dado o seguinte sistema, calcule a função de transferência em anel aberto e em anel


fechado.

r + e S
G
-

Resolução

e = r - s
(= ) (= ) (= ) (= )
_____ _____ _____ _____

s = G * e s = G * (r - s) s = G * r - G * s G * r = s + G * s G * r = s * (1 + G)
 _____ e = r - s

(= ) G * r (= ) G
s = 1 + G s = 1 + G * r

Æ Função de transferência em anel aberto ---- s = G * r

G
Æ Função de transferência em anel fechado --- s = *r
1+ G

Eng. Toni Dos Santos Alves 86


Automação Industrial II 2004/2005

Controladores

Calcula com base no erro de saída do comparador as variações necessárias a


introduzir na variável manipulada.

Classificação dos controladores:

ƒ Electrónicos;
ƒ Pneumáticos;
ƒ Mecânicos;
ƒ Hidráulicos.

- Controlo Tudo ou Nada (ON - OFF)

Controlo “liga – desliga” – simples relé

- Controlo Proporcional - P

Saída de controlo é proporcional à entrada do erro no controlador.

Kc * E
E
Kc

- Controlo Integral – I

- Controlo Proporcional, Integral – PI

- Controlo Proporcional, Derivativo – PD

- Controlo Proporcional, Integral, Derivativo – PID

Eng. Toni Dos Santos Alves 87


Automação Industrial II 2004/2005

Estabilidade

Imaginária

SPE SPD

Real

- O sistema é estável quando os pólos estão no semi-plano esquerdo (SPE);

- O sistema é instável, quando os pólos estão no semi-plano do lado direito


(SPD);

- O sistema é simplesmente estável, quando os pólos estão sobre o eixo


imaginário.

Exercícios – Sistemas Controlo

1. Um motor eléctrico é modulado através da seguinte função de


transferência.

θ (s) 1
= δ (s)
δ (s) s 2 r + e θ (s)
Kc 1/s2
-

Calcule a função de transferência em anel aberto e em fechado, bem


como, a sua estabilidade.

Eng. Toni Dos Santos Alves 88


Automação Industrial II 2004/2005

Laboratório de avaliação n.º 4 – Controlo Automático de um parque de


estacionamento, por programação de autómatos

A figura seguinte representa um parque de estacionamento e sabe-se


que o limite máximo é de 4 carros e ainda que existe sinalização luminosa.
Posto estas condições faça a programação para este caso.

S1 S2

Implemente um sistema automático, utilizando um autómato CPM2A


da Omron, existente no laboratório.

Eng. Toni Dos Santos Alves 89


Automação Industrial II 2004/2005

Bibliografia

A. Silva Pereira . Mário Águas . Rogério Baldaia, Sistemas Digitais, Porto Editora,
2001

José Novais, Método Sequencial Para Automatização Electropneumática, 3.ªEdição,


Fundação Calouste Gulbenkian, 1997

José Matias . Ludgero Leote, Automatismos Industriais, Didáctica Editora, 1993

António Francisco, Autómatos Programáveis, ETEP, 2002

Apontamentos de Automação e Controlo, Eng.ª Industrial, Castelo Branco, 1997

Eng. Toni Dos Santos Alves 90

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