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Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica
1ª Edição
Porto Alegre,
Março de 2007.
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Sumário
Aula nº 01 .......................................................................................................... 5
Conceitos Básicos .................................................................................................. 5
Importância do Estudo de Acústica .................................................................. 5
Som, Ruído e Vibrações ................................................................................... 6
Nível de Pressão Sonora (NPS) ........................................................................ 8
Espectro de Freqüências ................................................................................... 9
Oitava.............................................................................................................. 10
Aula nº 02 ........................................................................................................ 12
A Audição Humana.............................................................................................. 12
O Ouvido Humano.......................................................................................... 12
Limites de Audição ......................................................................................... 13
Mascaramento ................................................................................................. 21
Interferência na Palavra .................................................................................. 21
Efeitos do Ruído nos Indivíduos..................................................................... 22
Fontes de Ruído .............................................................................................. 22
Aula nº 03 ........................................................................................................ 24
Medição do Ruído ................................................................................................ 24
Medição do Som ou Ruído ............................................................................. 24
Operações com Decibéis................................................................................. 28
Propagação do Som......................................................................................... 31
Aula nº 04 ........................................................................................................ 37
Normas Brasileiras Relacionadas à Avaliação de Ruído ..................................... 37
NR-15: Atividades e Operações Insalubres .................................................... 37
NBR 10151/2000: Acústica - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas,
visando o Conforto da Comunidade - Procedimento...................................... 39
NBR 10152/1987: Níveis de Ruído para Conforto Acústico ......................... 42
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Aula nº 05 ........................................................................................................ 44
Condicionamento Acústico - Acústica Geométrica ............................................. 44
Introdução ....................................................................................................... 44
Acústica Geométrica....................................................................................... 45
Aula nº 06 ........................................................................................................ 54
Condicionamento Acústico - Absorção ............................................................... 54
Coeficientes que Caracterizam o Comportamento do Som Frente a uma
Parede.............................................................................................................. 54
Tempo de Reverberação ................................................................................. 61
Aula nº 07 ........................................................................................................ 67
Condicionamento Acústico - Absorção ............................................................... 67
Propagação e Amortecimento do Som em Ambientes Fechados ................... 67
Redução do Nível Sonoro Mediante a Absorção............................................ 69
Absorvedores Pendurados - Baffles ................................................................ 73
Aula nº 08 ........................................................................................................ 80
Isolamento Sonoro ............................................................................................... 80
Isolamento × Condicionamento ...................................................................... 80
Isolamento....................................................................................................... 80
Isolamento por Meio de Paredes em Função da Freqüência .......................... 83
Número Único de Isolamento Acústico - IMRR: Índice Médio de
Redução de Ruído ........................................................................................... 92
Classe de Transmissão Sonora (STC)............................................................. 93
Norma Argentina (IRAM 4044/85) ................................................................ 96
Projeto de Norma Brasileira (02:136.01.001/4) ............................................. 97
Aula nº 09 ........................................................................................................ 99
Isolamento Sonoro ............................................................................................... 99
Paredes Duplas................................................................................................ 99
Estanqueidade ............................................................................................... 108
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Aula nº 01
Conceitos Básicos
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Som:
O som é o resultado das vibrações dos corpos, quando estas se verificam
dentro de determinados limites de freqüências. Essas vibrações recebem o nome de
vibrações sonoras.
As vibrações sonoras se transmitem ao meio que circunda a fonte sonora
produzindo compressões e expansões sucessivas, que se propagam em todas as
direções.
Portanto, o som se propaga através de impulsos ocasionados ao meio, em
torno da fonte sonora, os quais provocam deformações transitórias que se
movimentam longitudinalmente, de acordo com a onda de pressão criada (Figura
1.1).
A oscilação da onda de pressão é caracterizada pela freqüência em ciclos/s
ou Hertz (Hz) e pela pressão em Pascal (Pa = N/m2). Ver Figura 1.2.
compressão
pressão
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Ruído:
A diferença entre som e ruído é subjetiva, já que se define ruído como um
som indesejado ou molesto. Por exemplo, para algumas pessoas certos tipos de
música são ruidosos, enquanto para outras, estas mesmas músicas são sons
agradáveis.
Ruído: som desagradável.
Freqüência:
Dá-se o nome de freqüência f de uma onda sonora ao número de vibrações
completas executadas pela mesma em um segundo. A unidade empregada para
medir a freqüência da onda sonora é o Hertz (Hz). Apenas as vibrações dentro de
certos limites de freqüência são audíveis pelo homem. Para um órgão auditivo
humano normal médio, os limites de audição estão compreendidos entre 16 e
20000Hz e as freqüências nesta faixa são chamadas áudio-freqüências.
Período:
O inverso da freqüência, isto é, o tempo necessário para efetuar uma onda
completa de oscilação (Figura 1.3), recebe o nome de período T e é medido em
segundos.
1
T=
f
amplitude
tempo (s)
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Comprimento de onda:
O comprimento de onda λ é definido como a distância física entre
compressões sucessivas. Depende da velocidade do som c no meio, através da
relação: velocidade do som igual ao comprimento de onda vezes a freqüência.
c
c = λf ⇒ λ= ⇒ λ = cT
f
A velocidade com que o som viaja varia com o meio e a temperatura t do
mesmo. Para um gás ideal, a relação é:
t
c = 332 1 + ou c = 331,4 + 0,607t
273
sendo t a temperatura em °C e c a velocidade do som em m/s.
A Tabela 1.1 apresenta a velocidade do som em alguns materiais.
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Então:
⎛ 2 × 10 −5 ⎞
NPS = 20 log⎜⎜ ⎟ = 0dB
−5 ⎟
limiar da audição
⎝ 2 × 10 ⎠
⎛ 20 ⎞
NPS = 20 log⎜ −5 ⎟
= 120dB limiar da dor
⎝ 2 × 10 ⎠
A Tabela 1.2 apresenta uma relação de alguns valores típicos de níveis de
pressão sonoros.
NPS Descrição
20 - 30dB Ambiente muito calmo, dormitório
40 - 50dB Escritórios, residência barulhenta
60 - 70dB Conversação normal
80 - 90dB Ruído de tráfego pesado
90 - 110dB Indústria pesada
110 - 120dB Aviões a jato a curta distância
A NBR 10152 recomenda os níveis de ruído para conforto acústico para cada
local e atividade (em dB).
Espectro de Freqüências
Uma onda sonora pode ser pura ou não. No primeiro caso cita-se como
exemplo o diapasão, que fornece só uma onda, como se mostra no gráfico da Figura
1.4.
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Oitava
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oitavas acima serão 4 vezes, três oitavas acima serão 8 vezes, quatro oitavas acima
serão 16 vezes, etc.; e duas oitavas abaixo serão 1/4, três oitavas abaixo serão 1/8, e
assim por diante.
Em termos matemáticos tem-se uma escala logarítmica de base 2:
1 oitava = log 2 2 = 2 vezes a freqüência
2 oitavas = log 2 4 = 4 vezes a freqüência
-2 oitavas = log 2 1/4 = 1/4 da freqüência
1/3 oitava = log 2 1,26 = 1,26 vezes a freqüência
0,585 oitava = log 2 1,5 = 1,5 vezes a freqüência
Freqüências centrais em Hz
Oitavas Terços de oitava
16 16 20 25
31,5 31,5 40 50
63 63 80 100
125 125 160 200
250 250 315 400
500 500 630 800
1000 1000 1250 1600
2000 2000 2500 3150
4000 4000 5000 6300
8000 8000 10000 12500
16000
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Aula nº 02
A Audição Humana
O Ouvido Humano
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Limites de Audição
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Alcance da audição:
Os animais diferem quanto ao alcance de freqüências, isto é, sons agudos ou
graves que emitem e recebem. Os pássaros e os seres humanos têm alcances
semelhantes, enquanto os morcegos e golfinhos se comunicam fora do campo de
alcance humano. A Figura 2.3 mostra em que faixas as várias espécies se encaixam
na escala de freqüências.
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O ouvido humano não “sente” igual a como o som é gerado. Existem curvas
de igual sensação (Equal Loudness Contours), cuja unidade é o fone. O fone é uma
medida real da resposta do ouvido humano (subjetivamente constante), a 1000Hz o
decibel e o fone são iguais (Figura 2.4). A Figura 2.6 apresenta curvas de igual
sensação para 40dB e escala A.
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Mascaramento
A existência de outro som, simultâneo com aquele que se quer ouvir, causa
uma superposição de vibrações da membrana basilar, perturbando a sua percepção.
Assim, faz-se necessário elevar o nível do som desejado para se obter sua percepção
correta. O fenômeno se traduz fisicamente dizendo que o som “mascarante” eleva o
limiar de audibilidade para o som “mascarado”.
Interferência na Palavra
Para o uso do telefone se estima que com um S.I.L. menor que 65dB, o uso é
satisfatório. Já entre 65 e 80dB, o uso é complicado e mais de 80dB, o uso é
impossível.
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Fontes de Ruído
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NPS (dB)
Fonte
125Hz 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz 4000Hz
Avião a jato quatro motores 132 135 136 132 129 125
Trem elétrico 84 81 80 78 72 65
Grito 60 64 67 68 63 55
Máquina de escrever mecânica 40 44 48 49 51 53
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Aula nº 03
Medição do Ruído
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Dose de ruído:
A dose de ruído é uma variante do nível equivalente, com o tempo de
medição fixado em 8 horas, que é ou deveria ser a jornada diária máxima de
trabalho de referência e com o tempo máximo de trabalho considerado na definição
dos limites de tolerância.
A diferença entre dose de ruído e nível equivalente é que a dose é expressa
em porcentagem de exposição diária permitida e o Leq é expresso em decibéis.
Assim sendo, a dose de ruído de 100% corresponde aos valores apresentados na
Tabela 3.1:
Leq Brasil (dBA) Leq Europa (dBA) Tempo de exposição diária máxima
85 85 8h
90 88 4h
95 91 2h
100 94 1h
105 97 30min
110 100 15min
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e L10. Os três níveis citados são usualmente empregados. L10 é mais usado para
estudos de ruído ambiental (ruído de trânsito).
Fontes sonoras:
Considere uma fonte sonora pontual, na qual as ondas possuem uma
geometria esférica, como indica a Figura 3.2.
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3,15E-09 1,12E-03 35
1,00E-09 6,33E-04 30
3,15E-10 3,55E-04 25
1,00E-10 2,00E-04 20
3,15E-11 1,12E-04 15
1,00E-11 6,33E-05 10
3,15E-12 3,55E-05 5
1,00E-12 2,00E-05 0
Soma de decibéis:
Supondo em um ambiente duas máquinas (fontes sonoras), cada uma produz
NPS1 e NPS2, qual o nível resultante (NPSR)? Não se podem somar os decibéis
porque são um artifício, devem ser somadas as densidades de energia.
P12 P22
NPS1 = 10 log 2 NPS 2 = 10 log 2
P0 P0
NPS resultante:
⎛ NPS1 NPS2
⎞ ⎛ 2 ⎞
⎟ = 10 log⎜ P1 + P2 ⎟
2
NPS R = 10 log⎜10 10
+ 10 10 ⎜ P2 ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ 0 ⎠
Generalizando:
⎛ n NPSi
⎞ ⎛ n
⎞
NPS R = 10 log ∑ 10 10
⎜ ⎟ = 10 log⎜ 1 ∑= P 2
⎟⎟
⎜ i =1 ⎟ ⎜ P2 i
⎝ ⎠ ⎝ 0 i 1 ⎠
Para maior comodidade pode-se usar a Tabela 3.3. Se a diferença for maior
que 20dB, o nível resultante será aproximadamente igual ao nível de pressão mais
alto.
Diferença NPS1-NPS2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Valor a somar ao nível mais alto 3,0 2,5 2,1 1,8 1,5 1,2 1,0 0,8 0,6 0,5 0,4
Diferença NPS1-NPS2 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Valor a somar ao nível mais alto 0,3 0,3 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0
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A soma de decibéis também pode ser feita com o ábaco da Figura 3.3.
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Subtração de decibéis:
Seja NPSm+f o nível de pressão sonora de uma máquina mais o ruído de
fundo. Desliga-se a máquina e mede-se o ruído de fundo, NPSf. A diferença entre as
duas situações será o ruído causado pela máquina, NPSm.
⎛ NPSm+ f NPS f
⎞ ⎛ 2 ⎞
⎟ = 10 log⎜ Pm+ f − Pf ⎟
2
⎜
NPS m = 10 log 10 10
− 10 10
⎜ ⎟ ⎜ P02 ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
A subtração de decibéis também pode ser feita com ajuda do ábaco da Figura
3.4.
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Propagação do Som
Fontes sonoras:
O efeito de propagação sonora, em um meio homogêneo, se conhece em três
tipos de fontes ideais: pontuais, lineares e planas, conforme mostra a Figura 3.5.
sendo DI o índice de diretividade, que varia conforme se mostra na Tabela 3.4. Esta
expressão é conhecida como a lei de 6dB de redução relativa com a distância.
Em um plano 2 3
NWS+3dB
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Em fontes sonoras lineares pode-se considerar que uma linha está composta
por infinitas fontes sonoras pontuais, então o comportamento é encontrado
integrando-se o efeito de cada fonte da linha. No caso de uma linha infinita a
propagação é cilíndrica. Para uma direção dada aplica-se a expressão seguinte para
se determinar o nível de pressão sonora:
NPS = NWS − 10 log(4πr )
Tem-se assim uma redução de 3dB duplicando a distância.
A Figura 3.7 mostra a variação do nível de pressão sonora com a distância
para fontes pontuais e cilíndricas.
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Exemplos:
1) Uma máquina instalada sobre um piso refletor produz 115dB(A) a 1,5m de
distância. Estimar o NPS a 60m de distância.
⎛ 1,5 ⎞
NPS 2 = 115 + 20 log⎜ ⎟ = 115 − 32 = 83dB(A )
⎝ 60 ⎠
2) Uma chaminé irradia ruído que causa incômodo aos vizinhos, localizados
a 100m. A altura da chaminé é 30m. Estimar o NPS em dB(A) na residência do
vizinho.
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Dados:
Freq. (Hz) 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global
NPSbase dB 85 80 85 90 95 85 70 60 97,2dB
A -26,2 -16,1 -8,6 -3,2 0,0 1,2 1,0 -1,1
NPS dB(A) 58,8 63,9 76,4 86,8 95,0 86,2 71,0 58,9 96,1dB(A)
1,63 × π (0,60 ) / 4
2
Wrad = = 1,15 × 10 −3 W
401
A distância entre o topo da chaminé e o ponto de interesse é:
R = 100 2 + 30 2 = 104,4m
A pressão sonora resulta:
1,15 × 10 −3
P 2
rms ,cerca = 401 = 3,37 × 10 −6 N 2 m 4
4π 104,4 2
Assim:
2
Prms
NPS cerca = 10 log ,cerca
= 39,3dB(A )
P02
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Observações:
Obviamente estes modelos são bastante simples, porém prestam-se para a
solução de problemas práticos de controle de ruído.
Quando intervenham no fenômeno grandes distâncias, ou seja, controle com
objetivos ambientais, o vento e as condições atmosféricas proporcionam uma
propagação não uniforme das ondas, como se apresenta nos tópicos seguintes.
Efeitos atmosféricos:
Absorção: A absorção do som refere-se à atenuação na intensidade sonora
como o resultado da passagem através de um meio, neste caso ar. Na prática, a
absorção resulta numa redução sonora por metro de distância e este efeito se torna
muito importante quando há grandes distâncias.
Vento: O som se incrementa a favor do vento e se reduz contra o mesmo.
Este fato não é somente o resultado da velocidade do vento, senão também que a
frente de onda esférica é deformada pelo vento.
Efeito da temperatura: O som prefere ir por onde a temperatura é mais
baixa. Assim, se há um gradiente (variação gradual) de temperatura na atmosfera, as
ondas sonoras se desviam sempre em direção à zona mais fria. Se, ao nível do solo,
a temperatura é muito mais baixa do que acima, as ondas sonoras se mantêm
próximas do solo ao invés de se dispersarem verticalmente. Quando, por outro lado,
a zona mais alta da atmosfera é mais fria, as ondas sonoras se dispersam mais
intensamente para cima. Esse efeito pode ser observado na Figura 3.8.
Um lago é um bom exemplo desse fenômeno. Durante a noite, a água se
mantém aquecida pelo sol do dia, de forma que o ar próximo à sua superfície fica
mais quente que o ar muito acima. Um som produzido em uma margem do lago é
fracamente ouvido na margem oposta. Durante o dia, a situação se inverte: a água
esfriou durante a noite, e o sol aqueceu rapidamente o ar muito acima da superfície
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do lago. Como o ar junto da água fria está mais frio que o ar acima dele, as ondas
caminham longas distâncias sem se dispersarem para cima, permitindo uma
excelente audição de uma margem para a margem oposta do lago.
Um show numa noite fria, em local aberto, também pode se tornar
problemático, pois a aglomeração de público produz calor junto ao chão, portanto as
ondas sonoras tendem a fugir para o ar frio mais acima. Algumas vezes, convém
inclinar as caixas acústicas ligeiramente para baixo, de forma a que o som se perca
menos nas alturas.
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Aula nº 04
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rápida (fast) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será
de 120dB(C). As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem
proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140dB(linear),
medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130dB(C), medidos
no circuito de resposta rápida (fast), oferecerão risco grave e iminente.
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em pelo menos três posições distintas, sempre que possível afastadas entre si em
pelo menos 0,5m.
Uma verificação e eventual ajuste do sistema de medição devem ser
realizados imediatamente antes e após cada medição, ou conjunto de medições
relativas ao mesmo evento.
O ruído de fundo deve ser pelo menos 10 decibéis menor que o ruído a ser
medido (quando se deseja caracterizar o ruído de algum equipamento ou
procedimento).
Quando o ruído não for contínuo, isto é, variar com o tempo, possuir
componentes impulsivas (picos de energia sonora com duração menor que 1s, por
exemplo: tiros, martelagens, bate-estacas e explosões) ou componentes tonais (ruído
que contém tons puros como apitos ou zumbidos) correções devem ser aplicadas.
Correções para ruídos com características especiais: O nível corrigido Lc para
ruído sem caráter impulsivo e sem componentes tonais é determinado pelo nível de
pressão sonora equivalente, LAeq. Caso o equipamento não execute medição
automática do LAeq, deve ser utilizada a seguinte expressão:
⎛1 n Li
⎞
L Aeq = 10 log⎜ ∑ 10 ⎟ 10
⎜ n i =1 ⎟
⎝ ⎠
sendo Li o nível de pressão sonora em dB(A), lido em resposta rápida (fast) a cada
5s (continuamente), durante o tempo de medição do ruído e n o número total de
leituras.
O nível corrigido Lc para ruído com características impulsivas ou de impacto
é determinado pelo valor máximo medido com o medidor de nível de pressão
sonora ajustado para resposta rápida (fast), acrescido de 5dB(A).
O nível corrigido Lc para ruído com componentes tonais é determinado pelo
LAeq acrescido de 5dB(A).
O nível corrigido Lc para ruído que apresente simultaneamente características
impulsivas e componentes tonais deve ser determinado pelo maior valor segundo os
dois procedimentos anteriores.
O relatório a ser preenchido deve conter as seguintes informações: marca,
tipo ou classe e número de série de todos os equipamentos de medição utilizados;
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Avaliação do ruído:
O método de avaliação do ruído baseia-se em uma comparação entre o nível
de pressão sonora corrigido Lc e o nível de critério de avaliação NCA, estabelecido
conforme a Tabela 4.2.
Tabela 4.2: Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A).
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Locais dB(A) NC
Hospitais
Apartamentos, enfermarias, berçários, centros cirúrgicos 35-45 30-40
Laboratórios, áreas para uso do público 40-50 35-45
Serviços 45-55 40-50
Escolas
Bibliotecas, salas de música, salas de desenho 35-45 30-40
Salas de aula, laboratórios 40-50 35-45
Circulação 45-55 40-50
Hotéis
Apartamentos 35-45 30-40
Restaurantes, salas de estar 40-50 35-45
Portaria, recepção, circulação 45-55 40-50
Residências
Dormitórios 35-45 30-40
Salas de estar 40-50 35-45
Auditórios
Salas de concertos, teatros 35-45 30-40
Salas de conferências, cinemas, salas de uso múltiplo 40-50 35-45
Restaurantes 40-50 35-45
Escritórios
Salas de reunião 30-40 25-35
Salas de gerência, salas de projetos e de administração 35-45 30-40
Salas de computadores 45-65 40-60
Salas de mecanografia 50-60 45-55
Igrejas e templos (cultos meditativos) 40-50 35-45
Locais para esporte
Pavilhões fechados para espetáculos e atividades esportivas 45-60 40-55
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Aula nº 05
Introdução
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Acústica Geométrica
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Teto equipotencial:
As Figuras 5.4(a) e 5.4(b) mostram exemplos de tetos do tipo equipotencial.
A regra é a seguinte:
1) Seja X o ponto onde está a fonte sonora.
2) Imaginar o ponto A, frente a um ponto P da platéia que está situado a uma
distância r, onde deve chegar a primeira reflexão.
3) Desenhar os segmentos PA e AX e a bissetriz do ângulo PAX. A reta
bissetriz é perpendicular ao plano 1.
4) Traçar a linha do plano 1 desde A.
5) Encontrar a fonte imagem de X em relação ao plano 1.
6) Unir a fonte imagem I1 com o ponto T mediante o traçado de uma linha
reta, sendo T o último ponto onde se situa a platéia.
7) Marcar o ponto B de intersecção com o teto, e assim sucessivamente.
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Morfologia do local:
Uma das utilidades da acústica geométrica é a escolha dos lugares para
colocação de superfícies absorventes, de forma a evitar que as primeiras reflexões
não cheguem ao público com um atraso maior que 50ms, que equivale a 17m de
percurso do som, o que pode provocar ecos. A acústica geométrica também permite
analisar a colocação de painéis reflexivos para uma melhor distribuição do som no
ambiente. Na Figura 5.5 pode-se visualizar o posicionamento dos painéis reflexivos,
proporcionando a melhoria da distribuição sonora.
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Distância d aproximadamente
30cm e sobre-elevação média
S = 12cm.
Proporções do local:
Em salas de dimensões reduzidas podem acontecer fenômenos de
ressonância das ondas no recinto. Habitualmente os recintos são em forma de
paralelepípedos, com exceção de alguns casos particulares. Na Tabela 5.1
apresenta-se uma forma prática de determinar as dimensões de ambientes pequenos.
Uma forma de evitar as ondas estacionárias que amplificam certas
freqüências sonoras é romper o paralelismo das paredes, entretanto esta solução
pode ser muito penosa do ponto de vista de projeto.
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Para evitar ecos a diferença entre o raio direto e o refletido deve ser menor
que 22m, porém, do ponto de vista prático, é conveniente usar menos de 16m.
O som direto necessita do reforço do refletido, para uma boa audição, quando
em uma sala não se tem som refletido tem-se uma sala morta ou surda. As palavras
e os sons aparecem bruscamente interrompidos assim que surgem no ar.
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Aula nº 06
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Figura 6.2: Variação do coeficiente de absorção com a freqüência para um dado material.
αm = ∑ Siα i
∑ Si
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Tabela 6.1: Coeficientes de absorção acústica para alguns materiais (NBR 12179/1992).
Coeficiente de absorção acústica
Material
125 250 500 1000 2000 4000
Materiais de construção, usuais, densos
Revestimentos, pintura
Reboco áspero, cal 0,03 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07
Reboco liso 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,06
Teto pesado suspenso (de gesso) 0,02 - 0,03 - 0,05 -
Estuque 0,03 - 0,04 - 0,07 -
Superfície de concreto 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07
Revestimento de pedras sintéticas 0,02 - 0,05 - 0,07 -
Chapas de mármore 0,01 0,01 0,01 - 0,02 -
Revestimento aderente de vidro 0,04 - 0,03 - 0,02 -
Revestimento de vidro espaçado a cada 5cm
0,25 0,20 0,10 0,05 0,02 0,02
de parede
Vidraça de janela - 0,04 0,03 0,02 - -
Assoalhados
Tapetes de borracha 0,04 0,04 0,08 0,12 0,03 0,10
Taco colado 0,04 0,04 0,06 0,12 0,10 0,17
Linóleo 0,02 - 0,03 - 0,04 -
Passadeira fina porosa 0,03 - 0,17 - 0,40 -
Tapete boucle duro 0,03 0,03 0,04 0,10 0,19 0,35
Tapete de 5mm de espessura 0,04 0,04 0,15 0,29 0,52 0,59
Tapete boucle macio 0,08 - 0,20 - 0,52 -
Passadeira de coco 0,02 0,03 0,05 0,10 0,27 0,48
Tapete de veludo 0,05 0,06 0,10 0,24 0,42 0,60
Tapete de 5mm sobre base de feltro de 5mm 0,07 0,21 0,57 0,68 0,81 0,72
Materiais porosos e isolantes
a) Fibras naturais
Chapa leve de lã de madeira, de 25mm, em
0,04 0,13 0,52 0,75 0,61 0,72
parede rígida
Chapa leve de lã de madeira com espaço de
0,25 0,33 0,50 0,65 0,65 0,70
5cm, vazio
Chapa leve de lã de madeira com espaço de
0,18 0,33 0,80 0,90 0,80 0,83
5cm enchido de absorvente acústico
Chapa leve de lã de madeira, de 25mm, com
0,06 0,20 0,66 0,49 0,72 0,76
espaço vazio de 2,4cm
Chapa leve de lã de madeira, de 50mm,
0,11 0,33 0,90 0,60 0,79 0,68
diretamente em parede rígida
Chapa leve de lã de madeira, de 25mm, com
espaço de 2,4cm, coberta de folha sintética 0,13 0,66 0,48 0,44 0,72 0,73
perfurada
Chapa de cavacos de madeira, de 13mm, com
0,24 0,20 0,19 0,20 0,26 0,45
espaço vazio de 5cm até a parede
Feltro de fibra natural, de 5mm, diretamente
0,09 0,12 0,18 0,30 0,55 0,59
na parede
Chapa de acústica macia, de fibra perfurada
0,20 0,36 0,31 0,34 0,46 0,62
ranhurada, com espaço de 5cm da parede
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(esp. 12mm)
Chapa de acústica macia, diretamente na
0,03 0,14 0,27 0,40 0,52 0,63
parede
Chapa de acústica macia, de 12mm, com
0,03 0,23 0,69 0,61 0,73 0,71
perfuração integral, espaçada a 5cm
Chapa de acústica macia, diretamente na
0,03 0,13 0,39 0,71 0,82 0,73
parede
Chapa tubular de cavacos de madeira,
entalhada e folheada, de 25mm, espaçada a
0,19 0,36 0,39 0,63 0,98 1,00
cada 3cm da parede, entalhes espaçados a
19mm, espaço sem enchimento
Chapa tubular de cavacos de madeira,
entalhada e folheada, de 25mm, espaçada a
0,29 0,25 0,36 0,60 0,87 0,50
cada 3cm da parede, entalhes espaçados a
38mm
b) Minerais
Revestimento de amianto pulverizado,
- 0,30 0,35 0,50 0,60 -
±12mm de espessura
Parede de pedra-pomes de 100mm, sem
0,03 0,17 0,26 0,50 0,56 0,68
revestimento
c) Materiais sintéticos
Espuma de uréia, 50mm, 15kg/m3,
0,12 0,20 0,45 0,65 0,70 0,75
diretamente em parede densa
Chapa absorvente microporosa em chapa de
0,37 0,70 0,59 0,54 0,59 0,62
base, espaçada da parede a 50mm
Folha absorvente fina, microporosa, a 50mm
0,04 0,15 0,52 0,95 0,93 0,58
da parede, espaço vazio
Móveis, tecidos, humanos
Uma pessoa com cadeira 0,33 - 0,44 - 0,46 -
Público por pessoa, em fileiras fechadas 0,28 - 0,40 - 0,44 -
Poltrona estofada, vazia, coberta de tecido 0,28 0,28 0,28 0,28 0,34 0,34
Cadeira estofada, chata, com tecido 0,13 - 0,20 - 0,25 -
Cadeira estofada com couro, sintético 0,13 - 0,15 - 0,07 -
Cadeira de assento dobradiço, de madeira
0,05 0,05 0,05 0,05 0,08 0,05
vazia
Tecido de algodão, esticado liso 0,04 - 0,13 - 0,32 -
Tecido de algodão, esticado liso, 50/150mm,
0,20 - 0,38 - 0,45 -
na frente da parede lisa
Cobertura de cretone 0,07 - 0,15 - 0,25 -
Feltro de fibra natural, 5mm de espessura 0,09 0,12 0,18 0,30 0,55 0,59
Tecido de juta, de fio grosso 0,05 - 0,07 - 0,12 -
Tecido de juta, de fio grosso, forrado de feltro
0,18 0,18 0,38 0,72 0,75 0,78
estampado de 15mm
Cortina grossa, drapeada 0,25 - 0,40 - 0,60 -
Cortina de porta comum, opaca 0,15 - 0,20 - 0,40 -
Tela cinematográfica 0,10 - 0,20 - 0,50 -
Público em ambientes muito grandes, por
0,13 0,31 0,45 0,51 0,51 0,43
pessoa
Cadeira de assento dobradiço, encosto com
0,28 - 0,28 - 0,34 -
estofamento espesso, poroso, lado inferior do
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assento absorvente
Portas, janelas, aberturas
Janela aberta 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Portas de madeira, fechadas 0,14 - 0,06 - 0,10 -
Palco sem cortina 0,20 - 0,25 - 0,40 -
Recessos com cortinas 0,25 - 0,30 - 0,35 -
Abertura embaixo de balcão 0,25 - - - - 0,80
Grade ventilador, cada 50% de seção livre 0,30 - 0,50 - 0,50 -
Co-vibradores (chapas densas e folhas)
Madeira compensada de 3mm, a 50mm da
0,25 0,34 0,18 0,10 0,10 0,06
parede, espaço vazio
Madeira compensada de 3mm, a 50mm da
parede, espaço vazio, amortecimento nas 0,46 0,47 0,23 0,12 0,10 0,06
bordas
Madeira compensada de 3mm, a 50mm da
0,61 0,65 0,24 0,12 0,10 0,06
parede, espaço enchido de lã mineral
Lã mineral de 50mm, coberta de papelão
0,74 0,54 0,36 0,32 0,30 0,17
denso
Vidro plano de 3mm-4mm, com 50mm de
0,23 0,11 0,09 0,01 0,01 0,03
espaço e amortecimento nas bordas
Chapas de papelão-gesso, de 9,5mm, sem
furos na frente, espaço de 50mm, enchido de 0,36 0,12 0,08 0,07 0,06 0,10
lã mineral
Madeira compensada de 2,5mm, na frente de
0,21 0,37 0,24 0,12 0,02 0,03
feltro mineral de 50mm, cada 40kg/m3
Sistemas absorventes especiais
Caixões de chapa perfurada, com chapas de
feltro de lã de vidro de 30mm, suspensos a 0,30 0,43 0,61 0,62 0,85 0,66
180mm
Cunhas pontuadas de lã de vidro (absorvente
de cunha para câmara não-reverberante),
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
500mm de comprimento, na frente de um
ressoador, de 150mm de espessura
Chapa perfurada, forrada de lã de vidro ou
cassa, na frente, de 40mm a 50mm de espaço 0,01 0,03 0,10 0,16 0,17 0,20
vazio
Chapa perfurada de 3mm, proporção de furos
cada 16%, forrada de lã de fibra mineral de
0,01 0,10 0,19 0,25 0,46 0,21
cada 0,5mm, na frente, de 45mm a 50mm de
espaço vazio
Chapa-grade compensada, entalhada, sem
0,06 0,02 0,10 0,16 0,22 0,18
forro, a 30mm da parede
Chapa de cimento-amianto, 4mm, furos na
proporção de 16% de 5mm de diâmetro, na
0,20 0,68 0,91 0,82 0,82 0,76
frente de tecido e feltro de lã mineral de
50mm (cada 50kg/m3)
Fonte: Tabela de Hans W. Bobran – NBR 12179/1992.
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Tempo de Reverberação
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Tabela 6.2: Tempo de reverberação em função dos volumes e finalidades dos recintos.
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T=
0,161V
αm = ∑ Siα i
S (− 2,30 log10 (1 − α m )) ∑ Si
- Fórmula de Millington: Aplicável a locais com superfícies com coeficientes
de absorção muito diferentes.
0,161V
T=
− ∑ S i ln(1 − α i )
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Aula nº 07
C=
Sα m
αm = ∑ Siα i
1 − αm ∑ Si
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sendo NPS o nível de pressão sonora no ponto considerado (dB), NWS o nível de
potência acústica no ponto considerado (dB), r a distância do ponto até a fonte, C a
constante da sala (m2), S a soma das superfícies que limitam o local, Si as diferentes
áreas que limitam o local, αi os coeficientes de absorção das superfícies que limitam
o local, αm o coeficiente de absorção médio e Q o fator direcional da fonte (Q = 1,
fonte que irradia igual em todas as direções; Q = 2, fonte contra um plano reflexivo;
e Q = 4, fonte situada contra dois planos reflexivos).
A relação entre a variação do nível de pressão sonora e a distância que define
a redução acústica provocada pela absorção, está representada no gráfico da Figura
7.2.
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Exemplos:
1) Deseja-se conhecer a diminuição de ruído no prédio da figura seguinte.
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V 0,161 × 2880
Td = 0,161 = = 2,83s
Ad 164,12
Ad T
∆NPS = 10 log = 10 log a = 3,9dB
Aa Td
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72
Então:
0,161 × 2692,8
Td = = 0,47s
926,29
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73
Aa = 172×0,05 = 8,6m2Sabine
0,161 × 120
Ta = = 2,25s
8,6
Ad = 50×0,90+(172-50)×0,05 = 51,1m2Sabine
0,161 × 120
Td = = 0,38s
51,1
Ad 51,1
∆NPS = 10 log = 10 log = 7,7dB
Aa 8,6
Ta 2,25
∆NPS = 10 log = 10 log = 7,7dB
Td 0,38
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Vantagens:
- Facilidade de instalação;
- Reutilização;
- Acesso fácil para manutenção;
- Boa eficiência acústica.
Absorção:
- Varia segundo a unidade e o espaçamento;
- Determinada através de experimentos;
- Dados fornecidos pelo fabricante;
- O ideal é uma absorção máxima com um mínimo de unidades.
Exemplo:
SONEX baffle (Figura 7.4).
Material: Espuma flexível de poliuretano auto-extinguível, 36kg/m3,
estruturado com ganchos de sustentação e instalação.
Dimensão dos painéis: 1200×800mm; 1000×500mm.
Espessura: 40 a 70mm.
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Figura 7.5: Coeficiente de absorção sonora em função da freqüência para o SONEX baffle.
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Figura 7.12: Variação da absorção por baffle (2×4ft) em várias freqüências em função do
espaçamento.
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Aula nº 08
Isolamento Sonoro
Isolamento × Condicionamento
Isolamento
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Vantagens:
- Grande redução do nível de pressão sonora;
- Pode ser instalado em máquinas já existentes.
Principais aplicações:
- Cabines;
- Salas;
- Moradias.
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Conceitos:
Uma das variáveis que mais influi é o ruído que entra no ambiente
proveniente do exterior ou de outros ambientes adjacentes. Assim, está definido o
problema da transmissão sonora através de paredes, ou o ruído produzido por uma
máquina que se quer enclausurar. Estes conceitos são ilustrados na Figura 8.2.
Figura 8.2: Transmissão sonora através de paredes e ruído produzido por máquina.
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83
⎛ Areceptor ⎞
D = R + 10 log⎜ ⎟
⎜ S ⎟
⎝ parede ⎠
sendo A a absorção do local receptor, S a área do painel de separação e R a redução
sonora da parede ou perda por transmissão da parede.
A primeira parcela (R) depende da parede, e a segunda depende do local
receptor e da parede, e ambas dependem da freqüência.
A Tabela 8.1, retirada da NBR 12179/1992, apresenta valores da redução
sonora ou perda por transmissão (R) de paredes para 500Hz.
Isolamento acústico
Material
em decibéis (dB)
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 10cm) 45
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 20cm) 50
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 30cm) 53
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 40cm) 55
Alvenaria de tijolo furado (espessura de 25cm) 10
Chapa de fibra de madeira tipo “Soft-Board” (espessura de
18
12mm)
Chapa de fibra de madeira tipo “Soft-Board”, com camada
30
intermediária de 10cm
Chapas ocas de gesso (espessura de 10cm) 24
Compensado de madeira (espessura de 6,0mm) 20
Compensado de madeira (espessura de 6,0mm) duas placas com
25
camada de ar intermediária de 10cm
Concreto - laje entre pavimento 68
Vidro de janela (espessura de 2,0 a 4,0mm) 20 a 24
Vidro grosso (espessura de 4,0 a 6,0mm) 26 a 32
Vidro de fundição (espessura de 3,0 a 4,0mm) uma placa 24
Vidro de fundição (espessura de 4,0 a 6,0mm) duas placas com
36
camada de ar intermediária
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84
fc =
(
63733,5 ρ 1 − ν 2 ) (Hz)
e E
sendo E o módulo de Young (módulo de elasticidade) em N/m2, e a espessura da
partição em m, ρ a massa específica do material em kg/m3 e ν o coeficiente de
Poisson.
Assim, em um gráfico cuja abscissa é um eixo com escala logarítmica,
marca-se nesse eixo a freqüência fc, e posteriormente a freqüência fc/2. Para valores
de freqüências menores que fc/2, aplica-se a lei de massa segundo as seguintes
expressões:
- Paredes Pesadas (Maiores que 100 - 150kg/m2)
R = 20 log(m × f ) − 48 (dB)
- Paredes Leves (Menores que 100 - 150kg/m2)
R = 20 log(m × f ) − 53 (dB)
sendo m a massa específica da parede (kg/m2) e f a freqüência do som (Hz).
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fc =
63733,5 ρ 1 − ν 2(=
)
63733,5 1900 1 − 0,19 2 (
= 156,8Hz
)
e E 0,11 2,5 × 1010
f c 156,8
= = 78,4Hz
2 2
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87
40
35
30
25
R (dB)
20
15
10
0
10 Freqüência (Hz) 100
40
35
30
25
R (dB)
20
15
10
0
10 100 1000
Freqüência (Hz)
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88
90
80
70
60
50
R (dB)
40
30
20
10
0
10 100 1000 10000
Freqüência (Hz)
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90
Ri
Si
Componentes Ri Si Ri
10 10
10 10
Parede 41 12589,3 43 0,003416
Porta 31 1258,9 1,6 0,001271
Vidro 27 501,2 0,4 0,000798
Σ 45 0,005485
⎛ 45 ⎞
R = 10 log⎜ ⎟ = 39,1dB
⎝ 0,005485 ⎠
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Tabela 8.4: Valores representativos para a perda por transmissão de paredes simples.
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92
Vidro em moldura
8 20 18 18 25 31 32 28 36 39
pesada
Vidro em moldura
9 22,5 18 22 26 31 30 32 39 43
pesada
Vidro em moldura
16 40 20 25 28 33 30 38 45 48
pesada
Vidro em moldura
25 62,5 25 27 31 30 33 43 48 53
pesada
Vidro laminado 13 32 - 23 31 38 40 47 52 57
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93
O ruído é percebido
fracamente. A conversa pode
De 30 a 35dB Suave
ser ouvida, mas não
nitidamente compreendida.
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94
O perfil STC é definido por três retas: entre 125 e 400Hz uma com
inclinação de 9dB/oitava; entre 400 e 1250Hz a segunda com inclinação de
3dB/oitava e de 1250 a 4000Hz uma reta horizontal. O perfil é movido para cima e
para baixo de forma que a soma das diferenças entre as curvas seja menos de 32dB,
sendo que a maior diferença não pode ser mais que 8dB. A classe STC é a redução
sonora do perfil a 500Hz. Este conceito está ilustrado na Figura 8.9.
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STC Material
65 Parede dupla: tijolos de 20cm com câmara de ar de 5cm e tijolos de 15cm
58 Parede de concreto de 30cm
42 Bloco de concreto de 15cm
40 Parede de tijolos de 10cm
35 Aço de 6,3mm
30 Madeira compensada de 19mm
25 Vidro de 6,3mm
Rw Grau de privacidade
> 50 A voz alta é totalmente inaudível
48 A voz alta é fracamente audível
45 A voz alta se percebe com esforço
42 A voz alta é audível como um murmúrio
35 A voz alta é audível, mas não inteligível
30 A voz alta é razoavelmente entendida
≤ 25 A voz normal é facilmente entendida
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Tabela 8.13: Índice de redução sonora ponderado dos componentes construtivos, Rw.
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99
Aula nº 09
Isolamento Sonoro
Paredes Duplas
Figura 9.1: Perda por transmissão de uma parede dupla com freqüência crítica diferente.
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100
Figura 9.2: Perda por transmissão de uma parede dupla com mesma freqüência crítica.
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101
1⎛ 1 1 ⎞
f r = 60 ⎜⎜ + ⎟ (Hz)
d ⎝ m1 m2 ⎟⎠
1⎛ 1 1 ⎞
f r = 84 ⎜⎜ + ⎟ (Hz)
d ⎝ m1 m2 ⎟⎠
sendo m1 a massa por metro quadrado da parede 1 (kg/m2), m2 a massa por metro
quadrado da parede 2 (kg/m2) e d a separação das paredes em metros, como mostra
a Figura 9.3.
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102
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103
m1 = ρ1 × e1 = 1900×0,11 = 209kg/m2
m2 = ρ2 × e2 = 1900×0,21 = 399kg/m2
R = 20 log(m × f ) − 48 = 20 log((209 + 399) × f ) − 48
f (Hz) 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000
R (dB) 43,7 49,6 55,6 61,7 67,7 73,7 79,7 85,7
90
80
70
60
50
R (dB)
40
30
20
10
0
10 100 1000 10000
Freqüência (Hz)
1⎛ 1 1 ⎞ 1 ⎛ 1 1 ⎞
f r = 84 ⎜⎜ + ⎟⎟ = 84 ⎜ + ⎟ = 25,4Hz
d ⎝ m1 m2 ⎠ 0,08 ⎝ 209 399 ⎠
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104
Figura 9.5: Parede dupla com material absorvente no interior da câmara de ar.
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105
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107
Tabela 9.1: Valores representativos para a perda por transmissão de paredes duplas.
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108
Estanqueidade
A estanqueidade é um dos fatores mais importantes, pois onde passa ar, passa
som, de forma que aspectos relevantes a serem considerados são:
- Juntas e fissuras em painéis, perda de rigidez e furos;
- Portas e janelas que não fecham bem;
- Tubos e dutos, ventilações e chaminés.
Todo o tratamento de isolamento acústico pode ser perdido se não há
estanqueidade.
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109
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110
Janelas isolantes:
Dois vidros: janelas com perfis especiais acústicos, com vidros duplos,
câmara de ar desidratado e material isolante, como mostra a Figura 9.13. Ideal
contra barulhos de trânsito leve de alta freqüência.
Três vidros: janelas termo-acústicas com dupla vedação, vidros com película
acústica de 1,5mm, como mostra a Figura 9.14. Recomendadas para isolamento
acústico de alto impacto.
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111
Figura 9.16: Janela isolante com três vidros e duas camadas de resina acústica.
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112
A Figura 9.17 mostra fotos de portas e janelas com bom isolamento sonoro.
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113
Aula nº 10
Isolamento ao Impacto
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A Tabela 10.3 mostra alguns valores do nível de ruído de impacto para pisos
mais comuns.
Tabela 10.3: Valores do nível de ruído de impacto para pisos mais comuns.
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118
Tabela 10.5: Critério e nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado, L’nT,w.
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Uma boa melhoria pode ser obtida com um revestimento mole sobre o piso,
como mostra a Figura 10.4. A camada sob o carpete pode ser de fibras vegetais
(juta) ou fibras sintéticas (poliéster). Para carpetes de 6 a 8mm a melhoria pode
chegar a 20dB.
Um exemplo simples de piso flutuante pode ser com madeira sobre Neoprene
ou lã de vidro de alta densidade, como mostra a Figura 10.5. Também há soluções
de laminados sobre uma manta sintética, em que o desempenho depende dos
materiais e é fornecido pelo fabricante, assim como as disposições de obra. Em
alguns casos pode-se ter uma melhoria de 25dB, aproximadamente.
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120
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121
sendo:
- 1. Laje construída;
- 2. Painel tipo solado direto;
- 3. Lâmina impermeável;
- 4. Laje de argamassa com espessura maior ou igual a 4cm com relação
cimento-areia de 1:3 (consistência seca);
- 5. Adesivo;
- 6. Pavimento de parquet.
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122
sendo:
- 7. Junta elástica de estanqueidade;
- 8. Rodapé de madeira;
- 9. Guarnição de gesso;
- 10. Paramento.
Pisos flutuantes:
A Figura 10.10 mostra um piso flutuante para isolamento de ruído de
impacto.
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Aula nº 11
Barreiras Acústicas
Difração
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Agora se admite que o obstáculo seja muito grande para um dos lados, mas
não existe para o outro, como por exemplo, um muro (Figura 11.3).
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É assim que, através de uma janela aberta, o som vaza de uma casa para a
rua, e vice-versa. Não só quem está diretamente em frente à janela ouve o som;
mesmo quem não pode ver a fonte sonora ainda consegue ouvi-la melhor ou pior,
dependendo da razão entre o tamanho da janela e o comprimento de onda.
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Barreiras
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Materiais e construção:
Existem barreiras de diversos materiais, sem buracos ou fendas, com massa
mínima de 10kg/m2. O índice de redução sonora da barreira deve ser maior que a
atenuação da mesma. Como o limite de atenuação é 20 a 24dB, deve-se ter um
isolamento de 10dB a mais.
- Concreto poroso: sobre base de concreto armado, durável, de pouca
manutenção.
- Acrílico transparente: placa de acrílico colocada sobre uma base de perfis,
boa resistência ao impacto, corrosão e elevada transmissão luminosa.
- Placas metálicas de aço ou de alumínio: fácil transporte e instalação, e
baixo custo.
- Materiais reciclados: pneus, plásticos.
- Paredes de alvenaria: de tijolos ou blocos.
- Taludes de terra.
- Outros materiais: aglomerados e madeira.
Atenuação sonora:
- Barreiras finas:
A Figura 11.8 mostra uma barreira fina e as dimensões consideradas para o
cálculo da atenuação.
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133
sendo que deve ser menor ou igual a 20dB. C1 = 1,00 e C2 = 1,77 para fontes
pontuais e C1 = 0,75 e C2 = 2,15 para fontes lineares.
N é o número de Fresnel, dado por:
2
N= (d1 + d 2 − d ) = 2 f (d1 + d 2 − d )
λ c
sendo λ o comprimento de onda (λ = c/f), c a velocidade do som (tomada como
340m/s) e f a freqüência.
N
Figura 11.9: Gráfico de atenuação.
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- Barreiras largas:
A Figura 11.10 mostra uma barreira larga e as dimensões consideradas para o
cálculo da atenuação.
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135
Exemplo:
Uma barreira de 4,5m de altura e 30m de comprimento separa um gerador de
um operário, como mostra a figura seguinte. Determine a atenuação provocada pela
inserção da barreira.
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137
Comentários:
Os taludes também podem ser considerados uma barreira, como mostra a
Figura 11.12.
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138
Tipos de barreiras:
- Barreira porosa: composta de material absorvente de som, como por
exemplo, fibra de vidro.
- Barreira sólida reflexiva: composta de material não poroso, como por
exemplo, alvenaria, concreto, etc.
- Barreira sólida com absorvente sonoro: é uma barreira sólida coberta com
material absorvente na face situada do lado da fonte sonora.
A Figura 11.14 mostra o nível de pressão sonora em função da freqüência
para alguns tipos de barreiras.
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141
Regras empíricas:
- Colocar a barreira tão perto da fonte sonora quanto seja possível, porém
sem estar em contato com ela.
- Estender a barreira mais além da linha de visão da fonte, vertical e
horizontalmente, num comprimento equivalente a ¼ do comprimento de onda da
freqüência mais baixa, para que se obtenha uma atenuação significativa.
- Escolher um material sólido para a barreira (sem buracos ou aberturas),
com uma perda por transmissão de, no mínimo, 10dB maior que a atenuação
requerida.
Recomendações Finais
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É totalmente desaconselhável:
- Limitar vertical ou horizontalmente cozinha, lavanderia ou banheiro de uma
moradia com o dormitório da moradia vizinha.
- Colocar em um dormitório ou numa sala de estar as tubulações de água ou
esgoto.
- Fixar no exterior de um dormitório, em uma parede limite deste, as
canalizações de água ou equipamento sanitário.
- Limitar a cozinha com o dormitório da mesma moradia.
- Colocar um dormitório junto a um núcleo de escada.
- Colocar uma sala de estar junto com um dormitório da mesma moradia.
- Colocar no interior de uma sala de estar ou nas paredes limites desta,
tubulações ou instalações sanitárias a menos que estejam equipadas com
dispositivos anti-vibratórios e que a parede tenha uma massa superficial de
350kg/m2.
- Colocar sobre uma moradia uma caldeira, inclusive de pouca potência.
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Referências Bibliográficas
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