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Superior Tribunal de Justiça

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.100.215 - SP (2008/0207060-9)

RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI


AGRAVANTE : COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DE
SÃO PAULO
ADVOGADO : JOSE EDUARDO BERTO GALDIANO E OUTRO(S)
AGRAVADO : ASSOCIAÇÃO DOS ADQUIRENTES DE APARTAMENTOS
DO CONDOMÍNIO RESIDENCIAL TORRES DA MÓOCA
ADVOGADO : LÍVIA PAULA DA SILVA ANDRADE E OUTRO(S)

DECISÃO

1.- COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DE SÃO


PAULO interpõe agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a
recurso especial fulcrado na alínea "a" do inciso III do artigo 105 da Constituição
Federal, manejado contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, Relator o Desembargador PIVA RODRIGUES, cuja ementa ora se transcreve
(fls. 95):

Medida Cautelar concedida liminarmente condicionada a


prestação de caução. Presentes o "fumus boni iuris" e o
"periculum in mora". Ausência de possibilidade de dano.
Desnecessidade de contra-cautela. Agravo da associação
requerente provido e da cooperativa requerida não provido.
Decisão que recebeu recurso de Apelação interposto contra
sentença que julgou improcedente Medida Cautelar Incidental
apenas no efeito devolutivo. Presentes os requisitos do artigo
558 do CPC é o caso de se conceder também o efeito
suspensivo. Agravo da requerente provido.

2.- Os embargos de declaração opostos (fls. 706/713) foram rejeitados


(fls. 727/728).

3.- A Agravante, nas razões do especial, afirma que o Tribunal de


origem teria reformado, em sede de agravo de instrumento, decisão interlocutória que
já havia sido cassada por sentença. Nesses termos estaria violado o artigo 529 do
Código de Processo Civil, segundo o qual "Se o juiz comunicar que reformou
inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo".
Documento: 6281060 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJ: 18/09/2009 Página 1 de 2
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É o relatório.

4.- O Tribunal de origem, no julgamento dos embargos de declaração,


afirmou (fls. 728):

No caso, a embargante pretende modificar o acórdão


sustentando infringência ao artigo 529 do Código de Processo
Civil. Ocorre que não ponta quaisquer dos vícios acima
mencionados [de contradição, obscuridade ou omissão], o que
impossibilitaria a alteração do julgado.
Ademais, como houve reforma da decisão que recebeu apenas
no efeito devolutivo a apelação interposta contra a sentença de
improcedência, restou claro que não ficaram prejudicados os
agravos 508341-4/4-00 e 511.724-4/0-00.
Realmente. Como a apelação foi recebida também no efeito
suspensivo, tornou-se imprescindível o julgamento dos
mencionados agravos, pois, suspensos os efeitos da sentença,
prevalece a decisão por eles atacada.

5.- As razões do recurso especial não impugnaram esse fundamento


indicado pelo Tribunal, segundo o qual o agravo não estaria prejudicado pelo fato de a
apelação ter sido recebida no efeito suspensivo. Trata-se, com efeito, de fundamento
que, ao menos em tese, é suficiente para sustentar o acórdão e que, todavia, não foi
adequadamente impugnado. Incide, assim, a mesma orientação que inspirou a edição
da Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal.

6.- Ante o exposto, nega-se provimento ao Agravo de Instrumento.

Intimem-se.

Brasília (DF), 14 de setembro de 2009.

Ministro SIDNEI BENETI


Relator

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