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Jovem a
Cada ano
Chegue aos 80 anos com saúde,
O vigor e a forma física
De um cinqüentão
Chris Crowley e
Henry S. Lodge, M.D.
SEXTANTE
Sumário
CAPÍTULO 1
O FIM DO MUNDO
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Do corpo humano. Será uma visão revolucionária para praticamente
todos os leitores. Uma vez que você entenda essa mecânica e faça
algumas das coisas que, depois dessa leitura, parecerão óbvias,
conseguirá viver aos 80 anos como se ainda estivesse 50! Pode
acreditar. Tudo bem, nada impede que você sofra um acidente e se
espatife contra uma árvore nem que um tumor cresça no seu
cérebro e o mate em pouco tempo. Mas, na realidade, a maioria de
nós não precisa envelhecer num ritmo acelerado.
Melhor ainda. Quase todos nós poderemos ficar funcionalmente
mais jovens a cada ano pelos próximos 5 ou até 10 anos. Isso pode
parecer um disparate cruel ou pura fantasia, porém é verdade.
Apenas alguns aspectos do envelhecimento biológico são
imutáveis. Por exemplo, o fato de que nossa freqüência cardíaca
máxima diminui um pouco a cada ano e de que a pele e o cabelo
perdem o viço. Contudo, 70% do que sentimos como
envelhecimento é opcional. Não precisamos aderir à velhice. Isso
não é brincadeira nem estou exagerando. Existe um modo novo e
seguro de agir em relação a esse assunto. E você é candidato a
mudar de rumo. Basta que aprenda o caminho das pedras.
Isto é o que você acredita que sabe: ao entrar na casa dos 60
anos, passa a achar que seus pés estão deslizando por uma
encosta escorregadia. A cada ano, fica um pouco mais gordo, mais
lento, mais fraco, mais acometido por dores. Começa a perder a
audição e a visão. Seus quadris doem. Seus joelhos também.
O que acontecerá. Mas isso é uma escolha, e não uma
condenação dos céus. Você poderá decidir com a maior facilidade
que deseja viver como se tivesse 50 anos, talvez até menos, pela
maior parte do resto da sua vida. Se estiver disposto a dizer isso a
seu corpo, enviando-lhe alguns sinais específicos, será capaz de
evitar a encosta escorregadia. Conseguirá manter-se num nível
apenas ligeiramente inclinado até os 80 anos ou mais. Há pessoas
nessa faixa de idade que correm maratonas. E outras que sobem e
descem de bicicleta as íngremes colinas nos arredores de
Barcelona, cumprindo metas, levando uma vida boa e divertida.
Há quem não seja tão interessado em esportes, mas que, mesmo
assim, permaneça em grande forma,desfrutando de uma velhice
vigorosa. Portanto, a mensagem deste livro é: você não precisa
ficar velho do jeito que está imaginando. Poderá fazer todas as
coisas praticamente do mesmo
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modo. Andar de bicicleta, correr, nadar e amar. Usando quase a
mesma energia, tendo quase o mesmo prazer, sendo quase a
mesma pessoa. Na realidade, ainda que você não esteja com um
bom condicionamento físico agora, conseguirá melhorar de maneira
substancial nos próximos anos e, depois, manter-se nivelado por
cima.
Se você ainda não passou por isso, não faz a menor idéia de
quanto o “envelhecimento normal” é ruim. Acredite, é horrível
mesmo. Harry e eu estamos pedindo, ou melhor, implorando, que
você se retire da encosta escorregadia. Isso estabelecerá uma
mudança fundamental na próxima fase de sua vida: a terceira
idade.
O que está em jogo – as mudanças potenciais pelo resto da sua
vida – é algo muito importante. Pense por um minuto nos seguintes
dados: Harry diz que mais de 50% de todas as doenças e de todos
os ferimentos acidentais que ocorrem no último terço da vida podem
ser evitados, se a pessoa alterar seu estilo de vida de acordo com
as nossas sugestões. Não se trata de adiar os males para uma
idade mais avançada, e sim de impedir sua ocorrência e manter-se
a salvo dos tormentos, das despesas e da perda de prazer que eles
causam. Você sabia que 70% das mortes prematuras nos Estados
Unidos estão relacionadas com o estilo de vida? Nesse caso,
“prematuras” quer dizer estar bem longe da casa dos 80 e muitos
anos.
Ainda mais importante para mim é a declaração de Harry de que
cerca de 70% do declínio “normal” associado ao envelhecimento – a
fraqueza física, as articulações doloridas, a falta de equilíbrio, a
sensação de pessimismo – pode ser adiado até quase o final da
vida. Essa é a diferença significativa. Eu tive momentos de
envelhecimento normal. Minhas articulações doíam tanto que o
simples ato de andar era um sacrifício. Eu era obrigado a procurar
um rebaixamento no meio-fio para não ter que erguer a perna nem
míseros 10cm. Pense nisso. Imagine-se tão franzino que precise
tomar impulso para se levantar de uma cadeira comum. Isso
acontece. Será assim com você, de verdade. Embora não tenha
que ocorrer necessariamente.
Tudo isso soa um exagero, mas não é. Harry abordará as ciências
emergentes para provar todas essas questões. O que ele diz é
admirável. E eu falarei sobre a vida, a respeito de andar de
bicicleta, de esquiar, de fazer coisas novas, de me sentir
funcionalmente mais jovem do que era há 10 anos e de estar em
grande forma na maior parte do tempo. Você poderá passar dos 60
e sentir-se
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funcionalmente rejuvenescido a cada ano pelos 5 ou 10 anos
seguintes. Portanto, o assunto é sério.
Minha contribuição: um relatório no campo de batalha
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Clínica do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de
Colúmbia. É também um estudioso atento das descobertas mais
recentes da biologia celular e evolutiva. Elaborou um relatório
sobre essa ciência, ainda não publicado em revistas médicas, e
sobre suas experiências no tratamento, há mais de 15 anos, de
pacientes nas faixas dos 50 e 60 anos ou mais. A ciência é barra-
pesada, porém Harry a torna fácil de entender e convincente. Tudo
bem, quase fácil. Seja como for, durante a leitura dos seus capítulos
(que praticamente se alternam com os meus), a lógica – ou quase
necessidade – de seguir suas sugestões parece absolutamente
clara.
A propósito, como essa ciência é muito nova, Harry avisa que
parte do que ele diz agora poderá se revelar errado à medida que
as pesquisas forem avançando. Mas os temas básicos, não. A
revolução de que ele fala está acontecendo neste momento, e a
ciência é uma realidade. Harry demonstra que existem forças
notáveis no corpo humano – nas células, por toda parte – que
trabalham sem parar nos processos de construção e destruição. As
forças darwinianas – a questão da preservação das espécies – têm
tudo a ver com quem somos e com a nossa forma de viver. Nos
seus capítulos, ele explica o que são essas forças e como elas
funcionam. Também diz de que modo manipulá-las e redirecioná-las
em nosso benefício para mantermos o envelhecimento a certa
distância e durante um bom período. Não por completo nem para
sempre. No entanto, por muito mais tempo do que você está
disposto a acreditar neste momento.
Parte do que você aprenderá é algo que já é do seu
conhecimento. Existem marés na vida que nos arrastam para a
frente ou para trás. Quando somos crianças, a maré está por trás
de nós e nos empurra para a frente, não importa o que fizermos.
Somos mais fortes, temos mais capacidade de concentração e
coordenação. Possuímos mais facilidade de entender e enfrentar
qualquer situação. Mas, a certa altura, a maré dentro do nosso
corpo perde a força, e esse movimento que nos faz ir adiante chega
ao fim. Em seguida, num instante, a maré se volta contra nós. O
corpo se enfraquece, nosso equilíbrio se torna instável, nossos
ossos ficam frágeis. Começamos a nos esquecer das coisas.
Depois, temos a sensação de que dentro de pouco tempo essa
maré será bem mais violenta e nos jogará contra as rochas, onde
gaivotas e caranguejos estarão esperando para nos devorar.
O curioso é que a maré não tem toda essa força. Ela parece
poderosa
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constante e implacável. No entanto, é controlável: podemos desviar
seu poder inclemente para favorecer nossos próprios interesses.
Temos como usar a aterradora força do vento que nos joga contra
as rochas para soprar nossas velas e voltarmos a velejar com
segurança. Harry é extremamente inteligente, e suas palavras
merecem um estudo atento. Tudo o que ele espera de você é que
mude sua maneira de viver – de forma radical e para sempre. Eu
também.
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Olha para o computador muitas vezes enquanto fala com o
paciente. Jamais se poderia dizer que sua aparência é
desagradável. Na realidade, ele é até bonitão. Foi remador na
universidade e isso transparece, embora se vista e se apresente de
forma relaxada. O que, claro, não é problema para mim, pois me
visto e me apresento assim também. Harry e eu viemos do mesmo
lugar, North Shore, em Boston. Crescemos a cerca de 8km de
distância um do outro e nossa diferença de idade é de 25 anos.
Ele continuou a falar sobre números, parâmetros, etc. Como meu
objetivo era entrevistá-lo para a importante função de meu médico,
perguntei:
– Afinal, qual é a área da medicina que mais o atrai?
– O que realmente aprecio é o conceito de relacionamento de longo
prazo com os pacientes e a possibilidade de mantê-los a ter uma
vida melhor, e não apenas a ficarem bons disso ou daquilo.
– O que você quer dizer com isso? – perguntei.
– Sempre me interessei por gerontologia, pela questão do
envelhecimento, assim como pela clínica geral. Na realidade, sou
diplomado nessas duas áreas, embora não saiba dizer exatamente
em que medida a gerontologia está separada da clínica geral. –
Nesse momento, ele se virou e, com toda a calma, deixou cair a
bomba. – Minha única certeza é de que existe uma revolução
fundamental acontecendo no que diz respeito ao modo como as
pessoas envelhecem. – Fez uma pausa e começou a falar sobre a
questão da curva lenta e contínua que vai dos 50 anos até a morte,
por um lado, e do novo patamar, por outro. Traçou as linhas no ar
com a mão. – E você, Chris, pode estar no limiar dessa mudança.
– Eu?
– Sim. Com base nos seus dados pessoais e no resultado dos seus
exames. Ah! Você não fuma. Com esses resultados e o hábito de
praticar exercícios físicos mais intensos, tem condições de
continuar do jeito que está hoje, até completar, digamos, 80 anos.
Talvez 90. Na realidade, se fizer umas poucas coisas, conseguirá se
tornar funcionalmente mais jovem. Você está em melhor forma do
que a maioria dos homens que vem aqui pela primeira vez. Mas
poderia ficar mais jovem no ano que vem em todos os aspectos que
interessam. Mais novo no próximo ano. E por alguns anos mais.
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Eu me levantei e me aproximei dele.
– Verdade?
– É claro. Você esquia. Pois bem, poderá continuar a esquiar muito
durante seus 70 anos. Só diminuirá um pouco o ritmo a certa altura
dos 80 anos. Quanto a andar de bicicleta, isso você fará para
sempre. Claro, por fim, sofrerá um certo declínio. Porém,
basicamente, até chegar aos 80 anos ou mais, será capaz de
permanecer tão atlético, vigoroso e ativo quanto foi aos 50 anos. E
nos primeiros cinco ou mais anos, conseguirá ficar funcionalmente
mais jovem.
– O que devo fazer?
– É difícil resumir, contudo existem três fatores fundamentais
envolvidos nessa questão: exercícios, nutrição e compromisso. O
elemento mais importante e o que proporciona a maior mudança
para as pessoas é a prática de exercícios. É o segredo para se ter
saúde. Você deve se exercitar de maneira intensa quase todos os
dias da sua vida. Digamos, seis dia por semana. E realizar um
treinamento de força, com pesos, a chamada musculação, em dois
desses seis dias. A atividade física é a grande chave no processo
de envelhecimento. Esse longo deslizamento poderá simplesmente
desaparecer. Ou fazer o movimento inverso por algum tempo. E
você terá condições de continuar a ser aquilo que é pelo resto da
vida.
Eu tinha mais umas 500 perguntas na ponta da língua. Mas,
contrariando o hábito, fiquei sentado, esperando.
Harry prosseguiu.
– A nutrição também. Você deveria se alimentar do jeito certo, mas
provavelmente não faz isso. Se possível, procure voltar para seu
peso ideal. Você está com 88Kg – disse ele enquanto lia esse dado
na tela do computador.
– Qual é seu peso ideal, uns 80Kg?
– Acho que 75Kg, talvez menos. Durante a faculdade fiz um pouco
de remo e pesava 70KG. Consegui me manter assim até os 40
anos.
– Se você for capaz de chegar a 77Kg, será ótimo. De qualquer
modo, não se preocupe muito com isso. Seja qual for seu peso, o
mais importante é se exercitar e depois aprender a comer de forma
sensata. Pare de consumir aquelas coisas que você sabe que
fazem mal, como fast-food, gorduras em excesso e carboidratos
simples. E reduza as porções de tudo.
Ele disse que meu peso baixaria com o tempo se eu me exercitasse
e deixasse de comer bobagens.
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– E quanto aos genes? Pensei que tudo já estivesse decidido desde
que nasci e que só me restava aguardar a derrota.
– Não – afirmou Harry enfaticamente. – Isso é um grande mal
entendido e uma desculpa vergonhosa. Os genes representam no
máximo 20% dessa questão. O resto é definido pela própria pessoa.
(continua...)