Você está na página 1de 5

O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas

Escolares: metodologias de operacionalização (Parte


I)

a) Escolha do Domínios/Subdomínios:

• B. (Leitura e Literacia),

b) 1. Escolha no Domínio/Subdomínio seleccionado dois


Indicadores:

• Indicador de Processo (actividades e serviços) – B1 – Trabalho


na BE ao serviço da promoção da leitura na escola/agrupamento;

• Indicador de Impacto/Outcome (benefício para os utilizadores)


– B3 – Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos
alunos, no âmbito da leitura e da literacia.

2. Análise dos indicadores escolhidos

A escolha do domínio B tem a ver com o facto de considerar como


desígnio maior da Biblioteca Escolar a promoção da leitura, ou melhor das
diferentes leituras, considerando, no entanto, que os diferentes domínios se
complementam e são indispensáveis pelo que a auto-avaliação só ficará
completa no final do ciclo avaliativo de 4 anos.

B1 – Trabalho na BE ao serviço da promoção da leitura na


escola/agrupamento – Trata-se de um indicador de processo uma vez que
as sugestões de situações/acções que operacionalizam o indicador (factores
críticos de sucesso) contemplam todo um conjunto de actividades e
serviços, cuja recolha de evidências, assenta numa avaliação sobretudo de
natureza quantitativa.

Todas as actividades sugeridas têm como principal objectivo a promoção


da leitura. Naturalmente, sem determinados recursos materiais (colecção
variada e adequada aos gostos e interesses dos utilizadores, recursos
documentais diversificados, …) e humanos (equipa preparada e dinâmica)
as actividades sugeridas não terão a mesma eficácia. O mesmo será dizer
que sem ovos não se fazem omeletas. Também é verdade, que tão ou mais
importante que esses recursos, são as actividades dinamizadas. Sendo que
quando comparadas as sugestões do Modelo com o que se passa ma minha
escola, muitas delas já se realizam, nomeadamente: as aquisições para o
fundo documental contemplaram as novas ofertas formativas da escola
(CEF´s, Cursos Profissionais, Currículos Alternativos) bem como as
sugestões do PNL; desenvolve um projecto específico de literacia da
informação designado “Bons Métodos, Bons Resultados” que, entre outras
actividades, disponibiliza um conjunto de Guiões na plataforma Moodle da
BE; incentiva o empréstimo domiciliário, nomeadamente divulgando as
novas aquisições (Jornal de Parede, Boletim da BE, Blogue e Jornal Escolar) ;
participa nas actividades sugeridas pelo PNL, nomeadamente Concurso
Nacional de Leitura e Semana da Leitura; desenvolve actividades
sistemáticas de promoção da leitura em colaboração com os
departamentos/docentes (Concurso de Leitura, Semana da Leitura , Feiras
do Livro, Encontros com Escritores, Concursos de Poemas e Contos de Natal,
…), …..

Mas a avaliação é muito mais do que o enumerar de actividades, pelo


que a recolha de evidências é um instrumento fundamental para uma
avaliação objectiva e rigorosa, no sentido de compreender a qualidade das
actividades e serviços propostos, diagnosticando os pontos fortes e os
pontos fracos de forma a fortalecer os primeiros e reformular os segundos.

Quando comparo a recolha de evidências sugeridas no Modelo com a


prática na minha BE, considero que ainda existe um longo caminho a
percorrer. Embora a avaliação seja uma prática rotineira, ela limita-se,
ainda, à avaliação no âmbito do Plano Anual de Actividades, ao Relatório de
Final de Ano e ao preenchimento de uma Ficha de Avaliação descritiva para
cada actividade desenvolvida. É assim necessário investir:

- num trabalho mais aprofundado sobre as estatísticas de requisição e


utilização no sentido de perceber o sentir da escola e fazer os ajustamentos
necessários;

- aplicar questionários aos docentes e aos alunos, utilizando os


formulários propostos no modelo, com a respectiva adaptação à realidade
da escola.

Considero muito positivo o facto do Modelo sugerir exemplos de acções


para a melhoria das actividades e serviços, o que mostra a sua preocupação
formativa.

B3 – Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos


alunos, no âmbito da leitura e da literacia - Trata-se de um indicador
de impacto que pretende centrar a avaliação nos benefícios para os
utilizadores do trabalho desenvolvido pela BE. Neste caso os factores
críticos de sucesso indicados não são uma enumeração simples de
actividades, pressupõe, em alguns casos, já uma evolução nos
comportamentos/competências dos utilizadores. E aqui começam as minhas
dúvidas. Tomando como exemplo o impacto do trabalho da BE no sucesso
escolar dos alunos, como separar influência da acção da BE da acção dos
outros actores neste processo, nomeadamente dos professores em situação
de sala de aula?
Neste caso, a recolha de evidências, não se limita, como é natural, aos
dados da estatísticos, indo mais longe, nomeadamente a registos de
observação das actividades, trabalhos dos alunos, análise diacrónica das
avaliações dos alunos, questionários a alunos e professores. Mais, ainda,
que no indicador B1, a escola a BE da minha escola tem um longo caminho
a percorrer neste indicador.

Trata-se, sem dúvida, de um indicador bem mais complexo que o primeiro e


que reflecte as opções mais recentes das políticas educativas, que
corresponde, a meu ver, a uma evolução natural e desejável. Pretende-se,
deste modo, conhecer o impacto das actividades da Biblioteca Escolar no
ensino aprendizagem para que a sua acção seja cada vez mais útil e eficaz.

c)Plano de Avaliação

Escola Secundária com 3º Ciclo do EB de Matias Aires


Mediateca Escolar

Plano de Avaliação – Cronograma


Domínio B – Indicadores B1 e B3
Setembro • Constituição da equipa de trabalho responsável
pela avaliação (Professor Bibliotecário e 1 ou 2
elementos da equipa da BE.)
• Avaliação diagnóstica breve de forma a permitir
identificar pontos fortes e pontos fracos que
permitam escolher o domínio a avaliar.
• Escolha do domínio a avaliar, escolha essa feita
com a participação da Direcção Executiva e do
Conselho Pedagógico.
• Análise cuidadosa do Modelo de Auto-avaliação da
BE no que diz respeito ao domínio seleccionado.
• Construção dos instrumentos de recolha de
evidências (inquéritos, questionários, grelhas de
observação, dados estatísticos, …)
Outubro • Início da Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Registo de actividades
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
Novembro • Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Registo de actividades
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
Dezembro • Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Registo de actividades
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
o Trabalhos realizados pelos alunos
Janeiro • Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
o Trabalhos realizados pelos alunos
Fevereiro • Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
o Trabalhos realizados pelos alunos
Março • Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
o Trabalhos realizados pelos alunos
o Questionários a 10% dos alunos da escola
(QA2)
o Questionários a 20% dos docentes (QD2)
Abril • Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
o Trabalhos realizados pelos alunos
• Tratamento da informação relativo aos
questionários (Quadros estatísticos, gráficos,
relatório crítico sobre o desempenho - análise
quantitativa e qualitativa dos dados)
Maio • Recolha de evidências:
o Estatísticas de requisição domiciliária
o Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura
o Observação da utilização da BE (O3 e O4)
o Trabalhos realizados pelos alunos
• Tratamento dos dados relativos aos questionários
(Quadros síntese, gráficos, …)
Junho • Tratamento da restante informação recolhida ao
longo do ano (análise quantitativa e qualitativa por
forma a identificar de forma rigorosa os pontos
fortes e pontos fracos, necessário à planificação do
ano lectivo seguinte)
• Registo na Tabela as evidências recolhidas em cada
subdomínio, pontos fortes e fracos registados
(secção A do relatório)
• Registo no Quadro – Síntese (Secção A do relatório)
o nível atingido
• Elaboração do Relatório Anual da Biblioteca Escolar
• Comunicação dos resultados aos diferentes órgãos:
Direcção Executiva, Conselho Pedagógico e
Conselho Geral, onde deverão ser objecto de
análise.

Você também pode gostar