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MODELO DE AUTOAVALIAÇÃO

DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

Módulo 4 – Parte I

O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:


metodologias de operacionalização (parte I)

Módulo 4 – Parte I
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Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização
(parte I)

Dezembro/09
Dina
Menezes
Tema: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias
de operacionalização (parte I)

1 – Domínio, subdomínios e indicadores seleccionados


Domínio A - Apoio ao desenvolvimento curricular
Subdomínio seleccionado: A.2. Promoção das literacias da Informação,
Tecnológica e Digital
Indicadores:
 A.2.1. Organização das actividades de formação de utilizadores
na escola
 A.2.4. Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e
de
informação dos alunos na escola

2 - Análise do Domínio, do subdomínio e dos indicadores


seleccionados

2.1. Domínio e subdomínio

Neste momento do presente trabalho é-nos pedido que façamos uma


“análise detalhada” do “Domínio/subdomínio(s)” seleccionado(s). Ora uma
análise dessa natureza implicaria uma vasta reflexão sobre a noção de
“currículo” e suas variantes, por forma a compreender em que medida a
promoção das literacias da informação, tecnológica e digital se integra num
plano de desenvolvimento curricular ao serviço da aquisição de
competências gerais potenciadoras do desenvolvimento individual, ou se
fazem parte do currículo formal de um campo específico do saber /programa
de uma disciplina concreta.
Entenda-se aqui que os currículos formais integram cada vez mais, para
além dos conteúdos, um conjunto de finalidades e objectivos, indicações
metodológicas sobre como conduzir o processo de aprendizagem, sugestões
sobre processos de trabalho e experiências diversificadas que devem ser
proporcionadas aos alunos.
Se a leitura é parte integrante do currículo formal das disciplinas língua
portuguesa (E. Básico) e português (E. Secundário) e, por extensão

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curricular, deve ser planificada, dinamizada e apoiada na BE, também o
desenvolvimento das restantes literacias estará certamente vinculado ao
ensino das TIC cabendo, contudo, à BE planificar estratégias e propor
actividades diversificadas com vista ao desenvolvimento das competências
que os alunos deverão ir, gradualmente, adquirindo. Assim sendo, não
cremos que esteja reduzida à BE a aprendizagem das referidas literacias. Por
isso, o trabalho a desenvolver na BE fará sentido se for planificado e
desenvolvido em conjunto com os professores que leccionam as referidas
áreas e, em conjunto com esses mesmos professores, avaliadas as
competências desenvolvidas pelos alunos. Claro que a proficiência no uso da
Informação e das respectivas tecnologias manifesta-se e pode ser avaliada
também no âmbito de qualquer uma das restantes disciplinas escolares.
Aliás, a promoção das literacias é um dos objectivos básicos das instituições
educativas, pois são precisamente as literacias que fundam todas as
aprendizagens humanas. Cada uma delas apresenta, contudo, uma
linguagem específica que, obviamente, exige estratégias de leitura
adequadas.
Quando se fala em literacias é exactamente isso que se pretende significar:
não se lê da mesma forma um romance ou uma notícia, um texto
informativo ou um texto expositivo, uma imagem estática ou uma imagem
em movimento, um texto de matemática ou um texto de filosofia, um filme
ou um documentário. Cada um deles tem uma linguagem específica, cujo
código é necessário “desvendar”, recorrendo para isso a estratégias
adequadas que é preciso mobilizar de forma consciente. Cada leitor deve,
portanto, ser capaz de activar conscientemente os processos mentais
exigidos à compreensão da mensagem que lhe chega, seja qual for o canal
de comunicação que lha faça chegar. A promoção e o desenvolvimento
desses processos, junto dos alunos, é um dos objectivos da escola, na qual a
BE desempenha um papel de extrema importância.
A sociedade de finais do século XX, princípios do século XXI presenteou-nos
com novas linguagens cuja leitura tem, obviamente, que ser ensinada e
aprendida: as linguagens da Informação, da tecnologia e a linguagem digital.

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Tal como as bibliotecas têm um papel relevante na divulgação do livro e na
promoção da leitura, lógico será que sejam igualmente chamadas a
desenvolver actividades de relevo na divulgação e na promoção destas
novas literacias.
Por outro lado, sabe-se que as BE têm vindo a desenvolver parcerias
internas com os professores e têm contribuído não só para o
desenvolvimento de práticas de leitura, como também de produção escrita.
Desta forma, é natural que se convoque a BE a proceder de igual forma na
divulgação de estratégias e procedimentos tendentes a desenvolver nos
utilizadores (alunos e professores) competências de leitura-compreensão, de
pesquisa, de selecção, de análise e de comunicação da informação em novos
suportes. É claro que o professor bibliotecário poderá não ser detentor de
uma formação tão diversificada. Por isso mesmo a legislação prevê que a
equipa da BE trabalhe em colaboração com a equipa do PTE.
É da parceria e do trabalho conjunto entre estas duas equipas que poderá
nascer um plano de formação de utilizadores (A.2.1.) e será essa formação,
contínua e continuada, que poderá vir a dar os seus frutos, isto é, a plena
utilização dos recursos existentes na BE, com a responsabilidade e o sentido
ético que lhes são inerentes.
Pensamos, contudo, que é importante que a equipe da BE trabalhe
igualmente em parceria com os professores das TIC para que, em conjunto,
possam planificar e implementar as actividades de desenvolvimento
curricular que se pretendem concretizáveis no indicador A.2.4.. E essa
planificação deverá certamente passar pela definição dos conteúdos e dos
processos de aprendizagem, das estratégias de ensino e das formas de
avaliação.

2.2. Indicadores seleccionados:


A.2.1. Organização de actividades de formação de utilizadores na escola
A. 2.4. Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de
informação dos alunos na escola

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O objectivo fundamental que suporta a monitorização da BE é a melhoria da
qualidade dos serviços que apresenta aos utilizadores.
Os indicadores apresentam-se como ferramentas de avaliação e,
simultaneamente, constituem um instrumento de planeamento,
principalmente no que se refere à mudança de estratégias e à (re)definição
de objectivos.
Os indicadores seleccionados (A.2.1. e A.2.4.) prevêem determinadas
acções, pelo que podem, à partida, ser entendidos como medida da
concretização das acções neles enunciadas. Nestes dois casos, os
indicadores são utilizados como instrumentos de trabalho, na medida em
que expressam, em si mesmos, os objectivos a alcançar, ao mesmo tempo
que tomam uma posição estratégica no processo.
Há, no entanto, uma diferença entre ambos: enquanto o primeiro
(Organização de actividades de formação de utilizadores na escola) é um
indicador de processo na medida em que incide numa acção projectada para
fora, exprimindo a forma de obter um resultado, o segundo (Impacto da BE
nas competências tecnológicas, digitais e de informação dos alunos na
escola) apresenta-se como um indicador de produto porquanto tem implícito
a resposta, isto é, o resultado de determinadas acções/estratégias
previamente implementadas.

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3. Plano de Avaliação

A. Apoio ao desenvolvimento curricular


A.2. Promoção das literacias da informação, tecnológica e Digital
Avaliar como? Avaliar
quando?
Indicadores Factores Críticos de Sucesso Avaliar o quê? Instrumentos de Metodologia
recolha de de análise
dados dos dados
A.2.1. O plano de trabalho da BE inclui • Acções de • Plano de 1.º Período
Organização actividades de formação de motivação à actividades da • Recurso
de utilizadores com grupos de alunos utilização da BE preferencial a
Actividades e com docentes no sentido de BE • Registos de metodologias
de formação promover o valor da BE, motivar a reuniões quantitativas
de sua utilização, esclarecer sobre as • Sessões de /contactos
utilizadores formas como está organizada e formação de • Registo de • Eventual
na escola ensinar a utilizar os diferentes utilizadores avaliação das recurso a
serviços. actividades metodologias
mistas
Alunos e docentes desenvolvem • Sessões de • Observação de (qualitativas 1.º , 2.º e 3.º
competências para o uso da BE formação sobre utilização da e Períodos
revelando um maior nível de pesquisa e BE (O2) quantitativas)
autonomia na sua utilização após tratamento da
sessões de formação de informação
utilizadores.
A BE produz materiais informativos • Produção de • Materiais de 1.º e 2.º e
e/ou lúdicos de apoio à formação materiais de apoio produzidos 3.º Períodos
dos utilizadores. apoio às e editados
necessidades
dos utilizadores
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A. Apoio ao desenvolvimento curricular
A.2. Promoção das literacias da informação, tecnológica e Digital
Indicadores Factores Críticos de Sucesso Avaliar o quê? Avaliar como? Avaliar
quando?
Instrumentos Metodologia
de recolha de de análise dos
dados dados
A.2.4. Impacto Os alunos utilizam, de acordo com Formação/proficiê
da BE nas o seu ano/ciclo de escolaridade, ncia de recepção,
competências linguagens, suportes, modalidades selecção, • Observação
tecnológicas de recepção e de produção de utilização e de utilização • Recurso
digitais e de informação e formas de comunicação da da BE (O1) preferencial a 2.º e 3.º
informação dos comunicação variados, entre os informação em metodologias períodos
alunos na quais se destaca o uso de diferentes quantitativas
escola ferramentas e media digitais. linguagens
Os alunos incorporam no seu Frequência de
trabalho, de acordo com o utilização, pelos • Questionário • Eventual
ano/ciclo de escolaridade que alunos, das aos recurso a
frequentam, as diferentes fases do diversas fontes professores metodologias
processo de pesquisa e de informação (QD1) mistas
tratamento de informação: (qualitativas e
identificam fontes de informação e Interiorização das quantitativas) Ao longo
seleccionam informação, várias fases do do ano
recorrendo quer a obras de processo de • Questionário lectivo
referência e materiais impressos, pesquisa e aos alunos • Análise
quer a motores de pesquisa, tratamento da (QA1) diacrónica das
directórios, bibliotecas digitais ou informação avaliações dos
outras fontes de informação alunos
electrónicas, organizam,

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sintetizam e comunicam a
informação tratada e avaliam os
resultados do trabalho realizado.

Os alunos demonstram, de acordo Responsabilidade


com o seu ano/ciclo de e sentido ético
escolaridade, compreensão sobre dos alunos no uso
os problemas éticos, legais e de da informação
responsabilidade social associados (respeitam
ao acesso, avaliação e uso da direitos de
informação e das novas autor…)
tecnologias.
Os alunos revelam em cada ano e Progressão dos
ao longo de cada ciclo de no uso das
escolaridade, progressos no uso competências
de competências tecnológicas, tecnológicas,
digitais e de informação nas digitais e de
diferentes disciplinas e áreas informação
curriculares.

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Descrição procedimental:

Os dados recolhidos serão tratados e analisados, no final do ano


lectivo, por uma equipa multidisciplinar, seguida de reflexão sobre os
resultados apurados.

Em função desses resultados, procurar-se-á compreender o nível de


desempenho da BE, no que concerne aos indicadores avaliados.

Em seguida, proceder-se-á a uma análise/reflexão sobre os resultados


obtidos, por forma a deles partir para o estabelecimento de novas
metas, de novos objectivos e para a planificação de novas estratégias
e actividades com vista à melhoria da qualidade dos serviços
prestados pela BE.

Os resultados obtidos serão comunicados ao Conselho Pedagógico e


à escola em geral.

De acordo com os resultados, poder-se-á desenvolver uma


campanha de sensibilização com vista a uma maior colaboração da
escola (direcção, docentes e alunos) no desenvolvimento de
procedimentos, estratégias e acções com vista à melhoria da
qualidade dos serviços e consequente valorização da BE.

Por fim, será elaborado o relatório de auto-avaliação da BE, de


acordo com o modelo proposto pela RBE.

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