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Vê se me deitas depois
Culpas no rosto
Isto é sincero
Porque não quero
Dar-te um desgosto
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
E até aposto
Que não gosto de ninguém
Podes sorrir
Podes mentir
Podes chorar também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
E até aposto
Que não gosto de ninguém
Podes sorrir
Podes mentir
Podes chorar também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
Podes sorrir
Podes mentir
Podes chorar também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
Ai Mouraria
Ai Mouraria
da velha Rua da Palma,
onde eu um dia
deixei presa a minha alma,
por ter passado
mesmo a meu lado
certo fadista
de cor morena,
boca pequena
e olhar trocista.
Ai Mouraria
do homem do meu encanto
que me mentia,
mas que eu adorava tanto.
Amor que o vento,
como um lamento,
levou consigo,
mais que ainda agora
a toda a hora
trago comigo.
Ai Mouraria
dos rouxinóis nos beirais,
dos vestidos cor-de-rosa,
dos pregões tradicionais.
Ai Mouraria
das procissões a passar,
da Severa em voz saudosa,
da guitarra a soluçar.
Perseguição
Se de mim, nada consegues,
Não sei por que me persegues
Constantemente na rua!
Sabes bem que sou casada
Que fui sempre dedicada
E que não posso ser tua!
Lá por que és rico e elegante,
Queres que eu seja a tua amante,
Por capricho ou presunção?
Ah, eu tenho o marido pobre
Que tem uma alma nobre,
E é toda a minha paixão!
Almas vencidas
Noites perdidas
Sombras bizarras
Na Mouraria
Canta um rufia
Choram guitarras
Amor ciúme
Cinzas e lime
Dor e pecado
Tudo isto existe
Tudo isto é triste
Tudo isto é fado
Fado Corrido
Coimbra
Coimbra do choupal
Ainda és capital
Do amor em Portugal, ainda
Coimbra onde uma vez
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês tão linda
Sabe-se Lá
Sabe-se lá
Quando a sorte é boa ou má
Sabe-se lá
Amanhã o que virá
Breve desfaz - se
Uma vida honrada e boa
Ninguém sabe, quando nasce
Pró que nasce uma pessoa.
A tendinha
Velha taberna
Nesta Lisboa moderna
É da tasca humilde e terna
Que mantém a tradição
Velha tendinha
És o templo da pinguinha
Dois dois brancos, da ginginha
Da boêmia e do pimpão
Lá Vai Lisboa
Lisboa Antiga
Amália
Amália
Quis Deus que fosse o meu nome
Amália
acho-lhe um jeito engraçado
bem nosso e popular
quando oiço alguém gritar
Amália
canta-me o fado
Amália
esta palavra ensinou-me
Amália
tu tens na vida que amar
são ordens do Senhor
Amália sem amor
não liga, tens de gostar
e como até morrer
amar é padecer
Amália chora a cantar!
Amália
disse-me alguém com ternura
Amália
da mais bonita maneira
e eu toda coração
julguei ouvir então
Amália p'la vez primeira
Amália
andas agora à procura
Amália
daquele amor mas sem fé
alguém já mo tirou
alguém o encontrou
na rua com a outra ao pé
e a quem lhe fala em mim
já só responde assim
Amália? não sei quem é!