Você está na página 1de 4

“Pinok e Baleote”, de Miguel Horta.

(história resumida e adaptada)

Bianca- Era uma vez um menino africano chamado Pinok que vivia numa ilha de Cabo
Verde…
Pedro- Olá crianças e adultos!
Sou um menino e chamo-me Pinok, quer dizer, o meu nome verdadeiro é Djon. Gosto de
imaginar as coisas como se fossem verdade e tenho fama de mentiroso.
Gosto muito de pescar, até tenho um lugar secreto na praia, para onde vou depois de sair da
escola.
É uma praia longa e coberta de areia negra.
Bianca-Certa manhã, Pinok não tinha escola e resolveu ir para o seu lugar secreto na
praia para apanhar peixes vivos, mas neste dia o peixe não aparecia. Pinok sentou-se,
ouviu um som estranho, ficou assustado, levantou-se e olhou à sua volta…
De repente, viu uma sombra preta gigante e disse:
Pedro_ Que grande peixe!
Bianca -Pinok, todo molhado e cheio de medo, correu, escondeu-se atrás de uma rocha
e ouviu:
Lucas- Ajuda-me, ajuda-me!
Pedro - Mas o que é isto? Os peixes não falam!
Lucas-Não te quero fazer mal. Fiquei preso aqui sem saber como!
Tudor-Pinok, com cuidado, aproximou-se e viu uma grande cabeça a sair da água.
Aquele animal não tinha escamas, era liso e cinzento e respirava por um buraquinho
que tinha no alto da cabeça. Pinok perguntou-lhe:
Pedro_ Mas que bicho és tu?
Lucas_ Sou um filho de baleia. A minha mãe está longe e chama por mim, aflita!
Pedro_ Ora bem temos aqui um menino – baleia! Um baleote! Como ficaste aqui preso? És
um bicho do mar e deves saber mais do oceano do que eu!
Lucas_ Ainda sou pequenino, não aprendi tudo! Brinquei tanto nas ondas que adormeci e a
corrente trouxe-me para esta lagoa, estou preso. Ajuda-me a sair deste lugar apertado!
Tudor- Pinok e Baleote foram conversando até a maré subir… Pinok foi perdendo o
medo e começou a gostar do “baleote – menino”.
Baleote explicava a Pinok que tinha medo dos homens, pois em tempos tinham caçado
um primo seu numas ilhas.
Baleote veio à superfície e disse:
Lucas _ Vou ficar teu amigo para sempre!
corrente trouxe-me para esta lagoa, estou preso. Ajuda-me a sair deste lugar apertado!
Tudor -Pinok foi para casa e assim que chegou, chamou pai para lhe contar a aventura,
mas não obteve qualquer atenção. A mãe de Pinok preparava o almoço e perguntou-
lhe:
Inês_ O que se passa? Viste o Diabo?
Pedro_ Não! Estive a falar com um menino – baleia!
Inês _ Outra vez a inventar e a mentir?
Pedro _ É verdade, mãe! Esta manhã estive a conversar com um baleote.
Inês _ É melhor nem falares dessa história ao teu pai. Pára de inventar, isso ainda te vai
prejudicar um dia!
Cristiano-Pinok estava desiludido, ninguém, acreditava nele… Foi-se deitar.
Sempre que podia, Pinok ia à praia para conversar com Baleote. Num desses dias,
Baleote falou e avisou:
Lucas _ Vão surgir grandes tempestades! É melhor que o teu povo arranje abrigo, pois o
mar é perigoso!
Cristiano - Baleote mergulhou e desapareceu. Pinok foi a correr para casa, contou ao
pai o que Baleote lhe dissera, mas mais uma vez, não acreditaram nele.
Na manhã seguinte, na praia os homens olhavam para os barcos destruídos e para as
redes perdidas. O burro de Pinok estava morto na areia…
O tempo passou. Chegava a época das festas de Santo António. A aldeia brilhava de
novo, estava tão bonita!
Num certo dia Pinok voltou a ver o seu amigo Baleote. Baleote estava crescido, era
enorme e já não cabia na lagoa. E logo de seguida falou bem alto:
Gabriela_ Avisa os pescadores que se aproxima um grande cardume de atuns. Tenta
convencê-los!
Cristiano -Pinok despediu-se do amigo e a correr, foi-se embora.
Assim que o seu pai acabou a lida do barco, Pinok falou-lhe:
Pedro _ Pai, achas que eu invento coisas, mas tenho uma novidade para te contar!
Jéssica_ Fala, eu oiço-te!
Pedro _ O meu amigo Baleote disse-me que vem aí um cardume enorme de atum e se
quisermos, podemos fazer uma valente pescaria!
Jéssica _ Amanhã vais comigo para o mar!

Narrador- Entretanto, o pai de Pinok falou com alguns pescadores e


conseguiu convencer Aniceto, um pescador seu companheiro:
Jéssica- Devíamos experimentar, Aniceto! É muito dinheiro!
João- Não sei, é estranho… Mas vá lá, tentar não custa. Está combinado!
Marlon- No dia seguinte, os barcos entraram pelo mar.
Horas depois, lá estava o enorme cardume de atum. Os barcos estavam carregados de
peixe.
Pinok resolveu ir à praia e reencontrou Baleote. Baleote também se sentia muito
animado e voltou a avisar Pinok:
Gabriela_ Os animais do mar andam nervosos porque sentem a água a tremer e a ficar mais
quente. A montanha da tua ilha tem um vulcão que está prestes a cuspir fogo, rochas e fumo.
É preciso que avises toda a gente!
Marlon- Pinok, aflito, foi avisar o pai. Desta vez, todos o escutaram com muita atenção
e decidiram, com calma o que deveriam fazer.
E era verdade! Houve um tremor de terra e o vulcão entrou em erupção, deitando lava
quente. O vento soprava noutra direcção, a lava seguiu o caminho da ribeira, chegou
ao mar e claro, ficou fria.
Dias depois o pai de Pinok aproximou-se dele e falou:
Jéssica _ Queremos conhecer o teu amigo. Temos que lhe agradecer o aviso. Perdoa-nos por
não termos acreditado em ti de no Baleote.
Marlon- Pinok foi à praia e pediu a Baleote que aparecesse na praia para que todos da
aldeia lhe agradecessem e Baleote prometeu-lhe que lá estaria na manhã seguinte.
Juntou-se toda a gente (Bacabu, Tiago, David e Horácio) na praia de areia negra.
Baleote veio à superfície, todos se espantaram. Baleote aproximou-se e disse a Pinok:
Gabriela_ Pinok, quero apresentar-te os meus pais. Vieram aqui para vos fazer um pedido:
Há uns marinheiros brancos que têm perseguido os meus primos nas ilhas do Norte e estão
quase a chegar aqui… Eles têm um arpão rápido e que mata. Não sabemos como evitá-lo!
Jéssica _ Fiquem descansados, eu e os meus amigos, vamos pensar numa solução.
Entretanto, é melhor que fiquem aqui por perto!
Bruna F.- A noite chegava. As três baleias lá estavam quietinhas, boiando ao sabor das
ondas.
Os habitantes da aldeia (Bacabu, Tiago, David e Horácio) tentavam preparar um plano
para ajudar as baleias…
Na manhã seguinte, o barco do pai de Pinok seguia na direcção do baleeiro.
Os homens aproximaram-se. O pai de Pinok falou-lhes:
Jéssica – Têm a obrigação de respeitar as baleias!
João Pedro, Ricardo e Érico- Ah, ah, ah, ah! Não temos mais tempo porque temos muitas
baleias para caçar!
Francisco- Pinok, seu pai e os outros pescadores foram embora tristes, afastando-se.
De repente, o barco estrangeiro começou a navegar com grande velocidade atrás das
baleias, preparando-se para disparar, mas o barco ficou preso, partiu-se, encheu-se de
água e afundou. Os marinheiros entraram em pânico. Os tubarões, gulosos,
aperceberam-se do que estava a passar-se e prepararam-se para atacar os homens
brancos, mas as baleias, com golpes de cauda, salvaram-nos.
Os marinheiros estrangeiros, já salvos e envergonhados, chegaram a terra, com a ajuda
de Pinok e seu pai.
No dia seguinte, os marinheiros voltaram para a sua terra e o baleeiro que tinha ido ao
fundo, passou a servir de aviso para todos aqueles que andam no mar:
Nádia e Gonçalo: Faixa_ Aqui não se caçam baleias!

Você também pode gostar