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TÍTULO?

Era dezembro, Théo e sua família aproveitavam as férias em uma bela praia do Rio de Janeiro.
Mal chegaram e o menino pede ao pai se poderia nadar sozinho, seu pai nega, porém o jovem
insiste. "Eu já tenho 14 anos e venho aqui desde que nasci”. Eles moravam próximos àquela praia, por
isso a tamanha "experiência" dele.
Mesmo receoso, o pai permite que o filho nade, mas pede que tome cuidado. O rapaz corre em
direção ao mar, tamanha felicidade se dava por ele já não ir há um ano à praia - seu ano escolar havia
sido muito corrido.
Nada parecia capaz de estragar aquele momento, até que Théo pisa em falso e é arrastado pela
correnteza. Estava prestes a desmaiar, tomado pelo desespero, até que escuta uma voz.
"Outro humano? Impressionante como se afogam com facilidade..." Théo fica confuso, "quem
falou isso?" - pergunta. A voz responde: "Você consegue entender o que eu falo? Isso é raro, faz tempo
que isso não acontece, vou mandá-lo de volta para a praia e de preferência, não volte".
Ao acordar, ele se depara com toda a família em volta o observando com cara de preocupação.
Estava novamente em terra firme e seu pai gritava: "Filho, fala alguma coisa!". Ele pergunta pelo senhor
que o salvou. Seu pai não entende e diz que não tinha ninguém junto a ele.
Foram ao hospital, estava tudo bem com o adolescente. Segundo o médico, a voz que ele
escutou poderia ser apenas um sonho por conta do desmaio. Porém, isso não o convenceu.
Já em casa, durante a madrugada, sem conseguir dormir, Théo opta por ir à praia, procurar pela
tal voz misteriosa. Ao chegar, decide nadar até o ponto em que se afogou, então, aconteceu novamente.
De repente ouviu: "De novo? Já te pedi para não voltar aqui! O Rei ficará bravo comigo!". Ele não
podia acreditar, o senhor misterioso era na verdade… um peixe? “Eu devo estar ficando maluco, não é
possível!" - resmungou. "O que é isso de Rei? Desde quando peixes falam?".
O senhor Peixe parecia aflito, porém tomou uma decisão inusitada. "Vou levá-lo ao Rei, acho que
é a melhor opção, pois, observando melhor, não parece apresentar perigo a nossa casa". Então, foram
os dois.
Enquanto nadavam, o menino perguntou: "Há pouco eu estava me afogando, como estou
respirando?" O Senhor Peixe calmamente respondeu: "Isso é raro, acontece com quem tem uma
conexão muito forte com o mar".
Finalmente chegaram. Era um lugar magnífico, tinha tantas cores que nem pareciam reais.
“Quem se atreve a adentrar a nossa bela Amazônia Azul?”, brandou o Rei. O Senhor Peixe
esclareceu a situação e argumentou: “Até tentei mandá-lo embora, mas ele retornou, então achei que
ele poderia nos ajudar com os outros humanos. Por favor, conte-lhe sobre nossa casa.”.
“Acho que não posso negar-lhe esse pedido.” O Rei Peixe começou: “Escute bem, a nossa casa,
a Amazônia Azul, é local de vasta biodiversidade, rica em fauna, flora e beleza. Nela ocorre comércio
com outros países, por seus 4,5 milhões de km² de extensão. Além do turismo e lazer, há a produção de
energia com a maremotriz e alimentação com a pesca. É um lugar de extrema importância para o Brasil
e também para nós que a habitamos. Muitos humanos ignoram isso, prejudicam nossa casa,
extinguindo boa parte de nossa população. Daqui a alguns anos, haverá mais plástico que peixes no
mar, além dos derramamentos de óleo e produtos químicos no mar."
Surpreso, Théo não sabia o tanto de coisas prejudicadas com a poluição ambiental.
"Foi para isso que eu o trouxe aqui, por favor, nos ajude! Mesmo pouco, já é muito para nós!",
disse o senhor Peixe.
Théo se despede de senhor peixe e do Rei. Ao acordar, deitado na areia, vê sua família em volta
dele. “O que te deu na cabeça para vir até aqui sozinho?”, disse sua mãe.
Théo sabia que o que vivera era real e teve uma ideia: conscientizar a todos sobre a necessidade
de preservar o mar. De certa forma, era pouco, porém era o que podia fazer por enquanto. Afinal, em
algum lugar, alguém estava contando com sua ajuda para isso.

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