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Gloria Radino
RESUMO. A proposta deste artigo uma reflexo sobre o tratamento dado oralidade na educao infantil. Tomou-se, como
referncia, a forma como os contos de fadas so apresentados aos alunos, plos professores. Foi analisada a abordagem dada
pelo Referencial Curricular para Educao Infantil (1998) linguagem oral e escrita, bem como trechos de entrevistas
realizadas com professores de educao infantil, em uma cidade do interior paulista, como parte de uma pesquisa que resultou
na dissertao de Mestrado da autora. Como resultados, percebemos que a escola, em sua funo alfabetizadora e por
acreditar que as crianas provm de um meio scio-cultural desfavorecido, valoriza a linguagem escrita e despreza a
oralidade, que perde sua funo auxiliar na construo simblica da criana, o que facilitaria o prprio processo de
alfabetizao.
Palavras-chaves: oralidade, contos de fadas, alfabetizao.
INTRODUO
Nos vazios do silncio escreve-se a histria
dos homens. Tecido de palavras sussurrantes,
de gestos singulares que o contista organiza
em narrativas nicas. No solo polvilhado de
farinha de cevada torrada em torno do qual
juntam-se os ouvintes, ressoam os cascos de
um cavalo. O som eleva-se entre o sonho e
ns, como uma poeira dourada. O heri
passou, e deixou seu vestgio na areia de
nossas memrias onde sobreviver. (Bricout,
Conto e Mito)
Alves Costa & Barganha (1991); Bettelheim, B. (1980); Jean, G. (1990 a); Traa, M. E. (1998).
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Grifo do autor
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CONSIDERAES FINAIS
Traduo minha
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Recebido em 05/09/2001
Revisado em 05/10/2001
Aceito em 10/10/2001