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Introduo.
Crticas fragmentao dos saberes e ao pensamento reducionista e
simplificador no so raras e essa maneira de pensar tida como srio problema
presente nas prticas educativas escolares. H necessidade de sua superao e h
acordo entre alguns estudiosos que isso possa ocorrer com o auxlio de prticas
educativas que promovam a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade como
modos de produzir e de trabalhar o conhecimento.
A organizao disciplinar instituiu-se no Sculo XIX, principalmente com a
formao das universidades modernas e desenvolveu-se no Sculo XX com o
progresso da pesquisa cientfica. (MORIN, 2002a, p. 37). Este fato no est
desvinculado de condies histricas, como por exemplo, a diviso social do trabalho
humano.
Ao apontar algumas bases do pensamento complexo que inclui a denncia e
a proposta de superao da maneira de pensar que fragmenta, simplifica e reduz,
Morin diz que no desenvolvimento da maneira de pensar da modernidade, formou-se
uma concepo de razo que ele denomina de razo fechada. Essa a razo que se
prende ao simples ou, mais precisamente ao simplificado por modelos de pensamento
redutores. Diz que, segundo Bachelard, no h nada simples na natureza, s h o
simplificado. (1998, p. 176). A razo fechada era simplificadora. (Idem, p. 168).
o tipo de razo que rejeita tudo o que no est submetido ao estrito princpio de
economia e de eficcia. (idem, p. 167). uma maneira de pensar que leva a vises
redutoras e fragmentadoras que, por isso mesmo, so simplificadoras do real. Ela anda
de mos dadas com o desenvolvimento econmico do Ocidente, colocado entre
aspas propositadamente, e que Morin denomina de desenvolvimento econmicotecnoburocrtico das sociedades ocidentais (que) tende a instituir uma racionalidade
instrumental, em que eficcia e rendimento parecem trazer a realizao da
racionalidade social. (idem, p. 160). E acrescenta: No interior da empresa, as
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Morin utiliza o termo dialgico com um sentido especfico e como alternativa para o termo dialtico.
Vale conferir em suas obras. Uma sntese desse entendimento consta em O Mtodo 5: a humanidade da
humanidade (2003), s pginas 300 e 301.
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