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Introduo
O
sentido deste trabalho oferecer algumas consideraes para reflexo
sobre as relaes natureza-sociedade, com o propsito de aumentar o le-
que das teorias disponveis para discusses socioambientais no Brasil e no
mundo. Nesse sentido, faz tanto uma rpida reviso quanto uma avaliao crtica
do posicionamento do pensamento econmico tradicional diante da dimenso
ambiental do processo econmico (tarefa das segunda e terceira sees, respecti-
vamente). O esforo de incorporar o meio ambiente ao modelo econmico como
apndice deste ltimo objeto da quarta seo, enquanto a quinta trata do con-
dicionamento ambiental da atividade econmica, introduzindo a perspectiva da
chamada economia ecolgica, cuja abordagem transdisciplinar objeto da sexta
seo. A stima seo explora algumas implicaes da viso integradora da eco-
nomia ecolgica. O trabalho se encerra com uma apreciao de tendncias no
pensamento ecolgico e econmico-ecolgico. Nomes importantes ligados aos
temas tratados so oferecidos para ilustrar as diversas tendncias, com nfase para
a contribuio de Nicholas Georgescu-Roegen (1971).
Viso econmica da economia
O destacado economista austraco, Prmio Nobel de Economia de 1974,
Frederick von Hayek, defendia na revista da London School of Economics, Eco-
nomica, no incio dos anos 1940, que nem mercadorias nem dinheiro, nem mes-
mo alimentos podem ser definidos por suas qualidades fsicas, e sim apenas em
termos das opinies que os agentes econmicos tenham a seu respeito (Martnez
Alier & Schlpmann, 1991, p.182). Longe de constituir uma perspectiva isolada,
essa a viso dominante entre os economistas convencionais. A economia-cincia
tradicional, com efeito, no considera quaisquer conexes que possam existir
entre o sistema ecolgico e as atividades de produzir e consumir que represen-
tam o cerne de qualquer sistema econmico (economia-atividade). O modelo
econmico tpico no contempla a moldura ou restries ambientais. Cuida de
focalizar to somente fluxos e variveis do domnio econmico, conforme indica
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