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PALESTRA LOJA UNICIDADE

TEMA: BUDISMO TIBETANO E A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE JUNG

CUMPRIMENTOS

INTRODUÇÃO

Como o próprio título sugere, hoje iremos conversar um pouco sobre duas linhas de
conhecimento: O Budismo , mais especialmente o Tibetano e a Psicologia Analítica de Jung.

Não pretendo aqui estabelecer semelhanças entre esses personagens, pretendo tão somente,
junto com vocês encontrar pontos de conexões existentes entre essas duas linhas.

O Budismo tem sua expressão maior na figura de Siddartha Gautama, um príncipe do norte da
Índia. Seu pai, para protegê-lo, resolveu criá-lo dentro dos muros palacianos e isolá-lo da
sociedade ficando alheio a tudo que se passava até o dia em que se deparou com todo o
sofrimento do povo e partir daí sua vida deu uma guinada de 180º.

A partir de então, vai em busca de explicações para o sofrimento humano. Neste processo, ele
atinge o grau de iluminado. , o nível do desperto, o de Buddha. Seus ensinamentos tomaram
corpo de Doutrina a que hoje conhecemos como Budismo.

O Sr. Buddha, deixou seu corpo físico neste planeta, mas sua doutrina, expandiu-se em
muitos países, sofreu adaptações, porém não se afastou demais da sua essência.

Devido a divergências nas interpretações formaram-se diferentes escolas que se agruparam


em 2 correntes:
O IDEAL DO ADEPTO É ATINGIR A
CONDIÇÃO DE Boddhissattva. ELE SAI DA
Samsara MAS POR AMOR A HUMANIDADE
RETORNA. ÉO CASO DOS MESTRES.
MAHAYANA

O IDEAL DO ADEPTO É ATINGIR A CONDIÇÃO DE


ARHATE. ILUMINAR-SE E LIVRAR-SE DA RODA DE
NASCIMENTOS E MORTES.

HINAYANA
OS CONCEITOS BUDISTAS das Quatro Nobres Verdades e o Caminho Óctuplo , são
consideradas como a essência dos ensinamentos do BUDA.

AS QUATRO NOBRES VERDADES

1- A nobre verdade do sofrimento/ O sofrimento é fato.

2- A nobre verdade da causa do sofrimento/ A causa do sofrimento é a ignorância o


desejo, o apego.

3- A nobre verdade da extinção da causa do sofrimento/ É possível acabar com o


sofrimento, evitando viver neste processo.

4- A nobre verdade da senda que leva à extinção do sofrimento/ Há um método, um


caminho que nos leva a isso.

O Caminho Óctuplo, chamado o caminho do meio VER QUADRO

Cada uma dessas assertivas está imediatamente vinculada a outra.

1º Vimos aí que o objetivo maior do Budismo é livrar o adepto do sofrimento, levando-o a


atingir um estado de consciência conhecido como iluminação/ Despertar Espiritual.

Percebemos que este processo é uma escada, cujos degraus vão impondo uma dificuldade
maior na caminhada.

2º Esse caminho de libertação só pode ser trilhado pelo praticante. É uma tomada de
consciência pessoal, interna.

3º Para o Budismo, o sofrimento acaba quando atingimos a iluminação. Isso é, quando a


pessoa atinge um alto nível de autoconhecimento.

Dentro da Escola Mahayana no Tibet desenvolveu-se uma outra escola: a Vajrayana,


( também conhecido como Tantrayana) o coração esotérico do budismo. Corresponde
ao caminho diamantino. Segundo os Budistas Tibetanos, sua prática pode levar ao
processo de iluminação em uma única vida

A sua prática requer três componentes:

RENÚNCIA; Dos desejos e de toda forma de alienação aos padrões impostos a nós

MOTIVAÇÃO ILUMINADA Empatia pelo sofrimento alheio, a compaixão

VISÃO CORRETA DA REALIDADE A visão clara do vazio. De que não existe


dualidade e que estamos todos integrados com o todo, pois nada existe fragmentado.
Para isso são praticados os

1-MANTRAS ( CORRELACIONADOS COM A FALA, TEM PODERES


VIBRACIONAIS PERMITINDO-SE ADENTRAR NOS PLANOS SUTIS)

2-MUDRAS (CORRELACIONADOS COM O CORPO, ABREM E FECHAM


CIRCUITOS E POLARIDADES ENERGÉTICAS)

3- MANDALAS ( APRESENTAM OS PARADOXOS EXISTENTES NA VIDA)

4- TEMOS A PRESENÇA DO GURU ( a LIBERTAÇÃO NÃO É ALCANÇADA


PELOS LIVROS OU PELO CONHECIMENTO ABSTRATO, MAS SIM REQUER
UM MESTRE ESPIRITUAL QUE IRÁ ESTIMULAR O DESPERTAR DA
CONSCIÊNCIA) Embora o guru seja uma representação projetada, na realidade o guru
está no interior de cada um. É o Cristo interno.

4ºVEMOS AÍ O USO ABUNDANTE DE SÍMBOLOS COMO VEÍCULOS E


MEIOS DE TRANSFORMAÇÃO DE NATUREZA ORDINÁRIA PARA
SIGNIFICANTE.

4º JUNG TAMBÉM É FARTO NO USO DA SIMBOLOGIA EM SEUS


TRATAMENTOS (seja dos sonhos, mandalas,MITOS, fantasias)

Jung nasceu em 26/07/1875. Filho de um pastor, Jung também tinha mais oito tios que eram
pastores. O contato de Jung com a religião influenciou profundamente seu trabalho. Convivia
também com os distúrbios nervosos da mãe, provavelmente conseqüência das dificuldades
que enfrentava em seu casamento.

A época em que Jung nasceu é uma época em que o cientificismo estava em alta conta. Era
notório o afastamento entre a Religião e Ciência.

No entanto, ao meu ver, esse foi o caldeirão inicial no qual Jung despertou para questões mais
profundas. Provavelmente este contexto fez com que ele, apesar de criança, tivesse uma
visão mais amadurecida de mundo. Suas questões mais profundas não conseguiam ser
respondidas nem por seu pai, nem tampouco pelos livros religiosos e este fato impulsionou
Jung para outras áreas, encontrando conforto na Filosofia.

O tempo foi passando...

Esse ser de mente investigativa, inquiridora, observadora, queria muito mais que saciar sua
necessidade de compreensão das nossas questões mais profundas. Ele sentia a necessidade
de ligar estas duas vertentes: Ciência e Religião.

Nessa busca, já adulto, teve contato com a nata intelectual da época, na área médica, filosofia,
alquimia, Mitologia (seja pessoalmente como estudando profundamente). Inclusive conhecendo
Freud, de quem tornou-se discípulo, rompendo essa ligação mais tarde por incompatibilidade
de idéias.
Inclusive esse rompimento foi a noite negra da alma para Jung. Redobrou seus esforços para
fundamentar sua teoria. Aliou suas indagações ao método científico, tornando-se sujeito de
suas próprias experiências, no que se refere a investigação do INCONSCIENTE( Tudo que
ocorria com ele incluindo sonhos, fantasias, intuições, era fonte de pesquisa e análise.

Jung viajou muito. Voltou-se para outras culturas como forma de mapear os profundos
problemas do homem. Nessas andanças se interessou pelo Budismo no seu aspecto de lidar
com o sofrimento.

No seu trabalho como médico, ele lhe dava com a dor dos outros, e o Budismo lhe serviu para
que pudesse lidar melhor com isso já que fala muito no sofrimento.

1º Jung também reconhecia que o sofrimento é inerente a natureza da vida ( porém não pode
ser eliminado por completo)

Jung defendia a idéia da existência de algo fundamentalmente desconectado na forma em que


vivemos. Especificamente a falta de significado na vida das pessoas foi algo que fez Jung (e os
analistas junguianos de hoje) considerar um motivo adequado para o trabalho clínico.As
neuroses e os sofrimentos emocionais, de acordo com Jung, sempre envolvem uma
catastrófica perda de significado, implicando num vazio que só pode ser preenchido do interior,
dado que as grandes religiões deixaram de ser efetivas enquanto veículos capazes de trazer
significado de fora do Si mesmo (Self. Centro de toda personalidade- Buddhi e Manas na
Teosofia)

2º O desenvolvimento progressivo da consciência tem a sua base no interior do homem.o


CAMPO DE BATALHA

3ºEssa iluminação , por assim dizer, É o AUTOCONHECIMENTO É um conectar-se com sua


essência e deixar que ela se expresse.

5º JUNG TAMBÉM FALA QUE TODOS NÓS ANSIAMOS PELA ILUMINAÇÃO. O QUE NOS PUXA
PARA BAIXO É O EU ÁVIDO, ATRAÇÕE CONTRÁRIAS DO QUE REALMENTE PROCURAMOS
( ILUMINAR). PENSAMENTO QUE SE RELACIONA COM A SEGUNDA NOBRE VERDADE.

6º O CONCEITO DE EGO SEGUNDO FREUD E ISSO SE APLICA ÀS CONDIÇÕES DA PSQUI DE


JUNG, É UM COITADO, POIS ESTÁ PRECIONADO PELO ID, QUE É O ASPECTO DE DESEJOS
INCONSCIENTES, HEREDITÁRIOS, TRANSCENDENTES, QUE LEVA AO PRAZER. O EGO
SUBMETIDO AO ID VIVE UMA VIDA DE PRAZERES, CONDICIONADO ÀQUELA ESTRUTURA QUE
VIMOS NO INÍCIO. A RODA DE PRAZER E DOR, QUE LEVA AO SOFRIMENTO

7º O TERAPEUTA É UM GUIA NO CAMINHO.


Uma outra área aonde o discurso contemporâneo vem tomando um enfoque ‘junguiano’ é no que
se refere ao papel dos gêneros. Por um lado, Jung foi bem conservador na sua avaliação dos papéis
comportamentais de homens e mulheres. Porém, por outro lado, com sua teoria sobre animus e anima
(algo que lhe ocorreu durante o seu relacionamento com Sabina Spielrein), ele nos ofereceu uma forma de
enxergar várias posturas possíveis para as pessoas de ambos os sexos. Para a mulher, seu animus não é
um pequeno homem dentro de sua cabeça mas um sinal da sua capacidade de ser e fazer mais coisas do
que se pensa ser possível para uma mulher. Para o homem, a confrontação com a anima pode levá-lo a
uma expansão similar de papéis. Animus e anima, como muitas escritoras feministas observaram, por
exemplo a crítica literária Susan Rowland, podem ser idéias radicais de contracultura.

. Jung sentia que a ênfase da psicanálise nos fatores eróticos era um ponto de vista unilateral, uma
visão reducionista da motivação humana e do seu comportamento. Ele propôs que a motivação do homem fosse
entendida em termos de uma energia de vida criativa geral - a libido - capaz de ser investida em direções
diferentes, assumindo grande variedade de formas. A libido corresponderia ao conceito de energia adotado na
Física, a qual pode ser interpretada em termos de calor, eletricidade, motricidade, etc. As duas direções principais
da libido são conhecidas como extroversão (projetada no mundo exterior, nas outras pessoas e objetos)
e introversão (dirigida para dentro do reino das imagens, das ideias, e do inconsciente). As pessoas em quem a
primeira tendência direcional predomina são chamadas extrovertidas, e introvertidas aquelas em quem a segunda
direção é mais forte.

Você Sabia? - Quem foi Carl Gustav Jung?


Carl Gustav Jung (1851-1961) foi um psiquiatra suíço e
fundador da psicologia analítica. Jung é responsável por
ter desenvolvido importantes conceitos de psicologia,
tais como personalidades introvertidas e extrovertidas,
o inconsciente coletivo e arquétipos. De 1907-1912,
Jung foi muito amigo de Freud, mas em 1912 a amizade
deles foi rompida definitivamente. As teorias de Jung se
tornaram uma das linhas de estudo da psicanálise.
BUDISMO PSICOLOGIA ANALÍTICA
BUDDHA CARL GUSTAV JUNG
META: ILUMINAÇÃO META: ALCANÇAR A PLENITUDE.
SUA REALIZAÇÃO PROCESSO QUE
NÃO TERMINA
MÉTODO: CAMINHO ÓCTUPLO- MÉTODO: PSICOLOGIA ANALÍTICA-
DESPERTAR DO CRISTO INTERNO PRETENDE CURAR AS FERIDAS
PSÍQUICAS (ALMA)- HAVER A
INTEGRAÇÃO DA PERSONALIDADE-
INDIVIDUAÇÃO
PROCESSO: DESENVOLVIMENTO PROCESSO: USO DE MECANISMOS
PROGRESSIVO DA CONSCIÊNCIA QUE ESTIMULAM E EXTRAVASAM O
ATRAVÉS DA INTROSPECÇÃO. QUE ESTÁ REPRIMIDO
EMOÇÕES E PAIXÕES NÃO PROVOCANDO UM ESTADO
SUPRIMIDAS, MAS MENTAL LIVRE DE PENSAMENTOS
TRANSFORMADAS E JULGAMENTOS, SEMELHANTE A
MEDITAÇÃO.
O CAMPO DE BATALHA É INTERNO IDEM .O DESENVOLVIMENTO
PROGRESSIVO TEM ORIGEM
INTERNA (DESCOBERTA A
PATOLOGIA, QUEM PASSA PELO
PROCESSO TEM QUE
NECESSARIAMENTE ASSUMIR UM
COMPROMISSO ÉTICO. ALINHAR
SUAS AÇÕES AO OBJETIVO
FERRAMENTAS: USO DE FERRAMENTAS: ALINGUAGEM DO
SÍMBOLOS: MANDALAS, MANTRAS, INCONSCIENTE COLETIVO QUE
VISUALIZAÇÃO, MUDRAS, ENVOLVE OS SÍMBOLOS, OS MITOS,
MEDITAÇÃO, OS SONHOS, OU SEJA, O MUNDO
DOS ARQUÉTIPOS
VISUALIZAÇÃO
TEMOS A PRESENÇA DE UM GURU TEMOS A PRESENÇA DO
COMO GUIA TERAPEUTA QUE É UM
FACILITADOR DO PROCESSO .

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