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*APOSTILAS – VOL. 2*
ORDEM UNIDA E RISG
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA
USO DIFERENCIADO DA FORÇA
VIOÊNCIA, CRIMINALIDADE E PREVENÇÃO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO
CAMPO GRANDE- MS
2014
CONCEITO BÁSICO DA ORDEM UNIDA
PRINCIPAIS COMANDOS:
Marchas
VOLTAS EM MARCHA
Arma na Mão
1º Tempo - idêntico ao primeiro tempo de “Ombro-Arma”, partindo da
posição de “Sentido”.
2º Tempo - a mão direita largará a arma e virá segurá-la pelo seu centro
de gravidade.
3º Tempo - a mão direita dará um giro na arma de modo que esta fique
sensivelmente na horizontal, com o cano ligeiramente elevado; ao mesmo
tempo, a mão esquerda largará a arma e virá, rente ao corpo, colar-se à coxa,
com uma batida.
Ao Solo-Arma
Em Funeral-Arma
3º Tempo - enquanto a mão direita faz a arma girar de 180 graus no plano
vertical, a mão esquerda soltará a arma e irá colar-se à coxa com uma batida.
Nesta posição a boca da arma deverá ficar junto ao pé direito, apoiada no solo,
à altura da ponta do pé.
Perfilar
Mudança de Direção
GUARDAS FÚNEBRES
Introdução
I. pela continência;
II. dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III. observando a precedência hierárquica;
IV. por outras demonstrações de deferência.
§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve
estar livre para executar a continência.
§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à
continência por estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça.
II - O militar a cavalo apeia para falar com o superior a pé, salvo se este
estiver em nível mais elevado (palanque, arquibancada, picadeiro, ou similar) ou
ordem em contrário:
Da Continência da Guarda
A guarda formada presta continência:
Da Continência da Sentinela
A sentinela de posto fixo, armada, presta continência:
I. apresentando arma:
- aos símbolos e autoridades já citados;
a. do Presidente da República;
b. dos Ministros Militares;
c. dos Militares das Forças Armadas.
Da Bandeira Nacional
INTRODUÇÃO
A Polícia Militar carrega consigo o status de Força Militar Estadual. Saber as
regras referentes aos tipos de serviços que serão empregados, tanto dentro como
fora dos quartéis, contribuirá para que o comandante de fração Policial Militar
exerça com profissionalismo uma das funções que lhe é cabível.
A disciplina de Regulamento Interno e Serviços Gerais (RISG) é usada para
apregoar o sentimento cívico e de responsabilidade que o integrante da PM deve
ter com sua instituição, com o Estado, com o país e com a estrutura hierárquica a
que está incluído. É uma disciplina que, além de possibilitar ao aluno do curso de
formação de sargentos a relembrar os conceitos aprendidos durante os cursos
anteriormente realizados no CEF, tem por objetivo apresentar ao aluno as
atribuições de sua nova função. Para isso utilizaremos a legislação vigente que
fundamenta a nossa existência como policial militar e no momento atual como
aluno do curso de formação de sargentos.
Leis, Decretos, Regulamentos e Portarias são os instrumentos que norteiam
nossa existência:
LEI COMPLEMENTAR Nº 053, DE 30 DE AGOSTO DE 1990. (ESTATUTO DA
PM)
Art. 1° O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e
prerrogativas dos policiais-militares do Estado de Mato Grosso do Sul.
Art. 2° Nos termos da Constituição Federal a Polícia Militar, instituição permanente
destinada à manutenção da Ordem Pública, sendo Força Auxiliar Reserva do
Exército Brasileiro, subordina-se administrativamente e operacionalmente ao
Secretário de Estado de Segurança Pública.
DECRETO Nº 1.260 DE 2 DE OUTUBRO DE 1981 (RDPMMS)
(Diário Oficial datado de 5/10/81)
Falta em nossa legislação um documento que formalize esse organograma. Na LOB (lei 254)
existem essas estruturas mas falta uma normatização de quem subordina-se a quem,
especialmente quanto às diretorias, policlinica, cef, entre outras. Esse organograma será então o
anexo do "plano de articulação da PMMS".
IX - auxiliar na instrução da SU, como lhe for determinado pelo respectivo Cmt;
II - participar, ao Cmt Pel ou Seç, tudo que na sua ausência ocorrer com o pessoal;
SIGLAS:
DO COMANDANTE DA GUARDA
Art. 35. Compete ao comandante da guarda, além do que está previsto em leis e
regulamentos, as seguintes atribuições:
I. Assumir o serviço, conferir o material carga do Corpo da Guarda;
II. Conferir a relação de presos, detidos e de quem esteja cumprindo medida
educativa, mantendo o controle rigoroso dos mesmos;
III. Inteirar-se dos eventos e atividades diversas programadas para a data e dar
ciência a todos os militares da guarda, principalmente daqueles que envolvam
movimento de civis pelas dependências do quartel;
IV. Responsabilizar-se pela organização do estacionamento;
V. Instruir os componentes da Guarda sobre o plano de segurança, além de outros
assuntos pertinentes ao serviço;
VI. Deslocar a guarda formada para instrução e realização da parada diária;
VII. Fazer o controle dos civis e militares estranho a Unidade, bem como qualquer
material bélico que adentrarem ao CEF;
VIII. Vedar a entrada de pessoas e veículos sem autorização;
IX. Fiscalizar todos os postos de serviço sob seu comando, verificando, na
oportunidade, se os militares estão cientes de suas obrigações correspondentes;
X. Encaminhar à recepção do CEF os civis que pretenderem manter contato com
integrantes da unidade, durante o expediente, e após o expediente, encaminhá-
los ao oficial-de-dia;
XI. Encaminhar ao oficial-de-dia as praças de outras unidades da corporação e
militares de outras instituições que adentrarem ao CEF;
XII. Preencher em livro próprio a relação de pessoas que adentrarem ao quartel
após o término do expediente, especificando o nome, identidade e o motivo da
visita;
XIII. Efetuar, em livro próprio, o registro dos veículos e/ou viaturas que adentrarem
ao CEF após o horário de expediente;
XIV. Preencher todos os livros pertinentes a seu serviço e encaminhá-los ao
oficial-de-dia na passagem do serviço;
XV. Manter os portões do CEF fechado;
XVI. Apresentar-se ao superior hierárquico que adentre ao corpo da guarda,
anunciando o serviço, exceto se não for o mais antigo presente;
XVII. Fazer um rodízio para que todos efetuem suas refeições de forma que não
prejudique a segurança do quartel;
XVIII. Passar as ordens anteriores ao aluno que estiver assumindo o serviço e
ambos deverão dar ciência ao oficial-de-dia da unidade;
XIX. Manter os integrantes da guarda sentados próximo à guarda e prontos para
serem empregados.
XX. Vistoriar as instalações físicas do quartel, checando as alterações e tomando
as providências de estilo.
XXI. Zelar pela limpeza do corpo da guarda e imediações.
Art. 106. Compete ao comandante da guarda, além do que está previsto em leis
e regulamentos, as seguintes atribuições:
I- assumir o serviço, conferir o material carga do Corpo da Guarda;
II- conferir a relação de presos, detidos e de quem esteja cumprindo medida
educativa, mantendo o controle rigoroso dos mesmos;
III- inteirar-se dos eventos e atividades diversas programadas para a data e dar
ciência a todos os militares da guarda, principalmente daqueles que envolvam
movimento de civis pelas dependências do quartel;
IV- responsabilizar-se pela organização do estacionamento;
V- instruir os componentes da Guarda sobre o plano de segurança, além de outros
assuntos pertinentes ao serviço;
VI- deslocar a guarda formada para instrução e realização da parada diária;
VII- fazer o controle dos civis e militares estranho a Unidade, bem como qualquer
material bélico que adentrarem ao CEF;
VIII- vedar a entrada de pessoas e veículos sem autorização;
IX- fiscalizar todos os postos de serviço sob seu comando, verificando, na
oportunidade, se os militares estão cientes de suas obrigações correspondentes;
X- encaminhar à recepção do CEF os civis que pretenderem manter contato com
integrantes da unidade, durante o expediente, e após o expediente, encaminhá-
los ao oficial-de-dia;
XI- encaminhar ao oficial-de-dia as praças de outras unidades da corporação e
militares de outras instituições que adentrarem ao CEF;
XII- preencher em livro próprio a relação de pessoas que adentrarem ao quartel
após o término do expediente, especificando o nome, identidade e o motivo da
visita;
XIII- efetuar, em livro próprio, o registro dos veículos e/ou viaturas que adentrarem
ao CEF após o horário de expediente;
XIV- preencher todos os livros pertinentes a seu serviço e encaminhá-los ao
oficial-de-dia na passagem do serviço;
XV- manter os portões do CEF fechado;
XVI- apresentar-se ao superior hierárquico que adentre ao corpo da guarda,
anunciando o serviço, exceto se não for o mais antigo presente;
XVII- fazer um rodízio para que todos efetuem suas refeições de forma que não
prejudique a segurança do quartel;
XVIII- passar as ordens anteriores ao aluno que estiver assumindo o serviço e
ambos deverão dar ciência ao oficial-de-dia da unidade;
XIX- manter os integrantes da guarda sentados próximo à guarda e prontos para
serem empregados.
XX- vistoriar as instalações físicas do quartel, checando as alterações e tomando
as providências de estilo.
XXI- zelar pela limpeza do corpo da guarda e imediações.
QUESTÃ 01
O comando de oitavo à direita (esquerda) volver o militar fara uma rotação de:
(A) 90 graus.
(B) 45 graus.
QUESTÃO 02
A primeira baliza de cor branca que ficará a quantos metros aquém do homenageado?
(A) 10 passos.
(B) 20 metros.
(C) 30 metros.
(D) 30 passos.
QUESTÃO 03
Vozes de comando - são formas padronizadas, pelas quais o comandante de uma fração
exprime verbalmente a sua vontade. A voz constitui o meio de comando mais
empregado na Ordem Unida. Deverá ser usada, sempre que possível, pois permite
execução simultânea e imediata.
QUESTÃO 04
QUESTÃO 05
(C) “ACELERADO”.
QUESTÃO 06
(A) A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição coletivo e consciente altamente
motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade,
sincronização e garbo militar
(B) A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição individual e consciente altamente
motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade,
sincronização e garbo militar.
(C) A ordem unida visa unicamente obedecer as ordens para adestramento da tropa.
(D) A ordem unida se caracteriza por obedecer comandos e exaltar o espírito de submissão
da tropa.
QUESTÃO 07
QUESTÃO 08
QUESTÃO 09
(A) Ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE” o homem levará o pé direito à frente, com a perna
naturalmente distendida, batendo no solo com o calcanhar de modo natural e sem
exageros ou excessos.
(B) Ao comando de “TROCAR PASSO!”, o homem levará o pé, que está na frente, para a
retaguarda do que está atrás e irá trocar com o que está vindo de encontro ao solo
passando naturalmente o pé de trás para frente e prosseguindo normalmente a
marcha.
(C) Ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, o homem romperá a marcha em passo
ordinário e em seguida não precisa seguir cadência, devendo conversar apenas o
necessário e em voz baixa.
(D) Ao comando de “PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”, o homem marchará no passo sem
cadência podendo, no deslocamento, falar, cantar, fumar, beber e comer.
QUESTÃO 11
Em Guardas Fúnebres qual é a distância que deve estar o cortejo fúnebre da guarda fúnebre,
para dar o comando de “EM FUNERAL! PREPARAR!”:
(A) 25 passos.
(B) 20 metros.
(C) 20 passos.
(D) 10 passos.
QUESTÃO 12
De acordo com o Manual de Ordem Unida: Marque (V) para verdadeira e (F) para falsa.
Indique a alternativa com a sequência de (V) e (F) correta:
( ) Os deslocamentos poderão ser feitos, somente nos passos: ordinário, sem cadência,
acelerado.
( ) Alto - o comando de “ALTO!” deve ser dado quando o homem assentar o pé direito no
solo; ele dará, então, mais dois passos, um com o pé direito e outro com o pé esquerdo,
unindo, com energia, o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os calcanhares, ao
mesmo tempo em que, cessando o movimento dos braços, irá colar as mãos às coxas, com
uma batida, conforme prescrito para a tomada da posição de “Descançar”.
(A) F, V, V, F.
(B) F, F, V, V.
(C) V, F, V, F.
(D) V, V, F, F.
QUESTÃO 13
Estando a tropa em linha, para verificar o seu alinhamento será dado o comando de:
QUESTÃO 14
Para transmitir sua vontade à tropa, o comandante poderá empregar os seguintes meios de
comando:
QUESTÃO 15
QUESTÃO 16
Quando uma tropa está na formação de linha, para verificar seu alinhamento será dado o
comando?
(A) Cobrir.
(B) Perfilar.
(C) Alinhar
(D) Firme.
EXERCÍCIOS DE RCONT
QUESTÃ 17
(B) Descobre-se o militar fardado nas reuniões sociais, nos funerais, nos cultos religiosos.
(D) Descobre-se o militar armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante, bem
como de serviço de policiamento, escolta ou guarda.
QUESTÃO 18
(C) com o veículo em movimento, tanto o condutor como o passageiro fazem a continência
sem se levantarem.
QUESTÃO 19
(C) aos Oficiais-Generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção privativos dos postos
de Oficial-General;
QUESTÃO 20
QUESTÃO 21
A Bandeira Nacional pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia ou da noite.
Normalmente, em Organização Militar, faz-se o hasteamento no mastro principal às
______________ e a arriação às ____________________________________________.
QUESTÃO 22
QUESTÃO 23
Uma tropa a pé firme presta continência aos símbolos, às autoridades e a outra tropa
formada, executando os seguintes comandos, exceto:
QUESTÃO 24
(A) Honras fúnebres são homenagens póstumas prestadas pelo comandante aos despojos
mortais de militar da reserva que prestou excelentes serviços durante sua atividade.
(B) As honras fúnebres são prestadas aos restos mortais do Presidente da República.
(C) As honras fúnebres são prestadas aos restos mortais dos ministros militares.
(D) As honras fúnebres a militares da ativa são, em princípio, prestadas por tropa da Força
Armada a que pertencia o extinto.
QUESTÃO 25
QUESTÃO 26
QUESTÃO 27
De acordo com o RCont, o militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até
a:
QUESTÃO 28
QUESTÃO 29
(A) A praça faz alto, volta-se para ele e presta continência individual.
(B) A praça faz alto, volta-se para ele e brada “Bom dia, Comandante!”.
(C) A praça apenas presta continência, sem fazer alto.
(D) Se a praça estiver andando, faz o giro de cabeça e presta continência, não sendo
necessário parar.
QUESTÃO 30
(A) Com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à autoridade
de que se acham investidos por lei.
EXERCÍCIO DO RISG
QUESTÃO 31
Quanto as atribuições do Sgte SU, analise as proposições abaixo:
I - ter a seu cargo toda a escrituração corrente da SU, referente a pessoal, ao serviço e à
instrução, e executá-la, auxiliado pelos demais sargentos, mantendo-a em dia e em ordem;
II - fiscalizar a execução da escrituração que distribuir aos seus superiores, ficando responsável
pelas irregularidades existentes;
QUESTÃO 32
Quanto as atribuições abaixo, analise-as e responda a alternativa CORRETA:
III - responder pela SU, na ausência dos oficiais e do subtenente, exercendo sua autoridade
sobre as demais praças, nas questões de serviço e disciplina;
(B) DO SARGETEANTE
QUESTÃO 33
(B) conferir a relação de presos, detidos e de quem esteja cumprindo medida educativa,
mantendo o controle rigoroso dos mesmos;
(C) inteirar-se dos eventos e atividades diversas programadas para a data e dar ciência a todos
os militares da guarda, principalmente daqueles que envolvam movimento de civis pelas
dependências do quartel;
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE
APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS
BRASIL
Estado Democrático de Direito
O que significa Estado de Direito?
Significa o Estado subordinado ou submetido à legalidade constitucional, ao regime constitucional.
É o Estado vinculado ao Direito, no sentido de que sua atividade seja fundada sobre o Direito,
desenvolvendo-se segundo o Direito. O estado se reconhece subordinado às suas próprias Leis. O
Estado é limitado pelo Direito.
O Estado Democrático de Direito significa essencialmente que o Estado de Direito deve ter um
conteúdo democrático, basear-se em eleições livres e periódicas feitas pelo povo.
Rousseau: Todos os homens são iguais e nascem livres. Em tese, ninguém teria direito de comandar
ninguém. Cada homem deveria ceder uma parte de sua liberdade a fim de poder existir um Poder
comandante p/ a boa organização social, com representantes escolhidos pelos demais.
Radical transformação no pensamento que anteriormente prevalecia – Poder de Origem divina ou
da supremacia da força.
Poder
Tripartição do Poder
O Poder estatal é uno. O princípio da tripartição do Poder deve-se sobretudo a Montesquieu, que
vislumbrou que a única coisa capaz de frear o Poder seria ele mesmo. Surgiu a idéia do que hoje
nós chamamos do sistema de “freios e contrapesos”, onde o Poder estatal se divide em Executivo,
Legislativo e Judiciário, que funcionam com independência e harmonia, mas cada um fiscalizando
os erros e abusos dos demais.
Nós, da PM, fazemos parte do Poder Executivo Estadual. Os PM demitidos recorrem ao Poder
Judiciário e muitas vezes são reintegrados liminarmente, haja vista os erros grosseiros,
desrespeitos graves à forma do processo e aos direitos do acusado, encontrados nos processos
que geram as demissões.
Princípio do controle judicial dos atos administrativos
Inciso XXXV da CF/88
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Não existe no Brasil a Justiça Administrativa, como existe na França, bem como, não mais funciona
como anteriormente, onde, o ingresso em juízo estava condicionado a que se exaurissem as vias
administrativas. O Poder Judiciário é que resolve definitivamente qualquer litígio de direito.
Irretroatividade da Lei: A lei nova não pode retroagir os seus efeitos ferindo a coisa julgada, o direito
adquirido e o ato jurídico perfeito. Tempus regit actum.Princípio da Segurança Jurídica.
Leis Penais benéficas: que favorecem o réu, lex mitior, retroagem, inclusive incidem sobre a coisa
julgada, a ser decidido pelo Juízo de Execuções Criminais. Inciso XL da CF.
Legislação Processual: atos processuais realizados sob regras da lei anterior se consideram
válidos; as normas processuais têm, contudo, aplicação imediata, disciplinando o resto do
processo.
DEVIDO PROCESSO LEGAL
(Due process of law)
Inciso LIV da CF – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Abrange:
a) direito a citação, pois ninguém pode ser acusado sem ter conhecimento da acusação;
b) direito de arrolamento de testemunhas, que deverão ser intimadas par comparecer perante o
processo;
c) direito ao contraditório;
d) direito de igualdade com a acusação;
e) direito de ser julgado mediante provas e evidências legais e legitimamente obtidas;
f) direito a ser processado pela autoridade competente; (No processo judicial – Juiz natural);
g) o privilégio contra a auto-incriminação;
h) direito aos recursos administrativos.
DIREITO DE PLENA DEFESA
Inciso LV da CF – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Declaração Universal dos Direitos do Homem, art XI, n. 1 “Todo homem acusado de um ato delituoso
tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa”.
O Contraditório é exigência da ampla defesa e do devido processo legal, é a bilateralidade, não
aplicado nos Inquéritos (IPM). Por isto as pessoas não podem ser condenadas por provas coligidas
exclusivamente em Inquérito.
Provas Ilícitas – Não é permitido, não são aceitas como provas no processo.
Flagrante Delito Preparado – Há a cooperação emprestada à prática criminosa pela polícia, ativando-
a, retirando-lhe as peculiaridades, e então não se configura o flagrante delito.
Prisão em Flagrante Delito – Assunto a ser abordado na aula da disciplina respectiva.
Habeas Corpus – Inciso LXVIII da CF – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder.
É aceitável nas transgressões disciplinares quando a sanção for determinada por autoridade
incompetente; em desacordo com a lei; extrapolando os limites da lei.
Mandado de Segurança – Inciso LXIX da CF.
Protege direito líquido e certo, não amparado pelo habeas corpus (incidência residual), quando o
responsável pela ilegalidade o abuso de poder for autoridade pública.
Direito líquido e certo: é aquele direito capaz de ser comprovado de plano, por documento
inequívoco. A prova é pré-constituída. O direito violado pode ser restaurado imediatamente, com a
medida liminar do juiz.
Mandado de Segurança contra ato disciplinar
Cabe quando ocorre:
a) incompetência da autoridade;
b) inobservância de formalidade legais;
Ausência de norma legal como pressuposto de aplicação da pena ou sanção disciplinar.
Inciso LXXIV da CF – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.
Tal assistência torna-se ademais obrigatória em matéria criminal, por causa do princípio do
contraditório.
Não havendo órgão de assistência jurídica ou judiciária, o poder Público fica na obrigação de pagar
aos advogados dativos, designados pelo juiz, a verba honorária correspondente aos serviços
prestados.
Por quê, por analogia, não efetuamos dispensa de licitação p/ prestação de serviço pessoa física e
contratamos advogados para atuarem nos Processos Administrativos?
Outros Princípios do Processo Administrativo
Princípio da acessibilidade aos elementos do expediente: Deve ser facultado à defesa o exame de
toda a documentação constante dos autos. “Direito de vista”. Inclusive do relatório c/ parecer do
processo.
Ampla instrução probatória: além de produzir provas, engloba também a fiscalização da produção
das provas pelo encarregado do feito.
Motivação: todo ato jurídico deve ser motivado, inclusive a solução do feito. Deve-se explicitar o
fundamento normativo e fático da decisão.
Revisibilidade: Direito do policial de recorrer administrativamente ou juridicamente da decisão que
lhe seja desfavorável. Proibição da “reformatio in pejus” (reforma p/ prejudicar, aumentar a pena).
Lealdade e boa-fé: agir com sinceridade, evitando comportamentos astuciosos, ardilosos,
entravando os direitos do acusado.
O bom julgador – suaviter in modo, fortiter in re. Firmeza no agir e a suavidade no trato. São Paulo
da caridade: “é paciente e benigno, não se ufana nem se ensoberbece; nada faz que seja inoportuno
ou descabido; não busca os própriosinteresses, não se irrita e não suspeita levianamente; não se
alegra com a injustiça e se rejubila com a verdade” (I Coríntios, 13, 4 a 6).
O mau julgador confunde autoridade com tirania e se compraz em humilhar os que devia proteger.
A justiça é a obra do bom juiz, a paz é a obra da justiça (Issaías XXXII, 16-17). Justitia et pax osculatae
sunt (Salmos 84, 11).
Verdade real: A administração deve buscar aquilo que é realmente a verdade, coletando a maior
quantidade de provas possível, não se satisfazendo com o que a parte diz. Acima de tudo existe o
interesse público. Não esquecer que “quod non est in actis non est in mundo”( o que não está nos
autos não está no mundo).
Oficialidade: cabe ao encarregado o encargo de impulsionar de ofício o feito investigatório.
Empenho na condução e desdobramento da seqüência dos atos processuais, sempre atento ao
interesse social, mas igualmente zeloso dos direitos do acusado e do respeito a sua pessoa.
Ônus da prova: “A prova da alegação incumbirá a quem a fizer” (CPP). O ônus da prova no processo
administrativo cabe ao encarregado do feito, atendendo ao direito da defesa de juntar provas aos
autos. “Se o acusado negar a imputação no todo ou em parte, será convidado a indicar as provas de
suas declarações” (CPP). – Defesa prévia, etc.
A presunção inverte o ônus da prova. Ex.: Sd João mata uma pessoa. Fato provado, fato típico. A
partir daí ele é que tem que provar que cometeu um fato típico, mas lícito, p. ex., agiu em legítima
defesa. Afeta o princípio “in dubio pro reo”.
Em caso de dúvida, o julgador, em princípio, julga em favor do réu. Mas, p. ex., se o acusado se
defende da provada autoria de homicídio alegando legítima defesa, a dúvida do julgador quanto a
essa excludente não beneficia o réu; ao contrário, só se deve arquivar o feito se está provada a
causa de exclusão da antijuridicidade.
Formalismo: obediência aos rigores técnicos contidos nas normas do processo (sequência das
oitivas, numeração e rubrica das páginas, etc), mas, sem nunca esquecer que a obediência à forma
dos institutos jurídicos é meio e não fim.
Proporcionalidade: não aplicação de sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias
ao atendimento do interesse público. Maior rigor para casos de maior gravidade e moderação para
infrações menos graves.
Igualdade: Todos são iguais perante a lei. Observar que, tratar desiguais com igualdade também é
injusto. Não se deve aplicar a mesma sanção em atendimento a uma igualdade abstrata. Deve-se
observar: as transgressões praticadas, as circunstâncias, o transgressor, os antecedentes, as
agravantes, atenuantes, etc.
“In dubio pro societat” e “in dubio pro reo”: na fase de instauração do feito vigora o primeiro
princípio. Porém, no momento da decisão do processo, vige o segundo, onde, existindo dúvida,
ainda que ínfima, no espírito do julgador, deve, naturalmente, ser resolvida em favor do réu.
Ato vinculado: é aquele em que, por existir prévia e objetiva tipificação legal do único possível
comportamento da Administração, não dá margem a uma interpretação subjetiva. Ex.: aposentadoria
compulsória.
Ato discricionário: é o que a Administração pratica com certa margem de liberdade de avaliação ou
decisão, segundo critérios de conveniência e oportunidade, mas adstrita à lei. Ex.: Autorização do
porte de arma. Punição disciplinar. Limite da razoabilidade (Princípio).
Arbitrariedade: agir fora da lei.
1. CRIME MILITAR.
O professor Fernando Capez1 conceitua crime, no aspecto material, como todo fato
humano que, propositada ou descuidadamente, causa lesão ou expõe a perigo bens jurídicos importantes
para a coletividade e para a paz social. No aspecto formal, crime é subsunção da conduta ao tipo legal, ou seja,
crime é aquilo que o legislado descreve como tal. No aspecto analítico crime é todo fato típico e ilícito.
A distinção preponderante entre o crime comum e o crime militar está no bem jurídico
a ser tutelado. No crime militar tutela-se precipuamente a administração militar e os princípios basilares
da hierarquia e disciplina.
O Brasil adotou para definir como crime militar o aspecto formal, ou seja, o
legislador enumera, taxativamente, por meio de lei, as condutas tidas como crime militar. Assim, em regra, crime
militar são condutas descritas no Código Penal Militar – CPM, Decreto-Lei nº 1.001 de 21 de outubro de
1969, o qual, também, por via do seu artigo 9º estabelece outros critérios como em razão da pessoa, em
razão do local.
1.2. Competência para apuração de crimes militares pela Polícia Judiciária Militar.
A fim de dar uma maior consistência legal nos argumentos ora apresentados,
requeremos ainda que se observe a Seção II e III do Capítulo III, Da Segurança Pública, da Constituição
Estadual do Estado do Mato Grosso do Sul, que trata sobre à competência da Polícia Civil e da Polícia Militar,
o que não deixa margem à questionamento quanto ao papel das Instituições no contexto da Segurança Pública,
e em suas atividades administrativas, no que concerne ao procedimento administrativo, conforme se verifica no
artigo 43: "A Polícia Civil, instituição permanente, incumbida das funções de polícia judiciária e de apuração de
infrações penais, exceto as militares e ressalvada a competência da união..." , e ainda prescreve em seu artigo
47, caput e no Inciso V: "A Polícia Militar incumbem, além de outras atribuições que a lei estabelecer, as
atividades de polícia judiciária militar".
Não podemos nos esquecer do que preceitua o artigo 82 do CPPM: "O foro militar é
especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de
paz; § 2° - Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do
inquérito policial militar à justiça comum."
1.3. Providências do Oficial de Serviço quando do conhecimento de uma infração penal militar.
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a
autoridade a que se refere o § 2o do artigo 10 deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas,
enquanto necessário; (c/c art. 339, CPPM)
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; (c/c art. 185, CPPM)
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no artigo 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. (c/c artigos
345 e 351 do CPPM)
2.3. Dos prazos do IPM – Art. 20 / CPPM – 20 dias, se o indiciado preso (contados do dia da prisão),
e 40 dias, se o indiciado solto, contados da data da Portaria, podendo este último ser prorrogado
por mais 20 dias;
2.4. Do relatório do IPM – Art. 22 / CPPM – mencionar as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorrera o fato delituoso. Em conclusão,
dirá se há infração disciplinar a punir (não expedir libelo acusatório) ou indícios de crime
(facultado tipificar), pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da
prisão preventiva do indiciado, nos termos legais (Art. 254 e 255 / CPPM); pode, também,
representar pela prisão preventiva em caso de ameaça a testemunha, peritos e ofendido,
em observância ao que prescreve a alínea “i” do Art. 13 / CPPM, bem como pela Lei
9.807/99 (Estabelece normas para organização e manutenção de programas especiais de proteção a
vítimas e a testemunhas ameaçadas...);
2.6. Da remessa do IPM à Justiça Militar – Art. 23 / CPPM – A autoridade delegante oficia ao Juiz
de Direito, remetendo os Autos, inclusive com as provas em anexo, salvo em caso de
entorpecentes/substâncias tóxicas (ver parágrafos 1° e 2° do Art. 40, da Lei n° 6.368/76) e
explosivos, devendo o encarregado adotar providências para a sua guarda.
3.1. Dos requisitos – O APFD é ato administrativo, razão pela qual observar-se-á a competência, a
finalidade, a forma, o motivo (conveniência e oportunidade) e o objeto. Diante de uma conduta,
deve-se avaliar ser ela antijurídica ou não e, em sendo, se configura crime militar. Observar,
também os incisos XLIX. LIV e LXI do Art 5°/CF.
A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão em flagrante, que será assinado por duas
pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado a apresentação do preso. (Art. 245, § 2º, CPPM)
3.5. Designação de escrivão - § 4º - Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta,
para exercer as funções de escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se
o indiciado for oficial. Nos demais casos, poderá designar um subtenente, suboficial ou sargento.
3.7. Recolhimento a prisão. Diligências - Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas
contra a pessoa conduzida, a autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se,
imediatamente, se for o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apreensão dos instrumentos
do crime e a qualquer outra diligência necessária ao seu esclarecimento.
3.8. Nota de culpa - Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao preso nota
de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.
3.9. Recibo da nota de culpa - § 1º - Da nota de culpa o preso passará recibo que será assinado por duas
testemunhas, quando ele não souber, não puder ou não quiser assinar.
3.11. Registro do ocorrido - Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocorrer será lavrado auto
ou termo, para remessa à autoridade judiciária competente, a fim de que esta confirme ou infirme os
atos praticados.
3.12. Remessa do auto de flagrante ao juiz (qüinqüênio legal) - Art. 251. O auto de prisão em
flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz competente, se não tiver sido lavrado por autoridade
judiciária; e, no máximo, dentro em cinco dias, se depender de diligência prevista no artigo 246.
4. INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
Art. 306, CPPM. O acusado será perguntado sobre o seu nome, naturalidade, estado, idade, filiação,
residência, profissão ou meios de vida e lugar onde exerce a sua atividade, se sabe ler e escrever e se tem
defensor. Respondidas essas perguntas, será cientificado da acusação pela leitura da denúncia e
estritamente interrogado da seguinte forma:
a) onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta e de que forma;
b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas na denúncia, desde quando e se tem alguma
coisa a alegar contra elas;
c) se conhece as provas contra ele apuradas e se tem alguma coisa a alegar a respeito das mesmas;
d) se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer dos objetos com ela
relacionados e que tenham sido apreendidos;
e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita;
f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular a que deva atribuí-la ou conhece
a pessoa ou pessoas a que deva ser imputada a prática do crime e se com elas esteve antes ou depois
desse fato;
g) se está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração e, em caso afirmativo, em que juízo,
se foi condenado, qual a pena imposta e se a cumpriu;
h) se tem quaisquer outras declarações a fazer.
5. PERGUNTAS AO OFENDIDO
5.1. Qualificação do ofendido. Perguntas - Art. 311. Sempre que possível, o ofendido será
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser seu autor, as
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações.
5.2. Falta de comparecimento - Parágrafo único. Se, notificado para esse fim, deixar de comparecer sem
motivo justo, poderá ser conduzido à presença da autoridade, sem ficar sujeito, entretanto, a qualquer
sanção.
6. PERGUNTAS A TESTEMUNHA
6.1. Declaração da testemunha - Art. 352. A testemunha deve declarar seu nome, idade, estado
civil, residência, profissão e lugar onde exerce atividade, se é parente, e em que grau, do
acusado e do ofendido, quais as suas relações com qualquer deles, e relatar o que sabe ou tem
razão de saber, a respeito do fato delituoso narrado na denúncia e circunstâncias que com o mesmo
tenham pertinência, não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que confirma
o que prestou no inquérito.
6.2. Sendo numerária ou referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e
lhe for perguntado.
7. PROCESSO DE DESERÇÃO
7.1. Conceito
ARTIGO
PRAZO PARA A CONSUMAÇÃO DO CRIME DE DESERÇÃO: AFINAL, SÃO QUANTOS DIAS?
Texto de Jorge Cesar Assis*
O crime de deserção, previsto no art. 187 do Código Penal Militar – CPM – crime
propriamente militar, tem a seguinte redação: “Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve,
ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias. Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se
oficial, a pena é agravada”.
Desta forma a deserção somente se consuma depois de decorridos oito dias após a
ausência inicialmente constatada do militar. Excetua-se a deserção instantânea (art. 190, CPM), que se
configura com o não comparecimento do militar em momento e local determinado. Este período de oito dias
da ausência sem licença do militar é chamado de prazo de graça. Antes desse prazo, não haverá desertor e
sim, o ausente, a quem são aplicadas as sanções disciplinares.
Ora, não se olvide igualmente que para se chegar até o crime de deserção o militar
terá que, necessariamente passar pela transgressão disciplinar da ausência. Diríamos, guardadas as devidas
proporções que tanto a transgressão disciplinar quanto o crime militar são violações do mesmo dever militar, ou
seja, que a deserção é uma infração (ou violação) progressiva, onde o militar evolui da simples transgressão da
disciplina para o cometimento do crime, sem solução de continuidade.
a) existe um dia de constatação inicial da falta injustificada do militar: o horário normal do expediente
nas unidades das Forças Armadas inicia-se às 08:00 horas. Ao chegar na sua unidade, o militar deve entrar
em forma às 08:00 horas, para a tirada das faltas, logo em seguida são dadas as ordens diárias para o
expediente e ato contínuo, os militares são liberados para as respectivas seções de trabalho. Os horários de
formaturas que objetivam o controle das faltas ao expediente são: manhã, 08:00 horas; tarde, 13:00 horas e
; final de expediente, às 17:00 horas
b) a contagem dos dias de ausência para a lavratura do termo de deserção iniciar-se-á a zero hora do
dia seguinte.
A questão pode parecer simples (a nós pelo menos), mas em face de uma decisão do Superior Tribunal de
Justiça – que analisaremos na seqüência, vem se constatando uma certa dificuldade para a contagem
do prazo de graça (que não é jurídica, mas sim aritmética). Antes inclusive de montar um quadro didático
para auxiliar na contagem do prazo necessário para a consumação do crime de deserção – aplicável em
qualquer caso (macete), vale relembrar alguns conceitos primários indispensáveis para a análise da questão:
Duração de um dia – Dia é o período de tempo (24 horas) equivalente ao que a Terra leva para dar uma
volta em seu próprio eixo (movimento de rotação). É o elemento mais antigo e fundamental do calendário.
O dia (período de tempo) não se confunde com a expressão “dia”, designada para a luz solar,
contrapondo-se à sua ausência, que é a “noite”. Ambos ocorrem, ciclicamente, no período de 24 horas. Este
é um fato incontestável e assim, temos que o período de graça ( PG) que é de oito dias, pode ser expresso
pela seguinte fórmula:
PG = 8 x 24 horas = 192
horas
Para consumar a deserção o militar terá que ultrapassar o prazo de oito dias (192
horas) de ausência injustificada, seja a ultrapassagem de um dia, uma hora ou um minuto e, tendo como
parâmetro a zero hora, tanto do dia inicial como do dia final.
Assim, se oito dias são iguais a 192 horas, a questão, a nosso sentir, é
simplesmente aritmética, que é ciência absoluta, não admitindo prova em contrário sob pena de alteração
do sistema calendário universal.
“Processo Penal Militar – Crime de deserção – Policial Militar – Não configuração. O crime de
deserção configura-se pela simples ausência (crime formal), por mais de oito dias, e se concretiza
no nono dia, contado como primeiro dia o de sua ausência da unidade. Logo, como sua ausência se
deu no dia 04/02, a contagem do prazo para efeitos de deserção iniciou em 05/02, findando-se em
12/02. Portanto, como o recorrente apresentou-se em 13/02, conclui-se, destarte, que seu período
de ausência foi de apenas oito dias, e não de mais de oito dias, conforme estabelece a lei para a
configuração do crime em questão. Assim, não se subsume às sanções do sobredito comando legal.
Ordem concedida para afastar a incidência do crime de deserção”.
Data vênia, a r. decisão do Superior Tribunal de Justiça foi equivocada, por não haver
observado a contagem da forma que a lei processual militar determina, ou seja, inicia-se, e por óbvio termina,
sempre “zero hora, tanto do dia do início da contagem do prazo da ausência, como do dia da consumação do
crime, completando sempre mais 01 dia, a zero hora de cada dia subseqüente. A análise mais uma vez é
aritmética, e baseada no sistema universal de calendário, em que um dia é igual a vinte e quatro horas e oito
dias são iguais a cento e noventa e duas horas.
Ora, se o militar apresentou-se no decorrer do dia 13, só pode ter ocorrido esta
apresentação, após a zero hora daquele dia, quando já tinha se consumado a deserção no primeiro minuto
daquele dia e, assim, por óbvio que o Termo de Deserção fora lavrado corretamente, já que a partir de qualquer
fração de tempo após o início do dia 13/02, enquadrava-se no nono dia, porque superior a 192 horas
(universalmente aceito como sendo igual a oito dias). No momento exato em que se consuma a deserção,
ou seja, à zero hora, exaure-se totalmente o 8º dia de ausência, completando o prazo de graça. Um
segundo após, será o início do 9º dia.
Por outro lado, julgando pedido de Correição Parcial interposto pelo Juiz-Auditor
Corregedor visando desarquivar autos de instrução provisória de deserção, arquivados sob a alegação da
não consumação do crime, o e. Superior Tribunal Militar, por não atentar data vênia para o limite legal de
início da contagem do prazo de ausência e posterior consumação da deserção – a zero hora do dia a ser
considerado, indeferiu a Correição pretendida , por visível equívoco da contagem dos dias – que é
aritmética, repito, e não jurídica.
5. CONCLUSÃO
Um Soldado PM falta ao serviço para o qual estava prévia e nominalmente escalado no dia 01 de janeiro de
1995 das 22:00 às 06:00 h do dia 02 de janeiro de 1995, não mais comparecendo ao quartel por período
superior a oito dias, a contar do horário de início do serviço.
Neste documento que deverá ser elaborado logo após o término do serviço (neste caso ás 06:01 hs) pelo
Cmt de Pel deste SD PM devendo constar a data e a hora de serviço.
Início da contagem da Ausência Ilegal
O início desta contagem acontece a 00:00 h do dia posterior em que se iniciou a falta, ou seja, a 00:00h do dia
posterior em que se deu o horário de iníio de serviço do militar. Neste caso a contagem deste prazo inicia- se a
00:00 h do dia 02jan95 (art. 451, §1°, CPPM).
PARTE de Ausência
Este documento devera ser elaborado após 24:00h do início da contagem de ausência, constando o nome
do militar, sua ausência esclarecendo se houve ou não comunicação do ausente ou parentes sobre o
motivos, e esclarecendo ainda as diligências realizadas. Neste caso será elaborada a 00:01hs do dia
03jan95. Recomenda-se que seja o Cmt Imediato alertado pelo Oficial de Serviço para tal situação, a fim de que
tal documentação se faça pela administração da OPM, bem como sejam realizadas as demais diligências e
buscas necessárias.
Neste despacho deverá constar a ausência do militar como o horário, nomeação de duas testemunhas
instrumentárias para a abertura do armário do militar para elaboração do auto de inventário de bens da Fazenda
Publica e Bens Particulares pertencentes ao ausente, e as providências e diligências realizadas pelo Cmt
Imediato.
Estes autos posteriormente serão remetidos ao Cmt da OPM para as demais providências juntamente com os
Autos de Inventário e a PARTE de Deserção.
Neste auto de inventário deverá constar o dia, mês e ano, o local e o posto e as testemunhas presentes na
realização do Inventário dos bens, bem como o nome do ausente e materiais distribuídos não vencidos
(fardamento, equipamento e armamento) e os materiais encontrados.
Neste Auto de Inventário deverá constar o dia, mês e ano, o local o posto e as testemunhas presentes na
realização do Inventário dos bens, bem como o nome do ausente e os materiais encontrados na instalação
Policial Militar.
PARTE de Deserção
Este documento deverá ser elaborado após o oitavo dia da ausência ilegal do quartel, ou seja, as 00:00h do
nono dia após o início da contagem da ausência, esclarecendo se houve ou não comunicação do desertor
ou parentes sobre os motivos, e esclarecendo ainda sobre as diligências realizadas no despacho.
Neste caso prático exibido, a deserção se consuma a 00:00 h do dia 10jan95 (artigo 187, CPM).
Despacho do Cmt da OPM
Neste despacho o Cmt consta que recebeu os autos em presença de duas testemunhas instrumentárias e
que funcionou como escrivão um Oficial.
Termo de Deserção
Neste termo deverá constar o dia, mês e ano, o local, o quartel, o Cmt da Unidade e as testemunhas presentes,
declarando a falta ao serviço, a ausência e a consumação da Deserção, sendo colocados os documentos em
ordem cronológica.
Autuação
Deve constar o dia, mês e ano, local e OPM autuando o Termo de Deserção, dando-lhe um número.
Devem ser remetidos ao Juiz da Vara da Justiça Militar e cópias a Corregedoria PM.
8. DA SINDICÂNCIA
8.1. Conceito
É proibida a instauração de sindicância para apuração de crimes militares. (Art. 63, §2º)
8.6. Objetivos
A sindicância será instaurada através de portaria, e será conduzida por Oficial ou Aspirante-a-Oficial, quando
a própria autoridade não desejar conduzi-la. (Art. 64, §4º)
8.10. Relatório da IP
É proibido arquivar sindicância antes de seu término formal, a portaria não pode ser
revogada ou invalidada sem anuência do órgão Corregedor. (Art. 67)
8.13. Relatório
8.14. Prazos
O prazo para conclusão da sindicância é de 30 (trinta) dias, a contar da data do termo de recebimento,
prorrogáveis por até 30 (trinta) dias pela autoridade instauradora. Esgotados estes prazos, deverão ser solicitados
novos prazos, à autoridade imediatamente superior à instauradora, os quais não excederão a 90 (noventa) dias.
8.16. Solução
Os autos da Sindicância devem ser elaborados em, no mínimo, duas vias, devendo uma ficar
arquivada na OPM. (Art. 60)
Sugere-se que a OPM mantenha cópia digitalizada dos autos - escaneada, por
exemplo. (Item 15 Orientações Correg4)
8.19. Volumes
Quando houver mais de um volume (cada volume é composto por 200 folhas,
incluindo o termo de encerramento do volume) os mesmos devem estar unidos com barbantes, bem como, os
autos da ATD devem ser apensados aos autos da sindicância e nunca “anexados” no corpo da mesma. (item
17 Orientações Correg).
II – em caráter excepcional, sem comprometer a eficácia e a oportunidade da ação disciplinar, o prazo para
apresentar as alegações de defesa poderá ser prorrogado, justificadamente, pelo período que se fizer
necessário, a critério da autoridade competente, podendo ser concedido, ainda, pela mesma autoridade,
prazo para que o interessado possa produzir as provas que julgar necessárias à sua defesa;
III – caso não deseje apresentar defesa, o policial militar deverá manifestar esta intenção, de próprio punho,
no verso do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar;
IV – se o policial militar não apresentar, dentro do prazo, as razões de defesa e não manifestar a renúncia
à apresentação da defesa, nos termos do inciso III, a autoridade que estiver conduzindo a apuração do fato
certificará no Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar, juntamente com duas testemunhas, que
oprazo para apresentação de defesa foi concedido, mas o policial militar permaneceu inerte;
9.4. Conclusão e julgamento
V – cumpridas as etapas anteriores, a autoridade competente para aplicar a punição emitirá conclusão
escrita, quanto à procedência ou não das acusações e das alegações de defesa, que subsidiará a análise
para o julgamento da transgressão;
Artigo 237. O processo terá início com o recebimento da comunicação da ocorrência, sendo processado no
âmbito do comando que tem competência para apurar a transgressão disciplinar e aplicar a punição,
observando-se:
II – os documentos escritos de próprio punho deverão ser confeccionados com tinta azul ou preta e com
letra legível;
III – a identificação do policial militar arrolado como autor do(s) fato(s) deverá ser a mais completa possível,
mencionando-se grau hierárquico, nome completo, seu número (se for o caso), identidade, subunidade ou
organização em que serve etc.;
IV – as justificativas ou razões de defesa, de forma sucinta, objetiva e clara, sem conter comentários ou
opiniões pessoais e com menção de eventuais testemunhas serão aduzidas por escrito, de próprio punho ou
impresso, no verso do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar na parte de
JUSTIFICATIVAS/RAZÕES DE DEFESA, pelo policial militar e anexadas ao processo. Se desejar, poderá
anexar documentos que comprovem suas razões de defesa e aporá sua assinatura e seus dados de
identificação;
9.14. Recursos
Artigo 239. Contra o ato da autoridade competente que aplicar a punição disciplinar, publicado em
Boletim, podem ser impetrados os recursos regulamentares peculiares da Polícia Militar.
Artigo 240. Na publicação da punição disciplinar, deverá ser acrescentado, entre parênteses e após o
texto da Nota de Punição, o número e a data do respectivo processo.
9.17. Obrigatoriedade
Artigo 242. Os procedimentos formais previstos neste título serão adotados, obrigatoriamente, nas
apurações de transgressões disciplinares que redundarem em punições publicadas em boletim interno e
transcritas nos assentamentos do policial militar.
b. ( ) a paginação.
c. ( ) o relatório.
b. ( ) Pode ser instaurada para apurar a responsabilidade por danos no patrimônio do Estado sob a
administração da Polícia Militar;
d. ( ) é regulada pela IPA – Instruções do Processo Administrativo da PMMS (Portaria nº 009 Gab Cmt
G/2008);
b. ( ) a Portaria de designação.
a) ( X ) – Numerar todas e rubricar todas as folhas, com exceção da autuação que não é numerada,
mas conta.
b) ( ) – Providenciar que o Encarregado numere e rubrique todas as folhas.
c) ( ) – Todas as folhas, sem exceção, devem ser numeradas e rubricadas pelo escrivão.
d) ( ) – A autuação não é numerada e não conta, ou seja, somente as demais folhas a partir da autuação
contam, sendo numeradas e rubricadas pelo Encarregado.
28) Com relação aos prazos do Inquérito Policial Militar, marque um X na alternativa correta:
( ) O IPM deve terminar em 20 dias se o indiciado estiver solto.
( ) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado preso é de 20 dias, prorrogáveis por mais 40 dias.
( ) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20
dias.
( ) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 20 dias, podendo ser prorrogado por mais 40
dias.
QUESTÃO 29
A principal diferença entre crime militar e crime comum está no bem jurídico a ser tutelado. No crime militar, essa
tutela compreende precipuamente:
QUESTÃO 30
A competência para apuração de crimes militares é da:
a. ( ) Polícia Judiciária Civil.
b. ( ) Polícia Judiciária Militar.
c. ( ) Polícia Judiciária Federal.
d. ( ) Polícia Judiciária Eleitoral.
QUESTÃO 31
QUESTÃO 32
a. ( ) lei complementar.
b. ( ) lei ordinária.
c. ( ) decreto.
d. ( ) portaria.
QUESTÃO 33
Preencha corretamente a lacuna, de acordo com a alternativa correta abaixo. Quando a pessoa conduzida se
recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por ____________________________,
que lhe tenham ouvido a leitura na presença do indiciado, do condutor e das testemunhas do fato delituoso:
a. duas testemunhas.
b. apenas pelo Escrivão.
c. apenas pelo Encarregado.
d. apenas pelo condutor da ocorrência.
QUESTÃO 34
Em regra, o auto de prisão em flagrante delito (APFD) deverá ser remetido imediatamente ao:
a. promotor de justiça.
b. comandante do preso.
c. juiz competente.
d. oficial de dia.
QUESTÃO 35
Quando a autoridade judiciária verificar manifesta inexistência de infração penal militar ou a não-participação da
pessoa conduzida, ela então:
a. confirmará a prisão.
b. relaxará a prisão.
c. determinará a prisão.
d. concederá a prisão.
QUESTÃO 36
QUESTÃO 37
QUESTÃO 38
QUESTÃO 39
Referente à Prisão em Flagrante e a elaboração do Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD), marque a
alternativa incorreta:
(B) Dentro em 48 horas após a prisão será dada ao preso nota de culpa.
(D) Na falta de escrivão, qualquer pessoa idônea poderá ser designada, mediante compromisso legal.
QUESTÃO 40
(A) A Sindicância, o IT (Inquérito Técnico) e até mesmo o IPM (Inquérito Policial Militar) podem
subsidiá-lo.
(B) É inquisitorial.
(C) O policial poderá apresentar novas testemunhas e solicitar novas diligências ao encarregado da
ATD.
(D) É necessário conceder o contraditório e proporcionar a ampla defesa ao acusado.
QUESTÃO 41
(D) Conceder prazos e dar vistas do IPM ao advogado do réu, confeccionando o relatório ao final..
QUESTÃO 42
Com relação aos prazos do Inquérito Policial Militar, marque um X na alternativa correta:
(B) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado preso é de 20 dias, prorrogáveis por mais 40 dias.
(C) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais
20 dias.
(D) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 20 dias, podendo ser prorrogado por mais
40 dias.
QUESTÃO 43
Marque a alternativa que não é uma formalidade exigida no Inquérito Policial Militar:
(A) a paginação.
(B) o relatório.
QUESTÃO 44
(A) direito de arrolamento de testemunhas, que deverão ser intimadas par comparecer perante o
processo;.
(B) observar o tempo máximo de 1 horas para inquirição da testemunha.
QUESTÃO 45
A Norma Jurídica que define e estabelece regras para o Inquérito Policial Militar é o:
QUESTÃO 46
I. A diferença principal entre crime militar e crime comum está no bem jurídico protegido.
II. Diferentemente do crime comum, no crime militar tutela-se a administração militar e os princípios
da hierarquia e disciplina.
III. O crime militar é aquele que, de modo geral, somente o militar pratica, podendo a tipificação do
crime constar no código penal comum ou militar.
IV. No âmbito da Justiça Militar Estadual o civil também poderá responder por crime militar.
QUESTÃO 47
Julgue as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir assinale a alternativa correta.
( ) O policial militar somente poderá incorrer em crime militar quando estiver no exercício de suas
funções.
( ) Todas as condutas típicas no crime militar possuem definição diferente daquelas contidas no código
penal comum.
( ) O militar em situação de inatividade poderá também responder por crime militar, desde que dentro
das circunstâncias previstas na lei.
( ) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do
inquérito policial militar à Justiça comum.
(A) V, V, F, V
(B) V, F, F, V
(C) F, F, V, V
(D) F, V, F, V
QUESTÃO 48
Associe a 2ª coluna de acordo com a 1ª, indicando a que princípio se refere cada expressão.
1ª Coluna
( ) IPM
( ) ATD
( ) SINDICÂNCIA
( ) APFD
2ª Coluna
( ) Flagrante delito
(A) 1,3,4,2
(B) 1,2,4,3
(C) 2,1,4,3
(D) 2,3,4,1
QUESTÃO 49
Acerca da atividade de polícia judiciária militar, julgue as assertivas com verdadeiro ou falso.
( ) A competência para apuração de crimes militares caberá tanto ao Delegado de Polícia quanto a
autoridade militar.
( ) De acordo com a Constituição Federal, somente as autoridades militares terão competência para a
apuração de crimes militares.
( ) O Oficial de serviço, ao deparar com situações de crime militar, deverá aguardar a delegação de seu
superior para tomar as providências cabíveis na elucidação do crime, já que não tem autoridade de polícia
judiciária militar.
( ) Dentre as providências a serem observadas pelo Oficial de serviço, diante de crime militar, está a
possibilidade de prisão do infrator.
(A) F, F, V, V
(B) V, V, F, F
(C) F, V, F, V
(D) V, F, V, F
QUESTÃO 50
I. O Inquérito Policial Militar somente se inicia mediante portaria expedida de ofício pelo Comando da
Unidade.
V. O prazo para conclusão do IPM será o mesmo usado nas apurações mediante Sindicância.
QUESTÃO 51
(A) A autoridade de polícia judiciária militar poderá arquivar o IPM, desde que comprovada a
inexistência de prática delituosa.
(B) A competência para o arquivamento de IPM será sempre do juiz de direito da Auditoria Militar, após
ouvido o Ministério Público.
(C) A prisão em flagrante delito de policial militar só é admitida em casos de flagrante próprio.
(D) O auto de prisão em flagrante não poderá ser feito sem a presença de testemunhas do fato.
QUESTÃO 52
(A) O IPM sempre será instaurado após a lavratura de auto de prisão em flagrante delito para maiores
esclarecimentos dos fatos.
(B) A nota de culpa é documentação facultativa no APFD, não sendo obrigatória sua confecção.
(C) Caberá o relaxamento da prisão em flagrante delito diante da manifesta inexistência de infração
penal militar.
(D) Diante de relaxamento de prisão não será necessário a lavratura de auto ou termo.
QUESTÃO 53
( ) Qualquer pessoa idônea poderá ser escrivão no auto de prisão em flagrante delito.
( ) Não se exigirá o compromisso de dizer a verdade em relação as declarações dadas pelo acusado e
ofendido, durante apuração dos fatos.
( ) Toda e qualquer testemunha deverá prestar o compromisso de dizer a verdade durante sua oitiva.
(A) F, F, F, V
(B) V, V, V, F
(C) F, V, V, V
(D) V, F, V, F
QUESTÃO 54
(B) O militar que comete o crime de deserção também poderá ser punido administrativamente pela falta
ao serviço cometida.
(C) Apresentando-se o militar antes de concluído o prazo para a ocorrência do crime de deserção, não
responderá por crime e nem poderá ser punido pela ausência.
(D) No crime de deserção o lapso de tempo de 08 dias é requisito para sua configuração.
QUESTÃO 55
I. O servidor sem estabilidade que incorrer no crime de deserção será excluído do serviço ativo.
II. No caso de se tratar de policial militar com estabilidade, configurado o crime de deserção, será o
servidor agregado, devendo, uma vez capturado ou se apresentando, passar por perícia médica para só
então ser revertido ao serviço ativo, desde que considerado apto.
III. Sabe-se que o policial militar desertor, sem estabilidade, será sempre reincluído ao serviço ativo
para responder ao processo penal militar pelo crime cometido, em caso de apresentação espontânea ou
captura.
IV. A Agregação por crime de deserção somente alcançará o militar com estabilidade assegurada.
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
APLICADA
1
SUMÁRIO
Introdução ........................................................................................................................................... 2
Conceitos iniciais ................................................................................................................................. 3
Dado, Informação e Conhecimento .................................................................................................... 3
Dados................................................................................................................................................... 3
Informações ........................................................................................................................................ 3
Conhecimento ..................................................................................................................................... 4
Processamento de Dados .................................................................................................................... 5
Sistemas de Informações .................................................................................................................... 6
Bancos de Dados ................................................................................................................................. 7
Hardware e Software .......................................................................................................................... 8
Computadores ..................................................................................................................................... 8
Programas ......................................................................................................................................... 10
Peças e componentes de hardware .................................................................................................. 10
Processador ....................................................................................................................................... 10
Memória Principal ............................................................................................................................. 11
Memória Secundária ......................................................................................................................... 12
Dispositivos de Entrada e Saída ........................................................................................................ 12
Sistemas de Informação utilizados na PMMS ................................................................................... 13
Gestão de Efetivo (SICOE) ................................................................................................................. 13
Gestão de Atividades (Escalas de Serviço) ........................................................................................ 15
Gestão de Frota (Veículos) ................................................................................................................ 16
Sistema para Integração Organizacional (Mural) .............................................................................. 18
Sistema Integrado de Gestão Operacional (SIGO) ............................................................................ 19
Referências ........................................................................................................................................ 22
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .......................................................................... 23
2
Introdução
O presente material didático é
direcionado ao Curso de Formação de
Sargentos da Polícia Militar de MS.
Nossa Instituição possui como missão
constitucional a preservação da ordem
pública, atuando preventivamente ao
cometimento de ilícitos por meio do
policiamento ostensivo. Durante o
trabalho policial são coletados
diversos dados que necessitam de um
tratamento adequado no
armazenamento, processamento e
disseminação. Para tanto, a tecnologia
da informação mostra-se
indispensável para oferecer agilidade,
qualidade e segurança no manuseio
desses dados, auxiliando a tomada de
decisão.
A Polícia Militar não deve ficar a reboque desta revolução tecnológica, pois o
emprego da tecnologia da informação é de fundamental importância para proporcionar
eficiência na consecução de sua atividade fim. O principal benefício para as organizações
é a sua capacidade de melhorar a qualidade e a disponibilidade de informações e
conhecimentos importantes. Além disso, o uso dos sistemas de informações mais
modernos oferecem oportunidades sem precedentes para a melhoria dos processos
internos das organizações policiais e dos serviços prestados à sociedade.
Para se evitar retrabalhos, é importante que haja integração de processos, evitando
dados redundantes ou insuficiência de informações para quem mais necessita delas. O uso
intensivo e racional de tecnologia da informação, não só para os serviços administrativos,
mas, sobretudo, como ferramenta primordial para auxiliar o policiamento ostensivo,
mostra-se como o principal desafio da Polícia Militar para os próximos anos, pois fará dela
uma instituição moderna, com visão de futuro e capaz de atender cada vez melhor o seu
principal cliente, o cidadão.
Provérbios, 3:13: “Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire
conhecimento, porque valem mais do que a prata e dá mais lucro que o ouro”
EVOLUÇÃO sociedade agrícola, a sociedade industrial, a sociedade da informação e
a atual sociedade do conhecimento. Mas realmente estamos vivendo na era do
conhecimento, ou ainda estamos “presos” à era da informação (década de 80)?
Hoje é possível a qualquer pessoa ter fácil acesso a muitos dados e informações
principalmente por meio da Internet, entretanto, transformar isto em conhecimento é
muito diferente, principalmente quando falamos em conhecimento tácito (experiências,
habilidades, competências, criatividade) que se leva necessariamente tempo para adquiri-
lo, diferentemente do conhecimento explícito, que é possível de ser adquirido em menor
tempo por meio de manuais, documentos, regulamentos, códigos, etc. AS DUAS SE
COMPLEMENTAM
Qual será o conhecimento que uma empresa possui: tácito, explícito, ambos? Sua
organização sabe como lançar um produto? Como realizar uma negociação comercial?
Como analisar um contrato? Qual é a melhor forma de se resolver este ou aquele
problema? Ou ainda como satisfazer um cliente? Na maioria das organizações isto é um
conhecimento tácito, pertencente às pessoas envolvidas no processo. Podemos e devemos
gerenciar este conhecimento pensando em socializá-lo na organização e fazer dele um
conhecimento explícito, um conhecimento organizacional, para que todos possam usufruir.
3
Imagine se empresas que não cultivam esta prática perderem seu principal
executivo
Conceitos iniciais
Você sabe qual a diferença entre Dados, Informação e Conhecimento? Lidamos com
esses conceitos o tempo todo, seja em casa, nas empresas, escolas, igreja, etc. Ouvimos
muitos termos relacionados como processamento de dados, sistemas de informação,
gestão de conhecimento, arquitetura da informação, coleta de dados, base de
conhecimentos, entre outros. Mas qual a sua diferença?
Dados
Informações
4
Conhecimento
VIDEO 1
VIDEO 2
Processamento de Dados
Sistemas de Informações
Bancos de Dados
VIDEO 3
8
Hardware e Software
Hardware é a parte física do computador,
ou seja, o conjunto de aparatos eletrônicos,
peças e equipamentos que fazem o computador
funcionar. A palavra hardware pode se referir
também como o conjunto de equipamentos
acoplados em produtos que precisam de algum
tipo de processamento computacional. A ciência
que estuda o hardware é conhecida como
arquitetura de computadores.
Diferentemente do hardware, o software
é a parte lógica do computador. Software é a
manipulação, instrução de execução,
redirecionamento e execução das atividades
lógicas das máquinas. Toda interação dos
usuários de computadores modernos é realizada
através do software, que é a camada, colocada
sobre o hardware, que transforma o computador
em algo útil para o ser humano.Os softwares podem ainda ser classificados em:
Softwares de Sistemas: permite que o usuário interaja com o computador e suas
partes. Ex.: firmware, drivers, etc.
Softwares Aplicativos: permite que através de seu uso, o usuário faça uma tarefa
específica. Ex.: editores de texto, planilhas eletrônicas, etc.
Computadores
Programas
Programas são simplesmente
grandes listas de instruções para o
computador executar, tais com tabelas de
dados. Muitos programas de computador
contêm milhões de instruções, e muitas
destas instruções são executadas
repetidamente. Estas instruções
combinadas são escritas para realizar
tarefas comuns como, por exemplo,
desenhar um ponto na tela. Tais
instruções podem então ser utilizadas por
outros programadores.
Hoje em dia, muitos computadores
aparentam executar vários programas ao
mesmo tempo, o que é normalmente conhecido como multitarefa. Na realidade, a CPU
executa as instruções de um programa por um curto período de tempo e, em seguida,
troca para um outro programa e executa algumas de suas instruções. Isto cria a ilusão de
vários programas sendo executados simultaneamente através do compartilhamento do
tempo da CPU entre os programas. Este compartilhamento de tempo é normalmente
controlado pelo sistema operacional. Nos casos em que o computador possui dois núcleos
de processamento, cada núcleo processa informações de um programa, diminuindo assim
o tempo de processamento.
Para um leigo, um computador pode até parecer uma máquina misteriosa, uma
“caixa preta”, onde de alguma forma mística são guardadas e processadas informações.
Mas, de misterioso os computadores não têm nada. Tudo funciona de maneira ordenada,
e até certo ponto simples.
A arquitetura básica de qualquer computador completo, seja um PC, um Macintosh
ou mesmo um computador de grande porte, é formada por apenas 5 componentes básicos:
processador, memória RAM, disco rígido, dispositivos de entrada e saída e softwares.
Processador
Memória Principal
Memória Secundária
VIDEO 4
VIDEO 5
iniciativa de montar um sistema computacional para auxiliar tal tarefa, o qual inicialmente
funcionava internamente (intranet).
O projeto foi desenvolvido pelo, na época, Sd Dos Santos, no que se refere ao uso
da tecnologia (análise, programação, modelagem, banco de dados, servidores, etc.). A
análise de sistema, em todos os seus processos, tais como levantamento de requisitos,
regras de negócios, etc., foi realizado junto aos integrantes da Diretoria de Pessoal e
demais integrantes das P/1´s das OPM´s do Estado, o que permitiu adequar a solução o
mais próximo possível à realidade e necessidade da Corporação.
Em pouco tempo, todos da DP acabaram se beneficiando com o uso do sistema,
pois até então para localizarem um militar era utilizada a “lista alfa”, uma impressão da
listagem dos militares conforme a folha de pagamento, o que não funcionava a contendo,
pois além da consulta ser manual, a SEJUSP (Folha de Pagamento) não atualizava as
informações tais como a lotação dos militares.Diante do sucesso na iniciativa, o Diretor de
Pessoal da época, Coronel PM Ditsuo, perguntou ao Sd PM Dos Santos da possibilidade de
estender a ideia a todas OPM´s do Estado. Mesmo sabendo da falta de infraestrutura
necessária, com esforço e criatividade o Soldado empenhou-se em tal missão.
Com a publicação da versão com acesso através da Internet, caminho natural, pois
desde o princípio o sistema já nascera para a plataforma Web, novamente o resultado foi
muito satisfatório, tendo recebido o elogio de diversos militares em todo o Estado,
favorecendo o trabalho das P/1 de todas as OPM´s. O sistema, que a princípio controlava
somente a lotação dos militares e de algumas informações pessoais, teve um crescimento
com a implementação de novas funcionalidades, tais como controle de
alterações(assentamentos funcionais), inspeção de saúde, cálculo de tempo de serviço
(com cômputos de acréscimo e dedução), etc.
O sistema também permite emitir relatórios do Mapa Geral do Efetivo da PMMS, tais
como: Quantitativo do Efetivo por Unidade; Quadro de Distribuição do Efetivo; Efetivo por
Unidades; Efetivo por Posto/Graduação. Ainda, dispõe de módulo que protege as aplicações
utilizando funcionalidades extras de segurança para prevenir que usuários não autorizados
tenham acesso a determinadas aplicações.
Cadastro: Acesso aos dados de militares da OPM a qual faz parte, com a
possiblidade de alteração de dados;
Consulta: Acesso aos dados de militares da OPM a qual faz parte, mas
apenas de consulta, sem a possiblidade de alteração de dados;
Efetivo Escalado;
Situação do Efetivo;
Emprego do Efetivo;
Distribuição de Efetivo/Atividade;
Capacidade Operacional (listagem);
Capacidade Operacional (gráfico);
Extrato de horas trabalhadas;
Servidores fora das escalas;
Servidores último serviço.
O sistema de Gestão de
Veículos desenvolvido pela
Assessoria de Tecnologia da
Informação - ATI/PMMS, foi
implantado oficialmente em Junho
de 2012 e tem por finalidade
permitir o controle em tempo real da
frota de veículos utilizados em todas
as Unidades da Corporação. A seguir
descrevemos algumas rotinas básica
desse controle de frota, como
“situação” dos veículos, em quais
“empregos” estão sendo utilizadas e
alguns relatórios gerenciais. O link
para acesso ao sistema
é:http://ti.pm.ms.gov.br/veiculo.O sistema possui diversos menus de acesso a
diversas rotinas, dentre as quais destacamos:
Após logar no sistema, a tela inicial mostra mensagens para o P/4, o servidor
responsável pelo controle de veículo na OPM, de troca de óleo realizada.A Rede Taurus
fornece diariamente relatório de abastecimento de toda a frota e esses dados são
importados pelo sistema e atualizando os dados no veículo, como km do abastecimento e
se o veículo realizou a troca de óleo.
17
Caso a troca de óleo não e realizada pela Rede Taurus, é atribuição do P/4 lançar
manualmente essa informação. Para isso clique no menu “Viatura” e em seguida “Cadastrar
Troca de Óleo”. Após salvar, essa informação já estará na nossa base de dados. Para
visualizar a relação dos veículo com dados dessa troca de óleo, no menu “Veiculo”, clique
em “Listagem Troca de Óleo”.
Nessa tela o gestor da unidade tem o controle da realização da troca de óleo: Data
da troca, km da troca de óleo, km prevista para próxima troca, km atual (conforme os
abastecimentos realizados e atualizados diariamente) e km restante. Observe que a cores
em vermelho, indica que o veículo está com troca de óleo vencida.Conforme gestão da
DAL, as trocas de óleo para veículos 4 rodas tem validade padronizadas de 5.000 km e
motos 1.000 km. Em alguns casos específicos, dependendo de algum convênio, há troca
com validade de 10.000 km.
Na principal tela do sistema, são lançadas todas as informações e histórico do
veículo. Nela o P/4 tem o controle da real situação do veículo da Unidade, como situação,
condição do veículo, o emprego utilizado e sua localização na unidade.Através de cada
coluna, há acesso para tela de atualização da informação referida.
No sistema, se o usuário desejar visualizar os dados completo do veículo deve clicar
no menu “Consulta” e em seguida “Consultar - Ficha de veículo”. Nessa tela, basta clicar
na coluna ficha que é redirecionado para outra tela, conforme imagem abaixo. Temos nesse
tela dos completo dos veículo, seus histórico de abastecimento, troca de óleo e alterações
veículo.
Na aba “Alteração Veículo”, são mostrados todo histórico do veículo. Por exemplo:
O veículo placa HTO-1816 do 1º BPM, no dia 01/08/2012 estava com km 63.098, condição
ótima, disponível atuando no serviço operacional com localização na área Central de Campo
Grande.Conforme as movimentações seguintes, em janeiro de 2013 esteve na Oficina da
DAL, e assim sucessivamente, ora estava disponível ora indisponível. Conforme podemos
observar, sua última movimentação foi no dia 26/07/2013, com km 100.728. Essas
informações são lançadas e atualizadas pelo P4, conforme já citado anteriormente.
No menu “Relatório”, há diversas opções de relatórios. Dentre elas destacamos o
relatório de km rodados por viatura num determinado período. Podemos obter por exemplo
informações dos veículos do 10º BPM, de 01/07/2013 a 31/07/2013, total de km rodado
por viatura e quantidade de abastecimento realizado no período.Outro relatório de suma
importância é o relatório analítico e sintético do veículo. Nesse relatório é possível verificar
o quantitativo e situação de todos os veículos das unidades e de toda PMMS, de forma
resumida e sintética. No final da listagem ou no final do rodapé um totalizar de veículos
por unidade e também da frota da PMMS.
Enfim, podemos ter acesso a uma breve ilustração de algumas funcionalidades e
rotina no sistema Gestão de Veículo.Este sistema foi desenvolvido pela AL CB PM HÉLIO,
integrante da equipe de programadores da ATI.Há muitas outras funcionalidades já sendo
implantadas não citadas neste conteúdo. Há também algumas outras soluções sendo
desenvolvidas, como por exemplo, todo processo e trâmite de requisição e troca de pneus,
processo para descarregar veículos e disponibilizá-lo para leilões, entre outros.O sistema
possui vários níveis de usuário, com suas rotinas específicas. Todo o sistema é integrado
com rotina de segurança e log. A base de dados fica nos servidores da ATI no Comando
Geral da PMMS.
18
Polícia Militar,
Polícia Judiciária/Civil,
Polícia Técnica Cientifica,
Corpo de Bombeiro Militar,
Departamento/Agência Penitenciaria,
Grupos ou Departamentos especiais Estaduais,
Guardas Municipais.
MÓDULOS CONTEMPLADOS
Ocorrência Eletrônica de Polícia (Típica/Atípica)
Ocorrência Eletrônica Ambiental (PMA).
Ocorrência Eletrônica Trânsito.
Talonário Eletrônico de Infração de Trânsito, Apreensão e Pátio.
Ocorrência Eletrônica Corpo de Bombeiro Militar
Controle de Qualidade dos Procedimentos Judiciários – CPJ.
Cartório Central.
Consultas e Pesquisas Estruturadas
Geo Analise (Analise Espacial).
Biometria Digital.
21
Para utilizar o SIGO, é preciso enviar para o Suporte SIGO/PM o formulário “Termo
de Responsabilidade”, já devidamente preenchido e assinado.Ao criar seu usuário, será
atribuída uma senha padrão, que deverá ser utilizada na primeira vez em que acessar o
SIGO e alterada em seguida.Ambiente de Testes:
Endereço: http://treinamento.projetosigo.com.br/
Login: 3
Senha: sigotreina123
22
Referências
PEREIRA, Maria Cecília; DOS SANTOS, Antônio Claret; DE BRITO, Mozar José. Artigo:
Tecnologia da informação, cultura e poder naPolícia Militar: uma análise interpretativa. Rio
de Janeiro: FGV, 2005.
Vídeo
Vídeo
23
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
*QUESTÃO 01
São atributos da informação:
(A) entrada, processamento e saída.
(B) tempo, conteúdo e forma.
(C) tácito e explicito.
(D) correta, incorreta e dúbia.
*QUESTÃO 02
Sobre Informação e Conhecimento, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) O conhecimento é o resultado de várias informações organizadas de forma
lógica e suficiente para se criar um evento.
(B) As informações são valiosas, mas o conhecimento constitui um saber. Produz
ideias e experiências que as informações por si só não serão capazes de
mostrar. Se informação é dado trabalhado, então conhecimento é informação
trabalhada.
(C) As informações são o resultado dos dados devidamente tratados,
comparados, classificados, relacionáveis entre outros dados servindo para
tomada de decisões e para melhor noção do objeto estudado.
(D) Podemos dizer que as informações são o conjunto de conhecimentos que
foram processados, seja por meio eletrônico, mecânico ou manual e que
produziu um resultado com significado.
*QUESTÃO 03
Informações de boa qualidade são essenciais para uma boa tomada de decisão.
O objetivo de um sistema de informação é armazenar, tratar e fornecer
informações para apoiar as funções ou processos de uma organização, através
de um fluxo mais confiável e menos burocrático das informações. Suas principais
vantagens são:
I. Mais integridade e veracidade da informação.
II. Mais estabilidade.
III. Aumento do custo e redução do efetivo.
IV. Mais segurança de acesso à informação.
*QUESTÃ 21
ASSINALE A OPÇÃO QUE CONTENHA UM DOS REQUISITOS BÁSICOS PARA
OBTENÇÃO DE SENHA DE ACESSO AO SIGO?
(A) FOTO 3x4.
(B) COPIA DA CNH.
(C) FICHA FUNCIONAL.
(D)TERMO DE RESPONSABILIDADE DO SIGO, PREENCHIDO E ASSINADO PELO
INTERESSADO E SEU COMANDANTE IMEDIATO.
** QUESTÃ 22
RESPONDA QUAL É O NAVEGADOR INDICADO PARA OPERAR O SISTEMA SIGO?
(C) MOZILLA
(D) OPERA
** QUESTÃO 23
PARA REGISTRO DE BOLETIM DE OCORRÊNCIA, QUAL ÍCONE QUE O USUÁRIO
DEVERÁ CLICAR COM O MOUSE NO MENU DE ACESSO DO SIGO?
(A)
(B)
(C)
(D)
** QUESTÃO 24
CAMPOS QUE CONTENHAM A ILUSTRAÇÃO DE UMA LUPA EM SUA LATERAL,
CONFORME EXEMPLIFICAÇÃO ABAIXO, DEVERÃO SER PREENCHIDOS DA
SEGUINTE FORMA.
29
** QUESTÃO 25
PARA A REALIZAÇÃO DE CONSULTAS DE PESSOAS, VEÍCULOS E OCORRÊNCIAS,
QUAL ÍCONE QUE O USUÁRIO DEVERÁ CLICAR COM O MOUSE NO MENU DE
ACESSO AO SIGO?
(A)
(B)
(C)
(D)
*QUESTÃO 26
Qual sistema tem por objetivo realizar o cadastro de postos de trabalho e
controlar as equipes de serviço?
(A) Mural.
(B) Ouvidoria.
(C) Sicoe (Sistema de controle de efetivo).
(D) Escalas de serviço.
*QUESTÃO 27
Sistema que possibilita consultar escala de serviço, acessar ficha funcional
(individual), ler informativos e visualizar os aniversariantes do dia e do mês?
(A) Corregedoria.
(B) Gestão de veículo.
(C) Ouvidoria.
(D) Mural.
30
*QUESTÃO 28
Sistema que tem objetivo fazer o controle do efetivo da PMMS, podendo verificar
a função do policial, a lotação, posto, cargo e função e conhecido por?
(A) Mural.
(B) Protocolo.
(C) Gestão de veículos.
(D) Gestão de Material e Material bélico.
*QUESTÃO 31
Em se tratando de dispositivos informáticos podemos denominar Software e
Hardware, respectivamente de:
SUMÁRIO
Objetivos da Unidade 1
Uso da Força
Você deve ter notado que o simples conhecimento de um texto não é suficiente para
que um profissional tenha uma conduta adequada. É necessário o entendimento de que sua profissão
deriva dos ideais legais e democráticos do nosso país. Assim sendo, você já deve ter percebido a
importância de estudar sobre a Segurança Pública e sobre o Uso da Força e de armas de fogo no
desempenho da sua atividade.
Parte dos problemas enfrentados hoje com relação ao abuso de autoridade, e sua
expressão última que é a brutalidade e a violência do Agente da área de Segurança Pública, resultam
da ausência de uma reflexão substantiva sobre o emprego qualificado e comedido da força.
1Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalidade
policial e carcerária. BRASIL, Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Programa Nacional de Direitos
Humanos – PNDH-3. Publicado no Diário Oficial da União, de 22 de dezembro de 2009
8
A Força Pública de Segurança, por intermédio dos seus Agentes, atua para assegurar
que os direitos fundamentais dos cidadãos, individual e coletivamente, sejam protegidos. O direito à
vida e à segurança pessoal2 devem ter a mais alta prioridade.
Neste ponto do seu estudo, pense como o Agente de Segurança Pública (funcionário
responsável pela aplicação da lei) tem responsabilidade pela proteção do direito à vida de todas as
pessoas da sociedade.
Se a sua conclusão foi a de que o Agente tem um grau muito elevado de
responsabilidade para a proteção à vida das pessoas da comunidade, então certamente ele, como
funcionário do Estado, é um protetor de vidas, é um protetor do direito fundamental de todas as
pessoas, é um protetor do maior bem jurídico protegido: A VIDA.
O Agente de Segurança Pública é, assim, um protetor e promotor dos direitos
fundamentais, é um protetor e promotor dos Direitos Humanos.
Vamos estudar, a partir de agora, algumas Diretrizes sobre o Uso da Força pelos
Agentes de Segurança Pública.
Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei (CCEAL)
É o código adotado por intermédio da Resolução 34/169 da Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 17 de dezembro de 1979. É um instrumento internacional, com o objetivo de
orientar os Estados-membros quanto à conduta dos Agentes de Segurança Pública.
Embora o Código não seja um tratado com força legal, o Código é um documento de
orientação aos Estados que busca criar padrões para que as práticas de aplicação da lei estejam de
acordo com as disposições básicas dos direitos e das liberdades humanas.
É um Código de Conduta Ética e baseia-se no exercício da atividade de Segurança
Pública nos seus aspectos éticos e legais. Consiste em oito artigos, cada um acompanhado de
comentários explicativos.
ARTIGO 1º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 3 devem cumprir, a todo o
momento, o dever que a lei lhes impõe, servindo à comunidade e protegendo todas as pessoas contra
atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer.
Comentário
A. A expressão “funcionários responsáveis pela aplicação da lei” inclui todos os Agentes da lei,
quer nomeados, quer eleitos, que exerçam poderes de polícia, especialmente poderes de prisão ou
detenção.
2
Artigo 3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos
3 Conforme o considerando da Portaria 4.226, de 31 de dezembro de 2010, que diz sobre “a necessidade de
orientação e padronização dos procedimentos da atuação dos agentes de segurança pública aos princípios
internacionais sobre o uso da força”, o termo “funcionários responsáveis pela aplicação da lei” é aplicável a este
curso, quando se trata dos agentes de segurança pública.
9
B. Nos países onde os poderes do Órgão de Segurança Pública são exercidos por autoridades
militares, quer em uniforme, quer não, ou por forças de segurança do Estado, a definição dos
funcionários responsáveis pela aplicação da lei incluirá os funcionários de tais serviços.
C. O serviço à comunidade deve incluir, em particular, a prestação de serviços de assistência
aos membros da comunidade que, por razões de ordem pessoal, econômica, social e outras
emergências, necessitam de ajuda imediata.
D. A presente disposição abrange não só todos os atos violentos, destruidores e prejudiciais,
mas também a totalidade dos atos proibidos pela legislação penal. É igualmente aplicável à conduta
de pessoas não suscetíveis de incorrerem em responsabilidade criminal.
ARTIGO 2º - No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei
devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de
todas as pessoas.
Comentário
A. Os direitos do homem em questão são identificados e protegidos pelos direitos nacional e
internacional. Entre os instrumentos internacionais relevantes contam-se a Declaração Universal dos
Direitos do Homem, o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, a Declaração sobre a
Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos
ou Degradantes, a Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial, a Convenção Internacional sobre a Supressão e Punição do Crime de Apartheid,
a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, as Regras Mínimas para o
Tratamento de Reclusos e a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
B. Os comentários nacionais a essa cláusula devem indicar as provisões regionais ou nacionais
que definem e protegem esses direitos.
ARTIGO 3º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força
quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever.
Portaria Interministerial nº 4226/201044
Comentários
A. Essa disposição salienta que o emprego da força por parte dos funcionários responsáveis
pela aplicação da lei deve ser excepcional. No entanto, admite que esses funcionários possam estar
autorizados a utilizar a força na medida em que tal seja razoavelmente considerado como necessário,
tendo em conta as circunstâncias para a prevenção de um crime ou para deter (ou colaborar na
detenção de) delinquentes ou suspeitos. Qualquer uso da força fora desse contexto não é permitido.
B. A lei nacional restringe normalmente o emprego da força pelos funcionários responsáveis
pela aplicação da lei, que deve observar o Princípio da Proporcionalidade. Deve-se entender que tais
Princípios nacionais de proporcionalidade devem ser respeitados na interpretação dessa disposição. A
presente disposição não deve ser, em nenhum caso, interpretada no sentido da autorização do
emprego da força em desproporção com o legítimo objetivo a atingir.
C. O emprego de armas de fogo é considerado uma medida extrema. Devem fazer-se todos os
esforços no sentido de excluir a utilização de armas de fogo, especialmente contra as crianças. Em
geral, não deverão utilizar-se armas de fogo, exceto quando um suspeito ofereça resistência armada,
ou quando, de qualquer forma, coloque em perigo vidas alheias e não haja medidas menos extremas
para dominá-lo ou detê-lo. Cada vez que uma arma de fogo for disparada, deverá informar prontamente
as autoridades competentes.
ARTIGO 4º - As informações de natureza confidencial em poder dos funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento
do dever ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento.
Comentário
4O uso da força por Agentes de Segurança Pública deverá obedecer aos princípios da legalidade, necessidade,
proporcionalidade, moderação e conveniência.
10
5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9455.htm
11
A. Qualquer ato de corrupção, tal como qualquer outro abuso de autoridade, é incompatível
com a profissão de funcionário responsável pela aplicação da lei. A lei deve ser aplicada na íntegra em
relação a qualquer funcionário que cometa um ato de corrupção, dado que os governos não podem
esperar aplicar a lei aos cidadãos se não a puderem ou quiserem aplicar aos seus próprios Agentes e
dentro dos seus próprios organismos.
B. Embora a definição de corrupção deva estar sujeita à legislação nacional, deve-se entendê-
la como tanto a execução ou a omissão de um ato, praticadas pelo responsável, no desempenho das
suas funções ou com estas relacionado, em virtude de ofertas, promessas ou vantagens, pedidas ou
aceitas, como a aceitação ilícita desses atos, uma vez a ação cometida ou omitida.
C. A expressão “ato de corrupção”, anteriormente referida, deve ser entendida no sentido de
abranger tentativas de corrupção.
ARTIGO 8º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar a lei e o
presente Código. Devem, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se vigorosamente
a quaisquer violações da lei ou do Código.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar que se
produziu ou irá produzir uma violação desse Código, devem comunicar o fato aos seus superiores e,
se necessário, a outras autoridades com poderes de controle ou de reparação competentes.
Comentário
A. Este Código será observado sempre que tenha sido incorporado na legislação ou na prática
nacionais. Se a legislação ou a prática contiverem disposições mais limitativas do que as do atual
Código, devem observar-se essas disposições mais limitativas.
B. O presente artigo procura preservar o equilíbrio entre a necessidade de disciplina interna do
organismo do qual, em larga escala, depende a Segurança Pública, por um lado, e a necessidade de,
por outro lado, tomar medidas em caso de violações dos direitos humanos. Os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem informar das violações os seus superiores hierárquicos e
tomar medidas legítimas sem respeitar a via hierárquica somente quando não houver outros meios
disponíveis ou eficazes. Subentende-se que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não
devem sofrer sanções administrativas ou de outra natureza pelo fato de terem comunicado que se
produziu ou que está prestes a produzir-se uma violação deste Código.
C. A expressão “autoridade com poderes de controle e de reparação competentes” refere-se a
qualquer autoridade ou organismo existente ao abrigo da legislação nacional, quer esteja integrado nos
organismos de aplicação da lei quer seja independente destes, com poderes estatutários,
consuetudinários ou outros para examinarem reclamações e queixas resultantes de violações deste
Código.
D. Em alguns países pode considerar-se que os meios de comunicação social (mass media)
desempenham funções de controle, análogas às descritas na alínea anterior. Consequentemente, os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei poderão, como último recurso e com respeito pelas leis
e costumes do seu país e, ainda, pelo disposto no artigo 4.º do presente Código, levar as violações à
atenção da opinião pública através dos meios de comunicação social.
E. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que cumpram as disposições deste
Código merecem o respeito, o total apoio e a colaboração da comunidade em que exercem as suas
funções, do organismo de aplicação da lei no qual servem e dos demais funcionários responsáveis pela
aplicação da lei.
O artigo 3º do CCEAL trata diretamente do Uso da Força pelos Agentes de
Segurança Pública. Ele estipula que os encarregados da aplicação da lei só podem empregar a
força quando estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever.
É enfatizado pelo documento que o Uso da Força deve ser excepcional e nunca
ultrapassar o nível razoavelmente necessário para se atingir os objetivos legítimos de aplicação
da lei. Nesse sentido, entende-se que o uso da arma de fogo é uma medida extrema.
Refletindo sobre a questão...
Tendo em vista o contido no Código de Conduta sobre o uso de arma de fogo, qual é
sua ideia a respeito? Pense na sua realidade e na sua experiência profissional. Você acredita que o
uso da arma de fogo é uma medida extrema?
12
Objetivo do CCEAL
O Código objetiva sensibilizar os integrantes das Organizações responsáveis
pela aplicação da lei, ou seja, sensibilizar você, Agente de Segurança Pública, para a enorme
responsabilidade que o Estado lhe outorga.
Você é um sujeito de autoridade do Estado e como tal está investido de poder de
grande alcance, e a natureza de seus deveres coloca-o em situações de corrupção e violência em
potencial. O documento afirma ainda que expor abertamente esses perigos escondidos é o primeiro
passo para combatê-los efetivamente.
A atitude de autoridade tem uma forte relação com a imagem e percepção da
Organização como um todo; carrega assim, alta expectativa com relação aos padrões éticos mantidos
dentro dos Órgãos de Segurança Pública.
Importante!
Um Agente de Segurança Pública que excede no uso da força ou que seja corrupto
pode fazer com que todos os Agentes sejam vistos como violentos ou corruptos, porque o ato individual
reflete como ato coletivo da Organização.
O Agente de Segurança Pública protege e socorre a sociedade e, nesse sentido,
exige-se um grau de confiança muito grande entre o Órgão de Segurança Pública e a comunidade
como um todo. Essa confiança nasce no momento da abordagem, quando a imagem do protetor dos
direitos fundamentais das pessoas, conhecedor da sua posição no tecido social e, principalmente, da
imagem que tem das pessoas com quem fala e interage, e as quais aborda, adverte, socorre e captura
ou prende em fragrante delito.
Os padrões estabelecidos pelo Código devem fazer parte da crença do Agente de
Segurança Pública, e isso significa que esses valores devem estar conscientemente incorporados na
sua atuação cotidiana de Segurança Pública.
Legislação Brasileira
São vários os instrumentos nacionais que regulam o Uso da Força e arma de fogo
pelos Agentes de Segurança Pública.
Veja:
A Constituição da República Federativa de 1988, no art. 144, estabelece que a
“Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, por intermédio dos
vários Órgãos de Segurança Pública.
Código Penal
O Código de Processo Penal contém em seu teor dois artigos que permitem o emprego
de força pelos Agentes de Segurança Pública no exercício profissional, são eles:
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência
ou tentativa de fuga do preso.(...)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra
em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for
15
obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na
casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se
não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e logo que amanheça,
arrombará as portas e efetuará a prisão.
O Código Penal Militar, de modo idêntico ao Código Penal Brasileiro, também prevê a
excludente de ilicitude.
Exclusão de crime
Art. 42. Não há crime quando o Agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento do dever legal;
IV – em exercício regular de direito.
O Código de Processo Penal Militar contém, em seu teor, artigos relacionados com
o emprego de força na ação do Agente de Segurança Pública. Veja esses artigos a seguir.
Artigo 231 - Captura em domicílio
Se o executor verificar que o capturando se encontra em alguma casa, ordenará ao dono dela
que o entregue, exibindo-lhe o mandado de prisão.
Parágrafo único. Se o executor não tiver certeza da presença do capturando na casa, poderá
proceder à busca, para a qual, entretanto, será necessária a expedição do respectivo mandado, a
menos que o executor seja a própria autoridade competente para expedi-la.
Artigo 232 - Caso de busca
Se não for atendido, o executor convocará duas testemunhas e procederá da seguinte forma:
sendo dia, entrará à força na casa, arrombando-lhe a porta, se necessário; sendo noite, fará guardar
todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombar-lhe-á a porta e
efetuará a prisão.
CPPM, Art. 234 – Emprego da força
O emprego de força só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência,
resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os
meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do
ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas.
Emprego de algemas
O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja perigo de fuga ou de
agressão da parte do preso, e de modo algum será permitido, nos presos a que se refere o art. 242.
16
Vale ressaltar a Súmula Vinculante nº 116, que provocou algumas mudanças, sendo imprescindível
conhecê-la.
Uso de armas
Portaria 4.226
6 http://www.dji.com.br/normas_inferiores/regimento_interno_e_sumula_stf/0011vinculante.htm
17
Importante!
O não atendimento a qualquer desses Princípios caracteriza uso indevido da força pelo
Órgão de Segurança Pública. Não esqueça isso, Agente de Segurança Pública!
Fica fácil concluir que o uso da força é uma das atividades desempenhadas pelo Órgão
de Segurança Pública, mas, o Agente de Segurança Pública deve estar cônscio da importância do seu
trabalho para as políticas de Segurança Pública. É necessário que o Órgão de Segurança Pública tenha
mecanismos de controle da atuação de seus integrantes para evitar dissabores quanto ao abuso de
poder.
Quando você perceber a necessidade de usar a força para atender o objetivo legítimo
da aplicação da lei e manutenção da ordem pública, responda a algumas questões importantes que lhe
servirão como guias.
• A primeira é se a aplicação da força é necessária.
Para responder, o Agente de Segurança Pública precisa identificar o objetivo a ser
atingido. A resposta adequada atende aos limites considerados mínimos para que se torne justa e legal
a ação. Caso contrário, o Agente de Segurança Pública cometerá um abuso e poderá ser
responsabilizado.
• A segunda refere-se a um questionamento se o nível de força a ser utilizado é
proporcional ao nível de resistência oferecida.
Esse questionamento sugere verificar se todas as opções estão sendo consideradas e
se existem outros meios menos danosos para se atingir o objetivo desejado. Neste momento, verifica-
se a proporcionalidade do Uso da Força e, caso não haja, estará caracterizado o abuso de poder.
• O terceiro e último questionamento verifica se a força a ser empregada será por motivos
sádicos ou maléficos.
19
Apresentação da Unidade
Objetivos da Unidade
Ao final deste módulo, você será capaz de:
• Identificar os modelos que orientam o Uso Diferenciado da Força;
• Identificar os componentes de cada escala e a forma que estão relacionados;
• Analisar o modelo proposto para o Uso Diferenciado da Força; e
• Elaborar sugestões para aplicação de um modelo de Uso Diferenciado da Força
em sua Organização de Segurança Pública.
Cada modelo criado possui um nome que geralmente está associado ao
nome do autor que o apresentou ou à sua origem, como se vê a seguir:
• Modelo FLETC: Aplicado pelo Centro de Treinamento da Polícia Federal de Glynco
(Federal Law Enforcement Training Center), Georgia, Estados Unidos da América (EUA).
• Modelo GILIESPIE: Apresentado no livro Police – Use of Force – A Line Officer’s
Guide; 1998.
• Modelo REMSBERG: Apresentado no livro: The Tactical Edge – Surviving High –
Risk Patrol – 1999.
• Modelo CANADENSE: Utilizado pela polícia canadense.
• Modelo NASHVILLE: Utilizado pela Polícia Metropolitana de Nashville, EUA.
• Modelo PHOENIX: Utilizado pelo Departamento de Polícia de Phoenix, EUA.
Modelo FLETC
Modelo GILIESPIE
Modelo REMSBERG
Modelo CANADENSE
Modelo NASHVILLE
Modelo PHOENIX
Apresentação da Unidade
Objetivos da Unidade 3
Aspectos gerais
• Princípio da Legalidade
Constitui na utilização de força para a consecução de um objetivo legal e nos
estritos limites do ordenamento jurídico.
Este princípio deve ser compreendido sob os aspectos do:
Resultado: Considera a motivação ou a justificativa para a intervenção da polícia.
O objeto da ação deve ser sempre dirigido a alcançar o objetivo legal. Deste modo, a lei
protege o resultado da ação agente de segurança pública. Exemplo: O princípio da
legalidade não está presente se o agente de segurança pública usa de força física
(violência) para extrair a confissão de uma pessoa. A tortura é vedada em qualquer
situação e não justifica o objetivo a ser alcançado por meio de mecanismos que infringem
o direito do indivíduo de não produzir prova contra si mesmo ou declarar-se culpado.
Processo: Considera que os meios e métodos utilizados pelo agente de segurança
pública devem ser legais, ou seja, em conformidade com as normas nacionais (leis,
regulamentos, diretrizes, entre outros) e internacionais (acordos, tratados, convenções,
pactos entre outros). Exemplo: O agente de segurança pública não cumpre o princípio da
legalidade se durante o seu serviço, usar arma e munições não autorizadas pela Instituição,
tais como armas sem registro, com numeração raspada, calibre proibido, munições
particulares, dentre outras.
• Princípio da Necessidade
O uso de força num nível mais elevado é considerado necessário quando,
após tentar outros níveis menos contundentes (negociação, persuasão e mediação) para
solucionar o problema, torna-se o último recurso a ser utilizado pelo agente de segurança
pública.
Um determinado nível de força só pode ser empregado quando outros níveis
de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.
Exemplo: o agente de segurança pública pode utilizar a força potencialmente
letal (disparo de arma de fogo), para defender a sua vida ou de outra pessoa que se
encontra em perigo iminente de morte, provocado por um infrator, sempre que outros
meios não tenham sido suficientes para impedir a agressão.
• Princípio da Proporcionalidade
O nível de força utilizado pelo agente de segurança pública deve ser
compatível, ao mesmo tempo, com a gravidade da ameaça representada pela ação do
infrator, e com o objetivo legal pretendido.
Gravidade da Ameaça: para ser avaliada, deverão ser considerados, entre
outros aspectos, a intensidade, a periculosidade e a forma de proceder do agressor, a
hostilidade do ambiente e os meios disponíveis ao agente de segurança pública (habilidade
técnica e equipamentos). De acordo com a evolução da ameaça (aumento ou redução) o
agente de segurança pública readequará o nível de força a ser utilizado, tornando-o
proporcional às ações do infrator, o que confere uma característica dinâmica a este
princípio.
Exemplo: não é considerada proporcional a ação agente de segurança
pública, com o uso de força potencialmente letal (disparando sua arma de fogo) contra um
33
cidadão que resiste passivamente, com gestos e questionamentos, a uma ordem de colocar
as mãos sobre a cabeça, durante a busca pessoal. Neste caso, a verbalização e/ou controle
de contato corresponderão ao nível de força indicada (proporcional).
Objetivo Legal Pretendido: consiste em aferir se o resultado da ação
agente de segurança pública está pautado na lei. Visa à proteção da vida, integridade física
e patrimônio das pessoas que estejam sofrendo ameaças; além da manutenção da ordem
pública e a restauração da paz social. Guarda correlação direta com o princípio da
legalidade no que se refere ao aspecto “resultado”.
• Princípio da Moderação
O emprego de força pelos agentes de segurança pública deverá ser dosado,
visando reduzir possíveis efeitos negativos decorrentes do seu uso ou até evitar que se
produzam.
O nível de força utilizado pelo agente de segurança pública na intervenção
deverá ter a intensidade e a duração suficientes para conter a agressão. Este princípio visa
evitar o excesso no uso de força.
Considera-se imoderada a ação do agente de segurança pública que após
cessada ou reduzida a agressão, continua empregando o mesmo nível de força.
Exemplo: O agente de segurança pública que continua disparando, mesmo
quando o agressor que atirou contra ele já estiver caído ao solo, sem qualquer outro tipo
de reação. O agente de segurança pública que após quebrar a resistência física do infrator
utilizando o bastão, gás /agente químico ou mesmo técnicas de imobilização, persistir
fazendo o uso desses meios.
• Princípio da Conveniência
O princípio da conveniência diz respeito à oportunidade e à aceitação de uma
ação agente de segurança pública em um determinado contexto, ainda que estejam
presentes os demais princípios.
As consequências do uso de força serão avaliadas de maneira dinâmica, pois
se estas forem consideradas mais graves do que a ameaça sofrida pelas pessoas, será
recomendável aos agentes de segurança pública reverem o nível de força utilizado. É
adequado reavaliar os procedimentos táticos empregados, inclusive considerar a
possibilidade de abster-se do uso de força.
A força não será empregada quando houver possibilidade de ocasionar danos
de maior relevância em relação aos objetivos legais pretendidos.
Exemplo: Não é adequado ao agente de segurança pública repelir os disparos
de um agressor em uma área com grande movimentação de público devido à possibilidade
de se vitimar outras pessoas, mesmo que estejam sendo observados os princípios da
legalidade, necessidade e proporcionalidade naquela ação.
Atenção: O Agente de segurança pública deverá considerar que, quando as
consequências negativas do uso de força forem superiores ao objetivo legal pretendido e
à gravidade da ameaça ou agressão sofrida, é recomendado que não prossiga com o uso
de força.
A seguir você estudará com detalhes as referências técnicas sobre o uso de
arma de fogo, que se caracteriza como sendo o nível máximo do uso da força.
34
7 Inciso V do artigo 144 da Constituição Federal Brasileira, no exercício pleno do seu poder de polícia.
35
- Polícia!
- Solte sua arma!
- NÃO reaja, posso disparar!
Princípio nº 21
Treinamento Prático
16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada tipo
de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação técnica,
psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica mínima.
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for
introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico
com vistas à habilitação do agente. (...)
Princípio nº 19
Princípios nº 1 e 20
Comentário 3
Responsabilidade pelo Uso da Força
A responsabilidade direta pelo uso da força poderá recair sobre o autor, os
superiores ou a equipe de Agentes de Segurança Pública. Vale lembrar que é de nossa
responsabilidade a proteção do bem maior: a vida e a integridade das pessoas.
Os agentes de segurança pública só podem empregar a força quando
estritamente necessária e na medida exigida para o cumprimento do seu dever, devendo
evitar e opor-se, com rigor, a quaisquer violações da lei1. A responsabilidade direta pelo
uso de força será:
a) DO AUTOR: é individual e, portanto, recai sobre o agente de segurança pública
que a empregou2.
b) DOS SUPERIORES OU CHEFES: igualmente serão responsabilizados quando
agentes de segurança pública sob suas ordens tenham recorrido ao uso excessivo de força
e estes superiores não adotarem todas as medidas disponíveis para impedir, fazer cessar
ou comunicar o fato3.
O cumprimento de ordens superiores não será justificado quando os agentes
de segurança pública tenham conhecimento de que uma determinação para usar de força
ou armas de fogo, foi manifestamente ilegal e que estes agentes de segurança pública
tenham tido oportunidade razoável de se recusarem a cumpri-la. Em qualquer caso, a
responsabilidade caberá também aos superiores que tenham dado ordens ilegais.
Objetivo do Disparo
advertir, assustar, intimidar ou ferir um agressor. Ele o faz para interromper, de imediato,
uma ação que atente contra a própria vida ou à de outra pessoa.
Algumas variáveis que estão presentes na intervenção do Agente de
Segurança Pública nas quais o confronto armado pode resultar na morte do agressor:
a) controladas pelo Agente de Segurança Pública: Características balísticas da arma
utilizada, distância e quantidade dos disparos, tipo de munição (calibre, potência, alcance);
b) parcialmente controladas pelo Agente de Segurança Pública: Direcionamento do
disparo (local do corpo do agressor em que se dará o impacto). Em situação de ambiência
operacional (teatro de operações), a precisão da pontaria pode sofrer graves reduções,
mesmo para atiradores experientes, devido a situações diversas tais como fatores
ambientais (periculosidade do local, luminosidade, chuva, entre outros), condições
psicomotoras do Agente de Segurança Pública (cansaço, agitação, nervosismo, batimento
cardíaco, tremores, entre outros) e o próprio dinamismo do alvo (movimentação do
agressor).
c) não controladas pelo Agente de Segurança Pública: Compleição física, estado
emocional e resistência orgânica da pessoa atingida.
A letalidade (morte do agressor) nunca será entendida como o objetivo final
da ação de disparar a arma pelo Agente de Segurança Pública. Contudo, o resultado
“morte” poderá ser decorrente dos efeitos lesivos próprios do instrumento utilizado (arma
de fogo). Tais efeitos, sujeitos ainda às variáveis apresentadas nos objetivos do disparo,
não são plenamente controlados pelo Agente de Segurança Pública.
Portanto, quando o Agente de Segurança Pública atira contra um agressor,
considera-se o uso de força potencialmente letal (e não uso de força letal), reafirmando a
intenção de controlar a ameaça (e não de produzir um resultado morte). Mesmo porque,
logo após efetuar o disparo, estando a pessoa ferida, o Agente de Segurança Pública
obrigatoriamente providenciará, de imediato, todo o socorro necessário para minimizar os
efeitos dos ferimentos, visando salvar-lhe a vida.
(...) 5. Sempre que o uso legítimo da força e de armas de fogo for inevitável, os
responsáveis pela aplicação da lei deverão: (c) Assegurar que qualquer indivíduo ferido ou
afetado receba assistência e cuidados médicos o mais rápido possível; (...)
Importante!
41
(...) 16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada
tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação
técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica
mínima.
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for
introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico
com vistas à habilitação do agente.
42
18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita
com periodicidade mínima de 1 (um) ano. (...)
• estes disparos tem pouca precisão, o disparo fica prejudicado pelo movimento do
veículo e o balanço provocado por ele, inclusive quando efetuados por atiradores
experientes;
• existe a possibilidade de que vítimas (reféns) estejam no interior do veículo
perseguido, inclusive dentro do porta-malas;
• os disparos efetuados pelos Agentes de Segurança Pública podem provocar um
revide por parte dos abordados, incrementando ainda mais o risco para outras pessoas,
principalmente em áreas urbanas (balas perdidas). O mais recomendável é distanciar-se
do veículo em fuga e, sem perdê-lo de vista, adotar medidas operacionais para efetuar o
cerco e bloqueio. Recomenda-se, ainda, solicitar reforço para que a intervenção possa ser
realizada com mais segurança.
IMPORTANTE!
Os Agentes de Segurança Pública não deverão disparar contra veículos que
desrespeitem o bloqueio de via pública, a não ser que ele represente um risco imediato à
vida ou à integridade dos Agentes ou de terceiros, por meio de atropelamentos ou
acidentes intencionais (o motorista utiliza o veículo como “arma”).
(...)5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite
bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de
morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros. (...)
Disparos de advertência: A REGRA É NÃO DISPARAR a arma de fogo com
esta finalidade. Quando o Agente de Segurança Pública atira com sua arma, não o
faz para advertir ou para assustar, o faz para interromper, de imediato, uma agressão
contra a sua vida ou a de terceiros. Considerando as possíveis consequências desse
tipo de ação, os Agentes de Segurança Pública não devem atirar para fazer valer sua
advertência:
• nos disparos feitos para cima o projétil retorna ao solo com força suficiente
para provocar lesões ou morte. Nos disparos feitos contra o solo ou contra paredes
ele pode ricochetear e também provocar lesões ou morte;
• esses disparos podem fazer com que outros Agentes de Segurança Pública
que estejam atuando nas proximidades pensem, de maneira equivocada, que estão
sendo alvos de tiros de agressores, o que pode provocar neles reação indevida;
• os disparos efetuados pelos Agentes de Segurança Pública podem provocar
revide por parte dos agressores, incrementando ainda mais o risco contra a equipe e
contra outras pessoas.
45
(...) 16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada
tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação
técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica
mínima.
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for
introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico
com vistas à habilitação do agente.
18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita
com periodicidade mínima de 1 (um) ano.(...)
46
Habilidade
Oportunidade
Risco
Toda intervenção envolve algum tipo de risco potencial que deverá ser
considerado pelo Agente de Segurança Pública. O risco é a probabilidade de concretização
de uma ameaça contra pessoas e bens; é incerto, mas previsível. Cada situação exigirá
que ele se mantenha no estado de prontidão compatível com a gravidade dos riscos que
identificar. Uma ponderação prévia irá orientar o Agente de Segurança Pública sobre a
necessidade e sobre o momento de iniciar a intervenção, escolhendo a melhor maneira
para fazê-lo. Toda ação do Agente de Segurança Pública deverá ser precedida de uma
avaliação dos riscos envolvidos, que consiste na análise da probabilidade da concretização
do dano e de todos os aspectos de segurança que subsidiarão o processo de tomada de
decisão em uma intervenção.
O Agente de Segurança Pública deverá ter em mente que, em qualquer
processo de tomada de decisão em ambiente operacional, precisa levar em conta as
atribuições do Órgão de Segurança Pública a que pertence. Em geral, pode-se resumir
como sendo o dever funcional de servir e de proteger a sociedade, preservar a ordem
pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, garantindo a vida, a dignidade e a
integridade de todos.
Aplicação da avaliação de risco:
A avaliação possibilita o uso de técnicas e de táticas adequadas às diversas
formas de intervenção do Agente de Segurança Pública. Para cada nível de risco
determinado deverá haver uma conduta operacional correspondente, como referência para
a ação do Agente de Segurança Pública, cabendo-lhe selecionar os procedimentos mais
adequados a cada situação.
Cada atuação do Agente de Segurança Pública é cercada de particularidades.
Não existem intervenções iguais, contudo, é possível desenhar um conjunto de “situações
básicas” que podem servir de modelos aplicáveis ao treinamento. A sistematização das
respostas esperadas a partir da identificação e da classificação de riscos em uma
intervenção viabiliza a seleção e a aplicação de procedimentos adequados à solução de
problemas. LEMBRE-SE:
Às vezes não é possível afastar completamente o risco em uma intervenção,
mas o preparo mental, o treinamento e a obediência às normas técnicas garantem uma
probabilidade maior de sucesso!
Finalizando...
As implicações do uso (letal) de armas de fogo podem ser limitadas no
âmbito das normas penais. No entanto, é fundamental que as consequências pessoais para
os Agentes de Segurança Pública envolvidos sejam destacadas.
Embora existam parâmetros de como as pessoas reagem a acontecimentos
estressantes, a resposta específica de cada uma depende, em primeiro lugar, dela própria
sendo, após, ditada pelas circunstâncias particulares de cada acontecimento.
O fato de que haja aconselhamento psicológico disponível ao Agente de
Segurança Pública quando do acontecimento não elimina a profunda experiência emocional
que esse Agente sofre em consequência dos disparos de arma de fogo por ele realizados,
mas deve ser visto como a aceitação da gravidade do incidente. É preciso evitar a
vulgarização operacional de ações dessa natureza.
(...) 10. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de
segurança pública envolvido deverá realizar as seguintes ações:
49
Apresentação da Unidade
Objetivos da Unidade
Níveis de Força
Cooperativo
Resistência passiva
Resistência ativa
Nível primário
• Controle de contato;
• Controle físico;
• Controle com instrumentos de menor potencial ofensivo (IMPO);
• Uso dissuasivo de armas de fogo.
Nível primário.
Presença do Agente de Segurança Pública:
Nível primário
Verbalização:
Importante!
Esse nível de força pode e deve ser utilizado em conjunto com qualquer outro
nível de força sempre que possível.
O treinamento e a experiência melhoram a capacidade do Agente de
Segurança Pública para verbalizar. As palavras-chave na aplicação da lei serão negociação,
mediação, persuasão e resolução de conflitos. A comunicação é o caminho preferível para
se alcançar os objetivos de uma aplicação da lei legítima (ROVER).
Você deve procurar reduzir as possibilidades de confronto pela adequada
utilização da verbalização antes, durante e após o emprego de força. Veja alguns
exemplos:
Exemplo 1
1. Atenção à linguagem
Uma atenção especial deve ser dada à linguagem. Alguns Agentes de
Segurança Pública acreditam que, utilizando uma linguagem vulgar, “chula” e ameaçadora,
desencorajam a resistência do suspeito. Diálogos dessa natureza causam espanto e
demonstram falta de profissionalismo. Além disso, uma “ameaça verbal” pode desencadear
uma reação e propiciar o agravamento da situação. O que se busca, ao realizar a
abordagem verbal, é a redução do uso da força e o controle do suspeito.
Considere, ainda, que a sua linguagem pode angariar antipatizantes que,
possivelmente, testemunharão contra você em qualquer processo, afirmando que houve
agressão desnecessária e uso abusivo da força (despreparo do Agente de Segurança
Pública).
2. Use sua autoridade
Seja firme e controle a situação. Dirija comandos claros, curtos e audíveis
para cada atitude que o suspeito deva tomar. Em geral, apenas um Agente deve falar:
“Parado! NOME DA ORGANIZAÇÃO!... Coloque as mãos na cabeça!... Entrelace os dedos!...
Vire de costas para mim!... Ajoelhe-se! .... Cruze as pernas...”.
3. Importância do contato visual
Procure sempre manter o contato visual com o abordado. Fique abrigado,
mas sem perdê-lo de vista. Diga frases usando os verbos no modo imperativo, em tom
alto de voz; demonstre convicção e determinação no que está fazendo.
4. Nível da voz
Lembre-se de flexionar o nível de voz. Sempre que houver acatamento,
abaixe o tom, conquiste a confiança da pessoa abordada. Mas fique sempre atento ao
recurso de elevar bruscamente o tom de voz, caso perceba algo errado.
57
(...) 5. Sempre que o uso legítimo da força e de armas de fogo for inevitável, os
responsáveis pela aplicação da lei deverão:
(b) Minimizar danos e ferimentos, e respeitar e preservar a vida humana; (...)
RELATÓRIOS
(conforme Diretriz nº 24 da Portaria nº 4226)
Os Agentes de Segurança Pública deverão preencher um relatório individual
todas as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor
potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes. O relatório deverá ser encaminhado à
comissão interna mencionada na Diretriz n.º 23 (Portaria 4226) e deverá conter no mínimo
as informações a seguir:
RELATÓRIOS
(conforme Diretriz nº 24 da Portaria nº 4226)
a. circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo por
parte do Agente de Segurança Pública;
b. medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor
potencial ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser contempladas;
c. tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e pessoa
contra a qual foi disparada a arma;
d. instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a
frequência, a distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento;
e. quantidade de Agentes de Segurança Pública feridos ou mortos na ocorrência,
meio e natureza da lesão;
f. quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s)
Agente(s) de Segurança Pública;
g. número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial
ofensivo utilizados pelo(s) Agente(s) de Segurança Pública;
h. número total de feridos e/ou mortos durante a missão;
i. quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas
regiões corporais atingidas;
j. quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo
e as respectivas regiões corporais atingidas;
k. ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o
caso;
l. se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa.
Procedimentos após o disparo de arma de fogo
O Agente de Segurança Pública que disparou sua arma de fogo em serviço,
intencionalmente ou não, deverá reportar tal fato ao seu superior imediato.
Esse superior deverá adotar os procedimentos abaixo, quando esse disparo
causar lesões, morte de pessoas e danos patrimoniais, sem se descuidar das medidas de
socorro e assistenciais imediatas pertinentes:
- promover a preservação do local;
- acionar a perícia (Diretriz nº 11, letra c, da Portaria nº 4226);
- recolher as armas e munições de todos os Agentes de Segurança Pública
envolvidos (Diretriz nº 11, letra b, da Portaria nº 4226); saiba mais...7
- relatar formalmente o fato à autoridade judicial competente, conforme a
respectiva esfera de atuação (letra f do Princípio 11 dos PBUFAF);
- determinar uma imediata investigação dos fatos e das circunstâncias, por meio de
um Agente de Segurança Pública encarregado para proceder à apuração,
62
preferencialmente que não seja membro da equipe envolvida no disparo da arma (Princípio
22 e 23 dos PBUFAF);
- promover a assistência médica e psicológica, em atenção às possíveis sequelas
que os Agentes de Segurança Pública possam sofrer em consequência da intervenção, para
que superem possíveis efeitos traumáticos decorrentes do fato vivenciado no incidente;
- designar um Agente de Segurança Pública com habilidade para contatar com a
família das pessoas atingidas, inclusive com a dos Agentes de Segurança Pública, se for o
caso. Preferencialmente, tal atribuição dever recair em pessoa que não seja membro da
equipe envolvida no incidente (Princípio 05, letra d. e Princípio 23 dos PBUFAF, e Diretriz
nº 11, letra d, da Portaria nº 4226);
- atenuar a tensão da comunidade do local onde se deu o fato, mantendo contato
permanente e esclarecedor com os familiares das pessoas envolvidas e com a mídia
(transparência e profissionalismo);
- providenciar relatório logístico específico para descarga patrimonial de munições.
Sempre que o uso de força pelo Agente de Segurança Pública causar lesões,
morte de pessoas e danos patrimoniais, seu superior imediato deve determinar uma
investigação objetivando verificar se os princípios que o regem foram respeitados:
- O uso de força foi necessário?
- Os Agentes de Segurança Pública tinham outras opções de intervenção e as
consideraram?
- O nível de força utilizado foi moderado e proporcional ao nível de resistência
encontrado?
- A força foi aplicada de forma profissional?
Para responder a estas perguntas é necessário verificar cada situação de
forma específica e analisar todas as circunstâncias envolvidas no fato. Os roteiros a seguir
facilitam a investigação sobre esses tipos de intervenção do Agente de Segurança Pública.
Roteiro básico para apuração de situações de uso de força pelo Agente de Segurança
Pública.
a) O uso de força foi necessário? Qual foi a motivação da intervenção do Agente de
Segurança Pública que resultou em uso de força? O objetivo pretendido pelo Agente de
Segurança Pública tinha embasamento legal? Qual era a gravidade do delito cometido pelo
agressor? (Ver Diretriz nº 2 da Portaria nº 4226)
b) Os Agentes de Segurança Pública realizaram alguma ação, ou adotaram alguma
atitude a qual teria contribuído para provocar o uso de força? A falta de treinamento do
Agente de Segurança Pública, ou emprego de técnicas inadequadas, poderia ter sido a
causa do uso de força? (Ver Diretrizes nº 14, 15, 16 e 17 da Portaria nº 4226)
c) A ação do Agente de Segurança Pública foi influenciada, de alguma forma, por
atitudes preconceituosas relacionadas a cor, orientação sexual, religião, antecedente
criminal e condição social do agressor ou outros relacionados às minorias?
d) Era possível atingir o objetivo da intervenção usando outros meios que não o
emprego de força? Foram consideradas todas as opções? Foram tentadas outras opções
antes do uso de força? Quais? O uso de força foi a última opção utilizada?
e) Os Agentes de Segurança Pública advertiram o agressor quanto ao uso de força,
antes de empregar a técnica? Caso negativo, porque não fizeram?
f) O uso de força foi proporcional ao nível de resistência do agressor? A avaliação
de risco e a decisão quanto ao tipo de intervenção realizada pelo Agente de Segurança
Pública foram adequadas? No caso de resposta negativa, foi devido à falta de treinamento,
emprego de técnicas inadequadas ou por outras razões? Qual era o nível de força
63
necessário para cessar aquela ameaça? As lesões causadas no agressor estão compatíveis
com o nível de força empregado e o tipo de resistência oferecida?
g) Houve uso excessivo de força? Os Agentes de Segurança Pública cessaram o uso
de força no momento em que a resistência do agressor foi controlada?
h) Os Agentes de Segurança Pública prestaram socorro imediato e adequado para
os feridos? Os Agentes de Segurança Pública tiveram a preocupação de diminuir os danos
causados durante a intervenção?
(Ver Diretriz nº 10, item a, da Portaria nº 4226)
i) Os Agentes de Segurança Pública fizeram relatório pormenorizado com todas as
informações sobre o uso de força?
(Ver Diretriz nº 10, item d, da Portaria nº 4226)
j) As famílias das pessoas atingidas foram cientificadas do resultado da intervenção
do Agente de Segurança Pública?
(Ver Diretriz nº 11, item d, da Portaria nº 4226)
Roteiro básico para apuração de situações de uso de força potencialmente
letal (disparo de arma de fogo), pelo Agente de Segurança Pública.
a) Quantos e quais Agentes de Segurança Pública dispararam as suas armas?
Quantos disparos foram realizados por cada um dos Agentes de Segurança Pública?
b) Quantos e quais agressores dispararam as suas armas? Quantos disparos foram
realizados por cada um dos agressores?
c) Os Agentes de Segurança Pública dispararam a que distância do agressor? Para
onde foram direcionados os disparos efetuados pelos Agentes de Segurança Pública?
(Ver Diretriz nº 3 da Portaria nº 4226)
d) Os disparos foram realizados em defesa da própria vida ou de terceiros? Citar de
quem. O risco contra a vida era atual e iminente? Por quê?
e) Os Agentes de Segurança Pública ou terceiros estavam expostos
desnecessariamente ao risco em decorrência de técnicas ou táticas indevidas?
f) Havia outras opções de defesa da vida que não o disparo de arma de fogo?
g) Antes de disparar, os Agentes de Segurança Pública se preocuparam com a sua
própria proteção e das pessoas envolvidas?
h) Os Agentes de Segurança Pública advertiram o agressor quanto ao uso de força
potencialmente letal, antes de efetuar o disparo? Caso negativo, porque não fizeram?
i) As armas utilizadas pelos Agentes de Segurança Pública pertenciam ao patrimônio
da Organização de Segurança Pública, ou eram particulares?
Quando é verificada que a intervenção do Agente de Segurança Pública foi
necessária e justificada para a proteção da vida contra injusta agressão a ação é
considerada legítima.
Finalizando...
O Agente de Segurança Pública necessita possuir alto grau de
profissionalismo, pois, ao lidar com a proteção da vida humana, pode deparar com
situações de risco nas quais deve julgar se fará uso da força contra eventual agressor.
A graduação da força que usará depende de uma série de fatores que, em
fração de segundos, terão que ser analisados pelo Agente de Segurança, daí podendo advir
consequências indesejáveis.
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Conteúdo Complementar
ANEXO II
GLOSSÁRIO
Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas,
especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente
pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade.
Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo
armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua
integridade.
Equipamentos de proteção: Todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI)
ou coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à vida dos agentes
de segurança pública.
Força: Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do
agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e
equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à
integridade das pessoas.
Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas,
especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas,
preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas.
70
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
QUESTÃO 01
O uso da força por Agentes de Segurança Pública deverá obedecer aos princípios da:
(A) Legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
(B) Legalidade, necessidade, proporcionalidade e Legítima defesa.
(C) Legalidade, Impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
(D) Ação vigorosa, Surpresa, Simplicidade e rapidez.
QUESTÃO 02
O Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei (CCEAL) é, EXCETO:
(A) É o código adotado por intermédio da Resolução 34/169 da Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 17 de dezembro de 1979. É um instrumento internacional, com o
objetivo de orientar os Estados-membros quanto à conduta dos Agentes de Segurança
Pública.
(B) Embora o Código não seja um tratado com força legal, o Código é um documento de
orientação aos Estados que busca criar padrões para que as práticas de aplicação da lei
estejam de acordo com as disposições básicas dos direitos e das liberdades humanas.
(C) É um Código de Conduta Ética e baseia-se no exercício da atividade de Segurança
Pública nos seus aspectos éticos e legais. Consiste em oito artigos, cada um acompanhado
de comentários explicativos.
(D) É um decreto que norteia a atividade dos Encarregados da Aplicação da Lei.
QUESTÃO 03
São vários os instrumentos nacionais que regulam o Uso da Força e arma de fogo pelos
Agentes de Segurança Pública. Analise e marque a alternativa ERRADA:
(A) A Constituição da República Federativa de 1988, no art. 144, estabelece que a
“Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para
a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, por
intermédio dos vários Órgãos de Segurança Pública.
(B) O Código Penal contém justificativas ou causas de exclusão da antijuridicidade
relacionadas no artigo 23, ou seja, estado de necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.
(C) O emprego de algemas é ilícito em casos de resistência e de fundado receio de fuga
ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e
penal do Agente ou da Autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Observando-se a súmula
vinculante nº 11 do STF.
(D) O Código de Processo Penal contém em seu teor dois artigos que permitem o emprego
de força pelos Agentes de Segurança Pública no exercício profissional, são eles: Art. 284.
Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou
tentativa de fuga do preso.(...) e Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a
entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor
convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas,
se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido,
fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e logo que amanheça,
arrombará as portas e efetuará a prisão.
72
QUESTÃO 04
Em relação aos vocabulários contidos na Apostila do Uso diferenciado da Força. Analise as
alternativas abaixo:
I – Força: Intervenção coercitiva imposta a pessoa ou grupo de pessoas por parte do
Agente de Segurança Pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
II - Nível do Uso da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a
uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que possam causar
ferimentos ou mortes.
III - Uso Diferenciado da Força: Intensidade da força escolhida pelo Agente de
Segurança Pública em resposta a uma ameaça real ou potencial.
QUESTÃO 05
Em relação à Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010, analise as
alternativas e marque a INCORRETA:
(A) O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os procedimentos de abordagem
é uma prática rotineira e indiscriminada.
(B) Nenhum Agente de Segurança Pública deverá portar armas de fogo ou instrumento de
menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e, sempre que um
novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for introduzido na
instituição, deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico com vistas à
habilitação do Agente.
(C) Os Agentes de Segurança Pública deverão preencher um relatório individual todas as
vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial
ofensivo, ocasionando lesões ou mortes.
(D) Estabelece as Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública.
QUESTÃO 06
Quanto aos modelos de Uso da Força, assinale “V” para as alternativas verdadeiras e “F”
para as alternativas falsas:
( ) Um modelo de Uso da Força é um recurso visual padrão, traduzido normalmente num
gráfico, esquema ou desenho de configuração bastante simples, que vem ilustrado, ou
não, em diferentes cores, indicando aos Agentes de Segurança Pública o tipo e a
quantidade de força legal a ser utilizada contra uma pessoa que resista a uma ordem,
abordagem ou intervenção de um Agente de Segurança Pública.
( ) Em um modelo o que se vê é a aplicação diferenciada da força, com a possibilidade
da seleção adequada de opções dessa força em resposta ao nível de
acatamento/submissão do indivíduo a ser controlado, isto é, o Agente de Segurança Pública
deve perceber o grau de risco oferecido quando se depara com pessoas que deve abordar.
( ) São elementos dos modelos de Uso Diferenciado da Força: Instrumentos – Tópicos
disponíveis no currículo dos programas de treinamento. (Ex.: armas, procedimentos,
comportamento, entre outros); Táticas – É a incorporação dos instrumentos à estratégia
73
QUESTÃO 07
Modelo Canadense é aquele:
(A) Constituído por gráfico em degraus. O autor não considera a “presença do Agente”
como um nível de força, vinculando o primeiro nível com comandos verbais.
(B) É composto de círculos sobrepostos subdivididos em níveis diferentes. O círculo interno
central corresponde à situação ou ocorrência (SITUATION). As três setas formando um
círculo nos lembram o que o Agente de Segurança Pública sempre deve fazer quando se
depara com situação de risco: ASSESS (Avaliar) PLAN (Planejar) e ACT (Agir).
(C) Em forma de tabela Para. O autor, a verbalização é uma graduação de força que se
interage com outros níveis. Inicia-se no segundo nível de força e prossegue até o
penúltimo, antes de se usar a força letal. É um modelo complexo, porém bem completo
em suas opções de ação e reação.
(D) É o mais simples dos modelos estudados. Foi elaborado no formato de tabela, com
duas colunas. A primeira coluna corresponde à ação do Agente de Segurança Pública e a
segunda coluna à atitude da pessoa em atitudes suspeitas. O modelo divide os níveis de
força e atitude dos suspeitos em sete graduações diferentes. O primeiro nível é a ausência
de força e a ausência de resistência pelo suspeito.
QUESTÃO 08
De acordo com a Apostila do Curso CFC - PMMS, qual desses modelos é o mais indicado,
por apresentar facilidade de aprendizagem e riqueza de conteúdo de forma gráfica.
(A) Modelo GILIESPIE.
(B) Modelo FLETC.
(C) Modelo CANADENSE.
(D) Modelo PHOENIX.
QUESTÃO 09
O agente de segurança pública antes de fazer o uso da força em uma intervenção, deverá
se atentar aos seguintes questionamentos, EXCETO:
(A) O Uso da Força é conveniente?
(B) O emprego da força é legal?
(C) A aplicação da força é necessária?
(D) O interesse da individualidade supera o interesse coletivo?
74
QUESTÃO 10
De acordo com a Unidade 3 – Princípios do uso da força, assinale “V” para as alternativas
verdadeiras e “F” para as alternativas falsas:
( ) O agente de segurança pública que durante o seu serviço, usar arma e munições não
autorizadas pela Instituição, tais como armas sem registro, com numeração raspada,
calibre proibido, munições particulares, dentre outras, cumpre o princípio da legalidade.
( ) É considerada proporcional a ação do agente de segurança pública, com o uso de força
potencialmente letal (disparando sua arma de fogo) contra um cidadão que resiste
passivamente, com gestos e questionamentos, a uma ordem de colocar as mãos sobre a
cabeça, durante a busca pessoal. Neste caso, a verbalização e/ou controle de contato
corresponderão ao nível de força indicada (proporcional).
( ) Os meios e métodos utilizados pelo agente de segurança pública devem ser legais,
ou seja, em conformidade com as normas nacionais (leis, regulamentos, diretrizes, entre
outros) e internacionais (acordos, tratados, convenções, pactos entre outros).
Marque a alternativa CORRETA, em relação às alternativas acima:
(A) F, F, V.
(B) V, F, V.
(C) F, F, F.
(D) F, V, V.
QUESTÃO 11
Em caso de veículos que desrespeitem o bloqueio policial em via pública, o agente:
(A) Não poderá utilizar arma de fogo, independentemente da situação que venha ocorrer.
(B) Poderá utilizar somente arma com munição de elastômero.
(C) Poderá utilizar da arma de fogo, nos casos em que represente um risco imediato à vida
ou à integridade dos agentes ou de terceiros, por meio de atropelamentos ou acidentes
intencionais
(D) Poderá utilizar da arma de fogo, visando acertar os pneus, em qualquer situação.
QUESTÃO 12
São níveis de resistência da pessoa abordada, EXCETO:
(A) Resistência passiva.
(B) Participativo.
(C) Resistência ativa.
(D) Cooperativo.
QUESTÃO 13
Existem as seguintes classificações dos níveis para o Uso Diferenciado de Força, EXCETO:
(A) Nível primário.
(B) Nível secundário - Técnicas de menor potencial ofensivo.
(C) Nível terciário - Força potencialmente letal.
(D) Nível superior.
75
QUESTÃO 14
São pontos importantes sobre a verbalização, EXCETO:
(A) Atenção à linguagem.
(B) Use sua autoridade.
(C) Nível da voz.
(D) Discutir com o abordado.
QUESTÃO 15
“Os Agentes de Segurança Pública só poderão utilizar a força para a consecução de um
objetivo legal e nos estritos limites da lei”, trata-se da definição do seguinte princípio:
(A) Legitimidade.
(B) Legalidade.
(C) Conveniência.
(D) Necessidade.
QUESTÃO 16
“Determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade
não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.”, trata-se da definição
do seguinte princípio:
(A) Legitimidade.
(B) Legalidade.
(C) Conveniência.
(D) Necessidade.
QUESTÃO 17
Em relação ao princípio da conveniência, podemos afirmar:
(A) A força não poderá ser empregada quando, em função do contexto, possa ocasionar
danos de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos.
(B) Determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade
não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.
(C) Intensidade da força escolhida pelo Agente de Segurança Pública em resposta a uma
ameaça real ou potencial.
(D) Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a uma ameaça real ou
potencial visando limitar o recurso a meios que possam causar ferimentos ou mortes.
QUESTÃO 18
Em relação a Necessidade do Uso da Força, analise as assertivas a seguir e marque a
alternativa INCORRETA:
(A) Ao analisar se a aplicação da força é necessária, o Agente de Segurança Pública precisa
identificar o objetivo a ser atingido. Se a resposta adequada atende aos limites
considerados mínimos para que se torne justa e legal a ação. Caso contrário, o Agente de
Segurança Pública cometerá um abuso e poderá ser responsabilizado.
(B) Ao analisar uma ação por parte do agente de segurança pública, deve-se verificar se
todas as opções estão sendo consideradas e se existem outros meios menos danosos para
se atingir o objetivo desejado. Neste momento, verifica-se a proporcionalidade do Uso da
Força e, caso haja um meio menos danoso ao escolhido pelo agente, estará caracterizado
o abuso de poder.
76
(C) O Agente de Segurança Pública não poderá ser responsabilizado civil e criminalmente
pelo uso abusivo da força.
(D) A responsabilidade cabe tanto aos Agentes de Segurança Pública envolvidos em um
incidente particular com o Uso da Força e armas de fogo como a seus superiores. Os chefes
tem o dever de zelo, o que não retira a responsabilidade individual dos encarregados por
suas ações.
QUESTÃO 19
Em relação ao Agente de Segurança Pública e o Uso da Força, analise as assertivas:
I - O Agente de Segurança Pública pode chegar à conclusão de que as implicações
negativas do Uso da Força em uma determinada situação não são equiparadas à
importância do objetivo legítimo a ser alcançado, recomendando-se, neste caso, que os
Agentes de Segurança Pública prossigam na sua ação.
II - Ao fazer uso da força, o Agente de Segurança Pública deve ter conhecimento da lei e
estar preparado tecnicamente, por meio da formação e do treinamento, bem como ter
princípios éticos solidificados que possam nortear sua ação.
III - O Agente de Segurança Pública somente recorrerá ao uso da força quando todos os
outros meios para atingir um objetivo legítimo tenham falhado, justificando o seu uso.
Marque a alternativa CORRETA, em relação às alternativas acima:
(A) F, V, V.
(B) F, F, V.
(C) V, V, V.
(D) F, V, F.
QUESTÃO 20
Analise as assertivas sobre os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo
(PBUFAF), e assinale com “V” alternativa verdadeira e com “F” a alternativa falsa:
( ) Embora os Princípios Básicos não sejam um documento considerado como tratado,
isto é, com força legal, é um documento de orientação aos Estados, proporcionando normas
orientadoras na tarefa de assegurar e promover o papel adequado dos Agentes de
Segurança Pública. Neste curso, será tratado somente do Uso da Força nos níveis que
antecedem a letalidade.
( ) Os PBUFAF estabelecem parâmetros a serem considerados e respeitados pelos
governos no contexto da legislação e da prática nacional, e levados ao conhecimento dos
Agentes de Segurança Pública, assim como de magistrados, promotores, advogados,
membros do executivo, legislativo e do público em geral.
( ) O preâmbulo dos PBUFAF reconhece a importância e complexidade do trabalho dos
Agentes de Segurança Pública, além de destacar seu papel de vital importância na proteção
da vida, liberdade e segurança de todas as pessoas. Acrescenta que ênfase especial deve
ser dada à eminência da preservação da ordem pública e paz social, bem como da
importância das qualificações, treinamento e conduta dos encarregados da aplicação da
lei.
Marque a alternativa CORRETA:
(A) V, F, F.
(B) V, F, V.
(C) V, V, F.
(D) V, V, V.
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QUESTÃO 21
__________________ Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e
empregados com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas,
para preservar vidas e minimizar danos à sua integridade:
(A) Armas de menor potencial ofensivo:
(B) Equipamentos de menor potencial ofensivo:
(C) Instrumentos de menor potencial ofensivo:
(D) Equipamentos de proteção:
QUESTÃO 22
Preencha corretamente as lacunas de acordo com as alternativas, em referência ao
conceito de nível do uso da força.
______da força escolhida pelo agente _______ em resposta a uma ameaça _______.
Assinale a alternativa correta:
(A) Quantidade, de Segurança Pública, real ou iminente.
(B) Intensidade, agressor, real ou potencial.
(C) Capacidade, autuador de trânsito, potencial ou arriscada.
(D) Intensidade, de Segurança Pública, real ou potencial.
QUESTÃO 23
Preencha corretamente as lacunas de acordo com as alternativas, em referência ao
conceito de uso diferenciado da força:
Seleção apropriada do _________ em resposta a uma _______ visando limitar o recurso
a meios que possam causar _______.
Assinale a alternativa correta:
(A) nível de recurso bélico, ameaça real e iminente, poucos ferimentos ou mortes.
(B) nível de violência, ameaça real ou potencial, ferimentos ou mortes.
(C) nível de uso da força, ameaça iminente, mortes.
(D) nível de uso da força, ameaça real ou potencial, ferimentos ou mortes.
QUESTÃO 24
Em se tratando do Código de conduta de Conduta para Encarregados de Aplicação da Lei
(CCEAL), temos quanto sua aplicabilidade a seguinte verdade.
(A) O Código é um Tratado com força legal, sendo um documento normativo destinado
aos Estados para padronizar as práticas de aplicação da lei.
(B) Embora o Código não seja um Tratado com força legal, o código é um documento de
orientação aos Estados que busca criar padrões para que as práticas de aplicação da
lei estejam de acordo com disposições básicas dos direitos e das liberdades humanas.
(C) Embora o Código não seja um Tratado com força legal, é um documento que obriga
os Estados a criar normas quanto a aplicação da lei, de acordo com disposições básicas
dos direitos, das liberdades humanas, excetuando a liberdade de expressão.
(D) Como o Código não é um Tratado com força legal, o código é um documento de
orientação aos Estados, aos quais fica facultado criar padrões para que as práticas de
aplicação da lei estejam de acordo com disposições básicas dos direitos e das
liberdades humanas.
78
QUESTÃO 25
Quanto ao disposto no Código de Processo Penal Militar, em seu art. 234, temos que o
Emprego de Força:
(A) só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência, resistência ou
tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os
meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive
a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas
testemunhas.
(B) sempre é permitido nos caso de desobediência, resistência, tentativa de fuga ou pela
discricionariedade do agente do Estado. Se houver resistência da parte de terceiros,
poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e
auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor.
(C) é permitido sempre que houver qualquer crime contra a honra do agente do Estado,
desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de
terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do
executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto
subscrito pelo executor e por duas testemunhas.
(D) só é permitido quando há atual conduta tipificada como crime. Sendo também aplicável
a terceiros, podendo ser usados os meios necessários para defesa do executor e
auxiliares seus. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas
testemunhas.
QUESTÃO 26
Em se tratando do Código de conduta de Conduta para Encarregados de Aplicação da Lei
(CCEAL), assinale a alternativa que completa o contido no Art. 06 ”Os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da saúde das pessoas à
sua guarda e, em especial”:
(A) devem adotar as medidas necessárias para a prestação de cuidados médicos,
prestando tais cuidados quando necessário.
(B) devem prestar os cuidados médicos sempre que tal seja necessário.
(C) devem tomar medidas imediatas para assegurar a prestação de cuidados médicos
sempre que tal seja necessário.
(D) devem se abster de assegurar a prestação de cuidados médicos, bastando fazer a
segurança no local do crime.
QUESTÃO 27
Quando o Agente interrompe o Uso da Força, imediatamente após dominar o agressor, ou
seja, o agente de segurança pública soube dosar a quantidade de força aplicada, verifica-
se a:
(A) legalidade.
(B) proporcionalidade.
(C) moderação.
(D) conveniência.
79
QUESTÃO 28
Preencha corretamente as lacunas de acordo com as alternativas:
_______ou _______ arma de fogo devem ser entendidos como sinônimos, e correspondem
às ações do Agente de Segurança Pública de empunhar ou apontar sua arma na direção
de pessoa abordada, com efeito, _________.
Assinale a alternativa correta:
(A) Usar, empenhar, ostensivo.
(B) Usar, empenhar, dissuasivo.
(C) Usar, empregar, ostensivo.
(D) Usar, empregar, dissuasivo.
QUESTÃO 29
Quanto as possibilidades de uso ou emprego das armas de fogo, qual a alternativa
INCORRETA:
(A) Posição 1 – arma localizada: com a arma ainda no coldre, leva a mão até o punho,
como se estivesse pronto para sacá-la.
(B) Posição 2 – arma em guarda baixa: com a arma, já empunhada, fora do coldre,
posicionada na altura do abdome e com o cano dirigido para baixo.
(C) Posição 3 – arma em guarda alta: com a arma, já empunhada, fora do coldre,
posicionada na altura do peito, com o cano dirigido para o abordado, em condições de
acionamento do gatilho.
(D) Posição 4 – arma em pronta resposta: com a arma apontada diretamente para o
abordado.
QUESTÃO 30
Sobre o disparo de arma de fogo, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) Não disparar sua arma de fogo quando o agressor desacata, ou retruca, ou pondera a
ordem, ou ainda, quando este tenta empreender fuga.
(B) Providenciar imediato socorro médico a pessoa ferida. Procurar minimizar os efeitos
lesivos dos disparos usando a viatura policial para efetuar o transporte dos feridos.
(C) Relatar detalhadamente o fato ocorrido, registrando as providências adotadas antes e
após o uso da arma de fogo e mencionando a quantidade de disparos, as armas que
atiraram e seus detentores.
(D) Providenciar para que seja informado à família e às instituições encarregadas de tutelar
os Direitos Humanos sobre o estado de saúde da pessoa ferida e onde ela será
ocorrida.
QUESTÃO 31
Sobre o disparo com munições de menor potencial ofensivo, assinale a alternativa
INCORRETA:
(A) são disparos com equipamento apropriado ou arma de fogo, em que se utiliza munição
especial (elastômero – projétil de látex macio ou similar).
(B) Somente devem ser empregados na defesa da vida, própria ou de terceiros.
(C) suas características e finalidades permitem seu emprego em situação como a de
manutenção da ordem pública e de controle de distúrbios.
(D) os disparos efetuados com esse tipo de munição tem pouca precisão.
80
QUESTÃO 32
Quanto ao uso de algemas, é correto afirmar:
(A) só é lícito o uso de algemas nos casos precedidos da fuga do criminoso.
(B) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do Agente ou da Autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
(C) É lícito o uso de algemas em se havendo fundada suspeita de crime, respaldado o
uso do equipamento no perigo à integridade física do servidor.
(D) Sempre é lícito, desde que haja a prisão ser decorrente de flagrante delito.
QUESTÃO 33
“são realizados para obter uma vantagem tática, para dar mais segurança ao
reposicionamento da equipe de Agentes de Segurança Pública no terreno”. Assinale qual
o conceito que contempla tal descrição:
(A) Disparos de advertência.
(B) Disparos de cobertura.
(C) Disparos táticos.
(D) Disparos de progressão.
QUESTÃO 34
Segundo a disciplina USO DIFERENCIADO DA FORÇA, o significado de “EQUIPAMENTOS
DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO” é:
(A) Todos os artefatos desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar
ou incapacitar temporariamente pessoas com a finalidade de preservar vidas.
(B) Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a
finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para
preservar vidas e minimizar danos à sua integridade.
(C) Todos os artefatos, armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade
de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e
minimizar danos à sua integridade.
(D) Artefatos desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou
incapacitar permanentemente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua
integridade.
QUESTÃO 35
Diz respeito à oportunidade e à aceitação de uma ação agente de segurança pública em
um determinado contexto, ainda que estejam presentes os demais conceitos. Estamos
nos referindo ao princípio da:
(A) Legalidade.
(B) Proporcionalidade.
(C) Moderação.
(D) Conveniência.
81
QUESTÃO 36
Quanto aos princípios elencados na disciplina USO DIFERENCIADO DA FORÇA, podemos
afirmar que:
(A) Pelo que rege o princípio da LEGALIDADE, os Agentes de Segurança Pública poderão
utilizar qualquer nível de força para a consecução de um objetivo legal.
(B) Pelo que rege o princípio da CONVENIÊNCIA, a força poderá ser empregada quando,
em função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os
objetivos legais pretendidos.
(C) Pelo que rege o princípio da NECESSIDADE, determinado nível de força só pode ser
empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os
objetivos legais pretendidos.
(D) Pelo que rege o princípio da MODERAÇÃO, determinado nível de força só pode ser
empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os
objetivos legais pretendidos.
QUESTÃO 37
De acordo com as definições dadas no material de estudo, associe a primeira coluna com
a segunda:
1. Armas de menor potencial ofensivo
2. Equipamentos de menor potencial ofensivo
3. Instrumentos de menor potencial ofensivo
4. Munições de menor potencial ofensivo
( ) Conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de
preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas.
( ) Munições projetadas e empregadas, especificamente, para conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à
integridade das pessoas envolvidas.
( ) Armas projetadas e/ou empregadas, especificamente, com a finalidade de conter,
debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando
danos à sua integridade.
( ) Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a
finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para
preservar vidas e minimizar danos à sua integridade.
(A) 1, 4, 3, 2
(B) 1, 3, 4, 2
(C) 3, 4, 1, 2
(D) 2, 4, 1, 3
82
QUESTÃO 38
Quanto ao uso de algemas, é correto afirmar:
(A) só é lícito o uso de algemas nos casos precedidos da fuga do criminoso.
(B) só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia.
(C) é lícito o uso de algemas em se havendo fundada suspeita de crime, respaldado o
uso do equipamento no perigo à integridade física do servidor.
(D) sempre é lícito, desde que haja a prisão ser decorrente de flagrante delito.
QUESTÃO 39
Os chamados “disparos de advertência” não são considerados prática aceitável, por não
atenderem aos princípios elencados na Diretriz nº 2
e_____________________________. Previsto na Portaria Interministerial nº 4.226 de
31 de dezembro de 2010 no ANEXO I - DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS
DE FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA, no item nº 6:
(A) em razão da previsibilidade dos disparos.
(B) em razão da previsibilidade dos seus efeitos.
(C) em razão da imprevisibilidade de seus efeitos.
(D) em razão do desperdício da munição.
QUESTÃO 40
Considerando os termos abaixo, associe a primeira coluna de acordo com a segunda.
( ) Conjunto de princípios morais ou valores que governam a
I – Ética
conduta um indivíduo ou de membros de uma mesma profissão.
( ) intervenção coercitiva imposta a pessoa ou grupo de
II – Nível de Uso
pessoas por parte do Agente de Segurança Pública com a
da Força
finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
III – Uso ( ) intensidade da força escolhida pelo Agente de Segurança
Diferenciado da Pública em resposta a uma ameaça real ou potencial.
Força
( ) Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a
IV – Força uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios
que possam causar ferimentos ou mortes.
SUMÁRIO
ABORDAGEM SÓCIO PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA E DO CRIME ....................... 1
1. INTRODUÇÃO: ........................................................................................ 2
2. SOCIOLOGIA DO CRIME E VIOLÊNCIA: O FENÔMENO SOCIAL E SUA
MAGNITUDE ............................................................................................... 3
3. TIPOS DE VIOLÊNCIA .............................................................................. 4
3.1 CONCEITO DE VIOLÊNCIA ...................................................................... 4
3.2 CAUSAS DA VIOLÊNCIA ......................................................................... 5
3.2.1A violência urbana ......................................................................... 7
3.2.2 Violência física .............................................................................. 7
3.2.3 Violência verbal ............................................................................ 8
3.2.4 Violência psicológica ...................................................................... 8
3.2.5 Violência sexual ............................................................................ 8
3.2.6 Violência Familiar .......................................................................... 8
4. O CRIME COMO PROBLEMA SOCIAL E SUAS RAÍZES HISTÓRICAS. ................ 9
5. O CRIME COMO PROBLEMA SOCIOLÓGICO............................................... 10
6. AS DIFERENTES ABORDAGENS DO CRIME ............................................... 11
6.1. CONCEITO DE CRIMINOLOGIA ............................................................. 11
6.2. OBJETOS DA CRIMINOLOGIA ............................................................... 12
6.2.1. O Crime:................................................................................... 12
6.2.2. O criminoso: ............................................................................. 12
6.2.3. A vítima: .................................................................................. 12
6.2.4 O Controle Social: ....................................................................... 12
6.2.5. Método: .................................................................................... 12
7. A CONDIÇÃO HUMANA E SEU COMPONENTE DE AGRESSIVIDADE ............... 13
8.COMPORTAMENTOS PSICOPATOLÓGICOS ................................................. 15
9. O PAPEL DA IMPRENSA NA SEGURANÇA PÚBLICA ..................................... 15
9.1 As múltiplas facetas da violência ........................................................... 16
9.2 Quebrando preconceitos e instituindo uma nova práxis ............................ 17
9.3 Uma pesquisa reveladora ..................................................................... 17
9.4 O papel da mídia ................................................................................. 18
9.5 como tratar a questão? ........................................................................ 18
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 20
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .......................................................................... 24
2
1. INTRODUÇÃO:
A história da civilização de que me lembro, do curso secundário, era o relato das guerras
intermináveis, dos bárbaros europeus. Nada era dito sobre o Oriente, a África, as Américas, hoje,
nada é preciso acrescentar: basta ler jornais ou assistir à televisão: As piores ações humanas
receberam, através dos tempos, de seus executores, sempre e sempre, as mais excelsas, jutas,
legítimas, respeitáveis e sábias “razões” – de Estado (GAIARSA. 1993, p.9).
pertinente falarmos de violências e não de violência, como o fazia o enfoque tradicional ao tratar o
problema.
Quando o estudo da criminologia surgiu no século XIX juntamente com Escola Positiva
Italiana que teve como principais nomes Lombroso, Garófalo Ferri, sendo que esta escola generalizou
como método de investigação o empírico – indutivo, Ao pensamento criminológico seguiram várias
tendências de cunho biológico, psicológico, psiquiátrico, até chegar a sociologia, que é a forma
predominante de maior abrangência dos estudos na área de Criminologia atualmente. A medida que
esse campo de estudo foi se expandindo, outras áreas do conhecimento humano foram trazendo
contribuições, como a psicologia, psicologia social, a sociologia, a antropologia, dentre outras.
A existência do crime e da violência sempre permeou a história da humanidade, contudo,
atualmente, o seu aumento exagerado tem preocupado a todos: sociedade e governantes. Para
entendermos este fenômeno é preciso que tenhamos concepção que vivemos em sociedade complexa
e que diversos são os fatores ocasionadores da criminalidade e violência, quais que sejam: fatores
individuais, sociais, psicológicos, econômicos, coletivos, dentre outros.
Para que consigamos compreender é necessário que lancemos sobre esse fenômeno, uma
busca incessante com auxílio de diversos campos do saber, ou seja, uma visão holística, pois torna-
se quase que despiciendo falar hoje que o Direito Penal, isoladamente, não tem conseguido prevenir
e combater a criminalidade, pois, essa luta há que se travar não só por governantes, mas pela
sociedade como um todo.
O crime organizado vem sendo comparado a um câncer que se espalha pelo mundo. Através
de ações individuais ou coletivas. Onde os países de primeiro mundo, passou a estudar o
comportamento da sociologia do crime e violência ligados ao Terrorismo. Onde estudos Forense do
FBI define que Terrorismo é o uso ilegal da força ou violência contra pessoas ou propriedade para
intimidar ou coagir um governo a população civil ou qualquer outro seguimento. Com fins políticos
ou objetivos sociais. Ele pode mirar a democracia, prejudicar mercados livres e drenar o
desenvolvimento de sociedade estável. Ao fazê-lo, grupos criminosos nacionais e internacionais,
ameaça a segurança mundial. O crime organizado transnacional será questão decisiva no século XXI
para os elaboradores de política estratégia em segurança. Tão decisiva quanto a Guerra Fria foi para
o século XX, colonialismo para o século XIX. Nenhuma área de assuntos internacionais permanecerá
intocada, pois o tecido social e os sistemas político financeiro de muitos países deterioram-se, sob o
poder econômico crescente dos grupos de crime organizado internacional. O novo perigo que ronda
a humanidade é o Bioterrorismo. Médicos discutem risco de surtos de doenças epidêmicas.
O conhecimento científico a serviço da guerra legou à humanidade, entre outros, a bomba
atômica, as armas químicas e as biológicas. O uso de agentes biológicos em conflitos é tão antigo
quanto a humanidade. Mas agora micro-organismos e toxinas são colocados em bombas e
transformados em armas de destruição maciça. Pesquisas estimuladas depois da 2ª Guerra Mundial,
e principalmente depois do advento da engenharia genética, transformaram a biologia em arma tão
letal quanto a nuclear. Em princípio, qualquer agente infeccioso pode ser transformado em arma de
guerra, tais como: bactérias, fungos, toxinas e vírus que produzam danos sobre a saúde humana,
animal e das plantas e que possam ser produzidos em grande quantidade irradiando o crime e
violência. O bioterrorismo ameaça não apenas a segurança dos Estados Unidos, mas de todas as
nações. Comunidade médica internacional está informada da existência de estoques de armas
biológicas na China, Coreia do Norte, Afeganistão, Ira, Iraque, Israel, Líbia, Sérvia e Cuba, além da
Rússia e EUA. O risco é que tais armas - ou sua matéria-prima - caiam em mãos de fanáticos como
o do Movimento de Resistência Islâmica Hamas motivando crime e violência
4
3. TIPOS DE VIOLÊNCIA
Para que a sociedade possa alcançar a almejada coexistência pacifica entre seus membros,
é imprescindível que expurgue de seu seio os elementos que são obstáculos a esse objetivo. Dentre
estes elementos, o mais evidente e danoso é a violência, que, via de regra, atinge a todos suas
vítimas, cidadão e sociedade que se sentem inseguros diante de sua escalada vertiginosa e seus
agentes, pois, o clamor social por segurança, ainda que seja um paliativo para conter os efeitos da
problemática, acaba por exasperar as penas, muitas vezes contrariando o ordenamento jurídico
social ao mesmo tempo em que traz uma falsa aparência de segurança.
[...] podemos dizer que a violência é um elemento estrutural, intrínseco ao fato social e não o
resto anacrônico de uma ordem bárbara em vias de extinção. Esse fenômeno aparece em todas
as sociedades; faz parte, portanto, de qualquer civilização ou grupo humano [01]
E esta é uma verdade latente em nossa sociedade, para perceber isso, basta atentar para a
questão da violência no mundo atual, tanto nas grandes cidades como também nos recantos mais
isolados.
O termo violência é originário do latim "violentia", que significa "veemência",
"impetuosidade", e provém da raiz latina vis, "força [02]".
Plácido e Silva em seu conhecido vocabulário jurídico a descreve como violência resultado
"da ação, ou da força irresistível, praticadas na intenção de um objetivo, que não se teria sem ela".
Visualizada na forma jurídica, a violência é espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto
em prática para vencer a capacidade de resistência de outrem, ou para demovê-la à execução de
ato, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. É, ato de força exercido contra as coisas,
na intenção de violentá-las, devassá-las, ou delas se apossar. A violência, pois, é ação de violentar.
E pode ser assim pregada na forma violentação [03].
A examinar este termo, observa-se que são diversos os discursos construídos em torno de
suas múltiplas facetas, dando lugar às variadas tipologias em concordância com as mudanças
espaciais e temporais.
Por outro lado, na prática, o fenômeno da violência ultrapassa múltiplos campos
interdisciplinares e áreas de investigação, razão pela qual os estudos tendem a ser fragmentados e
apolíticos, o que impede o desenvolvimento de uma teoria geral da violência. Observa-se porém que
a palavra violência é empregada para referir-se a um conjunto de fatos e situações heterogêneas
que parecem não ter nenhuma conexão entre si, enquanto persiste a pouca preocupação em se
apontar seus postulados básicos.
O historiador francês Chesnais aponta como o termo violência acabou por designar qualquer
coisa, "desde a troca agressiva de palavras ao homicídio doloso, passando pelo cheque sem fundos
[04]". É um termo vago, aberto a todos os abusos linguísticos que pouco a pouco se despojou de seu
O uso intencional da força física ou do poder, real ou potencial, contra si próprio, outras pessoas
ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar
uma lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação [05].
tendência de se formular tantas definições de violência como suas possíveis manifestações, com a
qual tudo é produto da violência, ninguém tem culpa e todos a tem.
Trata-se, portanto, de um termo que é utilizado para significar uma grande variedade de
situações. A violência pode se classificar segundo a pessoa que a sofre: mulheres, crianças, anciãos,
etc.; segundo a natureza da agressão: física, psicológica, sexual, etc.; segundo o motivo: político,
racial, etc.; segundo o lugar: em casa, trabalho, trânsito, etc.
Por outro lado, as violências que se desenvolvem nas cidades possuem atores, formas e
motivos variados. Cada uma emerge de cenários sociais particulares (a família, a escola, o bairro,
etc.). Assim, pode-se falar de violências de distinta ordem, tais como as violências políticas
(guerrilha, greve, etc.); as violências econômicas (derivadas do mercado ilegal de armas e drogas,
etc.); as violências intrafamiliares (no núcleo familiar por relações assimétricas); e as violências
comuns (que deteriora a cidadania, mas que se caracterizam por serem difusas e por provirem de
múltiplas causas). Todas estas violências podem existir de forma inter-relacionada, o que complicaria
sua compreensão.
Assim como é tarefa espinhosa, para não dizer impossível, uma conceituação restrita da
"violência" dada a amplitude que o termo abarca, não menos difícil é apontar suas causas. Todavia,
resta claro que ela não possui uma causa única.
Com efeito, para alguns as causas mais gerais da violência estão relacionadas à nossa
organização econômica, que promove uma distribuição de renda injusta e emudece diante dos efeitos
preocupantes da globalização nas relações de trabalho e emprego.
Nesse sentido, a violência esparsa e cotidiana de uma sociedade que exclui o usufruto de
bens e de direitos grande parte de sua população torna-se atualmente insuportável. "Seu lado mais
visível – a violência da criminalidade – afeta diretamente nossa vida cotidiana, constrange-nos,
coloca em questão se o que temos é direito ou privilégio", conforme acentua André Buoro [06] vivemos
numa sociedade marcada pela exclusão (grande parte são colocadas à margem da sociedade), isso
não é um problema apenas daqueles que, por "azar", tenham nascido do lado de lá da linha de
exclusão.
No entanto, afirma Alba Zaluar [07] que este posicionamento não é assente, e ao contrário do
que é corrente se pensar, a evolução da pobreza, nas últimas décadas não sustenta a tese que
explica o aumento da criminalidade tão somente em decorrência da miséria Segundo essa autora, o
percentual de pobres que optam pela carreira criminosa é baixo: menos de 1% em relação ao total
da população de um bairro pesquisado: 380 pessoas pertencentes às quadrilhas de traficantes e
aproximadamente 1200 pessoas envolvidas com roubos e furtos, de uma população calculada em
120 mil pessoas [08].
Diz ainda Alba Zaluar que:
As taxas estupendas de mortes violentas foram observadas nos estados mais produtivos e
mais ricos do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Goiás, Tocantins e o Distrito Federal. Os últimos colocados foram os mais pobres e
de povoamento mais antigo, justamente aqueles que levavam a fama por estarem na região do país
onde tradicionalmente os conflitos interpessoais se resolveriam à moda sertaneja e senhorial da
violência costumeira. São eles os estados do Maranhão, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte [09].
Conforme a mesma autora, na cidade de São Paulo, estudos apontam que as mudanças
populacionais no espaço físico da cidade afetaram a construção do medo nos moradores dos bairros
pobres e remediados. As pessoas falam não só dos criminosos que transgridam a lei, mas também
que "a justiça não funciona, a polícia falha e desrespeita a lei". Nos bairros de classe média, os
moradores culpam os nordestinos que passaram a morar no mesmo bairro pela situação insuportável
e exigem políticos duros – "de pulso forte" – para restabelecer a ordem [10].
Os efeitos mais evidentes dessa postura não foram as modificações do visual das residências
com muros atos, grades, fechaduras, alarmes e cadeados, mas o descrédito no trato com estranhos
e a descrença na participação democrática. A idealização da comunidade de semelhantes encolheu
os horizontes sociais, restringindo o mundo significativo e de confiança.
6
Abordaremos, nesta ocasião a Violência Urbana, que por ventura necessite a intervenção da
Polícia Militar.
Um tipo de violência que é muito comum atualmente é a violência urbana que se dá por
designar o fenômeno social de comportamento deliberadamente transgressor e agressivo que ocorre
em decorrência de um convívio urbano.
A violência urbana é determinada pelos valores sociais, culturais, econômicos, políticos e
morais de uma sociedade, sendo assim ela é incorporada e copiada de alguns países de maior
influência em toda a esfera internacional.
Uma das manifestações mais extremas de violência urbana acontece em sociedades nas
quais possui uma grande tradição cultural de violência e acentuadas divisões étnicas, sociais e
econômicas que acabam gerando conflito entre a sociedade já que assuntos como este são discutidos
em todo o mundo. E uma das causas do crescimento da violência urbana no Brasil é a aceitação
social da ruptura em constantes normas jurídicas no que diz respeito à noção de cidadania.
Entretanto, a sociedade admite passivamente tanto a violência dos agentes dos estados contra as
pessoas mais pobres quanto o descompromisso do indivíduo com as regras.
Todos devem ser mais civilizados e tentar resolver as coisas da melhor maneira possível sem
ter que ficar colocando a violência em tudo que fizer, não importa se ela é verbal, física ou moral a
melhor maneira de se resolver os problemas é na conversa para que os fatos possam ser
esclarecidos.
Conheça os tipos de violências mais frequentes:
A violência física é caracterizada com o uso da força com o objetivo de ferir outra pessoas,
que pode deixar ou não marcas expostas. Exemplos da violência física são: socos, tapas, agressões
com diversos objetos, queimaduras ou semelhantes. A violência pode ser agravada quando o
agressor está sob efeito de álcool ou outra substância prejudicial.
8
A violência verbal é uma das mais cometidas no mundo todo, caracterizada quando o
indivíduo visa oportunar e incomodar outras pessoas através das ofensas morais (insultos),
depreciações, questionamentos infindáveis. Muitos confundem a violência verbal com a psicológica.
A violência psicológica também é conhecida como agressão emocional que pode ser tão
prejudicial ou até mais do que a física. Semelhante ao bullying, quando a vítima sofre com a rejeição,
discriminação, desrespeito, depreciação, humilhação ou punições exageradas. É uma violência que
não deixa marcas visíveis, mas que causa um grande transtorno emocional, que se não for tratado
pode durar toda a vida.
A violência sexual é uma das mais graves, que acontece quando o agressor abusa do poder
que tem sobre a vítima sexualmente, ou seja, sem o seu consentimento. Muitas vezes a violência
sexual ainda é acompanhada a violência física e psicológica Nesses casos a vítima precisa fazer
diversos tratamentos.
Quando se fala de violência, alguns, por falta de entendimento, acreditam que a agressão só
se caracteriza através da violência física contra a mulher, quando na verdade, existem vários outros
tipos de violência, entre elas pode-se citar:
- Violência Sexual;
Das formas citadas neste trabalho a mais comum de violência contra a mulher é a violência
no lar ou na família. As investigações demonstram sistematicamente que uma mulher tem maior
probabilidade de ser agredida, violada ou assassinada por seu companheiro atual ou anterior do que
por outra pessoa.
O homem acaba batendo com socos ou a ponta pés, mordendo, estrangulando a suas esposas
ou parceiras, causando queimaduras com cigarros, com ácidos pelo seu corpo ou com objetos
pontiagudos, utilizando-se até mesmo de armas letais para lhes ceifar a vida.
Saffioti (2004, p. 9), enfatiza que: “Com efeito, um marido que espanca sua mulher, em
geral, é poupado em vários dos ambientes por ele frequentados, em virtude de este fato não ser de
conhecimento público”.
A natureza da violência contra a mulher no âmbito familiar tem propiciado comparações com
o crime de tortura. As agressões são despendias a causar lesões à saúde psicológica da mulher e de
igual modo em seu corpo e costumam ir acompanhadas de humilhações verbais, dentre outras.
Comparada ao crime de tortura, em face da não reação por parte da mulher. Finalmente, as
agressões podem suceder-se semana após semana, durante meses e até anos.
Nesse sentido, no dia 29 de Agosto de 2013, o Plenário do Senado aprovou, por meio de
votação simbólica, quatro projetos de lei que ampliam os direitos das mulheres em situações de
vulnerabilidade por agressões. Um dos textos inclui na Lei de Tortura o crime de violência doméstica.
Todas as propostas seguiram para análise da Câmara.
9
As propostas fazem parte das iniciativas tomadas pela Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher. O principal projeto resultante da CPI, que inclui no
Código Penal o crime de feminicídio (quando a agressão contra a mulher por motivo de gênero resulta
em morte), deverá ser analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado antes
de seguir para o plenário.
O relatório final da CPMI resultou em 13 projetos de lei, dos quais sete foram encaminhados
para apreciação do Senado e outros seis seguiram para a Câmara. O projeto que trata da mudança
na Lei de Tortura, inclui nesse tipo de crime os casos de pessoas em situação de violência doméstica
ou familiar, com emprego de violência ou grave ameaça. A proposta também abrange prática que
gere sofrimento físico ou mental como forma de exercício do domínio.
A gênese da violência no âmbito familiar dá-se principalmente por falta de respeito entre os
integrantes desta, pelo machismo exacerbado, pela incredulidade das mulheres, infidelidade ou
ciúmes e/ou pela impotência de ambos.
Pode estar apresente em qualquer família, de qualquer classe social, uma forma de preveni-
la é alertando toda a comunidade que é necessária ter o respeito, o diálogo, que todos somos iguais
e que apesar de todos os nossos problemas, ainda assim, somos pessoas, e que a nossa família é a
única que sempre nos apoia e nos ajuda em todas as situações, por isso há que se respeitar e
proteger, ainda que sejamos os menores desta, todos temos o nosso valor.
O Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, publicou um
Glossário para delinear conceitos para as expressões mais comumente utilizadas, referentes ao tema
da violência. Tal documento distinguiu violência contra a mulher de violência doméstica (ou violência
intrafamiliar):
“Violência contra mulher – é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado, motivado apenas
pela sua condição de mulher”. “Violência intrafamiliar/violência doméstica – é a violência
perpetrada no lar ou na unidade doméstica, geralmente por um membro da família que viva com
a vítima, podendo esta ser homem ou mulher, criança, adolescente ou adulto (a).” (Nações
Unidas/MJ/SNDH. Glossário Uma vida sem violência é um direito nosso”, p.1).
Dadá Maravilha, o Dario do futebol, pode ser outro exemplo. "Pobre, negro, com inúmeras
dificuldades, foi da Seleção Brasileira e se tornou personalidade internacional", afirmou Adauto, juiz
aposentado, que exerceu a profissão de 1963 a 1985.
Para ele, a Justiça precisa fazer sua parte não no sentido de aumentar punições, instaurar
pena de morte ou promover mudanças que assegurem punições degradantes para um ser humano.
"A Justiça precisa garantir que a promotoria e a defensoria sejam exercidas para todos e que àqueles
que não possuem recursos para constituir um advogado, seja garantido o advogado de defesa, e que
as penas sejam aplicadas de forma justa e cumpridas? um engano outorgar ao Judiciário a solução
global do crime e da violência."
Segundo Adauto, que também é da Associação de Juízes para a Democracia, a sociedade
precisa fazer uma revisão em sua ética: "tradicionalmente, vivemos em uma cultura que busca
apenas a punição para os crimes, mas não a prevenção deles. A prevenção começa dentro de cada
casa, quando um pai deixa de jogar lixo pela janela ou uma mãe consegue não ir à escola brigar com
a professora que recriminou seu filho por alguma conduta inadequada. Começa quando se percebe
o absurdo de se ter o estacionamento de um shopping colado aos barracos de pessoas de uma favela
vizinha, que não podem nem comprar um doce naquele shopping. Começa quando se cuida das
crianças que estão na rua, sem colocá-las em lugares onde irão apanhar ou conviver com menores
infratores das mais variadas idades. Começa quando se entende por que as pessoas se organizam e
tentam ocupar espaços que lhe foram negados. E também quando a gente se pergunta: o que vamos
ganhar colocando um bandido numa cela incomunicável, sem banho de sol, sem nenhuma dignidade?
Mais um louco, em questão de semanas??
Delitos como a corrupção, entre outros, precisam ser investigados e combatidos de forma
efetiva para que se possa dar conta do real envolvimento tanto de pessoas do Judiciário quanto do
Executivo ou Legislativo, com relação ao crime organizado e tentar entender por que ocorrem tantos
crimes com profissionais destes poderes.
"Isto é importante e não se tentar tornar o advogado responsável por descobrir a origem do
dinheiro com que é pago por suas causas. Ora, não cabe ao advogado, médico, dentista ou outro
tipo de profissional fiscalizar de onde provem o recurso de seu cliente, cabe a outros. Por outro lado
é preciso que se pense que nunca se soube de condenados que tivessem se vingado de juízes, a não
ser por maus tratos, que se reflita a respeito e se passe a buscar a verdade sobre todas estas
ocorrências", conclui.
Conforme preceitua Hassemer (2005, p. 67), “há tempos encontram-se sinais favoráveis em
relação às teorias, cuja origem e desenvolvimento da conduta criminosa localizam-se em um setor
intermediário entre os fatores individuais e os sociais”.
Segundo este mesmo autor
De acordo com o ponto de vista das teorias da socialização, a conduta criminosa é aprendida,
é conduta socializada. A família, a escola, a vizinhança, os grupos de amigos, o ambiente profissional
– as instâncias que realizam, portanto, o processo de socialização do indivíduo, sua prática no padrão
de conduta social, sua mentalidade e as normas – são as instituições, cujos defeitos prematuros
podem colocar o germe do desvio delitivo. (HASSEMER, 2005, p. 67).
As teorias da socialização buscam as fixações históricas na pessoa do próprio desviante, e
estabelecem conexões com grupos sociais ou até mesmo com a sociedade em seu conjunto, a partir
dos quais podem ser explicados os defeitos de socialização.
Sutherland (apud Hassemer, 2005, p. 70), diz que “as chances de se tornar criminoso
dependem da espécie, intensidade e duração, em dado momento, de diversos contatos do indivíduo
com outros”.
Em suma, segundo o pensamento de Hassemer (2005), a teoria criminológica da
aprendizagem pode ser compreendida como sendo uma conduta criminosa aprendida em interação
com outras pessoas em um processo de comunicação, principalmente nos grupos pessoais íntimos.
Ferri (apud García-Pablos, 2002) acreditava que o delito não era produto exclusivo de
nenhuma patologia individual, para ele o delito era resultado da contribuição de diversos fatores:
individuais, físicos e sociais.
Na tese de Ferri, conforme explica García-Pablos (2002, p. 196), “o delito é um fenômeno
social, com uma dinâmica própria e etiologia específica, na qual predominam os fatores sociais” (grifo
do autor). A pena, por si só, seria ineficaz, precisa vir antecedida ou acompanhada das adequadas
reformas econômicas, sociais, entre outras.
Direito Penal – Abordagem legal e normativa: crime é toda conduta prevista na lei penal
e somente aquela a que a lei penal impõe sanção.
6.2.1. O Crime:
Persistência espaço–temporal;
6.2.2. O criminoso:
É o homem real do nosso tempo, que se submete às leis ou pode não cumpri-las por
razões que nem sempre são compreendidas por outras pessoas.
6.2.3. A vítima:
Variáveis que intervêm nos processos de vitimização – cor, raça, sexo, condição social;
Situação da vítima em face do autor do delito, bem como do sistema legal e de seus
agentes.
6.2.5. Método:
O homem começa sua caminhada rumo à civilização atento ao mais mínimo ruído vindo da
floresta; o menor som poderia significar um perigo de morte ou apenas o almoço que se mexia
sorrateiramente entre os arbustos. Para sobreviver, este homem primitivo aguçou seus sentidos para
vencer os desafios da natureza e todos os dias "saía para matar um leão", lutava para abater sua
presa a fim de que o grupo pudesse se alimentar. A vida era sistematicamente colocada em jogo, o
instante seguinte poderia representar a morte e qualquer atitude demandava um alto grau de
agressividade. Viver era extremamente perigoso.
Os anos se passaram e o homem agora já não necessitava pescar, caçar para sobreviver, os
supermercados modernos substituíram a selva repleta de perigos por corredores impecavelmente
limpos e abarrotados de enlatados, comida congelada e filezinhos de frango, boi e mussarela de
búfalo. Tudo isto hermeticamente fechado, devidamente empacotado, sem os terrores da selva....
Sem riscos.
Assim, o singular movimento do homem no sentido de apreender, abater para, de forma
absolutamente categórica, sobreviver, já não se fazia necessário, ficou camuflado nas "facilidades"
da civilização. No entanto, e para enganos de muitos, o homem continua utilizando sua agressividade
para se manter vivo, só que agora, de forma elaboradamente sutil.
O próprio ato de comer, mastigar, demanda energia e um certo grau de agressividade. O ato
sexual, descontadas as preliminares românticas, é essencialmente agressivo, sem falar no ato de
parir. As necessidades básicas do ser humano continuam as mesmas e se desenrolam em graus
maiores ou menores, mas sempre primitivamente agressivos.
Num certo sentido, para que haja transformação, mudança, e algo novo seja criado ou
recriado, energia, movimento, impulso e agressividade são requeridos. Esta "agressão no mundo"
modifica o ambiente, transforma alimento em energia para o corpo e contrações vigorosas em um
filho que vem à luz. Ações corriqueiras como dirigir um veículo numa avenida movimentada é algo
14
extremamente agressivo, exige uma mudança de postura, reclama atenção do motorista, acende o
alerta dos sentidos, exige do condutor e pedestres a prudência de um animal que passa por uma
trilha perigosa.
Para um tímido, falar em público é um ato esplendidamente doloroso, que requer uma boa
dose de coragem, ousadia e, obviamente, uma atitude agressiva diante do mundo. Não há ganhos
sem esforço. A intrepidez que é pedida para que o tímido flua a contento implica em energia. Para
que sua voz rasgue as paredes de sua garganta e adquira sonoridade, ele se dispõe a um esforço
que o remete a desafiar antigos medos infantis. Todo desafio, aprendizado e superação de limites,
obriga uma nova atitude diante do mundo, uma nova postura que implica ousadia e determinação.
Enfim, uma postura que não se conforma no mundo mas se orienta no sentido de transformá-lo a
partir de uma renovação dos padrões mentais.
A confusão que o senso comum faz em torno da agressividade é perfeitamente justificada
porque suas fronteiras são tênues e se caracterizam por uma alta flexibilidade. Dependendo da
orientação, sentido e de como se manifesta ela pode vir a ser pura violência. A agressividade genuína,
canalizada para o alvo correto promove vida, renovação e crescimento, é fruto pacífico que produz
alegria e satisfação pessoal. Como numa luta de judô, onde os oponentes se respeitam, os golpes e
movimentos coordenados trabalham os músculos do corpo, proporcionando saúde física com um
inevitável alívio de tensões, o que, ao final, redunda em um encontro esportivo para os
companheiros. O boxe é um perfeito exemplo de mobilidade desta fronteira, quando o salto e a
leveza do atleta que dança no ringue podem rapidamente converter-se em violência no pedaço de
orelha que sangra entre os dentes.
Este último caso nos remete a uma briga de rua cujo endereço é a inimizade, mágoa e
ressentimento, que podem descambar até em morte física quando a agressividade degringolou em
violência; A diferença entre a agressividade genuína que se processa finalmente em vida e a mera
violência ocorre quando este desdobramento redunda em morte, dor e ressentimento o que por sua
vez, é acompanhado em todo o processo de uma malignidade a toda prova, ou seja, a destruição
que gera destruição, a morte que gera morte.
Para entender este processo, tomemos a criança como sujeito da ação. Em um primeiro
momento, podemos encontrar uma família cuja dinâmica familiar se articula em torno de muitas
proibições, castigos, mas em meio a um ambiente rico de carinho e afeição. Este é um ambiente
propício ao desenvolvimento de crianças com um alto nível de dependência dos pais ou responsáveis.
A agressividade é reprimida e a criança se torna dependente, pouco criativa, mas obediente. É
precisamente esta obediência cega decorrente da punição aleatória que camufla o mal que tal
dinâmica familiar engendra.
Os pais costumam ficar muito felizes quando percebem seus filhos extremamente obedientes
e dependentes emocionais seus mas, a rigor, os prejuízos futuros são imensos dada à dependência
emocional e à ausência de uma feliz vida criativa, sem falar na inexistência de senso crítico o que os
torna alvos fáceis para autoritários, ditadores ou sujeitos de caráter questionáveis.
Em outra perspectiva, encontramos um ambiente cujas bases são a punição com o agravante
de ausência total de afeto, ou seja, um ambiente que se caracteriza pela hostilidade. Neste caso, os
pais reprimem sistematicamente a agressividade do filho com mecanismos rígidos de controle
regulados pela disciplina e castigo, seguidos de humilhações e bombardeios ferinos na autoestima.
O resultado será insegurança, timidez, introspecção e toda a carga hostil do ambiente a criança
canaliza para o seu próprio corpo. A agressividade genuína que deveria orientá-la no seu
relacionamento com o mundo degenera numa implosão emocional cujos efeitos devastadores
repercutem na vida adulta.
Estes relacionamentos marcados por muitas imposições e pouca ou nenhuma afetividade se
manifestam em crianças com tendência ao "auto suplício", crianças que se distraem arrancando fios
de seu próprio cabelo e, mais tarde, da barba; friccionando a casquinha dos machucados até sangrar
e, depois, das espinhas; são crianças que se distraem supliciando seu próprio corpo.
Para que as crianças apresentem uma agressividade genuína e socialmente aceita, é
necessário que os pais sejam permissivos com seus filhos, aceitando-os e compreendendo-os de
forma incondicional, de modo que a independência e a criatividade sejam traços marcantes no
comportamento da criança. Mas, todos estes aspectos seriam irrelevantes se, por outro lado, não for
privilegiado nesta relação a imposição de limites claros, num exercício contínuo de respeito ao
próximo e à natureza.
15
8.COMPORTAMENTOS PSICOPATOLÓGICOS
A psicopatologia é o estudo das causas e da natureza das doenças mentais. Pode ser
desenvolvida segundo diferentes perspectivas ou modelos, como o biomédico, o psicodinâmico, o
sociobiológico e o comportamental, entre outros.
De acordo com o modelo psicodinâmico, por exemplo, os processos psicológicos são a
principal causa dos problemas mentais e psicossomáticos.
A perspectiva biomédica trata dos transtornos mentais como de qualquer outra doença a
partir do momento em que considera que as alterações psicopatológicas resultam de anormalidades
biológicas subjacentes (genéticas, bioquímicas ou neurológicas). Neste caso, o tratamento deve
focar-se na correção dessas anormalidades orgânicas.
Neste sentido, um comportamento anormal é uma doença produzida pelo funcionamento
patológico de alguma parte do organismo. Prende-se com alterações do cérebro, as quais podem ser
anatómicas (o tamanho ou a forma de certas regiões cerebrais fora dos padrões considerados
normais) ou bioquímicas (quando os elementos bioquímicos que contribuem para o funcionamento
neuronal vêm a sua função alterada).
A psicopatologia considera que os transtornos mentais orgânicos são aqueles que têm causas
físicas evidentes, como acontece com a doença de Alzheimer, ao passo que os transtornos mentais
funcionais são os padrões comportamentais anormais sem claros indícios de alterações orgânicas
cerebrais.
Por fim, convém salientar que o modelo comportamental da psicopatologia não estabelece
diferenças entre os comportamentos patológicos e os comportamentais normais pelo facto de ambos
serem o resultado da aprendizagem com base no meio, daí se atribuir mais importância às influências
ambientais do que às biológicas ou genéticas. O tratamento neste modelo consiste na alteração do
comportamento, seja de forma manifesta como inferida
Por outro lado, cresce o coro dos que pleiteiam a adoção de políticas de segurança pública eficientes,
que levem em conta os problemas específicos de cada realidade e, não menos importante, a
necessidade de reformas profundas no sistema de justiça criminal.
Porém, todos os que lidam com o fenômeno da violência devem compreender sua
complexidade e a dificuldade no domínio de todas as suas variáveis. Um outro problema é a
confiabilidade dos dados produzidos sobre crimes. É difícil construir indicadores estatísticos
representativos e confiáveis. Daí se pode entender porque pesquisadores e operadores da segurança
pública têm chamado atenção para a necessidade de produzir estatísticas confiáveis e garantir a
transparência na divulgação dos dados sobre a violência.
Ademais, a representação da violência pela mídia altera a percepção que temos do fenômeno,
pois a cobertura nem sempre é representativa do universo de crimes e sim dos eventos
extraordinários e muitas vezes pontuais.
Neste contexto, a mídia pode se tornar uma das mais contundentes formas de se propagar
e, em até certo ponto, exaltar a violência.
confessáveis, das empresas de comunicação, dentre outros. Ademais, não podemos esquecer da
rotina massacrante das redações, que não permite o aperfeiçoamento e o aprendizado contínuo por
parte dos profissionais da comunicação.
Existe uma tradição muito arraigada dentro das redações de que a cobertura dos temas
envolvendo a violência e a criminalidade é cobertura "de polícia". Com o processo crescente de
aprofundamento das discussões sobre os problemas da segurança pública, esse tipo de postura
precisa ser revisto. Nessa empreitada todos os atores envolvidos na temática (jornalistas, operadores
da segurança pública e pesquisadores) devem se despir das "verdades absolutas" que os circundam,
caminhando na direção de uma nova relação entre as partes, baseada principalmente no direito de
todos a uma informação qualificada, transparente e ética sobre assuntos que envolvem os fenômenos
da violência e da criminalidade.
O jornalismo policial, ainda, é uma área "marginal" nos veículos de comunicação. E os
profissionais que cobrem essa área formam uma espécie de casta, vista com ressalvas. Existe a
presunção de que é uma área pouco nobre (a classe valoriza mais os assuntos ligados à política e à
economia). Muitos dos que fazem cobertura "de polícia" são repórteres novatos ou os mais antigos,
que não se adaptaram à modernização dos processos de comunicação.
As editorias de polícia continuam sendo, com raríssimas exceções, os berçários e os
cemitérios das redações. É preciso que os donos e os operadores da mídia compreendam, de vez,
que se foi o tempo em que os crimes eram "assuntos de polícia". São fatos que se encaixam na
esfera da segurança pública, portanto, influenciam a qualidade de vida dos cidadãos e, como tal,
merecem tratamento qualificado e tão nobre quanto aos outros assuntos.
A forma e conteúdo de exposição dos vários tipos de violência pela mídia devem ser
questionados. Obviamente, não estamos tratando aqui de qualquer tipo de censura; ao contrário,
defendemos uma interlocução cada vez mais consistente entre os profissionais da comunicação,
pesquisadores do tema e operadores da segurança pública.
Porém, somos cônscios de alguns exageros. Por exemplo: uma pesquisa da Unesco sobre a
exposição da violência na mídia e suas repercussões na vida das crianças apontou que a função da
mídia na percepção e prática da agressão é apresentada em um contexto compensatório. [Unesco,
2002. A amostra do estudo foi formada por um núcleo original de 23 países em todo o mundo, nos
quais, em função do tamanho de cada um, foram pesquisados entre 150 e 600 crianças de 12 anos
(de ambos os sexos) que frequentam escola.]
Dependendo dos traços de personalidade e das experiências cotidianas das crianças, a
violência na mídia satisfaz diferentes necessidades: "compensa" frustrações e carências em meio a
ambientes problemáticos, ao mesmo tempo em que oferece "emoção" aos infantes que vivem em
áreas menos problemáticas. Apesar das inúmeras diferenças culturais, os padrões básicos das
implicações ligadas à violência na mídia são semelhantes em todas as partes do mundo. Os filmes,
individualmente, não se constituem o problema, mas a extensão e a onipresença da violência na
mídia contribuem para o desenvolvimento de uma cultura global agressiva. As "características de
recompensa" da agressividade são mais sistematicamente incentivadas do que as formas não
agressivas de lidar com a própria vida, fazendo prevalecer, dessa forma, o risco da violência na
mídia.
Em combinação com a violência da vida real, vivenciada por muitas crianças, é alta a
probabilidade de que orientações direcionadas para a agressividade sejam mais intensamente
promovidas do que aquelas que incentivam comportamentos pacíficos.
Também em áreas onde o nível de agressividade é baixo, o conteúdo de violência da mídia
é apresentado em um contexto compensatório. Embora as crianças lidem com esse conteúdo de
formas diversas em diferentes culturas, o traço transcultural comum do problema encontra-se no
fato de que a agressão é interpretada como uma boa forma de solucionar os problemas em várias
situações.
Assim, a onipresença da violência na mídia estimula muito mais as ações violentas para a
resolução de simples conflitos cotidianos do que atos pacíficos e de respeito aos outros e a si mesmo.
A mídia deveria ser o espelho fiel das contradições e conflitos existentes na sociedade.
Evidente, portanto, que na sua pauta apareça a questão da segurança pública como uma das
principais demandas de discussão da sociedade brasileira na atualidade.
19
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21
1.1.1 NOTAS
2009.
33. CARALO, Paulo de Tarso. Campanha Internacional contra a violência no campo:
instrumento de luta pela reforma agrária e contra a violação dos direitos humanos. Disponível
em:<http://www.contag.org.br/imagens/docs/CampanhaInternacionalContraViolen cia-
Artigo.pdf> Acesso em: 28 out. 2009.
34. DELMANTO JUNIOR, Roberto. O movimento dos trabalhadores rurais sem terra em
face do direito penal. Disponível em:
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35. PEREIRA DA ROCHA, Florêncio Pereira. Como Melhorar a atuação dos Agentes de
Segurança Publica no Município de Lagoa do Piauí. Disponível em:
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36. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica:
reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
37. GUIMARÃES, Eloísa. Escola, Galeras e Narcotráfico. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998, p. 15.
38. DOWDNEY, Lucke. O aumento do emprego de crianças e adolescentes no tráfico de
drogas. In: Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São
Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 97.
39. TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. A agonia da vida: mortes violentas entre a
juventude do país do futuro. In: Homicídios no Brasil, Organizadores:
Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz e Eduardo Cerqueira Batitucci. Rio de Janeiro: FGV, 2007,
p. 13.
40. TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. A agonia da vida: mortes violentas entre a
juventude do país do futuro. In: Homicídios no Brasil, Organizadores:
Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz e Eduardo Cerqueira Batitucci. Rio de Janeiro: FGV, 2007,
p. 13.
41. ZIMERMAN, David. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. Porto Alegre:
Artmed, 1999, p. 95.
42. Ibid.
24
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
QUESTÃO 01
“O uso intencional da força física ou do poder, real ou potencial, contra si próprio, outras pessoas
ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar
uma lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação.” Segundo a
Organização Mundial da Saúde e a matéria vista em sala de aula, o texto acima é a definição de
que conceito?
(A) Conceito de Crime.
(B) Conceito de Criminalidade.
(C) Conceito de Violência.
(D) Conceito da mídia.
QUESTÃO 02
Relacione a 1ª Coluna com a 2ª Coluna e responda qual a alternativa correta:
( ) Há conflitos violentos entre nações e grupos, terrorismo de Estado ou
1. Violência Interpessoal.
Grupos.
( ) Pode ser físico ou psicológico, ocorre tanto no espaço público como no
2. Violência Coletiva.
privado, as vítimas podem ser as crianças, jovens, adultos ou idosos.
( ) Cometida nas cidades, seja em razão da prática de crimes eventuais, seja
3. Violência Urbana. pelo crime organizado, portanto a violência seria resultante de um
desequilíbrio entre fortes e fracos.
QUESTÃO 03
São classificadas como modalidades de violência, EXCETO:
(A) violência Interpessoal.
(B) violência Coletiva.
(C) violência Urbana.
(D) violência Sexual.
QUESTÃO 04
A violência classifica-se em três modalidades, assinale a alternativa correta.
(A) Violência interpessoal – Este tipo de violência pode ser física ou psicológica, ocorre somente
no espaço público e as vítimas podem ser as crianças, jovens, adultos ou idosos.
(B) Violência Verbal – É uma das mais cometidas no mundo todo, caracterizada quando o
indivíduo visa oportunar e incomodar outras pessoas através das ofensas morais (insultos),
depreciações, questionamentos infindáveis.
(C) Violência Coletiva – Neste tipo de violência há conflitos violentos entre nações e grupos,
terrorismo de Estado ou de grupos.
25
(D) Violência Urbana – Cometida tanto no espaço público como no privado, somente pelo crime
organizado.
QUESTÃO 05
Após o estudo em sala de aula, podemos verificar que a agressividade é:
(A) algo natural e desnecessário para a sobrevivência e crescimento do homem.
(B) um componente menos importante na vivência de alguns seres humanos.
(C) um componente importante na vivência de todo ser humano e se articula na afetividade de
todas as pessoas.
(D) algo totalmente imprevisível e não faz parte da natureza humana.
QUESTÃO 06
Sobre as múltiplas facetas da violência, segundo o modelo proposto por Jean-Claude Chesnais,
quais são os seis fatores das causas da violência?
(A) Organização do Tráfico de Drogas, generalização, verdade absoluta, imprensa, psicopatologia
e pratica discursiva.
(B) Polêmica, mídia, arma de fogo, biomedicina, aprendizagem, criminalidade.
(C) Violência, estabilidade, segurança, institucionalização, explosão demográfica, neurológico.
(D) Socioeconômico, institucional, culturais, demografia urbana, mídia e globalização.
QUESTÃO 07
Quais são os objetos de estudo da Criminologia?
(A) Criminoso, psicopatologia, controle urbano, sociedade.
(B) Crime, Criminoso, Vítima, Controle Social.
(C) Criminalidade, administração penitenciária, família, igreja.
(D) Sociedade, Criminalidade, Instituições, Segurança Pública.
QUESTÃO 08
Relacione a 1ª e a 2ª coluna e marque a alternativa correta.
1. Fatores ( ) Colabora para a apologia da violência.
Socioeconômicos.
2. Fatores ( ) Problemas de integração racial e desordem moral.
Institucionais.
3. Fatores Culturais. ( ) Incompetência do Estado, recuo do poder da igreja.
4. Globalização Mundial. ( ) Miséria, desigualdade, herança da hiperinflação.
5. Mídia. ( ) Contestação de fronteira, crime organizado e narcotráfico.
QUESTÃO 09
Conforme visto em sala de aula, as duas formas de controle social são:
(A) Violência e Criminologia.
(B) Crime e Criminalidade.
(C) Violência e Agressividade.
(D) Formal e Informal.
QUESTÃO 10
Assinale a alternativa correta que corresponde a violência sexual.
(A) É uma das mais graves, que acontece quando o agressor abusa do poder que tem sobre a
vítima sexualmente, ou seja, sem o seu consentimento.
(B) Nunca vem acompanhada da violência física e psicológica.
(C) É uma das formas de violência mais brandas e fáceis de serem resolvidas.
(D) Se caracteriza por insultos e visa incomodar outras pessoas através de ofensa morais
(insultos).
QUESTÃO 11
Psicopatologia é:
QUESTÃO 12
“O uso intencional da força física ou do poder, real ou potencial, contra si próprio, outras pessoas
ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar
uma lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
(A) Sociologia
(B) Biologia
(C) OMS (Organização Mundial de Saúde)
(D) Criminologia
QUESTÃO 13
( V ) Física
( V ) Psicológica
( V ) Sexual
(A) V, F, V
(B) F, V, V
(C) V, V, F
27
(D) V, V, V
QUESTÃO 14
(A) física
(B) psicológica
(C) verbal.
(D) sexual.
QUESTÃO 15
(A) Estudo em que define como o ato de violentar, determinar dano físico, moral ou psicológico.
(B) Ciência que estuda o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do delinquente
e sua conduta delituosa, e a maneira de ressocializá-lo.
(C) Ciência que diz respeito à maneira pela qual cada pessoa se apresenta e age, seja com os
outros, seja consigo própria.
(D) Estudo que busca explicar e justificar a maneira como os fatores do meio ambiente social
atuam sobre a conduta individual.
QUESTÃO 16
No que se refere aos controles sociais, responda: a polícia militar, a igreja, a escola e o Judiciário
fazem parte dos controles, respectivamente:
(A) Controle social formal, Controle social informal, Controle social formal, Controle social
formal.
(B) Controle social formal, Controle social informal, Controle social informal, Controle social
formal.
(C) Controle social formal, Controle social informal, Controle social informal, Controle social
informal.
(D) Controle social informal, Controle social formal, Controle social informal, Controle social
formal.
QUESTÃO 17
De acordo com Chesnais em seu estudo sobre a violência criminal, são seis os fatores responsáveis
pela atual situação de violência e criminalidade:
QUESTÃO 18
Preencha corretamente a lacuna. Quando uma pessoa tem o seu direito __________, o Estado tem
legitimidade para intervir coercitivamente na liberdade dos cidadãos, cabendo aos operadores da
Segurança Pública e por exegese constitucional, zelar pela Ordem e pela Paz Pública.
(A) exaltado
(B) violado
(C) sublimado
(D) elevado
QUESTÃO 19
QUESTÃO 20
É também conhecida como agressão emocional que pode ser tão prejudicial ou até mais do que a
física. Semelhante ao bullying, quando a vítima sofre com a rejeição, discriminação, desrespeito,
depreciação, humilhação ou punições exageradas. É uma violência que não deixa marcas visíveis,
mas que causa um grande transtorno emocional, que se não for tratado pode durar toda a vida.
Esta afirmativa refere-se a:
QUESTÃO 21
(A) Depressão
(B) Agressividade
(C) Exultação
(D) Aflição
QUESTÃO 22
QUESTÃO 23
Existem diferentes tipos de abordagem do crime, associe o conceito disposto na coluna 2 com o
tipo de abordagem da coluna 1
1ª COLUNA 2ª COLUNA
1. Abordagem legal e ( 2 Delito é a conduta desviada, sendo os critérios de referência para
normativa (Direito ) aferir o desvio as expectativas sociais. Desviado será um
Penal). comportamento concreto, na medida em que se afaste das
expectativas sociais em um dado momento, enquanto contrarie os
padrões e modelos da maioria.
2. Abordagem social ( 3 O crime é a perturbação da ordem pública e da paz social,
(Sociologia). ) demandando a aplicação de coerção em algum grau.
3. Abordagem fática ( 1 Crime é toda conduta prevista na lei e somente aquela que a lei
(Segurança Pública). ) impõe sanção.
4. Abordagem Global ( 4 O crime é um problema social e comunitário. Não é mera
(Criminologia). ) responsabilidade do sistema de justiça: ele surge na comunidade e
é um problema da comunidade.
(A) 2, 3, 1, 4.
(B) 4, 3, 1, 2.
(C) 2, 1, 3, 4
(D) 2, 4, 1, 3
QUESTÃO 24
Julgue as informações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir assinale a alternativa
correta.
(A) F, F, V, V.
(B) V, V, V, V.
(C) F. V, F, V.
(D) V, V, F, V.
QUESTÃO 25
30
Quanto a vítima, julgue as informações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir
assinale a alternativa correta.
(A) F, F, F, V.
(B) V, V, V, V.
(C) V, F, V, F.
(D) V, V, V, F.
QUESTÃO 26
(A) a violência perpetrada no lar ou na unidade doméstica, geralmente por um membro de outra
família que viva com a vítima, podendo esta ser homem ou mulher, criança, adolescente ou
adulto.
(B) qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico
à mulher, tanto no âmbito público como no privado, motivado apenas pela sua condição de
mulher.
(C) qualquer ação ou conduta que não cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher.
(D) aquela que somente se caracteriza através da violência física contra a mulher.
QUESTÃO 27
Considerando a definição de violência produzida pela Organização Mundial de Saúde e o que fora
estudado acerca do tema, assinale a alternativa que traz uma assertiva INCORRETA.
(A) Violência é o uso intencional do poder.
(B) O ato violento pode recair, inclusive, sobre si próprio.
(C) O ato violento pode recair, inclusive, sobre uma comunidade.
(D) Só há violência se houver contato físico.
QUESTÃO 28
Marque a alternativa verdadeira de que forma a violência se apresenta em uma relação social?
Julgue as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir assinale a alternativa
correta.
31
( A violência física é caracterizada com o uso da força com o objetivo de ferir pessoas com
) socos, tapas, agressões com diversos objetos, e que pode deixar ou não marcas
expostas.
( A violência verbal é uma das mais cometidas no mundo todo, caracterizada quando o
) indivíduo visa agredir as pessoas com diversos objetos.
( A violência psicológica também é conhecida como Violência Patrimonial onde alguns
) indivíduos de uma família resolvem vender um bem sem o consentimento dos demais
interessados.
( A violência sexual é uma das mais graves, que acontece quando o agressor abusa do
) poder que tem sobre a vítima sexualmente, ou seja, sem o seu consentimento.
( Quando se fala de violência, alguns, por falta de entendimento, acreditam que a agressão
) só se caracteriza através da violência física contra a mulher, quando na verdade, existem
vários outros tipos de violência, entre elas pode-se citar: Violência na família (entre
familiares); Violência psicológica ou mental; Violência Sexual; Violência Patrimonial;
Violência Moral.
(A) V, F, F, V, V.
(B) F, V, V, F, F.
(C) V, F, V, F, V.
(D) V, V, F, V, F.
QUESTÃO 30