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CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CFS

*APOSTILAS – VOL. 2*
ORDEM UNIDA E RISG
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA
USO DIFERENCIADO DA FORÇA
VIOÊNCIA, CRIMINALIDADE E PREVENÇÃO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE ENSINO E FORMAÇÃO

CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

ORDEM UNIDA, REGULAMENTO DE CONTINÊNCIA E


SINAIS DE RESPEITO, RISG

CAMPO GRANDE- MS
2014
CONCEITO BÁSICO DA ORDEM UNIDA

A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição individual e consciente


altamente motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de
uniformidade, sincronização e garbo militar. Deve ser considerada, por todos os
participantes – instrutores e instruendos comandantes e executantes – como um
significativo esforço para demonstrar a própria disciplina militar, isto é, a situação de
ordem e obediência que se estabelece voluntariamente entre militares, em vista da
necessidade de eficiência na guerra.

OBJETIVOS DA ORDEM UNIDA

a. Proporcionar aos homens e às unidades, os meios de se apresentarem e de


se deslocarem em perfeita ordem, em todas as circunstâncias estranhas ao combate.
b. Desenvolver o sentimento de coesão e os reflexos de obediência, como
fatores preponderantes na formação do soldado.
c. Constituir uma verdadeira escola de disciplina.
d. Treinar oficiais e graduados no comando de tropa.
e. Possibilitar, conseqüentemente, que a tropa se apresente em público, quer
nas paradas, quer nos simples deslocamentos de serviço, com aspecto enérgico e
marcial.

ORDEM UNIDA E CHEFIA

a. Os exercícios de Ordem Unida constituem um dos meios mais eficientes para


se alcançar aquilo que, em suma, consubstancia o exercício da chefia e liderança: a
interação necessária entre o comandante e os seus subordinados. Além do mais, a
Ordem Unida é a forma mais elementar de iniciação do militar na prática do comando.
É comandando, na Ordem Unida, que se revelam e se desenvolvem as qualidades do
líder. Ao experimentar a sensação de ter um grupo de homens deslocando-se ao seu
comando, o principiante, na arte de chefia, desenvolve a sua autoconfiança, ao mesmo
tempo que adquire consciência de sua responsabilidade sobre aqueles que atendem
aos seus comandos, observadores mais próximos das aptidões que demonstra. Os
exercícios de Ordem Unida despertam no comandante o apreço às ações bem
executadas e ao exame dos pormenores. Propiciam-lhe, ainda, o desenvolvimento da
sua capacidade de observar e de estimular a tropa.
Através da Ordem Unida, a tropa evidencia, claramente, os quatro índices de
eficiência:
(1) moral - pela superação das dificuldades e determinação em atender aos
comandos, apesar da necessidade de esforço físico;
(2) disciplina - pela presteza e atenção com que obedece aos comandos;
(3) espírito de corpo - pela boa apresentação coletiva e pela uniformidade na
prática de exercícios que exigem execução coletiva; e
(4) proficiência - pela manutenção da exatidão na execução.

b. É, pois, a Ordem Unida uma atividade de instrução militar ligada,


indissoluvelmente, à prática da chefia e liderança e à criação de reflexos de
disciplina.

PRINCIPAIS COMANDOS:

SENTIDO, DESCANSAR, OMBRO-ARMA, DESCANSAR ARMA,


APRESENTAR-ARMA, COBRIR /PERFILAR, FIRME E CRUZAR ARMA,
MARCHAS, PASSO ORDINARIO/SEM CADENCIA/PASSO DE
ESTRADA/PASSO ACELERADO, VOLTAS EM MARCHA DIREITA,
ESQUERDA E MEIA VOLTA, MUDANÇA DE DIREÇAO, ARMA NA MAO, AO
SOLO ARMA, EM FUNERAL ARMA.

3. COMANDOS E MEIOS DE COMANDO

Na Ordem Unida, para transmitir sua vontade à tropa, o comandante


poderá empregar a voz, o gesto, a corneta (clarim) e/ou apito.
a. Vozes de comando - são formas padronizadas, pelas quais o
comandante de uma fração exprime verbalmente a sua vontade. A voz constitui
o meio de comando mais empregado na Ordem Unida. Deverá ser usada,
sempre que possível, pois permite execução simultânea e imediata.
As vozes de comando constam geralmente de:
Voz de advertência - é um alerta que se dá à tropa, prevenindo-a para o
comando que será enunciado. Exemplos: “PRIMEIRO PELOTÃO!” ou
“ESCOLA!” ou “ESQUADRÃO!”.
Comando propriamente dito - tem por finalidade indicar o movimento a
ser realizado pelos executantes. Exemplos: “DIREITA!”, “ORDINÁRIO!”,” PELA
ESQUERDA!”, “ACELERADO!”, “CINCO PASSOS EM FRENTE!”.
Voz de execução - tem por finalidade determinar o exato momento em
que o movimento deve começar ou cessar.
A voz de execução deve ser curta, viva, enérgica e segura. Tem que ser
mais breve que o comando propriamente dito e mais incisiva.
b. Comandos por gestos - Os comandos por gestos substituirão as
vozes de comando quando a distância, o ruído ou qualquer outra circunstância
não permitir que o comandante se faça ouvir.

c. Emprego da corneta (ou clarim) - os toques de corneta (clarim) serão


empregados de acordo com o C 20-5 - MANUAL DE TOQUES DO EXÉRCITO.
Quando uma “Escola” atingir um certo progresso na instrução individual, deverão
ser realizadas sessões curtas e frequentes de Ordem Unida, com os comandos
executados por meio de toques de corneta (clarim). Consegue-se, assim,
familiarizar os homens com os toques mais simples, de emprego usual. O
homem deve conhecer os toques correspondentes às diversas posições, aos
movimentos das armas e os necessários aos deslocamentos.

d. Emprego do apito - os comandos por meio de apitos serão dados


mediante o emprego de silvos longos e curtos. Os silvos longos serão dados
como advertência e os curtos, como execução.

Marchas

Marcha em “Passo Ordinário”

Rompimento - ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE!”, o homem levará o pé


esquerdo à frente, com a perna naturalmente distendida, batendo no solo com o
calcanhar esquerdo, de modo natural e sem exageros ou excessos; levará
também à frente o braço direito, flexionando-o para cima, até a altura da fivela
do cinto, com a mão espalmada (dedos unidos) e no prolongamento do
antebraço. Simultaneamente, elevará o calcanhar direito, fazendo o peso do
corpo recair sobre o pé esquerdo e projetará para trás o braço esquerdo
distendido, com a mão espalmada e no prolongamento do antebraço, até 30
centímetros do corpo. Levará, em seguida, o pé direito à frente, com a perna
distendida naturalmente, batendo com a calcanhar no solo, ao mesmo tempo em
que inverterá a posição dos braços.

Deslocamento - o homem prossegue, avançando em linha reta,


perpendicularmente à linha dos ombros. A cabeça permanece levantada e
imóvel; os braços oscilam, conforme descrito anteriormente, transversalmente
ao sentido do deslocamento. A amplitude dos passos é aproximadamente 40
centímetros para o primeiro e de 75 centímetros para os demais. A cadência é
de 116 passos por minuto, marcada pela batida do calcanhar no solo.

Alto - o comando de “ALTO!” deve ser dado quando o homem assentar o pé


esquerdo no solo; ele dará, então, mais dois passos, um com o pé direito e outro
com o pé esquerdo, unindo, com energia, o pé direito ao esquerdo, batendo
fortemente os calcanhares, ao mesmo tempo em que, cessando o movimento
dos braços, irá colar as mãos às coxas, com uma batida, conforme prescrito para
a tomada da posição de “Sentido”.

Marcar Passo - o comando de “MARCAR PASSO!” deverá ser dado nas


mesmas condições que o comando de “ALTO!”. O homem executará o alto e,
em seguida, continuará marchando no mesmo lugar, elevando os joelhos até
que os pés fiquem à altura de 20 centímetros do solo, mantendo a cadência do
passo ordinário. Os braços não deverão oscilar. As mãos ficam espalmadas
(dedos unidos), como durante o deslocamento. O movimento de “Marcar Passo”
deve ser de curta duração. Será empregado com finalidades variadas, tais como:
manter a distância regulamentar entre duas unidades (frações) consecutivas de
uma coluna; retificar o alinhamento e a cobertura de uma fração, antes de se lhe
dar o comando de “ALTO!”, entre outras.

Em Frente - o comando de “EM FRENTE!” deverá ser dado quando o pé


esquerdo assentar no solo; o homem dará, ainda, um passo com o pé direito,
rompendo, em seguida, com o pé esquerdo, a marcha no passo ordinário.

Trocar Passo - ao comando de “TROCAR PASSO!”, o homem levará o pé, que


está atrás, para a retaguarda do que acabar de tocar o solo e, dando logo em
seguida um pequeno passo com o que estava à frente, prosseguirá naturalmente
a marcha. Este movimento deverá ser feito com vivacidade e executado
independentemente de ordem e sempre que for necessário acertar o passo com
os demais homens. Este comando será dado somente a título de aprendizagem.
Marcha em “Passo sem Cadência”

Rompimento - ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, o homem


romperá a marcha em passo sem cadência, devendo conservar-se em silêncio
durante o deslocamento.

Passagem do “Passo Ordinário” para o “Passo sem Cadência” - estando o


homem em marcha no passo ordinário, ao comando de “SEM CADÊNCIA,
MARCHE!”, iniciará a marcha em passo sem cadência. A voz de execução
deverá ser dada quando o pé esquerdo tocar o solo, de tal forma que a batida
seguinte do calcanhar esquerdo no solo seja mais acentuada, quando então, o
homem iniciará o passo sem cadência. Para voltar ao passo ordinário bastará
comandar “ORDINÁRIO, MARCHE!”. Ao comando de “ORDINÁRIO!”, o homem-
base iniciará a marcha no passo ordinário e os demais homens irão acertando o
passo por este. Após um pequeno intervalo de tempo, será dada a voz de
“MARCHE!”, quando o pé esquerdo tocar o solo.

Alto - estando em passo sem cadência, ao comando de “ALTO!” (com a voz


alongada), o homem dará mais dois passos e unirá o pé que está atrás ao da
frente, voltando à posição de “Sentido”.

Marcha em “Passo de estrada

Nos deslocamentos em estradas e fora das localidades, para proporcionar maior


comodidade à tropa, ser-lhe-á permitido marchar em passo de estrada. Ao
comando de “PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”, o homem marchará no passo
sem cadência podendo, no deslocamento, falar, cantar, fumar, beber e comer.
Para fazer com que a tropa retome o passo ordinário, ser-lhe-á dado, primeiro,
o comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!” e, somente então, se comandará
“ORDINÁRIO, MARCHE!”.

Alto - estando a tropa em “Passo de estrada”, comandar-se-á “SEM CADÊNCIA,


MARCHE!”, antes de se comandar “ALTO!”.
Marcha em “Passo Acelerado

Rompimento: no rompimento da marcha, partindo da posição de “sentido” - ao


comando de “ACELERADO!”, o homem levantará os antebraços, encostando os
cotovelos com energia ao corpo e formando com os braços ângulos
aproximadamente retos; as mãos fechadas, sem esforço e naturalmente
voltadas para dentro, com polegar para cima, apoiado sobre o indicador. À voz
de “MARCHE”, levará o pé esquerdo com a perna ligeiramente curva para frente,
o corpo no prolongamento da perna direita e correrá cadenciadamente, movendo
os braços naturalmente para frente e para trás sem afastá-los do corpo. A
cadência é de 180 passos por minuto. Em “ACELERADO”, as pernas se dobram,
como na corrida curta.

Passagem do “passo ordinário” para o “passo acelerado” - estando a tropa


marchando no passo ordinário, ao comando de “ACELERADO!” , levantará os
antebraços, conforme descrito no item anterior, no momento em que o próximo
pé esquerdo tocar ao solo; a voz de “MARCHE!” deverá ser dada ao assentar o
pé esquerdo ao solo; o homem dará mais três passos, iniciando, então, o
acelerado com o pé esquerdo de acordo com o que está escrito para o início do
“acelerado“, partindo da posição de “sentido“ .

Passagem do “passo sem cadência” para o “passo acelerado” - se a tropa


estiver marchando no passo sem cadência, antes do comando de
“ACELERADO, MARCHE!”, comandar-se-á “ORDINÁRIO, MARCHE!”.

Alto - o comando deverá ser dado quando o homem assentar o pé esquerdo no


solo; ele dará mais quatro passos em acelerado e fará alto, unindo o pé direito
ao esquerdo e, abaixando os antebraços, colocará as mãos nas coxas, com uma
batida. A união dos pés e a batida das mãos nas coxas, deverão ser executadas
simultaneamente.

Passagem do “passo acelerado” para o “passo ordinário” - estando


em acelerado, a voz de execução deverá ser dada quando o pé esquerdo
assentar no solo; o homem dará mais três passos em acelerado, iniciando,
então, o passo ordinário com a perna esquerda.

VOLTAS EM MARCHA

As voltas em marcha só serão executadas nos deslocamentos no passo


ordinário.

DIREITA, VOLVER - A voz de execução “VOLVER!” deverá ser dada no


momento em que o pé direito assentar no solo; com o pé esquerdo, ele dará um
passo mais curto e volverá à direita, marcará um passo no mesmo lugar com o
pé direito e romperá a marcha com o pé esquerdo.

ESQUERDA, VOLVER - A voz de execução “VOLVER” deverá ser dada


no momento em que o pé esquerdo assentar no solo; com o pé direito, ele dará
um passo mais curto e volverá à esquerda, marcará um passo no mesmo lugar
com o pé esquerdo e romperá a marcha com o pé direito.

OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER - será executado do mesmo


modo que “Direita (Esquerda), Volver”, porém, a rotação será apenas de 45
graus.

MEIA VOLTA, VOLVER - a voz de execução “VOLVER!” deverá ser


dada ao assentar o pé esquerdo no solo; o pé direito irá um pouco à frente do
esquerdo, girando o homem vivamente pela esquerda sobre as plantas dos pés,
até mudar a frente para a retaguarda, rompendo a marcha com o pé direito e
prosseguindo na nova direção.

Estando a tropa em passos sem cadência e sendo necessário mudar a


sua frente, o comandante da fração poderá comandar “FRENTE PARA A
DIREITA (ESQUERDA, RETAGUARDA)!”. A este comando, os homens se
voltarão rapidamente para a frente indicada, por meio de um salto, prosseguindo
no passo sem cadência.

INSTRUÇÃO INDIVIDUAL COM ARMA


Deslocamentos e voltas

Deslocamentos curtos - Nos pequenos deslocamentos, o instrutor


poderá utilizar a posição de “Arma Suspensa”, em vez da de “Ombro-Arma.

Deslocamentos longos - Em deslocamentos de maior extensão, quando


estiver marchando no passo ordinário, a tropa, normalmente, conduzirá o fuzil
na posição de “Ombro-Arma”. Poderá fazê-lo, também, nas posições de
“Cruzar-Arma”, “Em Bandoleira-Arma” e “A Tiracolo-Arma”.

Deslocamentos no passo acelerado - Ao comando de “ACELERADO!”,


o homem executará o “Cruzar-Arma”, partindo das posições de “Sentido” ou
de “Ombro-Arma”. À voz de “MARCHE!”, o homem iniciará o deslocamento no
passo acelerado.

Deslocamentos no passo sem cadência

Nos deslocamentos no passo sem cadência, a arma, normalmente, será


conduzida nas posições de “Arma na mão” ou de “Em Bandoleira-Arma”.

Caso a tropa esteja em passo sem cadência, na posição de “Em


Bandoleira-Arma”, ao comando de “ALTO!”, o homem fará alto e permanecerá
com a arma na posição em que a estava conduzindo. Então, será dado o
comando de “DESCANSAR!” e, logo a seguir, “DESCANSAR-ARMA!”.

Voltas a pé firme - Nas voltas a pé firme, será tomada a posição de “Arma


Suspensa”, quando for dado o comando propriamente dito de “DIREITA
(ESQUERDA ou MEIA VOLTA)!”. O homem fará a volta para o lado indicado à
voz de “VOLVER!”, abaixando a seguir a arma.

Arma na Mão
1º Tempo - idêntico ao primeiro tempo de “Ombro-Arma”, partindo da
posição de “Sentido”.

2º Tempo - a mão direita largará a arma e virá segurá-la pelo seu centro
de gravidade.

3º Tempo - a mão direita dará um giro na arma de modo que esta fique
sensivelmente na horizontal, com o cano ligeiramente elevado; ao mesmo
tempo, a mão esquerda largará a arma e virá, rente ao corpo, colar-se à coxa,
com uma batida.

À voz de “MARCHE!”, o homem romperá a marcha, no passo sem


cadência.

Ao comando de “ALTO!” o homem fará “Alto” e, em seguida, voltará à


posição de “Sentido”, realizando os movimentos de “Descansar-Arma” em quatro
tempos:

1º Tempo - a mão direita levantará a arma, de modo que esta fique na


vertical ao lado do corpo. Simultaneamente, a mão esquerda segurá-la-á de
modo que o dedo polegar fique tocando a braçadeira inferior.

2º Tempo - a mão direita largará a arma e a empunhará como no primeiro


tempo do “Ombro-Arma”, partindo da posição de “Sentido”.

3º e 4º Tempos - idênticos aos 4º e 5º Tempos do “Descansar Arma”,


partindo da posição de “Ombro-Arma”, respectivamente.

Ao Solo-Arma

Quando se deseja que uma tropa saia de forma deixando as armas no


local em que se encontrava formada, o comando de “FORA DE FORMA,
MARCHE!” será precedido pelo de “AO SOLO-ARMA!". Este comando será
dado com a tropa na posição de “Sentido” e executado em dois tempos a
seguir descritos:

1º Tempo - o homem dará um passo à frente com o pé esquerdo e se


abaixará, colocando a arma sobre o solo, ao lado direito do corpo, com o cano
voltado para a frente, alavanca de manejo para baixo e chapa da soleira na altura
da ponta do pé direito. A mão esquerda, espalmada, colocar-se-á sobre a coxa,
imediatamente acima do joelho esquerdo. O homem, durante todo este
movimento, olhará para a arma. O joelho direito não toca o solo.

2º Tempo - o homem larga a arma e volta à posição de “Sentido”.

De preferência, depois do comando de “AO SOLO-ARMA!”, a tropa


deverá realizar um pequeno deslocamento no passo sem cadência, a fim de que
o comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!” possa ser dado fora do local em
que foram deixadas as armas.

Para apanhar as armas, será dado o comando de “APANHAR ARMA!”,


na posição de “Sentido”. A este comando, o homem executa o movimento em
dois tempos, na ordem inversa da acima descrita.

A tropa entrará em forma, de preferência, em local próximo daquele em


que as armas foram deixadas. Executará, a seguir, um deslocamento no passo
sem cadência, cada homem fazendo alto ao atingir o local em que se encontre
sua arma. E, na posição de “Sentido”, aguardará o comando de “APANHAR-
ARMA”

Em Funeral-Arma

Esta posição, utilizada quando o homem se encontra na função de


sentinela em câmara ardente, é tomada em três tempos, descritos a seguir:

1º Tempo - idêntico ao 1º Tempo de “Apresentar-Arma”, partindo da


posição de “Sentido”.

2º Tempo - o homem abaixará vivamente a mão direita, colocando-a


abaixo do guarda-mato, polegar por trás e os demais dedos ficam à frente,
unidos e distendidos, e o indicador toca o guarda-mato.

3º Tempo - enquanto a mão direita faz a arma girar de 180 graus no plano
vertical, a mão esquerda soltará a arma e irá colar-se à coxa com uma batida.
Nesta posição a boca da arma deverá ficar junto ao pé direito, apoiada no solo,
à altura da ponta do pé.

Para voltar à posição de “Sentido”, o homem fará o movimento na ordem


inversa do acima descrito.

Perfilar

Estando a tropa em linha, para retificar o seu alinhamento, será dado o


comando de “BASE TÀL HOMEM (FRAÇÃO), PELA DIREITA (ESQUERDA
OU CENTRO)! PERFILAR!”. Após enunciar “BASE TAL HOMEM!”, o
comandante aguardará que o homem-base se identifique e prosseguirá
comandando: “PELA DIREITA (ESQUERDA! ou PELO CENTRO!)”. Fará nova
pausa, esperando que os homens tomem a posição de “Sentido”, se
desarmados, ou tomem esta posição e realizem o movimento de “Arma
Suspensa”, se armados. Em seguida, comandará “PERFILAR!”.

À voz de execução “PERFILAR!”, os homens da testa e os da coluna


do homem-base procederão como no movimento de “Cobrir”. Ao mesmo
tempo, todos os homens voltarão vivamente o rosto para a coluna do homem-
base. Em seguida, tomarão os intervalos e distâncias, sem erguer o braço
esquerdo. Se a tropa estiver armada, os homens, com exceção do homem-base,
farão “Arma Suspensa”.

Se o comandante desejar reduzir os intervalos, comandará “BASE TAL


HOMEM! (FRAÇÃO!) SEM INTERVALO! PELA DIREITA! PELA ESQUERDA! ou
PELO CENTRO! PERFILAR!”. Os homens da testa, com exceção do da
esquerda (que permanecerá na posição de “Sentido”), colocarão a mão
esquerda fechada na cintura, punho no prolongamento do antebraço, costas da
mão para a frente, cotovelo para a esquerda, até tocar levemente o braço direito
do companheiro à sua esquerda. Os homens da coluna do homem-base
estenderão o braço esquerdo à frente, até tocarem levemente à retaguarda
do ombro direito do companheiro da frente. Todos os homens voltarão
vivamente o rosto para a coluna do homem-base.

Quando o comandante da tropa verificar que o alinhamento e a cobertura


estão corretos, comandará “FIRME!”. A esta voz, os homens abaixarão o braço
com energia, colando a mão à coxa, com uma batida, ao mesmo tempo em que
voltarão a cabeça, com energia, para a frente e, se for o caso, descansarão a
arma, em dois tempos (idênticos aos 4º e 5º tempos do “Descansar-Arma”,
partindo do “Ombro-Arma”), permanecendo na posição de “Sentido”.

Mudança de Direção

Durante um deslocamento, para se tomar uma nova direção, determinada


por um ponto de referência, facilmente visível, comandar-se-á “DIREÇÃO A TAL
PONTO! MARCHE!”.

Faltando o ponto de referência acima mencionado, para se efetuar uma


mudança de direção, dar-se-á o comando “DIREÇÃO À DIREITA
(ESQUERDA)! MARCHE!”,

O guia (quando em coluna por um) ou a testa da tropa descreverá um arco


de circunferência para a direita ou para a esquerda, até volver a frente para o
ponto indicado, ou até receber o comando de “EM FRENTE!”, seguindo, então
em linha reta, tendo o cuidado de diminuir a amplitude do passo, para evitar o
alongamento da(s) coluna(s); os outros homens acompanharão o movimento e
mudarão de direção, no mesmo ponto em que o guia (ou a testa) fez a
mudança.

Logo que a tropa tenha se deslocado o suficiente na nova direção, o guia


(ou a testa) retomará a amplitude normal do passo ordinário, independente de
comando.

GUARDAS FÚNEBRES

A Guarda Fúnebre terá o seu efetivo constituído conforme o Art 133 do R-


2. A execução das descargas de fuzil nos funerais será realizado conforme o
contido no Art 132 do R-2. Para a realização dessas descargas, proceder-se-á
do seguinte modo:

Os comandantes das frações inspecionarão previamente as armas,


verificando se os obturadores dos cilindros de gases de todos os fuzis foram
colocados em “Gr”, tendo o cuidado para que não sejam empregados os
reforçadores para tiro de festim;

A tropa deverá ser colocada em “Linha em Uma Fileira” se for efetivo


correspondente a uma fração elementar (GC, Pç etc) e, em “Linha em Três
Fileiras”, se o seu efetivo for maior, de modo que ela fique com a direita para a
direção de onde virá o cortejo fúnebre. Quando este estiver a cerca de 20
passos da tropa, será dado o comando de “EM FUNERAL! PREPARAR!”;

O Referido comando será executado da seguinte forma:

a. Ao comando de “EM FUNERAL!”, os homens da 2ª fileira (se for o


caso) farão “Arma Suspensa”, darão um passo oblíquo à frente e à direita,
ficando um pouco atrás e nos intervalos dos homens da 1ª fileira. Em seguida,
farão “Descansar-Arma”.

b. Ao comando de “PREPARAR!”, todos os homens da fração


executarão o movimento em dois tempos:

1º Tempo - Os homens executarão o 1º Tempo do “Apresentar Arma”,


partindo da posição de “Sentido”;

2º Tempo - Em seguida, farão um giro de 45 graus à direita, sobre a


planta do pé esquerdo, ao mesmo tempo que levarão o pé direito cerca de
meio passo para a direita e para trás. Na nova posição, farão girar a arma
sobre a mão esquerda, de modo que o cano fique inclinado para o solo, a
coronha mantida entre o braço e o corpo, a mão direita segurando a arma
pelo punho.

a. logo após, será comandado “CARREGAR! “. A este comando, os


homens trarão o registro de segurança da letra “S” para a letra “R” e, em seguida,
carregarão as armas mantendo-as, porém, na posição em que se achavam;

b. quando as armas estiverem carregadas, o comandante da tropa


comandará “APONTAR!”. A este comando, os homens distenderão os braços,
obliquamente à esquerda e, em seguida, apoiarão a chapa da soleira no
cavado do ombro;

c. em seguida, será dado o comando de “FOGO!”. A este comando, os


homens puxarão o gatilho. Após o disparo, retirarão o dedo do gatilho e
distenderão os braços para a frente, de modo que a boca da arma continue
voltada para o solo;

d. para nova descarga, o comandante da tropa comandará


sucessivamente: “CARREGAR!”, “APONTAR!”, “FOGO!”. A cada um desses
comandos, os homens carregarão suas armas e procederão, respectivamente,
conforme o exposto nas letras “c.”, “d.” e “e.”, descritas acima;

Terminadas as três descargas regulamentares, o comandante da tropa


comandará “DESCANSAR, ARMA!”. Este movimento será executado em dois
tempos:

1º Tempo - ao comando de “DESCANSAR!”, os homens retomarão a


posição de “Preparar”;

2º Tempo - à voz de “ARMA!”, todos os homens realizarão o movimento


inverso ao prescrito na letra “b.", deste parágrafo. Em seguida, os homens da 2ª
fileira realizarão o movimento inverso ao prescrito na letra “a.", deste parágrafo.
Ao final, os homens deverão estar cobertos e alinhados.

Continência em Frente ao Palanque

Os procedimentos na execução da continência na frente do palanque são


padronizados. Para auxiliar a sua perfeita execução, são colocadas balizas, nas
cores branca, azul e vermelha, duas de cada cor.

A primeira baliza fica a 30 metros aquém do homenageado, tem a cor


branca e marca o início da continência do desfile. A 20 metros aquém da
autoridade, fica a segunda baliza, de cor azul. A terceira baliza tem a cor
vermelha e fica a 10 metros aquém da autoridade homenageada, é a última
baliza antes do local de onde se assiste ao desfile da tropa.

Em sentido inverso são dispostas as demais balizas. Uma vermelha a 10


metros além do homenageado, outra azul a 15 metros e, por fim, uma baliza
branca a 40 metros da autoridade a quem a tropa desfila em continência.

Na primeira baliza (branca), o Comandante da tropa ordena: "Sentido!


Em Continência à Direita!". É um alerta para a toda a tropa, inclusive para a
Guarda-Bandeira;
Na segunda baliza (azul), a Guarda-Bandeira não adota qualquer
procedimento;

Na terceira baliza (vermelha), ao comando do Porta-Bandeira a


Bandeira Nacional é desfraldada e os Estandartes (quando houver) são
abatidos;

Quando atingir a quarta baliza (vermelha), o Porta-Bandeira e os Porta-


Estandartes (se houver) retornam à posição de " Ombro-Arma";

Na quinta e na sexta balizas (azul e branca, respectivamente), a Guarda-


Bandeira não executa qualquer procedimento, permanecendo em passo
ordinário e na posição de "Ombro-Arma", até uma nova ordem do Comandante
da tropa.

REGULAMENTO DE CONTINÊNCIAS HONRAS E SINAIS DE RESPEITO

Introdução

Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres,


direitos e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar
sempre:
I. com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como
tributo à autoridade de que se acham investidos por lei;
II. com afeição e camaradagem os seus pares;
III. com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.
Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a correção
de atitudes caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar, o espírito
de disciplina e de apreço existentes entre os integrantes das Forças Armadas.
As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas
entre os membros das Forças Armadas, também o são aos integrantes das
Polícias Militares, dos Corpos de Bombeiros Militares e aos Militares das Nações
Estrangeiras.

O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e


subordinados:

I. pela continência;
II. dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado;
III. observando a precedência hierárquica;
IV. por outras demonstrações de deferência.

Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os militares


constituem reflexos adquiridos mediante cuidadosa instrução e continuada
exigência.
A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices seguros
do grau de disciplina das corporações militares e da educação moral e
profissional dos seus componentes.
Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as situações,
inclusive nos exercícios no terreno e em campanha.

CAPÍTULO III - Da Continência

Art. 14 A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser


individual ou da tropa.
§ 1º A continência é impessoal; visa a autoridade e não a pessoa.
§ 2º A continência parte sempre do militar de menor precedência
hierárquica; em igualdade de posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre
qual seja o de menor precedência, deve ser executada simultaneamente.
§ 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é
prestada; se uniformizado, presta a continência individual; se em trajes civis,
responde-a com um movimento de cabeça, com um cumprimento verbal ou
descobrindo-se, caso esteja de chapéu.

Art. 15 Têm direito à continência:


I - a Bandeira Nacional:
a) ao ser hasteada ou arriada diariamente em cerimônia militar ou cívica
b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporação, nas
formaturas;
c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar;
d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por
guarda ou por organização civil, em cerimônia cívica;
e) quando, no período compreendido entre 08:00 horas e o pôr-do-sol, um
militar entra a bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação
de "embarcado", avista-a ao entrar a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela
última vez;
II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica;
III - o Presidente da República;
IV - o Vice-Presidente da República;
V - o Presidente do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do
Supremo Tribunal Federal;
VI - os Ministros de Estado;
VII - os Governadores de Estado, de Territórios Federais, e do Distrito
Federal, nos respectivos territórios ou em qualquer parte do País em visita de
caráter oficial;
VIII - os Ministros do Superior Tribunal Militar;
IX - os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil; neste
último caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo
que exerce ou, para os demais militares, quando reconhecidos ou identificados;
Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial
Militar das Forças Armadas
X - os militares da reserva ou reformados, quando reconhecidos ou
identificados;
XI - a tropa quando formada;
XII - as Bandeiras e os Hinos das Nações Estrangeiras, nos casos dos
incisos I e II deste artigo;
XIII - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes
dos incisos III a VIII deste artigo, quando em visita de caráter oficial;
XIV - Os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando
uniformizados e, se em trajes civis, quando reconhecidos ou identificados;
XV - os integrantes das Policias Militares e dos Corpos de Bombeiros
Militares, Corporações consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.

Art. 16 O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode


conceder ao mais moderno.
Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão
para cumprimentar o superior, mas se este o fizer, não pode se recusar ao
cumprimento.

Art. 17 O militar deve responder com saudação análoga quando, ao


cumprimentar o superior, este, além
de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal.

SEÇÃO I - Do Procedimento Normal


Art. 18 A continência individual é a forma de saudação que o militar
isolado, quando uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, às
autoridades e à tropa formada, conforme estabelecido no Art. 15.

§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se


saúdam mutuamente, ou pela qual o superior responde à saudação de um mais
moderno.
§ 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite,
só podendo ser dispensada nas situações especiais regulamentadas por cada
Força Armada.
§ 3º Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes:
I - nas cerimônias de hasteamento ou arriação da Bandeira, nas ocasiões
em que esta se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a
execução do Hino Nacional, o militar deve tomar atitude de respeito, de pé e em
silêncio, com a cabeça descoberta;
II - nas demais situações, se estiver de cobertura, descobre-se e assume
atitude respeitosa;
III - ao encontrar um superior fora de Organização Militar, o subordinado
faz a saudação com um cumprimento verbal, de acordo com as convenções
sociais.

Art. 19. São elementos essenciais da continência individual: a atitude, o


gesto e a duração, variáveis conforme a situação dos executantes:
I - atitude - postura marcial e comportamento respeitoso e adequado às
circunstâncias e ao ambiente;
II - gesto - conjunto de movimento do corpo, braços e mãos, com ou sem
armas;
III - duração - o tempo durante o qual o militar assume a atitude e executa
o gesto acima referido.

Art. 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de sabre-


baioneta ou espada embainhada, faz a continência individual de acordo com as
seguintes regras:
I - mais moderno parado e superior deslocando-se:
a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do
deslocamento do superior;
b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da
cobertura, tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco
adiante do botão da jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver
pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço, com a palma voltada
para o rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente
horizontal, formando um ângulo de 45 com a linha dos ombros; olhar franco e
naturalmente voltado para o superior. Para desfazer a continência, baixa a mão
em movimento enérgico, voltando à posição de sentido;
c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado
direito da fronte, procedendo similarmente ao descrito na alínea b), no que
couber;
d) a continência é feita quando o superior atinge a distância de três passos
do mais moderno e desfeita quando o superior ultrapassa o mais moderno de
um passo;

II - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se em


sentido contrário:
- se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o
passo e a direção do deslocamento; se em acelerado ou correndo, toma o passo
normal, não cessa o movimento normal do braço esquerdo; a continência é feita
a três passos do superior, como prescrito no inciso I, alíneas b) e c), encarando-
o com movimento vivo de cabeça; ao passar por este, o mais moderno volta a
olhar em frente e desfaz a continência;

III - mais moderno e superior deslocando-se em direções convergentes:


- o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a
continência como prescreve o inciso I, alíneas b) e c), sem tomar a posição de
sentido;

IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior que


se desloca no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a continência
como prescrito no inciso I, alíneas b) e c), e o encara com vivo movimento de
cabeça; após três passos, volta a olhar em frente e desfaz a continência;

V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por superior


que se desloca no mesmo sentido:
- o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência,
como prescrito no inciso I, alíneas b) e c), desfazendo-a depois que o superior
tiver se afastado um passo;

VI - em igualdade de posto ou graduação, a continência é feita no


momento em que os militares passam um pelo outro, ou se defrontam.

Art. 21 O militar armado de espada desembainhada faz a continência


individual, tomando a posição de sentido e em seguida perfilando a espada.
Parágrafo único. Na continência aos símbolos e autoridades mencionadas
nos incisos I a VIII e XII do Art. 15 e a oficiais-generais, abate a espada.

Art. 22 O militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a continência


individual tomando a posição de sentido, frente voltada para a direção
perpendicular a do deslocamento do superior.

§ 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve
estar livre para executar a continência.
§ 2º O militar em deslocamento, quando não puder corresponder à
continência por estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça.

Art. 23 O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma


semelhante faz continência da seguinte forma:
I - quando estiver se deslocando:
a) leva a arma à posição de "Ombro Arma", à passagem do superior
hierárquico;
b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva a
arma à posição de "Ombro Arma";
c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de sentido,
com sua frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do
superior.

II - quando estiver parado:


a) na continência aos símbolos e autoridades mencionadas nos incisos I
a VIII do Art. 15 e a oficiais generais, faz "Apresentar Arma";
b) para os demais militares, faz "Ombro Arma";
c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de "Ombro Arma";
d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de
sentido.

Art. 24 Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao


Hino Nacional e ao Presidente da República.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar
participante da cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em
atitude de respeito.
§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não
faz a continência, nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de
"Sentido" até o final de sua execução.
Art. 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a
direção de onde vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar
sua execução.
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao
Presidente da República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente
da República.
§ 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica,
realizada em ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da
cerimônia e faz a continência como estipulado no inciso I do Art. 20 ou nos Arts.
21, 22 ou 23, conforme o caso.

Art. 26 Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de


tropa formada e parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e
faz a continência individual, retomando, em seguida, o seu deslocamento; a
autoridade passando em revista à tropa observa o mesmo procedimento.

Art. 27 No interior das Organizações Militares, a praça faz alto para a


continência a oficial-general e às autoridades enumeradas nos incisos III a VIII,
inclusive, do Art. 15.

Art. 28 O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem,


diariamente, direito à continência prevista no artigo anterior, na primeira vez que
for encontrado pelas suas praças subordinadas, no interior de sua organização.

Art. 29 Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser


dispensados dos procedimentos sobre continência individual constantes deste
Regulamento.

SEÇÃO II - Do Procedimento em Outras Situações

Art. 30 O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta ou similar,


procede da seguinte forma:
I - com o veículo parado, tanto o condutor como o passageiro fazem a
continência individual sem se levantarem;
II - com o veículo em movimento, somente o passageiro faz a continência
individual.
§ 1º Por ocasião da cerimônia da Bandeira ou da execução do Hino
Nacional, se no interior de uma Organização Militar, tanto o condutor como o
passageiro saltam do veículo e fazem a continência individual; se em via pública,
procedem do mesmo modo, sempre que viável.
§ 2º Nos deslocamentos de elementos transportados por viaturas, só o
Comandante e o Chefe de cada viatura fazem a continência individual. Os
militares transportados tomam postura correta e imóvel enquanto durar a
continência do Chefe da viatura.

Art. 31 O militar isolado presta continência à tropa da seguinte forma:


I - tropa em deslocamento e militar parado:
a) militar a pé - qualquer que seja seu posto ou graduação, volta-se para
a tropa, toma posição de "Sentido" e permanece nessa atitude durante a
passagem da tropa, fazendo a continência individual para a Bandeira Nacional
e, se for mais antigo do que o Comandante da tropa, corresponde à continência
que lhe é prestada; caso contrário, faz a continência individual ao Comandante
da tropa e a todos os militares em comando de frações constituídas que lhe
sejam hierarquicamente iguais ou superiores;

b) militar em viatura estacionada - desembarca e procede de acordo com


o estipulado na alínea anterior;

II - tropa em deslocamento e militar em movimento, a pé ou em veículo:


- o militar, sendo superior hierárquico ao Comandante da tropa, pára,
volta-se para esta e responde à continência que lhe é prestada; caso contrário,
pára, volta-se para aquela e faz a continência individual ao Comandante da tropa
e a todos os militares em comando de frações constituídas que lhe sejam
hierarquicamente iguais ou superiores; para o cumprimento à Bandeira Nacional,
o militar a pé pára e faz a continência individual; se no interior de veículo, faz a
continência individual sem desembarcar;

III - tropa em forma e parada, e militar em movimento:


- procede como descrito no inciso anterior, parando apenas para o
cumprimento à Bandeira Nacional.

Art. 32 O oficial ao entrar em uma Organização Militar, em princípio, deve


ser conduzido ao seu Comandante, Chefe ou Diretor, ou, conforme as
peculiaridades e os procedimentos específicos de cada Força Armada, a
autoridade militar da Organização para isso designada, a fim de participar os
motivos de sua ida àquele estabelecimento. Terminada a missão ou o fim que ali
o levou, deve, antes de se retirar, despedir-se daquela autoridade.
§ 1º Nos estabelecimentos ou repartições militares onde essa
apresentação não seja possível, deve o militar apresentar-se ou dirigir-se ao de
maior posto ou graduação presente, ao qual participará o motivo de sua
presença.
§ 2º Quando o visitante for do mesmo posto ou de posto superior ao do
Comandante, Diretor ou Chefe, é conduzido ao Gabinete ou Câmara do mesmo,
que o recebe e o ouve sobre o motivo de sua presença.
§ 3º A praça, em situação idêntica, apresenta-se ao Oficial-de-Dia ou de
Serviço, ou a quem lhe corresponder, tanto na chegada quanto na saída.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos não se aplica às
organizações médico-militares, exceto se o militar estiver em visita de serviço.

Art. 33 Procedimento do militar em outras situações:


I - o mais moderno, quando a cavalo, se o superior estiver a pé, deve
passar por este ao passo; se ambos estiverem a cavalo, não pode cruzar com
aquele em andadura superior; marchando no mesmo sentido, ultrapassa o
superior depois de lhe pedir autorização; em todos os casos, a continência é feita
como prescrita no inciso II do Art. 20 deste regulamento.

II - O militar a cavalo apeia para falar com o superior a pé, salvo se este
estiver em nível mais elevado (palanque, arquibancada, picadeiro, ou similar) ou
ordem em contrário:

III - se o militar está em bicicleta ou motocicleta, deverá passar pelo


superior em marcha moderada, concentrando a atenção na condução do veículo;

IV - o portador de uma mensagem, qualquer que seja. o meio de


transporte empregado, não modifica a sua velocidade de marcha ao cruzar ou
passar por um superior e informa em voz alta: "serviço urgente";

V - a pé, conduzindo ou segurando cavalo, o militar faz a continência como


prescrito no Art. 22.

VI - quando um militar entra em um recinto público, percorre com o olhar


o local para verificar se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar
em que está, faz-lhe a continência;

VII - quando um superior entra em um recinto público, o mais moderno


que aí está levanta-se ao avistá-lo e faz-lhe a continência;

VIII - quando militares se encontrarem em reuniões sociais, festas


militares, competições desportivas ou em viagens, devem apresentar-se
mutuamente, declinando posto e nome, partindo essa apresentação do de menor
hierarquia;
IX - seja qual for o caráter - oficial ou particular - da solenidade ou reunião,
deve o militar, obrigatoriamente, apresentar-se ao superior de maior hierarquia
presente, e ao de maior posto entre os oficiais presentes de sua Organização
Militar;

X - quando dois ou mais militares, em grupo, encontram-se com outros


militares, todos fazem a continência individual como se estivessem isolados .

§ 2º Todo militar deve saber identificar as insígnias dos postos e


graduações das Forças Armadas.

Art. 35 O militar fardado descobre-se ao entrar em um recinto coberto.


§ 1º O militar fardado descobre-se, ainda, nas reuniões sociais, nos
funerais, nos cultos religiosos e ao entrar em templos ou participar de atos em
que este procedimento seja pertinente, sendo-lhe dispensada, nestes casos, a
obrigatoriedade da prestação da continência.
§ 2º A prescrição do "caput" deste artigo não se aplica aos militares
armados de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante ou aos militares em
serviço de policiamento, escolta ou guarda.

Art. 36 Para saudar os civis de suas relações, o militar fardado não se


descobre, cumprimentando-os pela continência, pelo aperto de mão ou com
aceno de cabeça.
Parágrafo único. Ao se dirigir a uma senhora para cumprimentá-la, o
militar fardado, exceto se do sexo feminino, descobre-se, colocando a cobertura
sob o braço esquerdo; se estiver desarmado e de luvas, descalça a luva da mão
direita e aguarda que a senhora lhe estenda a mão.

Art. 37 O militar armado de espada, durante solenidade militar, não


descalça as luvas, salvo ordem em contrário.

Art. 38 Nos refeitórios das Organizações Militares, a maior autoridade


presente ocupa o lugar de honra.

Art. 39 Nos banquetes, o lugar de honra situa-se, geralmente, no centro,


do lado maior da mesa principal.
§ 1º Se o banquete é oferecido a determinada autoridade, deve sentar-se
ao seu lado direito o Comandante da Organização Militar responsável pela
homenagem; os outros lugares são ocupados pelos demais participantes,
segundo esquema previamente dado a conhecer aos mesmos.
§ 2º Em banquetes onde haja mesa plena, o homenageante deve sentar-
se em frente ao homenageado.

Art. 40 Em embarcação, viatura ou aeronave militar, o mais antigo é o


último a embarcar e o primeiro a desembarcar.
§ 1º Em se tratando de transporte de pessoal, a licença para início do
deslocamento é prerrogativa do mais antigo presente.
§ 2º Tais disposições não se aplicam a situações operacionais, quando
devem ser obedecidos os Planos e Ordens a elas ligados.

CAPÍTULO IV- Da Apresentação

Art. 41. O militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até


a distância do aperto de mão; toma a posição de "Sentido", faz a continência
individual como prescrita neste Regulamento e diz, em voz claramente audível,
seu grau hierárquico, nome de guerra e Organização Militar a que pertence, ou
função que exerce, se estiver no interior da sua organização Militar; desfaz a
continência, diz o motivo da apresentação, permanecendo na posição de
"Sentido" até que lhe seja autorizado tomar a posição de "Descansar" ou de "À
Vontade".
§ 1º Se o superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local
coberto, o militar sem arma ou armado de revólver, pistola ou espada
embainhada tira a cobertura com a mão direita. Em se tratando de boné ou
capacete, coloca-o debaixo do braço esquerdo com o interior voltado para o
corpo e a jugular para a frente; se de boina ou gorro com pala, empunha-o com
a mão esquerda, de tal modo que sua copa fique para fora è a sua parte anterior
voltada para a frente. Em seguida, faz a continência individual e procede à
apresentação.
§ 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou
metralhadora de mão, o militar faz alto a distância de dois passos do superior e
executa o "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma", conforme o caso, permanecendo
nessa posição mesmo após correspondida a saudação; se o superior for Oficial-
General ou autoridade superior, o militar executa o manejo de "Apresentar
Arma", passando, em seguida, a posição de "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma",
conforme o caso, logo após correspondida a saudação.
§ 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no
parágrafo anterior, para se apresentar ao superior, apenas toma a posição de
"Sentido".

Art. 42 Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a


continência individual, idêntica a da apresentação, e pede permissão para se
retirar; concedida a permissão, o oficial retira-se normalmente, e a praça, depois
de fazer "Meia Volta", rompe a marcha com o pé esquerdo.
Da Continência da Tropa a Pé Firme

A tropa em forma e parada, à passagem de outra tropa, volta-se para ela


e toma a posição de sentido.
Se a tropa que passa conduz Bandeira, ou se seu Comandante for de
posto superior ao do Comandante da tropa em forma e parada, esta lhe presta
a continência; quando, do mesmo posto e a tropa que passa não conduz
Bandeira, apenas os Comandantes fazem a continência.
Uma tropa a pé firme presta continência aos símbolos, às autoridades e a
outra tropa formada, executando os seguintes comandos:

I. na continência a oficial subalterno e Intermediário:


 Sentido!"

II. na continência a oficial-superior:


 "Sentido! Ombro Arma!"

III. na continência aos símbolos e autoridades, a Oficiais-Generais


ou autoridades equivalentes:
 "Sentido! Ombro Arma! Apresentar Arma! Olhar a Direita (Esquerda)!".

Para Oficial-General estrangeiro, só é prestada a continência em caso de


visita oficial.
No caso de tropa desarmada, ao comando de "Apresentar Arma!"
todos os seus integrantes fazem continência individual e a desfazem ao
Comando de "Descansar Arma!".
Os Comandos são dados a toque de corneta ou clarim até, o escalão
Unidade, e à viva voz, no escalão Subunidades; os Comandantes de pelotão
(seção) ou de elementos inferiores só comandam a continência quando sua tropa
não estiver enquadrada em subunidades; nas formações emassadas, não são
dados comandos nos escalões inferiores a Unidade.
Em formação não emassada, os comandos a toque de corneta ou clarim
são dados sem a nota de execução, sendo desde logo executados pelo
Comandante e pelo porta-símbolo da Unidade; a banda é comandada à viva voz
pelo respectivo mestre; o estado-maior, pelo oficial mais antigo; a Guarda-
Bandeira, pelo oficial Porta-Bandeira.
Os comandos são dados de forma a serem executados quando a
autoridade ou a Bandeira atingir a distância de dez passos da tropa que presta
a continência.
A continência é desfeita aos comandos de "Olhar em Frente!", "Ombro
Arma!" e "Descansar!", conforme o caso, dados pelos mesmos elementos que
comandaram sua execução e logo que a autoridade ou a Bandeira tenha
ultrapassado de cinco passos a tropa que presta a continência.

As Bandas de Música ou de Corneteiros ou clarins e Tambores


permanecem em silêncio, a menos que se tratem de honras militares. Prestadas
pela tropa, ou de cerimônia militar de que a tropa participe.

Da Continência da Tropa em deslocamento

A tropa em deslocamento faz continência aos símbolos, às autoridades e


a outra tropa formada, executando os seguintes comandos:
I. "Sentido! - Em Continência á Direita (Esquerda)!", repetido por todas
as unidades, até o escalão batalhão, inclusive;
II. os Comandantes de subunidades, ao atingirem a distância de vinte
passos da autoridade ou da Bandeira, dão a voz de: "Companhia Sentido! Em
Continência à Direita (Esquerda)!";
III. os Comandantes de pelotão (seção), à distância de dez passos da
autoridade ou da Bandeira, dão a voz de: "Pelotão (Seção) Sentido! Olhar à
Direita (Esquerda)!"; logo que a testa do pelotão (seção) tenha ultrapassado de
dez passos a autoridade ou a Bandeira, seu Comandante, independente, de
ordem superior, comanda "Pelotão (seção) Olhar em Frente!".
Nas formações emassadas de batalhão e de companhia, só é dado o
comando de execução da continência - "Batalhão (Companhia) Sentido! - Olhar
à Direita (Esquerda)!", por toque de corneta ou à viva voz dos respectivos
comandantes.
Durante a execução da continência, são observadas as seguintes
prescrições:
a. a Bandeira não é desfraldada, exceto para outra Bandeira; a Guarda-
Bandeira não olha para a direita (esquerda);
b. o estandarte não é abatido, exceto para a Bandeira Nacional, o Hino
Nacional ou o Presidente da República;
c. os oficiais de espada desembainhada, no comando de pelotão (seção),
perfilam espada e não olham para a direita (esquerda);
d. os oficiais sem espada ou com ela embainhada, fazem a continência
individual sem olhar para a direita (esquerda), exceto o Comandante da fração;
e. o Porta-Bandeira, quando em viatura, levanta-se, e a Guarda
permanece sentada;
f. os oficiais em viaturas, inclusive Comandantes de unidades e
subunidades, fazem a continência sentados sem olhar para a direita (esquerda);
g. os músicos, corneteiros e tamboreiros, condutores, porta-símbolos e
porta-flâmulas, os homens da coluna da direita (esquerda) e os da fileira da
frente, não olham para a direita (esquerda), e, se sentados não se levantam.
Na continência a outra tropa, procede-se da seguinte forma:

IV. se as duas tropas não conduzem a Bandeira Nacional, a continência


é iniciada pela tropa cujo Comandante for de menor hierarquia; caso sejam
de igual hierarquia, a continência deverá ser feita por ambas as tropas;
V. se apenas uma tropa conduz a Bandeira Nacional, a continência é
prestada à Bandeira, independente da hierarquia dos Comandantes das
tropas;
VI. se as duas tropas conduzem a Bandeira Nacional, a continência é
prestada por ambas, independente da hierarquia de seus comandantes.

A tropa em deslocamento faz alto para a continência ao Hino Nacional


e aos Hinos das Nações Estrangeiras, quando executados em solenidade militar
ou cívica.
Para a continência à Bandeira Nacional e às Bandeiras das Nações
Estrangeiras, a tropa em deslocamento no passo acelerado ou sem cadência
retoma o passo ordinário e procede a continência.

Da Continência da Tropa em Desfile

Desfile é a passagem da tropa diante da Bandeira Nacional ou da maior


autoridade presente a uma cerimônia a fim de lhe prestar homenagem.
A tropa em desfile faz continência à Bandeira ou à maior autoridade
presente à cerimônia, obedecendo às seguintes prescrições:
I. a trinta passos aquém do homenageado, é dado o toque de
"Sentido! - Em Continência à Direita (Esquerda)!", sendo repetido
até o escalão batalhão, inclusive (esse toque serve apenas para
alertar a tropa);

II. a vinte passos aquém do homenageado:

a. os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, levantam-se;


b. os Comandantes de subunidades comandam à viva voz:
 "Companhia - Sentido! - Em Continência à Direita (Esquerda)!";
c. c) os oficiais com espada desembainhada perfilam espada, sem olhar
para a direita (esquerda).
III. a dez passos aquém do homenageado:

a. os Comandantes de pelotão (seção) comandam: "Pelotão (seção) -


Sentido! - Olhar à Direita (Esquerda)!";
b. a Bandeira é desfraldada, e o estandarte é abatido;
c. os Comandantes de unidade e subunidade, em viatura, fazem a
continência individual e encaram a Bandeira ou a autoridade;
d. os Comandantes de unidade e subunidade abatem espada e encaram
a Bandeira ou a autoridade; quando estiverem sem espada ou o ela embainhada,
fazem a continência individual é encaram a Bandeira ou a autoridade; os demais
oficiais com espada desembainhada perfilam espada;
e. os oficiais sem espada ou com ela embainhada ou portando outra arma
fazem a continência individual e não encaram a autoridade;
f. os componentes da Guarda-Bandeira, músicos, corneteiros e
tamboreiros, condutores e porta-símbolos não fazem continência nem olham
para o lado.
IV. a dez passos depois do homenageado:
a. os mesmos elementos que comandaram "Olhar à Direita (Esquerda)!"
comandam: "Pelotão (seção) - olhar em Frente!";
b. a Bandeira e o estandarte voltam à posição de Ombro Arma;
c. os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, desfazem a
continência individual;
d. os Comandantes de unidade e subunidade perfilam espada;
e. os oficiais sem espada, com ela embainhada ou portando outra arma,
desfazem a continência.
V. a quinze passos depois do homenageado, independente de qualquer
comando:
a. os Comandantes de unidade e subunidade, em viaturas, sentam-se;
b. os oficiais a pé, com espada desembainhada trazem a espada à
posição de marcha.
A autoridade em homenagem à qual é realizado o desfile responde às
continências prestadas pelos oficiais da tropa que desfila; os demais oficiais que
assistem ao desfile fazem continência apenas à passagem da Bandeira.

Do procedimento da tropa em situações diversas

Nas Organizações Militares de ensino, os alunos de quaisquer postos ou


graduações aguardam nas salas de aula, anfiteatros ou laboratórios a chegada
dos respectivos professores ou instrutores. Instruções internas estabelecem, em
minúcias, o procedimento a ser seguido.
Quando um oficial entra em um alojamento ou vestiário ocupado por tropa,
o militar de serviço ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda
"Alojamento (Vestiário) - Atenção! Comandante da Companhia (ou função de
quem chega)!". As praças, sem interromperem suas atividades, no mesmo local
em que se encontram, suspendem toda a conversação e assim se conservam
até ser comandado "À vontade!".

Da Continência da Guarda
A guarda formada presta continência:

I. aos símbolos, às autoridades e à tropa formada;


II. aos Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-
Brigadeiros, nas sedes dos Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
respectivamente;
III. aos Oficiais-Generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção
privativos dos postos de Oficial-General;
IV. aos Oficiais-Generais, aos Oficiais Superiores e ao Comandante,
Chefe ou Diretor, qualquer que seja o seu posto, nas Organizações Militares;
V. aos Oficiais-Generais e aos Oficiais Superiores das Forças Armadas
das Nações Estrangeiras, quando uniformizados, nas condições estabelecidas
nos incisos anteriores;
VI. à guarda que venha rendê-la.
As normas para a prestação de continência, pela guarda formada, a
Oficiais de qualquer posto, serão reguladas pelo Cerimonial de cada Força.

A continência é prestada por ocasião-da entrada e saída da autoridade.


Para a continência à Bandeira e ao Presidente da República, a guarda
forma na parte externa do edifício, à esquerda da sentinela do portão das armas
(sentinela da entrada principal), caso o local permita. O corneteiro da guarda ou
de serviço dá o sinal correspondente ("Bandeira" ou "Presidente da República’),
e o Comandante da guarda comanda a continência.
A guarda forma para prestar continência à tropa de efetivo igual ou
superior a subunidade, sem Bandeira, que saia ou regresse ao quartel.
Quando em uma Organização Militar entra ou sai seu Comandante, Chefe
ou Diretor, acompanhado de oficiais, a continência da guarda formada é prestada
apenas ao oficial de maior posto, ou ao Comandante, se de posto igual ou
superior ao dos que o acompanham.
A autoridade a quem é prestada a continência destaca-se das demais
para corresponder à continência da guarda; os acompanhantes fazem a
continência individual, voltados para aquela autoridade.
Quando a continência da guarda é acompanhada do Hino Nacional ou da
marcha batida, os militares presentes voltam a frente para a autoridade, ou à
Bandeira, a que se presta a continência, fazendo a continência individual no
início do Hino ou marcha batida e desfazendo-a ao término.
Uma vez presente em, uma Organização Militar autoridade cuja insígnia
esteja hasteada no mastro principal, apenas o Comandante, Diretor ou Chefe da
organização e os que forem hierarquicamente superiores à referida autoridade
têm direito à continência da guarda formada.

Da Continência da Sentinela
A sentinela de posto fixo, armada, presta continência:

I. apresentando arma:
 - aos símbolos e autoridades já citados;

II. tomando a posição de sentido:

 - aos graduados e praças especiais das Forças Armadas nacionais e


estrangeiras;

III. tomando a posição de sentido e, em seguida, fazendo Ombro Arma:


 - à tropa não comandada por Oficial.
O militar que recebe uma continência de uma sentinela faz a continência
individual para respondê-la.

A sentinela móvel presta continência aos símbolos, autoridades e


militares tomando apenas a posição de sentido.
Os marinheiros e soldados, quando passarem por uma sentinela, fazem
a continência individual, à qual a sentinela responde tomando a posição de
"Sentido".
No período compreendido entre o arriar da Bandeira e o toque de
alvorada do dia seguinte, a sentinela só apresenta armas à Bandeira
Nacional, ao Hino Nacional, ao Presidente da República, às bandeiras e
hinos de outras nações e a tropa formada, quando comandada por oficial.
No mesmo período, a sentinela toma a posição de "Sentido" à
passagem de um superior pelo seu posto ou para corresponder à saudação
militar.
Para prestar continência a uma tropa comandada por oficial, a
sentinela toma a posição de "Sentido", executando o "Apresentar Arma"
quando a testa da tropa estiver a 10 (dez) passos, assim permanecendo até a
passagem do Comandante e da Bandeira; a seguir faz "ombro Arma" até o
escoamento completo da tropa, quando volta às posições de "Descansar Arma"
e "Descansar".
Das Honras Militares

Das Honras Fúnebres


Honras Fúnebres são homenagens póstumas prestadas diretamente pela
tropa aos despojos mortais de uma alta autoridade ou de um militar da ativa, de
acordo com a posição hierárquica que ocupava. Consistem de: I - Guarda
Fúnebre; II - Escolta Fúnebre; III - Salvas Fúnebres.
As Honras Fúnebres são prestadas aos restos mortais:

a. do Presidente da República;
b. dos Ministros Militares;
c. dos Militares das Forças Armadas.

Excepcionalmente, o Presidente da República, os Ministros Militares e


outras autoridades militares podem determinar que sejam prestadas Honras
Fúnebres aos despojos mortais de Chefes de Missão Diplomática estrangeira
falecidos no Brasil ou de insigne personalidade, assim como o seu transporte,
em viatura especial, acompanhada por tropa.
As Honras Fúnebres prestadas a Chefes de Missão Diplomática
estrangeira seguem as mesmas prescrições estabelecidas para os Ministros
Militares.
As Honras Fúnebres a militares da ativa são, em princípio, prestadas por
tropa da Força Armada a que pertencia o extinto.
Quando na localidade em que se efetuar a cerimônia não houver tropa
dessa Força, as Honras Fúnebres podem ser prestadas por tropa de outra Força,
após entendimentos entre seus Comandantes.
O féretro de Comandante de Estabelecimento de Ensino é acompanhado
por tropa armada constituída por alunos desse estabelecimento.
O ataúde, depois de fechado, até o início do ato de inumação, será
coberto com a Bandeira Nacional, ficando a tralha no lado da cabeceira do
ataúde e a estrela isolada (ESPIGA) à direita.
Para tal procedimento, quando necessário, deverá a Bandeira Nacional
ser fixada ao ataúde para evitar que esvoace durante os deslocamentos do
cortejo.
Antes do sepultamento, deverá a Bandeira Nacional ser dobrada, sob
comando.
Ao descer o corpo à sepultura, com corneteiro ou clarim postado junte ao
túmulo, é dado o toque de silêncio.
As Honras Fúnebres a militares da reserva ou reformados constam de
comissões previamente designadas por autoridade competente.
Honras Fúnebres não são prestadas:

I. quando o extinto com direito às homenagens as houver dispensado em


vida ou quando essa dispensa parte da própria família.
II. nos dias de Festa Nacional;
III. no caso de perturbação da ordem pública;
IV. quando a tropa estiver de prontidão; e
IV. quando a comunicação do falecimento chegar tardiamente.

Das Guardas Fúnebres

Guarda Fúnebre é a tropa armada especialmente postada para render


honras aos despojos mortais de militares da ativa e de altas autoridades civis.
A Guarda Fúnebre toma apenas a posição de ‘’Sentido’’ para a
continência às autoridades de posto superior ao do seu Comandante.
A Guarda Fúnebre posta-se no trajeto a ser percorrido pelo féretro, de
preferência na vizinhança da casa mortuária ou da necrópole, com a sua direita
voltada para o lado de onde virá o cortejo e, em local que, prestando-se à
formatura e à execução das salvas, não interrompa o transito público.
A Guarda Fúnebre, quando tiver a sua direita alcançada pelo féretro, dá
três descargas, executando em seguida "Apresentar Arma’’; durante a
continência, os corneteiros ou clarins e tambores tocam uma composição grave,
ou se houver Banda de Música, esta executa uma marcha fúnebre.
Se o efetivo da Guarda for de um Batalhão ou equivalente, as descargas
de fuzil são dadas somente pela subunidade da direita, para isso designada.
Se o efetivo da Guarda for igual ou superior a uma Companhia ou
equivalente, conduz Bandeira e tem Banda de Música ou clarins.

A Guarda Fúnebre é assim constituída:

I. para o Presidente de República:


a) por toda a tropa disponível das Forças Armadas, que forma em alas, exceto a
destinada a fazer as descargas fúnebres;
b) a Guarda da Câmara Ardente é formada por Aspirantes da Marinha e Cadetes
do Exército e da Aeronáutica, os quais constituem, para cada Escola, um posto
de sentinela dupla junto à urna funerária;
II. para os Ministros Militares:
a) por um destacamento composto de um ou mais Batalhões ou
equivalentes de cada Força Armada, cabendo o comando à Força a que
pertencia o Ministro falecido;
b) a Guarda da Câmara Ardente é formada pelos Aspirantes ou Cadetes
pertencentes à Força Singular da qual fazia parte o extinto;

IV. para os Oficiais-Generais - por tropa com o efetivo de valor um


Batalhão de Infantaria, ou equivalente, de sua Força;

V. para os Oficiais Superiores - por tropa com o efetivo de duas


Companhias de Infantaria, ou equivalente, de sua Força;

VI. para os Oficiais Intermediários - por tropa com a efetivo de


Companhia de Infantaria, ou equivalente, de sua Força;

VII. para Oficiais Subalternos - por tropa com o efetivo de um Pelotão


de fuzileiros, ou equivalente, de sua Força;

VIII. para Aspirantes, Cadetes e alunos do Colégio Naval e Escolas


Preparatórias ou equivalentes - por tropa com o efetivo de dois
Grupos de Combate, ou equivalente, da respectiva Força;

IX. para Subtenentes, Suboficiais e Sargentos - por tropa com o efetivo


de um Grupo de Combate, ou equivalente, da respectiva Força;

X. para Cabos, Marinheiros e Soldados - por tropa com o efetivo de


uma Esquadra de Fuzileiros de Grupo de Combate, ou equivalente,
da respectiva Força.

As sentinelas de câmaras ardentes, enquanto ali estiverem, mantêm o


fuzil na posição de “Em Funeral Arma’’ e ladeiam o ataúde, ficando as de um
mesmo lado face a face.

Da Bandeira Nacional

A Bandeira Nacional pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia


ou da noite. Normalmente, em Organização Militar, faz-se o hasteamento no
mastro principal às 08:00 horas e a arriação às 18:00 horas ou ao pôr-do-sol.
No dia 19 de novembro, como parte dos eventos comemorativos do Dia
da Bandeira, a Bandeira Nacional será hasteada em ato solene às 12:00 horas,
de acordo com os cerimoniais específicos de cada Força Armada.
Nas Organizações Militares que não mantenham serviço ininterrupto, a
Bandeira Nacional será arriada conforme o estabelecido no parágrafo 1º ou ao
se encerrar o expediente, o que primeiro ocorrer.
Quando permanecer hasteada durante à noite, a Bandeira Nacional deve
ser iluminada.
Nos dias de Luto Nacional e no dia de Finados, a Bandeira é mantida a
meio mastro. Por ocasião do hasteamento, a Bandeira vai até o topo do mastro,
descendo em seguida até a posição a meio mastro; por ocasião da arriação, a
Bandeira sobe ao topo do mastro, sendo em seguida arriada. Nesses dias, os
símbolos é insígnias de Comando permanecem também a meio mastro, de
acordo com o cerimonial específico de cada Força Armada.
Quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas simultaneamente, a
Bandeira Nacional é a primeira a atingir o topo e a última a dele descer, sendo
posicionada na parte central do dispositivo.

RISG, REGIMENTO INTERNO E SERVIÇOS GERAIS

INTRODUÇÃO
A Polícia Militar carrega consigo o status de Força Militar Estadual. Saber as
regras referentes aos tipos de serviços que serão empregados, tanto dentro como
fora dos quartéis, contribuirá para que o comandante de fração Policial Militar
exerça com profissionalismo uma das funções que lhe é cabível.
A disciplina de Regulamento Interno e Serviços Gerais (RISG) é usada para
apregoar o sentimento cívico e de responsabilidade que o integrante da PM deve
ter com sua instituição, com o Estado, com o país e com a estrutura hierárquica a
que está incluído. É uma disciplina que, além de possibilitar ao aluno do curso de
formação de sargentos a relembrar os conceitos aprendidos durante os cursos
anteriormente realizados no CEF, tem por objetivo apresentar ao aluno as
atribuições de sua nova função. Para isso utilizaremos a legislação vigente que
fundamenta a nossa existência como policial militar e no momento atual como
aluno do curso de formação de sargentos.
Leis, Decretos, Regulamentos e Portarias são os instrumentos que norteiam
nossa existência:
LEI COMPLEMENTAR Nº 053, DE 30 DE AGOSTO DE 1990. (ESTATUTO DA
PM)
Art. 1° O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e
prerrogativas dos policiais-militares do Estado de Mato Grosso do Sul.
Art. 2° Nos termos da Constituição Federal a Polícia Militar, instituição permanente
destinada à manutenção da Ordem Pública, sendo Força Auxiliar Reserva do
Exército Brasileiro, subordina-se administrativamente e operacionalmente ao
Secretário de Estado de Segurança Pública.
DECRETO Nº 1.260 DE 2 DE OUTUBRO DE 1981 (RDPMMS)
(Diário Oficial datado de 5/10/81)

Dispõe sobre o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul,


e dá outras providências.
Art. 1° - Fica aprovado o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar de Mato
Grosso do Sul, que este acompanha.
Em seu Título I, Disposições Gerais, está o capítulo que fala dos princípios gerais
da hierarquia e da disciplina:
Art. 7° - As ordens devem ser prontamente obedecidas.
§ 1° - Cabe ao policial militar a inteira responsabilidade pelas ordens que der e
pelas consequências que delas advierem.
§ 2° - Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos
necessários ao seu total entendimento e compreensão.
§ 3° - Quando a ordem importar em responsabilidade criminal para o executante,
poderá o mesmo solicitar sua confirmação por escrito, cumprindo à autoridade
que a emitiu atender à solicitação.
§ 4° - Cabe ao executante, que exorbitar no cumprimento de ordem recebida, a
responsabilidade pelos excessos e abusos que cometer.
Art. 8° - Estão sujeitos a este Regulamento os policiais militares na ativa e os na
inatividade.
§ 1° - Os alunos de órgãos específicos de formação de policiais militares também
estão sujeitos aos regulamentos, normas e prescrições das OPM em que estejam
matriculados. (Regimento Interno CFAP)
REGULAMENTO INTERNO E DOS SERVIÇOS GERAIS – R-1 (RISG)
Art. 1º O Regulamento Interno e dos Serviços Gerais (RISG) prescreve tudo
quanto se relaciona com a vida interna e com os serviços gerais das unidades
consideradas corpos de tropa, estabelecendo normas relativas às atribuições, às
responsabilidades e ao exercício das funções de seus integrantes.

PORTARIA nº 75/2014- CEF, 05 de setembro de 2014


O COMANDANTE DO CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE
PRAÇAS, no uso de suas atribuições e em conformidade com o Art. 5º, inciso IV,
alínea “m”, da Diretriz de Ensino nº 001/DEIP/14, de 08 de julho de 2014,

Art. 1º Instituir o Regimento Interno nº 001/CEF/2014, de 05 de setembro de


2014.
Art. 2° Fica revogada o Regimento Interno Anterior, público pela portaria n°
08/2008-CFAP, 18 de junho de 2008, bem como demais disposição em contrário.
Art. 3º Estabelecer que esta portaria entra em vigor na data da sua publicação.
UNIDADE I
REGIMENTO INTERNO E SERVIÇOS GERAIS (RISG)

Falta em nossa legislação um documento que formalize esse organograma. Na LOB (lei 254)
existem essas estruturas mas falta uma normatização de quem subordina-se a quem,
especialmente quanto às diretorias, policlinica, cef, entre outras. Esse organograma será então o
anexo do "plano de articulação da PMMS".

DOS TRABALHOS DIÁRIOS (RISG)


Art. 174. O horário da vida diária da unidade, compreendendo serviços, instrução,
expediente, rancho etc, é estabelecido pelo Cmt U, por períodos que poderão
variar com as estações do ano, os interesses da instrução e de acordo com
determinações superiores.
DAS ESCALAS DE SERVIÇO (RISG)
Art. 184. A escala de serviço é a relação do pessoal ou das frações de tropa que
concorrem na execução de determinado serviço, tendo por finalidade principal a
distribuição eqüitativa de todos os serviços de uma OM.
Art. 185. Serviço de escala é todo o serviço não atribuído permanentemente à
mesma pessoa, ou fração de tropa, e que não importe em delegação pessoal ou
escolha, obedecendo às seguintes regras:
I - o serviço externo é escalado antes do interno e, em cada caso, o extraordinário
antes do ordinário, tendo-se bem em vista a perfeita eqüidade na distribuição;
II - a designação para determinado serviço recairá em quem, no mesmo serviço,
maior folga tiver;
III - em igualdade de folga, designar-se-á, primeiro, o de menor posto ou
graduação, ou mais moderno;
VII - a designação para o serviço ordinário será feita de véspera, levando-se em
conta as alterações desse dia e, para o extraordinário, de acordo com a urgência
requerida;
IX - a troca de serviço não altera as folgas da escala e, conseqüentemente, o
critério da designação;
X - só depois de apresentado pronto à unidade, poderá o militar ser escalado para
qualquer serviço;
XIII - a designação para os serviços da unidade é publicada, de véspera, no BI e
a das SU, nos respectivos aditamentos; e
Art. 186. Ao serviço de escala concorrem:
IV - Adj, todos os 1º Sgt prontos na unidade, exceto o sargento ajudante da
unidade, e mais os 2º Sgt que, a juízo do Cmt U, se tornem necessários;
V - Cmt Gd do Quartel e Sgt Dia SU, todos os 2os e 3os Sgt prontos, excluídos os
designados para a escala de Adj;
IX - serviço-de-dia às enfermarias, os sargentos e cabos de saúde da FS e os
cabos e soldados da seção de veterinária.
§ 1º Quando o número de tenentes e aspirantes-a-oficial que concorrerem à
escala de Of Dia for inferior a três, o serviço será de Fisc Dia, que terá como
auxiliar, normalmente, um subtenente.
§ 2º Da escala de Aux Fisc Dia participarão todos os subtenentes; quando a
unidade possuir menos de três subtenentes, participarão também os 1os Sgt, de
modo que nunca figurem menos de três auxiliares.
Art. 187. Os serviços de permanência a quartéis-generais ou congêneres serão
regulados pelas suas respectivas NGA, respeitado, no que for cabível, o previsto
no presente Regulamento.

DO SARGENTO DE DIA À SUBUNIDADE (RISG)


Art. 204. O Sgt Dia SU é o auxiliar do Of Dia no que se referir ao serviço em sua
SU e, de conformidade com as determinações desse oficial, compete-lhe:
I - apresentar-se ao Cmt SU, ao Of Dia e ao Adj, ao entrar e sair de serviço e após
a leitura do BI;
II - informar ao Of Dia a existência de ordens especiais relativas à sua SU que
interessem ao serviço;
III - solicitar do Of Dia, na ausência do Cmt SU, qualquer providência de caráter
urgente;
IV - auxiliar o Of Dia e o Adj em tudo o que diga respeito à boa execução dos
respectivos serviços;
V - registrar no livro de partes diárias da SU todas as ocorrências havidas no seu
serviço;
VI - fiscalizar o serviço de guarda da SU;
VII - cumprir e fazer cumprir todas as ordens gerais e particulares referentes ao
serviço na SU;
VIII - manter a ordem, o asseio e a disciplina na SU;
IX - responder pelo Sgte, na ausência deste;
X - cumprir as determinações do Of Dia relativas à sua SU ou ao serviço da
unidade;
XI - participar, com a urgência necessária, ao Cmt SU, aos oficiais, ao subtenente
e ao Sgte, as ordens extraordinárias que receba e que sejam de interesse imediato
desses militares ou da SU;
XII - participar, com urgência, ao Cmt U as ocorrências verificadas durante o
serviço e que exijam seu imediato conhecimento, independente das providências
tomadas a respeito;
XIII - pôr em forma a SU para as formaturas e revistas;
XIV - conduzir, em forma, a SU para o rancho, exigindo que as praças se
apresentem corretamente fardadas e apresentar ao aprovisionador a relação das
praças que, por motivo de serviço, não compareçam à hora regulamentar;
permanecer no rancho até o final da refeição, verificando os aspectos relativos à
higiene e à disciplina das praças da SU;
XV - apresentar ao Adj as praças da SU que devam ser recolhidas presas;
XVI - zelar para que as praças detidas da SU permaneçam nos lugares
determinados; e
XVII - substituir o Sgte nos feriados, sábados e domingos, nas atribuições deste
relativas à Parada.
§ 1º Quando no quartel se encontre apenas uma SU da unidade, as funções de
Adj Of Dia e de Sgt Dia SU serão acumuladas pelo mesmo elemento.
§ 2º O serviço de Sgt Dia SU, quanto às ligações externas, começa normalmente
depois da leitura do BI, salvo nos dias em que, por qualquer circunstância, não se
achem presentes os oficiais, o subtenente ou o Sgte SU, caso em que seguirá a
regra geral para os serviços diários.
§ 3º Ordinariamente, antes da leitura do BI, o Sgt Dia SU só se entende com as
autoridades de sua SU.
Art. 206. Nas unidades, cujas SU disponham de viaturas, o Sgt Dia tem, ainda, os
seguintes encargos:
I - verificar limpeza, arrumação e segurança da garagem, das oficinas e dos
depósitos, em especial os que contenham inflamáveis;
II - acompanhar o Cmt SU, o Of Dia, o oficial de manutenção ou outra autoridade,
nas revistas às dependências mencionadas, prestando-lhes as informações
pedidas;
III - somente permitir a saída de viaturas quando devidamente autorizada,
verificando se o motorista cumpre todas as normas prescritas;
V - inspecionar, com freqüência, as dependências relacionadas no inciso I deste
artigo, verificando se tudo corre normalmente, corrigindo eventuais irregularidades
ou solicitando as providências que o caso indicar;
VI - examinar as viaturas na saída e no regresso, transcrevendo no livro de partes:
a) o reabastecimento;
b) a leitura do odômetro;
c) a natureza do serviço prestado e quem o autorizou; e
d) as observações que julgar oportunas;

DO SARGENTEANTE E DOS SARGENTOS (RISG)

Art. 115. Os sargentos são auxiliares do Cmt SU e dos oficiais da SU em


educação, instrução, disciplina e administração e lhes incumbe, ainda, assegurar
a observância ininterrupta das ordens vigentes, angariando a confiança dos seus
chefes e a estima e o respeito dos seus subordinados.

Art. 116. Ao Sgte SU compete:

I - ter a seu cargo toda a escrituração corrente da SU, referente a pessoal, ao


serviço e à instrução, e executá-la, auxiliado pelos demais sargentos, mantendo-
a em dia e em ordem;
II - fiscalizar a execução da escrituração que distribuir aos seus auxiliares, ficando
responsável pelas irregularidades existentes;

III - organizar as relações de pessoal para as escalas de serviço a cargo da SU;

IV - responsabilizar-se pelo arquivamento de todos os documentos que devam ser


conservados na SU, de acordo com as normas em vigor;

V - organizar um índice dos assuntos publicados nos BI que interessem à SU;

VI - responder pela SU, na ausência dos oficiais e do subtenente, exercendo sua


autoridade sobre as demais praças, nas questões de serviço e disciplina;

VII - proceder à chamada ou verificação das praças nas formaturas, anotando-


lhes as faltas;

VIII - instruir os demais sargentos nos assuntos concernentes à escrituração, a


fim de pôlos a par do serviço e prepará-los para o substituírem em seus
impedimentos;

IX - auxiliar na instrução da SU, como lhe for determinado pelo respectivo Cmt;

X - estar em condições de substituir os oficiais subalternos no comando de pelotão


ou seção;

XI - conhecer a instrução de sua Arma, Quadro ou Serviço até a escola do pelotão


ou da seção, bem como os diversos manuais de instrução e regulamentos,
devendo possuir os conhecimentos necessários ao exercício de suas atribuições;

XIV - formar as praças da SU para as revistas e, quando impossibilitado, designar,


por escala, outro sargento para substituí-lo, com o conhecimento do respectivo
Cmt;

XVII - apresentar-se, diariamente, ao oficial da SU que chegue em primeiro lugar


ao quartel, participando-lhe as ocorrências havidas e, bem assim, ao respectivo
Cmt SU logo após sua chegada; e

Art. 117. A cada um dos demais sargentos da SU incumbe:

I - auxiliar na instrução da SU e ministrar a que lhe competir, em virtude de


disposições regulamentares, programas e ordens;

II - participar, ao Cmt Pel ou Seç, tudo que na sua ausência ocorrer com o pessoal;

III - auxiliar o Sgte, fora das horas de instrução, em toda a escrituração da SU e


em tudo o que se relacionar com o serviço;

IV - auxiliar o Cmt Pel ou Seç na fiscalização da fiel observância das ordens e


instruções relativas à limpeza, conservação e arrumação das dependências da
fração e do material distribuído aos homens e no rigoroso cumprimento das
normas de prevenção de acidentes na instrução e em atividades de risco,
verificando se todos encontram-se inteirados das ordens gerais e particulares que
lhes dizem respeito;

V - conhecer a instrução de sua Arma, Quadro ou Serviço e possuir os principais


manuais de instrução e regulamentos necessários ao exercício de suas
atribuições;

VI - participar as faltas verificadas nas frações de tropa sob seu comando, em


qualquer formatura;

VII - substituir, por ordem de graduação ou antigüidade, o Sgte em seus


impedimentos fortuitos ou, responder pela sargenteação da SU, em seus
impedimentos prolongados, por ordem do respectivo Cmt;

VIII - apresentar-se, diariamente, ao oficial a que esteja diretamente subordinado


e ao Sgte SU, logo que estes cheguem ao quartel;

SIGLAS:

SU = subunidade(s) U= unidade Sgt = sargento(s)

Sgte = sargenteante(s) Sgt Dia = sargento(s)-de-dia

DO CORPO DE ALUNOS (RI – CEF)


Art. 25. O Corpo de Alunos (CA) é órgão subordinado ao subcomandante do CEF,
competindo-lhe o planejamento, a coordenação e a execução das atividades
relativas ao corpo discente, primando pela sua formação moral, cívica e
profissional.
Art. 26. Cabe ao Comandante do Corpo de Alunos:
I. Gerenciar o acompanhamento diuturno dos Comandantes de Companhia e
Pelotão, visando manter os princípios basilares da instituição que é a hierarquia e
disciplina;
II. Supervisionar a execução das atividades realizadas pelos alunos, através de
visitas diárias às salas de aulas e contatos pessoais com instrutores, professores
e auxiliares de ensino;
III. Controlar toda a documentação relativa aos integrantes do CA;
IV. Tratar junto ao corpo discente dos atos de justiça e disciplina;
V. Manter, o comandante e o subcomandante, informados a respeito do
desempenho dos alunos, nas atividades escolares e no aspecto disciplinar;
VI. Designar oficiais e praças do CA para o desempenho de funções e missões
atribuídas à sua fração;
VII. Supervisionar as atividades curriculares ou extracurriculares do corpo de
alunos, na área de sua competência;
VIII. Indicar ao comandante do CEF, oficiais e alunos para comporem as
comissões de festas e formaturas;
IX. Organizar e manter atualizado o mapa de efetivo e a relação nominal dos
componentes do corpo, em nível de companhia e pelotão;
X. Criar e manter atualizado o plano de chamada para pronto emprego;
XI. Zelar pela boa apresentação, higiene pessoal e correção de seus
comandados;
XII. Controlar o corpo de alunos do CA nas atividades curriculares e de extensão;
XIII. Divulgar mensalmente o extrato de elogio e punição.
XIV. Aplicar as medidas educativas de licença cassada, pernoite e estudo
obrigatório, quando necessária.

DO COMANDANTE DA GUARDA
Art. 35. Compete ao comandante da guarda, além do que está previsto em leis e
regulamentos, as seguintes atribuições:
I. Assumir o serviço, conferir o material carga do Corpo da Guarda;
II. Conferir a relação de presos, detidos e de quem esteja cumprindo medida
educativa, mantendo o controle rigoroso dos mesmos;
III. Inteirar-se dos eventos e atividades diversas programadas para a data e dar
ciência a todos os militares da guarda, principalmente daqueles que envolvam
movimento de civis pelas dependências do quartel;
IV. Responsabilizar-se pela organização do estacionamento;
V. Instruir os componentes da Guarda sobre o plano de segurança, além de outros
assuntos pertinentes ao serviço;
VI. Deslocar a guarda formada para instrução e realização da parada diária;
VII. Fazer o controle dos civis e militares estranho a Unidade, bem como qualquer
material bélico que adentrarem ao CEF;
VIII. Vedar a entrada de pessoas e veículos sem autorização;
IX. Fiscalizar todos os postos de serviço sob seu comando, verificando, na
oportunidade, se os militares estão cientes de suas obrigações correspondentes;
X. Encaminhar à recepção do CEF os civis que pretenderem manter contato com
integrantes da unidade, durante o expediente, e após o expediente, encaminhá-
los ao oficial-de-dia;
XI. Encaminhar ao oficial-de-dia as praças de outras unidades da corporação e
militares de outras instituições que adentrarem ao CEF;
XII. Preencher em livro próprio a relação de pessoas que adentrarem ao quartel
após o término do expediente, especificando o nome, identidade e o motivo da
visita;
XIII. Efetuar, em livro próprio, o registro dos veículos e/ou viaturas que adentrarem
ao CEF após o horário de expediente;
XIV. Preencher todos os livros pertinentes a seu serviço e encaminhá-los ao
oficial-de-dia na passagem do serviço;
XV. Manter os portões do CEF fechado;
XVI. Apresentar-se ao superior hierárquico que adentre ao corpo da guarda,
anunciando o serviço, exceto se não for o mais antigo presente;
XVII. Fazer um rodízio para que todos efetuem suas refeições de forma que não
prejudique a segurança do quartel;
XVIII. Passar as ordens anteriores ao aluno que estiver assumindo o serviço e
ambos deverão dar ciência ao oficial-de-dia da unidade;
XIX. Manter os integrantes da guarda sentados próximo à guarda e prontos para
serem empregados.
XX. Vistoriar as instalações físicas do quartel, checando as alterações e tomando
as providências de estilo.
XXI. Zelar pela limpeza do corpo da guarda e imediações.
Art. 106. Compete ao comandante da guarda, além do que está previsto em leis
e regulamentos, as seguintes atribuições:
I- assumir o serviço, conferir o material carga do Corpo da Guarda;
II- conferir a relação de presos, detidos e de quem esteja cumprindo medida
educativa, mantendo o controle rigoroso dos mesmos;
III- inteirar-se dos eventos e atividades diversas programadas para a data e dar
ciência a todos os militares da guarda, principalmente daqueles que envolvam
movimento de civis pelas dependências do quartel;
IV- responsabilizar-se pela organização do estacionamento;
V- instruir os componentes da Guarda sobre o plano de segurança, além de outros
assuntos pertinentes ao serviço;
VI- deslocar a guarda formada para instrução e realização da parada diária;
VII- fazer o controle dos civis e militares estranho a Unidade, bem como qualquer
material bélico que adentrarem ao CEF;
VIII- vedar a entrada de pessoas e veículos sem autorização;
IX- fiscalizar todos os postos de serviço sob seu comando, verificando, na
oportunidade, se os militares estão cientes de suas obrigações correspondentes;
X- encaminhar à recepção do CEF os civis que pretenderem manter contato com
integrantes da unidade, durante o expediente, e após o expediente, encaminhá-
los ao oficial-de-dia;
XI- encaminhar ao oficial-de-dia as praças de outras unidades da corporação e
militares de outras instituições que adentrarem ao CEF;
XII- preencher em livro próprio a relação de pessoas que adentrarem ao quartel
após o término do expediente, especificando o nome, identidade e o motivo da
visita;
XIII- efetuar, em livro próprio, o registro dos veículos e/ou viaturas que adentrarem
ao CEF após o horário de expediente;
XIV- preencher todos os livros pertinentes a seu serviço e encaminhá-los ao
oficial-de-dia na passagem do serviço;
XV- manter os portões do CEF fechado;
XVI- apresentar-se ao superior hierárquico que adentre ao corpo da guarda,
anunciando o serviço, exceto se não for o mais antigo presente;
XVII- fazer um rodízio para que todos efetuem suas refeições de forma que não
prejudique a segurança do quartel;
XVIII- passar as ordens anteriores ao aluno que estiver assumindo o serviço e
ambos deverão dar ciência ao oficial-de-dia da unidade;
XIX- manter os integrantes da guarda sentados próximo à guarda e prontos para
serem empregados.
XX- vistoriar as instalações físicas do quartel, checando as alterações e tomando
as providências de estilo.
XXI- zelar pela limpeza do corpo da guarda e imediações.

DAS ATRIBUIÇÕES DO XERIFE


Art. 132. O xerife da turma é determinado por escala, com revezamento semanal,
dentre os integrantes da respectiva turma, competindo-lhe:
I. Liderar a turma, fazer camada, controlar ausências e representá-la perante a
escola;
II. Reunir a turma nos locais de trabalho previstos, em tempo oportuno, de modo
a não motivar qualquer atraso no início da sessão;
III. Providenciar para que os alunos ocupem seus lugares antes do início de cada
sessão;
IV. Manter a disciplina, quando não houver professor em sala ou lugar de trabalho;
V. Fiscalizar e exigir a limpeza de toda sala de aula, observando a escala diária
de faxina efetuada pelo aluno responsável pelas escalas da turma;
VI. Formar e conduzir a turma toda vez que esta tiver que deslocar-se;
VII. Apresentar a turma, prestar os anúncios regulamentares aos professores
civis, militares e demais autoridades que adentrarem a sala de aula;
VIII. Comunicar ao Comandante de Pelotão, a falta do professor após cinco
minutos após o tempo previsto para o início da aula;
IX. Comunicar ao comandante de pelotão todas as irregularidades verificadas no
âmbito da turma;
X. Providenciar, mediante contato prévio com professor, os meios auxiliares para
a aula, quando tal procedimento não for feito por outro profissional do CEF;
XI. Não permitir a saída da turma de sala, antes do término do horário de
encerramento da aula, mesmo que o docente já tenha encerrado o assunto de
aula;
XII. Apresentar-se ao comandante de pelotão ao receber o xerifado;
Parágrafo único - Ao subxerife compete auxiliar o xerife da turma em todas as
suas atribuições, bem como substituí-lo na sua ausência.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

QUESTÃ 01

O comando de oitavo à direita (esquerda) volver o militar fara uma rotação de:

(A) 90 graus.

(B) 45 graus.

(C) 180 graus.

(D) 360 graus.

QUESTÃO 02

A primeira baliza de cor branca que ficará a quantos metros aquém do homenageado?

(A) 10 passos.

(B) 20 metros.

(C) 30 metros.

(D) 30 passos.

QUESTÃO 03

Vozes de comando - são formas padronizadas, pelas quais o comandante de uma fração
exprime verbalmente a sua vontade. A voz constitui o meio de comando mais
empregado na Ordem Unida. Deverá ser usada, sempre que possível, pois permite
execução simultânea e imediata.

As vozes de comando constam geralmente de:

(A) Voz de advertência; voz de gestos; voz de apito.

(B) Voz de advertência; comando propriamente dito; voz de execução.

(C) Voz de execução; voz de advertência; comando propriamente dito.

(D) Voz de gestos; Voz de advertência; voz de apito.

QUESTÃO 04

Quais são os quatro índices de eficiência?

(A) Moral, disciplina, espírito de corpo, e proficiência.

(B) Moral, disciplina, vontade, coordenação.

(C) Proficiência, doutrina, camaradagem, e união.

(D) Espírito de corpo, atenção, boa visão, auto aprendizado.

QUESTÃO 05

Ao comando de _____________, o homem marchara no passo sem cadencia, podendo, no


deslocamento, falar, cantar, fumar, beber e comer.

(A) “MARCAR PASSO”.


(B) “SEM CADENCIA”.

(C) “ACELERADO”.

(D) “PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”

QUESTÃO 06

Assinale a alternativa correta:

(A) A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição coletivo e consciente altamente
motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade,
sincronização e garbo militar
(B) A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição individual e consciente altamente
motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade,
sincronização e garbo militar.
(C) A ordem unida visa unicamente obedecer as ordens para adestramento da tropa.
(D) A ordem unida se caracteriza por obedecer comandos e exaltar o espírito de submissão
da tropa.

QUESTÃO 07

Sobre as vozes de comando, assinale a alternativa correta:

(A) Consistem de atitude, gesto e duração.


(B) O comando propriamente dito tem por finalidade determinar o exato momento em que o
movimento deve começar ou cessar.
(C) As vozes de comando constam geralmente de voz de advertência, comando propriamente
dito e voz de execução.
(D) Consiste em atitude, comando propriamente dito e duração.

QUESTÃO 08

Assinale a alternativa incorreta:

(A) A voz de execução deve ser curta, viva, enérgica e segura.


(B) Os comandos por gestos substituirão as vozes de comando quando a distância, o ruído ou
qualquer outra circunstância não permitir que o comandante se faça ouvir.
(C) Os toques de corneta devem ser empregados desde o primeiro dia de instrução
independentemente do progresso na instrução individual e deverão ser realizadas em
sessões longas para poder memorizar os toques.
(D) Os comandos por meio de apitos serão dados mediante o emprego de silvos longos e
curtos. Os silvos longos serão dados como advertência e os curtos, como execução.

QUESTÃO 09

Assinale a alternativa incorreta quanto aos tipos de marcha:

(A) Ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE!” o homem levará o pé direito à frente, com a


perna naturalmente distendida, batendo no solo com o calcanhar de modo natural e sem
exageros ou excessos.
(B) O comando de “ALTO!” deve ser dado quando o homem assentar o pé esquerdo no solo.
(C) O comando de “MARCAR PASSO!” deverá ser dado nas mesmas condições do comando
de “ALTO”. O homem executará o alto e, em seguida, continuará marcando no mesmo
lugar, elevando os joelhos até que os pés fiquem à altura de 20 centímetros do solo,
mantendo a cadência do passo ordinário.
(D) O comando de “EM FRENTE!” deverá ser dado quando o pé esquerdo assentar no solo; o
homem dará, ainda, um passo com o pé direito, rompendo, em seguida, com o pé
esquerdo, a marcha no passo ordinário.
QUESTÃO 10

Assinale a alternativa correta:

(A) Ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE” o homem levará o pé direito à frente, com a perna
naturalmente distendida, batendo no solo com o calcanhar de modo natural e sem
exageros ou excessos.
(B) Ao comando de “TROCAR PASSO!”, o homem levará o pé, que está na frente, para a
retaguarda do que está atrás e irá trocar com o que está vindo de encontro ao solo
passando naturalmente o pé de trás para frente e prosseguindo normalmente a
marcha.
(C) Ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, o homem romperá a marcha em passo
ordinário e em seguida não precisa seguir cadência, devendo conversar apenas o
necessário e em voz baixa.
(D) Ao comando de “PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”, o homem marchará no passo sem
cadência podendo, no deslocamento, falar, cantar, fumar, beber e comer.

QUESTÃO 11

Em Guardas Fúnebres qual é a distância que deve estar o cortejo fúnebre da guarda fúnebre,
para dar o comando de “EM FUNERAL! PREPARAR!”:

(A) 25 passos.
(B) 20 metros.
(C) 20 passos.
(D) 10 passos.

QUESTÃO 12

De acordo com o Manual de Ordem Unida: Marque (V) para verdadeira e (F) para falsa.
Indique a alternativa com a sequência de (V) e (F) correta:

( V ) Marcha em “Passo sem Cadência” - Rompimento - ao comando de “SEM CADÊNCIA,


MARCHE!”, o homem romperá a marcha em passo sem cadência, devendo conservar-se em
silêncio durante o deslocamento.

( V ) Marcha em “Passo de estrada - Nos deslocamentos em estradas e fora das


localidades, para proporcionar maior comodidade à tropa, ser-lhe-á permitido marchar em
passo de estrada. Ao comando de “PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”, o homem marchará no
passo sem cadência podendo, no deslocamento, falar, cantar, fumar, beber e comer.

( ) Os deslocamentos poderão ser feitos, somente nos passos: ordinário, sem cadência,
acelerado.

( ) Alto - o comando de “ALTO!” deve ser dado quando o homem assentar o pé direito no
solo; ele dará, então, mais dois passos, um com o pé direito e outro com o pé esquerdo,
unindo, com energia, o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os calcanhares, ao
mesmo tempo em que, cessando o movimento dos braços, irá colar as mãos às coxas, com
uma batida, conforme prescrito para a tomada da posição de “Descançar”.

(A) F, V, V, F.

(B) F, F, V, V.

(C) V, F, V, F.

(D) V, V, F, F.

QUESTÃO 13

Estando a tropa em linha, para verificar o seu alinhamento será dado o comando de:

(A) “PELOTÃO (FRAÇÃO), PELO HOMEM BASE, COBRIR!”.


(B) “BASE TÀL HOMEM, PELA DIREITA, COBRIR!”.
(C) “BASE TÀL HOMEM (FRAÇÃO), PELA DIREITA (ESQUERDA OU CENTRO)! COBRIR!”.
(D) “BASE TÀL HOMEM (FRAÇÃO), PELA DIREITA (ESQUERDA OU CENTRO)! PERFILAR!”.

QUESTÃO 14

Para transmitir sua vontade à tropa, o comandante poderá empregar os seguintes meios de
comando:

(A) Apito, corneta, mímica e/ou voz.


(B) Bumbo, tiro de festim, corneta e/ou voz.
(C) Voz, gestos, corneta (clarim) e/ou apito.
(D) Bumbo, voz, gestos e/ou corneta.

QUESTÃO 15

Estando a tropa em deslocamento no passo ordinário, caso o comandante do Pelotão queira


mudar a direção do deslocamento de sua tropa, o comando deve ser:

(A) Conversão à direita/à esquerda marche.


(B) Conversão à direita/à esquerda avançar.
(C) Direção à direita/à esquerda avançar.
(D) “DIREÇÃO À DIREITA (ESQUERDA)! MARCHE!”

QUESTÃO 16

Quando uma tropa está na formação de linha, para verificar seu alinhamento será dado o
comando?

(A) Cobrir.

(B) Perfilar.

(C) Alinhar

(D) Firme.

EXERCÍCIOS DE RCONT

QUESTÃ 17

Assinale a alternativa INCORRETA quanto à conduta do militar fardado ao entrar em um


recinto coberto.

(A) Descobre-se o militar fardado ao entrar em um recinto coberto.

(B) Descobre-se o militar fardado nas reuniões sociais, nos funerais, nos cultos religiosos.

(C) Descobre-se o militar ao entrar em templos ou participar de atos em que este


procedimento seja pertinente.

(D) Descobre-se o militar armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante, bem
como de serviço de policiamento, escolta ou guarda.

QUESTÃO 18

Assinale a alternativa correta: art.30 – O militar em um veículo, exceto bicicleta, motocicleta


ou similar, procede da seguinte forma:
(A) com veículo parado, tanto para o condutor quanto o para o passageiro é dispensada a
continência individual.

(B) com o veículo parado, somente o passageiro faz a continência individual.

(C) com o veículo em movimento, tanto o condutor como o passageiro fazem a continência
sem se levantarem.

(D) com o veículo em movimento, somente o passageiro faz continência individual.

QUESTÃO 19

A guarda formada presta continência, exceto:

(A) aos símbolos, às autoridades e à tropa formada;

(B) aos Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-Brigadeiros, nas sedes


dos Ministérios da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente;

(C) aos Oficiais-Generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção privativos dos postos
de Oficial-General;

(D) O comandante, diretor ou chefe da organização e os que forem hierarquicamente


subordinados.

QUESTÃO 20

De acordo com a apostila, todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações,


deveres, direitos e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar
sempre:

(A) com afeição e camaradagem os seus superiores;

(B) com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à


autoridade de que se acham investidos por lei;

(C) com bondade, dignidade e urbanidade os seus pares.

(D) com fealdade, desdouro e cortesia os seus subordinados.

QUESTÃO 21

A Bandeira Nacional pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia ou da noite.
Normalmente, em Organização Militar, faz-se o hasteamento no mastro principal às
______________ e a arriação às ____________________________________________.

(A) 06:00 horas – 18:00 horas ou ao pôr-do-sol.

(B) ao nascer do sol – ao pôr do sol.

(C) 07:00 horas – 17:00 horas ou ao pôr-do-sol.

(D) 08:00 horas – 18:00 horas ou ao pôr-do-sol.

QUESTÃO 22

São elementos essenciais da continência individual:

(A) A postura, a marcialidade e a firmeza no movimento.


(B) A atitude, o gesto e a duração.
(C) A atitude, a ação propriamente dita e a verbalização.
(D) A postura, o gesto e a verbalização.

QUESTÃO 23
Uma tropa a pé firme presta continência aos símbolos, às autoridades e a outra tropa
formada, executando os seguintes comandos, exceto:

(A) Na continência a oficial subalterno faz o comando de “SENTIDO”.


(B) Na continência a oficial-superior faz o comando de “SENTIDO! OMBRO ARMA!”.
(C) Para todos os superiores a continência é “SENTIDO! OMBRO ARMA! APRESENTAR ARMA!”.
(D) Na continência aos símbolos e autoridades, a Oficiais-Generais ou autoridades
equivalentes, faz o comando de “SENTIDO! OMBRO ARMA” APRESENTAR ARMA!
OLHAR A DIREITA (ESQUERDA)!”.

QUESTÃO 24

Assinale a alternativa incorreta:

(A) Honras fúnebres são homenagens póstumas prestadas pelo comandante aos despojos
mortais de militar da reserva que prestou excelentes serviços durante sua atividade.
(B) As honras fúnebres são prestadas aos restos mortais do Presidente da República.
(C) As honras fúnebres são prestadas aos restos mortais dos ministros militares.
(D) As honras fúnebres a militares da ativa são, em princípio, prestadas por tropa da Força
Armada a que pertencia o extinto.

QUESTÃO 25

Marque a alternativa correta. Durante o Cortejo fúnebre, conforme previsto no manual de


ordem unida (C22-5) , a tropa deverá ser colocada em “Linha em Uma Fileira” se for efetivo
correspondente a uma fração elementar (GC, Pçetc) e, em “Linha em Três Fileiras”, se o seu
efetivo for maior, de modo que ela fique com a direita para a direção de onde virá o cortejo
fúnebre. Quando este estiver a cerca de 20 passos da tropa, serão dados quais comandos
sequencialmente?

(A) Em Funeral, Carregar, atirar, fogo.

(B) Em funeral, preparar, carregar, apontar, fogo.

(C) Preparar, em funeral, carregar, atirar.

(D) Preparar, carregar, atirar.

QUESTÃO 26

A Continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser:

(A) Do militar individual e somente isto.

(B) Do militar na tropa e somente isto.

(C) Individual ou da tropa.

(D) Individual e somente isto.

QUESTÃO 27

De acordo com o RCont, o militar, para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até
a:

(A) distância de 02 metros.

(B) distância de 02 passos.

(C) distância do aperto de mão.


(D) distância de 01 metro.

QUESTÃO 28

Acerca da continência, segundo o RCont, pode-se afirmar que:

(A) Visa à autoridade e à pessoa, portanto é pessoal.


(B) É impessoal e não visa à autoridade, somente à pessoa.
(C) É impessoal, visa à autoridade e não à pessoa.
(D) É pessoal, visa à autoridade e também à pessoa.

QUESTÃO 29

Conforme prevê o Art. 28 do RCont, o comandante, chefe ou diretor de Organização Militar,


na primeira vez em que for encontrado pelas suas praças subordinadas, tem direito a uma
continência específica. Como deve ser essa continência:

(A) A praça faz alto, volta-se para ele e presta continência individual.
(B) A praça faz alto, volta-se para ele e brada “Bom dia, Comandante!”.
(C) A praça apenas presta continência, sem fazer alto.
(D) Se a praça estiver andando, faz o giro de cabeça e presta continência, não sendo
necessário parar.

QUESTÃO 30

Assinale a alternativa INCORRETA. Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações,


deveres, direitos e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar
sempre:

(A) Com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à autoridade
de que se acham investidos por lei.

(B) Com afeição e camaradagem os seus pares.

(C) Com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados.

(D) Com respeito e consideração apenas os superiores.

EXERCÍCIO DO RISG

QUESTÃO 31
Quanto as atribuições do Sgte SU, analise as proposições abaixo:

I - ter a seu cargo toda a escrituração corrente da SU, referente a pessoal, ao serviço e à
instrução, e executá-la, auxiliado pelos demais sargentos, mantendo-a em dia e em ordem;

II - fiscalizar a execução da escrituração que distribuir aos seus superiores, ficando responsável
pelas irregularidades existentes;

III - organizar as relações de pessoal para as escalas de serviço a cargo da SU;

Assinale a alternativa INCORRETA:

(A) Somente as alternativas I e III estão corretas.


(B) Somente a alternativa II está correta.
(C) Somente a alternativa I está correta.
(D) Somente a alternativa III está correta.

QUESTÃO 32
Quanto as atribuições abaixo, analise-as e responda a alternativa CORRETA:

I - responsabilizar-se pelo arquivamento de todos os documentos que devam ser conservados


na SU, de acordo com as normas em vigor;

II - organizar um índice dos assuntos publicados nos BI que interessem à SU;

III - responder pela SU, na ausência dos oficiais e do subtenente, exercendo sua autoridade
sobre as demais praças, nas questões de serviço e disciplina;

IV - proceder à chamada ou verificação das praças nas formaturas, anotando-lhes as faltas;

As proposições acima, são atribuições do:

(A) DO SARGENTO DE DIA

(B) DO SARGETEANTE

(C) DO COMANDANTE DA GUARDA

(D) DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS

QUESTÃO 33

Compete ao comandante da guarda, além do que está previsto em leis e regulamentos, as


seguintes atribuições abaixo, EXCETO:

(A) assumir o serviço, conferir o material carga do Corpo da Guarda;

(B) conferir a relação de presos, detidos e de quem esteja cumprindo medida educativa,
mantendo o controle rigoroso dos mesmos;

(C) inteirar-se dos eventos e atividades diversas programadas para a data e dar ciência a todos
os militares da guarda, principalmente daqueles que envolvam movimento de civis pelas
dependências do quartel;

(D) responsabilizar o sargento de dia, pela organização do estacionamento;


CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CFS

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE
APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS

APOSTILA BÁSICA DA MATÉRIA: PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

BRASIL
Estado Democrático de Direito
O que significa Estado de Direito?
Significa o Estado subordinado ou submetido à legalidade constitucional, ao regime constitucional.
É o Estado vinculado ao Direito, no sentido de que sua atividade seja fundada sobre o Direito,
desenvolvendo-se segundo o Direito. O estado se reconhece subordinado às suas próprias Leis. O
Estado é limitado pelo Direito.
O Estado Democrático de Direito significa essencialmente que o Estado de Direito deve ter um
conteúdo democrático, basear-se em eleições livres e periódicas feitas pelo povo.
Rousseau: Todos os homens são iguais e nascem livres. Em tese, ninguém teria direito de comandar
ninguém. Cada homem deveria ceder uma parte de sua liberdade a fim de poder existir um Poder
comandante p/ a boa organização social, com representantes escolhidos pelos demais.
Radical transformação no pensamento que anteriormente prevalecia – Poder de Origem divina ou
da supremacia da força.
Poder
Tripartição do Poder
O Poder estatal é uno. O princípio da tripartição do Poder deve-se sobretudo a Montesquieu, que
vislumbrou que a única coisa capaz de frear o Poder seria ele mesmo. Surgiu a idéia do que hoje
nós chamamos do sistema de “freios e contrapesos”, onde o Poder estatal se divide em Executivo,
Legislativo e Judiciário, que funcionam com independência e harmonia, mas cada um fiscalizando
os erros e abusos dos demais.
Nós, da PM, fazemos parte do Poder Executivo Estadual. Os PM demitidos recorrem ao Poder
Judiciário e muitas vezes são reintegrados liminarmente, haja vista os erros grosseiros,
desrespeitos graves à forma do processo e aos direitos do acusado, encontrados nos processos
que geram as demissões.
Princípio do controle judicial dos atos administrativos
Inciso XXXV da CF/88
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Não existe no Brasil a Justiça Administrativa, como existe na França, bem como, não mais funciona
como anteriormente, onde, o ingresso em juízo estava condicionado a que se exaurissem as vias
administrativas. O Poder Judiciário é que resolve definitivamente qualquer litígio de direito.
Irretroatividade da Lei: A lei nova não pode retroagir os seus efeitos ferindo a coisa julgada, o direito
adquirido e o ato jurídico perfeito. Tempus regit actum.Princípio da Segurança Jurídica.
Leis Penais benéficas: que favorecem o réu, lex mitior, retroagem, inclusive incidem sobre a coisa
julgada, a ser decidido pelo Juízo de Execuções Criminais. Inciso XL da CF.
Legislação Processual: atos processuais realizados sob regras da lei anterior se consideram
válidos; as normas processuais têm, contudo, aplicação imediata, disciplinando o resto do
processo.
DEVIDO PROCESSO LEGAL
(Due process of law)
Inciso LIV da CF – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Abrange:
a) direito a citação, pois ninguém pode ser acusado sem ter conhecimento da acusação;
b) direito de arrolamento de testemunhas, que deverão ser intimadas par comparecer perante o
processo;
c) direito ao contraditório;
d) direito de igualdade com a acusação;
e) direito de ser julgado mediante provas e evidências legais e legitimamente obtidas;
f) direito a ser processado pela autoridade competente; (No processo judicial – Juiz natural);
g) o privilégio contra a auto-incriminação;
h) direito aos recursos administrativos.
DIREITO DE PLENA DEFESA
Inciso LV da CF – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Declaração Universal dos Direitos do Homem, art XI, n. 1 “Todo homem acusado de um ato delituoso
tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa”.
O Contraditório é exigência da ampla defesa e do devido processo legal, é a bilateralidade, não
aplicado nos Inquéritos (IPM). Por isto as pessoas não podem ser condenadas por provas coligidas
exclusivamente em Inquérito.
Provas Ilícitas – Não é permitido, não são aceitas como provas no processo.
Flagrante Delito Preparado – Há a cooperação emprestada à prática criminosa pela polícia, ativando-
a, retirando-lhe as peculiaridades, e então não se configura o flagrante delito.
Prisão em Flagrante Delito – Assunto a ser abordado na aula da disciplina respectiva.
Habeas Corpus – Inciso LXVIII da CF – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder.
É aceitável nas transgressões disciplinares quando a sanção for determinada por autoridade
incompetente; em desacordo com a lei; extrapolando os limites da lei.
Mandado de Segurança – Inciso LXIX da CF.
Protege direito líquido e certo, não amparado pelo habeas corpus (incidência residual), quando o
responsável pela ilegalidade o abuso de poder for autoridade pública.
Direito líquido e certo: é aquele direito capaz de ser comprovado de plano, por documento
inequívoco. A prova é pré-constituída. O direito violado pode ser restaurado imediatamente, com a
medida liminar do juiz.
Mandado de Segurança contra ato disciplinar
Cabe quando ocorre:
a) incompetência da autoridade;
b) inobservância de formalidade legais;
Ausência de norma legal como pressuposto de aplicação da pena ou sanção disciplinar.
Inciso LXXIV da CF – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.
Tal assistência torna-se ademais obrigatória em matéria criminal, por causa do princípio do
contraditório.
Não havendo órgão de assistência jurídica ou judiciária, o poder Público fica na obrigação de pagar
aos advogados dativos, designados pelo juiz, a verba honorária correspondente aos serviços
prestados.
Por quê, por analogia, não efetuamos dispensa de licitação p/ prestação de serviço pessoa física e
contratamos advogados para atuarem nos Processos Administrativos?
Outros Princípios do Processo Administrativo
Princípio da acessibilidade aos elementos do expediente: Deve ser facultado à defesa o exame de
toda a documentação constante dos autos. “Direito de vista”. Inclusive do relatório c/ parecer do
processo.
Ampla instrução probatória: além de produzir provas, engloba também a fiscalização da produção
das provas pelo encarregado do feito.
Motivação: todo ato jurídico deve ser motivado, inclusive a solução do feito. Deve-se explicitar o
fundamento normativo e fático da decisão.
Revisibilidade: Direito do policial de recorrer administrativamente ou juridicamente da decisão que
lhe seja desfavorável. Proibição da “reformatio in pejus” (reforma p/ prejudicar, aumentar a pena).
Lealdade e boa-fé: agir com sinceridade, evitando comportamentos astuciosos, ardilosos,
entravando os direitos do acusado.
O bom julgador – suaviter in modo, fortiter in re. Firmeza no agir e a suavidade no trato. São Paulo
da caridade: “é paciente e benigno, não se ufana nem se ensoberbece; nada faz que seja inoportuno
ou descabido; não busca os própriosinteresses, não se irrita e não suspeita levianamente; não se
alegra com a injustiça e se rejubila com a verdade” (I Coríntios, 13, 4 a 6).
O mau julgador confunde autoridade com tirania e se compraz em humilhar os que devia proteger.
A justiça é a obra do bom juiz, a paz é a obra da justiça (Issaías XXXII, 16-17). Justitia et pax osculatae
sunt (Salmos 84, 11).
Verdade real: A administração deve buscar aquilo que é realmente a verdade, coletando a maior
quantidade de provas possível, não se satisfazendo com o que a parte diz. Acima de tudo existe o
interesse público. Não esquecer que “quod non est in actis non est in mundo”( o que não está nos
autos não está no mundo).
Oficialidade: cabe ao encarregado o encargo de impulsionar de ofício o feito investigatório.
Empenho na condução e desdobramento da seqüência dos atos processuais, sempre atento ao
interesse social, mas igualmente zeloso dos direitos do acusado e do respeito a sua pessoa.
Ônus da prova: “A prova da alegação incumbirá a quem a fizer” (CPP). O ônus da prova no processo
administrativo cabe ao encarregado do feito, atendendo ao direito da defesa de juntar provas aos
autos. “Se o acusado negar a imputação no todo ou em parte, será convidado a indicar as provas de
suas declarações” (CPP). – Defesa prévia, etc.
A presunção inverte o ônus da prova. Ex.: Sd João mata uma pessoa. Fato provado, fato típico. A
partir daí ele é que tem que provar que cometeu um fato típico, mas lícito, p. ex., agiu em legítima
defesa. Afeta o princípio “in dubio pro reo”.
Em caso de dúvida, o julgador, em princípio, julga em favor do réu. Mas, p. ex., se o acusado se
defende da provada autoria de homicídio alegando legítima defesa, a dúvida do julgador quanto a
essa excludente não beneficia o réu; ao contrário, só se deve arquivar o feito se está provada a
causa de exclusão da antijuridicidade.
Formalismo: obediência aos rigores técnicos contidos nas normas do processo (sequência das
oitivas, numeração e rubrica das páginas, etc), mas, sem nunca esquecer que a obediência à forma
dos institutos jurídicos é meio e não fim.
Proporcionalidade: não aplicação de sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias
ao atendimento do interesse público. Maior rigor para casos de maior gravidade e moderação para
infrações menos graves.
Igualdade: Todos são iguais perante a lei. Observar que, tratar desiguais com igualdade também é
injusto. Não se deve aplicar a mesma sanção em atendimento a uma igualdade abstrata. Deve-se
observar: as transgressões praticadas, as circunstâncias, o transgressor, os antecedentes, as
agravantes, atenuantes, etc.
“In dubio pro societat” e “in dubio pro reo”: na fase de instauração do feito vigora o primeiro
princípio. Porém, no momento da decisão do processo, vige o segundo, onde, existindo dúvida,
ainda que ínfima, no espírito do julgador, deve, naturalmente, ser resolvida em favor do réu.
Ato vinculado: é aquele em que, por existir prévia e objetiva tipificação legal do único possível
comportamento da Administração, não dá margem a uma interpretação subjetiva. Ex.: aposentadoria
compulsória.
Ato discricionário: é o que a Administração pratica com certa margem de liberdade de avaliação ou
decisão, segundo critérios de conveniência e oportunidade, mas adstrita à lei. Ex.: Autorização do
porte de arma. Punição disciplinar. Limite da razoabilidade (Princípio).
Arbitrariedade: agir fora da lei.

1. CRIME MILITAR.

1.1. Definição e Conceito.

O professor Fernando Capez1 conceitua crime, no aspecto material, como todo fato
humano que, propositada ou descuidadamente, causa lesão ou expõe a perigo bens jurídicos importantes
para a coletividade e para a paz social. No aspecto formal, crime é subsunção da conduta ao tipo legal, ou seja,
crime é aquilo que o legislado descreve como tal. No aspecto analítico crime é todo fato típico e ilícito.

A distinção preponderante entre o crime comum e o crime militar está no bem jurídico
a ser tutelado. No crime militar tutela-se precipuamente a administração militar e os princípios basilares
da hierarquia e disciplina.

O Brasil adotou para definir como crime militar o aspecto formal, ou seja, o
legislador enumera, taxativamente, por meio de lei, as condutas tidas como crime militar. Assim, em regra, crime
militar são condutas descritas no Código Penal Militar – CPM, Decreto-Lei nº 1.001 de 21 de outubro de
1969, o qual, também, por via do seu artigo 9º estabelece outros critérios como em razão da pessoa, em
razão do local.

Transcrevemos o artigo 9º do CPM:

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela
não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial; (números)
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal
comum, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou
assemelhado; (ratione persone)
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar,
contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; (ratione loci e ratione persone)
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em
formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
reformado, ou civil; (ratione loci e ratione persone)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado,
ou assemelhado, ou civil; (ratione loci e ratione persone)
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração
militar, ou a ordem administrativa militar; (ratione persone e ratione objeto) II, b, c, d,
f) revogada. (Vide Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições
militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos
seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar; (ratione
objeto)
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado,
ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao
seu cargo; (ratione loci e ratione persone)
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração,
exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; (ratione loci e ratione persone)
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza
militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a
determinação legal superior. (ratione objeto)

1.2. Competência para apuração de crimes militares pela Polícia Judiciária Militar.

Consoante o § 4º do artigo 144 da Constituição Federal, "Às policias civis, dirigidas


por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da união, as funções de polícia
judiciária e apuração de infrações penais, exceto as militares",

A fim de dar uma maior consistência legal nos argumentos ora apresentados,
requeremos ainda que se observe a Seção II e III do Capítulo III, Da Segurança Pública, da Constituição
Estadual do Estado do Mato Grosso do Sul, que trata sobre à competência da Polícia Civil e da Polícia Militar,
o que não deixa margem à questionamento quanto ao papel das Instituições no contexto da Segurança Pública,
e em suas atividades administrativas, no que concerne ao procedimento administrativo, conforme se verifica no
artigo 43: "A Polícia Civil, instituição permanente, incumbida das funções de polícia judiciária e de apuração de
infrações penais, exceto as militares e ressalvada a competência da união..." , e ainda prescreve em seu artigo
47, caput e no Inciso V: "A Polícia Militar incumbem, além de outras atribuições que a lei estabelecer, as
atividades de polícia judiciária militar".

Segundo os artigos 7º e 8º do Decreto 1002/69, a Polícia Judiciária Militar é


exercida por autoridades militares, cabendo a estas as competências e determinações previstas no artigo 8º,
dentre as quais podemos destacar, transcrevendo-as: a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei
especial, estão sujeitos a jurisdição militar, e sua autoria; b) prestar aos órgãos e juízes da Just iça Militar e
aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem
como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas; f) solicitar das autoridades civis as informações
e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; g) requisitar da
polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de
inquérito policial militar.

Não podemos nos esquecer do que preceitua o artigo 82 do CPPM: "O foro militar é
especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de
paz; § 2° - Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do
inquérito policial militar à justiça comum."

1.3. Providências do Oficial de Serviço quando do conhecimento de uma infração penal militar.

O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por comando,


direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que
sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no artigo 12, uma vez que tenha
conhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar. (art. 10, § 2º, CPPM)

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a
autoridade a que se refere o § 2o do artigo 10 deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas,
enquanto necessário; (c/c art. 339, CPPM)
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; (c/c art. 185, CPPM)
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no artigo 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. (c/c artigos
345 e 351 do CPPM)

2. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

2.1. É iniciado mediante portaria: (art. 10)


a) De ofício, pela Autoridade Militar em cujo comando haja ocorrido a infração
penal;
c) Requisição do Ministério Público;
f) Quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indicio da
existência de infração penal militar;
2.2. Escrivão do IPM - (art. 11) - Nomeação cabe ao Encarregado, se não tiver sido feita pela
Autoridade Delegante. Tenente, Subtenente ou Sargento. Compromisso de manter sigilo e de
cumprir fielmente as determinações no exercício da função. (§ único)

2.3. Dos prazos do IPM – Art. 20 / CPPM – 20 dias, se o indiciado preso (contados do dia da prisão),
e 40 dias, se o indiciado solto, contados da data da Portaria, podendo este último ser prorrogado
por mais 20 dias;

2.4. Do relatório do IPM – Art. 22 / CPPM – mencionar as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorrera o fato delituoso. Em conclusão,
dirá se há infração disciplinar a punir (não expedir libelo acusatório) ou indícios de crime
(facultado tipificar), pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da
prisão preventiva do indiciado, nos termos legais (Art. 254 e 255 / CPPM); pode, também,
representar pela prisão preventiva em caso de ameaça a testemunha, peritos e ofendido,
em observância ao que prescreve a alínea “i” do Art. 13 / CPPM, bem como pela Lei
9.807/99 (Estabelece normas para organização e manutenção de programas especiais de proteção a
vítimas e a testemunhas ameaçadas...);

2.5. Da proibição de arquivamento do IPM – Art. 24 / CPPM – a autoridade competente para


arquivar o IPM é o Juiz de Direito da Auditoria Militar, depois da manifestação do Ministério Público.
O encarregado do IPM ou a autoridade de polícia judiciária militar não devem concluir ou sugerir o
arquivamento do IPM;

2.6. Da remessa do IPM à Justiça Militar – Art. 23 / CPPM – A autoridade delegante oficia ao Juiz
de Direito, remetendo os Autos, inclusive com as provas em anexo, salvo em caso de
entorpecentes/substâncias tóxicas (ver parágrafos 1° e 2° do Art. 40, da Lei n° 6.368/76) e
explosivos, devendo o encarregado adotar providências para a sua guarda.

3. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO (APFD):

3.1. Dos requisitos – O APFD é ato administrativo, razão pela qual observar-se-á a competência, a
finalidade, a forma, o motivo (conveniência e oportunidade) e o objeto. Diante de uma conduta,
deve-se avaliar ser ela antijurídica ou não e, em sendo, se configura crime militar. Observar,
também os incisos XLIX. LIV e LXI do Art 5°/CF.

3.2. Das espécies de flagrante: Art. 244, CPPM:

a) Flagrante próprio – alíneas “a” e “b”;


b) Impróprio – alínea “c”;
c) Ficto/presumido – alínea “d”;

3.3. Apresentação do Acusado: Artigo 245, CPPM - Apresentado o preso ao comandante ou ao


oficial de dia, ou autoridade correspondente, será, por qualquer deles, ouvido o condutor e as
testemunhas que o acompanharem, bem como inquirido o indiciado sobre a imputação que lhe é
feita, e especialmente sobre o lugar e hora em que o fato aconteceu, lavrando-se de tudo auto, que
será por todos assinado.

A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão em flagrante, que será assinado por duas
pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado a apresentação do preso. (Art. 245, § 2º, CPPM)

3.4. Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto - § 3º - Quando a pessoa conduzida se


recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por duas testemunhas,
que lhe tenham ouvido a leitura na presença do indiciado, do condutor e das testemunhas do fato
delituoso.

3.5. Designação de escrivão - § 4º - Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta,
para exercer as funções de escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se
o indiciado for oficial. Nos demais casos, poderá designar um subtenente, suboficial ou sargento.

3.6. Falta ou impedimento de escrivão - § 5 - Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas


referidas no parágrafo anterior, a autoridade designará, para lavrar o auto, qualquer pessoa idônea,
que, para esse fim, prestará o compromisso legal.

3.7. Recolhimento a prisão. Diligências - Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas
contra a pessoa conduzida, a autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se,
imediatamente, se for o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apreensão dos instrumentos
do crime e a qualquer outra diligência necessária ao seu esclarecimento.

3.8. Nota de culpa - Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao preso nota
de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.

3.9. Recibo da nota de culpa - § 1º - Da nota de culpa o preso passará recibo que será assinado por duas
testemunhas, quando ele não souber, não puder ou não quiser assinar.

3.10. Relaxamento da prisão - § 2º - Se, ao contrário da hipótese prevista no artigo 246, a


autoridade militar ou judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não-
participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de infração penal comum, remeterá
o preso à autoridade civil competente.

3.11. Registro do ocorrido - Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocorrer será lavrado auto
ou termo, para remessa à autoridade judiciária competente, a fim de que esta confirme ou infirme os
atos praticados.

3.12. Remessa do auto de flagrante ao juiz (qüinqüênio legal) - Art. 251. O auto de prisão em
flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz competente, se não tiver sido lavrado por autoridade
judiciária; e, no máximo, dentro em cinco dias, se depender de diligência prevista no artigo 246.
4. INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

4.1. Forma e requisitos do interrogatório

Art. 306, CPPM. O acusado será perguntado sobre o seu nome, naturalidade, estado, idade, filiação,
residência, profissão ou meios de vida e lugar onde exerce a sua atividade, se sabe ler e escrever e se tem
defensor. Respondidas essas perguntas, será cientificado da acusação pela leitura da denúncia e
estritamente interrogado da seguinte forma:
a) onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta e de que forma;
b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas na denúncia, desde quando e se tem alguma
coisa a alegar contra elas;
c) se conhece as provas contra ele apuradas e se tem alguma coisa a alegar a respeito das mesmas;
d) se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer dos objetos com ela
relacionados e que tenham sido apreendidos;
e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita;
f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular a que deva atribuí-la ou conhece
a pessoa ou pessoas a que deva ser imputada a prática do crime e se com elas esteve antes ou depois
desse fato;
g) se está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração e, em caso afirmativo, em que juízo,
se foi condenado, qual a pena imposta e se a cumpriu;
h) se tem quaisquer outras declarações a fazer.

5. PERGUNTAS AO OFENDIDO

5.1. Qualificação do ofendido. Perguntas - Art. 311. Sempre que possível, o ofendido será
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser seu autor, as
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações.

5.2. Falta de comparecimento - Parágrafo único. Se, notificado para esse fim, deixar de comparecer sem
motivo justo, poderá ser conduzido à presença da autoridade, sem ficar sujeito, entretanto, a qualquer
sanção.

6. PERGUNTAS A TESTEMUNHA

6.1. Declaração da testemunha - Art. 352. A testemunha deve declarar seu nome, idade, estado
civil, residência, profissão e lugar onde exerce atividade, se é parente, e em que grau, do
acusado e do ofendido, quais as suas relações com qualquer deles, e relatar o que sabe ou tem
razão de saber, a respeito do fato delituoso narrado na denúncia e circunstâncias que com o mesmo
tenham pertinência, não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que confirma
o que prestou no inquérito.

6.2. Sendo numerária ou referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e
lhe for perguntado.
7. PROCESSO DE DESERÇÃO

7.1. Conceito

Deserção vem do latim desertione que significa abandonar, desamparar. No dizer


de Jorge Cesar de Assis, em sua obra Comentários ao Código Penal Militar – 5ª edição, p.342, deserção “é
considerado crime militar por excelência, ratione materiae, ou seja, exige-se a dupla condição de militar, no fato
e no agente”. Consiste na ausência do militar, pelo lapso de tempo superior a oito dias, sem autorização ou
conhecimento de seus superiores, da unidade onde serve, ou, do lugar onde deveria permanecer ou se
apresentar.

O agente do crime denomina-se desertor. Desertar, na lição de Silvio Martins Teixeira


(1946a: 313), citado por José da Silva Loureiro Neto in Direito Penal Militar, 1995, p.156 significa “abandonar
definitivamente esse serviço enquanto está ainda obrigado, ou fugir ao cumprimento dele p or prazo que a
lei presume o abandono, ou ainda não se apresentar para prestá-lo dentro de tal prazo, ou finalmente agir
fraudulentamente para se isentar do cumprimento dos deveres decorrentes do mesmo serviço”.

7.2. O momento consumativo do crime de deserção

Ocorre após o oitavo dia de ausência continuada e injustificada. O prazo de oito


dias que antecede a configuração da deserção é chamado prazo de graça. Tal prazo tem por finalidade
estabelecer uma espécie de “carência” para que o militar se arrependa (se for o caso) e retorne às suas
atividades, evitando a consumação do crime. Portanto, antes desse prazo não haverá desertor e sim, o ausente,
sujeito às sanções disciplinares pertinentes.

7.3. Atos e/ou providências da corporação

- Parte de Ausência – art. 456 CPPM


- Inventário
- Parte de Deserção
- Termo de Deserção
- Exclusão do serviço ativo
- Agregação (militar com estabilidade)
- Reinclusão
- Reversão
- Inspeção de Saúde
- Auto de apresentação espontânea ou captura
- Extrato de assentamentos

ARTIGO
PRAZO PARA A CONSUMAÇÃO DO CRIME DE DESERÇÃO: AFINAL, SÃO QUANTOS DIAS?
Texto de Jorge Cesar Assis*

1. LIGEIRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRIME DE DESERÇÃO

O crime de deserção, previsto no art. 187 do Código Penal Militar – CPM – crime
propriamente militar, tem a seguinte redação: “Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve,
ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias. Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se
oficial, a pena é agravada”.

Verifica-se, portanto, serem elementos constitutivos do delito: a) a ausência sem


licença, da unidade em que serve ou do lugar em que deve permanecer e; b) que o período de ausência seja
superior a oito dias.

Desta forma a deserção somente se consuma depois de decorridos oito dias após a
ausência inicialmente constatada do militar. Excetua-se a deserção instantânea (art. 190, CPM), que se
configura com o não comparecimento do militar em momento e local determinado. Este período de oito dias
da ausência sem licença do militar é chamado de prazo de graça. Antes desse prazo, não haverá desertor e
sim, o ausente, a quem são aplicadas as sanções disciplinares.

Ora, não se olvide igualmente que para se chegar até o crime de deserção o militar
terá que, necessariamente passar pela transgressão disciplinar da ausência. Diríamos, guardadas as devidas
proporções que tanto a transgressão disciplinar quanto o crime militar são violações do mesmo dever militar, ou
seja, que a deserção é uma infração (ou violação) progressiva, onde o militar evolui da simples transgressão da
disciplina para o cometimento do crime, sem solução de continuidade.

Consumada a deserção, não há que se falar em verificação da responsabilidade


disciplinar da ausência inicial, que agora restou absorvida pelo crime, tornando-se antefactum impunível.
Significa dizer que se o ausente retornar ao Quartel em prazo inferior a oito dias, responderá tão-somente
pela transgressão do regulamento disciplinar.

2. CONTAGEM DO PRAZO DA DESERÇÃO

Para a contagem do prazo necessário para a consumação da deserção, vale a


regra do art. 451, do Código de Processo Penal Militar – CPPM, com a nova redação que lhe deu a Lei nº
8.236, de 20.09.1991, dispondo o seguinte: “ A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do
termo de deserção, iniciar-se-á à zero hora do dia seguinte àquele em que foi verificada a falta injustificada do
militar”. Ex: se a ausência injustificada ocorreu no dia 10, inicia-se a contagem do prazo dos dias de ausência
à zero hora do dia 11 e consumar-se-á a deserção, a partir da zero hora do dia 19.

Em face desse comando legal decorre o


seguinte:

a) existe um dia de constatação inicial da falta injustificada do militar: o horário normal do expediente
nas unidades das Forças Armadas inicia-se às 08:00 horas. Ao chegar na sua unidade, o militar deve entrar
em forma às 08:00 horas, para a tirada das faltas, logo em seguida são dadas as ordens diárias para o
expediente e ato contínuo, os militares são liberados para as respectivas seções de trabalho. Os horários de
formaturas que objetivam o controle das faltas ao expediente são: manhã, 08:00 horas; tarde, 13:00 horas e
; final de expediente, às 17:00 horas

b) a contagem dos dias de ausência para a lavratura do termo de deserção iniciar-se-á a zero hora do
dia seguinte.
A questão pode parecer simples (a nós pelo menos), mas em face de uma decisão do Superior Tribunal de
Justiça – que analisaremos na seqüência, vem se constatando uma certa dificuldade para a contagem
do prazo de graça (que não é jurídica, mas sim aritmética). Antes inclusive de montar um quadro didático
para auxiliar na contagem do prazo necessário para a consumação do crime de deserção – aplicável em
qualquer caso (macete), vale relembrar alguns conceitos primários indispensáveis para a análise da questão:
Duração de um dia – Dia é o período de tempo (24 horas) equivalente ao que a Terra leva para dar uma
volta em seu próprio eixo (movimento de rotação). É o elemento mais antigo e fundamental do calendário.
O dia (período de tempo) não se confunde com a expressão “dia”, designada para a luz solar,
contrapondo-se à sua ausência, que é a “noite”. Ambos ocorrem, ciclicamente, no período de 24 horas. Este
é um fato incontestável e assim, temos que o período de graça ( PG) que é de oito dias, pode ser expresso
pela seguinte fórmula:
PG = 8 x 24 horas = 192
horas

Para consumar a deserção o militar terá que ultrapassar o prazo de oito dias (192
horas) de ausência injustificada, seja a ultrapassagem de um dia, uma hora ou um minuto e, tendo como
parâmetro a zero hora, tanto do dia inicial como do dia final.

Isto posto, vamos ao quadro exemplificativo auxiliar:

ITER CRONOLÓGICO PARA A CONSUMAÇÃO DA DESERÇÃO

ORDEM SEQUENCIAL LIMITE DE TEMPO DIAS DE AUSÊNCIA DIAS


1º) CONSTATAÇÃO DA FALTA DIA DESPREZADO PARA CONTAGEM DA DESERÇÃO 1
2º) INÍCIO CONTAGEM PRAZO-24 HS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 1 1º DIA PARA DESERÇÃO 2
3º) 48 HORAS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 2 2º DIA PARA DESERÇÃO 3
4º) 72 HORAS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 3 3º DIA PARA DESERÇÃO 4
5º) 96 HORAS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 4 4º DIA PARA DESERÇÃO 5
6º) 120 HORAS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 5 5º DIA PARA DESERÇÃO 6
7º)144 HORAS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 6 6º DIA PARA DESERÇÃO 7
8º) 168 HORAS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 7 7º DIA PARA DESERÇÃO 8
9º) 192 HORAS DE AUSÊNCIA ZERO HORA DO DIA SEGUINTE + 8 8º DIA PARA DESERÇÃO 9

Assim, se oito dias são iguais a 192 horas, a questão, a nosso sentir, é
simplesmente aritmética, que é ciência absoluta, não admitindo prova em contrário sob pena de alteração
do sistema calendário universal.

3. ALCANCE DA EXPRESSÃO “MAIS DE OITO DIAS”

A controvérsia criada, a partir da decisão do Superior Tribunal de Justiça – STJ,


decorre da análise da expressão “mais de oito dias”, que aquela Corte decidiu que deve ser entendida como
sendo “nove dias”. Não há razão lógica, ou jurídica, ou aritmética para tanto.

Com efeito, acertadamente, o Superior Tribunal Militar – STM já decidiu por


unanimidade que “o disposto na parte final do art. 187 do CPM ‘... por mais de oito dias’, deve ser interpretado
como sendo ‘qualquer tempo que exceda a oito dias’”. ( Recurso Criminal nº 2002.01.007023-0-RS, Relator
Ministro Henrique Marini e Souza, julgado em 21.11.2002)) Consta ainda do venerando acórdão o seguinte: “
De outro modo, cabe ao juiz interpretar a lei, no momento de sua aplicação. Já dizia o saudoso Ministro Jorge
Alberto Romeiro, que perolou nesta Corte por mais de um lustro: ‘o juiz é a lei que fala’, na interpretação do
velho brocardo iudex lex loquens. Assim, parece lógico interpretar-se o contido na parte final do art. 187 do
CPM ‘...por mais de oito dias’, como sendo: qualquer tempo que exceda a oito dias. Isto, porque, fazendo
uso da hermenêutica meramente declaratória, conclui-se que a vontade do legislador foi definir um preceito
jurídico para coibir uma conduta, no caso ausência injustificada ao quartel, que, via de regra, se alonga por mais
de oito dias e por prazo imprevisível, daí a razão de ser crime de caráter permanente e de efeito duradouro,
embora de consumação instantânea”.

4. ANÁLISE DAS DECISÕES DO STJ E DO STM

Em julgamento de recurso ordinário em habeas corpus nº 9.989-RS, em que foi


Relator o Ministro Jorge Scartezzini, julgado em 13.12.2000 e publicado no Diário da Justiça da União de
12.03.2001, a Corte Superior, concedendo ordem de HC para afastar a incidência do crime de deserção, fixou
ementa da seguinte forma:

“Processo Penal Militar – Crime de deserção – Policial Militar – Não configuração. O crime de
deserção configura-se pela simples ausência (crime formal), por mais de oito dias, e se concretiza
no nono dia, contado como primeiro dia o de sua ausência da unidade. Logo, como sua ausência se
deu no dia 04/02, a contagem do prazo para efeitos de deserção iniciou em 05/02, findando-se em
12/02. Portanto, como o recorrente apresentou-se em 13/02, conclui-se, destarte, que seu período
de ausência foi de apenas oito dias, e não de mais de oito dias, conforme estabelece a lei para a
configuração do crime em questão. Assim, não se subsume às sanções do sobredito comando legal.
Ordem concedida para afastar a incidência do crime de deserção”.

Data vênia, a r. decisão do Superior Tribunal de Justiça foi equivocada, por não haver
observado a contagem da forma que a lei processual militar determina, ou seja, inicia-se, e por óbvio termina,
sempre “zero hora, tanto do dia do início da contagem do prazo da ausência, como do dia da consumação do
crime, completando sempre mais 01 dia, a zero hora de cada dia subseqüente. A análise mais uma vez é
aritmética, e baseada no sistema universal de calendário, em que um dia é igual a vinte e quatro horas e oito
dias são iguais a cento e noventa e duas horas.

Assim, vejamos: A ausência injustificada no caso em tela ocorreu em 04/02, logo o


início da contagem para a deserção iniciou-se à zero hora do dia 05/02, completando 24 horas de ausência à
zero hora do dia 06/02; 48 horas de ausência à zero hora do dia 07; 72 horas de ausência à zero hora do dia
08; 96 horas de ausência à zero hora do dia 09; 120 horas de ausência à zero hora do dia 10; 144 horas de
ausência à zero hora do dia 11; 168 horas de ausência à zero hora do dia 12 e; 192 horas (08 dias) de ausência
à zero hora do dia 13/02.

Ora, se o militar apresentou-se no decorrer do dia 13, só pode ter ocorrido esta
apresentação, após a zero hora daquele dia, quando já tinha se consumado a deserção no primeiro minuto
daquele dia e, assim, por óbvio que o Termo de Deserção fora lavrado corretamente, já que a partir de qualquer
fração de tempo após o início do dia 13/02, enquadrava-se no nono dia, porque superior a 192 horas
(universalmente aceito como sendo igual a oito dias). No momento exato em que se consuma a deserção,
ou seja, à zero hora, exaure-se totalmente o 8º dia de ausência, completando o prazo de graça. Um
segundo após, será o início do 9º dia.

Por outro lado, julgando pedido de Correição Parcial interposto pelo Juiz-Auditor
Corregedor visando desarquivar autos de instrução provisória de deserção, arquivados sob a alegação da
não consumação do crime, o e. Superior Tribunal Militar, por não atentar data vênia para o limite legal de
início da contagem do prazo de ausência e posterior consumação da deserção – a zero hora do dia a ser
considerado, indeferiu a Correição pretendida , por visível equívoco da contagem dos dias – que é
aritmética, repito, e não jurídica.

A ementa esteve assim vasada:

“Arquivamento de IPD. I - A controvérsia cinge-se à data da exclusão do ex-militar, que faltou à


Revista do Recolher de 09.01.04, completando na Revista de Recolher de 10.01.04, vinte e quatro
horas de ausência. II- A 11.01.04 começou a fluir o prazo de graça para que se consumasse o delito
de deserção, cujo término se deu em 18.01.04. III- A exclusão teria que ser efetivada a 19.01.04 e
não a 18.01.04, como ocorreu in casu, isto porque a data de 18.01.04 estava inserida no prazo de
graça, o ex-militar completou, naquele dia, ao 08 (oito) dias da ausência, quando lhe foi retirada, por
exclusão, a condição de militar, inviabilizando-lhe que se consumasse o delito de deserção. IV-
Preliminar de não-reconhecimento da Correição, rejeitada por maioria. V- No mérito, indeferida a
Correição Parcial, ressalvada à Administração Militar a possibilidade de renovar a instrução
Provisória de Deserção, por decisão uniforme”. (Correição Parcial nº 2004.01.001873-DF, Relator
Ministro Expedito Hermes Rego de Almeida, julgado em 20.06.2004).

Inicialmente é bom que se diga que a r. decisão em tela, afastou-se da jurisprudência


consolidada naquela Corte, no sentido de atribuir o conceito de ‘irregularidade’ a eventuais desacertos de datas
e outros equívocos administrativos, os quais, à toda evidência, não elidem a conduta delituosa da deserção.
Veja que a decisão “ressalvou” a possibilidade da Administração Militar refazer o termo de deserção, o que
na prática seria juridicamente impossível, já que o desertor sendo excluído – e sendo portanto civil, não mais
poderá ser processado por deserção, por não mais possuir o status de militar, condição de procedibilidade para
o processo (inteligência da Súmula nº 12, do STM).

Novamente pedindo vênia, atrevemo-nos, a discordar da r. decisão, a nosso ver


equivocada, por questões aritméticas e não jurídicas, senão vejamos: Consta do v. acórdão que a ausência
injustificada do caso em análise ocorreu em 09.01.04, quando o militar, ausentou-se do quartel, por volta das
17:30 horas, e de conseqüência faltou à revista do recolher daquele dia, normalmente feita à noite. Logo, ex vis
legis, e aritmeticamente falando, o início da contagem do prazo de ausência iniciou-se à zero hora do dia
10.01.04, completando 24 horas de ausência à zero hora do dia 11; 48 horas à zero hora do dia 12; 72 horas
à zero hora do dia 13; 96 horas à zero hora do dia 14; 120 horas à zero hora do dia 15; 144 horas à zero hora
do dia 16; 168 horas à zero hora do dia 17 e; 192 horas (oito dias) à zero hora do dia 18 de janeiro de 2004.

Ora, se a exclusão do desertor ocorreu no mesmo dia 18 de janeiro, ela aconteceu


com mais de oito dias, ou, para quem preferir, algumas horas a mais que os oito dias do prazo de graça,
porque o Boletim é publicado ao final do expediente, por volta das 17:00 horas, sendo esse o excesso de
tempo a mais que os oito dias exigidos, aliás, conforme o próprio STM já havia assinalado corretamente no
Recurso Criminal nº 2002.01.01007023-0-RS. Bem por isso a deserção efetivamente consumou-se, e a
exclusão do militar pela Força terrestre foi correta, se dando em conseqüência do próprio mandamento legal (
art. 456, § 4º, do CPPM) que determina que a mesma deve ser imediata, “Consumada a deserção de praça
especial ou praça sem estabilidade será ela imediatamente excluída do serviço ativo”. Imediatamente, ou
seja, ato contínuo, não necessariamente depois de um, dois ou outros tantos dias, ainda que a cautela
possa recomendar esse procedimento, par o ato administrativo da exclusão, jamais para a lavratura do Termo
de Deserção.

Estava correto S.Exa. o Juiz-Auditor Corregedor ao pretender o desarquivamento


da IPD, no que fora secundado pelo Ministério Militar de 2º grau, sem no entanto, conseguir convencer o
Tribunal.

5. CONCLUSÃO

A questão iniciada em torno da contagem do prazo de ausência para a deserção e da


efetiva consumação deste crime militar próprio não é jurídica, mas aritmética, devendo-se levar em conta que
um dia possui 24 horas (critério universal) e que 08 dias possuem 192 horas (conseqüência lógica). O que
passar disso, seja um dia, uma hora ou um minuto é, sem sombra de dúvidas “mais de oito dias”. Todavia,
começa a perceber-se uma grande confusão nas Unidades Militares, em função, exatamente, tanto da decisão
do e. STJ, como da decisão do e. STM, as quais, ignorando que a contagem do prazo de ausência
inicia-se à zero hora do dia seguinte à constatação da falta injustificada, e que o crime de deserção consuma-
se à zero hora do dia em que se completarem os 08 dias (ou 192 horas) de ausência, culminaram por entender
que para a consumação da deserção é necessário um novo dia, o nono, como forma de interpretação da
expressão “mais de oito dias”, o que não é uma afirmação absoluta, já que a expressão “mais de oito
dias”, disposto ao final do art. 187 do CPM, deve ser entendida como sendo “qualquer tempo que exceda a
oito dias”. Some-se a isso as informações desencontradas de alguns operadores do direito mais afoitos aos
Comandos Militares e constate-se a barafunda instalada no seio da caserna. Não há, portanto, controvérsia de
cunho jurídico, mas simples equívocos de contagem, de cunho aritméticos.

Artigo publicado na Revista Jurídica Consulex, Ano IX, nº 192,


Brasília, 15 de janeiro de 2005, páginas 45/48.
http://www.jusmilitaris.com.br pesquisado em 30/09/2013.

7.4. EXEMPLO (CASO PRÁTICO)

Um Soldado PM falta ao serviço para o qual estava prévia e nominalmente escalado no dia 01 de janeiro de
1995 das 22:00 às 06:00 h do dia 02 de janeiro de 1995, não mais comparecendo ao quartel por período
superior a oito dias, a contar do horário de início do serviço.

 PARTE de falta ao serviço

Neste documento que deverá ser elaborado logo após o término do serviço (neste caso ás 06:01 hs) pelo
Cmt de Pel deste SD PM devendo constar a data e a hora de serviço.
 Início da contagem da Ausência Ilegal

O início desta contagem acontece a 00:00 h do dia posterior em que se iniciou a falta, ou seja, a 00:00h do dia
posterior em que se deu o horário de iníio de serviço do militar. Neste caso a contagem deste prazo inicia- se a
00:00 h do dia 02jan95 (art. 451, §1°, CPPM).

 PARTE de Ausência

Este documento devera ser elaborado após 24:00h do início da contagem de ausência, constando o nome
do militar, sua ausência esclarecendo se houve ou não comunicação do ausente ou parentes sobre o
motivos, e esclarecendo ainda as diligências realizadas. Neste caso será elaborada a 00:01hs do dia
03jan95. Recomenda-se que seja o Cmt Imediato alertado pelo Oficial de Serviço para tal situação, a fim de que
tal documentação se faça pela administração da OPM, bem como sejam realizadas as demais diligências e
buscas necessárias.

 Despacho do Cmt de Cia

Neste despacho deverá constar a ausência do militar como o horário, nomeação de duas testemunhas
instrumentárias para a abertura do armário do militar para elaboração do auto de inventário de bens da Fazenda
Publica e Bens Particulares pertencentes ao ausente, e as providências e diligências realizadas pelo Cmt
Imediato.

Estes autos posteriormente serão remetidos ao Cmt da OPM para as demais providências juntamente com os
Autos de Inventário e a PARTE de Deserção.

 Inventário dos Bens da Fazenda Pública

Neste auto de inventário deverá constar o dia, mês e ano, o local e o posto e as testemunhas presentes na
realização do Inventário dos bens, bem como o nome do ausente e materiais distribuídos não vencidos
(fardamento, equipamento e armamento) e os materiais encontrados.

 Inventário de Pertences Particulares do Ausente

Neste Auto de Inventário deverá constar o dia, mês e ano, o local o posto e as testemunhas presentes na
realização do Inventário dos bens, bem como o nome do ausente e os materiais encontrados na instalação
Policial Militar.

 PARTE de Deserção

Este documento deverá ser elaborado após o oitavo dia da ausência ilegal do quartel, ou seja, as 00:00h do
nono dia após o início da contagem da ausência, esclarecendo se houve ou não comunicação do desertor
ou parentes sobre os motivos, e esclarecendo ainda sobre as diligências realizadas no despacho.

Neste caso prático exibido, a deserção se consuma a 00:00 h do dia 10jan95 (artigo 187, CPM).
 Despacho do Cmt da OPM

Neste despacho o Cmt consta que recebeu os autos em presença de duas testemunhas instrumentárias e
que funcionou como escrivão um Oficial.

 Termo de Deserção

Neste termo deverá constar o dia, mês e ano, o local, o quartel, o Cmt da Unidade e as testemunhas presentes,
declarando a falta ao serviço, a ausência e a consumação da Deserção, sendo colocados os documentos em
ordem cronológica.

 Autuação

Deve constar o dia, mês e ano, local e OPM autuando o Termo de Deserção, dando-lhe um número.

 Destino dos Autos

Devem ser remetidos ao Juiz da Vara da Justiça Militar e cópias a Corregedoria PM.

8. DA SINDICÂNCIA

8.1. Conceito

Segundo CARVALHO (2012)2, sindicância que dizer investigação, procedimento


para esclarecer fatos, para coleta de elementos de informação, a fim de elucidar questões não
suficientemente claras para a adoção de providências imediatas do ponto de vista disciplinar.

8.2. Norma Vigente

Atualmente, encontra-se em vigor na Corporação a Portaria nº 009/2008, publicada


no BCG nº 077 de 25 de abril de 2008, que aprovou as Instruções do Processo Administrativo na PMMS.
Encontraremos nela as principais diretrizes que regulam a instauração e trâmite do procedimento administrativo
denominado Sindicância.

Segundo a Norma, Sindicância é meio sumário3 de investigação de fatos de índole


administrativa, quando necessário procedimento formal de apuração. (Art. 63, VI)

8.3. Fiscalização e Saneamento Primário

A autoridade competente para instaurar o processo é a responsável pela


fiscalização e pelo saneamento dos atos praticados. (Art. 9º)

A autoridade instauradora é responsável primeira pela apreciação da Sindicância, sob


os aspectos da legalidade, do mérito e formais. (Art. 74)

8.4. Designação de Escrivão

É obrigatória a designação de escrivão. E este providenciará para que sejam


cumpridas as determinações do Encarregado e para que estejam em ordem e em dia as peças e os termos
da Sindicância, cabendo-lhe, ainda, o controle dos prazos. Constará dos autos, logo após a designação do
escrivão, o compromisso deste de bem e fielmente cumprir as normas pertinentes ao processo, e de manter
sigilo. A designação de Escrivão para Sindicância caberá ao respectivo Presidente, se não tiver sido feita pela
autoridade que instaurou, recaindo em Oficial Subalterno, se o sindicado for Oficial, e em Sargento, Subtenente
ou Aspirante-a-Oficial nos demais casos. (Art. 16 e §Ú c/c Art. 64, § 5º)

8.5. Proibição para Crimes Militares

É proibida a instauração de sindicância para apuração de crimes militares. (Art. 63, §2º)

8.6. Objetivos

A instauração da sindicância é baseada em notícia do fato administrativo a ser apurado, cabendo às


investigações a busca de provas de autoria e materialidade. (Art. 64)

8.7. Autoridade Competente

A sindicância será instaurada através de portaria, e será conduzida por Oficial ou Aspirante-a-Oficial, quando
a própria autoridade não desejar conduzi-la. (Art. 64, §4º)

8.8. Investigação Preliminar (IP)

O Comandante da OPM, Seção ou Diretoria ao tomar conhecimento de fato


irregular e não tiver subsídios suficientes para a instauração imediata de Sindicância, deverá mandar
investigar o evento, a fim de coletar outras informações, a esse procedimento dá-se o nome de Investigação
Preliminar, que é meio de apuração informal de fato irregular.

8.9. Prazo de conclusão da IP

A investigação preliminar, que por si só não é meio formal de investigação, deverá


ser concluída no prazo máximo de 08 (oito) dias, e finalizada por relatório que apontará quais as medidas
complementares necessárias.

8.10. Relatório da IP

Havendo necessidade de coleta de provas por meio de oitivas, bem como de


diligências que requeiram medidas mais complexas, o Encarregado da investigação deverá encerrar suas
atividades, propondo em seu relatório a instauração de Sindicância ou de IPM. (Art. 65, §1º e §4º)

8.11. Proibição de Arquivamento

É proibido arquivar sindicância antes de seu término formal, a portaria não pode ser
revogada ou invalidada sem anuência do órgão Corregedor. (Art. 67)

8.12. Substituição do Encarregado

A substituição do Encarregado da Sindicância ocorrerá por despacho motivado da


autoridade competente ou autoridade funcional superior, devendo ser aposto nos autos. (Art. 68, §2º)

8.13. Relatório

Elementos que devem estar contidos no Relatório da Sindicância. (Art. 72)

8.14. Prazos

O prazo para conclusão da sindicância é de 30 (trinta) dias, a contar da data do termo de recebimento,
prorrogáveis por até 30 (trinta) dias pela autoridade instauradora. Esgotados estes prazos, deverão ser solicitados
novos prazos, à autoridade imediatamente superior à instauradora, os quais não excederão a 90 (noventa) dias.

8.15. Justificativa para prorrogação

Os pedidos de prorrogação de prazo devem ser justificados diante da real


necessidade de complementação do feito, devendo ser consignados no documento de solicitação os atos
complementares, os motivos de sua pendência, e devem ser acompanhados dos autos para que a autoridade
competente realize a necessária auditoria, certificando seu resultado no documento em que deliberar sobre a
concessão ou não de prazo. (Art. 73, §1º e §2º)

8.16. Solução

Elementos que devem estar inseridos na Solução. (Art. 75)

8.17. Elaboração em duas vias e local de Arquivo

Os autos da Sindicância devem ser elaborados em, no mínimo, duas vias, devendo uma ficar
arquivada na OPM. (Art. 60)

Sugere-se que a OPM mantenha cópia digitalizada dos autos - escaneada, por
exemplo. (Item 15 Orientações Correg4)

8.18. Organização das peças


Organização mínima das peças: 1º) Capa5; 2º) Autuação (é a primeira folha a ser
contada, mas não é numerada); 3º) Portaria de Designação e seus anexos (a numeração começa a partir
dessa portaria); 4º) Termo de Abertura; 5º) Designação do Escrivão; 6º) Termo de Compromisso do Escrivão;
7º) Despacho do Encarregado; 8º) Rec. Cert. Junt.; 9º) Termo de Conclusão; 10º) Relatório; 11º) Guia de
Recebimento e Remessa. (item 16 Orientações Correg).

8.19. Volumes

Quando houver mais de um volume (cada volume é composto por 200 folhas,
incluindo o termo de encerramento do volume) os mesmos devem estar unidos com barbantes, bem como, os
autos da ATD devem ser apensados aos autos da sindicância e nunca “anexados” no corpo da mesma. (item
17 Orientações Correg).

9. APURAÇÃO DE TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR (ATD)

Segundo a IPA as faltas leve, média e grave serão apuradas através de


Procedimentos Disciplinares previstos nos artigos 235 a 241, assegurando sempre o direito de ampla defesa
e o contraditório, para posterior imposição de sanção administrativa, se for o caso.

Os procedimentos relativos às faltas disciplinares cometidas pelos policiais militares


serão processados através de Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar, obedecidos os princípios
constitucionais da ampla defesa e do contraditório.

9.1. Alegações de defesa (art. 236)

I – recebida e processada a parte, será entregue o Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar


ao policial militar arrolado como autor do(s) fato(s) que aporá o seu ciente na 1ª via e permanecerá com a 2ª
via, tendo, a partir de então, três dias úteis, para apresentar, por escrito (de próprio punho ou impresso) e
assinado, suas alegações de defesa, no verso do formulário;

9.2. Prorrogação de prazo

II – em caráter excepcional, sem comprometer a eficácia e a oportunidade da ação disciplinar, o prazo para
apresentar as alegações de defesa poderá ser prorrogado, justificadamente, pelo período que se fizer
necessário, a critério da autoridade competente, podendo ser concedido, ainda, pela mesma autoridade,
prazo para que o interessado possa produzir as provas que julgar necessárias à sua defesa;

9.3. Renúncia à defesa

III – caso não deseje apresentar defesa, o policial militar deverá manifestar esta intenção, de próprio punho,
no verso do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar;
IV – se o policial militar não apresentar, dentro do prazo, as razões de defesa e não manifestar a renúncia
à apresentação da defesa, nos termos do inciso III, a autoridade que estiver conduzindo a apuração do fato
certificará no Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar, juntamente com duas testemunhas, que
oprazo para apresentação de defesa foi concedido, mas o policial militar permaneceu inerte;
9.4. Conclusão e julgamento

V – cumpridas as etapas anteriores, a autoridade competente para aplicar a punição emitirá conclusão
escrita, quanto à procedência ou não das acusações e das alegações de defesa, que subsidiará a análise
para o julgamento da transgressão;

9.5. Decisão e encerramento

VI – finalizando, a autoridade competente para aplicar a punição emitirá a decisão, encerrando o


processo de apuração.

9.6. Forma e Escrituração

Artigo 237. O processo terá início com o recebimento da comunicação da ocorrência, sendo processado no
âmbito do comando que tem competência para apurar a transgressão disciplinar e aplicar a punição,
observando-se:

9.7. Preenchimento do formulário

I – o preenchimento do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar se dará sem emendas ou


rasuras, segundo o modelo constante do anexo destas Instruções;

9.8. Escrita e redação

II – os documentos escritos de próprio punho deverão ser confeccionados com tinta azul ou preta e com
letra legível;

9.9. Qualificação do transgressor

III – a identificação do policial militar arrolado como autor do(s) fato(s) deverá ser a mais completa possível,
mencionando-se grau hierárquico, nome completo, seu número (se for o caso), identidade, subunidade ou
organização em que serve etc.;

9.10. Razões de defesa escritas

IV – as justificativas ou razões de defesa, de forma sucinta, objetiva e clara, sem conter comentários ou
opiniões pessoais e com menção de eventuais testemunhas serão aduzidas por escrito, de próprio punho ou
impresso, no verso do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar na parte de
JUSTIFICATIVAS/RAZÕES DE DEFESA, pelo policial militar e anexadas ao processo. Se desejar, poderá
anexar documentos que comprovem suas razões de defesa e aporá sua assinatura e seus dados de
identificação;

9.11. Razões de defesa. Decisão final


V – após analisar a defesa do policial militar e julgar suas justificativas ou razões, a autoridade
competente lavrará, de próprio punho, sua decisão, consignando a data e local da análise;

9.12. Registro. Publicidade

VI – ao final da apuração, será registrado no Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar o número


do boletim interno que publicar a decisão da autoridade competente.

9.13. Apresentação da Defesa

Artigo 238. As razões de defesa serão apresentadas no verso do Formulário de Apuração de


Transgressão Disciplinar, podendo ser acrescidas mais folhas se necessário.

9.14. Recursos

Artigo 239. Contra o ato da autoridade competente que aplicar a punição disciplinar, publicado em
Boletim, podem ser impetrados os recursos regulamentares peculiares da Polícia Militar.

9.15. Identificação do Processo

Artigo 240. Na publicação da punição disciplinar, deverá ser acrescentado, entre parênteses e após o
texto da Nota de Punição, o número e a data do respectivo processo.

9.16. Local de Arquivamento

Artigo 241. O processo será arquivado na OPM do policial militar arrolado.

9.17. Obrigatoriedade

Artigo 242. Os procedimentos formais previstos neste título serão adotados, obrigatoriamente, nas
apurações de transgressões disciplinares que redundarem em punições publicadas em boletim interno e
transcritas nos assentamentos do policial militar.

9.18. Presença de Advogado

Artigo 243. Nos procedimentos disciplinares processados através de Formulário de Apuração de


Transgressão Disciplinar, não é obrigatória a presença e acompanhamento por parte de advogado.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

1) O que é e para que serve a Portaria de Designação?

2) O que é e para que serve a Portaria de Instauração?

3) O que é e para que serve o Termo de Autuação?

4) O que é e para que serve o Termo de Compromisso?

5) O que é e para que serve o Termo de Abertura?

6) O que é e para que serve o Termo de Encerramento?

7) O que é e para que serve a Assentada?

8) O que é e para que serve a Certidão?

9) O que é e para que serve a Conclusão?

10) O que é e para que serve o Despacho?

11) O que é e para que serve o Termo de Juntada?

12) O que é e para que serve o Termo de Nomeação?

13) O que é e para que serve o Termo de Recebimento?

14) O que é e para que serve o Termo de Remessa?

15) O que significa o termo “Encarregado”?

16) O que significa o termo “Escrivão”?

17) O que significa "termo de depoimento ou inquirição"?

18) O que significa "termo de declarações" ?

19) Marque V ou F. São formalidades exigidas no Inquérito Policial Militar:

a. ( ) a nomeação do escrivão na portaria de designação do encarregado.

b. ( ) a paginação.
c. ( ) o relatório.

d. ( ) encerrado o inquérito, o arquivamento na OPM.

e. ( ) conceder Ampla Defesa e Contraditório ao indiciado.

f. ( ) compromissar a testemunha que comparecer para prestar depoimento.

g. ( ) observar o tempo máximo de 4 horas para inquirição da testemunha.

h. ( ) intimar a testemunha com antecedências mínima de 24 horas.

i. ( ) compromissar o indiciado quando do seu interrogatório.

20) Marque V ou F. Sobre a Sindicância é correto afirmar que:

a. ( ) é instaurada para apurar crime;

b. ( ) Pode ser instaurada para apurar a responsabilidade por danos no patrimônio do Estado sob a
administração da Polícia Militar;

c. ( ) é regulada pelo Código de Processo Penal Militar;

d. ( ) é regulada pela IPA – Instruções do Processo Administrativo da PMMS (Portaria nº 009 Gab Cmt
G/2008);

e. ( ) a investigação preliminar não pode ser realizada por Sargento PM.

f. ( ) no formato atual a Sindicância abrange a Ampla Defesa e o Contraditório.

21) É providência indispensável na elaboração do Auto de Prisão em Flagrante:

a. ( ) a existência da Nota de Culpa.

b. ( ) a Portaria de designação.

c. ( ) o os atos de mero expediente.

22) Assinale a alternativa correta com um X, considerando as seguintes afirmativas. Sabendo


que as peças do IPM devem ser reunidas em ordem cronológica, o Escrivão deve:

a) ( X ) – Numerar todas e rubricar todas as folhas, com exceção da autuação que não é numerada,
mas conta.
b) ( ) – Providenciar que o Encarregado numere e rubrique todas as folhas.
c) ( ) – Todas as folhas, sem exceção, devem ser numeradas e rubricadas pelo escrivão.
d) ( ) – A autuação não é numerada e não conta, ou seja, somente as demais folhas a partir da autuação
contam, sendo numeradas e rubricadas pelo Encarregado.

23) Assim como no processo judicial, os processos e procedimentos administrativos também


contam com os chamados “atos de mero expediente”. Atos de mero expediente, portanto, são atos
administrativos de simples impulso, praticados pelo Escrivão ou pelo Encarregado do IPM. Ou seja,
não há, nesses atos, qualquer decisão quanto ao mérito da questão e são destinados a apenas dar
andamento ao processo administrativo, sem possuírem caráter decisório.
24) Marque com um X a alternativa correta referente aos ditos atos de mero expediente:

a) ( ) Conclusão: ato do escrivão, submetendo os autos a consideração do encarregado do IPM.


b) ( ) Despacho: ato do encarregado do IPM, contendo ordens relacionadas com a apuração do ilícito
penal militar.
c) ( ) Recebimento: ato do escrivão assinalando que os autos retornaram do Encarregado, com
despacho.
d) ( ) Certidão: ato do escrivão certificando o cumprimento das ordens emanadas do despacho do
encarregado.

25) Referente à Prisão em Flagrante e a elaboração do Auto de Prisão em Flagrante Delito


(APFD), marque V ou F nas alternativas abaixo:
a) ( ) É imprescindível a expedição da Nota de Culpa no APFD.
b) ( ) Dentro em 48 horas após a prisão será dada ao preso nota de culpa.
c) ( ) Em caso de flagrante, a captura se fará pela simples voz de prisão.
d) ( ) Na falta de escrivão, qualquer pessoa idônea poderá ser designada, mediante compromisso legal.

26) Marque V ou F. Sobre o processo de Apuração de Transgressão da Disciplina (ATD) é correto


afirmar que:
a) ( ) - A Sindicância, o IT (Inquérito Técnico) e até mesmo o IPM (Inquérito Policial Militar) podem
subsidiá-lo.
b) ( ) - É inquisitorial.
c) ( ) - O policial poderá apresentar novas testemunhas e solicitar novas diligências ao encarregado da
ATD.
d) ( ) - É necessário conceder o contraditório e proporcionar a ampla defesa ao acusado.

27) Marque a alternativa incorreta. Cabe ao Escrivão:


a) ( ) – Controlar os prazos e dar cumprimentos as formalidades processuais.
b) ( ) – Dar cumprimento aos despachos da Autoridade Policial Militar.
c) ( ) – Lavrar os autos, termos, mandados, certidões e demais atos de ofício.
d) ( ) – Conceder prazos e dar vistas do IPM ao advogado do réu, confeccionando o relatório ao final..

28) Com relação aos prazos do Inquérito Policial Militar, marque um X na alternativa correta:
( ) O IPM deve terminar em 20 dias se o indiciado estiver solto.

( ) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado preso é de 20 dias, prorrogáveis por mais 40 dias.

( ) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20
dias.

( ) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 20 dias, podendo ser prorrogado por mais 40
dias.

QUESTÃO 29

A principal diferença entre crime militar e crime comum está no bem jurídico a ser tutelado. No crime militar, essa
tutela compreende precipuamente:

a. ( ) os princípios gerais do direito.


b. ( ) o contraditório e a ampla defesa.
c. ( ) a administração militar e os princípios basilares da hierarquia e disciplina.
d. ( ) a analogia e os usos e costumes.

QUESTÃO 30
A competência para apuração de crimes militares é da:
a. ( ) Polícia Judiciária Civil.
b. ( ) Polícia Judiciária Militar.
c. ( ) Polícia Judiciária Federal.
d. ( ) Polícia Judiciária Eleitoral.

QUESTÃO 31

Segundo os artigos 7º e 8º do Decreto 1002/69, a Polícia Judiciária Militar é exercida por:


a. ( ) autoridades militares.
b. ( ) autoridades civis.
c. ( ) autoridades parlamentares.
d. ( ) autoridades judiciárias.

QUESTÃO 32

O inquérito policial militar é iniciado mediante:

a. ( ) lei complementar.
b. ( ) lei ordinária.
c. ( ) decreto.
d. ( ) portaria.

QUESTÃO 33

Preencha corretamente a lacuna, de acordo com a alternativa correta abaixo. Quando a pessoa conduzida se
recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por ____________________________,
que lhe tenham ouvido a leitura na presença do indiciado, do condutor e das testemunhas do fato delituoso:

a. duas testemunhas.
b. apenas pelo Escrivão.
c. apenas pelo Encarregado.
d. apenas pelo condutor da ocorrência.

QUESTÃO 34

Em regra, o auto de prisão em flagrante delito (APFD) deverá ser remetido imediatamente ao:
a. promotor de justiça.
b. comandante do preso.
c. juiz competente.
d. oficial de dia.

QUESTÃO 35

Quando a autoridade judiciária verificar manifesta inexistência de infração penal militar ou a não-participação da
pessoa conduzida, ela então:
a. confirmará a prisão.
b. relaxará a prisão.
c. determinará a prisão.
d. concederá a prisão.
QUESTÃO 36

O objetivo das investigações durante a sindicância é a busca:


a. somente de provas de autoria.
b. somente de materialidade.
c. de provas de autoria e materialidade.
d. exclusivamente fato definido como crime.

QUESTÃO 37

É considerada(o) um meio de apuração informal de fato irregular:


a. ( ) inquérito policial militar.
b. ( ) sindicância.
c. ( ) investigação preliminar.
d. ( ) conselho especial.

QUESTÃO 38

Os prazos normais para conclusão de sindicância são:


a. ( ) 20 dias, prorrogáveis por mais 20 dias.
b. ( ) 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.
c. ( ) 40 dias, prorrogáveis por mais 40 dias.
d. ( ) 50 dias, improrrogáveis.

QUESTÃO 39

Referente à Prisão em Flagrante e a elaboração do Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD), marque a
alternativa incorreta:

(A) É imprescindível a expedição da Nota de Culpa no APFD.

(B) Dentro em 48 horas após a prisão será dada ao preso nota de culpa.

(C) Em caso de flagrante, a captura se fará pela simples voz de prisão.

(D) Na falta de escrivão, qualquer pessoa idônea poderá ser designada, mediante compromisso legal.

QUESTÃO 40

Sobre o processo de Apuração de Transgressão da Disciplina (ATD) é incorreto afirmar que:

(A) A Sindicância, o IT (Inquérito Técnico) e até mesmo o IPM (Inquérito Policial Militar) podem
subsidiá-lo.

(B) É inquisitorial.

(C) O policial poderá apresentar novas testemunhas e solicitar novas diligências ao encarregado da
ATD.
(D) É necessário conceder o contraditório e proporcionar a ampla defesa ao acusado.

QUESTÃO 41

Marque a alternativa incorreta. Cabe ao Escrivão:

(A) Controlar os prazos e dar cumprimentos as formalidades processuais.

(B) Dar cumprimento aos despachos da Autoridade Policial Militar.

(C) Lavrar os autos, termos, mandados, certidões e demais atos de ofício.

(D) Conceder prazos e dar vistas do IPM ao advogado do réu, confeccionando o relatório ao final..

QUESTÃO 42

Com relação aos prazos do Inquérito Policial Militar, marque um X na alternativa correta:

(A) O IPM deve terminar em 20 dias se o indiciado estiver solto.

(B) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado preso é de 20 dias, prorrogáveis por mais 40 dias.

(C) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais
20 dias.

(D) O prazo de conclusão do IPM com o indiciado solto é de 20 dias, podendo ser prorrogado por mais
40 dias.

QUESTÃO 43

Marque a alternativa que não é uma formalidade exigida no Inquérito Policial Militar:

(A) a paginação.

(B) o relatório.

(C) compromissar a testemunha que comparecer para prestar depoimento.

(D) encerrado o inquérito, o arquivamento na OPM.

QUESTÃO 44

Quanto as formalidades exigidas no Inquérito Policial Militar, marque a alternativa correta:

(A) direito de arrolamento de testemunhas, que deverão ser intimadas par comparecer perante o
processo;.
(B) observar o tempo máximo de 1 horas para inquirição da testemunha.

(C) intimar a testemunha com antecedências mínima de 12 horas.

(D) compromissar o indiciado quando do seu interrogatório.

QUESTÃO 45

A Norma Jurídica que define e estabelece regras para o Inquérito Policial Militar é o:

(A) Estatuto da Polícia Militar;

(B) Estatuto dos Militares da União;

(C) Código de Processo Penal Militar;

(D) Código Penal Militar;

QUESTÃO 46

Analise as proposições abaixo:

I. A diferença principal entre crime militar e crime comum está no bem jurídico protegido.

II. Diferentemente do crime comum, no crime militar tutela-se a administração militar e os princípios
da hierarquia e disciplina.

III. O crime militar é aquele que, de modo geral, somente o militar pratica, podendo a tipificação do
crime constar no código penal comum ou militar.

IV. No âmbito da Justiça Militar Estadual o civil também poderá responder por crime militar.

Assinale a alternativa correta.

(A) Somente as proposições I e II são verdadeiras.

(B) Somente as proposições II e III são verdadeiras.

(C) Somente as proposições I e IV são verdadeiras.

(D) Somente a proposição III é falsa.

QUESTÃO 47

Julgue as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir assinale a alternativa correta.

( ) O policial militar somente poderá incorrer em crime militar quando estiver no exercício de suas
funções.

( ) Todas as condutas típicas no crime militar possuem definição diferente daquelas contidas no código
penal comum.
( ) O militar em situação de inatividade poderá também responder por crime militar, desde que dentro
das circunstâncias previstas na lei.

( ) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do
inquérito policial militar à Justiça comum.

(A) V, V, F, V

(B) V, F, F, V

(C) F, F, V, V

(D) F, V, F, V

QUESTÃO 48

Associe a 2ª coluna de acordo com a 1ª, indicando a que princípio se refere cada expressão.

1ª Coluna

( ) IPM

( ) ATD

( ) SINDICÂNCIA

( ) APFD

2ª Coluna

( ) Ampla defesa e contraditório

( ) Apuração de fatos administrativos

( ) Flagrante delito

( ) apuração de crime militar

Assinale a alternativa correta.

(A) 1,3,4,2

(B) 1,2,4,3

(C) 2,1,4,3

(D) 2,3,4,1

QUESTÃO 49

Acerca da atividade de polícia judiciária militar, julgue as assertivas com verdadeiro ou falso.

( ) A competência para apuração de crimes militares caberá tanto ao Delegado de Polícia quanto a
autoridade militar.

( ) De acordo com a Constituição Federal, somente as autoridades militares terão competência para a
apuração de crimes militares.
( ) O Oficial de serviço, ao deparar com situações de crime militar, deverá aguardar a delegação de seu
superior para tomar as providências cabíveis na elucidação do crime, já que não tem autoridade de polícia
judiciária militar.

( ) Dentre as providências a serem observadas pelo Oficial de serviço, diante de crime militar, está a
possibilidade de prisão do infrator.

(A) F, F, V, V

(B) V, V, F, F

(C) F, V, F, V

(D) V, F, V, F

QUESTÃO 50

Analise as assertivas abaixo:

I. O Inquérito Policial Militar somente se inicia mediante portaria expedida de ofício pelo Comando da
Unidade.

II. Jamais a Sindicância será convertida em Inquérito Policial Militar.

III. É facultativo a nomeação de escrivão para o IPM.

IV. O Ministério Público poderá determinar a abertura de IPM.

V. O prazo para conclusão do IPM será o mesmo usado nas apurações mediante Sindicância.

(A) Somente as assertivas IV é verdadeira.

(B) Todas as assertivas são falsas.

(C) Somente a assertiva II é verdadeira.

(D) Somente as assertivas II e III são verdadeiras.

QUESTÃO 51

Assinale a alternativa correta.

(A) A autoridade de polícia judiciária militar poderá arquivar o IPM, desde que comprovada a
inexistência de prática delituosa.

(B) A competência para o arquivamento de IPM será sempre do juiz de direito da Auditoria Militar, após
ouvido o Ministério Público.

(C) A prisão em flagrante delito de policial militar só é admitida em casos de flagrante próprio.

(D) O auto de prisão em flagrante não poderá ser feito sem a presença de testemunhas do fato.

QUESTÃO 52

Acerca da prisão em flagrante delito, assinale a alternativa correta.

(A) O IPM sempre será instaurado após a lavratura de auto de prisão em flagrante delito para maiores
esclarecimentos dos fatos.

(B) A nota de culpa é documentação facultativa no APFD, não sendo obrigatória sua confecção.

(C) Caberá o relaxamento da prisão em flagrante delito diante da manifesta inexistência de infração
penal militar.

(D) Diante de relaxamento de prisão não será necessário a lavratura de auto ou termo.

QUESTÃO 53

Analise cada afirmativa abaixo como verdadeira ou falsa:

( ) Qualquer pessoa idônea poderá ser escrivão no auto de prisão em flagrante delito.

( ) O interrogatório constitui instituto no qual são tomadas as perguntas ao ofendido sobre as


circunstâncias do crime.

( ) Não se exigirá o compromisso de dizer a verdade em relação as declarações dadas pelo acusado e
ofendido, durante apuração dos fatos.

( ) Toda e qualquer testemunha deverá prestar o compromisso de dizer a verdade durante sua oitiva.

Assinale a alternativa correta.

(A) F, F, F, V

(B) V, V, V, F

(C) F, V, V, V

(D) V, F, V, F

QUESTÃO 54

Assinale a alternativa correta.

(A) O ofendido não poderá ser conduzido coercitivamente a presença do juiz.

(B) O militar que comete o crime de deserção também poderá ser punido administrativamente pela falta
ao serviço cometida.

(C) Apresentando-se o militar antes de concluído o prazo para a ocorrência do crime de deserção, não
responderá por crime e nem poderá ser punido pela ausência.

(D) No crime de deserção o lapso de tempo de 08 dias é requisito para sua configuração.

QUESTÃO 55

Analise as afirmativas abaixo:

I. O servidor sem estabilidade que incorrer no crime de deserção será excluído do serviço ativo.

II. No caso de se tratar de policial militar com estabilidade, configurado o crime de deserção, será o
servidor agregado, devendo, uma vez capturado ou se apresentando, passar por perícia médica para só
então ser revertido ao serviço ativo, desde que considerado apto.
III. Sabe-se que o policial militar desertor, sem estabilidade, será sempre reincluído ao serviço ativo
para responder ao processo penal militar pelo crime cometido, em caso de apresentação espontânea ou
captura.

IV. A Agregação por crime de deserção somente alcançará o militar com estabilidade assegurada.

Assinale a alternativa correta.

(A) Todas as afirmativas são falsas.

(B) As afirmativas I e IV são verdadeiras.

(C) Somente a afirmativa I é verdadeira.

(D) As afirmativas I e II são falsas.


CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CFS

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
APLICADA
1

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA

Por: ATI PMMS

SUMÁRIO

Introdução ........................................................................................................................................... 2
Conceitos iniciais ................................................................................................................................. 3
Dado, Informação e Conhecimento .................................................................................................... 3
Dados................................................................................................................................................... 3
Informações ........................................................................................................................................ 3
Conhecimento ..................................................................................................................................... 4
Processamento de Dados .................................................................................................................... 5
Sistemas de Informações .................................................................................................................... 6
Bancos de Dados ................................................................................................................................. 7
Hardware e Software .......................................................................................................................... 8
Computadores ..................................................................................................................................... 8
Programas ......................................................................................................................................... 10
Peças e componentes de hardware .................................................................................................. 10
Processador ....................................................................................................................................... 10
Memória Principal ............................................................................................................................. 11
Memória Secundária ......................................................................................................................... 12
Dispositivos de Entrada e Saída ........................................................................................................ 12
Sistemas de Informação utilizados na PMMS ................................................................................... 13
Gestão de Efetivo (SICOE) ................................................................................................................. 13
Gestão de Atividades (Escalas de Serviço) ........................................................................................ 15
Gestão de Frota (Veículos) ................................................................................................................ 16
Sistema para Integração Organizacional (Mural) .............................................................................. 18
Sistema Integrado de Gestão Operacional (SIGO) ............................................................................ 19
Referências ........................................................................................................................................ 22
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .......................................................................... 23
2

Introdução
O presente material didático é
direcionado ao Curso de Formação de
Sargentos da Polícia Militar de MS.
Nossa Instituição possui como missão
constitucional a preservação da ordem
pública, atuando preventivamente ao
cometimento de ilícitos por meio do
policiamento ostensivo. Durante o
trabalho policial são coletados
diversos dados que necessitam de um
tratamento adequado no
armazenamento, processamento e
disseminação. Para tanto, a tecnologia
da informação mostra-se
indispensável para oferecer agilidade,
qualidade e segurança no manuseio
desses dados, auxiliando a tomada de
decisão.
A Polícia Militar não deve ficar a reboque desta revolução tecnológica, pois o
emprego da tecnologia da informação é de fundamental importância para proporcionar
eficiência na consecução de sua atividade fim. O principal benefício para as organizações
é a sua capacidade de melhorar a qualidade e a disponibilidade de informações e
conhecimentos importantes. Além disso, o uso dos sistemas de informações mais
modernos oferecem oportunidades sem precedentes para a melhoria dos processos
internos das organizações policiais e dos serviços prestados à sociedade.
Para se evitar retrabalhos, é importante que haja integração de processos, evitando
dados redundantes ou insuficiência de informações para quem mais necessita delas. O uso
intensivo e racional de tecnologia da informação, não só para os serviços administrativos,
mas, sobretudo, como ferramenta primordial para auxiliar o policiamento ostensivo,
mostra-se como o principal desafio da Polícia Militar para os próximos anos, pois fará dela
uma instituição moderna, com visão de futuro e capaz de atender cada vez melhor o seu
principal cliente, o cidadão.
Provérbios, 3:13: “Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire
conhecimento, porque valem mais do que a prata e dá mais lucro que o ouro”
EVOLUÇÃO sociedade agrícola, a sociedade industrial, a sociedade da informação e
a atual sociedade do conhecimento. Mas realmente estamos vivendo na era do
conhecimento, ou ainda estamos “presos” à era da informação (década de 80)?
Hoje é possível a qualquer pessoa ter fácil acesso a muitos dados e informações
principalmente por meio da Internet, entretanto, transformar isto em conhecimento é
muito diferente, principalmente quando falamos em conhecimento tácito (experiências,
habilidades, competências, criatividade) que se leva necessariamente tempo para adquiri-
lo, diferentemente do conhecimento explícito, que é possível de ser adquirido em menor
tempo por meio de manuais, documentos, regulamentos, códigos, etc. AS DUAS SE
COMPLEMENTAM
Qual será o conhecimento que uma empresa possui: tácito, explícito, ambos? Sua
organização sabe como lançar um produto? Como realizar uma negociação comercial?
Como analisar um contrato? Qual é a melhor forma de se resolver este ou aquele
problema? Ou ainda como satisfazer um cliente? Na maioria das organizações isto é um
conhecimento tácito, pertencente às pessoas envolvidas no processo. Podemos e devemos
gerenciar este conhecimento pensando em socializá-lo na organização e fazer dele um
conhecimento explícito, um conhecimento organizacional, para que todos possam usufruir.
3

Imagine se empresas que não cultivam esta prática perderem seu principal
executivo

A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como o conjunto de todas


as atividades e soluções providas por recursos de computação que visam permitir a
produção, armazenamento, transmissão, acesso, segurança e o uso das informações.
É a área de informática que trata a informação, a organiza e classifica de forma a
permitir a tomada de decisão em prol de algum objetivo.

Conceitos iniciais
Você sabe qual a diferença entre Dados, Informação e Conhecimento? Lidamos com
esses conceitos o tempo todo, seja em casa, nas empresas, escolas, igreja, etc. Ouvimos
muitos termos relacionados como processamento de dados, sistemas de informação,
gestão de conhecimento, arquitetura da informação, coleta de dados, base de
conhecimentos, entre outros. Mas qual a sua diferença?

Dado, Informação e Conhecimento

Dados

Dados são códigos que constituem a matéria prima da informação, ou seja, é a


informação não tratada. Os dados representam um ou mais significados que isoladamente
não podem transmitir uma mensagem ou representar algum conhecimento.
Dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não
conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação. É um elemento que
representa eventos ocorridos ou circunstâncias físicas, antes que tenham sido organizados
ou arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar. Os dados emergem da
percepção inicial do observador sobre a natureza do objeto: são identificados por
características visuais ou simbólicas, mensuráveis.
Em uma pesquisa eleitoral por exemplo, são coletados dados, isto é, cada
participante da pesquisa fornece suas opiniões e escolhas sobre determinados candidatos,
mas essas opiniões não significam muita coisa no âmbito da eleição. Só depois de ser
integrada com as demais opiniões é que teremos algo significativo.

Informações
4

Informações são dados tratados. Dado configurado de forma adequada ao


entendimento e a utilização pelo ser humano. O resultado do processamento de dados são
as informações. As informações tem significado, podem ser tomadas decisões ou fazer
afirmações considerando as informações.
A informação é o dado organizado, um texto pode ser uma informação, uma fonte
de muitas informações ou um conjunto de informações, pois se os dados agrupados
gerarem sentido para quem o lê e ficando claro ou não (valor da informação se dá à
qualidade com a qual é disponibilizada, reduzindo ou aumentando a probabilidade de
interpretação ambígua pelo emitente, quanto mais precisa, mais valiosa ela se torna) a
que se refere, o dado passa a ter o valor de um determinado item, evento do que se refere.
Um relatório, um boletim escolar, uma folha de pagamento são exemplos de informação,
desde que faça sentido a quem o vê.
As informações são o resultado dos dados devidamente tratados, comparados,
classificados, relacionáveis entre outros dados servindo para tomada de decisões e para
melhor noção do objeto estudado.Segundo a teoria da informação, medida da redução da
incerteza, sobre um determinado estado de coisas, por intermédio de uma mensagem.
No exemplo da pesquisa eleitoral, os pesquisadores retém dados dos entrevistados,
mas quando inseridos nos sistemas e processados produzem informações e essas
informações dizem quem tem mais chance de ser eleito, entre outras.Desta forma
podemos dizer que as informações são o conjunto de dados que foram processados, seja
por meio eletrônico, mecânico ou manual e que produziu um resultado com significado.

Conhecimento

O conhecimento é o resultado de várias informações organizadas de forma lógica e


suficiente para se criar um evento. Ele vai além de informações, pois ele além de ter um
significado tem uma aplicação. É o ato ou efeito de abstrair ideia ou noção de alguma coisa,
como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato (obter informação);
conhecimento de um documento; termo de recibo ou nota em que se declara o aceite de
um produto ou serviço; saber, instrução ou cabedal científico (homem com grande
conhecimento).
As informações são valiosas, mas o conhecimento constitui um saber. Produz ideias
e experiências que as informações por si só não serão capazes de mostrar. Se informação
é dado trabalhado, então conhecimento é informação trabalhada.
Atributos da informação
5

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Processamento de Dados

Processamento de dados consiste em realizar um processo sobre qualquer


informação de entrada com o objetivo de gerar uma saída aceitável ou próxima disso. De
modo geral, um processamento se realiza de acordo com o esquema abaixo:

Entrada (input): Se refere a algum dado de entrada do processamento, são


valores onde o processo irá atuar. Como por exemplo, um arquivo enviado para um
compressor de dados.
Processamento. É onde os dados de entrada serão processados para gerar um
determinado resultado. O computador executa o arquivo. Outros exemplos: o cálculo
salarial, um trajeto ou rota ou uma complexa expressão matemática, ou até mesmo uma
simples movimentação de dados ou comparação entre eles. No caso do processamento
computadorizado esta tarefa é realizada por meio de um algoritmo escrito numa linguagem
6

de programação que é compilado e gera o código de um programa responsável pelo


processamento.
Saída (output): É simplesmente o resultado de todo o processamento. Em todo
processamento temos dados gerados como resultado, essas saídas, podem ser impressas
na tela, em papel, armazenadas em um arquivo, ou até mesmo servir como entrada para
um outro processo. O computador exibe os resultados obtidos na tela.

Sistemas de Informações

Sistema de Informação é a expressão utilizada para descrever um Sistema seja ele


automatizado (que pode ser denominado como Sistema de Informação Computadorizado),
ou seja manual, que abrange pessoas, máquinas, e/ou métodos organizados para coletar,
processar, transmitir e disseminar dados que representam informação para o usuário e/ou
cliente. Constitui um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para
coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de
facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em
organizações.
Informações de boa qualidade são essenciais para uma boa tomada de decisão. O
objetivo de um sistema de informação é armazenar, tratar e fornecer informações para
apoiar as funções ou processos de uma organização, através de um fluxo mais confiável e
menos burocrático das informações. Suas principais vantagens são:

 Otimização do fluxo de informação permitindo mais agilidade e organização;


 Redução de custos operacionais e administrativos e ganho de produtividade;
 Mais integridade e veracidade da informação;
 Mais estabilidade;
 Mais segurança de acesso à informação.

Um Sistema de Informação não precisa ter essencialmente computadores


envolvidos, basta ter várias partes trabalhando entre si para gerar informações. Ele pode
ser tanto manual quanto baseado em TI, ou uma mescla dos dois. Acontece que um
Sistema de Informação grande, dificilmente sobrevive atualmente sem estar
informatizado, o que por si só não elimina o fator humano no processo. É a interação dos
7

componentes da TI com o componente humano que faz com que um Sistema de


Informação tenha funcionalidade e utilidade para a organização.

Bancos de Dados

Segundo Keen (1996, p. XXXVII), “a maior


evolução técnica dessa época foi a passagem do
processamento de transações( monitoramento prompt)
para o gerenciamento de banco de dados." Surge então
os sistemas gerenciadores de banco de dados (SGBDs),
que organizam as informações de uma maneira eficaz,
evitando duplicidade e facilitando sua análise. Assim os
velhos CPDs começaram a se transformar em
bibliotecas de informações. Os profissionais de
informática eram os que mais resistiam às mudanças.

Bancos de dados são coleções de informações


que se relacionam de forma que crie um sentido. São de vital importância para as
empresas, e há duas décadas se tornaram a principal peça dos sistemas de informação.
Normalmente existem por vários anos sem alterações em sua estrutura.
Podemos entender por banco de dados qualquer sistema que reúna e mantenha
organizada uma série de informações relacionadas a um determinado assunto em uma
determinada ordem. A lista telefônica é um exemplo, nela percebemos que todos os dados
referentes a uma pessoa estão na mesma linha, a isso chamamos registros. O tipo ou
categoria da informação (nome,telefone,etc.) sobre uma pessoa está separada em colunas,
as quais chamamos campos.
O Administrador de Banco de Dados é o profissional apto a projetar, documentar,
especificar, testar, implantar, analisar e manter sistemas de bancos de dados, fazendo uso
das modernas ferramentas computacionais e utilizando estratégias e metodologias para
aprimorar e otimizar os sistemas de armazenamento de informações, além de garantir:

 Integridade do banco de dados;


 Acesso aos dados como quem pode acessar e o que pode acessar e talvez
quando possa acessar;
 O acesso ao banco de dados no maior tempo possível;
 O máximo de desempenho para o banco de dados;
 O uso e desempenho do banco de dados.

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Hardware e Software
Hardware é a parte física do computador,
ou seja, o conjunto de aparatos eletrônicos,
peças e equipamentos que fazem o computador
funcionar. A palavra hardware pode se referir
também como o conjunto de equipamentos
acoplados em produtos que precisam de algum
tipo de processamento computacional. A ciência
que estuda o hardware é conhecida como
arquitetura de computadores.
Diferentemente do hardware, o software
é a parte lógica do computador. Software é a
manipulação, instrução de execução,
redirecionamento e execução das atividades
lógicas das máquinas. Toda interação dos
usuários de computadores modernos é realizada
através do software, que é a camada, colocada
sobre o hardware, que transforma o computador
em algo útil para o ser humano.Os softwares podem ainda ser classificados em:
Softwares de Sistemas: permite que o usuário interaja com o computador e suas
partes. Ex.: firmware, drivers, etc.
Softwares Aplicativos: permite que através de seu uso, o usuário faça uma tarefa
específica. Ex.: editores de texto, planilhas eletrônicas, etc.

Computadores

Computador é uma máquina capaz de variados tipos de tratamento automático de


informações ou processamento de dados. Um computador pode prover-se de inúmeros
atributos, dentre eles armazenamento de dados, processamento de dados, cálculo em
grande escala, desenho industrial, tratamento de imagens gráficas, realidade virtual,
entretenimento e cultura.
Assumiu-se que os computadores pessoais e laptops são ícones da Era da
Informação e isto é o que muitas pessoas consideram como “computador”. Entretanto,
atualmente as formas mais comuns de computador em uso são os sistemas embarcados,
pequenos dispositivos usados para controlar outros dispositivos, como robôs, câmeras
digitais ou brinquedos.
9

Microcomputador: Também chamado Computador pessoal ou ainda Computador


doméstico.
Servidor (server): Um computador que serve uma rede de computadores. São de
diversos tipos.
Supercomputador: Muito maior em dimensões, pesando algumas toneladas e
capaz de, em alguns casos, efetuar cálculos que levariam 100 anos para serem calculados
em um microcomputador
Estação de trabalho (workstation): Serve um único usuário e tende a possuir
hardware e software não encontráveis em computadores pessoais, embora externamente
se pareçam muito com os computadores pessoais.
Sistema embarcado: De menores proporções, é parte integrante de uma máquina
ou dispositivo. Por exemplo uma unidade de comando da injeção eletrônica de um
automóvel, que é específica para atuar no gerenciamento eletrônico do sistema de injeção
de combustível e ignição. Eles são chamados de dedicados pois executam apenas a tarefa
para a qual foram programados. Tendem a ter baixa capacidade de processamento, às
vezes inferior aos microcomputadores.
Console ou videogame: Como dito não são computadores propriamente ditos,
mas atualmente conseguem realizar muitas, senão quase todas, as funções dos
computadores pessoais.
Tablet: Um tablet, também conhecido como tablet PC ou simplesmente tablete em
português, é um dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para
acesso à Internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros,
jornais e revistas e para entretenimento com jogos. Apresenta uma tela sensível ao toque
(touchscreen) que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos dedos ou uma caneta
aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser igualado a um computador
completo ou um smartphone, embora possua funcionalidades de ambos.
Smartphone: é um celular com funcionalidades avançadas que podem ser
estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional. Os sistemas
operacionais dos smartphones permitem que desenvolvedores criem milhares de
programas adicionais, com diversas utilidades, agregados em sites como o Google Play.
Geralmente um smartphone possui características mínimas de hardware e software, sendo
as principais a capacidade de conexão com redes de dados para acesso à internet, a
capacidade de sincronização dos dados do organizador com um computador pessoal, e
uma agenda de contatos que pode utilizar toda a memória disponível do celular – não é
limitada a um número fixo de contatos.Um smartphone pode ser considerado um telefone
celular com as funcionalidades de um PDA.Atualmente os principais sistemas operacionais
existentes são: Rim Blackberry OS, Microsoft Windows Phone, AppleiOS, Nokia Symbian,
e Google Android. Outros SOs a serem lançados são o Ubuntu Phone e o Firefox OS.
O computador evoluiu em sua capacidade de armazenamento de informações, que
é cada vez maior, o que possibilita a todos um acesso cada vez maior a informação. Isto
significa que o computador agora representa apenas um ponto de um novo espaço, o
ciberespaço. Essas informações contidas em computadores de todo mundo e presentes no
ciberespaço, possibilitam aos usuários um acesso a novos mundos, novas culturas, sem a
locomoção física. Com todo este armazenamento de textos, imagens, dados, etc.Houve
também uma grande mudança no comportamento empresarial, otimizando o tempo e os
custos.
10

Programas
Programas são simplesmente
grandes listas de instruções para o
computador executar, tais com tabelas de
dados. Muitos programas de computador
contêm milhões de instruções, e muitas
destas instruções são executadas
repetidamente. Estas instruções
combinadas são escritas para realizar
tarefas comuns como, por exemplo,
desenhar um ponto na tela. Tais
instruções podem então ser utilizadas por
outros programadores.
Hoje em dia, muitos computadores
aparentam executar vários programas ao
mesmo tempo, o que é normalmente conhecido como multitarefa. Na realidade, a CPU
executa as instruções de um programa por um curto período de tempo e, em seguida,
troca para um outro programa e executa algumas de suas instruções. Isto cria a ilusão de
vários programas sendo executados simultaneamente através do compartilhamento do
tempo da CPU entre os programas. Este compartilhamento de tempo é normalmente
controlado pelo sistema operacional. Nos casos em que o computador possui dois núcleos
de processamento, cada núcleo processa informações de um programa, diminuindo assim
o tempo de processamento.

Peças e componentes de hardware

Para um leigo, um computador pode até parecer uma máquina misteriosa, uma
“caixa preta”, onde de alguma forma mística são guardadas e processadas informações.
Mas, de misterioso os computadores não têm nada. Tudo funciona de maneira ordenada,
e até certo ponto simples.
A arquitetura básica de qualquer computador completo, seja um PC, um Macintosh
ou mesmo um computador de grande porte, é formada por apenas 5 componentes básicos:
processador, memória RAM, disco rígido, dispositivos de entrada e saída e softwares.

Processador

É o cérebro do sistema, encarregado de processar todas as informações. Porém,


apesar de toda sua sofisticação, o processador não pode fazer nada sozinho. Para termos
um computador funcional, precisamos de mais alguns componentes de apoio: memória,
11

unidades de disco, dispositivos de entrada e saída e finalmente, os programas a serem


executados.
Um microprocessador incorpora as funções de uma unidade central de computador
(CPU) em um único circuito integrado, ou no máximo alguns circuitos integrados. É um
dispositivo multifuncional programável que aceita dados digitais como entrada, processa
de acordo com as instruções armazenadas em sua memória, e fornece resultados como
saída. Microprocessadores operam com números e símbolos representados no sistema
binário.
Até poucos anos atrás usou-se microprocessadores para atividades domésticas ou
de negócios com simples núcleo. Atualmente estão sendo utilizados microprocessadores
de múltiplos núcleos para melhorar a capacidade de processamento. Espera-se que no
futuro os Sistemas Operacionais domésticos sejam compilados para trabalhar com
processadores de múltiplos núcleos corretamente, realizando assim inúmeras tarefas ao
mesmo tempo (como já acontece com os supercomputadores).
Quando você clica duas vezes em um ícone para rodar um programa, veja o que
acontece:

1. O programa, que está armazenado no disco rígido, é transferido para a


memória. Um programa é uma série de instruções para o processador.
2. O processador, usando um circuito chamado controlador de memória,
carrega as informações do programa da memória RAM.
3. As informações, agora dentro do processador, são processadas.
4. O que acontece a seguir vai dependerdo programa. O processador pode
continuar a carregar e executar o programa ou pode fazer alguma coisa com
a informação processada, como mostrar algo na tela.

Memória Principal

A memória principal, ou memória RAM, é usada pelo processador para armazenar


os dados que estão sendo processados, funcionando como uma espécie de mesa de
trabalho. A quantidade de memória RAM disponível, determina quais atividades o
processador poderá executar. Um engenheiro não pode desenhar a planta de um edifício
sobre uma carteira de escola. Caso a quantidade de memória RAM disponível seja
insuficiente, o computador não será capaz de rodar aplicativos mais complexos.
12

O IBM PC original, lançado em 1981, por exemplo, possuía apenas 64 Kbytes de


memória e por isso era capaz de executar apenas programas muito simples, baseados em
texto. Um PC atual possui bem mais memória: 64 MB, 128 MB ou mais, por isso é capaz
de executar programas complexos. A memória RAM é capaz de responder às solicitações
do processador numa velocidade muito alta. Seria perfeita se não fossem dois problemas:
o alto preço e o fato de ser volátil, ou seja, de perder todos os dados gravados quando
desligamos o micro.

Memória Secundária

Já que a memória RAM serve apenas


como um rascunho, usamos um outro tipo de
memória para guardar arquivos e programas: a
memória de massa. O principal dispositivo de
memória de massa é o disco rígido, onde ficam
guardados programas e dados enquanto não
estão em uso ou quando o micro é desligado.
Disquetes e CD-ROMs também são ilustres
representantes desta categoria de memória.
Para compreender a diferença entra a memória
RAM e a memória de massa, você pode
imaginar uma lousa e uma estante cheia de
livros com vários problemas a serem resolvidos. Depois de ler nos livros (memória de
massa) os problemas a serem resolvidos, o processador usaria a lousa (a memória RAM)
para resolvê-los. Assim que um problema é resolvido, o resultado é anotado no livro, e a
lousa é apagada para que um novo problema possa ser resolvido. Ambos os dispositivos
são igualmente necessários.
Os sistemas operacionais atuais, incluindo claro a família Windows, permitem ao
processador usar o disco rígido para gravar dados caso a memória RAM se esgote, recurso
chamado de memória virtual. Utilizando este recurso, mesmo que a memória RAM esteja
completamente ocupada, o programa será executado, porém muito lentamente, devido à
lentidão do disco rígido.

Dispositivos de Entrada e Saída

Para permitir a comunicação entre o processador e os demais componentes do


micro, assim como entre o micro e o usuário, temos os dispositivos de I/O “input/output”
ou “entrada e saída”. Estes são os olhos, ouvidos e boca do processador, por onde ele
recebe e transmite informações. Existem duas categorias de dispositivos de entrada e
saída:
A primeira é composta pelos dispositivos destinados a fazer a comunicação entre o
usuário e o micro. Nesta categoria podemos enquadrar o teclado, mouse, microfone, etc.
(para a entrada de dados), o monitor, impressoras, caixas de som, etc. (para a saída de
dados).
A segunda categoria é destinada a permitir a comunicação entre o processador e os
demais componentes internos do micro, como a memória RAM e o disco rígido. Os
dispositivos que fazem parte desta categoria estão dispostos basicamente na placa mãe, e
incluem controladores de discos, controladores de memória, etc.
13

VIDEO 4

VIDEO 5

Sistemas de Informação utilizados na PMMS

A seguir serão apresentados alguns Sistemas de Informação que são utilizados no


âmbito da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. O acesso aos mesmos será disponibilizado
para interação, conhecimento e treinamento em ambiente de testes do laboratório do
Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – CFAP.

Gestão de Efetivo (SICOE)

O Sistema para Controle do


Efetivo (SICOE) tem como objetivo
auxiliar no gerenciamento de efetivo
da Polícia Militar de Mato Grosso do
Sul, onde somente os usuários
autorizados tem permissão para
atualizarem e consultarem
informações de militares, tais como
dados pessoais (endereço, telefone,
etc.), funcionais (quadro, lotação,
função, etc.), situação (pronto, férias,
etc.), assentamentos (promoções,
elogios, punições, etc.), entre outros.
A primeira versão do SICOE entrou em operação no dia 19/07/2006. A segunda
versão, a partir de 26/03/2012.Após o Sd PM Dos Santos ser transferido para a Diretoria
de Pessoal (DP) no dia 09/03/2005, e de ter auxiliado em diversas tarefas das subseções
daquela Diretoria, acabou por assumir o recebimento e controle do Mapa da Força das
Unidades.Como tal material era encaminhado impresso, acumulava desta forma uma pilha
de papel e a consulta por ser manual era morosa e trabalhosa. Diante disso, tomou a
14

iniciativa de montar um sistema computacional para auxiliar tal tarefa, o qual inicialmente
funcionava internamente (intranet).
O projeto foi desenvolvido pelo, na época, Sd Dos Santos, no que se refere ao uso
da tecnologia (análise, programação, modelagem, banco de dados, servidores, etc.). A
análise de sistema, em todos os seus processos, tais como levantamento de requisitos,
regras de negócios, etc., foi realizado junto aos integrantes da Diretoria de Pessoal e
demais integrantes das P/1´s das OPM´s do Estado, o que permitiu adequar a solução o
mais próximo possível à realidade e necessidade da Corporação.
Em pouco tempo, todos da DP acabaram se beneficiando com o uso do sistema,
pois até então para localizarem um militar era utilizada a “lista alfa”, uma impressão da
listagem dos militares conforme a folha de pagamento, o que não funcionava a contendo,
pois além da consulta ser manual, a SEJUSP (Folha de Pagamento) não atualizava as
informações tais como a lotação dos militares.Diante do sucesso na iniciativa, o Diretor de
Pessoal da época, Coronel PM Ditsuo, perguntou ao Sd PM Dos Santos da possibilidade de
estender a ideia a todas OPM´s do Estado. Mesmo sabendo da falta de infraestrutura
necessária, com esforço e criatividade o Soldado empenhou-se em tal missão.
Com a publicação da versão com acesso através da Internet, caminho natural, pois
desde o princípio o sistema já nascera para a plataforma Web, novamente o resultado foi
muito satisfatório, tendo recebido o elogio de diversos militares em todo o Estado,
favorecendo o trabalho das P/1 de todas as OPM´s. O sistema, que a princípio controlava
somente a lotação dos militares e de algumas informações pessoais, teve um crescimento
com a implementação de novas funcionalidades, tais como controle de
alterações(assentamentos funcionais), inspeção de saúde, cálculo de tempo de serviço
(com cômputos de acréscimo e dedução), etc.
O sistema também permite emitir relatórios do Mapa Geral do Efetivo da PMMS, tais
como: Quantitativo do Efetivo por Unidade; Quadro de Distribuição do Efetivo; Efetivo por
Unidades; Efetivo por Posto/Graduação. Ainda, dispõe de módulo que protege as aplicações
utilizando funcionalidades extras de segurança para prevenir que usuários não autorizados
tenham acesso a determinadas aplicações.

Tais níveis, estão disponíveis através da utilização dos seguintes grupos:

 Administrador: Acesso irrestrito ao sistema;

 Gerente: Acesso aos dados de militares de todas as OPM´s da PMMS,


apenas não possui acesso ao módulo de segurança;

 Master: Acesso aos dados de militares de todas as OPM´s da PMMS, apenas


para consulta impedindo sua alteração;

 Cadastro: Acesso aos dados de militares da OPM a qual faz parte, com a
possiblidade de alteração de dados;

 Consulta: Acesso aos dados de militares da OPM a qual faz parte, mas
apenas de consulta, sem a possiblidade de alteração de dados;

 Básico: Acesso apenas a informações de lotação funcional e telefone de


contato.
15

Para a liberação de acesso ao sistema a Unidade deve encaminhar ofício assinado


pelo seu comandante ao Chefe da ATI, Maj QOPM Furtado, contendo a matrícula, nome
completo (destacando-se o nome de guerra), e-mail particular e justificativa da
necessidade de acesso.

Gestão de Atividades (Escalas de Serviço)

O Sistema de Escalas é uma


ferramenta desenvolvida e mantida
no ano de 2013, pelo então Soldado
PM Dos Santos, da Assessoria de
Tecnologia da Informação –
ATI/PMMS. Tem o objetivo de gerir o
processo de criação, publicação e
cumprimento das escalas de serviço
no âmbito da Corporação, permitindo
empenhar efetivo, viaturas, anexar
cartão programa e controlar banco de
horas. Seu uso possibilita aos policiais
militares, através da internet, obter
os seguintes serviços:

 Cadastro de postos de trabalho;


 Controle das equipes de serviço;
 Montagem de escalas de serviço;
 Anotação de faltas e alterações de serviço;
 Consultas através de computadores e smartphones;
 Relatórios de produtividade, capacidade operacional e outros.

O sistema foi definido como módulo informatizado de Gestão de Escalas de Serviço,


pertencente ao Sistema de Gestão de Escalas de Serviço (G/Esc), pertencente ao Sistema
de Gestão Administrativa (SGA), através da Portaria “N” nº 018/2013/GAB/CMT-GERAL,
de 25 de Junho de 2013, publicada no BCG nº 118, de 28 de Junho de 2013, apontando o
dia 15 de Julho de 2013 como data oficial em que passa a vigorar.
Sua arquitetura de software contempla a integração com os sistemas de pessoal e
viaturas, ou seja, para a montagem de uma escala de serviço, é necessário a informação
do efetivo à disposição da unidade (lotação) e situação de pronto emprego (situação
funcional), e ainda, as viaturas e equipamentos que estarão à disposição.
Dessa forma, seu uso incentiva a atualização dos dados constantes em outros
bancos de dados, integrando e compartilhando informações entre diversos setores e
usuários.Contempla os seguintes perfis de usuários:

 Escalante: Sargenteante e seus auxiliares, responsáveis pela manutenção das


equipes e montagem das escalas de serviço.
 Supervisor: Oficiais e seus auxiliares, responsáveis pela conferência (tirar
faltas) e anotação de alterações de serviço.
16

Contando com uma estrutura de postos de trabalhos e equipes de serviços, possui


um engenhoso controle interno para a geração automática de escalas de serviço, com o
revezamento de equipes e servidores.Principais Relatórios:

 Efetivo Escalado;
 Situação do Efetivo;
 Emprego do Efetivo;
 Distribuição de Efetivo/Atividade;
 Capacidade Operacional (listagem);
 Capacidade Operacional (gráfico);
 Extrato de horas trabalhadas;
 Servidores fora das escalas;
 Servidores último serviço.

Gestão de Frota (Veículos)

O sistema de Gestão de
Veículos desenvolvido pela
Assessoria de Tecnologia da
Informação - ATI/PMMS, foi
implantado oficialmente em Junho
de 2012 e tem por finalidade
permitir o controle em tempo real da
frota de veículos utilizados em todas
as Unidades da Corporação. A seguir
descrevemos algumas rotinas básica
desse controle de frota, como
“situação” dos veículos, em quais
“empregos” estão sendo utilizadas e
alguns relatórios gerenciais. O link
para acesso ao sistema
é:http://ti.pm.ms.gov.br/veiculo.O sistema possui diversos menus de acesso a
diversas rotinas, dentre as quais destacamos:

 Cadastro: realiza o cadastro básico de informação que será utilizada no


sistema;
 Consulta: Disponibiliza diversas consultas;
 Viatura: Listagens de veículos das unidades e de alguns veículos conforme a
situação;
 Manutenção: Rotina de controle de manutenção e deliberação dos concertos
dos veículos;
 Relatórios: Diversos tipos e opções de relatório gerenciais para os gestores;
 Importação: Importa dados, por exemplo, dados de abastecimento diário
realizado pela Rede Taurus;
 Segurança: Toda rotina de cadastro de usuário, libertação de perfil.

Após logar no sistema, a tela inicial mostra mensagens para o P/4, o servidor
responsável pelo controle de veículo na OPM, de troca de óleo realizada.A Rede Taurus
fornece diariamente relatório de abastecimento de toda a frota e esses dados são
importados pelo sistema e atualizando os dados no veículo, como km do abastecimento e
se o veículo realizou a troca de óleo.
17

Caso a troca de óleo não e realizada pela Rede Taurus, é atribuição do P/4 lançar
manualmente essa informação. Para isso clique no menu “Viatura” e em seguida “Cadastrar
Troca de Óleo”. Após salvar, essa informação já estará na nossa base de dados. Para
visualizar a relação dos veículo com dados dessa troca de óleo, no menu “Veiculo”, clique
em “Listagem Troca de Óleo”.
Nessa tela o gestor da unidade tem o controle da realização da troca de óleo: Data
da troca, km da troca de óleo, km prevista para próxima troca, km atual (conforme os
abastecimentos realizados e atualizados diariamente) e km restante. Observe que a cores
em vermelho, indica que o veículo está com troca de óleo vencida.Conforme gestão da
DAL, as trocas de óleo para veículos 4 rodas tem validade padronizadas de 5.000 km e
motos 1.000 km. Em alguns casos específicos, dependendo de algum convênio, há troca
com validade de 10.000 km.
Na principal tela do sistema, são lançadas todas as informações e histórico do
veículo. Nela o P/4 tem o controle da real situação do veículo da Unidade, como situação,
condição do veículo, o emprego utilizado e sua localização na unidade.Através de cada
coluna, há acesso para tela de atualização da informação referida.
No sistema, se o usuário desejar visualizar os dados completo do veículo deve clicar
no menu “Consulta” e em seguida “Consultar - Ficha de veículo”. Nessa tela, basta clicar
na coluna ficha que é redirecionado para outra tela, conforme imagem abaixo. Temos nesse
tela dos completo dos veículo, seus histórico de abastecimento, troca de óleo e alterações
veículo.
Na aba “Alteração Veículo”, são mostrados todo histórico do veículo. Por exemplo:
O veículo placa HTO-1816 do 1º BPM, no dia 01/08/2012 estava com km 63.098, condição
ótima, disponível atuando no serviço operacional com localização na área Central de Campo
Grande.Conforme as movimentações seguintes, em janeiro de 2013 esteve na Oficina da
DAL, e assim sucessivamente, ora estava disponível ora indisponível. Conforme podemos
observar, sua última movimentação foi no dia 26/07/2013, com km 100.728. Essas
informações são lançadas e atualizadas pelo P4, conforme já citado anteriormente.
No menu “Relatório”, há diversas opções de relatórios. Dentre elas destacamos o
relatório de km rodados por viatura num determinado período. Podemos obter por exemplo
informações dos veículos do 10º BPM, de 01/07/2013 a 31/07/2013, total de km rodado
por viatura e quantidade de abastecimento realizado no período.Outro relatório de suma
importância é o relatório analítico e sintético do veículo. Nesse relatório é possível verificar
o quantitativo e situação de todos os veículos das unidades e de toda PMMS, de forma
resumida e sintética. No final da listagem ou no final do rodapé um totalizar de veículos
por unidade e também da frota da PMMS.
Enfim, podemos ter acesso a uma breve ilustração de algumas funcionalidades e
rotina no sistema Gestão de Veículo.Este sistema foi desenvolvido pela AL CB PM HÉLIO,
integrante da equipe de programadores da ATI.Há muitas outras funcionalidades já sendo
implantadas não citadas neste conteúdo. Há também algumas outras soluções sendo
desenvolvidas, como por exemplo, todo processo e trâmite de requisição e troca de pneus,
processo para descarregar veículos e disponibilizá-lo para leilões, entre outros.O sistema
possui vários níveis de usuário, com suas rotinas específicas. Todo o sistema é integrado
com rotina de segurança e log. A base de dados fica nos servidores da ATI no Comando
Geral da PMMS.
18

Sistema para Integração Organizacional (Mural)

O Sistema Mural é uma


ferramenta desenvolvida e mantida
pela Assessoria de Tecnologia da
Informação - ATI/PMMS, com o
objetivo de gerir o processo de
integração das informações gerais no
âmbito da Corporação. Através dele,
os servidores tem acesso a diversas
informações individuais, podendo por
exemplo:

 Conferir a escala de serviço personalizada;


 Visualizar os dados pessoais e funcionais;
 Receber avisos e informes relacionados tão somente a tropa;
 Consultar os aniversariantes do dia e do mês;
 Obter acesso aos diversos sistemas de gestão da PMMS;
 Consultar legislações e o BCG;
 Interagir com toda a tropa através do canal de bate papo virtual;
 Dirimir dúvidas e relatar problemas a equipe de suporte técnico através do
módulo de Tickets;
 Participar com a opinião nas enquetes; e,
 Visualizar as unidades da PMMS através de um mapa virtual desenvolvido com
a tecnologia Google Maps.

Para a obtenção das informações através do Sistema Mural, é necessário acesso às


informações do efetivo, escala, e ainda, as viaturas e equipamentos que estarão à
disposição. Portanto, o sistema é desenvolvido totalmente integrado aos demais sistemas:
Gestão de Pessoal, de Viaturas e Escala de Serviço. Dessa forma, seu uso incentiva a
atualização dos dados constantes em outros bancos de dados, integrando e compartilhando
informações entre diversos setores e usuários.Pode-se acessar o sistema das seguintes
formas:

a) Acesse o site da Polícia Militar de MS em http://www.pm.ms.gov.br e


clique no Banner "Mural", para ser direcionado à página inicial do Sistema; ou,
b) Acesse o Sistema diretamente através do link
http://ti.pm.ms.gov.br/mural.

A princípio, todos os Policiais Militares da Ativa e Voluntários (CVMRR) possuem o


acesso ao Sistema Mural.Ele conta atualmente com os seguintes perfis de usuários:

 Administrador: Equipe técnica responsável pelo sistema.


 Usuário: Todos os Policiais Militares da ativa.
19

O Sistema conta ainda com módulo de Segurança e Log para proteger as


informações e prevenir que pessoas não autorizadas tenham acesso a determinadas
aplicações, efetuando registro completo de acesso e ações de usuários para fins de controle
e auditoria.

Sistema Integrado de Gestão Operacional (SIGO)

Desenvolvido e mantido pela empresa sul-


mato-grossense COMPNET, o SIGO É um conjunto
sistêmico que permite unificar, organizar,
padronizar, agilizar ações e procedimentos,
proporcionando identificação instantânea de áreas,
setores, bairros, datas e horários críticos com
significativa redução do tempo de ação e dos custos
em toda estrutura, é uma solução completa e com
eficiência já comprovada em ações de Segurança
Pública. Construído com profundos estudos,
engenharia e trabalhos práticos o SIGO está
dividido em módulos e subáreas de conhecimento
com regras de negócios definidas e totalmente
integradas na camada de processos, isso garante
total visibilidade de tudo que acontece no complexo
organismo composto por todos os Órgãos e Unidades Policiais, independente da Força
(Corpo de Bombeiro Militar, Polícia Judiciária – Civil, Polícia Militar, Polícia Técnica
Cientifica, Unidade Penais e Áreas Especiais).
Além de ser uma poderosa ferramenta de extração e tratamento inteligente de
grandes fontes de informação, que consegue com seus resultados imediatos valorizar a
imagem institucional e assessorar as políticas sociais de Governo, está em total
conformidade com as diretrizes que define o conceito de Sistema Único de Segurança
Pública do Ministério da Justiça e aderente ao Plano de Modernização das Polícias Civis
Brasileiras (agosto de 2005) – SENASP.
O SIGO atende a TODOS os procedimentos da Polícia Civil e Polícia Militar,
integrando e disponibilizando informações de forma eficiente e segura entre as Forças,
favorecendo o ciclo completo de polícia, respeitando as competências constitucionais,
características e segurança de dados de cada Força. Seus objetivos operacionais são:
“PROCEDIMENTOS PADRÕES INTEGRADOS e INFORMAÇÃO ÚNICA”
Em um cenário onde a tecnologia oferece a necessária vantagem entre o CRIME e
o seu COMBATE, a escolha tem que ser por uma solução rápida, simples, segura e
completa, desenvolvida para permitir que a POLÍCIA esteja à frente em todas as situações
na velocidade da internet.
O SIGO conecta todas as Forças em tempo real e em ÚNICO banco de dados,
adotando normas e práticas operacionais que mudam profundamente a maneira como os
procedimentos são conduzidos, interligando-os e unificando-os de ponta-a-ponta usando
o poder da internet para promover eficiência, rapidez, redução de custos, distribuição das
informações, padronização na coleta de dados e de procedimentos, alinhando objetivos
táticos aos estratégicos.
Com interface intuitiva o usuário não tem nenhuma dificuldade de operação após
breve treinamento, além disso, pode ser acessado de qualquer lugar ou equipamento que
execute um Browser na Internet. Fica fácil acessar, pesquisar, extrair e gerenciar
informações operacionais e disponibilizá-las a qualquer tempo de forma segura.
20

Os usuários poderão produzir, revisar, processar on-line tarefas anteriormente


manuais e sem vínculos de continuidade de forma imediata e consolidada, isso permite
com que os esforços sejam menores e os resultados sejam melhores, proporcionando reais
condições para que o policial empenhe seu tempo em sua atividade fim.
A base unificada permite estabelecer uma única fonte de informação em tempo real
e oferecer funcionalidades que disparam automaticamente alertas aos tomadores de
decisão, através de indicadores e conforme métricas previamente definidas sobre as
possibilidades de rever e dirigir suas ações identificando rapidamente oportunidades de
intervenções pontuais para a redução da ação criminal e alcançar rápidos resultados.
O SIGO é um produto de alta complexidade construído com base estritamente legal
e aderente a normas técnicas alinhadas ao negócio de Segurança Pública, esse produto
funciona como instrumento de medição de eficiência, gerador de indicadores, consultor
jurídico virtual automatizando os atendimentos e procedimentos, promovendo;

 Diminuição do tempo de atendimento ao público,


 Diminuição do tempo de formalização na fase policial,
 Diminuição dos erros humanos,
 Definição de normas e regras,
 Padronização das peças cartorárias,
 Sensível diminuição dos custos operacionais,
 Disponibilização de informação consolidada de forma instantânea,
 Formatação automática das informações para tomada de decisão,
 Eliminação de tarefas repetitivas,
 Coleta de dados Estruturada,
 Utilização estratégica de recursos das Forças Policiais,
 Integração em todos os níveis de trabalho,
 Integração de ações e informações entre as Forças,
 Monitoramento do fluxo de trabalho,
 Auditoria e acompanhamento de procedimentos.

O SIGO contempla as seguintes Forças Policiais e Órgãos Internos:

 Polícia Militar,
 Polícia Judiciária/Civil,
 Polícia Técnica Cientifica,
 Corpo de Bombeiro Militar,
 Departamento/Agência Penitenciaria,
 Grupos ou Departamentos especiais Estaduais,
 Guardas Municipais.

MÓDULOS CONTEMPLADOS
 Ocorrência Eletrônica de Polícia (Típica/Atípica)
 Ocorrência Eletrônica Ambiental (PMA).
 Ocorrência Eletrônica Trânsito.
 Talonário Eletrônico de Infração de Trânsito, Apreensão e Pátio.
 Ocorrência Eletrônica Corpo de Bombeiro Militar
 Controle de Qualidade dos Procedimentos Judiciários – CPJ.
 Cartório Central.
 Consultas e Pesquisas Estruturadas
 Geo Analise (Analise Espacial).
 Biometria Digital.
21

 Controle Penal - Patronato.


 Gestão de Mandado de Prisão / Captura.
 Integração INFOSEG / SENASP.
 Integração SINESP / SENASP.
 Instituto de Identificação (Registro Geral).
 Polícia Técnica Cientifica (IC/IMOL).
 Hanter / Investigação.
 Auditoria / Controladoria.
 Gestão do Efetivo.
 Gestão de Taxas e Serviços*.
 Controle de Apreensões e Devoluções / Estoque.
 Controle de Ordem de Serviços / Operações.
 Estatística e Relatórios Gerenciais e Analíticos.
 Painel de Controle / DashBoard.
 Device Móvel / Equipamento Embarcado.
 Integração com o Centro Integrado de Operações.
 Poder Judiciário (Tribunal de Justiça e Ministério Público)

Para utilizar o SIGO, é preciso enviar para o Suporte SIGO/PM o formulário “Termo
de Responsabilidade”, já devidamente preenchido e assinado.Ao criar seu usuário, será
atribuída uma senha padrão, que deverá ser utilizada na primeira vez em que acessar o
SIGO e alterada em seguida.Ambiente de Testes:

 Endereço: http://treinamento.projetosigo.com.br/
 Login: 3
 Senha: sigotreina123
22

Referências

FILARDO, Sérgio. Monografia: Tecnologia de Informação como suporte de ação pelo


Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde da Polícia Militar do Paraná como fator de
desenvolvimento da defesa do meio ambiente. Curitiba: UFPR, 2007.

SANTOS. Márcio de Alcântara;DOS ANJOS, Melquisedeque Cerqueira;ANDRADE,


Rubenilton Matos. Monografia: A eficiência e eficácia do uso da Tecnologia daInformação
na Polícia Militar da Bahia naintegração dos processos de coleta,armazenamento,
disseminação e uso dasinformações. Bahia: UFBA, 2009.

PEREIRA, Maria Cecília; DOS SANTOS, Antônio Claret; DE BRITO, Mozar José. Artigo:
Tecnologia da informação, cultura e poder naPolícia Militar: uma análise interpretativa. Rio
de Janeiro: FGV, 2005.

CONTEÚDO aberto. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Conteúdo_aberto&oldid=15696001> Acesso
em: 1jun 2013.

Imagens retiradas de: http://www.google.com/ [Junho 2013]

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
*QUESTÃO 01
São atributos da informação:
(A) entrada, processamento e saída.
(B) tempo, conteúdo e forma.
(C) tácito e explicito.
(D) correta, incorreta e dúbia.
*QUESTÃO 02
Sobre Informação e Conhecimento, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) O conhecimento é o resultado de várias informações organizadas de forma
lógica e suficiente para se criar um evento.
(B) As informações são valiosas, mas o conhecimento constitui um saber. Produz
ideias e experiências que as informações por si só não serão capazes de
mostrar. Se informação é dado trabalhado, então conhecimento é informação
trabalhada.
(C) As informações são o resultado dos dados devidamente tratados,
comparados, classificados, relacionáveis entre outros dados servindo para
tomada de decisões e para melhor noção do objeto estudado.
(D) Podemos dizer que as informações são o conjunto de conhecimentos que
foram processados, seja por meio eletrônico, mecânico ou manual e que
produziu um resultado com significado.
*QUESTÃO 03
Informações de boa qualidade são essenciais para uma boa tomada de decisão.
O objetivo de um sistema de informação é armazenar, tratar e fornecer
informações para apoiar as funções ou processos de uma organização, através
de um fluxo mais confiável e menos burocrático das informações. Suas principais
vantagens são:
I. Mais integridade e veracidade da informação.
II. Mais estabilidade.
III. Aumento do custo e redução do efetivo.
IV. Mais segurança de acesso à informação.

Assinale a alternativa correta.


(A) Somente as proposições I e III são verdadeiras.
(B) Somente as proposições I, II e III são verdadeiras.
(C) Somente as proposições I, II e IV são verdadeiras.
(D) Somente a proposição III é verdadeira.
*QUESTÃO 04
São coleções de informações que se relacionam de forma que crie um sentido.
São de vital importância para as empresas, e há duas décadas se tornaram a
24

principal peça dos sistemas de informação. Normalmente existem por vários


anos sem alterações em sua estrutura. Esse conceito se refere à:
(A) planilha de dados.
(B) disco rígido.
(C) banco de dados.
(D) pen drive.
*QUESTÃO 05
Preencha as lacunas de acordo com as alternativas:
____________ é uma máquina capaz de variados tipos de tratamento
automático de informações ou ________________. Um computador pode
prover-se de inúmeros atributos, dentre eles armazenamento de dados,
processamento de dados, cálculo em grande escala, ____________, tratamento
de imagens gráficas, realidade virtual, entretenimento e cultura.

Assinale a alternativa correta.


(A) Computador, processamento de dados, desenho industrial.
(B) Vídeo Game, diversão, aeromodelismo.
(C) Smartphone, tirar fotos, bate-papo.
(D) Supercomputador, conhecimentos, coleta de dados.
*QUESTÃO 06
Complete as lacunas e assinale a assertiva correta.
O conhecimento é o ____________ de várias informações organizadas de
___________ lógica e ___________ para se criar um evento.
(A) Resultado, forma, suficiente.
(B) Resultado, forma, insuficiente.
(C) Informação, suficiente, resultado.
(D) Resultante, informal, suficiente.
*QUESTÃO 07
Pode ser definida como o conjunto de todas as atividades e soluções providas por
recursos de computação que visam permitir a produção, armazenamento,
transmissão, acesso, segurança e o uso das informações. É a área de informática
que trata a informação, a organiza e classifica de forma a permitir a tomada de
decisão em prol de algum objetivo. O texto acima traz o conceito de:
(A) policiamento ostensivo.
(B) tecnologia da informação.
(C) hardware e software.
(D) banco de dados.
*QUESTÃO 08
25

Processamento de dados consiste em realizar um processo sobre qualquer


informação de entrada com o objetivo de gerar uma saída aceitável ou próxima
disso. De modo geral, um processamento se realiza de acordo com três etapas
distintas, são elas:
(A) entrada, processamento, saída.
(B) análise, classificação, resultado.
(C) informação, conhecimento, retirada.
(D) entrada, conhecimento, resultado.
*QUESTÃO 09
___________________ são coleções de informações que se relacionam de forma
que crie um sentido. São de vital importância para as empresas, e há duas
décadas se tornaram a principal peça dos sistemas de informação. Normalmente
existem por vários anos sem alterações em sua estrutura.
Podemos entender por________________ qualquer sistema que reúna e
mantenha organizada uma série de informações relacionadas a um determinado
assunto em uma determinada ordem. A lista telefônica é um exemplo, nela
percebemos que todos os dados referentes a uma pessoa estão na mesma linha,
a isso chamamos registros. O tipo ou categoria da informação (nome, telefone,
etc.) sobre uma pessoa está separada em colunas, as quais chamamos campos.
O ________________ é o profissional apto a projetar, documentar, especificar,
testar, implantar, analisar e manter sistemas de bancos de dados, fazendo uso
das modernas ferramentas computacionais e utilizando estratégias e
metodologias para aprimorar e otimizar os sistemas de armazenamento de
informações.

A alternativa que preenche corretamente os espaços acima é:


(A) Banco de dados, banco de dados, administrador do banco de dados.
(B) Análise de sistemas, banco de dados, gerente empresarial.
(C) Banco de dados, rede de internet, técnico analista.
(D) Sistemas de Informação, rede de internet, técnico em informática.
*QUESTÃO 10
“Tem o objetivo de gerir o processo de criação, publicação e cumprimento das
escalas de serviço no âmbito da Corporação, permitindo empenhar efetivo,
viaturas, anexar cartão programa e controlar banco de horas.”

O disposto acima refere-se a qual sistema da PMMS?


(A) Gestão de Efetivo (SICOE).
(B) SIGO.
(C) Gestão de Atividades (Escalas de Serviço).
(D) Gestão de Frota (Veículos).
*QUESTÃO 11
26

Qual é a definição de bancos de dados?


(A) Otimização do fluxo de informação permitindo mais agilidade e organização.
(B) Bancos de dados são coleções de informações que se relacionam de forma
que crie um sentido. São de vital importância para as empresas, e há duas
décadas se tornaram a principal peça dos sistemas de informação.
(C) É a parte física do computador, ou seja, o conjunto de aparelhos eletrônicos,
peças e equipamentos que fazem o computador funcionar.
(D)É onde os dados de entrada serão processados para gerar um determinado
resultado.
*QUESTÃO 12
“Tem por finalidade permitir o controle em tempo real da frota de veículos
utilizados em todas as Unidades da Corporação.”

O disposto acima refere-se a qual sistema da PMMS?


(A) Gestão de Efetivo (SICOE).
(B) SIGO.
(C) Gestão de Atividades (Escalas de Serviço).
(D) Gestão de Frota (Veículos).
*QUESTÃO 13
O SIGO atende a TODOS os procedimentos da Polícia Civil e Polícia Militar,
integrando e disponibilizando informações de forma eficiente e segura entre as
Forças, favorecendo o ciclo completo de polícia, respeitando as competências
constitucionais, características e segurança de dados de cada Força. Seus
objetivos operacionais são:
(A) procedimentos padrões integrados e informação única.
(B) estabelecimento de comunicações internas e violação de dados.
(C) efetivação das equipes de serviço e padronização de acessos.
(D) inclusão virtual e sistematização do atendimento.
*QUESTÃO 14
Das Forças Policiais abaixo, assinale aquela na qual o Sistema SIGO NÃO é
aplicado:
(A) Polícia Militar.
(B) Polícia Judiciária/Civil.
(C) Polícia Ferroviária Federal.
(D) Corpo de Bombeiro Militar.
*QUESTÃO 15
Os softwares podem ser classificados em:
(A) Softwares Inteligentes; Sistema Operacional.
(B) Software de Sistemas; Sistema Operacional.
27

(C) Software de Sistemas; Software Aplicativo.


(D) Software Aplicativo; Softwares Inteligentes.
*QUESTÃO 16
“Também chamado computador pessoal ou ainda computador doméstico”,
estamos nos referindo à:
(A) Tablet.
(B) Smartphone.
(C) Microcomputador.
(D) Super Computador.
*QUESTAÕ 17
Um computador pode prover-se de inúmeros atributos, dentre eles:
(A) processamento de dados e resolução de conflitos em ocorrências policiais.
(B) realizar policiamento ostensivo e preventivo.
(C) mediar conflitos utilizando o policiamento comunitário.
(D) armazenar dados e realizar cálculos.
*QUESTÃO 18
No computador, onde ficam armazenados os programas e dados enquanto não
estão em uso ou quando o computador é desligado?
(A) Processador.
(B) Memória RAM.
(C) Disco Rígido (HD).
(D) Dispositivos de entrada.
*QUESTÃO 19
Entre os serviços disponíveis, NÃO ESTÁ contemplado no Sistema de Gestão de
Atividades (Controle de Escalas):
(A) Controle das equipes de serviço.
(B) Montagem da escala de serviço.
(C) Relatórios diversos.
(D) Permite ao usuário solicitar do comandante a permuta de serviço.
*QUESTÃO 20
Assinale a alternativa correta.
(A) O principal dispositivo de memória de massa é a memória cache, onde ficam
guardados programas e dados enquanto não estão em uso.
(B) São dispositivos de entrada de dados o teclado, as caixas de som e o mouse.
(C) A memória principal, também chamada de memória RAM, é usada pelo
processador para armazenar os dados que estão sendo processados,
funcionando como uma espécie de mesa de trabalho.
28

(D) O processador é o cérebro do sistema, encarregado de processar todas as


informações. Dada sua alta capacidade de processamento, pode realizar as
tarefas sozinho.

*QUESTÃ 21
ASSINALE A OPÇÃO QUE CONTENHA UM DOS REQUISITOS BÁSICOS PARA
OBTENÇÃO DE SENHA DE ACESSO AO SIGO?
(A) FOTO 3x4.
(B) COPIA DA CNH.
(C) FICHA FUNCIONAL.
(D)TERMO DE RESPONSABILIDADE DO SIGO, PREENCHIDO E ASSINADO PELO
INTERESSADO E SEU COMANDANTE IMEDIATO.
** QUESTÃ 22
RESPONDA QUAL É O NAVEGADOR INDICADO PARA OPERAR O SISTEMA SIGO?

(A) GOOGLE CHROME

(B) INTERNET EXPLORER

(C) MOZILLA

(D) OPERA
** QUESTÃO 23
PARA REGISTRO DE BOLETIM DE OCORRÊNCIA, QUAL ÍCONE QUE O USUÁRIO
DEVERÁ CLICAR COM O MOUSE NO MENU DE ACESSO DO SIGO?

(A)

(B)

(C)

(D)
** QUESTÃO 24
CAMPOS QUE CONTENHAM A ILUSTRAÇÃO DE UMA LUPA EM SUA LATERAL,
CONFORME EXEMPLIFICAÇÃO ABAIXO, DEVERÃO SER PREENCHIDOS DA
SEGUINTE FORMA.
29

(A) 1. DIGITAR A PALAVRA DESEJADA (OU PARTE DELA) E PRESSIONAR A TECLA


“ENTER”; 2. AO APARECER UMA LISTA DE OPÇÕES, ESCOLHA A OPÇÃO
DESEJADA. NO CASO EM TELA, SERIA A UNIDADE DE SUA LOTAÇÃO.
(B) CLICAR NA LUPA.
(C) APENAS DIGITAR A PALAVRA DESEJADA.
(D)SOMENTE ESCOLHER A OPÇÃO DESEJADA.

** QUESTÃO 25
PARA A REALIZAÇÃO DE CONSULTAS DE PESSOAS, VEÍCULOS E OCORRÊNCIAS,
QUAL ÍCONE QUE O USUÁRIO DEVERÁ CLICAR COM O MOUSE NO MENU DE
ACESSO AO SIGO?

(A)

(B)

(C)

(D)
*QUESTÃO 26
Qual sistema tem por objetivo realizar o cadastro de postos de trabalho e
controlar as equipes de serviço?

(A) Mural.
(B) Ouvidoria.
(C) Sicoe (Sistema de controle de efetivo).
(D) Escalas de serviço.
*QUESTÃO 27
Sistema que possibilita consultar escala de serviço, acessar ficha funcional
(individual), ler informativos e visualizar os aniversariantes do dia e do mês?

(A) Corregedoria.
(B) Gestão de veículo.
(C) Ouvidoria.
(D) Mural.
30

*QUESTÃO 28
Sistema que tem objetivo fazer o controle do efetivo da PMMS, podendo verificar
a função do policial, a lotação, posto, cargo e função e conhecido por?

(A) Sicoe (Sistema de Controle de Efetivo).


(B) Escala de serviço.
(C) Mural.
(D) Sigo.
*QUESTÃO 29
Sistema que tem por objetivo, gerar relatório do mapa da força?

(A) Gestão de veículo.


(B) Mural.
(C) Sicoe (Sistema de controle de efetivo).
(D) Gestão de Material e Material Bélico.
*QUESTÃO 30
Sistema que controla a frota de veículos da PMMS, possibilitando consultar a
ficha da viatura, situação diária da viatura, controle de abastecimento e troca de
óleo?

(A) Mural.
(B) Protocolo.
(C) Gestão de veículos.
(D) Gestão de Material e Material bélico.
*QUESTÃO 31
Em se tratando de dispositivos informáticos podemos denominar Software e
Hardware, respectivamente de:

(A) Input e Output.


(B) Dado e Conhecimento.
(C) Parte física e Parte lógica.
(D) Parte lógica e Parte física.
*QUESTÃO 32

É um exemplo de Sistema Embarcado:


(A) supercomputador.
(B) smartphone.
(C) tablet.
(D) injeção eletrônica.
*QUESTÃO 33
31

Considerando os níveis de módulos de segurança do SICOE, preencha


corretamente as lacunas assinalando a alternativa correspondente.
___________: Acesso irrestrito ao sistema;
___________: Acesso aos dados de militares de todas as OPM´s da PMMS,
apenas não possui acesso ao módulo de segurança;
___________: Acesso aos dados de militares de todas as OPM´s da PMMS,
apenas para consulta impedindo sua alteração;
(A) Gerente, Administrador, Master
(B) Administrador, Gerente, Master
(C) Master, Gerente, Administrador
(D) Administrador, Master, Gerente
*QUESTÃO 34

Considerando “Conteúdo” um dos atributos da informação, podemos elencar,


também, algumas de suas características:
(A) Precisão, Relevância, Detalhe e Frequência.
(B) Integridade, Desempenho, Apresentação e Aceitação.
(C) Ordem, Amplitude, Concisão e Prontidão.
(D) Relevância, Integridade, Concisão e Desempenho.
*QUESTÃO 35

São dispositivos de Input e Output, respectivamente:


(A) mouse e teclado.
(B) autofalante e monitor.
(C) scanner e webcam.
(D) microfone e fones de ouvido.
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CFS

USO PROGRESSIVO DA FORÇA


1

USO PROGRESSIVO DA FORÇA

Por: TC QOPM Emerson de Almeida Vicente

SUMÁRIO

Unidade 1 – Uso da Força ............................................................................ 4


Objetivos da Unidade 1 ....................................................................................................................... 4
Conheça alguns conceitos: .................................................................................................................. 5
Uso da Força ........................................................................................................................................ 7
Legislação sobre o Uso da Força ......................................................................................................... 8
Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo (PBUFAF) ............................................... 12
Legislação Brasileira .......................................................................................................................... 14
Código Penal...................................................................................................................................... 14
Código de Processo Penal ................................................................................................................. 14
Código Penal Militar .......................................................................................................................... 15
Código de Processo Penal Militar...................................................................................................... 15
Emprego de algemas ......................................................................................................................... 15
Uso de armas..................................................................................................................................... 16
Uso de Algemas - Restrições - Responsabilidades do Agente e do Estado – Nulidades ................... 16
Portaria 4.226 .................................................................................................................................... 16
O Agente de Segurança Pública e o Uso da Força............................................................................. 17
Necessidade do Uso da Força ........................................................................................................... 18
Responsabilidades pelo Uso da Força ............................................................................................... 19
Unidade 2 - Modelos de Uso Diferenciado da Força........................................ 19
Apresentação da Unidade ................................................................................................................. 19
Modelos de Uso Diferenciado da Força ............................................................................................ 19
Objetivos da Unidade ........................................................................................................................ 21
Modelo FLETC.................................................................................................................................... 21
Modelo GILIESPIE .............................................................................................................................. 22
Modelo REMSBERG ........................................................................................................................... 23
Modelo CANADENSE ......................................................................................................................... 25
Modelo NASHVILLE ........................................................................................................................... 26
Modelo PHOENIX .............................................................................................................................. 27
Análise comparativa dos modelos apresentados ............................................................................. 27
Proposta de um modelo do Uso Diferenciado da Força ................................................................... 28
2

Unidade 3 - Princípios sobre o Uso da Força ................................................. 29


Apresentação da Unidade ................................................................................................................. 29
Objetivos da Unidade 3 ..................................................................................................................... 29
Aspectos gerais.................................................................................................................................. 30
Uso da Força: questões preliminares ................................................................................................ 30
Usar ou Empregar Arma de Fogo ...................................................................................................... 34
Atirar ou Disparar Arma de Fogo ...................................................................................................... 35
Uso da Força: ações indispensáveis .................................................................................................. 36
Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei ................................................................................................................................. 36
Princípio nº 21 ................................................................................................................................... 36
Diretriz nº 11, letras “g” e “h”, da Portaria nº 4226. ........................................................................ 37
Portaria Interministerial nº 2, de 15 de dezembro de 2010 ............................................................. 37
Treinamento Prático ......................................................................................................................... 37
Diretrizes nº 14, 15, 16 e 17, da Portaria nº 4226. ........................................................................... 37
Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei ................................................................................................................................. 38
Princípio nº 19 ................................................................................................................................... 38
Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei ................................................................................................................................. 38
Princípios nº 1 e 20............................................................................................................................ 39
Objetivo do Disparo .......................................................................................................................... 39
Diretriz nº 10, letra “a”, da Portaria nº 4226. ................................................................................... 40
Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei ................................................................................................................................. 40
Princípio nº 5, letra “c”...................................................................................................................... 40
Diretrizes nº 16, 17 e 18, da Portaria nº 4226 .................................................................................. 41
Circunstâncias especiais para disparo de arma de fogo. .................................................................. 42
Diretriz nº 5 da Portaria 4226. .......................................................................................................... 44
Portaria nº 4226, Princípio nº 6 ........................................................................................................ 45
Diretriz nº 16, 17 e 18, Portaria 4226 ............................................................................................... 45
Disparos de armas de fogo: Agentes de Segurança Pública x infratores .......................................... 46
O TRIÂNGULO DO USO DA FORÇA .................................................................................................... 46
Habilidade ......................................................................................................................................... 47
Oportunidade .................................................................................................................................... 47
Risco .................................................................................................................................................. 47
Diretriz 10, letra “d”, Portaria 4226 .................................................................................................. 48
3

Unidade 4 - Uso Diferenciado da Força ........................................................ 49


Apresentação da Unidade ................................................................................................................. 49
Uso Diferenciado da Força ................................................................................................................ 49
Objetivos da Unidade ........................................................................................................................ 50
Níveis de Força .................................................................................................................................. 51
Níveis de resistência da pessoa abordada ........................................................................................ 52
Cooperativo ....................................................................................................................................... 52
Resistência passiva ............................................................................................................................ 52
Resistência ativa ................................................................................................................................ 52
• Com agressão não letal .................................................................................................................. 53
• Com agressão letal ......................................................................................................................... 53
Nível primário .................................................................................................................................... 53
Nível secundário - Técnicas de menor potencial ofensivo ................................................................ 53
Nível terciário - Força potencialmente letal...................................................................................... 53
Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela
Aplicação da Lei ................................................................................................................................. 60
Princípios nº 5, letra “b”.................................................................................................................... 60
Conteúdo Complementar ........................................................................... 64
PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 4.226, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010........................................ 64
DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA
........................................................................................................................................................... 66
ANEXO II ................................................................................................. 69
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................ 69
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .......................................................................... 71
4

Unidade 1 – Uso da Força

Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as seguintes questões:


Você, como Agente de Segurança Pública, tem uma opinião clara sobre o Uso da
Força?
Como você entende o Uso da Força?

Conhecer a teoria não é suficiente para se ter um controle efetivo diante de


situações adversas que implicam a atuação dos Agentes de Segurança Pública; é preciso
também prática, isto é, saber agir. A proposta aqui apresentada tem como objetivo
principal apresentar aos Profissionais de Segurança Pública, “caminhos norteadores”, isto
é, posturas adequadas de como fazer uso da força em variadas situações, aplicando-a de
modo eficaz sem romper com o princípio ético da corporação a que pertence, bem como
com seus próprios direitos e deveres, não apenas como Agentes de Segurança Pública a
serviço da sociedade, mas também como pessoa, cidadão.
As Nações Unidas consideram que qualquer ameaça à vida e à segurança
dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei deve ser encarada como uma ameaça
à estabilidade da sociedade em geral.

Objetivos da Unidade 1

Ao final desta unidade, você será capaz de:


• Compreender os principais conceitos relacionados ao estudo do Uso da Força;
• Conceituar o significado do Uso da Força e armas de fogo pelos Agentes de Segurança
Pública;
• Identificar a legislação internacional e nacional que trata do Uso da Força e armas de fogo;
• Apontar as atitudes adequadas do profissional da área de Segurança Pública ao realizar uma
abordagem em uma dada circunstância;
• Aplicar, em situações-problema, de maneira correta, o Uso Diferenciado da Força nas
intervenções; e
• Listar os procedimentos a serem seguidos antes, durante e depois do Uso da Força e armas
de fogo.

Uma das grandes dificuldades ao tratar da temática do Uso da Força era


sempre a unificação de conceitos que regem a matéria. Assim sendo, desde a publicação
da Portaria Interministerial nº 4226, de 31 de dezembro de 2010, que estabelece Diretrizes
Sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública, alguns desses conceitos foram
consolidados e padronizados como meio de facilitar o entendimento uniforme por todos os
profissionais envolvidos.
5

Conheça alguns conceitos:

Ética é o conjunto de princípios morais ou valores que governam a conduta de um


indivíduo ou de membros de uma mesma profissão.
Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas,
especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente
pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade.
Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo
armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua
integridade.
Equipamentos de proteção: Todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI)
ou coletivo (EPC) destinado à redução de riscos à integridade física ou à vida dos Agentes
de Segurança Pública.
Força: Intervenção coercitiva imposta a pessoa ou grupo de pessoas por parte do
Agente de Segurança Pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e
equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à
integridade das pessoas.
Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas,
especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas,
preservando vidas e minimizando danos à integridade das pessoas envolvidas.
Nível do Uso da Força: Intensidade da força escolhida pelo Agente de Segurança
Pública em resposta a uma ameaça real ou potencial.
Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando, em função
do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais
pretendidos.
Princípio da Legalidade: Os Agentes de Segurança Pública só poderão utilizar a
força para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei.
Princípio da Moderação: O emprego da força pelos Agentes de Segurança Pública
deve, sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir
o emprego da força.
Princípio da Necessidade: Determinado nível de força só pode ser empregado
quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais
pretendidos.
Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve sempre ser
compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e com os
objetivos legais pretendidos pelo Agente de Segurança Pública.
Técnicas de menor potencial ofensivo: Conjunto de procedimentos empregados
em intervenções que demandem o uso da força, através do uso de instrumentos de menor
potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas e minimizar danos à integridade das
pessoas.
Uso Diferenciado da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força em
resposta a uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que possam
causar ferimentos ou mortes.
No estudo da Segurança Pública verifica-se que surgem três ideias principais
com relação ao trabalho dos Agentes de Segurança Pública:
6

• Uma ideia de proteção da paz social e da ordem pública e a segurança dos


cidadãos.
• Uma ideia de investigação ou de informações na investigação criminal.
• A noção de que a aplicação da lei se faz pela força, se necessário.
Segurança Pública deve estar a serviço do direito.
Os Órgãos de Segurança Pública, de modo geral, tem por missão garantir a
paz e a segurança de uma comunidade, bem como a segurança de cada cidadão, impondo-
lhe a força, caso seja necessário, para o respeito e para cumprimento das leis.
Disso se extrai que as prerrogativas dos Órgãos de Segurança Pública
podem, em casos extremos, levar ao uso da força e de armas de fogo para garantir o
cumprimento da lei, ao reconhecimento e ao respeito dos direitos e das liberdades de todos
e para satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma
sociedade democrática. (artigo 29 da Declaração Universal dos Direitos Humanos – DUDH).
É importante ressaltar que o Uso da Força e de armas de fogo deve ser
limitado por leis e regulamentos, colocando sempre em evidência a questão do serviço e
do interesse público.
O exercício do poder para usar força e armas de fogo não é uma questão
individual, mas sim uma questão de função. Qualquer uso que não esteja dentro do marco
legal estará sujeito a uma crítica por excesso, desvio, abuso de autoridade ou poder. É
aqui, precisamente, que os valores éticos são fundamentais.
No estudo da doutrina do Uso da Força muitos autores já se pronunciaram
sobre o tema, veja o que já foi dito e compare com nossa doutrina brasileira:
“Toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de indivíduos, quando
reduz ou elimina sua capacidade de auto decisão.” (BARBOSA & ANGELO 2001, p.107)
“Os países outorgam suas Organizações de aplicação da lei à autoridade legal para
usarem a força, se necessário, para servirem aos propósitos legais de aplicação da lei.”
(ROVER 2000, p. 275)
“O Estado intervém, com violência legítima, quando um cidadão usa a violência para
ferir, humilhar, torturar, matar outros cidadãos, de forma a garantir a tranquilidade. É a
lógica da violência legítima contendo a violência ilegítima.” (SILVA 1994, p. 48)
Autores clássicos como MAX WEBER introduzem a expressão “monopólio da
violência” (do alemão Gewaltmonopol des Staates) referindo-se à definição de Estado.
WEBER fundamenta uma definição de Estado atribuindo-lhe o “monopólio do uso da força
física” dentro de um determinado território.
Tal monopólio, segundo o autor, pressupõe um processo de legitimação.
Esse é um princípio de todos os Estados modernos. Portanto, o Estado soberano moderno
se define pelo “monopólio do uso da força”.
O “monopólio da força” significa que o emprego da coerção é função de
exclusiva competência de certos Agentes do Estado - de uma Organização ou de uma
"máquina" institucional - e não de outros Agentes da sociedade.
Entretanto, na atividade de Segurança Pública, prefere-se utilizar o termo
Uso da Força ao invés do termo uso da violência, pois este último nos leva a uma ideia de
abuso, de ilegalidade e de atitudes não profissionais, ideias essas que não coadunam com
a atividade de serviço e proteção oferecidas pelos Agentes de Segurança Pública.
7

Portanto, se o Agente de Segurança Pública deixar de cumprir tais requisitos,


o Uso da Força será caracterizado como ilegítimo, sendo então, apontado como violência 1,
truculência, abuso de poder, entre outras formas de desvio de procedimentos não
concebíveis ao Agente da área de Segurança Pública, integrante de uma Organização
promotora da paz social e como tal deve seguir os parâmetros legais e éticos.
Na sequência, você estudará as ideias sobre o Uso da Força e atividade
profissional dos Agentes de Segurança Pública.

Uso da Força

Você deve ter notado que o simples conhecimento de um texto não é suficiente para
que um profissional tenha uma conduta adequada. É necessário o entendimento de que sua profissão
deriva dos ideais legais e democráticos do nosso país. Assim sendo, você já deve ter percebido a
importância de estudar sobre a Segurança Pública e sobre o Uso da Força e de armas de fogo no
desempenho da sua atividade.
Parte dos problemas enfrentados hoje com relação ao abuso de autoridade, e sua
expressão última que é a brutalidade e a violência do Agente da área de Segurança Pública, resultam
da ausência de uma reflexão substantiva sobre o emprego qualificado e comedido da força.

Refletindo sobre a questão...


Reflita sobre sua experiência e vivência como Agente de Segurança Pública. Você
acredita que tais Agentes tem consciência da importância do Uso da Força? Do contrário, a que você
atribuiria o uso indevido da força no desempenho da função de Segurança Pública?
Os Órgãos de Segurança Pública brasileiros recebem uma série de meios legais para
capacitar seus integrantes a cumprir seus deveres de aplicação da lei e preservação da ordem, sempre
em busca da paz. Sem esses e outros poderes, tal como aquele de privar as pessoas de sua liberdade,
você não conseguiria desempenhar a sua missão constitucional em defesa da sociedade.
Agente de Segurança Pública! Você recebe do Estado a autorização para usar a força
quando atua em nome do próprio Estado. Sobre esse pensamento Rover (2000) lembra que: “Os
Estados não negam a sua responsabilidade na proteção do direito à vida, liberdade e segurança
pessoal quando outorgam aos seus encarregados de aplicação da lei a autoridade legal para usar a
força e arma de fogo”.
O Agente de Segurança Pública tem o dever de aplicar a lei e de reprimir com
energia a sua transgressão em defesa da sociedade, a mesma sociedade da qual ele faz parte e
de onde ele foi escolhido para se juntar à Força de Segurança Pública.
“A tarefa do Agente de Segurança Pública é delicada na medida em que se reconhece
como inteiramente legítimo o uso de força para resolução de conflitos, desde que esgotadas
todas as possibilidades de negociação, persuasão e mediação.” (FARIA, 1999)
Os Órgãos de Segurança Pública existem para servir à sociedade e para proteger
os seus direitos mais fundamentais. Cerqueira (1994, p. 1), acrescenta essa ideia ao relatar que: “O
sistema de justiça criminal, no qual se inclui o Órgão de Segurança Pública, atua
fundamentalmente para garantir os direitos humanos, em sentido estrito, e, portanto, a lógica
de uso da força para conter a violência é perfeitamente compreensível”.

1Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalidade
policial e carcerária. BRASIL, Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Programa Nacional de Direitos
Humanos – PNDH-3. Publicado no Diário Oficial da União, de 22 de dezembro de 2009
8

A Força Pública de Segurança, por intermédio dos seus Agentes, atua para assegurar
que os direitos fundamentais dos cidadãos, individual e coletivamente, sejam protegidos. O direito à
vida e à segurança pessoal2 devem ter a mais alta prioridade.
Neste ponto do seu estudo, pense como o Agente de Segurança Pública (funcionário
responsável pela aplicação da lei) tem responsabilidade pela proteção do direito à vida de todas as
pessoas da sociedade.
Se a sua conclusão foi a de que o Agente tem um grau muito elevado de
responsabilidade para a proteção à vida das pessoas da comunidade, então certamente ele, como
funcionário do Estado, é um protetor de vidas, é um protetor do direito fundamental de todas as
pessoas, é um protetor do maior bem jurídico protegido: A VIDA.
O Agente de Segurança Pública é, assim, um protetor e promotor dos direitos
fundamentais, é um protetor e promotor dos Direitos Humanos.

Na próxima sequência, estudaremos três importantes instrumentos de direitos humanos


relacionados ao Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública. Esteja atento.
Compare-os com o mais novo instrumento nacional, a Portaria Interministerial nº 4.226/2010,
que estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública.

Legislação sobre o Uso da Força

Vamos estudar, a partir de agora, algumas Diretrizes sobre o Uso da Força pelos
Agentes de Segurança Pública.
Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei (CCEAL)
É o código adotado por intermédio da Resolução 34/169 da Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 17 de dezembro de 1979. É um instrumento internacional, com o objetivo de
orientar os Estados-membros quanto à conduta dos Agentes de Segurança Pública.
Embora o Código não seja um tratado com força legal, o Código é um documento de
orientação aos Estados que busca criar padrões para que as práticas de aplicação da lei estejam de
acordo com as disposições básicas dos direitos e das liberdades humanas.
É um Código de Conduta Ética e baseia-se no exercício da atividade de Segurança
Pública nos seus aspectos éticos e legais. Consiste em oito artigos, cada um acompanhado de
comentários explicativos.
ARTIGO 1º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 3 devem cumprir, a todo o
momento, o dever que a lei lhes impõe, servindo à comunidade e protegendo todas as pessoas contra
atos ilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão requer.
Comentário
A. A expressão “funcionários responsáveis pela aplicação da lei” inclui todos os Agentes da lei,
quer nomeados, quer eleitos, que exerçam poderes de polícia, especialmente poderes de prisão ou
detenção.

2
Artigo 3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos

3 Conforme o considerando da Portaria 4.226, de 31 de dezembro de 2010, que diz sobre “a necessidade de
orientação e padronização dos procedimentos da atuação dos agentes de segurança pública aos princípios
internacionais sobre o uso da força”, o termo “funcionários responsáveis pela aplicação da lei” é aplicável a este
curso, quando se trata dos agentes de segurança pública.
9

B. Nos países onde os poderes do Órgão de Segurança Pública são exercidos por autoridades
militares, quer em uniforme, quer não, ou por forças de segurança do Estado, a definição dos
funcionários responsáveis pela aplicação da lei incluirá os funcionários de tais serviços.
C. O serviço à comunidade deve incluir, em particular, a prestação de serviços de assistência
aos membros da comunidade que, por razões de ordem pessoal, econômica, social e outras
emergências, necessitam de ajuda imediata.
D. A presente disposição abrange não só todos os atos violentos, destruidores e prejudiciais,
mas também a totalidade dos atos proibidos pela legislação penal. É igualmente aplicável à conduta
de pessoas não suscetíveis de incorrerem em responsabilidade criminal.
ARTIGO 2º - No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei
devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de
todas as pessoas.
Comentário
A. Os direitos do homem em questão são identificados e protegidos pelos direitos nacional e
internacional. Entre os instrumentos internacionais relevantes contam-se a Declaração Universal dos
Direitos do Homem, o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, a Declaração sobre a
Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos
ou Degradantes, a Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial, a Convenção Internacional sobre a Supressão e Punição do Crime de Apartheid,
a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, as Regras Mínimas para o
Tratamento de Reclusos e a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
B. Os comentários nacionais a essa cláusula devem indicar as provisões regionais ou nacionais
que definem e protegem esses direitos.
ARTIGO 3º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força
quando tal se afigure estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever.
Portaria Interministerial nº 4226/201044
Comentários
A. Essa disposição salienta que o emprego da força por parte dos funcionários responsáveis
pela aplicação da lei deve ser excepcional. No entanto, admite que esses funcionários possam estar
autorizados a utilizar a força na medida em que tal seja razoavelmente considerado como necessário,
tendo em conta as circunstâncias para a prevenção de um crime ou para deter (ou colaborar na
detenção de) delinquentes ou suspeitos. Qualquer uso da força fora desse contexto não é permitido.
B. A lei nacional restringe normalmente o emprego da força pelos funcionários responsáveis
pela aplicação da lei, que deve observar o Princípio da Proporcionalidade. Deve-se entender que tais
Princípios nacionais de proporcionalidade devem ser respeitados na interpretação dessa disposição. A
presente disposição não deve ser, em nenhum caso, interpretada no sentido da autorização do
emprego da força em desproporção com o legítimo objetivo a atingir.
C. O emprego de armas de fogo é considerado uma medida extrema. Devem fazer-se todos os
esforços no sentido de excluir a utilização de armas de fogo, especialmente contra as crianças. Em
geral, não deverão utilizar-se armas de fogo, exceto quando um suspeito ofereça resistência armada,
ou quando, de qualquer forma, coloque em perigo vidas alheias e não haja medidas menos extremas
para dominá-lo ou detê-lo. Cada vez que uma arma de fogo for disparada, deverá informar prontamente
as autoridades competentes.
ARTIGO 4º - As informações de natureza confidencial em poder dos funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o cumprimento
do dever ou as necessidades da justiça estritamente exijam outro comportamento.
Comentário

4O uso da força por Agentes de Segurança Pública deverá obedecer aos princípios da legalidade, necessidade,
proporcionalidade, moderação e conveniência.
10

Devido à natureza dos seus deveres, os funcionários responsáveis pela aplicação da


lei obtêm informações que podem relacionar-se com a vida particular de outras pessoas ou ser
potencialmente prejudiciais aos seus interesses e especialmente à sua reputação. Deve-se ter a
máxima cautela na salvaguarda e utilização dessas informações, as quais só devem ser divulgadas no
desempenho do dever ou no interesse. Qualquer divulgação dessas informações para outros fins é
totalmente abusiva.
ARTIGO 5º - Nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou
tolerar qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante,
nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado de guerra ou uma
ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública como
justificação para torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
Comentário
A. Essa proibição decorre da Declaração sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra a
Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela Assembleia
Geral, de acordo com a qual:
tal ato é uma ofensa contra a dignidade humana e será condenado como uma negação aos
propósitos da Carta das Nações Unidas e como uma violação aos direitos e liberdades fundamentais
afirmados na Declaração Universal dos Direitos do Homem (e noutros instrumentos internacionais
sobre os direitos do homem).
B. A Declaração define tortura da seguinte forma:
Tortura significa qualquer ato pelo qual uma dor violenta ou sofrimento físico ou mental é
imposto intencionalmente a uma pessoa por um funcionário público, ou por sua instigação, com
objetivos tais como obter dela ou de uma terceira pessoa informação ou confissão, puni-la por um ato
que tenha cometido ou se supõe tenha cometido, ou intimidar a ela ou a outras pessoas. Não se
considera tortura a dor ou sofrimento apenas resultante, inerente ou consequência de sanções
legítimas, na medida em que sejam compatíveis com as Regras Mínimas para o Tratamento de
Reclusos.
C. A expressão penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes não foi definida pela
Assembleia Geral, mas deve ser interpretada de forma a abranger uma proteção tão ampla quanto
possível contra abusos, quer físicos quer mentais.
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.(BRASIL)
Define os crimes de tortura e dá outras providências.5
ARTIGO 6º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção
da saúde das pessoas à sua guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para assegurar
a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja necessário.
Comentários
A. "Cuidados Médicos”, significando serviços prestados por qualquer pessoal médico, incluindo
médicos diplomados e paramédicos, devem ser assegurados quando necessários ou solicitados.
B. Embora o pessoal médico esteja geralmente adstrito aos serviços de aplicação da lei, os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem tomar em consideração a opinião de tal pessoal,
quando este recomendar que se deve proporcionar à pessoa detida tratamento adequado, através ou
em colaboração com pessoal médico não adstrito aos serviços de aplicação da lei.
C. Subentende-se que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar
também cuidados médicos às vítimas de violação da lei ou de acidentes que dela decorram.
ARTIGO 7º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem cometer qualquer
ato de corrupção. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os atos dessa índole.
Comentários

5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9455.htm
11

A. Qualquer ato de corrupção, tal como qualquer outro abuso de autoridade, é incompatível
com a profissão de funcionário responsável pela aplicação da lei. A lei deve ser aplicada na íntegra em
relação a qualquer funcionário que cometa um ato de corrupção, dado que os governos não podem
esperar aplicar a lei aos cidadãos se não a puderem ou quiserem aplicar aos seus próprios Agentes e
dentro dos seus próprios organismos.
B. Embora a definição de corrupção deva estar sujeita à legislação nacional, deve-se entendê-
la como tanto a execução ou a omissão de um ato, praticadas pelo responsável, no desempenho das
suas funções ou com estas relacionado, em virtude de ofertas, promessas ou vantagens, pedidas ou
aceitas, como a aceitação ilícita desses atos, uma vez a ação cometida ou omitida.
C. A expressão “ato de corrupção”, anteriormente referida, deve ser entendida no sentido de
abranger tentativas de corrupção.
ARTIGO 8º - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar a lei e o
presente Código. Devem, também, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se vigorosamente
a quaisquer violações da lei ou do Código.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que tiverem motivos para acreditar que se
produziu ou irá produzir uma violação desse Código, devem comunicar o fato aos seus superiores e,
se necessário, a outras autoridades com poderes de controle ou de reparação competentes.
Comentário
A. Este Código será observado sempre que tenha sido incorporado na legislação ou na prática
nacionais. Se a legislação ou a prática contiverem disposições mais limitativas do que as do atual
Código, devem observar-se essas disposições mais limitativas.
B. O presente artigo procura preservar o equilíbrio entre a necessidade de disciplina interna do
organismo do qual, em larga escala, depende a Segurança Pública, por um lado, e a necessidade de,
por outro lado, tomar medidas em caso de violações dos direitos humanos. Os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem informar das violações os seus superiores hierárquicos e
tomar medidas legítimas sem respeitar a via hierárquica somente quando não houver outros meios
disponíveis ou eficazes. Subentende-se que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não
devem sofrer sanções administrativas ou de outra natureza pelo fato de terem comunicado que se
produziu ou que está prestes a produzir-se uma violação deste Código.
C. A expressão “autoridade com poderes de controle e de reparação competentes” refere-se a
qualquer autoridade ou organismo existente ao abrigo da legislação nacional, quer esteja integrado nos
organismos de aplicação da lei quer seja independente destes, com poderes estatutários,
consuetudinários ou outros para examinarem reclamações e queixas resultantes de violações deste
Código.
D. Em alguns países pode considerar-se que os meios de comunicação social (mass media)
desempenham funções de controle, análogas às descritas na alínea anterior. Consequentemente, os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei poderão, como último recurso e com respeito pelas leis
e costumes do seu país e, ainda, pelo disposto no artigo 4.º do presente Código, levar as violações à
atenção da opinião pública através dos meios de comunicação social.
E. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que cumpram as disposições deste
Código merecem o respeito, o total apoio e a colaboração da comunidade em que exercem as suas
funções, do organismo de aplicação da lei no qual servem e dos demais funcionários responsáveis pela
aplicação da lei.
O artigo 3º do CCEAL trata diretamente do Uso da Força pelos Agentes de
Segurança Pública. Ele estipula que os encarregados da aplicação da lei só podem empregar a
força quando estritamente necessário e na medida exigida para o cumprimento do seu dever.
É enfatizado pelo documento que o Uso da Força deve ser excepcional e nunca
ultrapassar o nível razoavelmente necessário para se atingir os objetivos legítimos de aplicação
da lei. Nesse sentido, entende-se que o uso da arma de fogo é uma medida extrema.
Refletindo sobre a questão...
Tendo em vista o contido no Código de Conduta sobre o uso de arma de fogo, qual é
sua ideia a respeito? Pense na sua realidade e na sua experiência profissional. Você acredita que o
uso da arma de fogo é uma medida extrema?
12

Objetivo do CCEAL
O Código objetiva sensibilizar os integrantes das Organizações responsáveis
pela aplicação da lei, ou seja, sensibilizar você, Agente de Segurança Pública, para a enorme
responsabilidade que o Estado lhe outorga.
Você é um sujeito de autoridade do Estado e como tal está investido de poder de
grande alcance, e a natureza de seus deveres coloca-o em situações de corrupção e violência em
potencial. O documento afirma ainda que expor abertamente esses perigos escondidos é o primeiro
passo para combatê-los efetivamente.
A atitude de autoridade tem uma forte relação com a imagem e percepção da
Organização como um todo; carrega assim, alta expectativa com relação aos padrões éticos mantidos
dentro dos Órgãos de Segurança Pública.
Importante!
Um Agente de Segurança Pública que excede no uso da força ou que seja corrupto
pode fazer com que todos os Agentes sejam vistos como violentos ou corruptos, porque o ato individual
reflete como ato coletivo da Organização.
O Agente de Segurança Pública protege e socorre a sociedade e, nesse sentido,
exige-se um grau de confiança muito grande entre o Órgão de Segurança Pública e a comunidade
como um todo. Essa confiança nasce no momento da abordagem, quando a imagem do protetor dos
direitos fundamentais das pessoas, conhecedor da sua posição no tecido social e, principalmente, da
imagem que tem das pessoas com quem fala e interage, e as quais aborda, adverte, socorre e captura
ou prende em fragrante delito.
Os padrões estabelecidos pelo Código devem fazer parte da crença do Agente de
Segurança Pública, e isso significa que esses valores devem estar conscientemente incorporados na
sua atuação cotidiana de Segurança Pública.

Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo (PBUFAF)

É o segundo instrumento internacional mais importante sobre o Uso da Força e


Armas de Fogo. Esses Princípios foram adotados no Oitavo Congresso das Nações Unidas sobre a
“Prevenção do Crime e o Tratamento dos Infratores”, realizado em Havana, Cuba, de 27 de agosto a 7
de setembro de 1990.
Embora os Princípios Básicos não sejam um documento considerado como tratado,
isto é, com força legal, é um documento de orientação aos Estados, proporcionando normas
orientadoras na tarefa de assegurar e promover o papel adequado dos Agentes de Segurança Pública.
Neste curso, será tratado somente do Uso da Força nos níveis que antecedem a letalidade.
Os PBUFAF estabelecem parâmetros a serem considerados e respeitados pelos
governos no contexto da legislação e da prática nacional, e levados ao conhecimento dos Agentes de
Segurança Pública, assim como de magistrados, promotores, advogados, membros do executivo,
legislativo e do público em geral.
O preâmbulo dos PBUFAF reconhece a importância e complexidade do trabalho dos
Agentes de Segurança Pública, além de destacar seu papel de vital importância na proteção da vida,
liberdade e segurança de todas as pessoas. Acrescenta que ênfase especial deve ser dada à eminência
da preservação da ordem pública e paz social, bem como da importância das qualificações, treinamento
e conduta dos encarregados da aplicação da lei.
São 26 Princípios (PB) divididos da seguinte maneira:
Disposições gerais: PB 1 a 8
Disposições específicas: PB 9 a 11.
Policiamento de reuniões ilegais: PB 12 a 14.
Policiamento de indivíduos sob custódia ou detenção: PB 15 a 17.
13

Habilitação, formação e orientação: PB 18 a 21.


Procedimentos de comunicação e revisão: PB 22 a 26.
Faremos a explicação dos pontos mais importantes dos PBUFAFs, mas convém que
você leia todo seu conteúdo.
Perceba que, nos PB 1 e 2, estão as atribuições dos governos com relação à adoção
de normas reguladoras no Uso da Força e armas de fogo e na obrigação de dotar seus Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei com variedade de tipos de armas e munições que permitam o Uso
Diferenciado da Força e de armas de fogo, bem como a inclusão de armas incapacitantes não-letais e
equipamentos de legítima defesa e proteção.
O PB 4 ressalta a importância de se recorrer a meios não-violentos antes de recorrer
ao Uso da Força e de armas de fogo.
Os PB 5 e 6 indicam o dever dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei
sempre que o Uso da Força e de armas de fogo for inevitável. Perceba que o princípio consagrado é
sempre agir com moderação, diminuir a quantidade de danos ou lesões e dar assistência e preservar
a vida humana e comunicar oficialmente os atos ocorridos. Lembre-se dos Princípios da Legalidade,
Necessidade e Proporcionalidade e os demais Princípios também consagrados na Portaria
interministerial 4226/ 2010 no Brasil.
Os PB 7 e 8 nos recordam que o uso arbitrário ou abusivo é um delito. Lembre-se:
nenhum Agente de Segurança Pública está acima da lei.
Atenção: Os PB 9 e 10 são importantíssimos para a atividade de Segurança Pública e
devem ser lidos e relidos com muita atenção para evitar uma falsa interpretação dos Princípios. A
Portaria Interministerial 4226 aborda muito claramente as questões colocadas nesses dois Princípios
Básicos. Busque a informação e compare!
É por isso que os treinamentos e as instruções dos Agentes de Segurança Pública são
fundamentais para evitarem-se erros na atuação operacional. Os treinamentos que você deve levar a
efeito são aqueles que guardam semelhança com a realidade do serviço de proteção da sociedade.
Ex.: técnicas de abordagem, técnicas adequadas de tiro, técnicas de verbalização, negociação,
mediação, resolução de conflitos, entre outras.
Veja que as técnicas de Segurança Pública são importantes, mas importantes também
são os valores éticos profissionais e a observância dos direitos fundamentais das pessoas. Isso tudo é
um conjunto indissociável que faz parte de sua profissão. A sociedade requer um Agente profissional e
preparado para sua defesa e que não viole as normas que todos temos de cumprir. Se o Agente de
Segurança Pública recorre a violações da lei com a desculpa de que tem de fazê-lo para manter a
ordem pública, ele não é muito diferente do infrator que está combatendo. As violações por parte dos
Órgãos de Segurança Pública só reduzem a sua autoridade e a sua confiabilidade.
O PB 11 diz respeito ao conteúdo das normas e regulamentos sobre Uso da Força e
armas de fogo.
Os PB 12, 13 e 14 fazem referência à atuação do Agente de Segurança Pública em
reuniões públicas. Fazem referência ao direito de reunião pacífica previsto em instrumentos
internacionais de direitos humanos. Verifique que os Princípios de Moderação do emprego dos meios
estão sempre presentes.
Os PB 15, 16 e 17 fazem referência à segurança do cidadão em relação a indivíduos
sob custódia ou detenção. Aqui também se repetem os Princípios já elencados anteriormente.
Os PB 18, 19, 20 e 21 dizem respeito à habilitação, formação e orientação dos
profissionais encarregados pela aplicação da lei. São mencionados os processos seletivos para o
ingresso nos Órgãos de Segurança Pública, as qualidades esperadas de cada pessoa que ingressa no
serviço de Segurança Pública e a necessidade da formação contínua no decorrer da carreira. Os
treinamentos específicos para cada tipo de arma a ser utilizada e os elevados padrões profissionais
desejados com o estudo de várias áreas do conhecimento humano, entre eles a ética e os direitos
humanos.
Por fim, menciona ainda a necessidade de acompanhamento psicológico, quando
necessário.
14

De igual maneira a Portaria Interministerial 4226 aborda muito claramente as questões


colocadas nestes quatro Princípios Básicos. Busque a informação e compare!
Os PB 22, 23, 24, 25 e 26 dizem respeito à necessidade de se estabelecer
procedimentos eficazes de comunicação e revisão, aplicáveis a incidentes que envolvam o uso da força
e de armas de fogo. Eles também mencionam a responsabilidade dos funcionários em função de mando
caso obtenham conhecimento de que incidentes tenham acontecido e não tomaram as medidas
administrativas adequadas. Por fim, mencionam a questão na inexigibilidade do cumprimento de ordens
ilegais para o uso da força e de armas de fogo.
Aqui também a Portaria Interministerial 4226 aborda muito claramente as questões
colocadas nestes cinco Princípios. Busque a informação e compare!
Além desses instrumentos internacionais, existem os instrumentos nacionais que
corroboram com eles e devem ser de conhecimento de todos os Agentes de Segurança Pública.

Legislação Brasileira

São vários os instrumentos nacionais que regulam o Uso da Força e arma de fogo
pelos Agentes de Segurança Pública.
Veja:
A Constituição da República Federativa de 1988, no art. 144, estabelece que a
“Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, por intermédio dos
vários Órgãos de Segurança Pública.

Código Penal

O Código Penal contém justificativas ou causas de exclusão da antijuridicidade


relacionadas no artigo 23, ou seja, estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do
dever legal e exercício regular de direito, como se vê:
Exclusão de ilicitude
Art. 23. Não há crime quando o Agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito.

Código de Processo Penal

O Código de Processo Penal contém em seu teor dois artigos que permitem o emprego
de força pelos Agentes de Segurança Pública no exercício profissional, são eles:
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência
ou tentativa de fuga do preso.(...)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra
em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for
15

obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na
casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se
não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e logo que amanheça,
arrombará as portas e efetuará a prisão.

Código Penal Militar

O Código Penal Militar, de modo idêntico ao Código Penal Brasileiro, também prevê a
excludente de ilicitude.
Exclusão de crime
Art. 42. Não há crime quando o Agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento do dever legal;
IV – em exercício regular de direito.

Código de Processo Penal Militar

O Código de Processo Penal Militar contém, em seu teor, artigos relacionados com
o emprego de força na ação do Agente de Segurança Pública. Veja esses artigos a seguir.
Artigo 231 - Captura em domicílio
Se o executor verificar que o capturando se encontra em alguma casa, ordenará ao dono dela
que o entregue, exibindo-lhe o mandado de prisão.
Parágrafo único. Se o executor não tiver certeza da presença do capturando na casa, poderá
proceder à busca, para a qual, entretanto, será necessária a expedição do respectivo mandado, a
menos que o executor seja a própria autoridade competente para expedi-la.
Artigo 232 - Caso de busca
Se não for atendido, o executor convocará duas testemunhas e procederá da seguinte forma:
sendo dia, entrará à força na casa, arrombando-lhe a porta, se necessário; sendo noite, fará guardar
todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombar-lhe-á a porta e
efetuará a prisão.
CPPM, Art. 234 – Emprego da força
O emprego de força só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência,
resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os
meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do
ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas.

Emprego de algemas

O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja perigo de fuga ou de
agressão da parte do preso, e de modo algum será permitido, nos presos a que se refere o art. 242.
16

Vale ressaltar a Súmula Vinculante nº 116, que provocou algumas mudanças, sendo imprescindível
conhecê-la.

Uso de armas

O recurso do uso de armas só se justifica quando absolutamente necessário para


vencer a resistência ou para proteger a incolumidade do executor da prisão ou de auxiliar seu. (art.
234, § 2º, do CPPM).

Uso de Algemas - Restrições - Responsabilidades do Agente e do


Estado – Nulidades

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou


de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do Agente ou da
Autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

Portaria 4.226

A Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010, estabelece as


Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública. É importante neste momento
fazer algumas considerações quanto ao uso da arma de fogo, com base nessas Diretrizes. Veja a
seguir:
Diretriz 7: O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os procedimentos de
abordagem não deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada.
Diretriz 17: Nenhum Agente de Segurança Pública deverá portar armas de fogo ou instrumento
de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e, sempre que um novo tipo
de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for introduzido na instituição, deverá ser
estabelecido um módulo de treinamento específico com vistas à habilitação do Agente.
Diretriz 23: Os Órgãos de Segurança Pública deverão criar comissões internas de controle e
acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o uso efetivo da força pelos seus Agentes.
Diretriz 24: Os Agentes de Segurança Pública deverão preencher um relatório individual todas
as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial ofensivo,
ocasionando lesões ou mortes. O relatório deverá ser encaminhado à comissão interna mencionada
na Diretriz nº 23 e deverá conter no mínimo as seguintes informações:
A. circunstâncias e justificativa que levaram ao uso da força ou de arma de fogo por parte do
Agente de Segurança Pública;
B. medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor potencial
ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser contempladas;

6 http://www.dji.com.br/normas_inferiores/regimento_interno_e_sumula_stf/0011vinculante.htm
17

C. tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e pessoa contra a


qual foi disparada a arma;
D. instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a frequência, a
distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento;
E. quantidade de Agentes de Segurança Pública feridos ou mortos na ocorrência, meio e
natureza da lesão;
F. quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s) Agente(s) de
Segurança Pública;
G. número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial ofensivo
utilizados pelo(s) Agente(s) de Segurança Pública;
H. número total de feridos e/ou mortos durante a missão;
I. quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas regiões corporais
atingidas;
J. quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo e as
respectivas regiões corporais atingidas;
K. ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o caso; e
L. se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa.

O Agente de Segurança Pública e o Uso da Força

Ao fazer uso da força, o Agente de Segurança Pública deve ter conhecimento da


lei e estar preparado tecnicamente, por meio da formação e do treinamento, bem como ter
princípios éticos solidificados que possam nortear sua ação. Ao ultrapassar qualquer desses
limites, não se esqueça de que suas ações estarão igualando-se às de criminosos.
O Agente de Segurança Pública é um cidadão que porta a singular permissão para o
uso da força e das armas, no âmbito da lei, o que lhe confere natural e destacada autoridade para a
construção social ou para sua devastação (Ricardo Balestreri, adptado).
O Uso da Força não se confunde com truculência, como assevera Balestreri.
A fronteira entre a força e a violência é delimitada, no campo formal, pela lei; no campo
racional pela necessidade técnica e, no campo moral, pelo antagonismo que deve reger a metodologia
de Agentes de Segurança Pública e criminosos.
“A aplicação da lei não é uma profissão em que se possa utilizar soluções padronizadas
para problemas padronizados que ocorrem em intervalos regulares.” (ROVER 2000, p. 274)
Espera-se que você tenha a compreensão do espírito e da forma da lei, bem como
saiba como resolver as circunstâncias únicas de um problema particular. Trata-se de uma arte na
aplicação de palavras como negociação, mediação, persuasão e resolução de conflitos. No entanto,
existem situações em que, para se obter os objetivos da legítima aplicação da lei, ou você deixa como
está e o objetivo não será atingido, ou você decide usar a força para alcançá-lo.
Seja profissional e decida adequadamente conforme a ocorrência, partindo
sempre de sua conduta legal.
Em algumas intervenções, o Agente de Segurança Pública tem o dever de fazer o uso
da força para que os objetivos da aplicação da lei sejam alcançados, desde que não haja outro modo
de atingi-los. Um caso típico é quando um cidadão infrator coloca em risco a vida de pessoas atirando
em suas direções. Nessa situação, o Agente de Segurança Pública deve fazer o uso da força para
neutralizar a ação do infrator.
Os países não apenas autorizaram seus encarregados da aplicação da lei a usar
a força, mas alguns chegaram a obrigar os encarregados a usá-la.” (ROVER 2000, p. 275)
18

As dificuldades que os chefes e dirigentes das Organizações de Segurança Pública


enfrentam referem-se ao desenvolvimento de atitudes pessoais dos Agentes de Segurança Pública que
demonstrem a incorporação de valores éticos, morais e legais, fazendo diminuir o comportamento
impulsivo, substituído por reações tecnicamente sustentadas que não colocarão em risco a população
atendida, a imagem pública da Organização e do próprio Agente de Segurança Pública.
É importante que você faça uma avaliação individualmente quando houver uma
situação em que surja a opção de uso da força. O Agente de Segurança Pública somente recorrerá
ao uso da força quando todos os outros meios para atingir um objetivo legítimo tenham falhado,
justificando o seu uso.
Somente será permitido ao Agente de Segurança Pública empregar a quantidade de
força necessária para alcançar um objetivo legítimo.
O Agente de Segurança Pública pode chegar à conclusão de que as implicações
negativas do Uso da Força em uma determinada situação não são equiparadas à importância do
objetivo legítimo a ser alcançado, recomendando-se, neste caso, que o Agentes de Segurança Pública
abstenha-se de prosseguir.
A autoridade legal para empregar a força, incluindo o uso letal de armas de fogo em
situações em que se torna necessário e inevitável para os propósitos legais da aplicação da lei, ROVER
(2000, p. 271) lembra que isso cria uma situação na qual o Agente de Segurança Pública e membros
da comunidade se encontram em lados opostos, o que pode influenciar na qualidade do relacionamento
entre a Força de Segurança e a comunidade como um todo. No caso de Uso da Força ilegal e indevida,
esse relacionamento será ainda mais prejudicado.

Importante!
O não atendimento a qualquer desses Princípios caracteriza uso indevido da força pelo
Órgão de Segurança Pública. Não esqueça isso, Agente de Segurança Pública!
Fica fácil concluir que o uso da força é uma das atividades desempenhadas pelo Órgão
de Segurança Pública, mas, o Agente de Segurança Pública deve estar cônscio da importância do seu
trabalho para as políticas de Segurança Pública. É necessário que o Órgão de Segurança Pública tenha
mecanismos de controle da atuação de seus integrantes para evitar dissabores quanto ao abuso de
poder.

Necessidade do Uso da Força

Quando você perceber a necessidade de usar a força para atender o objetivo legítimo
da aplicação da lei e manutenção da ordem pública, responda a algumas questões importantes que lhe
servirão como guias.
• A primeira é se a aplicação da força é necessária.
Para responder, o Agente de Segurança Pública precisa identificar o objetivo a ser
atingido. A resposta adequada atende aos limites considerados mínimos para que se torne justa e legal
a ação. Caso contrário, o Agente de Segurança Pública cometerá um abuso e poderá ser
responsabilizado.
• A segunda refere-se a um questionamento se o nível de força a ser utilizado é
proporcional ao nível de resistência oferecida.
Esse questionamento sugere verificar se todas as opções estão sendo consideradas e
se existem outros meios menos danosos para se atingir o objetivo desejado. Neste momento, verifica-
se a proporcionalidade do Uso da Força e, caso não haja, estará caracterizado o abuso de poder.
• O terceiro e último questionamento verifica se a força a ser empregada será por motivos
sádicos ou maléficos.
19

Busca-se verificar a boa-fé por parte do Agente de Segurança Pública e os seus


princípios éticos. A boa-fé demonstra a intenção do Agente, embora ele possa errar ao adotar uma
opção equivocada, decorrente de uma análise também equivocada.
Como já foi exposto anteriormente, vale ressaltar as consequências drásticas que a
violência ilegítima do Agente de Segurança Pública pode acarretar, levando a uma séria desordem
pública, pela qual o Órgão de Segurança Pública tem, então, que responder, podendo assim expô-lo a
situações perigosas e desnecessárias, fazendo com que ele se torne mais vulnerável aos contra-
ataques, conduzindo a uma falta de confiança no Órgão de Segurança Pública por parte da
comunidade.
E ainda, o Agente de Segurança Pública será responsabilizado civil e criminalmente
pelo uso abusivo da força.

Responsabilidades pelo Uso da Força

Na rotina do Órgão de Segurança Pública, os Agentes atuam individualmente ou em


equipes. Para cada intervenção existe o potencial de se fazer necessário o exercício de sua autoridade
e poderes. Procedimentos adequados de supervisão e revisão servem para garantir a existência de um
equilíbrio apropriado entre o poder discricionário exercido individualmente pelos Agentes de Segurança
Pública e a necessária responsabilidade legal e política das Organizações de Segurança Pública como
um todo. (ROVER 2000, p. 272)
A responsabilidade cabe tanto aos Agentes de Segurança Pública envolvidos em um
incidente particular com o Uso da Força e armas de fogo como a seus superiores. Os chefes tem o
dever de zelo, o que não retira a responsabilidade individual dos encarregados por suas ações.
(ROVER, 2000, p. 286)
É importante a compreensão de que o reconhecimento, pelo Estado, de sua
responsabilidade, apontando o erro de seu representante, não implica postura subalterna ou
desvalorização do Agente de Segurança Pública (BARBOSA & ANGELO, 2001). Mas sim, assume a
mais nobre das suas funções, que é a proteção da pessoa, célula essencial de sua existência abstrata,
além de cumprir importante papel exemplificador, fator de transformação e solidificação.

Unidade 2 - Modelos de Uso Diferenciado da Força

Apresentação da Unidade

Modelos de Uso Diferenciado da Força

Nesta unidade, você estudará e analisará vários modelos gráficos de


Uso da Força. São modelos amplamente utilizados em diversos Órgãos de Segurança
Pública do mundo, com o objetivo de ajudar nos conceitos, planejamento, treinamento
e comunicação dos critérios da política institucional sobre o emprego da força nas
Corporações de Segurança Pública. Os modelos permitirão que você constate as
diferentes possibilidades de Uso da Força na atividade de Segurança Pública, com
suas características, vantagens e desvantagens.
20

Um modelo de Uso da Força é um recurso visual padrão, traduzido


normalmente num gráfico, esquema ou desenho de configuração bastante simples,
que vem ilustrado, ou não, em diferentes cores, indicando aos Agentes de Segurança
Pública o tipo e a quantidade de força legal a ser utilizada contra uma pessoa que
resista a uma ordem, abordagem ou intervenção de um Agente de Segurança Pública.
Por ser uma questão de muita discussão, ainda não existe um consenso
entre as Corporações de Segurança sobre um modelo ideal e padrão a todos. Desse
modo, vemos a multiplicidade de formas e conteúdos desses modelos que você
passará a estudar. Os modelos de Uso da Força são estruturas que abrangem os
elementos da utilização da força na atividade de prestação de serviços de Segurança
Pública. Nos modelos são também apresentadas as alternativas táticas
potencialmente disponíveis ao Agente de Segurança Pública para ganhar e/ou manter
o controle em determinadas situações em que tenha que atuar.
A configuração dos modelos deve ser simples, facilitando o
entendimento do Agente durante a instrução inicial e reforçando a capacidade de
lembrança instantânea durante uma confrontação real.
Portanto, um modelo é por natureza “genérico”, e sua adaptação deve
ser possível a todas, ou pelo menos à grande maioria, das instruções e ações dos
Organismos de Segurança Pública.
Em um modelo o que se vê é a aplicação diferenciada da força, com a
possibilidade da seleção adequada de opções dessa força em resposta ao nível de
acatamento/submissão do indivíduo a ser controlado, isto é, o Agente de Segurança
Pública deve perceber o grau de risco oferecido quando se depara com pessoas que
deve abordar.
Dessa forma, a percepção desse risco é que vai permitir ao Agente de
Segurança Pública escolher pelo aumento ou pela diminuição do grau de força a ser
empregado em cada situação específica. Isto requer muito treinamento e experiência
profissional.
Como normalmente se fala na linguagem dos Agentes de Segurança
Pública: “nenhuma ocorrência é igual à outra”. Cada decisão de emprego da força
depende das circunstâncias e dos fatos que se apresentam ao Agente.
São elementos dos modelos de Uso Diferenciado da Força:
• Instrumentos – Tópicos disponíveis no currículo dos programas de
treinamento. Ex.: armas, procedimentos, comportamento, entre outros.
• Táticas – É a incorporação dos instrumentos à estratégia de ação.
• Tempo – É a presteza da ação do Agente de Segurança Pública em face à
reação do indivíduo.
O que é um modelo?
Um modelo é um esquema que contém linhas gerais sobre determinado
assunto, sobre determinadas ações, sobre determinados procedimentos e, que pode
quando utilizado, orientar a execução de algo.
Os Modelos de Uso Diferenciado da Força surgiram para orientar o
Agente de Segurança Pública sobre a ação a ser tomada a partir das reações da
pessoa flagrada cometendo um delito, ou até mesmo em atitude suspeita quando
questionada.
21

Alguns países e estudiosos sobre o assunto criaram diversos modelos


que explicam e exemplificam a escala de gradação necessária à utilização da força.

Objetivos da Unidade
Ao final deste módulo, você será capaz de:
• Identificar os modelos que orientam o Uso Diferenciado da Força;
• Identificar os componentes de cada escala e a forma que estão relacionados;
• Analisar o modelo proposto para o Uso Diferenciado da Força; e
• Elaborar sugestões para aplicação de um modelo de Uso Diferenciado da Força
em sua Organização de Segurança Pública.
Cada modelo criado possui um nome que geralmente está associado ao
nome do autor que o apresentou ou à sua origem, como se vê a seguir:
• Modelo FLETC: Aplicado pelo Centro de Treinamento da Polícia Federal de Glynco
(Federal Law Enforcement Training Center), Georgia, Estados Unidos da América (EUA).
• Modelo GILIESPIE: Apresentado no livro Police – Use of Force – A Line Officer’s
Guide; 1998.
• Modelo REMSBERG: Apresentado no livro: The Tactical Edge – Surviving High –
Risk Patrol – 1999.
• Modelo CANADENSE: Utilizado pela polícia canadense.
• Modelo NASHVILLE: Utilizado pela Polícia Metropolitana de Nashville, EUA.
• Modelo PHOENIX: Utilizado pelo Departamento de Polícia de Phoenix, EUA.

Modelo FLETC

É um modelo gráfico em degraus com cinco camadas e três painéis. Em um


dos painéis está a percepção do Agente de Segurança Pública em relação à atitude do
suspeito. Em outro painel, a percepção de risco para o Agente, simbolizado por números
em algarismos romanos e cores, que também correspondem às camadas. No terceiro
painel, encontramos as respostas (reação) de força possíveis em relação à atitude dos
suspeitos e percepção de riscos.
As setas duplas descrevem o processo de avaliação e seleção de alternativas.
De acordo com a atitude do suspeito e percepção de risco, haverá uma reação do Agente
de Segurança Pública na respectiva camada. Os níveis são crescentes de baixo para cima.
Comentário
O autor não considera a “presença do Agente” como um nível de força,
vinculando o primeiro nível com comandos verbais. Trata-se de um modelo de fácil
adaptação a todas as Organizações e pode ser utilizado perfeitamente pelo Órgão de
Segurança Pública.
Veja a figura 1, que mostra o modelo FLETC.
22

Modelo GILIESPIE

É um modelo gráfico, em forma de tabela com cinco colunas graduadas por


cor e seis linhas básicas, divididas em comportamento e em ação-resposta do Agente, mas
aplicável a qualquer membro do Órgão de Segurança Pública. A atitude do suspeito é
dividida em quatro colunas que estão subdivididas respectivamente em situações
diferentes sobre a percepção do Agente em relação a ele.
Para a progressão de força, há cinco níveis, com subdivisões crescentes de
respostas do Agente de Segurança Pública, que interagem entre si. O modelo correlaciona
a atitude do abordado com a avaliação de risco, condição mental do Agente de Segurança
Pública e resposta de força a ser utilizada.
Comentário
Para o autor, a verbalização é uma graduação de força que se interage com
outros níveis. Inicia-se no segundo nível de força e prossegue até o penúltimo, antes de
se usar a força letal. É um modelo complexo, porém bem completo em suas opções de
ação e reação.
O Agente de Segurança Pública que compreende a sua dinâmica está apto a
fazer o uso correto da força.
Veja o modelo GILIESPIE:
23

Modelo REMSBERG

Esse modelo é concebido em forma de degraus em elevação. Os degraus


mais baixos simbolizam os níveis de força mais baixos; e os mais altos, os níveis de força
mais altos. O modelo não faz correlações do nível de força com a ação da pessoa em
atitudes suspeitas ou percepção de risco por parte do Agente de Segurança Pública,
embora o autor observe esse fato na sua teoria explicativa.
São cinco níveis de força e cada um é subdividido em subníveis que também
estão em ordem crescente de baixo para cima. Para utilizar esse modelo, o Agente de
Segurança Pública utiliza o degrau correspondente ao nível de força de resposta que julgar
melhor para a situação vivida. Em caso de mudanças de situação, deve-se subir ou descer
os níveis.
Comentário
É muito simples e de fácil assimilação pelos Agentes de Segurança Pública.
No entanto, não é um modelo completo. Faz apenas a diferença do Uso da Força
Segue figura 3 com modelo REMSBERG:
24
25

Modelo CANADENSE

Este modelo é composto de círculos sobrepostos subdivididos em níveis


diferentes. O círculo interno central corresponde à situação ou ocorrência (SITUATION). As
três setas formando um círculo nos lembram o que o Agente de Segurança Pública sempre
deve fazer quando se depara com situação de risco: ASSESS (Avaliar) PLAN (Planejar) e
ACT (Agir). Esse modelo demonstra que o processo de avaliação é um ciclo constante e
que nunca termina na intervenção do Agente de Segurança Pública. O processo de contínua
avaliação por parte do Agente ajuda a entender que o comportamento do suspeito, assim
como a ação do Agente, pode-se alterar muito rapidamente, o que pode também requerer
uma mudança de tática no emprego da força.
O próximo círculo representa as diversas categorias de comportamento dos
suspeitos: COOPERATIVE (cooperativo), PASSIV RESISTANT (resistente passivo), ACTIVE
RESISTANT (resistente ativo), ASSAULTIVE (agressivo), GRIEVOUS BODILY HARM OR
DEATH (pode causar lesões graves ou morte).
O próximo círculo representa a percepção do Agente de Segurança Pública
(Perception) e as considerações táticas (tactical considerations) que estão interligadas e
contidas na mesma área do modelo.
O círculo externo corresponde às opções de ação e de resposta do Agente
de Segurança Pública, graduadas em sete níveis diferentes. Cada nível interage com o
outro por meio de mudança de cores. A mudança não é estanque, ou seja, onde termina
um nível de força, outros ainda estão disponíveis. São usadas cores para cada uma das
graduações de força. As opções vão desde a presença do Agente de Segurança Pública
(officer presence), habilidades de comunicação e verbalização (communication skills),
técnicas de controle físico (SOFT – HARD physical control techniques), armas
intermediárias ou não letais (intermediate weapons), e força letal (lethal force).
A presença do Agente de Segurança Pública e as habilidades de comunicação
não são consideradas como sendo opções de uso de força física, mas foram incluídas no
modelo para ilustrar a gama de fatores que têm impacto sobre o comportamento de
pessoas.
Lembre-se: o Agente de Segurança Pública constantemente avalia a situação
e age de maneira apropriada para preservar a segurança dele mesmo e da comunidade.
Comentário
É um modelo muito prático, de fácil entendimento e memorização por parte
do Agente de Segurança Pública.
Veja o Modelo CANADENSE:
26

Modelo NASHVILLE

Este modelo possui um formato gráfico em forma de “eixo de coordenadas”.


O eixo “x” corresponde à atitude dos suspeitos e é dividido em cinco níveis. O eixo “y”
corresponde aos quatro níveis de força. A utilização do modelo é feita através da análise
do gráfico formado pelo cruzamento dos dois eixos “x e y”, que pode ser feita de duas
formas: uma mais severa e outra menos severa. Fazendo parte do gráfico, como
orientação, são colocados os fatores e circunstâncias que podem influenciar o Agente de
Segurança para a escolha do nível de força a ser utilizado.
Comentário
É um modelo simples. Possui duas variáveis para o Uso da Força, não
estando presente a avaliação do risco proporcionado pela presença do Agente de
Segurança Pública.
Segue o Modelo NASHVILLE:
27

Modelo PHOENIX

É o mais simples dos modelos estudados. Foi elaborado no formato de tabela,


com duas colunas. A primeira coluna corresponde à ação do Agente de Segurança Pública
e a segunda coluna à atitude da pessoa em atitudes suspeitas. O modelo divide os níveis
de força e atitude dos suspeitos em sete graduações diferentes. O primeiro nível é a
ausência de força e a ausência de resistência pelo suspeito.
Modelo PHOENIX:

Análise comparativa dos modelos apresentados

Em essência, os modelos estudados são semelhantes entre si. Eles


relacionam o Uso Diferenciado da Força pelo Órgão de Segurança Pública à atitude
demonstrada pela pessoa em atitudes suspeitas.
Alguns, como os modelos FLETC e GILIESPIE, colocam uma avaliação de
risco como parte integrante do gráfico, e outros não. Dos modelos estudados, três são
interessantes para serem utilizados pelos Órgãos de Segurança Pública, por terem um
conteúdo mais completo e reproduzirem bem a realidade operacional da Força de
Segurança Pública: modelos “FLETC”, “GILIESPIE” e “CANADENSE”. Considera-se, porém,
o modelo “CANADENSE” o mais indicado, por apresentar facilidade de aprendizagem e
riqueza de conteúdo de forma gráfica.
A adoção de um modelo é perfeitamente viável. Servirá para orientar os
Agentes de Segurança Pública em seu dia a dia operacional, dando-lhes um parâmetro
mais perceptivo sobre quando, onde, como e porque fazer o uso da força. Além do mais,
uma vez utilizada a força, fornece-se um bom fundamento para a avaliação e
28

acompanhamento do processo por parte da Organização de Segurança Pública, facilitando


o planejamento, treinamento, supervisão e a revisão sobre o assunto.
Importante!
A divulgação ampla do modelo escolhido é o segredo para o sucesso de seu
emprego. Na prática, o uso de um modelo é realizado por meio da distribuição de cartões
plastificados para Agentes de Segurança Pública, de cartazes colocados em locais de
reunião, em salas de aula, durante o treinamento de abordagens, estudos de caso, entre
outros.

Proposta de um modelo do Uso Diferenciado da Força

Sabendo que um “modelo de Uso da Força” é um recurso visual, destinado


a auxiliar na conceituação, planejamento, treinamento e comunicação dos critérios sobre
o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública, deve-se seguir um modelo:

Figura 6 - Modelo básico do uso diferenciado da força.


O modelo apresentado é um gráfico em forma de trapézio com degraus em
seis níveis, representados por cores. De um lado (esquerdo), há a percepção do Agente de
Segurança Pública em relação à atitude do suspeito. Do outro lado (direito), as respostas
(reações) de forças possíveis em relação à atitude do suspeito.
A seta, que é dupla, descreve o processo de avaliação e seleção de
alternativas. De acordo com a atitude do suspeito, haverá uma reação do Agente de
Segurança Pública, na respectiva camada. Os níveis são crescentes de baixo para cima.
É importante relembrar que o uso efetivo da força depende da compreensão
sobre as relações de causa e efeito entre o Agente de Segurança Pública e o suspeito, o
que gera uma avaliação prática e consequente resposta. Observam-se as ações da pessoa
em atitudes suspeitas dentro de um contexto de confrontação, e o Agente de Segurança
Pública escolhe o nível mais adequado de força a ser usado ou não.
Na prática, sua resposta como Agente de Segurança Pública será orientada
pelo procedimento do suspeito. Ele decide o que quer de você, e, com suas próprias ações
ou pelo modo como se comporta, esse suspeito justificará a utilização de certo nível de
força pelo Órgão de Segurança Pública. Você deve empregar apenas a força necessária
para controlá-lo.
Da base para o topo, cada nível representa um aumento na intensidade de
força. Isto é, a escala se move daquelas opções que são mais reversíveis para aquelas que
são menos reversíveis; daquelas que oferecem menor certeza de controle para aquelas
que oferecem maior certeza. Assim, quanto mais você sobe na escala de nível, maior será
a necessidade de se justificar posteriormente.
29

Uma vez que existam resistências e agressões em variadas formas e graus


de intensidade, o Agente de Segurança Pública terá que adequar sua reação à intensidade
da agressão, estabelecendo formas de comandar e direcionar o suspeito, provendo seu
controle. Em contato com um suspeito que está atentando contra sua vida, é claro que
você não terá que progredir nível por nível sua escala de força até você alcançar alguma
forma de fazê-lo parar. O ideal é que você fale antes e use a força somente se sua
habilidade de negociar falhar. Existem, entretanto, circunstâncias em que você não poderá
dizer nada além de: “Pare!”.
Você pode mentalmente percorrer toda a escala de força em menos de um
segundo e escolher a resposta que lhe parecer mais adequada ao tipo de ameaça que
enfrenta. Se sua manobra falha ou as circunstâncias mudam, você pode aumentar seu
poder, ampliando o nível de força de um modo consciente, ao invés de agir com raiva ou
medo. Essa avaliação entre as opções para a abordagem ajuda você a manter seu equilíbrio
tático.
Finalizando...
Não se pode falar em melhor modelo e nem em único modelo. Cada um dos
modelos apresentados foi criado para representar como cada estudioso, ou Órgão de
Segurança Pública, observa e orienta a gradação do Uso da Força.

Unidade 3 - Princípios sobre o Uso da Força

Apresentação da Unidade

O documento intitulado “Princípios Básicos sobre o Uso da Força e de Armas


de Fogo” (PBUFAF) foi instituído no Oitavo Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção
do Crime e o Tratamento dos Infratores, realizado em Havana, Cuba, de 27 de agosto a 7
de setembro de 1990.
Mas quais são esses Princípios?
O que é indispensável a um do Agente de Segurança Pública saber, saber
fazer e fazer em relação à aplicação desses Princípios?
Nesta unidade você estudará sobre essas questões, abordando também a
responsabilidade pelo Uso da Força e sobre o Triângulo da Força Potencialmente Letal.

Objetivos da Unidade 3

Ao final desta unidade, você será capaz de:


• Enumerar os princípios básicos que orientam o Uso Diferenciado e Legal da Força;
• Identificar questões práticas que envolvem o Uso de Armas de Fogo;
• Aplicar, em situações-problema, de maneira correta, o Uso Diferenciado da Força;
• Utilizar o Triângulo da Força nas decisões a serem tomadas, frente à situação
apresentada.
30

Aspectos gerais

Os Princípios sobre o Uso da Força e Armas de Fogo tem como objetivo


proporcionar normas orientadoras e parâmetros técnicos aos Estados-Membros da ONU
sobre o desempenho dos profissionais de Segurança Pública no tema: Uso da Força.
Os Princípios sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados por consenso em 7 de setembro de 1990 por
ocasião do Oitavo Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o
Tratamento dos Delinquentes, entre várias outras recomendações, no item 2 do Preâmbulo
salientamos:
2.“RECOMENDA os Princípios Básicos para adoção e execução nacional, regional e
inter-regional, levando em consideração as circunstâncias e as tradições políticas,
econômicas, sociais e culturais de cada país;”
Em resposta a essas recomendações, o Brasil editou, em dezembro de 2010,
a PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 4.226, que Estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força
pelos Agentes de Segurança Pública.
É reconhecida a importância e a complexidade do trabalho dos Agentes de
Segurança Pública, no qual se destaca seu papel na proteção da vida, liberdade e
segurança de todas as pessoas. Ênfase especial deve ser dada à qualificação, treinamento
e conduta desses Agentes de Segurança Pública, tendo em vista seu contato direto com a
sociedade quando das suas intervenções operacionais.
As Organizações de Segurança Pública recebem uma série de meios legais
que as capacitam a cumprir seus deveres de aplicação da lei e preservação da ordem. Sem
estes e outros poderes, tal como aquele de privar as pessoas de sua liberdade, não seria
possível aos Agentes de Segurança Pública desempenhar sua missão constitucional.
As Organizações de Segurança Pública devem equipar seus integrantes com
vários tipos de armas e munições, permitindo um Uso Diferenciado da Força, procurando
ainda disponibilizar armas de menor potencial ofensivo e equipamentos de autodefesa que
possam diminuir a necessidade do uso de armas de fogo.

Uso da Força: questões preliminares

Refletindo sobre a questão...


Antes de prosseguir, pare e reflita: quais os questionamentos que um Agente
de Segurança Pública deve fazer a si mesmo antes de empregar a força?
Antes de fazer o uso da força em uma intervenção, responda aos seguintes
questionamentos:

O emprego da força é legal?


Neste primeiro questionamento, o agente de segurança pública deve buscar
amparar legalmente sua ação, devendo ter conhecimento da lei e estar preparado
tecnicamente por meio da sua formação e do treinamento recebidos. Cabe ressaltar que
vários são os casos em que ocorrem ações legítimas decorrentes de atos ilegais.
31

Como exemplo, podemos citar o caso do agente de segurança pública que,


durante uma abordagem, tenta conseguir uma “confissão” do suspeito, à força, e, em
virtude disso, esse agente é desacatado. A prisão por desacato é uma ação legítima,
contudo, ela ocorreu em virtude de um ato ilegal, portanto o uso da força pelo órgão de
segurança pública é questionável, posto que ele próprio provocou a situação.
Antes de fazer o uso da força em uma intervenção, responda aos seguintes
questionamentos:

A aplicação da força é necessária?


Para responder esta questão é necessário identificar o objetivo a ser
atingido:
- Se a ação atende aos limites considerados mínimos para que se torne justa e legal
sua intervenção;
- Verificar se todas as opções estão sendo consideradas e se existem outros meios
menos danosos para se atingir o objetivo desejado.
Você entenderá melhor sobre o “Princípio da Necessidade” nas próximas
aulas.
Antes de fazer o uso da força em uma intervenção, responda aos seguintes
questionamentos:
O nível de força a ser utilizado é proporcional e moderado ao nível de
resistência oferecido?
Para verificar a proporcionalidade do Uso da Força deve-se observar se
houve equilíbrio entre a ação do agressor e a reação do Agente de Segurança Pública.
Por outro lado, verifica-se a moderação quando o Agente interrompe o Uso
da Força, imediatamente após dominar o agressor, ou seja, o Agente de Segurança Pública
soube dosar a quantidade de força aplicada.
Como exemplo, pode-se citar a atuação de um Agente de Segurança Pública
que reage a uma agressão da pessoa abordada e não sabe a hora de parar de usar a força,
ou seja, a pessoa já se encontra dominada e o Agente ainda persiste utilizando o mesmo
nível de força.
Você entenderá melhor o “Princípio da Proporcionalidade” e o “Princípio da
Moderação” mais a frente, dentro desta unidade.
Antes de fazer o uso da força em uma intervenção, responda aos seguintes
questionamentos:

O Uso da Força é conveniente?


O aspecto referente à conveniência do Uso da Força diz respeito ao momento
e ao local da intervenção do Agente de Segurança Pública. Por exemplo, não seria
conveniente reagir a uma agressão por arma de fogo, se você estivesse em um local de
grande movimentação de pessoas, tendo em vista o risco que sua reação ocasionaria
naquela circunstância, ainda que fosse legal, proporcional e necessário.
O Uso de Força pelos Agentes de Segurança Pública deve ser norteado pela
preservação da vida, da integridade física e da dignidade de todas as pessoas envolvidas
em uma intervenção e, ainda, pelos princípios essenciais relacionados a seguir. Estude
cada um deles.
32

• Princípio da Legalidade
Constitui na utilização de força para a consecução de um objetivo legal e nos
estritos limites do ordenamento jurídico.
Este princípio deve ser compreendido sob os aspectos do:
Resultado: Considera a motivação ou a justificativa para a intervenção da polícia.
O objeto da ação deve ser sempre dirigido a alcançar o objetivo legal. Deste modo, a lei
protege o resultado da ação agente de segurança pública. Exemplo: O princípio da
legalidade não está presente se o agente de segurança pública usa de força física
(violência) para extrair a confissão de uma pessoa. A tortura é vedada em qualquer
situação e não justifica o objetivo a ser alcançado por meio de mecanismos que infringem
o direito do indivíduo de não produzir prova contra si mesmo ou declarar-se culpado.
Processo: Considera que os meios e métodos utilizados pelo agente de segurança
pública devem ser legais, ou seja, em conformidade com as normas nacionais (leis,
regulamentos, diretrizes, entre outros) e internacionais (acordos, tratados, convenções,
pactos entre outros). Exemplo: O agente de segurança pública não cumpre o princípio da
legalidade se durante o seu serviço, usar arma e munições não autorizadas pela Instituição,
tais como armas sem registro, com numeração raspada, calibre proibido, munições
particulares, dentre outras.

• Princípio da Necessidade
O uso de força num nível mais elevado é considerado necessário quando,
após tentar outros níveis menos contundentes (negociação, persuasão e mediação) para
solucionar o problema, torna-se o último recurso a ser utilizado pelo agente de segurança
pública.
Um determinado nível de força só pode ser empregado quando outros níveis
de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.
Exemplo: o agente de segurança pública pode utilizar a força potencialmente
letal (disparo de arma de fogo), para defender a sua vida ou de outra pessoa que se
encontra em perigo iminente de morte, provocado por um infrator, sempre que outros
meios não tenham sido suficientes para impedir a agressão.

• Princípio da Proporcionalidade
O nível de força utilizado pelo agente de segurança pública deve ser
compatível, ao mesmo tempo, com a gravidade da ameaça representada pela ação do
infrator, e com o objetivo legal pretendido.
Gravidade da Ameaça: para ser avaliada, deverão ser considerados, entre
outros aspectos, a intensidade, a periculosidade e a forma de proceder do agressor, a
hostilidade do ambiente e os meios disponíveis ao agente de segurança pública (habilidade
técnica e equipamentos). De acordo com a evolução da ameaça (aumento ou redução) o
agente de segurança pública readequará o nível de força a ser utilizado, tornando-o
proporcional às ações do infrator, o que confere uma característica dinâmica a este
princípio.
Exemplo: não é considerada proporcional a ação agente de segurança
pública, com o uso de força potencialmente letal (disparando sua arma de fogo) contra um
33

cidadão que resiste passivamente, com gestos e questionamentos, a uma ordem de colocar
as mãos sobre a cabeça, durante a busca pessoal. Neste caso, a verbalização e/ou controle
de contato corresponderão ao nível de força indicada (proporcional).
Objetivo Legal Pretendido: consiste em aferir se o resultado da ação
agente de segurança pública está pautado na lei. Visa à proteção da vida, integridade física
e patrimônio das pessoas que estejam sofrendo ameaças; além da manutenção da ordem
pública e a restauração da paz social. Guarda correlação direta com o princípio da
legalidade no que se refere ao aspecto “resultado”.

• Princípio da Moderação
O emprego de força pelos agentes de segurança pública deverá ser dosado,
visando reduzir possíveis efeitos negativos decorrentes do seu uso ou até evitar que se
produzam.
O nível de força utilizado pelo agente de segurança pública na intervenção
deverá ter a intensidade e a duração suficientes para conter a agressão. Este princípio visa
evitar o excesso no uso de força.
Considera-se imoderada a ação do agente de segurança pública que após
cessada ou reduzida a agressão, continua empregando o mesmo nível de força.
Exemplo: O agente de segurança pública que continua disparando, mesmo
quando o agressor que atirou contra ele já estiver caído ao solo, sem qualquer outro tipo
de reação. O agente de segurança pública que após quebrar a resistência física do infrator
utilizando o bastão, gás /agente químico ou mesmo técnicas de imobilização, persistir
fazendo o uso desses meios.

• Princípio da Conveniência
O princípio da conveniência diz respeito à oportunidade e à aceitação de uma
ação agente de segurança pública em um determinado contexto, ainda que estejam
presentes os demais princípios.
As consequências do uso de força serão avaliadas de maneira dinâmica, pois
se estas forem consideradas mais graves do que a ameaça sofrida pelas pessoas, será
recomendável aos agentes de segurança pública reverem o nível de força utilizado. É
adequado reavaliar os procedimentos táticos empregados, inclusive considerar a
possibilidade de abster-se do uso de força.
A força não será empregada quando houver possibilidade de ocasionar danos
de maior relevância em relação aos objetivos legais pretendidos.
Exemplo: Não é adequado ao agente de segurança pública repelir os disparos
de um agressor em uma área com grande movimentação de público devido à possibilidade
de se vitimar outras pessoas, mesmo que estejam sendo observados os princípios da
legalidade, necessidade e proporcionalidade naquela ação.
Atenção: O Agente de segurança pública deverá considerar que, quando as
consequências negativas do uso de força forem superiores ao objetivo legal pretendido e
à gravidade da ameaça ou agressão sofrida, é recomendado que não prossiga com o uso
de força.
A seguir você estudará com detalhes as referências técnicas sobre o uso de
arma de fogo, que se caracteriza como sendo o nível máximo do uso da força.
34

Conforme previsto na Diretriz nº 3, da Portaria nº 4226, o Agente de


Segurança Pública não deve usar arma de fogo, exceto em casos de legítima defesa própria
ou de terceiros, contra perigo iminente de morte ou lesão grave.
Na atividade operacional, a ação de usar ou empregar armas de fogo tem
um entendimento prático e específico que a diferencia, em termos de nível de força
aplicado, em relação à ação de disparar ou atirar.
Os verbos usar ou empregar arma de fogo devem ser entendidos como
sinônimos, e correspondem às ações do Agente de Segurança Pública de empunhar ou
apontar sua arma na direção da pessoa abordada, com efeito dissuasivo, sem contudo
dispará-la.
Os verbos atirar ou disparar arma de fogo devem ser entendidos como
sinônimos e correspondem ao efetivo disparo feito pelo Agente de Segurança Pública na
direção da pessoa abordada. Ele disparará (atirará) contra essa pessoa, como último
recurso, em caso de legítima defesa própria ou de terceiros, contra perigo iminente de
morte ou lesões graves.

Usar ou Empregar Arma de Fogo

As ações de empunhar ou apontar a arma durante a intervenção do Agente


de Segurança Pública, acompanhada de uma verbalização adequada constitui
demonstração de força que implicará em forte efeito intimidativo no abordado, além de
estar em condições de apresentar uma resposta rápida, caso necessário. Servirá também
como fator de autoproteção do Agente, uma vez que ele estará com sua arma em condição
de disparo. As posições adotadas com a arma correspondem a níveis diferentes de
percepções de uso de força pelo abordado. Exemplo: localizar, empunhar e apontar a arma
de fogo.
O Agente de Segurança Pública no seu cotidiano operacional poderá
empregar a sua arma com o objetivo de preservar a ordem pública e a incolumidade das
pessoas e do patrimônio7.
Importante!
O fato do Agente de Segurança Pública somente portar a arma no coldre,
como parte do seu equipamento profissional, não será considerado “uso” ou “emprego” de
arma de fogo. Do mesmo modo, conduzir armas longas em posição de bandoleira não será
interpretado como “uso” ou “emprego”.
A ação do Agente de Segurança Pública em levar a mão até a arma (arma
localizada) enquanto verbaliza, demonstra ao abordado um grau de força mais elevado do
que se estivesse falando com as mãos livres. A posição com a arma de fogo empunhada,
como uma demonstração de força, permite que o Agente de Segurança Pública também
esteja pronto para defender-se caso necessite dispará-la contra uma eventual agressão
letal. De igual maneira, efeito fortemente dissuasivo pode ser obtido quando, durante a
intervenção, já com a arma empunhada, decide apontá-la na direção da pessoa abordada.
Possibilidades de uso ou emprego de armas de fogo:
a) Posição 1 - arma localizada: Com a arma ainda no coldre, leva a mão até o
punho, como se estivesse pronto para sacá-la.

7 Inciso V do artigo 144 da Constituição Federal Brasileira, no exercício pleno do seu poder de polícia.
35

b) Posição 2 - arma em guarda baixa: Com a arma, já empunhada, fora do coldre,


posicionada na altura do abdome e com o cano dirigido para baixo.
c)Posição 3 - arma em guarda alta: Com a arma, já empunhada, fora do coldre,
posicionada na altura do peito, com o cano dirigido para baixo, numa angulação de
aproximadamente 45º, pronto para apontá-la para o alvo.
d) Posição 4 - arma em pronta resposta: Com a arma apontada diretamente para o
abordado.
O Agente de Segurança Pública deve se preocupar em não banalizar o uso
da posição 4 (arma apontada) durante a abordagem e, logo que possível, conforme a
evolução da situação, deverá retornar à Posição 2 ou 3, mantendo ativa a verbalização e
o controle do abordado. Sempre que o critério de segurança indicar, deve evitar iniciar a
abordagem com a arma na posição 4, porque além de demonstrar agressividade, não há
flexibilidade de evolução para um nível superior de força que não seja efetuar o disparo,
correndo-se ainda o risco de disparo acidental com graves consequências.
Importante!
Mantenha o dedo fora do gatilho enquanto empunhar o armamento. O
controle da direção do cano também é fundamental como aspecto de segurança no uso do
armamento.

Atirar ou Disparar Arma de Fogo

Os verbos atirar ou disparar arma de fogo devem ser entendidos como


sinônimos e correspondem ao efetivo disparo feito pelo Agente de Segurança Pública na
direção da pessoa abordada. Ele disparará (atirará) contra esta pessoa, como último
recurso, em caso de legítima defesa própria ou de terceiros, contra perigo iminente de
morte ou lesões graves.
O disparo da arma por Agentes de Segurança Pública contra uma pessoa
constitui a expressão máxima de uso de força devido ao efeito potencialmente letal que
representa, devendo ser considerada uma medida extrema.
Para fazer o uso da arma de fogo, você deverá:
Identificar-se como Agente de Segurança Pública.
E
Avisar prévia e claramente sua intenção de usar armas de fogo, com tempo
suficiente para que o aviso seja levado em consideração.
A NÃO SER QUE
Tal procedimento represente risco indevido para os Agentes de Segurança Pública
ou acarrete risco de dano grave ou morte para terceiros.
OU
Seja totalmente inadequado ou inútil, dadas às circunstâncias da ocorrência.
36

Uso da Força: ações indispensáveis

Ao utilizar sua arma de fogo durante uma intervenção operacional, o


Agente de Segurança Pública deve lembrar-se de:
• Verificar se as características técnicas de alcance do armamento e munições
utilizados enquadram-se nos padrões adequados à situação real em que o tiro está
sendo realizado;
• Identificar-se como Agente de Segurança Pública de forma clara e inequívoca,
advertindo o agressor sobre sua intenção de disparar, usando o comando verbal:

- Polícia!
- Solte sua arma!
- NÃO reaja, posso disparar!

• Considerar o tempo necessário ao acatamento do comando, de forma que seja


dada ao agressor a oportunidade de desistir do seu intento.
Sobre o disparo de arma de fogo, deverá considerar:
a) Não disparar sua arma de fogo quando o agressor desacata, ou retruca, ou
pondera a ordem, ou ainda, quando este tentar empreender fuga;
b) Providenciar imediato socorro médico à pessoa ferida. Procurar minimizar os
efeitos lesivos dos disparos;
c) Providenciar para que seja informado à família e às instituições encarregadas de
tutelar os Direitos Humanos sobre o estado de saúde da pessoa ferida e onde ela será
socorrida. A transparência da ação no âmbito da Segurança Pública consolida a
credibilidade e a legitimidade quando se torna necessário o emprego da força;
d) Relatar detalhadamente o fato ocorrido, registrando as providências adotadas
antes e após o uso da arma de fogo e mencionando a quantidade de disparos, as armas
que atiraram e seus detentores.
Comentários 1
Assistência psicológica

Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos


Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei

Princípio nº 21

“Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei devem proporcionar


orientação sobre tensão psicológica aos responsáveis pela aplicação da lei envolvidos em
situações em que haja o uso da força e de armas de fogo.”
37

Diretriz nº 11, letras “g” e “h”, da Portaria nº 4226.

Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o órgão de segurança


pública deverá realizar as seguintes ações:
(...)
g. promover o devido acompanhamento psicológico aos agentes de segurança
pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou minimizar os efeitos decorrentes do fato
ocorrido; e
h. afastar temporariamente do serviço operacional, para avaliação psicológica e
redução do estresse, os agentes de segurança pública envolvidos diretamente em
ocorrências com resultado letal.

Portaria Interministerial nº 2, de 15 de dezembro de 2010

(Estabelece as Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos


dos Profissionais de Segurança Pública.)
(...)
19) Desenvolver programas de acompanhamento e tratamento destinados aos
profissionais de segurança pública envolvidos em ações com resultado letal ou alto nível
de estresse.

Treinamento Prático

O treinamento deve guardar semelhança com as situações vivenciadas na


atividade de proteção da sociedade e ser mais prático do que estático, devendo ainda ser
contínuo e meticuloso, colocando os Agentes de Segurança Pública aptos ao desempenho
de suas funções.
As técnicas e as táticas vivenciadas são os instrumentos que você tem para
utilizar e para fazer a diferença, tornando o confronto favorável a você. Isso te ajudará a
atuar positivamente nos mais diversos tipos de intervenções de uso de força.

Diretrizes nº 14, 15, 16 e 17, da Portaria nº 4226.

(...) 14. As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente


de segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de folga, de maneira a
serem preservados os períodos de descanso, lazer e convivência sócio familiar.
15. A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer assunto que
englobe o uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de seu currículo formal e
tempo de serviço, áreas de atuação, experiências anteriores em atividades fim, registros
funcionais, formação em direitos humanos e nivelamento em ensino. Os instrutores
deverão ser submetidos à aferição de conhecimentos teóricos e práticos e sua atuação
deve ser avaliada.
38

16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada tipo
de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação técnica,
psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica mínima.
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for
introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico
com vistas à habilitação do agente. (...)

Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos


Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei

Princípio nº 19

19. Os governos e organismos encarregados da aplicação da lei deverão assegurar


que todos os responsáveis pela aplicação da lei recebam treinamento e sejam examinados
com base em padrões adequados de competência para o uso da força. Os responsáveis
pela aplicação da lei que tenham de trazer consigo armas de fogo só devem receber
autorização para fazê-lo após terem completado o treino necessário relativamente ao uso
de tais armas.
Comentários 2
Questões éticas
É importante salientar as questões de natureza ética que, juntamente com
os Princípios dos Direitos Humanos, devem ser parte importante no treinamento, sendo
que essa qualificação deve preparar os Agentes de Segurança Pública também para o uso
de alternativas de força, incluindo a solução pacífica de conflitos, compreensão do
comportamento de multidões e métodos de persuasão, que podem reduzir
consideravelmente a possibilidade de confronto.
Utilização de arma de fogo
Sobre a utilização de arma de fogo, os Agentes de Segurança Pública
precisam estar devidamente treinados para tal mister devendo, ainda, estar orientados
sob o ponto de vista emocional acerca do estresse que envolve situações dessa natureza.
O treinamento também deve conter aspectos relacionados a fatos ocorridos
no cotidiano do Agente de Segurança Pública, aspectos esses que servem como exemplo
quando da realização das atividades, o que servirá para facilitar o trabalho dos Agentes
quando porventura forem intervir em situações de natureza semelhante.

Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos


Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei
39

Princípios nº 1 e 20

(...) 1. Os governos e entidades responsáveis pela aplicação da lei deverão adotar


e implementar normas e regulamentos sobre o uso da força e de armas de fogo pelos
responsáveis pela aplicação da lei. Na elaboração de tais normas e regulamentos, os
governos e entidades responsáveis pela aplicação da lei devem examinar constante e
minuciosamente as questões de natureza ética associadas ao uso da força e de armas de
fogo.
(...)
20. Na formação profissional dos responsáveis pela aplicação da lei, os governos e
organismos encarregados da aplicação da lei devem dedicar atenção especial às questões
de ética policial e direitos humanos, especialmente durante o processo de investigação; a
alternativas ao uso da força e armas de fogo, incluindo a solução pacífica de conflitos, a
compreensão do comportamento das multidões e os métodos de persuasão, negociação e
mediação, bem como os meios técnicos, destinados a limitar o uso da força e armas de
fogo. Os órgãos encarregados da aplicação da lei devem rever os seus programas de
treinamento e procedimentos operacionais à luz de eventuais incidentes concretos. (...)

Comentário 3
Responsabilidade pelo Uso da Força
A responsabilidade direta pelo uso da força poderá recair sobre o autor, os
superiores ou a equipe de Agentes de Segurança Pública. Vale lembrar que é de nossa
responsabilidade a proteção do bem maior: a vida e a integridade das pessoas.
Os agentes de segurança pública só podem empregar a força quando
estritamente necessária e na medida exigida para o cumprimento do seu dever, devendo
evitar e opor-se, com rigor, a quaisquer violações da lei1. A responsabilidade direta pelo
uso de força será:
a) DO AUTOR: é individual e, portanto, recai sobre o agente de segurança pública
que a empregou2.
b) DOS SUPERIORES OU CHEFES: igualmente serão responsabilizados quando
agentes de segurança pública sob suas ordens tenham recorrido ao uso excessivo de força
e estes superiores não adotarem todas as medidas disponíveis para impedir, fazer cessar
ou comunicar o fato3.
O cumprimento de ordens superiores não será justificado quando os agentes
de segurança pública tenham conhecimento de que uma determinação para usar de força
ou armas de fogo, foi manifestamente ilegal e que estes agentes de segurança pública
tenham tido oportunidade razoável de se recusarem a cumpri-la. Em qualquer caso, a
responsabilidade caberá também aos superiores que tenham dado ordens ilegais.

Objetivo do Disparo

O dever funcional do Agente de Segurança Pública é entendido como servir


e proteger a sociedade, preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do
patrimônio, garantindo a vida, a dignidade e a integridade de todos.
Quando um Agente de Segurança Pública dispara sua arma de fogo em
cumprimento do seu dever, como último recurso na escala de uso de força, não o faz para
40

advertir, assustar, intimidar ou ferir um agressor. Ele o faz para interromper, de imediato,
uma ação que atente contra a própria vida ou à de outra pessoa.
Algumas variáveis que estão presentes na intervenção do Agente de
Segurança Pública nas quais o confronto armado pode resultar na morte do agressor:
a) controladas pelo Agente de Segurança Pública: Características balísticas da arma
utilizada, distância e quantidade dos disparos, tipo de munição (calibre, potência, alcance);
b) parcialmente controladas pelo Agente de Segurança Pública: Direcionamento do
disparo (local do corpo do agressor em que se dará o impacto). Em situação de ambiência
operacional (teatro de operações), a precisão da pontaria pode sofrer graves reduções,
mesmo para atiradores experientes, devido a situações diversas tais como fatores
ambientais (periculosidade do local, luminosidade, chuva, entre outros), condições
psicomotoras do Agente de Segurança Pública (cansaço, agitação, nervosismo, batimento
cardíaco, tremores, entre outros) e o próprio dinamismo do alvo (movimentação do
agressor).
c) não controladas pelo Agente de Segurança Pública: Compleição física, estado
emocional e resistência orgânica da pessoa atingida.
A letalidade (morte do agressor) nunca será entendida como o objetivo final
da ação de disparar a arma pelo Agente de Segurança Pública. Contudo, o resultado
“morte” poderá ser decorrente dos efeitos lesivos próprios do instrumento utilizado (arma
de fogo). Tais efeitos, sujeitos ainda às variáveis apresentadas nos objetivos do disparo,
não são plenamente controlados pelo Agente de Segurança Pública.
Portanto, quando o Agente de Segurança Pública atira contra um agressor,
considera-se o uso de força potencialmente letal (e não uso de força letal), reafirmando a
intenção de controlar a ameaça (e não de produzir um resultado morte). Mesmo porque,
logo após efetuar o disparo, estando a pessoa ferida, o Agente de Segurança Pública
obrigatoriamente providenciará, de imediato, todo o socorro necessário para minimizar os
efeitos dos ferimentos, visando salvar-lhe a vida.

Diretriz nº 10, letra “a”, da Portaria nº 4226.

Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de segurança


pública envolvido deverá realizar as seguintes ações:
a. facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos feridos;

Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos


Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei

Princípio nº 5, letra “c”

(...) 5. Sempre que o uso legítimo da força e de armas de fogo for inevitável, os
responsáveis pela aplicação da lei deverão: (c) Assegurar que qualquer indivíduo ferido ou
afetado receba assistência e cuidados médicos o mais rápido possível; (...)
Importante!
41

O Agente de Segurança Pública disparará (atirará) a arma de fogo contra


uma pessoa, no exercício das suas atividades, como último recurso (medida extrema de
Uso da Força), em caso de legítima defesa própria ou de terceiros, contra perigo iminente
de morte ou ferimentos graves. Ver Diretriz nº 3, da Portaria nº 4226.
Nos casos em que o Agente de Segurança Pública dispara sua arma de fogo
contra uma pessoa é importante considerar as diversas circunstâncias que poderão
interferir na precisão do tiro, conforme descrição anterior contida no tópico “Objetivo do
Disparo” (item “parcialmente controladas pelo Agente de Segurança Pública”).
Sempre que as circunstâncias permitirem o Agente de Segurança Pública
deverá, desde que não coloque em risco a própria vida ou a de terceiros, disparar nas
partes do corpo do agressor que minimizem o risco de morte. A Capacitação para a
realização com efetividade de disparos “menos ofensivos” deverá fazer parte do
treinamento com armas de fogo aplicado aos Agentes de Segurança Pública que já
superaram o nível básico do treinamento.
O Agente de Segurança Pública deverá evitar atirar quando as consequências
do disparo puderem ser piores que as ameaças sofridas pelas pessoas que estiverem sendo
defendidas. Os agressores, ao contrário dos Agentes de Segurança Pública, não levam em
consideração os efeitos negativos do seu disparo e nem se dão conta de alguma
consequência técnica como a “bala perdida” que possa vir a atingir inocentes. Ao contrário,
eles se valem de tal oportunidade, a de acertarem pessoas do povo, por saberem que os
Agentes de Segurança deixarão de persegui-los para prestarem socorro a essas possíveis
vítimas.
O Agente de Segurança Pública é qualificado profissionalmente para seguir
as regras do ordenamento jurídico sob os preceitos da ética profissional, baseada na
premissa de proteger a integridade física das pessoas, promovendo a dignidade humana e
os Direitos Humanos.
A prioridade na ação do Agente de Segurança Pública é a preservação de vidas.
Essa é a diferença marcante sobre as consequências em relação aos disparos de arma de
fogo efetuados por um Agente de Segurança Pública e os desferidos por um agressor.
Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei
(...) Artigo 2.º No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela
aplicação da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os
direitos fundamentais de todas as pessoas.(...)
Os Agentes de Segurança Pública devem ter pleno conhecimento sobre os
aspectos éticos e legais que envolvem a sua ação profissional.
Para tanto, deverão atualizar-se sobre a doutrina, além de treinar,
regularmente, as técnicas de uso do seu armamento e equipamento de trabalho.

Diretrizes nº 16, 17 e 18, da Portaria nº 4226

(...) 16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada
tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação
técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica
mínima.
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for
introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico
com vistas à habilitação do agente.
42

18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita
com periodicidade mínima de 1 (um) ano. (...)

Circunstâncias especiais para disparo de arma de fogo.

Existem algumas circunstâncias especiais, típicas do serviço operacional, que


requerem atenção diferenciada por parte do Agente de Segurança Pública. Vejamos a
seguir:
• Distúrbio Civil e outras situações de aglomeração de público
• Vigilância de pessoas sob custódia do Agente de Segurança Pública
• Disparos com munições de menor potencial ofensivo
• Disparos Táticos
• Disparos de dentro da viatura de Segurança Pública em movimento ou contra
veículos em fuga
• Disparos de advertência
• Disparos contra animais

Distúrbio civil e outras situações de aglomeração de público:


A REGRA GERAL É NÃO DISPARAR A ARMA DE FOGO NESSES TIPOS DE
INTERVENÇÃO.
Excepcionalmente, o Agente de Segurança Pública que estiver encarregado
da segurança da equipe (grupo ou pelotão) poderá disparar sua arma de fogo nos casos
de legítima defesa própria ou de terceiros, contra ameaça iminente de morte ou ferimento
grave. Esses disparos devem ser dirigidos a um alvo específico (Agente causador da
ameaça) e na quantidade minimamente necessária para fazer cessar a agressão. Somente
serão utilizados quando não for possível empregar outros meios menos lesivos.
Antes de atirar, deverá dedicar especial atenção à segurança do público e
empregar munições ou armas adequadas (tipo, potência e alcance).
IMPORTANTE!
Sobre o controle de distúrbio civil é necessário considerar que:
A presença de aglomeração de pessoas reforça a regra de que o Agente de
Segurança Pública somente poderá disparar sua arma quando for estritamente necessário
para proteger vidas. Sob nenhuma circunstância, será aceitável atirar indiscriminadamente
contra uma multidão, como recurso para dispersá-la.
Vigilância de pessoas sob custódia do Agente: A REGRA GERAL É NÃO
DISPARAR A ARMA DE FOGO. Todavia, seu emprego está autorizado, quando outros meios
menos lesivos se mostrem ineficazes e seja estritamente necessário o disparo, nos casos
de legítima defesa própria ou de outrem, quando o indivíduo, durante a fuga, provocar
ameaça iminente de morte ou ferimento grave.
IMPORTANTE!
NÃO É JUSTIFICÁVEL DISPARAR ARMA DE FOGO CONTRA UMA PESSOA EM FUGA,
que esteja desarmada ou que, mesmo possuindo algum tipo de arma, não represente risco
iminente ou atual de morte ou de grave ferimento aos Agentes de Segurança Pública ou a
terceiros.
43

Disparos com munições de menor potencial ofensivo: são disparos com


equipamento apropriado ou arma de fogo, em que se utiliza munição especial (elastômero
- projétil de látex macio ou similar). Normalmente, são empregadas em operações de
manutenção da ordem pública e controle de distúrbios. As regras para o disparo com essas
munições não são tão restritivas como as que se aplicam às munições convencionais
(somente em defesa da vida). Contudo, suas características e finalidades permitem seu
emprego em situações como a de manutenção da ordem pública e de controle de
distúrbios, quando o nível de força a ser aplicado for menor ao que se aplicaria nos disparos
de armas de fogo com munições convencionais.
Nessas situações, o Agente de Segurança Pública deve considerar as
possíveis consequências (riscos) de atirar e a sua responsabilidade pela proteção da vida
de outras pessoas, devendo observar:
• as especificações técnicas para seu uso, sistemas de disparo, distância em que
podem atirar com segurança, alcance e trajetória de projéteis, efeitos em ambientes
fechados, entre outros;
• que os disparos efetuados com esse tipo de munição tem pouca precisão;
• que devem ser evitados os disparos diretos contra as partes mais sensíveis do
corpo, principalmente locais de risco de lesões graves: cabeça, olhos, ouvidos, entre
outros. Os disparos devem ser dirigidos para a região dos membros inferiores;
• mesmo quando utilizado dentro das regras citadas, o risco de um possível efeito
letal ou de graves lesões continua existindo, mas em um nível bastante inferior, quando
comparado ao uso de munições convencionais para arma de fogo;
• os disparos devem ser seletivos e realizados, especificamente, contra as pessoas
que estejam causando as ameaças.
Disparos táticos: são realizados para obter uma vantagem tática, para dar mais
segurança ao reposicionamento da equipe de Agentes de Segurança Pública no terreno.
Não devem ser dirigidos contra pessoas. São aqueles normalmente efetuados pelo Agente
de Segurança para dar cobertura a companheiros durante confrontos armados (“fogo e
movimento”), também, para diminuir a luminosidade de um ambiente, romper a fechadura
de uma porta ou de outros obstáculos. O Agente de Segurança Pública que o realiza deve
estar devidamente treinado, para não colocar em risco a sua integridade física e a de outras
pessoas.
Disparos de dentro da viatura de Segurança Pública em movimento ou contra
veículos em fuga (similaridade com uso de embarcações):
A REGRA GERAL É NÃO ATIRAR!
Nas situações de perseguição veicular (ou barco/lancha) existem algumas
circunstâncias em que a vida do Agente de Segurança Pública ou a de terceiros se encontra
em grave e iminente risco, como nos casos de atropelamentos ou acidentes intencionais
provocados pelo veículo em fuga (o motorista utiliza o veículo como “arma”). Esses
disparos representam a única opção do Agente de Segurança para detê-lo. Ver Diretriz nº
04, Portaria 4226.
Nessas situações, antes de efetuar o disparo, devem ser consideradas as
possíveis consequências (riscos) do tiro, e sua responsabilidade na proteção da vida de
outras pessoas. Para isso, deve-se observa o contido na próxima página:
• estes disparos têm pouca eficácia para fazer parar um veículo e os projéteis podem
ricochetear (no motor ou pneus) ou atravessar o veículo ou, até mesmo, não atingi-lo,
convertendo-se em “balas perdidas”;
• se o condutor for atingido, existe um risco elevado de que ele perca o controle do
veículo e cause acidentes graves;
44

• estes disparos tem pouca precisão, o disparo fica prejudicado pelo movimento do
veículo e o balanço provocado por ele, inclusive quando efetuados por atiradores
experientes;
• existe a possibilidade de que vítimas (reféns) estejam no interior do veículo
perseguido, inclusive dentro do porta-malas;
• os disparos efetuados pelos Agentes de Segurança Pública podem provocar um
revide por parte dos abordados, incrementando ainda mais o risco para outras pessoas,
principalmente em áreas urbanas (balas perdidas). O mais recomendável é distanciar-se
do veículo em fuga e, sem perdê-lo de vista, adotar medidas operacionais para efetuar o
cerco e bloqueio. Recomenda-se, ainda, solicitar reforço para que a intervenção possa ser
realizada com mais segurança.
IMPORTANTE!
Os Agentes de Segurança Pública não deverão disparar contra veículos que
desrespeitem o bloqueio de via pública, a não ser que ele represente um risco imediato à
vida ou à integridade dos Agentes ou de terceiros, por meio de atropelamentos ou
acidentes intencionais (o motorista utiliza o veículo como “arma”).

Diretriz nº 5 da Portaria 4226.

(...)5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite
bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de
morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros. (...)
Disparos de advertência: A REGRA É NÃO DISPARAR a arma de fogo com
esta finalidade. Quando o Agente de Segurança Pública atira com sua arma, não o
faz para advertir ou para assustar, o faz para interromper, de imediato, uma agressão
contra a sua vida ou a de terceiros. Considerando as possíveis consequências desse
tipo de ação, os Agentes de Segurança Pública não devem atirar para fazer valer sua
advertência:
• nos disparos feitos para cima o projétil retorna ao solo com força suficiente
para provocar lesões ou morte. Nos disparos feitos contra o solo ou contra paredes
ele pode ricochetear e também provocar lesões ou morte;
• esses disparos podem fazer com que outros Agentes de Segurança Pública
que estejam atuando nas proximidades pensem, de maneira equivocada, que estão
sendo alvos de tiros de agressores, o que pode provocar neles reação indevida;
• os disparos efetuados pelos Agentes de Segurança Pública podem provocar
revide por parte dos agressores, incrementando ainda mais o risco contra a equipe e
contra outras pessoas.
45

Portaria nº 4226, Princípio nº 6

(...) 6. Os chamados "disparos de advertência" não são considerados prática


aceitável, por não atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em razão da
imprevisibilidade de seus efeitos. (...)
Disparo contra animais: poderá ocorrer após serem tentados outros meios de
contenção e quando o animal:
• encontrar-se fora de controle, agressivo, ou representar grave e iminente perigo
contra as pessoas ou ao patrimônio;
• encontrar-se agonizante e numa situação de ferimentos ou enfermidade na qual
necessite ser sacrificado para evitar sofrimento desnecessário e não estiver próximo a
veterinário que possa realizar esta tarefa e não houver condições de atendimento por
outros Órgãos responsáveis.
Exemplo: animal atropelado, ferido, agonizante e caído em rodovia deserta
em situação de penúria. É importante considerar que quaisquer tratamentos cruéis
cometidos contra animais poderão constituir em crime previsto na legislação brasileira.
Sobre isso existem dispositivos legais que estabelecem a proteção deles. Caberá, portanto,
ao Agente de Segurança Pública, antes de disparar, avaliar os possíveis resultados dessa
ação, seus reflexos na segurança do público em geral e dos prejuízos ou danos materiais
ao proprietário do animal.
LEMBRE-SE:
O treinamento e a avaliação constantes do uso da arma de fogo propiciarão
melhor capacidade técnica ao Agente de Segurança Pública, resultando em credibilidade e
legitimidade junto à população.

Diretriz nº 16, 17 e 18, Portaria 4226

(...) 16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada
tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação
técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica
mínima.
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for
introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico
com vistas à habilitação do agente.
18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita
com periodicidade mínima de 1 (um) ano.(...)
46

Disparos de armas de fogo: Agentes de Segurança Pública x


infratores

Faz-se necessário distinguir claramente, sob o enfoque prático, as diferenças


existentes entre os disparos de armas de fogo efetuados pelos Agentes de Segurança
Pública em resposta aos tiros contra eles realizados pelos agressores.
Observe atentamente o quadro a seguir:
Categoria Objetivos Local de Atuação Preocupação com
terceiros
Policiais Defender a vida das Junto à sociedade TOTAL: Qualquer
pessoas. pessoa do público
SERVIR E atingida ou ferida é
PROTEGER extremamente grave e
comprometedor
Cidadãos Delinquir Junto à sociedade NENHUMA: O público
Infratores atingido facilita a fuga,
pois ocupará a polícia
com o socorrimento

O TRIÂNGULO DO USO DA FORÇA

O Triângulo do Uso da Força é um modelo de tomada de decisão destinado


a desenvolver sua habilidade para responder com qualidade e profissionalismo às situações
operacionais de confronto com o uso de força (ou armas de fogo).
Os três lados do triângulo equilátero representam 3 fatores: habilidade,
oportunidade e risco.
47

Habilidade

Capacidade física do agressor de causar danos no Agente de Segurança


Pública ou em outras pessoas. Pode ser representada pelo agressor que possui uma arma
de fogo ou uma faca.
Esse fator pode, ainda, ser representado pela capacidade física, habilidade
em artes marciais ou compleição física avantajada que seja significativamente superior à
do próprio Agente de Segurança Pública.

Oportunidade

Diz respeito ao potencial do agressor em usar sua habilidade para matar ou


para ferir gravemente o Agente de Segurança Pública ou outra pessoa. Um suspeito
desarmado, mas muito forte, pode, em tese, ter a habilidade de ferir seriamente ou matar
uma outra pessoa de menor compleição e menos condicionada fisicamente. A
oportunidade, entretanto, não existe se este suspeito está a vinte metros de distância, por
exemplo. De igual maneira, um suspeito armado com uma faca tem a habilidade para
matar ou para ferir seriamente, mas pode faltar oportunidade se você aumentar a distância
entre as partes – no caso, você e ele.

Risco

Existe risco quando um agressor toma vantagem da sua habilidade e


oportunidade para colocar Agentes de Segurança Pública ou outras pessoas em iminente
risco de vida ou de lesões graves.
Uma situação na qual uma pessoa suspeita de roubo recusa-se a soltar a arma de
fogo quando acuada, após uma perseguição a pé pelos Agentes de Segurança Pública,
pode constituir-se em risco.
Comentário
Raciocinar sobre o Triângulo do Uso da Força pode auxiliá-lo nas suas
intervenções como Agente de Segurança Pública. Além disso, ao lidar com um suspeito
não cooperativo que está armado, você deve, em primeiro lugar, buscar um abrigo para,
então, lidar com ele. Em seguida, você deve aumentar a distância entre você e o agressor,
o que dificultará o ataque. Em terceiro lugar, solicite cobertura. Não tente resolver a
situação isoladamente.
Aumentar o número e qualidade (equipes especializadas) dos Agentes de
Segurança Pública no local pode desencorajar o agressor. Em último caso, havendo risco
demasiado para você e para a comunidade, avalie a possibilidade de se retirar do local ou
facilitar a fuga do agressor, pois “uma prisão sempre pode aguardar uma nova
oportunidade”, mas a perda de uma vida é irreversível! Estando protegido e sendo possível,
utilize a negociação e a persuasão, determinando ao suspeito que se renda. Quando a
situação permitir, a verbalização deverá ser combinada com a demonstração de força. O
suspeito deve entender a sua disposição e firme resolução em controlá-lo, utilizando, se
for o caso, inclusive de força letal.
Avaliação de riscos:
48

Toda intervenção envolve algum tipo de risco potencial que deverá ser
considerado pelo Agente de Segurança Pública. O risco é a probabilidade de concretização
de uma ameaça contra pessoas e bens; é incerto, mas previsível. Cada situação exigirá
que ele se mantenha no estado de prontidão compatível com a gravidade dos riscos que
identificar. Uma ponderação prévia irá orientar o Agente de Segurança Pública sobre a
necessidade e sobre o momento de iniciar a intervenção, escolhendo a melhor maneira
para fazê-lo. Toda ação do Agente de Segurança Pública deverá ser precedida de uma
avaliação dos riscos envolvidos, que consiste na análise da probabilidade da concretização
do dano e de todos os aspectos de segurança que subsidiarão o processo de tomada de
decisão em uma intervenção.
O Agente de Segurança Pública deverá ter em mente que, em qualquer
processo de tomada de decisão em ambiente operacional, precisa levar em conta as
atribuições do Órgão de Segurança Pública a que pertence. Em geral, pode-se resumir
como sendo o dever funcional de servir e de proteger a sociedade, preservar a ordem
pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, garantindo a vida, a dignidade e a
integridade de todos.
Aplicação da avaliação de risco:
A avaliação possibilita o uso de técnicas e de táticas adequadas às diversas
formas de intervenção do Agente de Segurança Pública. Para cada nível de risco
determinado deverá haver uma conduta operacional correspondente, como referência para
a ação do Agente de Segurança Pública, cabendo-lhe selecionar os procedimentos mais
adequados a cada situação.
Cada atuação do Agente de Segurança Pública é cercada de particularidades.
Não existem intervenções iguais, contudo, é possível desenhar um conjunto de “situações
básicas” que podem servir de modelos aplicáveis ao treinamento. A sistematização das
respostas esperadas a partir da identificação e da classificação de riscos em uma
intervenção viabiliza a seleção e a aplicação de procedimentos adequados à solução de
problemas. LEMBRE-SE:
Às vezes não é possível afastar completamente o risco em uma intervenção,
mas o preparo mental, o treinamento e a obediência às normas técnicas garantem uma
probabilidade maior de sucesso!
Finalizando...
As implicações do uso (letal) de armas de fogo podem ser limitadas no
âmbito das normas penais. No entanto, é fundamental que as consequências pessoais para
os Agentes de Segurança Pública envolvidos sejam destacadas.
Embora existam parâmetros de como as pessoas reagem a acontecimentos
estressantes, a resposta específica de cada uma depende, em primeiro lugar, dela própria
sendo, após, ditada pelas circunstâncias particulares de cada acontecimento.
O fato de que haja aconselhamento psicológico disponível ao Agente de
Segurança Pública quando do acontecimento não elimina a profunda experiência emocional
que esse Agente sofre em consequência dos disparos de arma de fogo por ele realizados,
mas deve ser visto como a aceitação da gravidade do incidente. É preciso evitar a
vulgarização operacional de ações dessa natureza.

Diretriz 10, letra “d”, Portaria 4226

(...) 10. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de
segurança pública envolvido deverá realizar as seguintes ações:
49

d. preencher o relatório individual correspondente sobre o uso da força, disciplinado


na Diretriz n.º 22. (...)
Nos casos de morte, ferimento grave ou consequências sérias, um relatório
pormenorizado deve ser prontamente enviado às autoridades competentes, responsáveis
pelo controle e avaliação administrativa e judicial.
O abuso no uso da força não deve ser tolerado. A atenção deve estar voltada
para a prevenção desses atos, mediante formação e treinamento regular apropriado e
procedimentos de avaliação e supervisão adequados.
Sempre que houver uma suspeita ou denúncia de abuso, deve haver uma
imediata investigação, profissional e imparcial, por parte do respectivo Órgão de Segurança
Pública.

Unidade 4 - Uso Diferenciado da Força

Apresentação da Unidade

Espera-se que o encarregado de aplicação da lei tenha a capacidade de


distinguir entre inúmeras tonalidades de cinza, em vez de apenas fazer a distinção entre o
preto e branco, certo ou errado. (C.ROVER)
Ao Agente de Segurança Pública exige-se que tenha um alto grau de
profissionalismo, inteligência e percepção. Diante de uma intervenção, poderá ser exigido
a ele que trate com cortesia, dignidade e respeito humano todas as pessoas, e,
paradoxalmente, ser-lhe-á exigida precisão ao efetuar um disparo letal de arma de fogo
para proteger a vida de um cidadão.
Este módulo oferece as condições necessárias para que você possa discutir sobre
este assunto: Uso Diferenciado da Força.

Uso Diferenciado da Força

Marcelo Vladimir Corrêa – Tenente Coronel da PMMG.


Entende-se por uso diferenciado de força, o resultado escalonado das possibilidades
da ação agente de segurança pública, diante de uma potencial ameaça a ser controlada.
Essas variações de níveis podem ser entendidas desde a simples presença e postura
correta do agente de segurança pública em uma intervenção, bem como o emprego de
recurso de menor potencial ofensivo e, em casos extremos, o disparo de armas de fogo.
É Importante considerar que este texto trata do uso de força de forma
individualizada, ou seja, de um agente de segurança em relação a um ou mais abordados,
ou de uma equipe de agentes de segurança pública em face de um grupo de pessoas. O
uso de força é um tema que engloba muitos tópicos, dentre eles, o uso de arma de fogo,
que é qualificado como sendo último recurso ou medida extrema de uma intervenção
agente de segurança pública.
50

É necessário ter um conceito claro e objetivo de "força". A palavra tem


significados diferentes dependendo do contexto. Geralmente força representa energia,
ação de contato físico, vigor, robustez, esforço, intensidade, coercitividade, dentre outros.
A força, no âmbito da segurança pública, é definida como sendo o meio pelo
qual a agência de segurança controla uma situação que ameaça a ordem pública, a
dignidade, a integridade ou a vida das pessoas. Sua utilização deve estar condicionada à
observância dos limites do ordenamento jurídico e ao exame constante das questões de
natureza ética.
A força implementada por um agente de segurança pública é um ato
discricionário, legal, legítimo e profissional, que pode e deve ser usada em seu cotidiano,
sem receio das consequências advindas de seu emprego, desde que cumpra com os
princípios éticos e legais.
O Estado detém o monopólio do uso de força que é exercida por intermédio
dos seus órgãos de segurança. Assim, o agente de segurança pública, no cumprimento de
suas atividades, poderá usá-la para repelir uma ameaça à sua segurança ou de terceiros
e à estabilidade da sociedade como um todo (uma violência contra o agente de segurança
pública é um atentado contra a própria sociedade).
Deve ficar claro para o agente de segurança pública que o uso de força não
se confunde com violência, haja vista que esta última é uma ação arbitrária, ilegal, ilegítima
e não profissional. O uso excessivo de força também se configura ato de violência e abuso
de poder.
O Agente de segurança pública poderá usar a força no exercício das suas
atividades, e para tanto, não é necessário que ele ou outrem seja atacado primeiro, ou
exponha-se desnecessariamente ao perigo, antes que possa empregá-la. É essencial que
ele se aperfeiçoe constantemente em procedimentos para a solução pacífica de conflitos,
estudos relacionados ao comportamento humano, conhecimento de técnicas de persuasão,
negociação e mediação, dentre outros que contribuam para a sua profissionalização nesse
tema.

Objetivos da Unidade

Ao final desta unidade, você será capaz de:


• Identificar os níveis de utilização da Força e a ação do Agente de Segurança
Pública adequada a cada nível;
• Identificar os níveis de submissão dos suspeitos para exercer melhor controle nas
situações que exigirem uso da força;
• Identificar as reações fisiológicas que afetam o corpo humano nas situações de
sobrevivência.
• Reconhecer a importância do preenchimento do Roteiro de Relatórios e de
Apuração Referente ao Uso da Força e da Arma de Fogo.
Ao trabalhar na atividade de Agente de Segurança Pública, é necessário
trazer consigo um leque de respostas variadas para situações de enfrentamento. Ter
apenas uma ou duas respostas não será suficiente para enfrentar uma agressão.
Uma vez que existam resistências e agressões em variadas formas e níveis
de intensidade, o Agente de Segurança Pública terá que adequar sua reação à intensidade
da agressão, estabelecendo formas de comandar e direcionar o suspeito, provendo seu
controle. (MOREIRA, 2001).
51

ROVER (2000) afirma que: “Os governos deverão equipar os responsáveis


pela aplicação da lei (CCEAL) com uma série de meios que permitam uma abordagem
diferenciada ao Uso da Força e armas de fogo”.
Cada encontro entre o Agente de Segurança Pública e o cidadão deve fluir
em uma sequência lógica e legal de causa e efeito, baseada na percepção do risco por
parte do Agente de Segurança Pública e na avaliação da atitude daquele que é o suspeito.
Esse fluxo deve ser uma constante, como um medidor de suas ações:
aumento ou intervenção, assim como de diminuição ou não intervenção durante um
confronto. Essa sequência é chamada de Uso Diferenciado da Força.
Todo Agente de Segurança Pública deverá utilizar equipamentos de proteção
individual (EPI) específicos para sua atuação, além de alternativas de armamentos e
tecnologias, inclusive os de menor potencial ofensivo, para propiciar opções de Uso
Diferenciado de Força (Interpretação do Princípio nº 2, dos PBUFAF). (Ver Diretriz nº 2, da
Portaria 4226.)
Não portar tais materiais no momento oportuno, muitas vezes por
negligência do Agente, pode levá-lo a fazer uso de técnicas que contrariam os Princípios
do Uso de Força.
Especial atenção deve ser dada aos Agentes que não trabalham fardados,
ostensivamente, e que necessitam fazer uso dos armamentos e equipamentos.
Exemplo: o Agente de Segurança Pública que não se equipou com bastão
Tonfa, em que pese estar disponível, e usa a arma de fogo para dar coronhadas.
O Uso Diferenciado da Força consiste na avaliação de três situações distintas:
• Percepção do Agente de Segurança Pública em relação ao individuo suspeito;
• Alternativas do Uso da Força;
• Resposta do Agente de Segurança Pública.
Importante!
O Agente de Segurança Pública decide a respeito da utilização de força com
base em sua percepção do indivíduo suspeito, dentro de circunstâncias que são tensas,
incertas e rapidamente envolventes.

Níveis de Força

A escolha do nível adequado de força a ser usado depende muito de como o


Agente de Segurança Pública está equipado e como está treinado. A opção variada de uso
de equipamentos como cassetetes (tonfa), gás pimenta ou lacrimogêneo, armas com
menor potencial ofensivo, coletes à prova de balas, conhecimento de técnicas de defesa
pessoal, possibilita um aumento da confiança do Agente de Segurança Pública.
Para atuar em uma intervenção em que seja necessário o uso da força, o
Agente de Segurança Pública precisa estar equipado com opções variadas de força. Caso
o Agente de Segurança Pública chegue em uma intervenção, somente com sua arma de
fogo, sem conhecimento de técnicas de defesa pessoal, lhe restará como única opção o
uso da arma de fogo, na eventual falha da verbalização.
52

Níveis de resistência da pessoa abordada

A pessoa abordada durante a intervenção do Agente de Segurança Pública


pode atender ou não às determinações por ele dadas, ou seja, ela poderá colaborar ou
resistir à abordagem. O seu comportamento é classificado em níveis que devem ser
entendidos de forma dinâmica, uma vez que podem subir, gradual ou repentinamente, do
primeiro nível até o último, ou terem início em qualquer nível e subir ou descer.

O abordado pode apresentar os seguintes níveis de resistência:

Cooperativo

A pessoa abordada acata todas as determinações do Agente de Segurança


durante a intervenção, sem apresentar resistência.
Exemplo: o motorista que apresenta, prontamente, toda a documentação
solicitada e atende às orientações do Agente de Segurança durante operação do tipo Blitz.

Resistência passiva

A pessoa abordada não acata, de imediato, às determinações do Agente de


Segurança Pública, ou o abordado opõe-se às ordens, reagindo com o objetivo de impedir
a ação legal. Contudo, não agride o Agente nem lhe direciona ameaças.
Exemplo 1: o abordado reage de maneira espalhafatosa, acalorada, falando
alto, procurando chamar a atenção e conseguir a simpatia dos transeuntes, colocando-os
contra a atuação do Órgão de Segurança Pública, assumindo, assim, a posição de vítima
da intervenção.
Exemplo 2: a pessoa, durante uma abordagem, corre na tentativa de
empreender fuga para frustrar a ação de busca pessoal.

Resistência ativa

Apresenta-se nas seguintes modalidades:


53

• Com agressão não letal

O abordado opõe-se à ordem, agredindo os Agentes de Segurança ou as


pessoas envolvidas na intervenção, contudo, tais agressões, aparentemente, não
representam risco de morte.
Exemplo: o agressor que desfere chutes contra o Agente quando este tenta
aproximar-se para efetuar a busca pessoal.

• Com agressão letal

O abordado utiliza-se de agressão que põe em perigo de morte o Agente de


Segurança ou as pessoas envolvidas na intervenção.
Exemplo: o agressor, empunhando uma faca, desloca-se em direção ao
Agente e tenta atacá-lo.
A seguir, você acompanhará as possíveis reações do Agente de Segurança
Pública frente ao comportamento do abordado.
A decisão entre as alternativas de força se baseará na avaliação de riscos e,
como já visto, é importante considerar a relevância da formação e do treinamento de cada
Agente de Segurança Pública. Assim, ele observará a seguinte classificação dos níveis para
o Uso Diferenciado de Força:

Nível primário

• Presença do Agente de Segurança Pública;


• Verbalização.

Nível secundário - Técnicas de menor potencial ofensivo

• Controle de contato;
• Controle físico;
• Controle com instrumentos de menor potencial ofensivo (IMPO);
• Uso dissuasivo de armas de fogo.

Nível terciário - Força potencialmente letal

• Controles de contato ou controle de mãos livres


54

Veja a seguir a conceituação de cada um dos itens que compõem os níveis


para o Uso da Força pelo Agente de Segurança Pública:

Nível primário.
Presença do Agente de Segurança Pública:

É a demonstração ostensiva de autoridade. O efetivo do Órgão de Segurança


Pública, corretamente uniformizado, armado, equipado e em postura e atitude diligentes,
geralmente inibe o cometimento de infração ou delito naquele local.

Nível primário
Verbalização:

É o uso da comunicação oral (falas e comandos) com a entonação apropriada


e o emprego de termos adequados e que sejam facilmente compreendidos pelo abordado.
As variações da postura e do tom de voz do Agente de Segurança Pública
dependem da atitude da pessoa abordada. Em situações de risco é necessário o emprego
de frases curtas e firmes. A verbalização deve ser empregada em todos os demais níveis
de uso de força. O treinamento continuado e as experiências vivenciadas proporcionam
melhoria na habilidade de verbalização.
A comunicação é um processo de interação estabelecida no mínimo entre
duas pessoas, construindo entre ambas um intercâmbio de sentimentos e ideias. Esse
processo, por si só, já remete a uma série de interpretações diferenciadas, pois, com
características únicas que temos, podemos entender distintamente as mensagens.
55

Importante!
Esse nível de força pode e deve ser utilizado em conjunto com qualquer outro
nível de força sempre que possível.
O treinamento e a experiência melhoram a capacidade do Agente de
Segurança Pública para verbalizar. As palavras-chave na aplicação da lei serão negociação,
mediação, persuasão e resolução de conflitos. A comunicação é o caminho preferível para
se alcançar os objetivos de uma aplicação da lei legítima (ROVER).
Você deve procurar reduzir as possibilidades de confronto pela adequada
utilização da verbalização antes, durante e após o emprego de força. Veja alguns
exemplos:

Exemplo 1

Um Agente de Segurança Pública foi chamado a um bar para separar uma


briga entre dois homens. Ele acalmou a todos e preparava-se para sair quando alguém
gritou: “Eles começaram de novo!”. O Agente de Segurança Pública correu até o balcão do
bar e, quando dava a volta, viu um dos balconistas caído no chão e um jovem em cima
dele. Um brilho metálico na mão do jovem parecia ser uma arma de fogo, ou uma faca no
pescoço do balconista.
O Agente de Segurança Pública, que já tinha sacado seu revólver e estava
pronto para atirar (uma reação parecia ser urgente), teve tirocínio suficiente para fazer
uma verbalização antes de usar sua arma de fogo. Foi uma decisão da qual ele jamais se
arrependeria. O balconista sofria uma crise epiléptica e o jovem era o cozinheiro do bar,
que tentava, com uma colher, desenrolar a língua de seu colega.
Comentários sobre o exemplo 1:
56

Ao proceder à abordagem verbal, explique, através de comandos, cada ação


que o suspeito deve realizar. Trate-o com dignidade e respeito, utilizando linguagem
profissional. Entenda que o fato de o suspeito olhar para você não é uma ofensa ou desafio.
Esteja sempre preparado, pois é difícil prever o que pode acontecer quando
se ordena ao suspeito: “PARADO! NOME DA SUA ORGANIZAÇÃO DE SEGURANÇA
PÚBLICA!”. Ele pode obedecer imediatamente à sua ordem, ou sair correndo feito um
louco, ou, imediatamente, atirar. Qualquer que seja a reação, o momento é tenso, crítico
e cheio de riscos. Ao abordar verbalmente um suspeito, esteja preparado para tudo.
Seja firme! Um comando enérgico pode evitar uma tragédia, impedindo o
uso da força física ou letal. A abordagem verbal estabelece quem você é e o que você quer
que o suspeito faça. Se o suspeito segue as suas ordens, sua segurança, a princípio, estará
garantida e o controle será mantido sem que haja necessidade do uso de arma de fogo.
Aborde verbalmente para que você não seja abordado!
Importante!
Caso o suspeito desobedeça, não encerre os comandos. De preferência, com
a cobertura (reforço) de outros Agentes de Segurança Pública, tente dominá-lo. Insista
nos comandos! Há chance de que o suspeito não esteja ouvindo por estar no meio do
barulho da rua, ou dentro de um automóvel com o rádio ligado, ou ainda pode ser que ele
tenha deficiência auditiva ou esteja sob efeito de álcool e outras drogas. Estando em
supremacia de força, juntamente com os colegas, em trabalho de equipe, tente dominá-lo
fisicamente. Enquanto procedem ao domínio físico, não interrompa os comandos, para que
ele pare de resistir e se entregue!

Outros pontos importantes sobre a verbalização:

1. Atenção à linguagem
Uma atenção especial deve ser dada à linguagem. Alguns Agentes de
Segurança Pública acreditam que, utilizando uma linguagem vulgar, “chula” e ameaçadora,
desencorajam a resistência do suspeito. Diálogos dessa natureza causam espanto e
demonstram falta de profissionalismo. Além disso, uma “ameaça verbal” pode desencadear
uma reação e propiciar o agravamento da situação. O que se busca, ao realizar a
abordagem verbal, é a redução do uso da força e o controle do suspeito.
Considere, ainda, que a sua linguagem pode angariar antipatizantes que,
possivelmente, testemunharão contra você em qualquer processo, afirmando que houve
agressão desnecessária e uso abusivo da força (despreparo do Agente de Segurança
Pública).
2. Use sua autoridade
Seja firme e controle a situação. Dirija comandos claros, curtos e audíveis
para cada atitude que o suspeito deva tomar. Em geral, apenas um Agente deve falar:
“Parado! NOME DA ORGANIZAÇÃO!... Coloque as mãos na cabeça!... Entrelace os dedos!...
Vire de costas para mim!... Ajoelhe-se! .... Cruze as pernas...”.
3. Importância do contato visual
Procure sempre manter o contato visual com o abordado. Fique abrigado,
mas sem perdê-lo de vista. Diga frases usando os verbos no modo imperativo, em tom
alto de voz; demonstre convicção e determinação no que está fazendo.
4. Nível da voz
Lembre-se de flexionar o nível de voz. Sempre que houver acatamento,
abaixe o tom, conquiste a confiança da pessoa abordada. Mas fique sempre atento ao
recurso de elevar bruscamente o tom de voz, caso perceba algo errado.
57

A posição em que o Agente de Segurança Pública empunha sua arma


também ajuda na verbalização, no sentido de que ele tenha o recurso de apontá-la ou não,
conforme o desenrolar do caso, buscando sempre partir do nível mínimo de força e evoluir
gradativamente.
5. Não entre em discussão
Caso o suspeito não acate de imediato suas ordens, repita os comandos,
insista nas suas ordens com firmeza e procure não ficar nervoso. Continue insistindo,
mantenha seu profissionalismo e não se exponha a riscos.
Procure o diálogo; contudo, evite discutir, não entre em “bate-boca”, resista
à tentação de ficar disputando na voz com o suspeito. Deixe que ele fale e após mantenha-
se calmo, insistindo em seus comandos firmes e imperativos, demonstrando sua
determinação. Faça perguntas como: “O que está acontecendo aqui? Por que você não
acata minhas ordens?”.
Razões para reações passivas do suspeito
Considere as possíveis razões pelas quais o suspeito estaria resistindo
passivamente, entre outras:
• Ele não te escuta ou não compreende (por deficiência auditiva, por efeito de álcool
ou outras drogas);
• Ele não acata o seu comando como forma de meramente desafiar ou desmerecer
a ação do Órgão de Segurança Pública, atitude que visa provocar o Agente de Segurança
Pública, conduzindo-o a uma situação vexatória ou de abuso de força (por vezes buscando
angariar simpatia de transeuntes);
• Ele tem algo a esconder e tenta ganhar tempo e distrair a atenção dos Agentes
de Segurança Pública (por vezes com a presença de comparsas);
• Ele tenta ganhar tempo para empreender fuga ou reagir fisicamente contra
Agentes de Segurança Pública.
Quaisquer que sejam as possibilidades, priorize a sua segurança e evite cair
na armadilha das provocações. Conduza o desfecho com isenção e profissionalismo.
Existe Agente de Segurança Pública que leva esse tipo de situação para o
campo pessoal e perde o controle mediante a mínima ponderação do suspeito. Esse Agente
corre o sério risco de expor desnecessariamente sua vida e as de seus companheiros, ou
ainda, de cometer atos de violência.
Faça o que deve ser feito. Adote todas as medidas legais que couberem ao
caso em particular, conduza sua atuação conforme preconizado no escalonamento do Uso
da Força. Seja firme, justo e cortês.
Não ameace o suspeito.
Nem diga nada que não possa cumprir, como: “Vou lhe dizer pela última
vez”. Se ele resolver testar seu blefe, você perderá sua credibilidade. Por outro lado, se
ele obedecer, esteja preparado, não relaxe sua segurança! Esse pode ser o momento mais
perigoso da abordagem.
Controle sobre as mãos do suspeito.
Em todo o tempo, mantenha o controle sobre as mãos do suspeito. Elas são
o local mais provável de onde pode surgir uma agressão. Mantenha o controle sobre o
suspeito, não permita que ele se mova sem sua autorização. Se ele se movimentar
levemente, a sua tendência será acostumar-se com a movimentação e relaxar,
aumentando os riscos. Saiba em todo o tempo a localização exata do suspeito.
Nível secundário – técnicas de menor potencial ofensivo
Controles de contato:
58

Trata-se do emprego de técnicas de defesa pessoal aplicadas no abordado


resistente passivo (não agride o Agente de Segurança Pública), para fazer com que ele
obedeça às ordens dadas. Técnicas de mãos livres poderão ser utilizadas.
Posturas de abordagem com as mãos livres
São técnicas em que o Agente de Segurança Pública faz a intervenção sem
recorrer a quaisquer armamentos, instrumentos ou equipamentos. São estabelecidas para
cada nível de risco, orientando a distância e a angulação de aproximação, bem como a
posição de mãos e de braços do Agente de Segurança Pública.
Estando preliminarmente com as mãos livres e visíveis, o Agente transmitirá
ao abordado a mensagem de que deseja dialogar ou resolver pacificamente o conflito.
Para todas as posturas a mãos livres, o Agente de Segurança Pública deverá
adotar a posição de “base”, utilizada nas artes marciais, variando-se apenas a posição das
mãos e dos braços.
Essa posição permite ao Agente de Segurança equilíbrio e melhores
possibilidades de defesa e de contra-ataque. Também permite maior proteção da arma de
fogo do Agente de Segurança Pública, haja vista que os braços e as pernas mais fortes e,
consequentemente, o coldre (geralmente colocado do lado da mão mais forte) ficam
ligeiramente projetados para a retaguarda. Logo, mais distantes do raio de ação do
abordado.
Controle físico:
É o emprego das técnicas de defesa pessoal, com um maior potencial de
submissão, para fazer com que o abordado resistente ativo (agressivo) seja controlado,
sem o emprego de instrumentos. Visa a sua imobilização e condução, evitando, sempre
que possível, que resulte lesões pelo uso de força.
Controle com instrumentos de menor potencial ofensivo (IMPO):
É o emprego de instrumentos de menor potencial ofensivo - IMPO, para
controlar o abordado resistente ativo (agressivo). Visa a sua imobilização e condução,
evitando, sempre que possível, que resulte em lesões pelo uso de força.
Neste nível, o Agente de Segurança recorrerá aos instrumentos disponíveis,
tais como: bastão tonfa, gás/agentes químicos, algemas, elastômeros (munições de
impacto controlado), “stingers” (armas de impulso elétrico), entre outros, com o fim de
anular ou controlar o nível de resistência.
Uso dissuasivo de armas de fogo:
Trata-se de opções de posicionamento que o Agente de Segurança Pública
poderá adotar com sua arma, para criar um efeito que remova qualquer intenção indevida
do abordado e, ao mesmo tempo, estar em condições de dar uma resposta rápida, caso
necessário, sem, contudo, dispará-la. As posições adotadas implicam percepções
diferentes pelo abordado, quanto ao nível de força utilizado pelo Agente. A ostensividade
da arma de fogo tem um reflexo sobre o abordado que pode ter sua ação cessada pelo
impacto psicológico que a arma provocar.
Exemplo: localizar a arma de fogo no coldre, empunhá-la fora do coldre ou
apontá-la na direção da pessoa correspondem a uma demonstração direta de níveis
diferentes de força que tem forte efeito no controle do abordado e, ao mesmo tempo,
propicia ao Agente condições de repelir agressões contra a própria segurança.

Nível terciário – Força potencialmente letal


Consiste na aplicação de técnicas de defesa pessoal, com ou sem o uso de
equipamentos, direcionadas a regiões vitais do corpo do agressor. Deverão somente ser
59

empregadas em situações extremas que envolvam risco iminente de morte ou lesões


graves para o Agente de Segurança Pública ou para terceiros, com o objetivo imediato de
fazer cessar a ameaça.
São técnicas utilizadas em circunstâncias inevitáveis, quando a força
potencialmente letal representada pelo disparo de arma de fogo torna-se inviável.
Exemplo: agressor atracado ao Agente de Segurança Pública rolando ao solo,
tentando tomar-lhe a arma.
Consiste no disparo de arma de fogo efetuado pelo Agente de Segurança
Pública contra um agressor, devendo somente ocorrer em situações extremas, que
envolvam risco iminente de morte ou lesões graves, com o objetivo imediato de fazer
cessar a ameaça.

Estudo das reações fisiológicas

O corpo humano sofre reações fisiológicas involuntárias que afetam as


habilidades motoras quando confrontado com situações de sobrevivência. Muitas dessas
reações provocam efeitos negativos na capacidade do Agente de Segurança Pública de se
defender em situações de vida ou morte.
As habilidades motoras combinam processos cognitivos e ações físicas que
capacitam a pessoa a realizar tarefas físicas, como disparar uma arma. Conheça os tipos
de coordenações motoras:
Estude a seguir sobre cada uma delas.
Coordenação motora grossa;
Coordenação motora fina;
Coordenação motora complexa

Coordenação motora grossa


Envolve a ação de grandes grupos musculares, preparando a pessoa para
lutar ou fugir. Essas tarefas dependem de grande força e são provocadas em situações de
alto estresse, nas quais o organismo processa adrenalina e outros hormônios.
Coordenação motora fina
Utiliza pequenos grupos musculares como os das mãos e dedos. Essas
habilidades sempre envolvem coordenação das mãos com os olhos, como atirar. Essa
tarefa requer um nível baixo ou não existente de estresse para se obter um resultado
ótimo. Em situações de alto estresse, não é indicada.
Coordenação motora complexa
Envolve múltiplos componentes, como coordenação olho/mão, tempo de
reação, equilíbrio e localização de alvo móvel. Técnicas de defesa pessoal que envolvem
defesa de faca, projeções ao solo e posições de tiro defensivo são exemplos de coordenação
motora complexa. Para atingir um resultado ótimo nessas habilidades, os níveis de estresse
devem estar baixos. Por isso, o alto estresse encontrado em situações de sobrevivência
reduz a habilidade do Agente de Segurança para executar ações que demandem
coordenação motora complexa.
60

Durante situações que envolvam o uso de força potencialmente letal,


Agentes de Segurança Pública experimentam aceleração do batimento cardíaco e
deterioração da coordenação motora fina e complexa, o que dificulta o manuseio de arma
ou a adoção de posições de tiro.
A elevação do batimento cardíaco afeta o sistema nervoso de tal modo que
prejudica a respiração e outras funções vitais involuntárias. O organismo produz hormônios
poderosos como a adrenalina e outras substâncias similares, que aumentam o batimento
cardíaco, a pressão do sangue e redirecionam o sangue das extremidades (dedos) para os
grandes grupos musculares (peito, pernas e braços).
A coordenação e destreza das mãos reduzem drasticamente com a
vasoconstrição. Ocorre ainda a redução da visão periférica e a visão se ajusta para focalizar
objetos próximos. Tudo isso dificulta a visão em profundidade e faz com que o Agente de
Segurança Pública atire para baixo. Mantidas todas essas reações descontroladas, o Agente
de Segurança Pública entrará em estado de pânico.
Uma das chaves para lidar com o estresse em situação de sobrevivência é
controlar o batimento cardíaco, o que pode ser feito respirando profundamente algumas
vezes enquanto tenta “relaxar” e manter o controle.
A respiração tática, como é chamada, proporciona mais oxigênio ao
organismo, reduzindo os batimentos cardíacos. A partir disso, percebe-se que as
habilidades são melhoradas consideravelmente e a ansiedade diminuída.
Direcionamento dos disparos realizados por Agentes de Segurança Pública
Em situação de ambiência operacional (“teatro de operações”), a precisão
da pontaria pode sofrer graves reduções, mesmo para atiradores experientes, devido a
situações diversas, tais como fatores ambientais (periculosidade do local, luminosidade,
chuva, entre outros), condições psicomotoras do Agente de Segurança Pública (cansaço,
agitação, nervosismo, frequência cardíaca, tremores etc.) e o próprio dinamismo do alvo
(movimentação do agressor).
Sempre que as circunstâncias permitirem, e desde que não exponha a risco
a segurança de terceiros ou a dele próprio, o Agente de Segurança poderá disparar em
outras áreas do corpo (principalmente pernas), com a finalidade de reduzir ao mínimo os
ferimentos (ainda assim, permanece o risco de provocar graves lesões ou morte). Esse
procedimento de disparar em outras áreas do corpo será influenciado pela habilidade do
atirador, por reações fisiológicas em situações de estresse extremo, pelo tempo disponível
para o disparo e pela proximidade do alvo (curtíssima distância). A capacitação para
realizar esses disparos com efetividade deverá fazer parte do Treinamento com Armas de
Fogo, aplicado aos Agentes de Segurança que já superaram o nível básico de treinamento.

Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos


Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei

Princípios nº 5, letra “b”

(...) 5. Sempre que o uso legítimo da força e de armas de fogo for inevitável, os
responsáveis pela aplicação da lei deverão:
(b) Minimizar danos e ferimentos, e respeitar e preservar a vida humana; (...)

Roteiro de Relatórios e de Apuração Referentes ao Uso de Força e de Arma de Fogo


61

RELATÓRIOS
(conforme Diretriz nº 24 da Portaria nº 4226)
Os Agentes de Segurança Pública deverão preencher um relatório individual
todas as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor
potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes. O relatório deverá ser encaminhado à
comissão interna mencionada na Diretriz n.º 23 (Portaria 4226) e deverá conter no mínimo
as informações a seguir:
RELATÓRIOS
(conforme Diretriz nº 24 da Portaria nº 4226)
a. circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo por
parte do Agente de Segurança Pública;
b. medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor
potencial ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser contempladas;
c. tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e pessoa
contra a qual foi disparada a arma;
d. instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a
frequência, a distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento;
e. quantidade de Agentes de Segurança Pública feridos ou mortos na ocorrência,
meio e natureza da lesão;
f. quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s)
Agente(s) de Segurança Pública;
g. número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial
ofensivo utilizados pelo(s) Agente(s) de Segurança Pública;
h. número total de feridos e/ou mortos durante a missão;
i. quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas
regiões corporais atingidas;
j. quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo
e as respectivas regiões corporais atingidas;
k. ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o
caso;
l. se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa.
Procedimentos após o disparo de arma de fogo
O Agente de Segurança Pública que disparou sua arma de fogo em serviço,
intencionalmente ou não, deverá reportar tal fato ao seu superior imediato.
Esse superior deverá adotar os procedimentos abaixo, quando esse disparo
causar lesões, morte de pessoas e danos patrimoniais, sem se descuidar das medidas de
socorro e assistenciais imediatas pertinentes:
- promover a preservação do local;
- acionar a perícia (Diretriz nº 11, letra c, da Portaria nº 4226);
- recolher as armas e munições de todos os Agentes de Segurança Pública
envolvidos (Diretriz nº 11, letra b, da Portaria nº 4226); saiba mais...7
- relatar formalmente o fato à autoridade judicial competente, conforme a
respectiva esfera de atuação (letra f do Princípio 11 dos PBUFAF);
- determinar uma imediata investigação dos fatos e das circunstâncias, por meio de
um Agente de Segurança Pública encarregado para proceder à apuração,
62

preferencialmente que não seja membro da equipe envolvida no disparo da arma (Princípio
22 e 23 dos PBUFAF);
- promover a assistência médica e psicológica, em atenção às possíveis sequelas
que os Agentes de Segurança Pública possam sofrer em consequência da intervenção, para
que superem possíveis efeitos traumáticos decorrentes do fato vivenciado no incidente;
- designar um Agente de Segurança Pública com habilidade para contatar com a
família das pessoas atingidas, inclusive com a dos Agentes de Segurança Pública, se for o
caso. Preferencialmente, tal atribuição dever recair em pessoa que não seja membro da
equipe envolvida no incidente (Princípio 05, letra d. e Princípio 23 dos PBUFAF, e Diretriz
nº 11, letra d, da Portaria nº 4226);
- atenuar a tensão da comunidade do local onde se deu o fato, mantendo contato
permanente e esclarecedor com os familiares das pessoas envolvidas e com a mídia
(transparência e profissionalismo);
- providenciar relatório logístico específico para descarga patrimonial de munições.
Sempre que o uso de força pelo Agente de Segurança Pública causar lesões,
morte de pessoas e danos patrimoniais, seu superior imediato deve determinar uma
investigação objetivando verificar se os princípios que o regem foram respeitados:
- O uso de força foi necessário?
- Os Agentes de Segurança Pública tinham outras opções de intervenção e as
consideraram?
- O nível de força utilizado foi moderado e proporcional ao nível de resistência
encontrado?
- A força foi aplicada de forma profissional?
Para responder a estas perguntas é necessário verificar cada situação de
forma específica e analisar todas as circunstâncias envolvidas no fato. Os roteiros a seguir
facilitam a investigação sobre esses tipos de intervenção do Agente de Segurança Pública.
Roteiro básico para apuração de situações de uso de força pelo Agente de Segurança
Pública.
a) O uso de força foi necessário? Qual foi a motivação da intervenção do Agente de
Segurança Pública que resultou em uso de força? O objetivo pretendido pelo Agente de
Segurança Pública tinha embasamento legal? Qual era a gravidade do delito cometido pelo
agressor? (Ver Diretriz nº 2 da Portaria nº 4226)
b) Os Agentes de Segurança Pública realizaram alguma ação, ou adotaram alguma
atitude a qual teria contribuído para provocar o uso de força? A falta de treinamento do
Agente de Segurança Pública, ou emprego de técnicas inadequadas, poderia ter sido a
causa do uso de força? (Ver Diretrizes nº 14, 15, 16 e 17 da Portaria nº 4226)
c) A ação do Agente de Segurança Pública foi influenciada, de alguma forma, por
atitudes preconceituosas relacionadas a cor, orientação sexual, religião, antecedente
criminal e condição social do agressor ou outros relacionados às minorias?
d) Era possível atingir o objetivo da intervenção usando outros meios que não o
emprego de força? Foram consideradas todas as opções? Foram tentadas outras opções
antes do uso de força? Quais? O uso de força foi a última opção utilizada?
e) Os Agentes de Segurança Pública advertiram o agressor quanto ao uso de força,
antes de empregar a técnica? Caso negativo, porque não fizeram?
f) O uso de força foi proporcional ao nível de resistência do agressor? A avaliação
de risco e a decisão quanto ao tipo de intervenção realizada pelo Agente de Segurança
Pública foram adequadas? No caso de resposta negativa, foi devido à falta de treinamento,
emprego de técnicas inadequadas ou por outras razões? Qual era o nível de força
63

necessário para cessar aquela ameaça? As lesões causadas no agressor estão compatíveis
com o nível de força empregado e o tipo de resistência oferecida?
g) Houve uso excessivo de força? Os Agentes de Segurança Pública cessaram o uso
de força no momento em que a resistência do agressor foi controlada?
h) Os Agentes de Segurança Pública prestaram socorro imediato e adequado para
os feridos? Os Agentes de Segurança Pública tiveram a preocupação de diminuir os danos
causados durante a intervenção?
(Ver Diretriz nº 10, item a, da Portaria nº 4226)
i) Os Agentes de Segurança Pública fizeram relatório pormenorizado com todas as
informações sobre o uso de força?
(Ver Diretriz nº 10, item d, da Portaria nº 4226)
j) As famílias das pessoas atingidas foram cientificadas do resultado da intervenção
do Agente de Segurança Pública?
(Ver Diretriz nº 11, item d, da Portaria nº 4226)
Roteiro básico para apuração de situações de uso de força potencialmente
letal (disparo de arma de fogo), pelo Agente de Segurança Pública.
a) Quantos e quais Agentes de Segurança Pública dispararam as suas armas?
Quantos disparos foram realizados por cada um dos Agentes de Segurança Pública?
b) Quantos e quais agressores dispararam as suas armas? Quantos disparos foram
realizados por cada um dos agressores?
c) Os Agentes de Segurança Pública dispararam a que distância do agressor? Para
onde foram direcionados os disparos efetuados pelos Agentes de Segurança Pública?
(Ver Diretriz nº 3 da Portaria nº 4226)
d) Os disparos foram realizados em defesa da própria vida ou de terceiros? Citar de
quem. O risco contra a vida era atual e iminente? Por quê?
e) Os Agentes de Segurança Pública ou terceiros estavam expostos
desnecessariamente ao risco em decorrência de técnicas ou táticas indevidas?
f) Havia outras opções de defesa da vida que não o disparo de arma de fogo?
g) Antes de disparar, os Agentes de Segurança Pública se preocuparam com a sua
própria proteção e das pessoas envolvidas?
h) Os Agentes de Segurança Pública advertiram o agressor quanto ao uso de força
potencialmente letal, antes de efetuar o disparo? Caso negativo, porque não fizeram?
i) As armas utilizadas pelos Agentes de Segurança Pública pertenciam ao patrimônio
da Organização de Segurança Pública, ou eram particulares?
Quando é verificada que a intervenção do Agente de Segurança Pública foi
necessária e justificada para a proteção da vida contra injusta agressão a ação é
considerada legítima.
Finalizando...
O Agente de Segurança Pública necessita possuir alto grau de
profissionalismo, pois, ao lidar com a proteção da vida humana, pode deparar com
situações de risco nas quais deve julgar se fará uso da força contra eventual agressor.
A graduação da força que usará depende de uma série de fatores que, em
fração de segundos, terão que ser analisados pelo Agente de Segurança, daí podendo advir
consequências indesejáveis.
64

Cada intervenção é singular e exige flexibilidade do profissional. Porém, é


necessário ter parâmetros bem definidos que ofereçam sustentação às ações do Agente de
Segurança Pública, mesmo considerando essa versatilidade.
Diante dessa realidade, caracterizada por tantas variáveis, é imprescindível
respeitar os princípios legais e éticos que conferem identidade e legitimidade à sua atuação
e aplicar técnicas e procedimentos já consolidados, de acordo com documentos
internacionais de proteção aos direitos humanos (Ver Diretriz nº 01 da Portaria nº 4226).
A evolução dos conceitos de Uso da Força pelas Organizações de Segurança
pública, balizados pelas modernas doutrinas internacionais, tem conduzido os profissionais
que atuam neste setor a uma incessante busca pelo aperfeiçoamento dos mecanismos que
possibilitem a capacitação adequada, integrando técnica e tática, defesa pessoal,
equipamentos e armamentos, instrumentos de menor potencial ofensivo, dentre outros,
sempre permeado pelos consagrados conceitos de Direitos Humanos e pela premissa da
segurança voltada para a cidadania.
Assim, os Órgãos de Segurança Pública, visando otimizar cada vez mais a
prestação dos serviços à população, necessitam, como fator inicial e de base, aprimorar
seus sistemas de acesso, de forma a contemplar critérios de recrutamento e de seleção
para seus Agentes levando em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com
situações de estresse e uso da força e arma de fogo (Diretriz nº 12 da Portaria nº 4226).
Sobre este mesmo enfoque, na continuidade do processo de formação dos
Agentes de Segurança Pública, é necessário destacar que, de acordo com os PBUFAF, cabe
aos Estados e aos Órgãos Defensores da Lei assegurar que todos os seus profissionais
recebam treinamento contínuo e profundo, devendo estar perfeitamente preparados para
agir conforme os padrões de perfil apropriado ao uso da força.
A correta compreensão e a efetiva aplicação das doutrinas de Uso
Diferenciado da Força devem perpassar o aprendizado teórico de uma base curricular atual,
realista, científica e única, culminando na capacitação exaustiva em torno de um processo
que possibilite a mobilização de saberes (conhecimentos, habilidades e atitudes), visando
preparar os Agentes de Segurança Pública para agir frente a diferentes situações reais.
O fundamental é o estabelecimento de um novo modelo de capacitação
contínua, em que se ressalte a atividade de segurança pública enquanto um serviço público
destinado à proteção da cidadania e dos direitos humanos fundamentais, além de estar
estruturado em casos reais, o que tornaria o Agente de Segurança apto a avaliar
adequadamente a melhor forma de atuação no seu cotidiano (CORDEIRO, 2009).
Qualificar o uso da força como sendo diferenciado importa em uma nova
filosofia, na qual existe a flexibilidade na utilização desse recurso, a força, com o objetivo
maior de buscar sempre a preservação da vida e a integridade física de todas as pessoas.

Conteúdo Complementar

PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 4.226, DE 31 DE DEZEMBRO DE


2010

Estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública.


65

O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA e o MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA


SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso das
atribuições que lhes conferem os incisos I e II, do parágrafo único, do art. 87, da
Constituição Federal e,
CONSIDERANDO que a concepção do direito à segurança pública com cidadania
demanda a sedimentação de políticas públicas de segurança pautadas no respeito aos
direitos humanos;
CONSIDERANDO o disposto no Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na
sua Resolução 34/169, de 17 de dezembro de 1979, nos Princípios Básicos sobre o Uso da
Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados
pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos
Delinquentes, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 1999, nos
Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho Econômico e Social das Nações
Unidas na sua resolução 1989/61, de 24 de maio de 1989 e na Convenção Contra a Tortura
e outros Tratamentos ou penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotado pela
Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York em 10
de dezembro de 1984 e promulgada pelo Decreto n.º 40, de 15 de fevereiro de 1991;
CONSIDERANDO a necessidade de orientação e padronização dos procedimentos
da atuação dos agentes de segurança pública aos princípios internacionais sobre o uso da
força;
CONSIDERANDO o objetivo de reduzir paulatinamente os índices de letalidade
resultantes de ações envolvendo agentes de segurança pública; e,
CONSIDERANDO as conclusões do Grupo de Trabalho, criado para elaborar proposta
de Diretrizes sobre Uso da Força, composto por representantes das Polícias Federais,
Estaduais e Guardas Municipais, bem como com representantes da sociedade civil, da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e do Ministério da Justiça,
resolvem:
Art. 1º Ficam estabelecidas Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de
Segurança Pública, na forma do Anexo I desta Portaria.
Parágrafo único. Aplicam-se às Diretrizes estabelecidas no Anexo I, as definições
constantes no Anexo II desta Portaria.
Art. 2º A observância das diretrizes mencionadas no artigo anterior passa a ser
obrigatória pelo Departamento de Polícia Federal, pelo Departamento de Polícia Rodoviária
Federal, pelo Departamento Penitenciário Nacional e pela Força Nacional de Segurança
Pública.
§ 1º As unidades citadas no caput deste artigo terão 90 dias, contados a partir da
publicação desta portaria, para adequar seus procedimentos operacionais e seu processo
de formação e treinamento às diretrizes supramencionadas.
§ 2º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir da
publicação desta portaria, para fixar a normatização mencionada na diretriz nº 9 e para
criar a comissão mencionada na diretriz nº 23.
§ 3º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir da
publicação desta portaria, para instituir Comissão responsável por avaliar sua situação
interna em relação às diretrizes não mencionadas nos parágrafos anteriores e propor
medidas para assegurar as adequações necessárias.
Art. 3º A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério
da Justiça estabelecerão mecanismos para estimular e monitorar iniciativas que visem à
implementação de ações para efetivação das diretrizes tratadas nesta portaria pelos entes
66

federados, respeitada a repartição de competências prevista no art. 144 da Constituição


Federal.
Art. 4º A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça levará
em consideração a observância das diretrizes tratadas nesta portaria no repasse de
recursos aos entes federados.
Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
LUIZ PAULO BARRETO
Ministro de Estado da Justiça
PAULO DE TARSO VANNUCHI
Ministro de Estado Chefe da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República
ANEXO I

DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO PELOS


AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA

1. O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se pautar nos


documentos internacionais de proteção aos direitos humanos e deverá considerar,
primordialmente:
a. ao Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei,
adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua Resolução 34/169, de 17 de
dezembro de 1979;
b. os Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho Econômico e
Social das Nações Unidas na sua resolução 1989/61, de 24 de maio de 1989;
c. os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas
para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, realizado em Havana, Cuba,
de 27 de Agosto a 7 de setembro de 1999;
d. a Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou penas Cruéis, Desumanos
ou Degradantes, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL Sessão,
realizada em Nova York em 10 de dezembro de 1984 e promulgada pelo Decreto n.º 40,
de 15 de fevereiro de 1991.
2. O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos princípios
da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
3. Os agentes de segurança pública não deverão disparar armas de fogo contra
pessoas, exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro contra perigo iminente
de morte ou lesão grave.
4. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que esteja
desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco imediato
de morte ou de lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros.
5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio
policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de morte ou lesão
grave aos agentes de segurança pública ou terceiros.
67

6. Os chamados "disparos de advertência" não são considerados prática aceitável,


por não atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em razão da
imprevisibilidade de seus efeitos.
7. O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os procedimentos de
abordagem não deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada.
8. Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa vir a se
envolver em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 (dois) instrumentos de
menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários à atuação específica,
independentemente de portar ou não arma de fogo.
9. Os órgãos de segurança pública deverão editar atos normativos disciplinando o
uso da força por seus agentes, definindo objetivamente:
a. os tipos de instrumentos e técnicas autorizadas;
b. as circunstâncias técnicas adequadas à sua utilização, ao ambiente/entorno e ao
risco potencial a terceiros não envolvidos no evento;
c. o conteúdo e a carga horária mínima para habilitação e atualização periódica ao
uso de cada tipo de instrumento;
d. a proibição de uso de armas de fogo e munições que provoquem lesões
desnecessárias e risco injustificado; e
e. o controle sobre a guarda e utilização de armas e munições pelo agente de
segurança pública.
10. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de
segurança pública envolvido deverá realizar as seguintes ações:
a. facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos feridos;
b. promover a correta preservação do local da ocorrência;
c. comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade competente; e
d. preencher o relatório individual correspondente sobre o uso da força, disciplinado
na Diretriz n.º 22.
11. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o órgão de
segurança pública deverá realizar as seguintes ações:
a. facilitar a assistência e/ou auxílio médico dos feridos;
b. recolher e identificar as armas e munições de todos os envolvidos, vinculando-
as aos seus respectivos portadores no momento da ocorrência;
c. solicitar perícia criminalística para o exame de local e objetos bem como exames
médico-legais;
d. comunicar os fatos aos familiares ou amigos da(s) pessoa(s) ferida(s) ou
morta(s);
e. iniciar, por meio da Corregedoria da instituição, ou órgão equivalente,
investigação imediata dos fatos e circunstâncias do emprego da força;
f. promover a assistência médica às pessoas feridas em decorrência da intervenção,
incluindo atenção às possíveis sequelas;
g. promover o devido acompanhamento psicológico aos agentes de segurança
pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou minimizar os efeitos decorrentes do fato
ocorrido; e
h. afastar temporariamente do serviço operacional, para avaliação psicológica e
redução do estresse, os agentes de segurança pública envolvidos diretamente em
ocorrências com resultado letal.
68

12. Os critérios de recrutamento e seleção para os agentes de segurança pública


deverão levar em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com situações de
estresse e uso da força e arma de fogo.
13. Os processos seletivos para ingresso nas instituições de segurança pública e os
cursos de formação e especialização dos agentes de segurança pública devem incluir
conteúdos relativos a direitos humanos.
14. As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente de
segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de folga, de maneira a
serem preservados os períodos de descanso, lazer e convivência sócio familiar.
15. A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer assunto que
englobe o uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de seu currículo formal e
tempo de serviço, áreas de atuação, experiências anteriores em atividades fim, registros
funcionais, formação em direitos humanos e nivelamento em ensino. Os instrutores
deverão ser submetidos à aferição de conhecimentos teóricos e práticos e sua atuação
deve ser avaliada.
16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada tipo
de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação técnica,
psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica mínima.
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for
introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico
com vistas à habilitação do agente.
18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita
com periodicidade mínima de 1 (um) ano.
19. Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e
instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de acordo
com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades especializadas.
20. Deverão ser incluídos nos currículos dos cursos de formação e programas de
educação continuada conteúdos sobre técnicas e instrumentos de menor potencial
ofensivo.
21. As armas de menor potencial ofensivo deverão ser separadas e identificadas de
forma diferenciada, conforme a necessidade operacional.
22. O uso de técnicas de menor potencial ofensivo deve ser constantemente
avaliado.
23. Os órgãos de segurança pública deverão criar comissões internas de controle e
acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o uso efetivo da força pelos
seus agentes.
24. Os agentes de segurança pública deverão preencher um relatório individual
todas as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor
potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes. O relatório deverá ser encaminhado à
comissão interna mencionada na Diretriz n.º 23 e deverá conter no mínimo as seguintes
informações:
a. circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo por
parte do agente de segurança pública;
b. medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor
potencial ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser contempladas;
c. tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e pessoa
contra a qual foi disparada a arma;
69

d. instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a


frequência, a distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento;
e. quantidade de agentes de segurança pública feridos ou mortos na ocorrência,
meio e natureza da lesão;
f. quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s)
agente(s) de segurança pública;
g. número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial
ofensivo utilizados pelo(s) agente(s) de segurança pública;
h. número total de feridos e/ou mortos durante a missão;
i. quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas
regiões corporais atingidas;
j. quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo
e as respectivas regiões corporais atingidas;
k. ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o
caso; e
l. se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa.
25. Os órgãos de segurança pública deverão, observada a legislação pertinente,
oferecer possibilidades de reabilitação e reintegração ao trabalho aos agentes de segurança
pública que adquirirem deficiência física em decorrência do desempenho de suas
atividades.

ANEXO II

GLOSSÁRIO
Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas,
especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente
pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade.
Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo
armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua
integridade.
Equipamentos de proteção: Todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI)
ou coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à vida dos agentes
de segurança pública.
Força: Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do
agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e
equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à
integridade das pessoas.
Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas,
especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas,
preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas.
70

Nível do Uso da Força: Intensidade da força escolhida pelo agente de segurança


pública em resposta a uma ameaça real ou potencial.
Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando, em
função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais
pretendidos.
Princípio da Legalidade: Os agentes de segurança pública só poderão utilizar a
força para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei.
Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de segurança pública
deve sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o
emprego da força.
Princípio da Necessidade: Determinado nível de força só pode ser empregado
quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais
pretendidos.
Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve sempre ser
compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e com os
objetivos pretendidos pelo agente de segurança pública.
Técnicas de menor potencial ofensivo: Conjunto de procedimentos empregados
em intervenções que demandem o uso da força, através do uso de instrumentos de menor
potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas e minimizar danos à integridade das
pessoas.
Uso Diferenciado da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força em
resposta a uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que possam
causar ferimentos ou mortes.
71

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

QUESTÃO 01
O uso da força por Agentes de Segurança Pública deverá obedecer aos princípios da:
(A) Legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
(B) Legalidade, necessidade, proporcionalidade e Legítima defesa.
(C) Legalidade, Impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
(D) Ação vigorosa, Surpresa, Simplicidade e rapidez.

QUESTÃO 02
O Código de Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei (CCEAL) é, EXCETO:
(A) É o código adotado por intermédio da Resolução 34/169 da Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 17 de dezembro de 1979. É um instrumento internacional, com o
objetivo de orientar os Estados-membros quanto à conduta dos Agentes de Segurança
Pública.
(B) Embora o Código não seja um tratado com força legal, o Código é um documento de
orientação aos Estados que busca criar padrões para que as práticas de aplicação da lei
estejam de acordo com as disposições básicas dos direitos e das liberdades humanas.
(C) É um Código de Conduta Ética e baseia-se no exercício da atividade de Segurança
Pública nos seus aspectos éticos e legais. Consiste em oito artigos, cada um acompanhado
de comentários explicativos.
(D) É um decreto que norteia a atividade dos Encarregados da Aplicação da Lei.

QUESTÃO 03
São vários os instrumentos nacionais que regulam o Uso da Força e arma de fogo pelos
Agentes de Segurança Pública. Analise e marque a alternativa ERRADA:
(A) A Constituição da República Federativa de 1988, no art. 144, estabelece que a
“Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para
a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, por
intermédio dos vários Órgãos de Segurança Pública.
(B) O Código Penal contém justificativas ou causas de exclusão da antijuridicidade
relacionadas no artigo 23, ou seja, estado de necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.
(C) O emprego de algemas é ilícito em casos de resistência e de fundado receio de fuga
ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e
penal do Agente ou da Autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Observando-se a súmula
vinculante nº 11 do STF.
(D) O Código de Processo Penal contém em seu teor dois artigos que permitem o emprego
de força pelos Agentes de Segurança Pública no exercício profissional, são eles: Art. 284.
Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou
tentativa de fuga do preso.(...) e Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a
entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor
convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas,
se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido,
fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e logo que amanheça,
arrombará as portas e efetuará a prisão.
72

QUESTÃO 04
Em relação aos vocabulários contidos na Apostila do Uso diferenciado da Força. Analise as
alternativas abaixo:
I – Força: Intervenção coercitiva imposta a pessoa ou grupo de pessoas por parte do
Agente de Segurança Pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
II - Nível do Uso da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a
uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que possam causar
ferimentos ou mortes.
III - Uso Diferenciado da Força: Intensidade da força escolhida pelo Agente de
Segurança Pública em resposta a uma ameaça real ou potencial.

Marque a alternativa CORRETA, em relação às alternativas acima:

(A) Todas as alternativas estão corretas.


(B) Somente a alternativa III esta errada.
(C) Todas as alternativas estão incorretas.
(D) Somente a alternativa I esta correta.

QUESTÃO 05
Em relação à Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010, analise as
alternativas e marque a INCORRETA:
(A) O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os procedimentos de abordagem
é uma prática rotineira e indiscriminada.
(B) Nenhum Agente de Segurança Pública deverá portar armas de fogo ou instrumento de
menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e, sempre que um
novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for introduzido na
instituição, deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico com vistas à
habilitação do Agente.
(C) Os Agentes de Segurança Pública deverão preencher um relatório individual todas as
vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial
ofensivo, ocasionando lesões ou mortes.
(D) Estabelece as Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública.

QUESTÃO 06
Quanto aos modelos de Uso da Força, assinale “V” para as alternativas verdadeiras e “F”
para as alternativas falsas:
( ) Um modelo de Uso da Força é um recurso visual padrão, traduzido normalmente num
gráfico, esquema ou desenho de configuração bastante simples, que vem ilustrado, ou
não, em diferentes cores, indicando aos Agentes de Segurança Pública o tipo e a
quantidade de força legal a ser utilizada contra uma pessoa que resista a uma ordem,
abordagem ou intervenção de um Agente de Segurança Pública.
( ) Em um modelo o que se vê é a aplicação diferenciada da força, com a possibilidade
da seleção adequada de opções dessa força em resposta ao nível de
acatamento/submissão do indivíduo a ser controlado, isto é, o Agente de Segurança Pública
deve perceber o grau de risco oferecido quando se depara com pessoas que deve abordar.
( ) São elementos dos modelos de Uso Diferenciado da Força: Instrumentos – Tópicos
disponíveis no currículo dos programas de treinamento. (Ex.: armas, procedimentos,
comportamento, entre outros); Táticas – É a incorporação dos instrumentos à estratégia
73

de ação e Tempo – É a presteza da ação do Agente de Segurança Pública em face à reação


do indivíduo.
Marque a alternativa CORRETA, em relação às alternativas acima:
(A) V, V, V.
(B) V, F, V.
(C) V, V, F.
(D) F, V, V.

QUESTÃO 07
Modelo Canadense é aquele:
(A) Constituído por gráfico em degraus. O autor não considera a “presença do Agente”
como um nível de força, vinculando o primeiro nível com comandos verbais.
(B) É composto de círculos sobrepostos subdivididos em níveis diferentes. O círculo interno
central corresponde à situação ou ocorrência (SITUATION). As três setas formando um
círculo nos lembram o que o Agente de Segurança Pública sempre deve fazer quando se
depara com situação de risco: ASSESS (Avaliar) PLAN (Planejar) e ACT (Agir).
(C) Em forma de tabela Para. O autor, a verbalização é uma graduação de força que se
interage com outros níveis. Inicia-se no segundo nível de força e prossegue até o
penúltimo, antes de se usar a força letal. É um modelo complexo, porém bem completo
em suas opções de ação e reação.
(D) É o mais simples dos modelos estudados. Foi elaborado no formato de tabela, com
duas colunas. A primeira coluna corresponde à ação do Agente de Segurança Pública e a
segunda coluna à atitude da pessoa em atitudes suspeitas. O modelo divide os níveis de
força e atitude dos suspeitos em sete graduações diferentes. O primeiro nível é a ausência
de força e a ausência de resistência pelo suspeito.

QUESTÃO 08
De acordo com a Apostila do Curso CFC - PMMS, qual desses modelos é o mais indicado,
por apresentar facilidade de aprendizagem e riqueza de conteúdo de forma gráfica.
(A) Modelo GILIESPIE.
(B) Modelo FLETC.
(C) Modelo CANADENSE.
(D) Modelo PHOENIX.

QUESTÃO 09
O agente de segurança pública antes de fazer o uso da força em uma intervenção, deverá
se atentar aos seguintes questionamentos, EXCETO:
(A) O Uso da Força é conveniente?
(B) O emprego da força é legal?
(C) A aplicação da força é necessária?
(D) O interesse da individualidade supera o interesse coletivo?
74

QUESTÃO 10
De acordo com a Unidade 3 – Princípios do uso da força, assinale “V” para as alternativas
verdadeiras e “F” para as alternativas falsas:
( ) O agente de segurança pública que durante o seu serviço, usar arma e munições não
autorizadas pela Instituição, tais como armas sem registro, com numeração raspada,
calibre proibido, munições particulares, dentre outras, cumpre o princípio da legalidade.
( ) É considerada proporcional a ação do agente de segurança pública, com o uso de força
potencialmente letal (disparando sua arma de fogo) contra um cidadão que resiste
passivamente, com gestos e questionamentos, a uma ordem de colocar as mãos sobre a
cabeça, durante a busca pessoal. Neste caso, a verbalização e/ou controle de contato
corresponderão ao nível de força indicada (proporcional).
( ) Os meios e métodos utilizados pelo agente de segurança pública devem ser legais,
ou seja, em conformidade com as normas nacionais (leis, regulamentos, diretrizes, entre
outros) e internacionais (acordos, tratados, convenções, pactos entre outros).
Marque a alternativa CORRETA, em relação às alternativas acima:
(A) F, F, V.
(B) V, F, V.
(C) F, F, F.
(D) F, V, V.

QUESTÃO 11
Em caso de veículos que desrespeitem o bloqueio policial em via pública, o agente:
(A) Não poderá utilizar arma de fogo, independentemente da situação que venha ocorrer.
(B) Poderá utilizar somente arma com munição de elastômero.
(C) Poderá utilizar da arma de fogo, nos casos em que represente um risco imediato à vida
ou à integridade dos agentes ou de terceiros, por meio de atropelamentos ou acidentes
intencionais
(D) Poderá utilizar da arma de fogo, visando acertar os pneus, em qualquer situação.

QUESTÃO 12
São níveis de resistência da pessoa abordada, EXCETO:
(A) Resistência passiva.
(B) Participativo.
(C) Resistência ativa.
(D) Cooperativo.

QUESTÃO 13
Existem as seguintes classificações dos níveis para o Uso Diferenciado de Força, EXCETO:
(A) Nível primário.
(B) Nível secundário - Técnicas de menor potencial ofensivo.
(C) Nível terciário - Força potencialmente letal.
(D) Nível superior.
75

QUESTÃO 14
São pontos importantes sobre a verbalização, EXCETO:
(A) Atenção à linguagem.
(B) Use sua autoridade.
(C) Nível da voz.
(D) Discutir com o abordado.

QUESTÃO 15
“Os Agentes de Segurança Pública só poderão utilizar a força para a consecução de um
objetivo legal e nos estritos limites da lei”, trata-se da definição do seguinte princípio:
(A) Legitimidade.
(B) Legalidade.
(C) Conveniência.
(D) Necessidade.

QUESTÃO 16
“Determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade
não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.”, trata-se da definição
do seguinte princípio:
(A) Legitimidade.
(B) Legalidade.
(C) Conveniência.
(D) Necessidade.

QUESTÃO 17
Em relação ao princípio da conveniência, podemos afirmar:
(A) A força não poderá ser empregada quando, em função do contexto, possa ocasionar
danos de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos.
(B) Determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade
não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.
(C) Intensidade da força escolhida pelo Agente de Segurança Pública em resposta a uma
ameaça real ou potencial.
(D) Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a uma ameaça real ou
potencial visando limitar o recurso a meios que possam causar ferimentos ou mortes.

QUESTÃO 18
Em relação a Necessidade do Uso da Força, analise as assertivas a seguir e marque a
alternativa INCORRETA:
(A) Ao analisar se a aplicação da força é necessária, o Agente de Segurança Pública precisa
identificar o objetivo a ser atingido. Se a resposta adequada atende aos limites
considerados mínimos para que se torne justa e legal a ação. Caso contrário, o Agente de
Segurança Pública cometerá um abuso e poderá ser responsabilizado.
(B) Ao analisar uma ação por parte do agente de segurança pública, deve-se verificar se
todas as opções estão sendo consideradas e se existem outros meios menos danosos para
se atingir o objetivo desejado. Neste momento, verifica-se a proporcionalidade do Uso da
Força e, caso haja um meio menos danoso ao escolhido pelo agente, estará caracterizado
o abuso de poder.
76

(C) O Agente de Segurança Pública não poderá ser responsabilizado civil e criminalmente
pelo uso abusivo da força.
(D) A responsabilidade cabe tanto aos Agentes de Segurança Pública envolvidos em um
incidente particular com o Uso da Força e armas de fogo como a seus superiores. Os chefes
tem o dever de zelo, o que não retira a responsabilidade individual dos encarregados por
suas ações.

QUESTÃO 19
Em relação ao Agente de Segurança Pública e o Uso da Força, analise as assertivas:
I - O Agente de Segurança Pública pode chegar à conclusão de que as implicações
negativas do Uso da Força em uma determinada situação não são equiparadas à
importância do objetivo legítimo a ser alcançado, recomendando-se, neste caso, que os
Agentes de Segurança Pública prossigam na sua ação.
II - Ao fazer uso da força, o Agente de Segurança Pública deve ter conhecimento da lei e
estar preparado tecnicamente, por meio da formação e do treinamento, bem como ter
princípios éticos solidificados que possam nortear sua ação.
III - O Agente de Segurança Pública somente recorrerá ao uso da força quando todos os
outros meios para atingir um objetivo legítimo tenham falhado, justificando o seu uso.
Marque a alternativa CORRETA, em relação às alternativas acima:
(A) F, V, V.
(B) F, F, V.
(C) V, V, V.
(D) F, V, F.

QUESTÃO 20
Analise as assertivas sobre os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo
(PBUFAF), e assinale com “V” alternativa verdadeira e com “F” a alternativa falsa:
( ) Embora os Princípios Básicos não sejam um documento considerado como tratado,
isto é, com força legal, é um documento de orientação aos Estados, proporcionando normas
orientadoras na tarefa de assegurar e promover o papel adequado dos Agentes de
Segurança Pública. Neste curso, será tratado somente do Uso da Força nos níveis que
antecedem a letalidade.
( ) Os PBUFAF estabelecem parâmetros a serem considerados e respeitados pelos
governos no contexto da legislação e da prática nacional, e levados ao conhecimento dos
Agentes de Segurança Pública, assim como de magistrados, promotores, advogados,
membros do executivo, legislativo e do público em geral.
( ) O preâmbulo dos PBUFAF reconhece a importância e complexidade do trabalho dos
Agentes de Segurança Pública, além de destacar seu papel de vital importância na proteção
da vida, liberdade e segurança de todas as pessoas. Acrescenta que ênfase especial deve
ser dada à eminência da preservação da ordem pública e paz social, bem como da
importância das qualificações, treinamento e conduta dos encarregados da aplicação da
lei.
Marque a alternativa CORRETA:
(A) V, F, F.
(B) V, F, V.
(C) V, V, F.
(D) V, V, V.
77

QUESTÃO 21
__________________ Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e
empregados com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas,
para preservar vidas e minimizar danos à sua integridade:
(A) Armas de menor potencial ofensivo:
(B) Equipamentos de menor potencial ofensivo:
(C) Instrumentos de menor potencial ofensivo:
(D) Equipamentos de proteção:

QUESTÃO 22
Preencha corretamente as lacunas de acordo com as alternativas, em referência ao
conceito de nível do uso da força.
______da força escolhida pelo agente _______ em resposta a uma ameaça _______.
Assinale a alternativa correta:
(A) Quantidade, de Segurança Pública, real ou iminente.
(B) Intensidade, agressor, real ou potencial.
(C) Capacidade, autuador de trânsito, potencial ou arriscada.
(D) Intensidade, de Segurança Pública, real ou potencial.

QUESTÃO 23
Preencha corretamente as lacunas de acordo com as alternativas, em referência ao
conceito de uso diferenciado da força:
Seleção apropriada do _________ em resposta a uma _______ visando limitar o recurso
a meios que possam causar _______.
Assinale a alternativa correta:
(A) nível de recurso bélico, ameaça real e iminente, poucos ferimentos ou mortes.
(B) nível de violência, ameaça real ou potencial, ferimentos ou mortes.
(C) nível de uso da força, ameaça iminente, mortes.
(D) nível de uso da força, ameaça real ou potencial, ferimentos ou mortes.

QUESTÃO 24
Em se tratando do Código de conduta de Conduta para Encarregados de Aplicação da Lei
(CCEAL), temos quanto sua aplicabilidade a seguinte verdade.
(A) O Código é um Tratado com força legal, sendo um documento normativo destinado
aos Estados para padronizar as práticas de aplicação da lei.
(B) Embora o Código não seja um Tratado com força legal, o código é um documento de
orientação aos Estados que busca criar padrões para que as práticas de aplicação da
lei estejam de acordo com disposições básicas dos direitos e das liberdades humanas.
(C) Embora o Código não seja um Tratado com força legal, é um documento que obriga
os Estados a criar normas quanto a aplicação da lei, de acordo com disposições básicas
dos direitos, das liberdades humanas, excetuando a liberdade de expressão.
(D) Como o Código não é um Tratado com força legal, o código é um documento de
orientação aos Estados, aos quais fica facultado criar padrões para que as práticas de
aplicação da lei estejam de acordo com disposições básicas dos direitos e das
liberdades humanas.
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QUESTÃO 25
Quanto ao disposto no Código de Processo Penal Militar, em seu art. 234, temos que o
Emprego de Força:
(A) só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência, resistência ou
tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os
meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive
a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas
testemunhas.
(B) sempre é permitido nos caso de desobediência, resistência, tentativa de fuga ou pela
discricionariedade do agente do Estado. Se houver resistência da parte de terceiros,
poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e
auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor.
(C) é permitido sempre que houver qualquer crime contra a honra do agente do Estado,
desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de
terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do
executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto
subscrito pelo executor e por duas testemunhas.
(D) só é permitido quando há atual conduta tipificada como crime. Sendo também aplicável
a terceiros, podendo ser usados os meios necessários para defesa do executor e
auxiliares seus. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas
testemunhas.

QUESTÃO 26
Em se tratando do Código de conduta de Conduta para Encarregados de Aplicação da Lei
(CCEAL), assinale a alternativa que completa o contido no Art. 06 ”Os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem assegurar a proteção da saúde das pessoas à
sua guarda e, em especial”:
(A) devem adotar as medidas necessárias para a prestação de cuidados médicos,
prestando tais cuidados quando necessário.
(B) devem prestar os cuidados médicos sempre que tal seja necessário.
(C) devem tomar medidas imediatas para assegurar a prestação de cuidados médicos
sempre que tal seja necessário.
(D) devem se abster de assegurar a prestação de cuidados médicos, bastando fazer a
segurança no local do crime.

QUESTÃO 27
Quando o Agente interrompe o Uso da Força, imediatamente após dominar o agressor, ou
seja, o agente de segurança pública soube dosar a quantidade de força aplicada, verifica-
se a:
(A) legalidade.
(B) proporcionalidade.
(C) moderação.
(D) conveniência.
79

QUESTÃO 28
Preencha corretamente as lacunas de acordo com as alternativas:
_______ou _______ arma de fogo devem ser entendidos como sinônimos, e correspondem
às ações do Agente de Segurança Pública de empunhar ou apontar sua arma na direção
de pessoa abordada, com efeito, _________.
Assinale a alternativa correta:
(A) Usar, empenhar, ostensivo.
(B) Usar, empenhar, dissuasivo.
(C) Usar, empregar, ostensivo.
(D) Usar, empregar, dissuasivo.

QUESTÃO 29
Quanto as possibilidades de uso ou emprego das armas de fogo, qual a alternativa
INCORRETA:
(A) Posição 1 – arma localizada: com a arma ainda no coldre, leva a mão até o punho,
como se estivesse pronto para sacá-la.
(B) Posição 2 – arma em guarda baixa: com a arma, já empunhada, fora do coldre,
posicionada na altura do abdome e com o cano dirigido para baixo.
(C) Posição 3 – arma em guarda alta: com a arma, já empunhada, fora do coldre,
posicionada na altura do peito, com o cano dirigido para o abordado, em condições de
acionamento do gatilho.
(D) Posição 4 – arma em pronta resposta: com a arma apontada diretamente para o
abordado.

QUESTÃO 30
Sobre o disparo de arma de fogo, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) Não disparar sua arma de fogo quando o agressor desacata, ou retruca, ou pondera a
ordem, ou ainda, quando este tenta empreender fuga.
(B) Providenciar imediato socorro médico a pessoa ferida. Procurar minimizar os efeitos
lesivos dos disparos usando a viatura policial para efetuar o transporte dos feridos.
(C) Relatar detalhadamente o fato ocorrido, registrando as providências adotadas antes e
após o uso da arma de fogo e mencionando a quantidade de disparos, as armas que
atiraram e seus detentores.
(D) Providenciar para que seja informado à família e às instituições encarregadas de tutelar
os Direitos Humanos sobre o estado de saúde da pessoa ferida e onde ela será
ocorrida.

QUESTÃO 31
Sobre o disparo com munições de menor potencial ofensivo, assinale a alternativa
INCORRETA:
(A) são disparos com equipamento apropriado ou arma de fogo, em que se utiliza munição
especial (elastômero – projétil de látex macio ou similar).
(B) Somente devem ser empregados na defesa da vida, própria ou de terceiros.
(C) suas características e finalidades permitem seu emprego em situação como a de
manutenção da ordem pública e de controle de distúrbios.
(D) os disparos efetuados com esse tipo de munição tem pouca precisão.
80

QUESTÃO 32
Quanto ao uso de algemas, é correto afirmar:
(A) só é lícito o uso de algemas nos casos precedidos da fuga do criminoso.
(B) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do Agente ou da Autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
(C) É lícito o uso de algemas em se havendo fundada suspeita de crime, respaldado o
uso do equipamento no perigo à integridade física do servidor.
(D) Sempre é lícito, desde que haja a prisão ser decorrente de flagrante delito.

QUESTÃO 33
“são realizados para obter uma vantagem tática, para dar mais segurança ao
reposicionamento da equipe de Agentes de Segurança Pública no terreno”. Assinale qual
o conceito que contempla tal descrição:
(A) Disparos de advertência.
(B) Disparos de cobertura.
(C) Disparos táticos.
(D) Disparos de progressão.

QUESTÃO 34
Segundo a disciplina USO DIFERENCIADO DA FORÇA, o significado de “EQUIPAMENTOS
DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO” é:
(A) Todos os artefatos desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar
ou incapacitar temporariamente pessoas com a finalidade de preservar vidas.
(B) Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a
finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para
preservar vidas e minimizar danos à sua integridade.
(C) Todos os artefatos, armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade
de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para preservar vidas e
minimizar danos à sua integridade.
(D) Artefatos desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou
incapacitar permanentemente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua
integridade.

QUESTÃO 35
Diz respeito à oportunidade e à aceitação de uma ação agente de segurança pública em
um determinado contexto, ainda que estejam presentes os demais conceitos. Estamos
nos referindo ao princípio da:
(A) Legalidade.
(B) Proporcionalidade.
(C) Moderação.
(D) Conveniência.
81

QUESTÃO 36
Quanto aos princípios elencados na disciplina USO DIFERENCIADO DA FORÇA, podemos
afirmar que:
(A) Pelo que rege o princípio da LEGALIDADE, os Agentes de Segurança Pública poderão
utilizar qualquer nível de força para a consecução de um objetivo legal.
(B) Pelo que rege o princípio da CONVENIÊNCIA, a força poderá ser empregada quando,
em função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os
objetivos legais pretendidos.
(C) Pelo que rege o princípio da NECESSIDADE, determinado nível de força só pode ser
empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os
objetivos legais pretendidos.
(D) Pelo que rege o princípio da MODERAÇÃO, determinado nível de força só pode ser
empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os
objetivos legais pretendidos.

QUESTÃO 37
De acordo com as definições dadas no material de estudo, associe a primeira coluna com
a segunda:
1. Armas de menor potencial ofensivo
2. Equipamentos de menor potencial ofensivo
3. Instrumentos de menor potencial ofensivo
4. Munições de menor potencial ofensivo
( ) Conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de
preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas.
( ) Munições projetadas e empregadas, especificamente, para conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à
integridade das pessoas envolvidas.
( ) Armas projetadas e/ou empregadas, especificamente, com a finalidade de conter,
debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando
danos à sua integridade.
( ) Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a
finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, para
preservar vidas e minimizar danos à sua integridade.

Assinale a alternativa que contém a sequência que corresponde às associações


corretamente:

(A) 1, 4, 3, 2
(B) 1, 3, 4, 2
(C) 3, 4, 1, 2
(D) 2, 4, 1, 3
82

QUESTÃO 38
Quanto ao uso de algemas, é correto afirmar:
(A) só é lícito o uso de algemas nos casos precedidos da fuga do criminoso.
(B) só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia.
(C) é lícito o uso de algemas em se havendo fundada suspeita de crime, respaldado o
uso do equipamento no perigo à integridade física do servidor.
(D) sempre é lícito, desde que haja a prisão ser decorrente de flagrante delito.

QUESTÃO 39
Os chamados “disparos de advertência” não são considerados prática aceitável, por não
atenderem aos princípios elencados na Diretriz nº 2
e_____________________________. Previsto na Portaria Interministerial nº 4.226 de
31 de dezembro de 2010 no ANEXO I - DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS
DE FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA, no item nº 6:
(A) em razão da previsibilidade dos disparos.
(B) em razão da previsibilidade dos seus efeitos.
(C) em razão da imprevisibilidade de seus efeitos.
(D) em razão do desperdício da munição.

QUESTÃO 40
Considerando os termos abaixo, associe a primeira coluna de acordo com a segunda.
( ) Conjunto de princípios morais ou valores que governam a
I – Ética
conduta um indivíduo ou de membros de uma mesma profissão.
( ) intervenção coercitiva imposta a pessoa ou grupo de
II – Nível de Uso
pessoas por parte do Agente de Segurança Pública com a
da Força
finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
III – Uso ( ) intensidade da força escolhida pelo Agente de Segurança
Diferenciado da Pública em resposta a uma ameaça real ou potencial.
Força
( ) Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a
IV – Força uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios
que possam causar ferimentos ou mortes.

Assinale a alternativa correta.


(A) I, II, III e IV
(B) I, IV, III e II
(C) I, II, IV e III
(D) I, IV, II e III
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - CFS

ABORDAGEM SÓCIO PSICOLÓGICA


DA VIOLÊNCIA E DO CRIME
1

ABORDAGEM SÓCIO PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA E DO CRIME


Por: TC QOPM Rosalino Louveira

SUMÁRIO
ABORDAGEM SÓCIO PSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA E DO CRIME ....................... 1
1. INTRODUÇÃO: ........................................................................................ 2
2. SOCIOLOGIA DO CRIME E VIOLÊNCIA: O FENÔMENO SOCIAL E SUA
MAGNITUDE ............................................................................................... 3
3. TIPOS DE VIOLÊNCIA .............................................................................. 4
3.1 CONCEITO DE VIOLÊNCIA ...................................................................... 4
3.2 CAUSAS DA VIOLÊNCIA ......................................................................... 5
3.2.1A violência urbana ......................................................................... 7
3.2.2 Violência física .............................................................................. 7
3.2.3 Violência verbal ............................................................................ 8
3.2.4 Violência psicológica ...................................................................... 8
3.2.5 Violência sexual ............................................................................ 8
3.2.6 Violência Familiar .......................................................................... 8
4. O CRIME COMO PROBLEMA SOCIAL E SUAS RAÍZES HISTÓRICAS. ................ 9
5. O CRIME COMO PROBLEMA SOCIOLÓGICO............................................... 10
6. AS DIFERENTES ABORDAGENS DO CRIME ............................................... 11
6.1. CONCEITO DE CRIMINOLOGIA ............................................................. 11
6.2. OBJETOS DA CRIMINOLOGIA ............................................................... 12
6.2.1. O Crime:................................................................................... 12
6.2.2. O criminoso: ............................................................................. 12
6.2.3. A vítima: .................................................................................. 12
6.2.4 O Controle Social: ....................................................................... 12
6.2.5. Método: .................................................................................... 12
7. A CONDIÇÃO HUMANA E SEU COMPONENTE DE AGRESSIVIDADE ............... 13
8.COMPORTAMENTOS PSICOPATOLÓGICOS ................................................. 15
9. O PAPEL DA IMPRENSA NA SEGURANÇA PÚBLICA ..................................... 15
9.1 As múltiplas facetas da violência ........................................................... 16
9.2 Quebrando preconceitos e instituindo uma nova práxis ............................ 17
9.3 Uma pesquisa reveladora ..................................................................... 17
9.4 O papel da mídia ................................................................................. 18
9.5 como tratar a questão? ........................................................................ 18
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 20
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .......................................................................... 24
2

1. INTRODUÇÃO:

A violência é um tema ainda a ser superado em uma sociedade teoricamente civilizada,


porém, segue presente e com intensa demonstração de superioridade de gênero.
Não há dúvidas de que a violência na familiar é a base para tantas outras violências.
Diariamente muitos pais com o intuito de educar seus filhos, comentem atos de violência física e
psicológica que servem de exemplos negativos para as gerações futuras.
Quando uma pessoa tem o seu direito violado, o Estado tem legitimidade para intervir
coercitivamente na liberdade dos cidadãos, cabendo aos operadores da Segurança Pública e por
exegese constitucional, zelar pela Ordem e pela Paz Pública.
Seguindo este entendimento, é imprescindível incluir a instituição num ciclo de mudança de
mentalidade, voltada a conceitos verdadeiramente revolucionários, culminando com a quebra de um
paradigma secular de ênfase ao militarismo exacerbado e obediência cega aos velhos manuais
oriundos do estado de exceção.
Para alcançar o nosso objetivo no processo pedagógico realizamos busca bibliográfica direta
e indireta tendo como referências: leis, tratados, livros, monografias, artigos científicos com a
finalidade de colher informações e compartilhar tais informações aos futuros Operadores da
Segurança Pública
Durkleim (1977), dedicou-se em demonstrar que os fenômenos sociais são causados por
outros fenômenos sociais, sob essa ótica, desde que a violência entrou na pauta das agências de
pesquisa como problema de estudo, a partir da segunda metade do século XX, alguns pesquisadores
vêm tentando equacionar qual a relação entre a violência com outros fenômenos sociais, como
desigualdade, pobreza, desemprego, nível de instrução, dentre outras, por isso, a imensa dificuldade
de um tratamento científico ao tema.
A onda de violência que vem aumentando pelo mundo reduz a vida de milhares de pessoas
além de prejudicar a vida de multidões. Para este fenômeno não há noção de fronteiras geográficas,
raça, idade ou renda, atingindo assim, crianças, jovens, mulheres e idosos. São várias as pessoas
que sofrem devido à violência, e as consequências podem gerar feridas, problemas físicos, sexuais,
reprodutivos e mentais.
Segundo Gaiarsa (1993), em 10 mil anos de história da desumanidade, nunca houve um ano
de paz na terra.

A história da civilização de que me lembro, do curso secundário, era o relato das guerras
intermináveis, dos bárbaros europeus. Nada era dito sobre o Oriente, a África, as Américas, hoje,
nada é preciso acrescentar: basta ler jornais ou assistir à televisão: As piores ações humanas
receberam, através dos tempos, de seus executores, sempre e sempre, as mais excelsas, jutas,
legítimas, respeitáveis e sábias “razões” – de Estado (GAIARSA. 1993, p.9).

As violências apresentam um lastro negativo, porquanto tendem a submeter ou desarticular


a vontade do outro, subtrair sua autonomia, eliminá-lo, expatriá-la ou simplesmente retirar sua
posse, situações que denotam decomposição e perda de vigência das instituições que regulam o
tecido social contemporâneo. É por isso que as violências se expressam de diversas maneiras,
incluindo a insegurança pública.
Nesse sentido, a violência se revela não como potência e força, mas como sinal de
impotência, de insensibilidade, de decadência da vida e de intolerância. É produto da frustração
individual e coletiva e, em sua essência, negativa, sendo mais do que produto de condições objetivas
da sociedade.
Permeia e desilude em todos os estratos sociais, inclui em sua dinâmica a infância, a
juventude, a velhice; não distingue nacionalidade e religião – exceto os casos de marcado confronto
étnicos nacional – e é carente de ética e moral.
A violência se apresenta também como uma relação social caracterizada pela agressão contra
a integridade física, psicológica, simbólica ou cultural de indivíduos ou grupos sociais.
Em suas manifestações rompe com as normas jurídicas, destrói as coesões sociais e perturba
o desenvolvimento normal das atividades econômicas, sociais e políticas de uma determinada
sociedade. Tal é a magnitude e diversidade de ações qualificada de violentas, que, na atualidade, é
3

pertinente falarmos de violências e não de violência, como o fazia o enfoque tradicional ao tratar o
problema.

2. SOCIOLOGIA DO CRIME E VIOLÊNCIA: O FENÔMENO SOCIAL E


SUA MAGNITUDE

Quando o estudo da criminologia surgiu no século XIX juntamente com Escola Positiva
Italiana que teve como principais nomes Lombroso, Garófalo Ferri, sendo que esta escola generalizou
como método de investigação o empírico – indutivo, Ao pensamento criminológico seguiram várias
tendências de cunho biológico, psicológico, psiquiátrico, até chegar a sociologia, que é a forma
predominante de maior abrangência dos estudos na área de Criminologia atualmente. A medida que
esse campo de estudo foi se expandindo, outras áreas do conhecimento humano foram trazendo
contribuições, como a psicologia, psicologia social, a sociologia, a antropologia, dentre outras.
A existência do crime e da violência sempre permeou a história da humanidade, contudo,
atualmente, o seu aumento exagerado tem preocupado a todos: sociedade e governantes. Para
entendermos este fenômeno é preciso que tenhamos concepção que vivemos em sociedade complexa
e que diversos são os fatores ocasionadores da criminalidade e violência, quais que sejam: fatores
individuais, sociais, psicológicos, econômicos, coletivos, dentre outros.
Para que consigamos compreender é necessário que lancemos sobre esse fenômeno, uma
busca incessante com auxílio de diversos campos do saber, ou seja, uma visão holística, pois torna-
se quase que despiciendo falar hoje que o Direito Penal, isoladamente, não tem conseguido prevenir
e combater a criminalidade, pois, essa luta há que se travar não só por governantes, mas pela
sociedade como um todo.
O crime organizado vem sendo comparado a um câncer que se espalha pelo mundo. Através
de ações individuais ou coletivas. Onde os países de primeiro mundo, passou a estudar o
comportamento da sociologia do crime e violência ligados ao Terrorismo. Onde estudos Forense do
FBI define que Terrorismo é o uso ilegal da força ou violência contra pessoas ou propriedade para
intimidar ou coagir um governo a população civil ou qualquer outro seguimento. Com fins políticos
ou objetivos sociais. Ele pode mirar a democracia, prejudicar mercados livres e drenar o
desenvolvimento de sociedade estável. Ao fazê-lo, grupos criminosos nacionais e internacionais,
ameaça a segurança mundial. O crime organizado transnacional será questão decisiva no século XXI
para os elaboradores de política estratégia em segurança. Tão decisiva quanto a Guerra Fria foi para
o século XX, colonialismo para o século XIX. Nenhuma área de assuntos internacionais permanecerá
intocada, pois o tecido social e os sistemas político financeiro de muitos países deterioram-se, sob o
poder econômico crescente dos grupos de crime organizado internacional. O novo perigo que ronda
a humanidade é o Bioterrorismo. Médicos discutem risco de surtos de doenças epidêmicas.
O conhecimento científico a serviço da guerra legou à humanidade, entre outros, a bomba
atômica, as armas químicas e as biológicas. O uso de agentes biológicos em conflitos é tão antigo
quanto a humanidade. Mas agora micro-organismos e toxinas são colocados em bombas e
transformados em armas de destruição maciça. Pesquisas estimuladas depois da 2ª Guerra Mundial,
e principalmente depois do advento da engenharia genética, transformaram a biologia em arma tão
letal quanto a nuclear. Em princípio, qualquer agente infeccioso pode ser transformado em arma de
guerra, tais como: bactérias, fungos, toxinas e vírus que produzam danos sobre a saúde humana,
animal e das plantas e que possam ser produzidos em grande quantidade irradiando o crime e
violência. O bioterrorismo ameaça não apenas a segurança dos Estados Unidos, mas de todas as
nações. Comunidade médica internacional está informada da existência de estoques de armas
biológicas na China, Coreia do Norte, Afeganistão, Ira, Iraque, Israel, Líbia, Sérvia e Cuba, além da
Rússia e EUA. O risco é que tais armas - ou sua matéria-prima - caiam em mãos de fanáticos como
o do Movimento de Resistência Islâmica Hamas motivando crime e violência
4

3. TIPOS DE VIOLÊNCIA

Para que a sociedade possa alcançar a almejada coexistência pacifica entre seus membros,
é imprescindível que expurgue de seu seio os elementos que são obstáculos a esse objetivo. Dentre
estes elementos, o mais evidente e danoso é a violência, que, via de regra, atinge a todos suas
vítimas, cidadão e sociedade que se sentem inseguros diante de sua escalada vertiginosa e seus
agentes, pois, o clamor social por segurança, ainda que seja um paliativo para conter os efeitos da
problemática, acaba por exasperar as penas, muitas vezes contrariando o ordenamento jurídico
social ao mesmo tempo em que traz uma falsa aparência de segurança.

3.1 CONCEITO DE VIOLÊNCIA

O tema violência é um fenômeno social inquietante e constante em nosso cotidiano. Ruth


Gauer ao comentar sobre o tema fala que:

[...] podemos dizer que a violência é um elemento estrutural, intrínseco ao fato social e não o
resto anacrônico de uma ordem bárbara em vias de extinção. Esse fenômeno aparece em todas
as sociedades; faz parte, portanto, de qualquer civilização ou grupo humano [01]

E esta é uma verdade latente em nossa sociedade, para perceber isso, basta atentar para a
questão da violência no mundo atual, tanto nas grandes cidades como também nos recantos mais
isolados.
O termo violência é originário do latim "violentia", que significa "veemência",
"impetuosidade", e provém da raiz latina vis, "força [02]".
Plácido e Silva em seu conhecido vocabulário jurídico a descreve como violência resultado
"da ação, ou da força irresistível, praticadas na intenção de um objetivo, que não se teria sem ela".
Visualizada na forma jurídica, a violência é espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto
em prática para vencer a capacidade de resistência de outrem, ou para demovê-la à execução de
ato, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. É, ato de força exercido contra as coisas,
na intenção de violentá-las, devassá-las, ou delas se apossar. A violência, pois, é ação de violentar.
E pode ser assim pregada na forma violentação [03].
A examinar este termo, observa-se que são diversos os discursos construídos em torno de
suas múltiplas facetas, dando lugar às variadas tipologias em concordância com as mudanças
espaciais e temporais.
Por outro lado, na prática, o fenômeno da violência ultrapassa múltiplos campos
interdisciplinares e áreas de investigação, razão pela qual os estudos tendem a ser fragmentados e
apolíticos, o que impede o desenvolvimento de uma teoria geral da violência. Observa-se porém que
a palavra violência é empregada para referir-se a um conjunto de fatos e situações heterogêneas
que parecem não ter nenhuma conexão entre si, enquanto persiste a pouca preocupação em se
apontar seus postulados básicos.
O historiador francês Chesnais aponta como o termo violência acabou por designar qualquer
coisa, "desde a troca agressiva de palavras ao homicídio doloso, passando pelo cheque sem fundos
[04]". É um termo vago, aberto a todos os abusos linguísticos que pouco a pouco se despojou de seu

sentido original, a saber, o abuso da força.


Nesse sentido, pode-se tomar por parâmetro a definição proposta pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) quando diz que:

O uso intencional da força física ou do poder, real ou potencial, contra si próprio, outras pessoas
ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar
uma lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação [05].

No entanto, em que pese esta definição onde se encontram os elementos principais da


violência como o uso intencional da força física e o dano causado a outrem, predominando a
5

tendência de se formular tantas definições de violência como suas possíveis manifestações, com a
qual tudo é produto da violência, ninguém tem culpa e todos a tem.
Trata-se, portanto, de um termo que é utilizado para significar uma grande variedade de
situações. A violência pode se classificar segundo a pessoa que a sofre: mulheres, crianças, anciãos,
etc.; segundo a natureza da agressão: física, psicológica, sexual, etc.; segundo o motivo: político,
racial, etc.; segundo o lugar: em casa, trabalho, trânsito, etc.
Por outro lado, as violências que se desenvolvem nas cidades possuem atores, formas e
motivos variados. Cada uma emerge de cenários sociais particulares (a família, a escola, o bairro,
etc.). Assim, pode-se falar de violências de distinta ordem, tais como as violências políticas
(guerrilha, greve, etc.); as violências econômicas (derivadas do mercado ilegal de armas e drogas,
etc.); as violências intrafamiliares (no núcleo familiar por relações assimétricas); e as violências
comuns (que deteriora a cidadania, mas que se caracterizam por serem difusas e por provirem de
múltiplas causas). Todas estas violências podem existir de forma inter-relacionada, o que complicaria
sua compreensão.

3.2 CAUSAS DA VIOLÊNCIA

Assim como é tarefa espinhosa, para não dizer impossível, uma conceituação restrita da
"violência" dada a amplitude que o termo abarca, não menos difícil é apontar suas causas. Todavia,
resta claro que ela não possui uma causa única.
Com efeito, para alguns as causas mais gerais da violência estão relacionadas à nossa
organização econômica, que promove uma distribuição de renda injusta e emudece diante dos efeitos
preocupantes da globalização nas relações de trabalho e emprego.
Nesse sentido, a violência esparsa e cotidiana de uma sociedade que exclui o usufruto de
bens e de direitos grande parte de sua população torna-se atualmente insuportável. "Seu lado mais
visível – a violência da criminalidade – afeta diretamente nossa vida cotidiana, constrange-nos,
coloca em questão se o que temos é direito ou privilégio", conforme acentua André Buoro [06] vivemos
numa sociedade marcada pela exclusão (grande parte são colocadas à margem da sociedade), isso
não é um problema apenas daqueles que, por "azar", tenham nascido do lado de lá da linha de
exclusão.
No entanto, afirma Alba Zaluar [07] que este posicionamento não é assente, e ao contrário do
que é corrente se pensar, a evolução da pobreza, nas últimas décadas não sustenta a tese que
explica o aumento da criminalidade tão somente em decorrência da miséria Segundo essa autora, o
percentual de pobres que optam pela carreira criminosa é baixo: menos de 1% em relação ao total
da população de um bairro pesquisado: 380 pessoas pertencentes às quadrilhas de traficantes e
aproximadamente 1200 pessoas envolvidas com roubos e furtos, de uma população calculada em
120 mil pessoas [08].
Diz ainda Alba Zaluar que:
As taxas estupendas de mortes violentas foram observadas nos estados mais produtivos e
mais ricos do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Goiás, Tocantins e o Distrito Federal. Os últimos colocados foram os mais pobres e
de povoamento mais antigo, justamente aqueles que levavam a fama por estarem na região do país
onde tradicionalmente os conflitos interpessoais se resolveriam à moda sertaneja e senhorial da
violência costumeira. São eles os estados do Maranhão, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte [09].
Conforme a mesma autora, na cidade de São Paulo, estudos apontam que as mudanças
populacionais no espaço físico da cidade afetaram a construção do medo nos moradores dos bairros
pobres e remediados. As pessoas falam não só dos criminosos que transgridam a lei, mas também
que "a justiça não funciona, a polícia falha e desrespeita a lei". Nos bairros de classe média, os
moradores culpam os nordestinos que passaram a morar no mesmo bairro pela situação insuportável
e exigem políticos duros – "de pulso forte" – para restabelecer a ordem [10].
Os efeitos mais evidentes dessa postura não foram as modificações do visual das residências
com muros atos, grades, fechaduras, alarmes e cadeados, mas o descrédito no trato com estranhos
e a descrença na participação democrática. A idealização da comunidade de semelhantes encolheu
os horizontes sociais, restringindo o mundo significativo e de confiança.
6

Muitas foram as tentativas de se encontrar resposta ao fenômeno da violência em suas mais


variadas manifestações: institucional, doméstica, ou a difusa violência urbana. Muitos foram os
apontamentos levantados e abordados nos meios de comunicação ou nos estudos especializados.
Conforme acentua Alba Zaluar:
Apontar a causa da violência na pobreza, desigualdade ou exclusão, argumento
repetidamente utilizado na defesa dos pobres, acabou por justificar a preferência, carrega de
suspeitas prévias, que policiais tem pelos pobres. Há também uma redução de complexa
argumentação para o primado do Homo economicus, comandado exclusivamente pela lógica
mercantil do ganho e a necessidade material, pois se baseia no pressuposto utilitarista de que,
movido pela necessidade, o homem agiria para sobreviver.

[...] A redução da criminalidade violenta à pobreza tampouco permite analisar os efeitos


inesperados da primeira sobre a segunda, aumentando a pobreza e os sofrimentos dos pobres
na medida em que impede o aceso aos serviços e instituições do Estado presentes, tal como
escolas, postos de saúde, quadras de esporte ou centro de atendimentos [11].

Em outras palavras, em que peses as graves e vergonhosas desigualdades existentes, a


margem de pessoas pobres que debandam para o mundo do crime é ínfima, e isso exige que tenham
um atendimento especial que considere o contexto social mais próximo de suas ações, tenham eles
maior ou menor controle sobre estas.
O que se denota das assertivas acima é que, se o nó de relações sociais esboroa-se, em
decorrência do aumento da violência, corre-se o risco de se formar uma "sociedade da desconfiança",
onde o temor faz esmorecer a confiança tanto no próximo como nas instituições, donde emerge, por
conseguinte, o descrédito e desrespeito por quaisquer autoridades constituídas ou não.
Esse é um problema de todos, pois destrói a condição essencial para a vida em sociedade –
a segurança -, colocando os frutos do esforço de cada um e de todos sob o signo da suspeita,
transformando direito em privilégio.
A violência pode ser classificada em três modalidades:
Violência interpessoal – este tipo de violência pode ser físico ou psicológico, ocorre tanto
no espaço público como no privado, as vítimas podem ser as crianças, jovens, adultos ou idosos.
Violência coletiva - neste tipo de violência há conflitos violentos entre nações e grupos,
terrorismo de Estado ou de grupos.
Violência urbana - é aquela cometida nas cidades, seja em razão da prática de crimes
eventuais, seja pelo crime organizado, portanto a violência seria resultante de um desequilíbrio entre
fortes e fracos.
Segundo Perrot (2005), a violência tem um efeito profundo nas pessoas. Em alguns países
começa bem antes mesmo do nascimento, com o aborto seletivo para a escolha do sexo. Em alguns
casos quando os pais desesperados para ter um filho homem, acabam matando recém nascidos do
sexo feminino. Tal violência perdura ao logo da vida.
Nesta toada, podemos afirmar que a violência está em toda a parte, ela se apresenta de
várias formas no qual pode aparecer em uma discussão no trânsito, no colégio, na rua. Enfim, a
violência e os desentendimentos podem acontecer em qualquer lugar onde muitas pessoas estão
com um elevado grau de estresse. Seja por motivos banais ou não, todo e qualquer tipo de violência
deve ser recriminado pela sociedade, porém, o maior problema é a impunidade que faz com que as
pessoas sintam insegurança e muita das vezes se torne prisioneiro dentro de suas próprias casas.
Se algo não for feito para solucionar ou pelo menos amenizar esse problema as coisas só
tendem a piorar. O trabalho dos políticos do poder judiciário e dos policiais é fundamental, mas nada
poderá ser feito sem a contribuição de todos por isso todos devem ter a consciência e colaborar para
se ter uma vida mais tranquila.
7

Abordaremos, nesta ocasião a Violência Urbana, que por ventura necessite a intervenção da
Polícia Militar.

3.2.1A violência urbana

Um tipo de violência que é muito comum atualmente é a violência urbana que se dá por
designar o fenômeno social de comportamento deliberadamente transgressor e agressivo que ocorre
em decorrência de um convívio urbano.
A violência urbana é determinada pelos valores sociais, culturais, econômicos, políticos e
morais de uma sociedade, sendo assim ela é incorporada e copiada de alguns países de maior
influência em toda a esfera internacional.
Uma das manifestações mais extremas de violência urbana acontece em sociedades nas
quais possui uma grande tradição cultural de violência e acentuadas divisões étnicas, sociais e
econômicas que acabam gerando conflito entre a sociedade já que assuntos como este são discutidos
em todo o mundo. E uma das causas do crescimento da violência urbana no Brasil é a aceitação
social da ruptura em constantes normas jurídicas no que diz respeito à noção de cidadania.
Entretanto, a sociedade admite passivamente tanto a violência dos agentes dos estados contra as
pessoas mais pobres quanto o descompromisso do indivíduo com as regras.
Todos devem ser mais civilizados e tentar resolver as coisas da melhor maneira possível sem
ter que ficar colocando a violência em tudo que fizer, não importa se ela é verbal, física ou moral a
melhor maneira de se resolver os problemas é na conversa para que os fatos possam ser
esclarecidos.
Conheça os tipos de violências mais frequentes:

3.2.2 Violência física

A violência física é caracterizada com o uso da força com o objetivo de ferir outra pessoas,
que pode deixar ou não marcas expostas. Exemplos da violência física são: socos, tapas, agressões
com diversos objetos, queimaduras ou semelhantes. A violência pode ser agravada quando o
agressor está sob efeito de álcool ou outra substância prejudicial.
8

3.2.3 Violência verbal

A violência verbal é uma das mais cometidas no mundo todo, caracterizada quando o
indivíduo visa oportunar e incomodar outras pessoas através das ofensas morais (insultos),
depreciações, questionamentos infindáveis. Muitos confundem a violência verbal com a psicológica.

3.2.4 Violência psicológica

A violência psicológica também é conhecida como agressão emocional que pode ser tão
prejudicial ou até mais do que a física. Semelhante ao bullying, quando a vítima sofre com a rejeição,
discriminação, desrespeito, depreciação, humilhação ou punições exageradas. É uma violência que
não deixa marcas visíveis, mas que causa um grande transtorno emocional, que se não for tratado
pode durar toda a vida.

3.2.5 Violência sexual

A violência sexual é uma das mais graves, que acontece quando o agressor abusa do poder
que tem sobre a vítima sexualmente, ou seja, sem o seu consentimento. Muitas vezes a violência
sexual ainda é acompanhada a violência física e psicológica Nesses casos a vítima precisa fazer
diversos tratamentos.

3.2.6 Violência Familiar

Quando se fala de violência, alguns, por falta de entendimento, acreditam que a agressão só
se caracteriza através da violência física contra a mulher, quando na verdade, existem vários outros
tipos de violência, entre elas pode-se citar:

- Violência na família (entre familiares);

- Violência psicológica ou mental;

- Violência Sexual;

- Violência Patrimonial; - Violência Moral.

Das formas citadas neste trabalho a mais comum de violência contra a mulher é a violência
no lar ou na família. As investigações demonstram sistematicamente que uma mulher tem maior
probabilidade de ser agredida, violada ou assassinada por seu companheiro atual ou anterior do que
por outra pessoa.
O homem acaba batendo com socos ou a ponta pés, mordendo, estrangulando a suas esposas
ou parceiras, causando queimaduras com cigarros, com ácidos pelo seu corpo ou com objetos
pontiagudos, utilizando-se até mesmo de armas letais para lhes ceifar a vida.
Saffioti (2004, p. 9), enfatiza que: “Com efeito, um marido que espanca sua mulher, em
geral, é poupado em vários dos ambientes por ele frequentados, em virtude de este fato não ser de
conhecimento público”.
A natureza da violência contra a mulher no âmbito familiar tem propiciado comparações com
o crime de tortura. As agressões são despendias a causar lesões à saúde psicológica da mulher e de
igual modo em seu corpo e costumam ir acompanhadas de humilhações verbais, dentre outras.
Comparada ao crime de tortura, em face da não reação por parte da mulher. Finalmente, as
agressões podem suceder-se semana após semana, durante meses e até anos.
Nesse sentido, no dia 29 de Agosto de 2013, o Plenário do Senado aprovou, por meio de
votação simbólica, quatro projetos de lei que ampliam os direitos das mulheres em situações de
vulnerabilidade por agressões. Um dos textos inclui na Lei de Tortura o crime de violência doméstica.
Todas as propostas seguiram para análise da Câmara.
9

As propostas fazem parte das iniciativas tomadas pela Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher. O principal projeto resultante da CPI, que inclui no
Código Penal o crime de feminicídio (quando a agressão contra a mulher por motivo de gênero resulta
em morte), deverá ser analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado antes
de seguir para o plenário.
O relatório final da CPMI resultou em 13 projetos de lei, dos quais sete foram encaminhados
para apreciação do Senado e outros seis seguiram para a Câmara. O projeto que trata da mudança
na Lei de Tortura, inclui nesse tipo de crime os casos de pessoas em situação de violência doméstica
ou familiar, com emprego de violência ou grave ameaça. A proposta também abrange prática que
gere sofrimento físico ou mental como forma de exercício do domínio.
A gênese da violência no âmbito familiar dá-se principalmente por falta de respeito entre os
integrantes desta, pelo machismo exacerbado, pela incredulidade das mulheres, infidelidade ou
ciúmes e/ou pela impotência de ambos.
Pode estar apresente em qualquer família, de qualquer classe social, uma forma de preveni-
la é alertando toda a comunidade que é necessária ter o respeito, o diálogo, que todos somos iguais
e que apesar de todos os nossos problemas, ainda assim, somos pessoas, e que a nossa família é a
única que sempre nos apoia e nos ajuda em todas as situações, por isso há que se respeitar e
proteger, ainda que sejamos os menores desta, todos temos o nosso valor.
O Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, publicou um
Glossário para delinear conceitos para as expressões mais comumente utilizadas, referentes ao tema
da violência. Tal documento distinguiu violência contra a mulher de violência doméstica (ou violência
intrafamiliar):
“Violência contra mulher – é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado, motivado apenas
pela sua condição de mulher”. “Violência intrafamiliar/violência doméstica – é a violência
perpetrada no lar ou na unidade doméstica, geralmente por um membro da família que viva com
a vítima, podendo esta ser homem ou mulher, criança, adolescente ou adulto (a).” (Nações
Unidas/MJ/SNDH. Glossário Uma vida sem violência é um direito nosso”, p.1).

No presente trabalho, optou-se por abordar o fenômeno da violência de gênero praticada


pelo homem contra a mulher como Violência doméstica e Familiar contra a vítima mulher, de
qualquer idade, no âmbito doméstico, que por ventura necessite a intervenção da Polícia Militar.

4. O CRIME COMO PROBLEMA SOCIAL E SUAS RAÍZES


HISTÓRICAS.

Para Adauto Alonso Suannes, do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), é


preciso compreender o crime (e o criminoso) como um processo da sociedade, com causas múltiplas
que precisam ser preventivamente resolvidas. Ele entende que a violência é inerente a todo ser
humano e não pode ser tratada como alguma coisa que está fora ou "no outro", relegando-a apenas
aos instrumentos do Direito.
E afirma que a área jurídica responde só pelo aspecto punitivo do crime e, na verdade, a
violência que pode conduzir ao crime, pode também conduzir a várias atividades positivas pois é
sublimada de várias formas, como por exemplo através dos esportes.
Por outro lado, ele também afirma que o crime organizado só existe em uma sociedade
desorganizada, em que existe a corrupção dos poderes por parte deste crime, como foi nos Estados
Unidos, na Itália e como é hoje aqui no Brasil.
"Nas guerras, os vencedores traziam a cabeça do derrotado como troféu e bebiam seu sangue
em taças. Ora, a cabeça é representada pela bola, presente em várias modalidades esportivas, e não
é à toa que o símbolo da vitória em competições é uma taça", disse Adauto ontem, em palestra na
55? Reunião da SBPC.
Segundo ele, Mike Tyson tinha todas as condições de ter sido originalmente criminoso, mas
teria sublimado sua violência para a luta de boxe. "Quando convidou uma moça para ouvir Bach em
seu apartamento? e ela acreditou? agrediu-a, transgredindo e foi condenado pela sociedade norte-
americana, que se vingou daquele negro que estaria em um lugar atrevido", disse.
10

Dadá Maravilha, o Dario do futebol, pode ser outro exemplo. "Pobre, negro, com inúmeras
dificuldades, foi da Seleção Brasileira e se tornou personalidade internacional", afirmou Adauto, juiz
aposentado, que exerceu a profissão de 1963 a 1985.
Para ele, a Justiça precisa fazer sua parte não no sentido de aumentar punições, instaurar
pena de morte ou promover mudanças que assegurem punições degradantes para um ser humano.
"A Justiça precisa garantir que a promotoria e a defensoria sejam exercidas para todos e que àqueles
que não possuem recursos para constituir um advogado, seja garantido o advogado de defesa, e que
as penas sejam aplicadas de forma justa e cumpridas? um engano outorgar ao Judiciário a solução
global do crime e da violência."
Segundo Adauto, que também é da Associação de Juízes para a Democracia, a sociedade
precisa fazer uma revisão em sua ética: "tradicionalmente, vivemos em uma cultura que busca
apenas a punição para os crimes, mas não a prevenção deles. A prevenção começa dentro de cada
casa, quando um pai deixa de jogar lixo pela janela ou uma mãe consegue não ir à escola brigar com
a professora que recriminou seu filho por alguma conduta inadequada. Começa quando se percebe
o absurdo de se ter o estacionamento de um shopping colado aos barracos de pessoas de uma favela
vizinha, que não podem nem comprar um doce naquele shopping. Começa quando se cuida das
crianças que estão na rua, sem colocá-las em lugares onde irão apanhar ou conviver com menores
infratores das mais variadas idades. Começa quando se entende por que as pessoas se organizam e
tentam ocupar espaços que lhe foram negados. E também quando a gente se pergunta: o que vamos
ganhar colocando um bandido numa cela incomunicável, sem banho de sol, sem nenhuma dignidade?
Mais um louco, em questão de semanas??
Delitos como a corrupção, entre outros, precisam ser investigados e combatidos de forma
efetiva para que se possa dar conta do real envolvimento tanto de pessoas do Judiciário quanto do
Executivo ou Legislativo, com relação ao crime organizado e tentar entender por que ocorrem tantos
crimes com profissionais destes poderes.
"Isto é importante e não se tentar tornar o advogado responsável por descobrir a origem do
dinheiro com que é pago por suas causas. Ora, não cabe ao advogado, médico, dentista ou outro
tipo de profissional fiscalizar de onde provem o recurso de seu cliente, cabe a outros. Por outro lado
é preciso que se pense que nunca se soube de condenados que tivessem se vingado de juízes, a não
ser por maus tratos, que se reflita a respeito e se passe a buscar a verdade sobre todas estas
ocorrências", conclui.

5. O CRIME COMO PROBLEMA SOCIOLÓGICO

A Sociologia Criminal, segundo Fernandes e Fernandes (2002) busca explicar e justificar a


maneira como os fatores do meio ambiente social atuam sobre a conduta individual, de forma a
conduzirem o homem à iniciação delitiva, o crime seria um fenômeno social.
Dias e Andrade (1997, p. 243) elucidam que a referida teoria tem como propósito
problematizar a ordem social, ou seja, “a explicação sociológica do crime deve ser tendencialmente
globalizante: para além e antes da sua explicação no plano do acontecer e dos dados sociológicos,
há que tentar explicá-lo ao nível da própria ordem social” (grifo do autor).
Para García-Pablos (2002), esta teoria contempla o fato delitivo como fenômeno social e
pretende explicá-lo em função de um determinado marco teórico. Ainda, os modelos sociológicos
obtêm êxito em virtude da utilidade prática da informação que subministram para os efeitos político-
criminais. Esta teoria parte da premissa de que o crime é um fenômeno social muito seletivo, e que
está unido a certos processos, estruturas e conflitos sociais, tratando de isolar suas variáveis,
constituindo, hoje, o paradigma dominante e o contributo decisivo para um conhecimento realista
do problema social.
Em relação às causas que levam o homem ao crime
A Sociologia Criminal, estudando as causas que levam o homem ao crime, não desconsidera
que a própria forma de organização da sociedade, com suas falhas e defeitos surgidos ao sabor da
crescente complexidade de suas exigências, pode revestir-se de condição para que a criminalidade
aconteça. Essa sociedade, diga-se, necessita de leis gerais que presidam sua constituição,
organização, funcionamento e sua própria evolução (FERNANDES; FERNANDES, 2002, p.377).
Constata-se assim, à luz dessa teoria, que o crime advém do meio social em que o indivíduo
interage.
11

Conforme preceitua Hassemer (2005, p. 67), “há tempos encontram-se sinais favoráveis em
relação às teorias, cuja origem e desenvolvimento da conduta criminosa localizam-se em um setor
intermediário entre os fatores individuais e os sociais”.
Segundo este mesmo autor
De acordo com o ponto de vista das teorias da socialização, a conduta criminosa é aprendida,
é conduta socializada. A família, a escola, a vizinhança, os grupos de amigos, o ambiente profissional
– as instâncias que realizam, portanto, o processo de socialização do indivíduo, sua prática no padrão
de conduta social, sua mentalidade e as normas – são as instituições, cujos defeitos prematuros
podem colocar o germe do desvio delitivo. (HASSEMER, 2005, p. 67).
As teorias da socialização buscam as fixações históricas na pessoa do próprio desviante, e
estabelecem conexões com grupos sociais ou até mesmo com a sociedade em seu conjunto, a partir
dos quais podem ser explicados os defeitos de socialização.
Sutherland (apud Hassemer, 2005, p. 70), diz que “as chances de se tornar criminoso
dependem da espécie, intensidade e duração, em dado momento, de diversos contatos do indivíduo
com outros”.
Em suma, segundo o pensamento de Hassemer (2005), a teoria criminológica da
aprendizagem pode ser compreendida como sendo uma conduta criminosa aprendida em interação
com outras pessoas em um processo de comunicação, principalmente nos grupos pessoais íntimos.
Ferri (apud García-Pablos, 2002) acreditava que o delito não era produto exclusivo de
nenhuma patologia individual, para ele o delito era resultado da contribuição de diversos fatores:
individuais, físicos e sociais.
Na tese de Ferri, conforme explica García-Pablos (2002, p. 196), “o delito é um fenômeno
social, com uma dinâmica própria e etiologia específica, na qual predominam os fatores sociais” (grifo
do autor). A pena, por si só, seria ineficaz, precisa vir antecedida ou acompanhada das adequadas
reformas econômicas, sociais, entre outras.

6. AS DIFERENTES ABORDAGENS DO CRIME

 Direito Penal – Abordagem legal e normativa: crime é toda conduta prevista na lei penal
e somente aquela a que a lei penal impõe sanção.

 Sociologia - Abordagem social: delito é a conduta desviada, sendo os critérios de


referência para aferir o desvio as expectativas sociais. Desviado será um comportamento
concreto, na medida em que se afaste das expectativas sociais em um dado momento,
enquanto contrarie os padrões e modelos da maioria.

 Segurança Pública - Abordagem fática: o crime é a perturbação da ordem pública e da


paz social, demandando a aplicação de coerção em algum grau.

 Criminologia – Abordagem global: o crime é um problema social e comunitário. Não é


mera responsabilidade do sistema de justiça: ele surge na comunidade e é um problema
da comunidade.

6.1. CONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Ciência que estuda o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do delinquente


e sua conduta delituosa, e a maneira de ressocializá-lo." (Sutherland).
Ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator,
da vítima, do controle social e do comportamento delitivo, buscando informações sobre a gênese, a
dinâmica e as variáveis do crime, a fim de embasar programas de prevenção criminal e técnicas de
intervenção positiva no homem delinquente (Gomes).
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6.2. OBJETOS DA CRIMINOLOGIA

O crime, o criminoso, a vítima e o controle social.

6.2.1. O Crime:

 Incidência massiva na população;

 Capacidade de causar dor e aflição;

 Persistência espaço–temporal;

 Falta de consenso social sobre as causas e sobre técnicas eficazes de intervenção;

 Consciência social generalizada a respeito de sua negatividade

6.2.2. O criminoso:

 Não é o pecador dos clássicos, não é o animal selvagem dos

 Positivistas, não é o “pobre coitado” dos correcionalistas, nem a vítima da filosofia


marxista;

 É o homem real do nosso tempo, que se submete às leis ou pode não cumpri-las por
razões que nem sempre são compreendidas por outras pessoas.

6.2.3. A vítima:

 A vítima é entendida como um sujeito capaz de influir significativamente no fato


delituoso, em sua estrutura, dinâmica e prevenção;

 Atitudes e propensão dos indivíduos para se converterem em vítimas dos delitos;

 Variáveis que intervêm nos processos de vitimização – cor, raça, sexo, condição social;

 Situação da vítima em face do autor do delito, bem como do sistema legal e de seus
agentes.

6.2.4 O Controle Social:

 Controle Social: Conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem


promover à submissão dos indivíduos aos modelos e normas comunitárias.

 Controle social formal: polícia, Judiciário, administração penitenciária, etc.

 Controle social informal: família, escola, igreja, etc;

6.2.5. Método:

 Empírico – observação da realidade.


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7. A CONDIÇÃO HUMANA E SEU COMPONENTE DE AGRESSIVIDADE


(Renê Pereira Melo Vasconcellos)

A agressividade é um componente importante de vivência de todo ser humano e se articula


na afetividade de todas as pessoas. Por isto mesmo, é algo natural e necessário para a sobrevivência
e crescimento do homem! O que faz esta afirmativa parecer antipática, é como esta agressividade
se desdobra.
O importante neste desdobramento é como o sujeito expressa ou canaliza sua agressividade.
Esta expressão pode se manifestar em três níveis básicos:
1. O sujeito canaliza sua agressividade para um alvo, um objetivo, uma meta ou uma
realização. Exerce sua agressividade de modo a se expressar o mais genuinamente possível
como pessoa, em busca do seu equilíbrio ou em prol de outros, ou da comunidade.
2. Num outro nível, o sujeito engole sua agressividade, reprimindo-a e vai sorvendo-a
como um veneno perigoso que vai pouco a pouco dilacerando e dissolvendo-o por dentro.
Esta energia poderosa volta para o interior do indivíduo e provoca o efeito inverso ao
esperado, promovendo assim um lento suicídio existencial que se caracteriza por uma
"vontade de nada". Nestas circunstâncias a sentimento mal digerido volta-se contra o próprio
indivíduo na forma de somatizações ou tornando-o um "insípido existencial".
3. Aqui temos o sujeito que orienta sua agressividade para o próximo: por não encontrar
seu próprio caminho, se ressente com o outro como se aquele fosse responsável pelo seu
desassossego interior ou em última instância simplesmente odeia a felicidade do próximo
porque esta dá testemunho de sua miséria existencial. Seu olhar neurótico detecta ali o
obstáculo para sua felicidade, e começa a destilar canalizando para as pessoas a seu redor
sua agressividade adoecida. No limite, esta agressividade degringola em ódio e violência,
isto acontece quando a agressividade genuína na criança nunca foi reprimida aliado ao fato
de que suas necessidades afetivas não foram supridas; é a típica criança invejosa que tudo
pode e nada tem ou que nada teve e tudo quer.

Mas, afinal, o que é ser agressivo?

O homem começa sua caminhada rumo à civilização atento ao mais mínimo ruído vindo da
floresta; o menor som poderia significar um perigo de morte ou apenas o almoço que se mexia
sorrateiramente entre os arbustos. Para sobreviver, este homem primitivo aguçou seus sentidos para
vencer os desafios da natureza e todos os dias "saía para matar um leão", lutava para abater sua
presa a fim de que o grupo pudesse se alimentar. A vida era sistematicamente colocada em jogo, o
instante seguinte poderia representar a morte e qualquer atitude demandava um alto grau de
agressividade. Viver era extremamente perigoso.
Os anos se passaram e o homem agora já não necessitava pescar, caçar para sobreviver, os
supermercados modernos substituíram a selva repleta de perigos por corredores impecavelmente
limpos e abarrotados de enlatados, comida congelada e filezinhos de frango, boi e mussarela de
búfalo. Tudo isto hermeticamente fechado, devidamente empacotado, sem os terrores da selva....
Sem riscos.
Assim, o singular movimento do homem no sentido de apreender, abater para, de forma
absolutamente categórica, sobreviver, já não se fazia necessário, ficou camuflado nas "facilidades"
da civilização. No entanto, e para enganos de muitos, o homem continua utilizando sua agressividade
para se manter vivo, só que agora, de forma elaboradamente sutil.
O próprio ato de comer, mastigar, demanda energia e um certo grau de agressividade. O ato
sexual, descontadas as preliminares românticas, é essencialmente agressivo, sem falar no ato de
parir. As necessidades básicas do ser humano continuam as mesmas e se desenrolam em graus
maiores ou menores, mas sempre primitivamente agressivos.
Num certo sentido, para que haja transformação, mudança, e algo novo seja criado ou
recriado, energia, movimento, impulso e agressividade são requeridos. Esta "agressão no mundo"
modifica o ambiente, transforma alimento em energia para o corpo e contrações vigorosas em um
filho que vem à luz. Ações corriqueiras como dirigir um veículo numa avenida movimentada é algo
14

extremamente agressivo, exige uma mudança de postura, reclama atenção do motorista, acende o
alerta dos sentidos, exige do condutor e pedestres a prudência de um animal que passa por uma
trilha perigosa.
Para um tímido, falar em público é um ato esplendidamente doloroso, que requer uma boa
dose de coragem, ousadia e, obviamente, uma atitude agressiva diante do mundo. Não há ganhos
sem esforço. A intrepidez que é pedida para que o tímido flua a contento implica em energia. Para
que sua voz rasgue as paredes de sua garganta e adquira sonoridade, ele se dispõe a um esforço
que o remete a desafiar antigos medos infantis. Todo desafio, aprendizado e superação de limites,
obriga uma nova atitude diante do mundo, uma nova postura que implica ousadia e determinação.
Enfim, uma postura que não se conforma no mundo mas se orienta no sentido de transformá-lo a
partir de uma renovação dos padrões mentais.
A confusão que o senso comum faz em torno da agressividade é perfeitamente justificada
porque suas fronteiras são tênues e se caracterizam por uma alta flexibilidade. Dependendo da
orientação, sentido e de como se manifesta ela pode vir a ser pura violência. A agressividade genuína,
canalizada para o alvo correto promove vida, renovação e crescimento, é fruto pacífico que produz
alegria e satisfação pessoal. Como numa luta de judô, onde os oponentes se respeitam, os golpes e
movimentos coordenados trabalham os músculos do corpo, proporcionando saúde física com um
inevitável alívio de tensões, o que, ao final, redunda em um encontro esportivo para os
companheiros. O boxe é um perfeito exemplo de mobilidade desta fronteira, quando o salto e a
leveza do atleta que dança no ringue podem rapidamente converter-se em violência no pedaço de
orelha que sangra entre os dentes.
Este último caso nos remete a uma briga de rua cujo endereço é a inimizade, mágoa e
ressentimento, que podem descambar até em morte física quando a agressividade degringolou em
violência; A diferença entre a agressividade genuína que se processa finalmente em vida e a mera
violência ocorre quando este desdobramento redunda em morte, dor e ressentimento o que por sua
vez, é acompanhado em todo o processo de uma malignidade a toda prova, ou seja, a destruição
que gera destruição, a morte que gera morte.
Para entender este processo, tomemos a criança como sujeito da ação. Em um primeiro
momento, podemos encontrar uma família cuja dinâmica familiar se articula em torno de muitas
proibições, castigos, mas em meio a um ambiente rico de carinho e afeição. Este é um ambiente
propício ao desenvolvimento de crianças com um alto nível de dependência dos pais ou responsáveis.
A agressividade é reprimida e a criança se torna dependente, pouco criativa, mas obediente. É
precisamente esta obediência cega decorrente da punição aleatória que camufla o mal que tal
dinâmica familiar engendra.
Os pais costumam ficar muito felizes quando percebem seus filhos extremamente obedientes
e dependentes emocionais seus mas, a rigor, os prejuízos futuros são imensos dada à dependência
emocional e à ausência de uma feliz vida criativa, sem falar na inexistência de senso crítico o que os
torna alvos fáceis para autoritários, ditadores ou sujeitos de caráter questionáveis.
Em outra perspectiva, encontramos um ambiente cujas bases são a punição com o agravante
de ausência total de afeto, ou seja, um ambiente que se caracteriza pela hostilidade. Neste caso, os
pais reprimem sistematicamente a agressividade do filho com mecanismos rígidos de controle
regulados pela disciplina e castigo, seguidos de humilhações e bombardeios ferinos na autoestima.
O resultado será insegurança, timidez, introspecção e toda a carga hostil do ambiente a criança
canaliza para o seu próprio corpo. A agressividade genuína que deveria orientá-la no seu
relacionamento com o mundo degenera numa implosão emocional cujos efeitos devastadores
repercutem na vida adulta.
Estes relacionamentos marcados por muitas imposições e pouca ou nenhuma afetividade se
manifestam em crianças com tendência ao "auto suplício", crianças que se distraem arrancando fios
de seu próprio cabelo e, mais tarde, da barba; friccionando a casquinha dos machucados até sangrar
e, depois, das espinhas; são crianças que se distraem supliciando seu próprio corpo.
Para que as crianças apresentem uma agressividade genuína e socialmente aceita, é
necessário que os pais sejam permissivos com seus filhos, aceitando-os e compreendendo-os de
forma incondicional, de modo que a independência e a criatividade sejam traços marcantes no
comportamento da criança. Mas, todos estes aspectos seriam irrelevantes se, por outro lado, não for
privilegiado nesta relação a imposição de limites claros, num exercício contínuo de respeito ao
próximo e à natureza.
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8.COMPORTAMENTOS PSICOPATOLÓGICOS

A psicopatologia é o estudo das causas e da natureza das doenças mentais. Pode ser
desenvolvida segundo diferentes perspectivas ou modelos, como o biomédico, o psicodinâmico, o
sociobiológico e o comportamental, entre outros.
De acordo com o modelo psicodinâmico, por exemplo, os processos psicológicos são a
principal causa dos problemas mentais e psicossomáticos.
A perspectiva biomédica trata dos transtornos mentais como de qualquer outra doença a
partir do momento em que considera que as alterações psicopatológicas resultam de anormalidades
biológicas subjacentes (genéticas, bioquímicas ou neurológicas). Neste caso, o tratamento deve
focar-se na correção dessas anormalidades orgânicas.
Neste sentido, um comportamento anormal é uma doença produzida pelo funcionamento
patológico de alguma parte do organismo. Prende-se com alterações do cérebro, as quais podem ser
anatómicas (o tamanho ou a forma de certas regiões cerebrais fora dos padrões considerados
normais) ou bioquímicas (quando os elementos bioquímicos que contribuem para o funcionamento
neuronal vêm a sua função alterada).
A psicopatologia considera que os transtornos mentais orgânicos são aqueles que têm causas
físicas evidentes, como acontece com a doença de Alzheimer, ao passo que os transtornos mentais
funcionais são os padrões comportamentais anormais sem claros indícios de alterações orgânicas
cerebrais.
Por fim, convém salientar que o modelo comportamental da psicopatologia não estabelece
diferenças entre os comportamentos patológicos e os comportamentais normais pelo facto de ambos
serem o resultado da aprendizagem com base no meio, daí se atribuir mais importância às influências
ambientais do que às biológicas ou genéticas. O tratamento neste modelo consiste na alteração do
comportamento, seja de forma manifesta como inferida

9. O PAPEL DA IMPRENSA NA SEGURANÇA PÚBLICA


Por Robson Sávio Reis Souza em 07/11/2005 na edição 354

[A mídia] "quando se apropria, divulga, espetaculariza, sensacionaliza ou banaliza os atos de


violência está atribuindo-lhes um sentido que, ao circularem socialmente, induzem práticas referidas
à violência. Se a violência é linguagem – forma de comunicar algo -, a mídia ao reportar os atos de
violência surge como ação amplificadora desta linguagem primeira, a da violência" (RONDELLI, E.
Imagens da violência: práticas discursivas. Tempo Social, S.P, v. 10, n. 2. p. 145157,
out.1998).
O aumento estrondoso da criminalidade violenta, nos últimos anos, trouxe para a agenda
social a questão da segurança pública. Outrora, assunto restrito a poucos atores, agora a temática
da segurança pública alcança o centro das discussões, numa sociedade aflita em meio a um
estrondoso incremento da violência e criminalidade. O resultado do referendo sobre a proibição do
comércio de armas de fogo e munição amplificou um evidente clamor popular que exige medidas
consistentes, duradouras e claras no combate e na prevenção ao crime. A mídia, percebendo a
importância do momento histórico (e principalmente o poder de vocalização dessa demanda pela
classe média – sua maior consumidora) tem aprofundado as discussões sobre a questão, pautando
de forma cada vez mais constante a cobertura acerca da segurança pública.
A violência (e seus efeitos perversos) fragiliza as instituições sociais. Isso sem falarmos na
corrupção – que atinge todos os níveis da administração pública produzindo uma generalizada falta
de credibilidade e de confiança nas autoridades. Esses dois ingredientes explosivos têm motivado
muitos indivíduos a defenderem a tese da auto resolução dos conflitos, através de meios ilegais, e,
o mais grave, a quererem fazer justiça com as próprias mãos.
Ao tratarmos da segurança pública estamos nos referindo às formas de prevenção e combate
à violência: tema que sempre provocou muita polêmica. Alguns acreditam que a violência tem de
ser atacada "em suas raízes": a miséria, a exclusão social, a má distribuição de renda, o desemprego.
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Por outro lado, cresce o coro dos que pleiteiam a adoção de políticas de segurança pública eficientes,
que levem em conta os problemas específicos de cada realidade e, não menos importante, a
necessidade de reformas profundas no sistema de justiça criminal.
Porém, todos os que lidam com o fenômeno da violência devem compreender sua
complexidade e a dificuldade no domínio de todas as suas variáveis. Um outro problema é a
confiabilidade dos dados produzidos sobre crimes. É difícil construir indicadores estatísticos
representativos e confiáveis. Daí se pode entender porque pesquisadores e operadores da segurança
pública têm chamado atenção para a necessidade de produzir estatísticas confiáveis e garantir a
transparência na divulgação dos dados sobre a violência.
Ademais, a representação da violência pela mídia altera a percepção que temos do fenômeno,
pois a cobertura nem sempre é representativa do universo de crimes e sim dos eventos
extraordinários e muitas vezes pontuais.
Neste contexto, a mídia pode se tornar uma das mais contundentes formas de se propagar
e, em até certo ponto, exaltar a violência.

9.1 As múltiplas facetas da violência

Como espectadores, leitores, ouvintes, cidadãos e operadores da segurança pública devemos


compreender que a cobertura do cotidiano violento das grandes cidades não é tarefa fácil. Por trás
de eventos violentos outras questões estão ocultas, e dificilmente podem ser contempladas em cada
matéria ou reportagem que envolve a abordagem do tema, pela mídia.
Ademais, é mister entendermos que na análise da questão não existe verdade absoluta, nem
ponto de vista inquestionável e irrefutável. Neste sentido, os operadores da segurança pública, os
especialistas e os jornalistas devem levar em consideração uma série de questões. Afinal, todos
esses profissionais têm se debruçado na tentativa de explicações lógicas para um fenômeno múltiplo
e complexo. As dificuldades em abordá-lo não justificam, porém, as simplificações e generalizações
grosseiras e, muitas vezes, tendenciosas.
Apresentamos, a título de ilustração, uma síntese da complexa teia de fatores intervenientes
no fenômeno da violência e criminalidade. Para tanto, usamos o modelo proposto pelo cientista
francês Jean-Claude Chesnais, conceituado demógrafo e especialista em violência urbana. Ele traçou
um estudo sobre a violência criminal no Brasil, apontando seis causas como fatores responsáveis
pela atual situação:
** Fatores socioeconômicos: miséria, agravamento das desigualdades, herança da
hiperinflação;
** Fatores institucionais: insuficiência e incompetência do Estado, crise do modelo familiar,
recuo do poder da Igreja;
** Fatores culturais: problemas de integração racial e desordem moral;
** Demografia urbana: as gerações provenientes do período da explosão da taxa de
natalidade no Brasil chegando à vida adulta sem muitas referências éticas; e o surgimento de
metrópoles, sem a mínima infraestrutura, que receberem uma fortíssima migração nas últimas
décadas;
** A mídia, com seu poder, que colabora para a apologia da violência.
** A globalização mundial, com a contestação da noção de fronteiras; e o crime organizado
(narcotráfico, posse e uso de armas de fogo etc.).
Acrescentaria outro fator, característico e específico das grandes cidades brasileiras. A
organização do tráfico de drogas (disputas pela ampliação de espaço e poder, guerra entre gangues)
e suas conexões com outras modalidades de crimes (contrabando, lavagem de dinheiro, corrupção
de agentes públicos etc.).
Ora, fica evidente a complexidade que envolve o fenômeno da violência. E, por consequência,
a dificuldade, ou a quase impossibilidade, do profissional da comunicação, cobrindo o pontual,
abordar todas essas questões na apresentação de cada notícia sobre o tema. Isso sem contar,
obviamente, com outras dificuldades de abordagem, como o reduzido espaço ou tempo para
apresentar a notícia; as pressões vindas de editores e chefes de redação; os interesses, nem sempre
17

confessáveis, das empresas de comunicação, dentre outros. Ademais, não podemos esquecer da
rotina massacrante das redações, que não permite o aperfeiçoamento e o aprendizado contínuo por
parte dos profissionais da comunicação.

9.2 Quebrando preconceitos e instituindo uma nova práxis

Existe uma tradição muito arraigada dentro das redações de que a cobertura dos temas
envolvendo a violência e a criminalidade é cobertura "de polícia". Com o processo crescente de
aprofundamento das discussões sobre os problemas da segurança pública, esse tipo de postura
precisa ser revisto. Nessa empreitada todos os atores envolvidos na temática (jornalistas, operadores
da segurança pública e pesquisadores) devem se despir das "verdades absolutas" que os circundam,
caminhando na direção de uma nova relação entre as partes, baseada principalmente no direito de
todos a uma informação qualificada, transparente e ética sobre assuntos que envolvem os fenômenos
da violência e da criminalidade.
O jornalismo policial, ainda, é uma área "marginal" nos veículos de comunicação. E os
profissionais que cobrem essa área formam uma espécie de casta, vista com ressalvas. Existe a
presunção de que é uma área pouco nobre (a classe valoriza mais os assuntos ligados à política e à
economia). Muitos dos que fazem cobertura "de polícia" são repórteres novatos ou os mais antigos,
que não se adaptaram à modernização dos processos de comunicação.
As editorias de polícia continuam sendo, com raríssimas exceções, os berçários e os
cemitérios das redações. É preciso que os donos e os operadores da mídia compreendam, de vez,
que se foi o tempo em que os crimes eram "assuntos de polícia". São fatos que se encaixam na
esfera da segurança pública, portanto, influenciam a qualidade de vida dos cidadãos e, como tal,
merecem tratamento qualificado e tão nobre quanto aos outros assuntos.

9.3 Uma pesquisa reveladora

Considerando o papel decisivo dos meios de comunicação nas democracias para o


agendamento de políticas públicas, o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da
Universidade Candido Mendes, decidiu realizar um diagnóstico sobre como os jornais cobrem a
violência no Brasil, em janeiro de 2004.
As coordenadoras da pesquisa, Silvia Ramos e Anabela Paiva, apontaram alguns resultados
do diagnóstico que analisou textos veiculados pelos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo,
Agora São Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, O Dia, Estado de Minas, Diário da Tarde e Hoje em Dia
ao longo de 35 dias, distribuídos por cinco meses do ano de 2004 (maio a setembro). Em média, a
circulação dos nove veículos, somada, é de 1,2 milhão de exemplares diários. [O estudo e outros
dados da pesquisa estão disponíveis na página do CESeC]
Ao analisar os 2.514 textos, as pesquisadoras perceberam que "os jornais não cobrem a
violência com a mesma intensidade. O perfil dos textos analisados também indica que os jornais têm
abdicado de enriquecer a cobertura sobre violência e segurança com alguns tipos de abordagem. O
espaço que os veículos analisados dedicaram a textos opinativos sobre estes temas foi muito
reduzido: durante o período da pesquisa, houve pouquíssimos editoriais (1,4%), artigos (1,2%) e
colunas (0,3%) sobre o tema. Mais de um quarto (27%) da cobertura é composta de pequenas notas
informativas, sem qualquer tipo de contextualização".
Sobre os principais temas tratados pelas redações, as pesquisadoras concluíram que "as
forças de segurança – nas quais se incluem as várias corporações policiais (Federal, Civil, Militar e
Técnica), as Forças Armadas e as guardas municipais – são as protagonistas do noticiário, sendo o
assunto de 40,5% dos textos. O outro tema dominante é o ato violento em si, assunto de 21% das
matérias. Os desdobramentos e repercussões destes atos somam 16,2% – ou seja, 37,2% da
cobertura gira em torno de crimes. Mas a análise das matérias deve ser considerada não apenas por
aquilo que foi abordado, mas também pelo que não foi. Temáticas centrais como a violência enquanto
fenômeno sociocultural político (3,3%) e direitos humanos (2,4%) aparecem muito pouco. Também
chama a atenção o pequeno número de reportagens e artigos baseados em estatísticas e pesquisas".
18

No entanto, segundo as pesquisadoras, "é importante reconhecer que em alguns estados


brasileiros, como o Rio de Janeiro, a mídia é uma fonte quase solitária de controle externo da ação
de polícia, considerando que a Ouvidoria é virtualmente inexistente e as corregedorias são
extremamente frágeis. Em síntese, pode-se concluir que há tendências simultâneas em curso. Por
um lado, o volume de notícias sobre os temas da violência e da segurança pública é expressivo,
indicando o reconhecimento da importância do assunto, especialmente nos jornais do Rio de Janeiro.
Tudo indica que a maioria dos jornais analisados deixou de praticar as coberturas meramente
criminais típicas das antigas seções de polícia e passou a tratar de violência e de segurança pública.
Além disso, nem mesmo os jornais de venda em banca se excedem no sensacionalismo ou na
apelação à dureza contra o crime nos moldes clássicos e muito recorrentes no passado. São muito
raras as notícias que defendem o endurecimento do tratamento com os criminosos ou a restrição de
seus direitos (0,4%) e é pequeno (5,6%) o número de matérias que buscam enfatizar um sentimento
de medo da sociedade frente ao fenômeno da violência urbana. Por fim, são desprezíveis os textos
que deixam transparecer a ideia de que é possível fazer justiça com as próprias mãos (0,7%)."

9.4 O papel da mídia

A forma e conteúdo de exposição dos vários tipos de violência pela mídia devem ser
questionados. Obviamente, não estamos tratando aqui de qualquer tipo de censura; ao contrário,
defendemos uma interlocução cada vez mais consistente entre os profissionais da comunicação,
pesquisadores do tema e operadores da segurança pública.
Porém, somos cônscios de alguns exageros. Por exemplo: uma pesquisa da Unesco sobre a
exposição da violência na mídia e suas repercussões na vida das crianças apontou que a função da
mídia na percepção e prática da agressão é apresentada em um contexto compensatório. [Unesco,
2002. A amostra do estudo foi formada por um núcleo original de 23 países em todo o mundo, nos
quais, em função do tamanho de cada um, foram pesquisados entre 150 e 600 crianças de 12 anos
(de ambos os sexos) que frequentam escola.]
Dependendo dos traços de personalidade e das experiências cotidianas das crianças, a
violência na mídia satisfaz diferentes necessidades: "compensa" frustrações e carências em meio a
ambientes problemáticos, ao mesmo tempo em que oferece "emoção" aos infantes que vivem em
áreas menos problemáticas. Apesar das inúmeras diferenças culturais, os padrões básicos das
implicações ligadas à violência na mídia são semelhantes em todas as partes do mundo. Os filmes,
individualmente, não se constituem o problema, mas a extensão e a onipresença da violência na
mídia contribuem para o desenvolvimento de uma cultura global agressiva. As "características de
recompensa" da agressividade são mais sistematicamente incentivadas do que as formas não
agressivas de lidar com a própria vida, fazendo prevalecer, dessa forma, o risco da violência na
mídia.
Em combinação com a violência da vida real, vivenciada por muitas crianças, é alta a
probabilidade de que orientações direcionadas para a agressividade sejam mais intensamente
promovidas do que aquelas que incentivam comportamentos pacíficos.
Também em áreas onde o nível de agressividade é baixo, o conteúdo de violência da mídia
é apresentado em um contexto compensatório. Embora as crianças lidem com esse conteúdo de
formas diversas em diferentes culturas, o traço transcultural comum do problema encontra-se no
fato de que a agressão é interpretada como uma boa forma de solucionar os problemas em várias
situações.
Assim, a onipresença da violência na mídia estimula muito mais as ações violentas para a
resolução de simples conflitos cotidianos do que atos pacíficos e de respeito aos outros e a si mesmo.

9.5 como tratar a questão?

A mídia deveria ser o espelho fiel das contradições e conflitos existentes na sociedade.
Evidente, portanto, que na sua pauta apareça a questão da segurança pública como uma das
principais demandas de discussão da sociedade brasileira na atualidade.
19

Ponto-chave: profissionais da mídia, operadores de segurança pública e pesquisadores do


tema devem conhecer os limites e os interesses que envolvem o tratamento da temática da
segurança pública. Nesse terreno não há espaço para improvisações e amadorismos.
É preciso compreender, também, as dificuldades nas abordagens de uma temática tão densa
e complexa, como já exposto anteriormente. Portanto, especializar-se nesse tipo de cobertura seria
o desejável e muitos profissionais da imprensa têm percorrido esse caminho (com ou sem apoio dos
veículos). O Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG (CRISP), por exemplo,
ofereceu, no Rio de Janeiro, um curso para repórteres de um jornal de circulação nacional, depois
da direção do órgão se convencer da necessidade de uma especialização na cobertura de eventos
criminais naquela cidade. No mesmo caminho deveriam trilhar os assessores de comunicação das
instituições do sistema de justiça criminal.
É também fundamental que a divulgação e a apuração das informações acerca de estatísticas
criminais sejam rigorosamente avaliadas: quem produz a notícia de levar em conta a subnotificação
de vários tipos de ocorrências; os interesses políticos que envolvem a divulgação das notícias; os
vieses evidentes em análises feitas por operadores e especialistas.
Uma notícia irresponsável pode causar danos irreparáveis a uma comunidade. Por exemplo,
o simples fato de se noticiar um aumento de crimes num determinado bairro baseando-se na
percepção da população, sem verificar com mais acuidade o que essa situação pode acarretar:
diminuição no preço dos imóveis naquele local; deterioração da qualidade de vida da população em
virtude do medo e do aumento da percepção da violência local; fragilização das relações sociais,
entre outras questões. Por outro lado, sonegar, omitir ou maquiar informações sobre crimes pode
significar efeitos tão perversos ou até piores do que os citados acima, incluindo riscos objetivos para
a vida das pessoas. Portanto, ao revelar dados, noticiar eventos criminais e abordar determinados
assuntos envolvendo violência e criminalidade é preciso pensar nas consequências desse tipo de
informação.
Finalmente, o papel da imprensa na cobertura da segurança pública é de fundamental
importância para o aprimoramento das políticas públicas nessa área. Apesar das eventuais
limitações, observamos que a mídia tem se esmerado no tratamento da temática, o que muito
contribui para a melhoria das relações entre os operadores da segurança pública, pesquisadores e
os profissionais da comunicação.
20

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1.1.1 NOTAS

1. GAUER, Ruth M. Chittó. A fenomenologia da Violência. Curitiba: Juruá Editora, 2000,


p.35.
2. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo:
Publifolha, 2003, p. 14.
3. SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p.
401.
4. CHESNAIS, J.C. Histoire de la violence, Robert Laffont, París, 1981, p. 438.
5. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo:
Publifolha, 2003, p. 16.
6. BUORO, Andréa; SHILLING, Flávia; SINGER, Helena; SOARES,
Marina. Violência Urbana, Dilemas e Desafios. 2. ed., São Paulo: Atual, 1999, p. 45.
7. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica:
reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
8. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica:
reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
9. Ibid.
10. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica:
reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
11. Idem p. 76.
12. TOURINHO PERES, Maria Fernanda. Violência: um problema de saúde pública. In:
Segurança Pública e violência: o Estado está cumprindo seu papel?
São Paulo: Contexto, 2008, p. 201.
22

13. NICOLITT, André. As subversões da presunção de inocência: violência, cidade e


processo penal. Rio de Janeiro: Lumem Juruis, 2006, p. 31.
14. NICOLITT, André. As subversões da presunção de inocência: violência, cidade e
processo penal. Rio de Janeiro: Lumem Juruis, 2006, p. 22.
15. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo:
Publifolha, 2003, p. 28.
16. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo:
Publifolha, 2003, p. 17.
17. CHIAVARIO, Mario. Direitos Humanos, processo penal e criminalidade organizada. Revista
Brasileira de Ciências Criminais. São Paulo, n. 5, p. 28, jan/mar. 1994.
18. CARDIA, Nancy. Pesquisa sobre atitudes, normas culturais e valores em relação à
violência em 10 capitais brasileiras. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria de Estado dos
Direitos Humanos, 1999, p. 118.
19. KANT DE LIMA, Roberto; Misse, Michel; MIRANDA, Ana Paula. Violência, Criminalidade,
Segurança Pública e Justiça no Brasil: uma bibliografia. Revista Brasileira de Informação
Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 50, 2007, p.
50.
20. DA SILVA FILHO, José Vicente; VIEIRA OLIVEIRA, Nilson. Apresentação do livro:
Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova
Alexandria, 2002, p. 03.
21. TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. Conflitos Agrários: lutas e corpos na terra. In:
Segurança Pública e violência: o Estado está cumprindo seu papel?
São Paulo: Contexto, 2008, p. 125.
22. TOURAINE, A. Movimientos Sociales de hoy. Actores y analistas. Barcelona:
Hacer, 1990, p.13.
23. DELMANTO JUNIOR, Roberto. O movimento dos trabalhadores rurais sem terra em
face do direito penal. Disponível em:
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Acesso em: 09 nov. 2009.
24. FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro:
Rocco, 1992.
25. TARROW, S. El poder en movimiento: Los Movimientos Sociales , la acción colectiva
y la política. Madri: Alianza Universidad, 1997, p. 47.
26. TOURAINE, A. Movimientos Sociales de hoy. Actores y analistas. Barcelona:
Hacer, 1990, p.13.
27. SADER, Eder: Quando novos personagens entraram em cena, São Paulo:
Paz e Terra, 1991, p. 51.
28. SADER, Eder: Quando novos personagens entraram em cena, São Paulo:
Paz e Terra, 1991, p. 194.
29. DOIMO, Ana Maria; DOXSEY, Jaime R. Os novos movimentos sociais. Teoria e prática,
In: Ciências Sociais Hoje: Anuário de Antropologia, Política e Sociologia, São Paulo: Cortez
Editora, 1986, p. 94.
30. DOIMO, Ana Maria; DOXSEY, Jaime R. Os novos movimentos sociais. Teoria e prática,
In: Ciências Sociais Hoje: Anuário de Antropologia, Política e Sociologia, São Paulo: Cortez
Editora, 1986, p. 24.
31. VELTMEYER, H., J. Neoliberalism and Class Conflict in Latin America. Macmillan:
Londres, 1997, p. 15.
32. Secretária Nacional do MST. A falta da Reforma Agrária gera violência no campo.
Disponível em: < http://www.mst.org.br/node/2925>. Acesso em: 01 nov.
23

2009.
33. CARALO, Paulo de Tarso. Campanha Internacional contra a violência no campo:
instrumento de luta pela reforma agrária e contra a violação dos direitos humanos. Disponível
em:<http://www.contag.org.br/imagens/docs/CampanhaInternacionalContraViolen cia-
Artigo.pdf> Acesso em: 28 out. 2009.
34. DELMANTO JUNIOR, Roberto. O movimento dos trabalhadores rurais sem terra em
face do direito penal. Disponível em:
<http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/view/11011/1 0576>.
Acesso em: 09 nov. 2009.
35. PEREIRA DA ROCHA, Florêncio Pereira. Como Melhorar a atuação dos Agentes de
Segurança Publica no Município de Lagoa do Piauí. Disponível em:
<http://www.segurancacidada.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_v
iew&gid=1552> Acesso em: 14 out. 2009.
36. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica:
reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
37. GUIMARÃES, Eloísa. Escola, Galeras e Narcotráfico. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998, p. 15.
38. DOWDNEY, Lucke. O aumento do emprego de crianças e adolescentes no tráfico de
drogas. In: Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São
Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 97.
39. TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. A agonia da vida: mortes violentas entre a
juventude do país do futuro. In: Homicídios no Brasil, Organizadores:
Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz e Eduardo Cerqueira Batitucci. Rio de Janeiro: FGV, 2007,
p. 13.
40. TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. A agonia da vida: mortes violentas entre a
juventude do país do futuro. In: Homicídios no Brasil, Organizadores:
Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz e Eduardo Cerqueira Batitucci. Rio de Janeiro: FGV, 2007,
p. 13.
41. ZIMERMAN, David. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. Porto Alegre:
Artmed, 1999, p. 95.
42. Ibid.
24

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

QUESTÃO 01
“O uso intencional da força física ou do poder, real ou potencial, contra si próprio, outras pessoas
ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar
uma lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação.” Segundo a
Organização Mundial da Saúde e a matéria vista em sala de aula, o texto acima é a definição de
que conceito?
(A) Conceito de Crime.
(B) Conceito de Criminalidade.
(C) Conceito de Violência.
(D) Conceito da mídia.

QUESTÃO 02
Relacione a 1ª Coluna com a 2ª Coluna e responda qual a alternativa correta:
( ) Há conflitos violentos entre nações e grupos, terrorismo de Estado ou
1. Violência Interpessoal.
Grupos.
( ) Pode ser físico ou psicológico, ocorre tanto no espaço público como no
2. Violência Coletiva.
privado, as vítimas podem ser as crianças, jovens, adultos ou idosos.
( ) Cometida nas cidades, seja em razão da prática de crimes eventuais, seja
3. Violência Urbana. pelo crime organizado, portanto a violência seria resultante de um
desequilíbrio entre fortes e fracos.

Assinale a alternativa correta:


(A) 3, 1, 2.
(B) 1, 2, 3.
(C) 2, 1, 3.
(D) 3, 2, 1.

QUESTÃO 03
São classificadas como modalidades de violência, EXCETO:
(A) violência Interpessoal.
(B) violência Coletiva.
(C) violência Urbana.
(D) violência Sexual.

QUESTÃO 04
A violência classifica-se em três modalidades, assinale a alternativa correta.
(A) Violência interpessoal – Este tipo de violência pode ser física ou psicológica, ocorre somente
no espaço público e as vítimas podem ser as crianças, jovens, adultos ou idosos.
(B) Violência Verbal – É uma das mais cometidas no mundo todo, caracterizada quando o
indivíduo visa oportunar e incomodar outras pessoas através das ofensas morais (insultos),
depreciações, questionamentos infindáveis.
(C) Violência Coletiva – Neste tipo de violência há conflitos violentos entre nações e grupos,
terrorismo de Estado ou de grupos.
25

(D) Violência Urbana – Cometida tanto no espaço público como no privado, somente pelo crime
organizado.

QUESTÃO 05
Após o estudo em sala de aula, podemos verificar que a agressividade é:
(A) algo natural e desnecessário para a sobrevivência e crescimento do homem.
(B) um componente menos importante na vivência de alguns seres humanos.
(C) um componente importante na vivência de todo ser humano e se articula na afetividade de
todas as pessoas.
(D) algo totalmente imprevisível e não faz parte da natureza humana.

QUESTÃO 06
Sobre as múltiplas facetas da violência, segundo o modelo proposto por Jean-Claude Chesnais,
quais são os seis fatores das causas da violência?
(A) Organização do Tráfico de Drogas, generalização, verdade absoluta, imprensa, psicopatologia
e pratica discursiva.
(B) Polêmica, mídia, arma de fogo, biomedicina, aprendizagem, criminalidade.
(C) Violência, estabilidade, segurança, institucionalização, explosão demográfica, neurológico.
(D) Socioeconômico, institucional, culturais, demografia urbana, mídia e globalização.

QUESTÃO 07
Quais são os objetos de estudo da Criminologia?
(A) Criminoso, psicopatologia, controle urbano, sociedade.
(B) Crime, Criminoso, Vítima, Controle Social.
(C) Criminalidade, administração penitenciária, família, igreja.
(D) Sociedade, Criminalidade, Instituições, Segurança Pública.

QUESTÃO 08
Relacione a 1ª e a 2ª coluna e marque a alternativa correta.
1. Fatores ( ) Colabora para a apologia da violência.
Socioeconômicos.
2. Fatores ( ) Problemas de integração racial e desordem moral.
Institucionais.
3. Fatores Culturais. ( ) Incompetência do Estado, recuo do poder da igreja.
4. Globalização Mundial. ( ) Miséria, desigualdade, herança da hiperinflação.
5. Mídia. ( ) Contestação de fronteira, crime organizado e narcotráfico.

Assinale a alternativa correta:


(A) 5, 3, 2, 1, 4.
(B) 2, 1, 3, 5, 4.
(C) 5, 4, 2, 1, 3.
(D) 1, 2, 4, 3, 1.
26

QUESTÃO 09
Conforme visto em sala de aula, as duas formas de controle social são:
(A) Violência e Criminologia.
(B) Crime e Criminalidade.
(C) Violência e Agressividade.
(D) Formal e Informal.

QUESTÃO 10
Assinale a alternativa correta que corresponde a violência sexual.
(A) É uma das mais graves, que acontece quando o agressor abusa do poder que tem sobre a
vítima sexualmente, ou seja, sem o seu consentimento.
(B) Nunca vem acompanhada da violência física e psicológica.
(C) É uma das formas de violência mais brandas e fáceis de serem resolvidas.
(D) Se caracteriza por insultos e visa incomodar outras pessoas através de ofensa morais
(insultos).

QUESTÃO 11
Psicopatologia é:

(A) Estudo das causas e da natureza das doenças mentais.


(B) Ciência que estuda as causas biológicas das doenças.
(C) É a ciência que estuda os comportamentos dos delitos.
(D) É o estudo da natureza dos comportamentos sociais.

QUESTÃO 12

Considere a seguinte proposição:

“O uso intencional da força física ou do poder, real ou potencial, contra si próprio, outras pessoas
ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar
uma lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.

O conceito de violência refere-se ao proposto pela:

(A) Sociologia
(B) Biologia
(C) OMS (Organização Mundial de Saúde)
(D) Criminologia

QUESTÃO 13

Considerando as alternativas, assinale V (para verdadeiro) e F (para falso):


De acordo com a natureza da agressão a violência pode ser classificada em:

( V ) Física
( V ) Psicológica
( V ) Sexual

Assinale a alternativa CORRETA:

(A) V, F, V
(B) F, V, V
(C) V, V, F
27

(D) V, V, V

QUESTÃO 14

A violência ___________________ é uma das mais cometidas no mundo todo, caracterizada


quando o indivíduo visa oportunar e incomodar outras pessoas através das ofensas morais
(insultos), depreciações, questionamentos infindáveis. Preencha a lacuna com uma das
proposições abaixo que corresponde ao enunciado.

Assinale a alternativa CORRETA:

(A) física
(B) psicológica
(C) verbal.
(D) sexual.

QUESTÃO 15

Nas alternativas abaixo, assinale a correta quanto ao conceito de Criminologia:

(A) Estudo em que define como o ato de violentar, determinar dano físico, moral ou psicológico.
(B) Ciência que estuda o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do delinquente
e sua conduta delituosa, e a maneira de ressocializá-lo.
(C) Ciência que diz respeito à maneira pela qual cada pessoa se apresenta e age, seja com os
outros, seja consigo própria.
(D) Estudo que busca explicar e justificar a maneira como os fatores do meio ambiente social
atuam sobre a conduta individual.

QUESTÃO 16

No que se refere aos controles sociais, responda: a polícia militar, a igreja, a escola e o Judiciário
fazem parte dos controles, respectivamente:

(A) Controle social formal, Controle social informal, Controle social formal, Controle social
formal.
(B) Controle social formal, Controle social informal, Controle social informal, Controle social
formal.
(C) Controle social formal, Controle social informal, Controle social informal, Controle social
informal.
(D) Controle social informal, Controle social formal, Controle social informal, Controle social
formal.

QUESTÃO 17

De acordo com Chesnais em seu estudo sobre a violência criminal, são seis os fatores responsáveis
pela atual situação de violência e criminalidade:

I - Fatores socioeconômicos: miséria, agravamento das desigualdades, herança da hiperinflação;


II - Fatores institucionais: insuficiência e incompetência do Estado, crise do modelo familiar, recuo
do poder da Igreja;
III - Fatores culturais: problemas de integração racial e desordem moral;
IV - Demografia urbana: as gerações provenientes do período da explosão da taxa de natalidade no
Brasil chegando à vida adulta sem muitas referências éticas; e o surgimento de metrópoles,
sem a mínima infraestrutura, que receberem uma fortíssima migração nas últimas décadas;
V - A mídia, com seu poder, que colabora para a apologia da violência.
VI - A globalização mundial, com a contestação da noção de fronteiras; e o crime organizado
(narcotráfico, posse e uso de armas de fogo etc.).

Assinale a alternativa CORRETA:


28

(A) Somente as alternativas I, III e V estão corretas;


(B) Somente as alternativas I, II e V estão corretas;
(C) Somente as alternativas II, V e VI estão corretas;
(D) Todas as alternativas estão corretas.

QUESTÃO 18

Preencha corretamente a lacuna. Quando uma pessoa tem o seu direito __________, o Estado tem
legitimidade para intervir coercitivamente na liberdade dos cidadãos, cabendo aos operadores da
Segurança Pública e por exegese constitucional, zelar pela Ordem e pela Paz Pública.

(A) exaltado
(B) violado
(C) sublimado
(D) elevado
QUESTÃO 19

A Violência pode ser classificada em três modalidades:

(A) Violência interpessoal, Violência coletiva e Violência Urbana


(B) Violência rural, Violência individual, Violência nas ruas
(C) Violência nas ruas, violência em casa, violência exterior
(D) Violência pessoal, violência rural, violência em casa

QUESTÃO 20

É também conhecida como agressão emocional que pode ser tão prejudicial ou até mais do que a
física. Semelhante ao bullying, quando a vítima sofre com a rejeição, discriminação, desrespeito,
depreciação, humilhação ou punições exageradas. É uma violência que não deixa marcas visíveis,
mas que causa um grande transtorno emocional, que se não for tratado pode durar toda a vida.
Esta afirmativa refere-se a:

(A) Violência psicológica


(B) Violência física
(C) Violência patrimonial
(D) Violência passageira

QUESTÃO 21

A______________ é um componente importante de vivência de todo ser humano e se articula na


afetividade de todas as pessoas. Por isto mesmo, é algo natural e necessário para a sobrevivência
e crescimento do homem! O que faz esta afirmativa parecer antipática, é como esta se desdobra.

(A) Depressão
(B) Agressividade
(C) Exultação
(D) Aflição

QUESTÃO 22

Preencha corretamente as lacunas de acordo com as alternativas:

A violência urbana se dá por designar o fenômeno social de comportamento deliberadamente


transgressor e agressivo que ocorre em decorrência de um convívio urbano.
A violência urbana é determinada pelos valores _____________, _____________,
_____________, _____________ e _____________ de uma sociedade.

(A) sociais, estruturais, econômicos, políticos e formais.


(B) sociais, culturais, econômicos, políticos e morais.
29

(C) culturais, econômicos, políticos, fundamentais e éticos.


(D) éticos, tradicionais, econômicos, morais e políticos.

QUESTÃO 23

Existem diferentes tipos de abordagem do crime, associe o conceito disposto na coluna 2 com o
tipo de abordagem da coluna 1

1ª COLUNA 2ª COLUNA
1. Abordagem legal e ( 2 Delito é a conduta desviada, sendo os critérios de referência para
normativa (Direito ) aferir o desvio as expectativas sociais. Desviado será um
Penal). comportamento concreto, na medida em que se afaste das
expectativas sociais em um dado momento, enquanto contrarie os
padrões e modelos da maioria.
2. Abordagem social ( 3 O crime é a perturbação da ordem pública e da paz social,
(Sociologia). ) demandando a aplicação de coerção em algum grau.
3. Abordagem fática ( 1 Crime é toda conduta prevista na lei e somente aquela que a lei
(Segurança Pública). ) impõe sanção.
4. Abordagem Global ( 4 O crime é um problema social e comunitário. Não é mera
(Criminologia). ) responsabilidade do sistema de justiça: ele surge na comunidade e
é um problema da comunidade.

Assinale a alternativa CORRETA:

(A) 2, 3, 1, 4.
(B) 4, 3, 1, 2.
(C) 2, 1, 3, 4
(D) 2, 4, 1, 3

QUESTÃO 24

Julgue as informações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir assinale a alternativa
correta.

( A agressividade não é um componente importante de vivência de todo ser humano.


)
( A agressividade é algo natural e necessário para a sobrevivência e crescimento do
) homem.
( A agressividade genuína mesmo canalizada para o alvo correto, não promove
) crescimento.
( A diferença entre a agressividade genuína que se processa finalmente em vida e a mera
) violência ocorre quando este desdobramento redunda em morte, dor e ressentimento o
que por sua vez, é acompanhado em todo o processo de uma malignidade a toda prova,
ou seja, a destruição que gera destruição, a morte que gera morte.

Assinale a alternativa CORRETA:

(A) F, F, V, V.
(B) V, V, V, V.
(C) F. V, F, V.
(D) V, V, F, V.

QUESTÃO 25
30

Quanto a vítima, julgue as informações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir
assinale a alternativa correta.

( A vítima é entendida como um sujeito capaz de influir significativamente no fato


) delituoso, em sua estrutura, dinâmica e prevenção;
( Atitudes e propensão dos indivíduos para se converterem em vítimas dos delitos;
)
( Variáveis que intervêm nos processos de vitimização – cor, raça, sexo, condição social;
)
( Situação da vítima em face do autor do delito, bem como do sistema legal e de seus
) agentes.

(A) F, F, F, V.
(B) V, V, V, V.
(C) V, F, V, F.
(D) V, V, V, F.

QUESTÃO 26

O Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, publicou um


Glossário para delinear conceitos para as expressões mais comumente utilizadas, referentes ao
tema da violência. Tal documento distinguiu violência contra a mulher de violência doméstica (ou
violência intrafamiliar): Violência contra mulher é:

(A) a violência perpetrada no lar ou na unidade doméstica, geralmente por um membro de outra
família que viva com a vítima, podendo esta ser homem ou mulher, criança, adolescente ou
adulto.
(B) qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico
à mulher, tanto no âmbito público como no privado, motivado apenas pela sua condição de
mulher.
(C) qualquer ação ou conduta que não cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou
psicológico à mulher.
(D) aquela que somente se caracteriza através da violência física contra a mulher.

QUESTÃO 27

Considerando a definição de violência produzida pela Organização Mundial de Saúde e o que fora
estudado acerca do tema, assinale a alternativa que traz uma assertiva INCORRETA.
(A) Violência é o uso intencional do poder.
(B) O ato violento pode recair, inclusive, sobre si próprio.
(C) O ato violento pode recair, inclusive, sobre uma comunidade.
(D) Só há violência se houver contato físico.

QUESTÃO 28

Marque a alternativa verdadeira de que forma a violência se apresenta em uma relação social?

(A) Reúne as violências: física, sexual e verbal.


(B) Quando uma pessoa tem o seu direito violado, o Estado não pode ter legitimidade para
intervir coercitivamente na liberdade dos cidadãos, cabendo aos operadores da Segurança
Pública intervir e zelar pela Ordem e pela Paz Pública.
(C) Caracterizada pela agressão contra a integridade física, psicológica, simbólica ou cultural de
indivíduos ou grupos sociais.
(D) A violência se revela como potência e força, segue presente e com intensa demonstração de
superioridade de gênero.
QUESTÃO 29

Julgue as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F) e a seguir assinale a alternativa
correta.
31

( A violência física é caracterizada com o uso da força com o objetivo de ferir pessoas com
) socos, tapas, agressões com diversos objetos, e que pode deixar ou não marcas
expostas.
( A violência verbal é uma das mais cometidas no mundo todo, caracterizada quando o
) indivíduo visa agredir as pessoas com diversos objetos.
( A violência psicológica também é conhecida como Violência Patrimonial onde alguns
) indivíduos de uma família resolvem vender um bem sem o consentimento dos demais
interessados.
( A violência sexual é uma das mais graves, que acontece quando o agressor abusa do
) poder que tem sobre a vítima sexualmente, ou seja, sem o seu consentimento.
( Quando se fala de violência, alguns, por falta de entendimento, acreditam que a agressão
) só se caracteriza através da violência física contra a mulher, quando na verdade, existem
vários outros tipos de violência, entre elas pode-se citar: Violência na família (entre
familiares); Violência psicológica ou mental; Violência Sexual; Violência Patrimonial;
Violência Moral.

Assinale a alternativa CORRETA:

(A) V, F, F, V, V.
(B) F, V, V, F, F.
(C) V, F, V, F, V.
(D) V, V, F, V, F.

QUESTÃO 30

Considerando o contexto da violência no Brasil, assinale a alternativa que traz um motivador de


ações violentas em nosso país.
(A) Oportunidades de emprego.
(B) Perspectiva de mobilidade social.
(C) Excelência nos serviços públicos.
(D) Ausência de oportunidades de lazer.

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