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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2017.0000997128

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


2173320-67.2017.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante ITAÚ
UNIBANCO S/A, é agravado FELIPE BARROS CHAS FILHO.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 22ª Câmara de Direito Privado


do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Não conheceram do
recurso e determinaram a remessa dos autos para redistribuição. V. U., de
conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores MATHEUS FONTES


(Presidente) e ROBERTO MAC CRACKEN.

São Paulo, 28 de dezembro de 2017.

Campos Mello
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

A g . 2 1 7 3 3 2 0 - 6 7 .2 0 1 7 .8 . 2 6 . 0 0 0 0 S ão Pau lo 8 ª VC/ F.R . S an t an a VOTO 41205


Ag te: I t aú Un i b an co S/A .
Ag d o : Fe lip e B ar r o s Ch a s F ilh o .

Agravo de i nst rum ent o. Com pet ência. Demanda


cautel ar com pedido de s uspens ão de consol idação de
pr opr iedade em pr ocedim ent o extr ajudicial decor rente
de ali enação fi duciár ia. Competência da 25ª a 36ª
Câmaras de Di rei to Pri vado do Tribunal de J ust iça.
Resolução nº 623/2013, ar t. 5º, inc. III .3. Não
conheci mento, deter minada a rem ess a a um dos órgãos
com pet ent es.

É agravo de instrumento contra a decisão copiada a


fls. 122 que, em demanda cautelar, deferiu pedido liminar para impedir
a consolidação da propriedade de imóvel em favor do agravante e
suspender os efeitos do leilão extrajudicial do bem objeto de alienação
fiduciária.
Alega o recorrente que a decisão agravada não pode
subsistir, pois não há verossimilhança nas alegações do agravado.
Sustenta que o agravado foi devidamente notificado para quitar o
débito, porém quedou-se inerte. Argumenta que não é possível a
purgação a mora após a consolidação da propriedade. Aduz que os
valores consignados pelo recorrido são inferiores aos efetivamente
devidos. Pede a reforma.
Processou-se o recurso apenas no efeito devolutivo e o
agravado apresentou resposta.
É o relatório.
Não conheço do recurso.
É o exame da inicial, no concernente à causa de pedir
e ao pedido, que demarca a competência recursal. Aqui, não há
discussão quanto ao financiamento bancário firmado entre as partes. A
demanda cautelar está lastreada em fatos concernentes ao
descumprimento da Lei 9.514/97, como a suposta abusividade no
procedimento de consolidação da propriedade fiduciária e a alegada
inexigibilidade dos valores apresentados pelo réu para a purgação da
mora (cf. fls. 36/40 do instrumento, fls. 3/7 dos autos principais).
Ocorre que essa matéria não se enquadra em nenhuma
das hipóteses contempladas na discriminação de competência recursal
estabelecida para as 11ª a 24ª e 37ª e 38ª Câmaras da egrégia Seção de
Direito Privado do Tribunal de Justiça. As ações e execuções oriundas
de contrato de alienação fiduciária em garantia passaram a ser da

Agravo de Instrumento nº 2173320-67.2017.8.26.0000 -Voto nº 41205 2


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competência da 25ª a 36ª Câmaras da Seção de Direito Privado do


Tribunal de Justiça, ex vi do disposto no art. 2º, III, “c” da Resolução
194/2004 combinado com o disposto no Anexo I, inciso III, do
Provimento 63/04 Atualmente a matéria está consolidada na Resolução
623/2013, a qual dispõe expressamente que compete à Subseção de
Direito Privado III o julgamento dessa matéria (art. 5º, III.3).
Nesse sentido já se decidiu nesta Câmara, em casos
análogos (Ag. 7.203.248-3, de Sorocaba, DJE 31.01.09, e AgRg.
7.317.601-1/01, de São Paulo, DJE 25.03.2009, ambos Relatados pelo
Des. Thiers Fernandes Lobo; Ap. 1.182.228-3, de São Paulo, DJE
19.02.2009, Rel. Des. Roberto Bedaque, Ap. 991.08.091869-8, de
Cândido Mota, DJE 22.9.2010, de relatoria deste subscritor, Ap.
0004134-25.2010.8.26.0615, de Tanabi, DJE 22.2.2012, Rel. Des.
Roberto Mac Cracken, Ap. 011578-47.2009.8.26.0100, de minha
relatoria, j. em 26.4.2012). É o caso dos autos.
Esse entendimento também foi externado pelo Órgão
Especial do Tribunal do Estado de São Paulo em caso similar: Conflito
de Competência nº 0253454-62.2010.8.26.0000, Rel. Des. José Bedran,
DJE 10.5.2011.
Ressalte-se ainda que casos análogos vêm sendo
julgados reiteradamente na Subseção de Direito Privado III (cf. Ag.
2045874-86.2014.8.26.000, de Osasco, 33ª Câmara de Direito Privado,
Rel. Des. Mário A. Silveira, j. 7.4.2014; Ag.
2025925-76.2014.8.26.0000, de Guarulhos, 31ª Câmara de Direito
Privado, Rel. Des. Adilson de Araújo, j. 11.3.2014; Ag.
2016691-07.2013.8.26.0000, de São Paulo, 37ª Câmara de Direito
Privado, Rel. Des. Sérgio Gomes, j. 4.2.2014; Ag.2021063-
96.2013.8.26.0000, de São Paulo, 33ª Câmara de Direito Privado, Rel.
Des. Luiz Eurico, j. 9.12.2013; Ag. 2045599-74.2013.8.26.000, de São
Paulo, 27ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Cláudio Hamilton, j.
10.12.2013).
Pelo exposto, não conheço do recurso e determino a
remessa dos autos para redistribuição a um dos órgãos jurisdicionais
competentes 25ª a 36ª Câmaras de Direito Privado do Tribunal de
Justiça.

Campos Mello
Desembargador Relator

Agravo de Instrumento nº 2173320-67.2017.8.26.0000 -Voto nº 41205 3

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