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Certa noite, ele estava em seu laboratório, onde havia uma ampola de

Crookes, um tubo de vidro vedado que tinha no seu interior gases em


pequena quantidade, a baixas pressões, e, em sua extremidade, havia
dois eletrodos, isto é, peças metálicas ligadas a uma fonte elétrica
externa que estabelecia uma diferença de potencial, passando corrente
elétrica pelos gases dentro do tubo.
A ampola de Crookes estava coberta com papel-cartão preto e as luzes
estavam apagadas. Então, Röntgen notou que uma tela recoberta de
platinocianeto de bário, que estava por acaso no laboratório, começou a
brilhar quando ele ligou a ampola. O platinocianeto de bário é uma
substância fluorescente, o que significa que ele emite luz visível quando
absorve energia de determinada fonte, mas cessa depois que a fonte é
desligada. Depois de fazer vários testes, Röntgen chegou à conclusão
de que raios vindos da ampola atingiam o platinocianeto de bário.
Ele notou também que eles não sofriam desvio por campo elétrico e o
mais impressionante: podiam sensibilizar uma chapa fotográfica,
permitindo que ele visse os ossos de suas mãos. Abaixo temos a
radiografia da mão da esposa de Röntgen, Anna Bertha Ludwig. Veja
que os raios X não atravessaram o ouro da aliança e, por isso, o osso
na região da aliança não ficou visível:

Radiografia da mão da esposa de Röntgen, Anna Bertha Ludwig


Os raios X tiveram uma tremenda repercussão, tanto que Röntgen
recebeu em 1901 o Prêmio Nobel de Física por sua descoberta.
No entanto, para situar o leitor, os raios X são radiações, mas não são o
mesmo que radioatividade. Como assim? Os raios X são ondas
eletromagnéticas de alta energia, com comprimento de onda no
intervalo aproximado de 10-11 a 10-8 m (0,1 a 100 Å) e resultam da
colisão entre elétrons, ou seja, originam-se fora do núcleo do átomo. Já
a radioatividade caracteriza radiações emitidas de núcleos atômicos
instáveis. Para mais detalhes sobre os raios X, leia o texto abaixo:

 Raios X
A descoberta de Röntgen levou Becquerel, no início do ano de 1896, a
testar a hipótese de que as substâncias fosforescentes (substâncias
que emitem luz visível depois de absorver energia de outra fonte, mas
que, ao contrário das substâncias fluorescentes, continuam emitindo luz
por algum tempo, mesmo depois que a fonte de energia é desligada) e
fluorescentes também emitiriam raios X.

Antoine Henri Becquerel (1852-1908)


Ele fez isso deixando ao sol amostras de um minério de urânio, o
sulfato duplo de potássio e a uranila di-hidratada. Em seguida, ele
colocou essas amostras em contato com um filme fotográfico envolvido
por um invólucro preto para ver se elas impressionavam o filme e,
assim, emitiam raios X.
No entanto, começou um tempo de chuva em Paris e Becquerel teve
que guardar as suas amostras em uma gaveta escura com alguns
filmes virgens protegidos com um papel preto. Novamente, um fato
acidental aliado à perspicácia resultou em uma descoberta
excepcional. Veja um trecho do relatório que Becquerel fez à
Academia de Ciências da França:

“Como o sol não voltou a aparecer durante vários dias,


revelei as chapas fotográficas a 1º de março, na expectativa
de encontrar imagens muito deficientes. Ocorreu o oposto: as
silhuetas apareceram com grande nitidez. Pensei
imediatamente que a ação poderia ocorrer no escuro.”2

Becquerel também descobriu que essa radiação que o urânio emitia


também ionizava gases, transformando-os em condutores.
Entrou então em cena o casal Pierre Curie (1859-1906) e Marie Curie
(1867-1934).Juntamente a eles, Becquerel descobriu que a propriedade
que ele viu era pertencente ao urânio, pois todos os minérios de urânio
emitiam os raios que impressionavam o filme. Marie Curie batizou essa
propriedade de o urânio emitir raios de radioatividade.
Os trabalhos do casal Curie tiveram crucial importância na mudança de
rumo que tomaria a radioatividade. Em abril de 1898, Marie Curie
constatou que havia algum componente mais ativo que o urânio em
seus minerais naturais. Esse casal trabalhou durante três anos
exaustivamente, usaram 1400 litros de um minério de urânio chamado
pechblenda ou uranita (UO2) e, em 1902, isolaram átomos de dois
elementos químicos radioativos que não eram conhecidos na época. O
primeiro, eles chamaram de rádio, pois ele era 2 milhões de vezes
mais radioativo que o urânio; o segundo, eles chamaram
de polônio, em homenagem à Polônia, terra natal de Madame Curie.
Em 1903, Marie Curie, Pierre Curie e Antoine-Henri Becquerel dividiram
o Prêmio Nobel de Física pelos seus trabalhos com radioatividade.
Anos mais tarde, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937)
realizou um experimento mostrado na figura abaixo, que identificou a
natureza da radioatividade, mostrando que ela se originava do núcleo.
Para mais detalhes sobre isso, leia o texto Emissões Radioativas
Naturais. Ernest Rutherford recebeu o Prêmio Nobel de Química em
1908 pelos estudos da desintegração de elementos e a química das
substâncias radioativas.

1 - Crédito Editorial da Imagem: IgorGolovniov / Shutterstock.com;


2 - SEGRÈ, Emilio. Dos raios X aos quarks. Físicos modernos e suas
descobertas. Brasília: Editora da UnB, 1987, p. 29.
Hoje na História: 1938 – Hitler anuncia
união entre Alemanha e Áustria
Max Altman | São Paulo - 12/03/2011 - 08h45
Para Hitler, Áustria queria impedir uma política amigável com a
Alemanha; após unificação, foi decretada anistia aos prisioneiros nazistas
na Áustria
Em12 de março de 1938, Adolf Hitler anuncia o "Anschluss", a união entre a
Alemanha e a Áustria, mas de fato, a anexação da Áustria à Alemanha nazista.
A união com a Alemanha havia sido um sonho dos social-democratas austríacos
desde 1919. A ascensão de Hitler e seu governo ditatorial tornam esse propósito
menos atraente, apesar de ser uma guinada irônica, uma vez que a união entre as duas
nações era também um sonho de Hitler, austríaco de nascimento. Apesar do chanceler
alemão não ter o pleno apoio dos social democratas austríacos, a ascensão de um
partido de direita pró-nazi na Áustria em meados dos anos 1930, o Comitê dos Sete,
pavimentou o caminho para Hitler concretizar sua jogada. Em 12 de fevereiro de
1938, o primeiro-ministro austríaco, Kurt Von Schuschnigg, intimidado por Hitler
durante um encontro no refúgio do líder nazista em Berchtesgaden, nos Alpes
Bávaros, concordou com uma maior presença dos nazistas dentro da Áustria.

WikiCommons
Momento em que os nazistas chegaram em Viena, capital austríaca

Von Schuschnigg, de 41 anos, era um homem de maneiras impecáveis, no velho


estilo austríaco, e não era artificial para ele começar as conversações com referências
à magnífica paisagem ou palavras agradáveis acerca da sala, palco de conferências
importantes.

Hitler, porém, era objetivo. ”Não nos reunimos aqui para falar da bonita vista ou do
tempo”, disse.

Para ele, a Áustria fazia de tudo para impedir uma política amigável. “A história
inteira da Áustria é justamente um ato ininterrupto de alta traição. Semelhante
paradoxo histórico deve agora ter fim. Neste momento. Posso lhe dizer diretamente,
Herr Schuschnigg, que estou inteiramente decidido a pôr um fim a tudo isso. O Reich
alemão é uma das grandes potências e ninguém levantará a voz se ele resolver seus
problemas fronteiriços”, afirmou.
Após uma hora de conversação, pontilhada por ameaças de Hitler, o chanceler
nazista, dirigindo-se a ele rudemente e sempre por seu nome e não por seu título,
como exigia cortesia diplomática, concluiu asperamente que nada nem ninguém
poderia frustrar suas decisões.
“A Itália? Estou de completo acordo com Mussolini. A Inglaterra? Esta não moverá
um dedo pela Áustria. A França? A França poderia ter detido a Alemanha na Renânia
e então teríamos de nos retirar. Mas agora é muito tarde para a França. Dou-lhe
novamente pela última vez a oportunidade de chegar a um acordo, Herr Schuschnigg.
Ou encontramos uma solução agora ou então os acontecimentos seguirão seu curso.
Pense a respeito, Herr Schuschnigg, pense bem. Posso apenas esperar até esta tarde”,
afirmou.
Começavam neste momento as “quatro semanas de agonia”. No dia seguinte, Seiss-
Inquart era nomeado Ministro da Segurança austríaco. Esse ministro, o primeiro dos
traidores, dirigiu-se apressadamente a Berlim para reunir-se com Hitler e receber suas
instruções. Foi decretada também uma anistia aos prisioneiros nazistas.
Schuschnigg esperava que a concordância com as exigências de Hitler evitasse a
invasão alemã. Contudo, Hitler insistiu numa maior influência nos assuntos internos
da Áustria, propondo até o aquartelamento de tropas do exército alemão em seu
território. Schuschnigg denunciou o acordo assinado em Berchtesgaden, exigindo um
plebiscito sobre a questão. Maquinações de Hitler e seus aliados internos na Áustria
levaram ao cancelamento do plebiscito e à subsequente renúncia de Schuschnigg.
O presidente austríaco, Wilhelm Miklas, recusou-se a indicar um chanceler pró-nazi
para substituí-lo. Em 12 de março, tropas germânicas invadiram a Áustria. Hitler
anunciou o Anschluss. O plebiscito anunciado teve lugar em 10 de abril. Quer o
plebiscito tenha sido manipulado ou o voto tenha sido resultado do terror que se
disseminou com a determinação de Hitler, o Fuhrer colheu esmagadores 99,7% de
aprovação para a união entre Alemanha e Áustria.
A Austria passou a ser então uma entidade sem nome absorvida pela Alemanha, ante
a inação e o silêncio de seus aliados ocidentais. Pouco tardou para que os nazistas
iniciassem, com sua típica prática policial, a perseguição aos inimigos e dissidentes
políticos e às pessoas de ‘raça inferior’.

Experiência da Gota de Óleo

Realizado por Robert Andrews Millikan em 1909, o experimento que ficou conhecido
como Experiência da Gota de Óleo, foi desenvolvido por Millikan para determinar o tamanho de
uma carga de um único elétron. Essa experiência é composta por uma câmara fechada com lados
transparentes que é equipada com duas placas de metal paralelas, que adquirem uma carga
positiva ou negativa quando uma corrente elétrica é aplicada.

Foto de Robert Andrews Millikan

ENTENDENDO A EXPERIÊNCIA DE MILLIKAN DA GOTA DE


ÓLEO

Nessa experiência, Millikan utilizou um atomizador que pulveriza uma névoa fina de gotas de óleo
na parte superior de uma câmara que está à baixa pressão, e sob a influência da gravidade e da
resistência do ar, algumas gotas de óleo caem através de um pequeno buraco na placa de metal
superior.
Esquema da aparelhagem usada por Millikan

Em seguida, Millikan aplicou uma carga radioativa nas placas de metal, que ionizou o metal e fez
com que os elétrons do ar se ligassem às gotas de óleo que estavam caindo, fazendo com que as
mesmas adquirissem uma carga negativa.

Nesse momento, Millikan, primeiramente, deixou as gotas caírem até elas alcançarem a
velocidade terminal, após isso, ele usou uma fonte de luz e a ajustou em um ângulo reto a um
microscópio de observação, sendo que nesse momento, as gotas estavam se parecendo com
estrelas brilhantes enquanto caiam. Isso fez com que ele pudesse medir a velocidade terminal da
gota que estava caindo e ainda, futuramente, calcular a massa da gota de óleo.

A bateria anexada nas placas de cima e de baixo foi usada para criar uma tensão elétrica, que
produziu um campo elétrico na câmara inferior que atuava nas gotas, sendo que se tivesse feito
com a voltagem certa inicialmente, a força eletromagnética equilibraria a força da gravidade em
uma gota e a mesma ficaria suspensa no ar.

Além disso, se ele ajustasse a diferença de potencial ou a tensão entre as placas de metal, a
velocidade do movimento da gota poderia ser aumentada ou diminuída; sendo que quando a
quantidade de força elétrica ascendente é igual à força gravitacional descendente conhecida, a
gota carregada permaneceria em fase estacionária, ou seja, a gota não cai.

Após ter conseguido determinar a voltagem elétrica necessária para suspender uma gota, ele
repetiu o experimento várias vezes, variando a intensidade da ionização no ar, de modo que
diferentes números de elétrons saltassem para as moléculas de óleo a cada vez. Ele obteve
vários valores para a carga elétrica (q) de cada gota, sendo que a carga (q) era sempre o múltiplo
de um número inteiro que correspondia cerca de 1,602. 10-19 Coulomb, que basicamente
corresponde a própria carga elétrica elementar.
Nesse experimento, ele acabou conseguindo determinar (q) com a equação abaixo, considerando
que o peso da gota suspensa (m.g) tem que ser a igual à força elétrica (q.E), e a equação utilizada
foi:

q.E=m.g⇒q=mgE

Sendo:

 E o campo elétrico aplicado


 m a massa da gota de óleo
 g a aceleração da gravidade
 Q a carga elétrica

Desde o tempo da experiência original de Millikan, este método ofereceu a prova convincente que
a carga elétrica existe em unidades naturais básicas. Todos os métodos distintos subsequentes
de medição da unidade básica de carga elétrica apontam para a sua ter o mesmo valor
fundamental. Millikan conseguiu colocar uma carga sobre uma minúscula gota de óleo, para medir
o quão forte um campo elétrico aplicado tem que estar para evitar a queda de uma gota de óleo.

REFERÊNCIAS
 https://www.britannica.com/science/Millikan-oil-drop-experiment (acessado em 04/03/2017 as
15:32)
 http://ffden-2.phys.uaf.edu/212_fall2003.web.dir/Ryan_McAllister/Slide3.htm (acessado em
04/03/2017 as 15:38)
 http://www.mdclearhills.ab.ca/millikan/experiment.html (acessado em 04/03/2017 as 15:43)
 https://www.nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/1923/ (acessado em 05/03/2017 as 15:49)

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