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MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA E
LITERATURA
ENSINO MÉDIO – 1a SÉRIE
VOLUME 1
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Esta Situação de Aprendizagem tem por na escola e construindo sua identidade. Esse
objetivo fazer que o aluno reconheça a língua conhecimento é fundamental para desenvolver
portuguesa como um espaço onde o indivíduo as habilidades de compreender, analisar e inter-
se constitui pela comunicação, integrando-se pretar o sistema simbólico da linguagem verbal.
Conteúdos e temas: o mural escolar; verbetes de dicionário ou de enciclopédia; notícia informativa; to-
mada de notas.
Competências e habilidades: relacionar linguagem verbal literária com linguagem não verbal; reconhecer
diferentes elementos internos e externos que estruturam os textos expositivos, apropriando-se deles no
processo de construção do sentido; reconhecer diferentes elementos internos e externos que estruturam
a notícia informativa (texto informativo), apropriando-se deles no processo de construção do sentido;
identificar, pela comparação, as principais diferenças e semelhanças entre os textos informativos e os
expositivos.
Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e co-
nhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; uso de recursos audiovisuais; valorização
do cotidiano escolar e de um aprendizado ativo centrado na reflexão e no fazer.
Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; filmes; textos diversos; mural da
escola; comunicados escolares; música.
Sugestão de avaliação: discussão em classe; análise do caderno; texto poético; notícia informativa e texto
expositivo produzido pelos alunos.
Discussão oral
1.
Discuta em classe com seu professor e seus colegas:
Assim como
Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade,
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada.
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos, infância da doença.
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.
CAEIRO, Alberto. Poemas inconjuntos. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~magno/inconjuntos.htm>. Acesso em: 18 set. 2013.
Roteiro para aplicação da situação tuem o gênero e aprender a usar esses textos no
de aprendizagem 1 seu cotidiano escolar.
ff O que sugere o título A palavra mágica? ual a importância do adjetivo raro para a
Q
ff Quando uma palavra é mágica? interpretação do poema?
Incentive os alunos a refletir sobre as possíveis asso- Reforça a ideia de que se trata de uma palavra que não é fácil
ciações entre a expressão “palavra mágica” e os gê- encontrar.
neros poéticos, reforçando o caráter sugestivo das
palavras nesses gêneros. 2. Identifique outro verso do poema que re-
force o sentido do adjetivo raro no primei-
ro verso.
Há mais de uma possibilidade de resposta. Sugestões: “Vou
procurá-la a vida inteira” ou “procuro sempre”. Observe a
A palavra mágica pertinência de outras escolhas.
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Ideia semelhante está expressa no poema de Drum- serve de suporte físico à transmissão” (Dicio-
mond: a experiência humana não é traduzível pela nário Houaiss da língua portuguesa (edição
linguagem verbal. A metalinguagem, no entanto, é eletrônica). Rio de Janeiro: Objetiva, 2009).
mais explícita no segundo poema. No de Caeiro, fica
mais implícita, mas existe: afinal, o poeta usa das pa- ( a ) “conjunto das ações e relações entre
lavras para expressar que elas não dão conta da vida. os membros de um grupo ou entre grupos
Não deixa de ter em sua base uma reflexão sobre a de uma comunidade” (Dicionário Houaiss da
linguagem. língua portuguesa (edição eletrônica). Rio de
Janeiro: Objetiva, 2009).
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A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) recomenda que motoristas evitem parte da avenida
Paulista a partir de hoje, primeiro dia útil após a ampliação da interdição da via. A interdição cobre
a faixa da direita nos dois sentidos da praça Oswaldo Cruz até a Brigadeiro Luís Antônio. No senti-
do Consolação, o desvio deve ser pelas ruas Treze de Maio, Cincinato Braga, São Carlos do Pinhal e
Antônio Carlos. No sentido Vila Mariana-centro, a opção é seguir pela rua Vergueiro e desviar para
a av. Liberdade.
Discussão oral
ff Qual a ideia principal da notícia?
ff Em que circunstâncias alguém desejaria ler esse texto?
Após a leitura da notícia informativa usada para exemplificar o conceito do gênero, pergunte aos alunos a respeito do conteúdo
nela veiculado. Peça-lhes que digam a ideia principal contida no texto, ainda de maneira informal, imaginando que um amigo lhes
pergunte: “O que é que está escrito aí?”. Peça-lhes que expliquem também em que circunstâncias alguém desejaria ler esse
texto. É importante desenvolver um gradativo ajuste entre leitura e seus objetivos, que incluem a habilidade de estabelecer uma
finalidade de leitura do texto (ler para informar-se, para estudar, para se distrair etc.).
A ideia principal é informar sobre o trânsito de uma grande cidade. Desejaria ler esse texto alguém que tenha a avenida Paulista
como parte de seu itinerário.
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Tendo por base os aspectos apontados sobre as três lingua- colar (texto expositivo). Nesse texto, os alunos
gens e outros que considerar relevantes, observe e comente devem fazer uso dos conceitos estudados em
a pertinência das escolhas dos estudantes. É importante que sala de aula. Diga a eles que poderão, poste-
os alunos não apenas conheçam as características de cada riormente, consultar o texto para atividades de
uma das linguagens, mas que se familiarizem com seu uso avaliação futuras, tais como uma prova. Isso
social e as esferas de atividades onde elas circulam. Por isso, garantirá que eles se esforcem em fazer uso dos
é importante o convívio com as linguagens em suas diversas conceitos aprendidos. Estipule também um nú-
manifestações reais. mero máximo de linhas, que pode ser 30 (trinta).
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“ Depois dessa pesquisa, quem gosta de um ff deem um título que se relacione de modo
bom conto de fadas vai, com certeza, que- apropriado com o assunto do texto;
rer ler muito mais.” ff sejam claros ao escrever;
ff definam um objetivo e um tema específi-
I dentifique a alternativa que contém a mes- cos para o texto que possam, depois, ser
ma ideia da frase, conforme o sentido dela compreendidos pelo leitor;
no texto e o uso da norma-padrão: ff organizem os parágrafos de acordo com
a ordem tradicional nesse tipo de texto:
I. Após a realização da pesquisa, aqueles introdução, desenvolvimento e conclusão;
que gostam de um bom conto de fadas ff usem a norma-padrão da língua portu-
vão, certamente, desejar ler muito mais. guesa.
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Na escola, você entra em contato com inúmeros textos expositivos, ou seja, textos que têm
por objetivo aprofundar informações para o leitor, transmitir conhecimentos. O texto infor-
mativo também visa a transmitir informações. Qual a diferença entre os dois?
Situação de Aprendizagem 2
Lusofonia – Sim, nós falamos português!
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Conteúdos e temas: conceito de Lusofonia; notícia jornalística informativa; título de notícia jornalística.
Competências e habilidades: analisar e produzir textos informativos; elaborar e produzir textos expositi-
vos; identificar ideias-chave; expressar-se oralmente, respeitando a tomada de turno; valorizar a riqueza
expressiva e o patrimônio social da língua portuguesa.
Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e co-
nhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor; uso de recursos audiovisuais; valorização
da realidade local e do aprendizado como uma elaboração processual e contínua.
Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; filmes; textos de livros extraclasse;
mapas.
Sugestão de avaliação: adaptação de texto na variante lusitana para a brasileira; elaboração de títulos de
notícia e de resumo de novela ou filme.
Sondagem
A língua portuguesa no mundo
© Portal de Mapas
PORTUGAL
Açores
Madeira
PORTUGAL
CABO
VERDE Macau
GUINÉ-
-BISSAU
SÃO TOMÉ
E PRÍNCIPE
BRASIL MOÇAMBIQUE
ANGOLA TIMOR LESTE
N Língua Portuguesa
Língua materna
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 14. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004, [em 2010, a Guiné
Equatorial passou a ter a língua portuguesa como um de seus idiomas oficiais e administrativos (nota do editor)].
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Discussão oral
Observando o mapa da lusofonia, comente com seu professor e seus colegas:
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Aumento “tranquilo” de preços dos “chapas” em Maputo mas menos veículos e mais polícia
Maputo, 15 nov (Lusa) - Os utentes dos transportes públicos de Maputo começaram hoje a pagar os
novos preços, num clima de normalidade mas com os acessos à capital moçambicana fortemente vigiados
pela polícia e menor números de “chapas” em circulação.
Os aumentos, os primeiros desde 2004, e que afetam igualmente a cidade satélite da Matola, causaram
receios de repetição de grandes manifestações populares, em 2008, que se saldaram em vários mortos e
na suspensão do agravamento de preços.
Mas, hoje, às 06:00 (04:00 em Lisboa), Maputo vivia um clima de tranquilidade, apenas destoado pelo
menor circulação de “chapas” - as carrinhas de transporte informal - e pela presença de equipas poli-
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Fonte: LUSA – Agência de Notícias de Portugal S/A. Publicado em 15 nov. 2012. Disponível em: <http://www.lusa.pt/default.
aspx?page=home>. Acesso em: 15 nov. 2012.
2. Enquanto realizou sua leitura, que pala- três alternativas que identificam as carac-
vras do texto dificultaram a compreen- terísticas que devem estar presentes em um
são? título de notícia de jornal:
Resposta pessoal. Reforce que busquem o sentido das pala-
vras pela situação em que se encontram no texto antes de ( X )
presença de verbos, de preferência
recorrerem ao dicionário ou a outras fontes. na voz ativa.
3. Observe o título da notícia de jornal que Professor, se achar oportuno, examine com
examinamos anteriormente e outras que o seus alunos o verbo, especialmente no que se
professor tenha apresentado e escolha as refere à voz ativa e aos tempos verbais, muito
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relevantes no contexto jornalístico. Use uma em todo o mundo. A formação do império co-
boa gramática ou seu livro didático. lonial português levou, por motivos econômicos
e políticos, a espalhar a língua portuguesa pelo
4. No caderno, em duplas ou trios, adaptem a mundo. Do contato com os povos encontrados
notícia moçambicana para o português do resultou forte intercâmbio de produtos, costu-
Brasil. mes, técnicas, conhecimentos culturais, religiosos
Sugestão de resposta: e linguísticos. Embora tenha prevalecido a língua
Aumento na tarifa do transporte coletivo em Maputo é peque- dominante, muitas palavras dos outros povos en-
no, mas circulação diminui e há mais policiais nas ruas. traram no sistema linguístico do português, tais
Maputo, 15 nov (Lusa) - Os usuários dos transportes públicos de como manga, moleque, capivara, chá etc.
Maputo começaram hoje a pagar os novos preços, num clima
de normalidade, mas com os acessos à capital moçambicana
fortemente vigiados pela polícia e menor número de veículos Discussão oral
em circulação.
Os aumentos, os primeiros desde 2004, e que afetam igualmen- Discuta, oralmente, com seus alunos as
te a cidade satélite da Matola, causaram receios de repetição de principais diferenças entre o uso da língua por-
grandes manifestações populares, em 2008, que causaram várias tuguesa escrita em Moçambique e no Brasil.
mortes e levaram à suspensão do aumento de preços. Recorram ao dicionário para esclarecer dúvidas.
Mas, hoje, às 06:00 (04:00 em Lisboa), Maputo vivia um clima Retome com os alunos as palavras da notícia moçambi-
de tranquilidade, apenas destoado pela menor circulação de cana que assumem sentidos diferentes do comumente
“chapas” - os veículos de transporte informal - e pela presença atribuído a elas no Brasil. Promova uma discussão sobre
de policiais, armados e com capacetes, nos principais pontos de as palavras que poderiam causar estranhamento a um
acesso à capital moçambicana. viajante brasileiro em Moçambique.
Como resultado da redução do número de veículos, havia mais
gente do que habitualmente nos pontos de bairros periféricos,
como Benfica e Jardim, e grandes grupos de pessoas caminha-
Para você, professor!
vam a pé.
Em Marracuene, a 30 quilômetros da capital, não eram muitos Na “Discussão oral”, leve em conta a to-
os veículos de transporte público em circulação, disse à Lusa um mada de turno. Peça e valorize que os alunos
usuário do serviço, por telefone, que, no entanto, informou não levantem a mão, esperando a sua vez de falar.
haver sinais de perturbação. Ao mesmo tempo, incentive que o maior nú-
“Os donos dos veículos tiraram os carros das ruas por estarem mero possível de alunos participe.
com medo de manifestações, mas não é nada grave”, disse o
entrevistado.
Um repórter da estação pública Rádio Moçambique descreveu Para aprofundar, discuta com seus alunos
igualmente como “tranquilo” o ambiente em Magoanine, nos como o português é visto na cultura brasilei-
arredores da capital. ra: Existe preconceito? Por quê?
Com os novos preços, registrou-se uma subida de cinco meti-
cais (0,13 cêntimos de euro) para sete meticais (0,18 cêntimos Comente também as reações locais aos di-
de euro) o preço do transporte coletivo no Estado e de 7,5 (0,21 ferentes dialetos e falares do Brasil: Por que
cêntimos de euro) para nove meticais (0,24 cêntimos de euro) alguns são considerados superiores a outros? É
no transporte coletivo dos operadores privados. isso apropriado? O que pode ser feito?
Professor, essas questões têm por objetivo discutir o tema do
Como vimos, a língua portuguesa é falada preconceito linguístico, estimulando-os a compreender e
por aproximadamente 250 milhões de pessoas respeitar as variedades linguísticas.
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no desenvolvimento da apresentação e sem as quais não se 3. Valor do texto para um leitor brasileiro.
poderia compreender o enredo. Para isso, é essencial tomar A ideia é que os alunos não se limitem a copiar infor-
nota das diferentes informações veiculadas. Finalmente, re- mações. Observe, portanto, até que ponto a textualidade
dige-se o texto. Nesta atividade, verifica-se a necessidade ficou garantida.
de identificar ideias-chave, um conhecimento que, de certa
forma, também já se fez necessário na elaboração de títulos Considere tudo o que você estudou
de notícias jornalísticas. nesta disciplina até este momento,
reflita e responda no caderno quais
2. Pesquise na biblioteca, na internet ou no conteúdos:
livro didático um poema de um autor por-
tuguês. a) Foram agradáveis de estudar? Por quê?
Oriente a pesquisa indicando fontes confiáveis. Relembre
as características essenciais do gênero “biografia”. Reforce o b) Foram pouco interessantes? Por quê?
sentido dos critérios adotados para a correção.
c) Você compreendeu tão bem que poderia
3. Elabore um pequeno texto expositivo, no explicá-los a um colega?
caderno, explicando quem é esse autor
(biografia), sobre o que trata o poema e d) Você gostaria que fossem explicados de
qual o valor desse texto para um leitor bra- novo porque não conseguiu entendê-los
sileiro (mínimo de três parágrafos). bem?
Professor, o objetivo destas questões é estimular o aluno a re-
professor corrigirá seu texto de acordo
O fletir sobre sua aprendizagem e seu papel ativo nesse processo.
com os seguintes critérios:
Situação de aprendizagem 3
Você está na Mídia?
Esta Situação de Aprendizagem tem por palavras-chave de um texto e como estas con-
objetivo fazer que o aluno relacione o estudo duzem à ideia-chave. Abordamos também
da língua portuguesa ao seu uso no cotidia- como elaborar um projeto de trabalho. Es-
no social, em particular no que diz respeito sas são dimensões fundamentais do uso da
a fenômenos da mídia. Além disso, estuda- linguagem para a futura vida profissional e
-se o processo que nos leva a encontrar as pessoal do seu aluno.
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Sondagem
Professor, selecione uma letra de música te, diga-lhes que acompanharão uma letra de
que trate do tema televisão ou da mídia televi- música que faz uma crítica à televisão. Desse
siva de modo geral para apresentar e discutir modo, você identifica o tema do texto.
com seus alunos. A ideia é proporcionar aos
alunos reflexões sobre o que é mídia e quais Pergunte, a seguir, qual é a estrutura co-
seus efeitos em nossa sociedade atual. mum às letras de música e qual seu objetivo
na sociedade. Desse modo, você estabelece a
Assuma um controle médio no processo de estrutura e o objetivo do texto, transferindo
interpretação da letra de música. Inicialmen- essa responsabilidade para os alunos.
Discussão oral
ff Quais as características de uma letra de música?
ff Por que as pessoas ouvem música?
ff Qual a importância da televisão em sua família? E em sua vida pessoal?
ff Em sua opinião, televisão “emburrece”?
Como essa é uma atividade de sondagem contextualizada por suas intervenções interpretativas, essas questões têm por objetivo
auxiliá-lo na introdução do aluno na Situação de Aprendizagem.
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a) Que relação existe entre mídia e televi- pessoas disseram. Será preciso selecionar informações e or-
são? ganizá-las em texto próprio.
Tendo em vista a definição, é possível dizer que a televisão é
uma parte da mídia. Roteiro para aplicação da Situação
de Aprendizagem 3
b) Observe: A televisão está me deixando
muito burro. Os conteúdos a seguir desenvolvem-se,
O dicionário nos informa que um dos si- sempre, em rede e progressivamente durante as
nônimos de burro é obtuso. Que diferença aulas. Leia todo este roteiro antes de iniciar
de sentido faria para a frase se, em vez suas aulas:
do adjetivo burro, o autor tivesse usado
obtuso? ff Identificação das palavras-chave em um texto
Há diversas possibilidades de resposta que giram em torno do Encontrar as palavras-chave visando identi-
fato de que a frase teria ficado menos informal. ficar a ideia central de um texto.
2. Com base nessas respostas, escreva um pe- Na sequência, apresente a seus alunos o
queno texto sobre a influência da televisão texto expositivo a seguir. Antes, discuta com a
na vida das pessoas. classe as expectativas que o texto gera em seus
Professor, a entrevista proposta tem por objetivo dar subsí- leitores a partir do título.
dios à escrita do texto do aluno. Ressalte, entre outros as-
pectos: Isso reforçará o fato de que o título deve
• as questões servem para estimular o entrevistado a tratar levantar horizontes de expectativas no leitor
do tema; e que as diferentes partes do texto devem fun-
• a produção do texto não se limita a transcrever o que as cionar como um todo.
A palavra mídia vem do latim media. Nessa antiga língua que deu origem ao português,
media é o plural de medium, que significa meio. Ou seja, mídia é o mesmo que meios. Meio é aquilo que
utilizamos para chegar a algum lugar. Como um ônibus ou um carro que nos leva aonde desejamos ir.
Mas a palavra mídia é reservada não para o transporte, e sim para a comunicação humana.
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II. Justificativa: Por que o trabalho de vocês é O projeto fotojornalístico será retomado
importante para a defesa do tema proposto? na Situação de Aprendizagem 7, quando os
alunos farão a exposição das fotografias. É im-
III. Metodologia: Como vocês vão obter as fo- portante, neste momento, fomentar um olhar
tos? Quem vai fazer o quê no exercício? crítico, que não aceite as injustiças sociais, es-
pecialmente aquelas que desvalorizam a rique-
lém disso, as fotografias devem vir acom-
A za plural de nossa língua!
panhadas de legendas.
Professor, os Itens I, II e III são fundamentais para orientar os
estudantes na produção das três imagens fotojornalísticas. Para você, professor!
Observe que essa atividade, mais uma
vez, destaca a capacidade de síntese do
Para você, professor! aluno, quando este torna-se capaz de loca-
“O sabor da língua portuguesa” é o tí- lizar as ideias-chave em um texto visual (a
tulo proposto para desenvolver o tema da fotografia), transformando-as em um texto
língua portuguesa no cotidiano da comuni- verbal. Tenha isso em foco no processo de
dade onde vivemos. O objetivo do projeto é
elaboração da atividade.
mostrar as diferenças na linguagem falada e
escrita em sua comunidade: Que gosto tem
falar português onde seus alunos vivem? Que
registros escritos e falados existem das dife-
rentes variantes da língua materna? Forneça a seus alunos fotos de jornal
Mas como fotografar o português falado? com um tema atual e sem legendas. Peça-
Esse é um dos desafios para o qual o professor -lhes que as criem. O professor pode reunir
deverá instigar a imaginação dos alunos. Há os alunos em trios e fornecer diferentes fo-
várias possibilidades: tos que poderão circular entre os grupos.
Uma delas é surpreender traços de orali- Isso permitirá que a atividade se repita di-
dade nos registros escritos: cartazes, banners, versas vezes, favorecendo a retenção dos
faixas etc. Outra é fotografar pessoas con-
conteúdos.
versando: como a linguagem oral se funde
a gestos e a atitudes. Além disso, deverá ser
explicado com clareza o que são legendas. Considere tudo o que você estudou
Lembre a seus alunos que é necessário nesta Situação de Aprendizagem,
ter a autorização da pessoa fotografada para reflita e responda no caderno:
que a foto possa aparecer na mídia.
As fotos poderão ser exibidas, depois, em 1. Que conteúdos você considera mais impor-
um blog da classe. tantes para sua educação? Por quê?
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Conteúdos e temas: breve histórico da língua portuguesa; conceito de ideias-chave em textos; pesquisa
biográfica; diálogo intersemiótico com poesia.
Competências e habilidades: localizar ideias-chave em textos em verso e prosa; relacionar textos de gê-
neros diferentes, aproximados pelo mesmo tema; valorizar o turno no processo dialógico de expressão
oral.
Sugestão de estratégias: atitude dialógica voltada para o desenvolvimento criativo de competências e
habilidades na língua materna, que permitam transformar a aula de Língua Portuguesa em um centro
gerador de cultura e não apenas de transmissão de conteúdos.
Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; filmes; textos de livros extraclasse;
texto coletivo; internet.
Sugestão de avaliação: processo de leitura – relacionar textos poético e expositivo, localizando ideias-
-chave; pesquisa; elaboração de texto expositivo coletivo; trabalho de leitura intersemiótica de poema.
Sondagem
Para você, professor!
Os muitos modos de falar latim Chamamos de neolatinas as línguas que
se originam do latim. As principais são: es-
panhol, francês, galego, italiano, português
A seguir, temos alguns títulos de notícias e romeno. Os títulos de notícia acima dizem:
jornalísticas em diversos idiomas neolatinos. 1. Jornada de Cinema Galego: viajantes
Os alunos devem tentar traduzi-los: de novas paisagens (está, naturalmente, no
idioma galego, o mais próximo do portu-
a) II Xornada de Cinema Galego: Viaxeiros guês. Alguns o consideram uma variante da
língua portuguesa, parte da lusofonia).
de novas paisaxes. 2. O prefeito de A Coruña pede a proibi-
ção da venda de álcool a partir das 22 horas
b) El Alcalde de A Coruña pide prohibir (trata-se de uma notícia espanhola).
vender alcohol a partir de las 22 horas. 3. A escola tem na mão o futuro de uma
comunidade (este título de notícia está em
c) La scuola ha in mano il futuro di una co- italiano).
4. Diz o mesmo que a notícia 3, desta vez
munità.
em francês.
d) L’école prend à la main le future d’une
communauté.
Professor, como atividade de pré-leitura, o mais importante aqui Discussão oral
não é a tradução em si, o que qualquer tradutor digital pode fa-
zer, mas, sim, colocar em funcionamento estratégias para com- ff Por que esses títulos de notícia se parecem
preender do que se trata, construindo hipóteses verossímeis. tanto com o português?
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ff O que você sabe sobre o latim? 2. Dê um título ao texto. Justifique sua resposta.
ff O que você sabe sobre a antiga Roma? Professor, como se trata de parágrafo de um texto maior,
ff Por que manifestam diferenças? acreditamos que a ideia central está no tópico: “O homem é
Professor, os mesmos comentários anteriores apli- o resultado do meio cultural em que foi socializado.” Obser-
cam-se à essa discussão oral. No entanto, após essa ve, no entanto, a pertinência de outras escolhas, na medida
etapa, você pode solicitar uma pesquisa na internet em que dialogarem com essa ideia.
para responder às questões.
A partir das informações do texto
lido, peça aos alunos que comple-
Roteiro para aplicação da Situação tem o seguinte diálogo pela internet
de Aprendizagem 4 entre Ana Luísa e Pedro.
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Pergunte a seus alunos o que compreen- 2. Agora que leu o texto, confirmou suas hi-
deram do texto. Pergunte também como póteses de leitura ou não? Explique sua
sabem que o compreenderam. Àqueles que resposta.
disserem que não entenderam nada, pergun- Durante a conversa com os alunos, procure fazer que
te-lhes como sabem que não compreende- eles contem o que compreenderam do texto, com suas
ram o texto. palavras.
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Observação
O quê? Quando? Onde?
importante
O romance é uma
língua intermediária
A língua falada é o romance ou Entre o 218 a.C. e o
romanço.
Em toda a Península Ibérica. entre o latim falado
século XI.
pelo povo e as
línguas neolatinas.
Expansão
Vários lugares da Ásia, África e A língua portuguesa se espalha
ultramarítima Séculos XV e XVI.
América. pelo mundo.
portuguesa.
Chegada dos
Surgem as variedades
portugueses ao 1500. América.
brasileiras do português.
território brasileiro.
Professor, a coluna “Observação importante” é constituída de organizando as informações ali apresentadas em parágrafos
informações para que você complemente a análise do texto. articulados.
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2. Com a orientação do professor, elabore um texto coletivo sobre a vida desse grande escri-
tor português.
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu, E como um anjo pendeu
Pôs-se na torre a sonhar... As asas para voar...
Viu uma lua no céu, Queria a lua do céu,
Viu outra lua no mar. Queria a lua do mar...
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Situação de aprendizagem 5
A palavra me faz eu...
A palavra permite a construção de pontes perspectiva para sondar as diferenças entre poe-
que nos aproximam do outro, mas também pos- sia e prosa, bem como o valor expressivo do ad-
sibilita que nos aproximemos de nós mesmos, jetivo, do substantivo e do verbo na construção
daqueles lugares profundos em nosso íntimo da urdidura poemática. Trata-se de conteúdos
que nem sequer nós próprios conhecemos bem. essenciais para a formação de um leitor de lite-
Esta Situação de Aprendizagem parte dessa ratura autônomo e criativo.
Conteúdos e temas: diferença entre poema e poesia; versão crítica do estudo da gramática; uso estilístico,
semântico e literário dos verbos, adjetivos e substantivos.
Competências e habilidades: distinguir poema de poesia; relacionar textos visuais com textos literá-
rios; analisar textos literários; relacionar o uso da norma-padrão às diferentes esferas de atividade
social.
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Sugestão de estratégias: atitude didática voltada para o desenvolvimento dialógico do aluno visando à
construção cultural no processo de ensino-aprendizagem e ao desenvolvimento criativo de competências
e habilidades na língua materna; valorização das atitudes de fala e escuta.
Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; filmes; textos de livros extraclasse;
mural da escola.
Sugestão de avaliação: elaboração de poema; elaboração de texto expositivo (argumentativo); questio-
nário; jogo teatral.
O que você pensa das palavras a seguir, ff Uso estilístico, semântico e literário dos
do educador brasileiro Paulo Freire? verbos, adjetivos e substantivos
Análise expressiva de elementos morfoló-
“Como presença consciente no mundo, gicos (verbo, adjetivo, substantivo) na análise
não posso escapar à responsabilidade ética poemática.
no meu mover-me no mundo.”
1. Desenhe o contorno de um ser humano
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, no caderno. Dentro desse contorno escre-
1996. <http://www.pazeterra.com.br>. va uma palavra que traduza melhor quem
é você.
Professor, essa é uma atividade de pré-leitura para o poema
Oriente a discussão para o fato de que cada de Fernando Pessoa, que abordará o tema da contemplação
movimento na direção do outro provoca uma na perspectiva de um “eu lírico”. A ideia de pedir o desenho
resposta, exigindo responsabilidade de quem é estimular a relação entre o “eu” do aluno e sua relação com
faz o movimento. o mundo para depois conectar com o texto.
ff O que essas palavras significam? Fernando Pessoa, que viveu no século XX,
ff Há poesia nas palavras de Paulo Freire? vai ajudar-nos a entender ainda melhor o que
Por quê? é a poesia e a diferença entre linguagem poé-
tica e prosaica, como a do jornalismo. Você
lerá, com seus alunos, um poema chamado
Roteiro para aplicação da Situação Contemplo o lago mudo, chamando atenção
de Aprendizagem 5 para a esquisitice do nome. Explique-lhes que
o poeta não deu título ao poema, então, quan-
Convém lembrar que os conteúdos desen- do isso acontece, nós nos referimos ao poema
volvem-se sempre em rede e progressivamente pelo primeiro verso.
durante as aulas, com o objetivo de desenvol-
ver competências e habilidades. 2. Antes da leitura, converse com seu colega:
41
42
3. Quantas estrofes tem esse mesmo poema? c) não sei se sou feliz.
Três.
d) trêmulos vincos risonhos.
4. Identifique o adjetivo na 1a estrofe.
Mudo. e) por que fiz eu dos sonhos.
43
3. Pense agora no verso Na água adormecida. a) O rato roeu a roupa do rei de Roma.
O gato...
a) Comente oralmente as diferenças ao
mudar de adjetivo. b) Mais vale um pássaro na mão do que
dois voando.
ff na água suja; Mais vale um cachorro...
ff na água cristalina;
ff na água agitada. c) Água mole em pedra dura, tanto bate
até que fura.
b) E se, em vez do adjetivo, trocássemos o Ouro...
substantivo? Se o eu lírico dissesse: O objetivo dessa atividade é relacionar morfologia e semân-
tica no processo de construção de sentido. Ao trocar rato por
ff contemplo o mar mudo; gato não posso mais imaginar que a roupa do rei de Roma
ff contemplo o infinito mudo; tenha sido “roída”. Então, o que aconteceu com ela? A ima-
ff contemplo o acidente mudo. ginação da classe será motivada a procurar soluções criativas
e verossímeis. Certamente há material extra sobre o uso ex-
c) E se trocássemos o verbo? pressivo dos verbos, adjetivos, substantivos na biblioteca de
sua escola e no livro didático.
ff nado no lago mudo;
ff banho-me no lago mudo; É claro que nem todo poema é tão reflexivo
ff bebo o lago mudo; como esse que acabamos de ler. No texto lírico
ff olho o lago mudo. existem certas palavras que nos fazem pensar
44
turma.
45
a
Parte desta atividade é adaptada de: LANDEIRA, J. L. Quando as palavras resolvem fazer arte. In: MURRIE, Z. F. (Coord.).
Linguagens, códigos e suas tecnologias: livro do estudante. Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 95-97.
46
tra e é dado um minuto (ou o tempo que for jul- Considere tudo o que você estudou
gado conveniente) para que seja apresentada a nesta Situação de Aprendizagem e
palavra sugerida. Antes, no entanto, o professor responda às questões a seguir no
avisa se é um substantivo, um adjetivo ou um caderno:
verbo. Não vale fornecer uma palavra da mesma
família, ela deve pertencer, de fato, à classe gra- 1. Que conteúdos gostou de estudar? Por
matical solicitada. Depois trocam-se as posições. quê?
Situação de aprendizagem 6
Quem souber que conte outra!
Nesta Situação de Aprendizagem, va- pleno proveito das leituras que faz do texto
mos iniciar um processo de aproximação literário. Toda esta Situação de Aprendiza-
literária do grande mestre da narrativa Ma- gem foi uma adaptação feita do capítulo V
chado de Assis. Ao mesmo tempo, vamos da obra Linguagens, códigos e suas tecno-
mergulhar nas estruturas narrativas tradi- logias: livro do estudante: ensino médio
cionais, especialmente, no que diz respeito (material para o Encceja). Verifique se sua
ao conto. Isso é essencial para a construção escola dispõe desse material na biblioteca e
de um leitor de literatura que, de fato, tira consulte-o antes.
47
ff Conto tradicional
Características e estrutura do conto tradicional.
1. O que contém um texto narrativo? Indique
as alternativas corretas: ff Teoria da narrativa
Elementos e categorias da narrativa que
a) ( X ) um narrador, ou seja, alguém que con- facilitam o processo de leitura literária. Narrar é
ta a história, que nos apresenta seu enredo. a mesma coisa que contar, ou seja, apresentar
48
uma série de ações em episódios que se suce- tras vezes, o narrador considera mais impor-
dem uns aos outros. Os episódios da narrativa tante a sensação de tempo que as personagens
se organizam de determinado modo, que é a sentem e estrutura sua narrativa em torno des-
maneira pela qual a história é contada. A isso se tempo psicológico. Com certeza, você já sen-
damos o nome de enredo. No caso de A confis- tiu, em certas ocasiões, que um minuto (tempo
são da leoa, a sucessão de episódios pode ser cronológico) parece durar horas (a sensação
interpretada pela repetição das ações da gazela do tempo psicológico).
e do leão. No entanto, dada a brevidade do tex-
to, a ideia de episódios em sequência é discutí-
vel. O narrador, nesse texto, parece ser uma Recapitulação gramatical
terceira pessoa, talvez um narrador intruso,
que comenta o que vê. A seguir você lerá um texto expositivo es-
crito por Juka:
Há duas formas de narrar: ou o narrador
introduz-se no enredo, em primeira pessoa,
sendo também uma personagem, ou afasta-se, Ao ezercutar-mos qualquer atividade, se
criando um discurso em terceira pessoa. O de fato quizermos obiter bons resultado de-
narrador em primeira pessoa pode ser mais vemos conciderar que nada é tão urjente que
pessoal, envolvendo-se afetivamente com os não poça ser pranejado. Improvisa faiz com
acontecimentos. Já o narrador em terceira pes- que nossas ações depende da sorte e não de
soa consegue ser mais objetivo, pois não está nossa copetência.
tão envolvido com as ações das personagens.
A narrativa que você leu foi feita em terceira
pessoa, como se pode ver logo no começo: Ajude-o a ter uma boa nota. Reescreva o
“Todas as manhãs a gazela...”. texto, no caderno, corrigindo os desvios da
norma-padrão.
O espaço é muito importante na narrati- “Ao executarmos qualquer atividade, se de fato quisermos
va literária. Ele pode ser um simples “pano obter bons resultados, devemos considerar que nada é
de fundo”, onde as personagens realizam as tão urgente que não possa ser planejado. Improvisar faz
suas ações, mas pode também ser um espelho que nossas ações dependam da sorte e não de nossa com-
da personalidade das personagens ou até das petência.”
ações que elas vão praticar.
Lendo um conto
As ações levam certo tempo para aconte-
cer. De acordo com suas intenções, o narrador A seguir, será proposta a leitura de um
pode, desde fazer-nos acompanhar demora- conto de Machado de Assis, dividido em par-
damente a vida de uma personagem, até dizer, tes. O conto é um tipo específico de narrativa
em poucas palavras, longos anos de aconteci- e Machado é principalmente conhecido pelo
mentos. Na narrativa que lemos, o tempo é o seu estilo de escrevê-las.
presente, mas com uma duração que lhe faz
similar ao imperfeito. É assim que, todos os O conto que vamos ler chama-se Cantiga
dias, as ações se repetem. de esponsais. Esponsais são as cerimônias de
casamento, ou seja, o noivado e a festa de ca-
Às vezes, o narrador valoriza mais as ações samento em que os noivos se tornam esposos.
e o tempo que elas levam para acontecer, a A palavra “esponsais” tem a mesma origem
isso damos o nome de tempo cronológico; ou- que “esposo”.
49
Inicie o texto valorizando o título do con- c) Você, com certeza, já viu muitas pessoas
to. Antes mesmo de explicar a palavra “es- de cabeça branca. O que lhe vem à men-
ponsais”, pergunte aos alunos o que ela lhes te quando pensa em “uma cabeça bran-
sugere e o que esperam de um conto que tem ca”, expressão que aparece no texto?
esse título. É importante lembrar que todo Resposta pessoal. Nesse momento da leitura, podem-se
título de um texto gera horizontes de expec- vislumbrar a velhice, a experiência e a sabedoria. Faz-se
tativas de leitura que realizar-se-ão, ou não, necessário trabalhar a antecipação, o levantamento de hi-
durante a leitura. póteses que serão verificadas ou não no desenvolvimento
da leitura.
50
Chama-se Romão Pires; terá sessenta anos, não menos, nasceu no Valongo, ou por esses lados. É
bom músico e bom homem; todos os músicos gostam dele. Mestre Romão é o nome familiar; e dizer
familiar e público era a mesma coisa em tal matéria e naquele tempo. “Quem rege a missa é mestre
Romão” – equivalia a esta outra forma de anúncio, anos depois: “Entra em cena o ator João Caetano”;
– ou então: “O ator Martinho cantará uma de suas melhores árias”. Era o tempero certo, o chamariz
delicado e popular. Mestre Romão rege a festa! Quem não conhecia mestre Romão, com o seu ar cir-
cunspecto, olhos no chão, riso triste, e passo demorado? Tudo isso desaparecia à frente da orquestra;
então a vida derramava-se por todo o corpo e todos os gestos do mestre; o olhar acendia-se, o riso
iluminava-se: era outro. Não que a missa fosse dele; esta, por exemplo, que ele rege agora no Carmo é
de José Maurício; mas ele rege-a com o mesmo amor que empregaria, se a missa fosse sua.
Acabou a festa; é como se acabasse um clarão intenso, e deixasse o rosto apenas alumiado da luz
ordinária. Ei-lo que desce do coro, apoiado na bengala; vai à sacristia beijar a mão aos padres e aceita
um lugar à mesa do jantar. Tudo isso indiferente e calado. Jantou, saiu, caminhou para a rua da Mãe
dos Homens, onde reside, com um preto velho, pai José, que é a sua verdadeira mãe, e que neste mo-
mento conversa com uma vizinha.
– Mestre Romão lá vem, pai José, disse a vizinha.
– Eh! eh! adeus, sinhá, até logo.
Pai José deu um salto, entrou em casa, e esperou o senhor, que daí a pouco entrava com o mesmo
ar do costume. A casa não era rica naturalmente; nem alegre. Não tinha o menor vestígio de mulher,
velha ou moça, nem passarinhos que cantassem, nem flores, nem cores vivas ou jocundas. Casa
sombria e nua. O mais alegre era um cravo, onde o mestre Romão tocava algumas vezes, estudando.
Sobre uma cadeira, ao pé, alguns papéis de música; nenhuma dele...
2. Vamos parar novamente para mais uma d) a ilusão de fartura com que vive o mes-
pequena reflexão. Repare que Machado, tre Romão.
ao descrever a casa de mestre Romão, opta
pelo uso de frases negativas. Ao fazer as- e) o culto à pobreza que alimenta a fé do
sim, podemos afirmar que se reforça... (as- mestre Romão.
sinale a alternativa correta):
Voltemos a mais um trecho do texto.
51
3. Agora responda a mais estas questões: Destacar o uso do pronome de tratamento “sinhô” e o uso do
Imperativo em “vai”, indicando uma relação desigual entre os
a) Na época em que se passa a narrativa, interlocutores.
ainda existia escravidão no Brasil. Prove
isso com uma passagem do texto. b) O que você acha que vai acontecer a se-
“– Pai José, disse ele ao entrar, sinto-me hoje adoentado. guir no conto?
-Sinhô comeu alguma coisa que fez mal... Essa é uma atividade de estratégia textual durante a leitura, que
-Não; já de manhã não estava bom. Vai à botica...” solicita a construção de hipóteses a partir do já dito no texto.
52
Um dia de manhã, cinco depois da festa, o médico achou-o realmente mal; e foi isso o que ele lhe
viu na fisionomia por trás das palavras enganadoras: – Isto não é nada; é preciso não pensar em mú-
sicas...
Em músicas! justamente esta palavra do médico deu ao mestre um pensamento. Logo que ficou só,
com o escravo, abriu a gaveta onde guardava desde 1779 o canto esponsalício começado. Releu essas
notas arrancadas a custo e não concluídas. E então teve uma ideia singular: – rematar a obra agora,
fosse como fosse; qualquer coisa servia, uma vez que deixasse um pouco de alma na terra.
– Quem sabe? Em 1880, talvez se toque isto, e se conte que um mestre Romão...
O princípio do canto rematava em um certo lá; este lá, que lhe caía bem no lugar, era a nota der-
radeiramente escrita. Mestre Romão ordenou que lhe levassem o cravo para a sala do fundo, que dava
para o quintal: era-lhe preciso ar. Pela janela viu na janela dos fundos de outra casa dois casadinhos de
oito dias, debruçados, com os braços por cima dos ombros, e duas mãos presas. Mestre Romão sorriu
com tristeza.
– Aqueles chegam, disse ele, eu saio. Comporei ao menos este canto que eles poderão tocar...
Sentou-se ao cravo; reproduziu as notas e chegou ao lá...
– Lá, lá, lá...
Nada, não passava adiante. E contudo, ele sabia música como gente.
– Lá, dó... lá, mi... lá, si, dó, ré... ré... ré...
Impossível! nenhuma inspiração. Não exigia uma peça profundamente original, mas enfim alguma
coisa, que não fosse de outro e se ligasse ao pensamento começado. Voltava ao princípio, repetia as
notas, buscava reaver um retalho da sensação extinta, lembrava-se da mulher, dos primeiros tempos.
Para completar a ilusão, deitava os olhos pela janela para o lado dos casadinhos. Estes continuavam
ali, com as mãos presas e os braços passados nos ombros um do outro; a diferença é que se miravam
agora, em vez de olhar para baixo. Mestre Romão, ofegante da moléstia e de impaciência, tornava ao
cravo; mas a vista do casal não lhe suprira a inspiração, e as notas seguintes não soavam.
– Lá... lá... lá...
4. Vamos parar mais uma vez nossa leitura. moça embebida no olhar do marido, come-
Responda oralmente: çou a cantarolar à toa, inconscientemente,
uma coisa nunca antes cantada nem sabida,
a) Por que mestre Romão queria tanto aca- na qual coisa um certo lá trazia após si uma
bar a sua música, mesmo de qualquer linda frase musical, justamente a que mestre
jeito? Romão procurara durante anos sem achar
Seria uma forma de se despedir da vida e vir a ser lembrado nunca. O mestre ouviu-a com tristeza, aba-
na posteridade. nou a cabeça, e à noite expirou.
Desesperado, deixou o cravo, pegou do Agora, desenvolva com seus alunos a ques-
papel escrito e rasgou-o. Nesse momento, a tão a seguir:
53
54
b) Qual a duração do tempo cronológico mas vazia, como a sua casa, impedia-o de ser
dos acontecimentos desde a missa can- um artista completo. É comum encontrarmos,
tada até a morte de mestre Romão? nos textos de Machado, essa recusa do ídolo,
Seis dias. do homem perfeito. Para Machado, todos te-
mos algo de bom e algo de mau.
c) Na parte final do conto, mestre Romão
está muito aflito. Ele tenta compor a A partir dos conhecimentos adqui-
cantiga, mas a inspiração não vem. ridos nesta Situação de Aprendiza-
Nesse momento, o narrador se demora, gem, escreva um conto tradicional.
contando com detalhes tudo o que está Para isso, siga estes critérios para auxiliá-lo na
acontecendo. O ritmo é lento, como a elaboração do trabalho:
sensação de angústia de mestre Romão.
Ao assim fazer, o narrador está valori- ff valorização do tempo e do espaço na
zando o tempo cronológico ou o psico- narrativa;
lógico? Por quê? ff presença de um narrador, em primeira
O tempo psicológico: o narrador utiliza-se de um ritmo ou terceira pessoa;
lento, bem de acordo com a sensação de desespero sen- ff uso da norma-padrão da língua portu-
tida pelo mestre Romão, pois o passar do tempo apenas guesa;
denuncia a incapacidade criativa do personagem. ff organização e limpeza na apresentação
do trabalhoa.
Machado de Assis se dirige às leitoras. Po- Professor, essa produção de texto é bastante complexa, por
deríamos pensar nas moças e senhoras do Rio tratar-se de gênero literário. Nesse sentido, tendo em vista as
de Janeiro do final do século XIX que liam pe- orientações dadas, estimule os alunos a tentar materializá-las,
quenas narrativas nas revistas que circulavam já pressupondo ser uma proposta de produção escrita espe-
à época. A maior parte dessas mulheres lia ape- cialmente desafiadora.
nas para se distrair, sem desejar aprofundar-
-se muito em filosofia ou psicologia humana. Depois que o professor corrigir o conto
Machado cria uma narrativa aparentemente tradicional escrito, o texto será devolvido a
romântica: um homem paralisado em sua ca- você. Reescreva-o seguindo as orientações da-
pacidade criativa por haver perdido a mulher das e devolva-o ao professor para a correção
amada. Muitas leitoras ficariam satisfeitas só final.
com essa leitura. Outras, porém, enxergariam
que, por trás das ações das personagens, se Escreva, no caderno, um e-mail
esconde um olhar irônico sobre a existência para seu professor. Nele você iden-
humana. Muitos estudiosos de Literatura têm tificará os conteúdos vistos neste
apreciado essa característica de Machado de volume, os que você entendeu bem e aqueles
Assis. Observe que em Cantiga de esponsais, a que deverá estudar de novo para compreendê-
felicidade está onde a vida acontece, não onde -los melhor. Explique também o que pretende
queremos que ela aconteça. A realização pes- fazer em seus estudos futuros para conseguir
soal está muito além da opinião da sociedade. melhores resultados.
Mestre Romão era socialmente muito valori- Professor, essa é mais uma atividade de avaliação formativa,
zado, como se fosse um mito, mas não se sen- para engajamento dos estudantes e material de pesquisa para
tia realizado como pessoa. Sua vida correta, suas futuras intervenções.
a
Situação de aprendizagem adaptada de: LANDEIRA, J. L. Quando as palavras resolvem fazer arte. In: MURRIE, Z. F.
(Coord.). Linguagens, códigos e suas tecnologias: livro do estudante. Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 89-95.
55
56
Os jovens brasileiros têm fé em seu potencial de mudar o mundo. Nada menos que 58% deles acre-
ditam, e muito, nesse ideal – é o que mostra uma pesquisa recém-concluída com 3.500 pessoas de 15
a 24 anos de 198 cidades. Patrocinado por várias instituições, tendo à frente o Instituto Cidadania, o
estudo Perfil da Juventude Brasileira radiografa o modo de vida e as expectativas dos 34 milhões de
cidadãos do país nessa faixa etária [...]. Os dados, contudo, revelam que as mudanças almejadas pelo
jovem de hoje são diferentes daquelas pelas quais as gerações passadas lutaram. Enquanto seus pais
queriam revolucionar a política e os costumes, a juventude de agora já não precisa combater a dita-
dura nem se sente sufocada pela família. Ela está mais à vontade com os códigos sociais e as tradições
à sua volta: 99% acreditam em Deus e 60% nem pensam em sair da casa paterna. Seriam esses sinais
de que se trata de uma geração conservadora? Os pesquisadores discordam. “Os rebeldes de todas as
épocas são uma minoria. Se fosse feita uma comparação com a média dos jovens de épocas passadas,
descobriríamos provavelmente que os de hoje têm a cabeça mais aberta”, diz o cientista político Gus-
tavo Venturi, coordenador da pesquisa. O que se pode afirmar com certeza é que se está diante de uma
geração que trocou a utopia pelo pragmatismo. Os jovens não são mais arrebatados por grandes ques-
tões de ordem, na linha capitalismo versus comunismo ou rebeldia versus caretice. De olho no futuro,
estão mais interessados naquilo que pode afetar sua felicidade de forma concreta. Não à toa, acham
que a educação é muito importante. E preocupam-se com os fatores que podem ameaçar seus sonhos:
a violência, da qual são as maiores vítimas, e o desemprego, capaz de minar a conquista da autonomia.
(...)
Veja jovens, São Paulo, jun. 2004. Edição especial.
57
c) o futuro é pensado pelos jovens de todo Lúcia está namorando Paulo. Ela o acha
o mundo. “um gato”. Hoje, eles estão fazendo dois me-
ses de namoro firme. Assim que acabam as
d) o cientista político Gustavo Venturini é aulas, Lúcia o encontra e, ao vê-lo, exclama:
coordenador de pesquisas.
a) “Paulo, como você é lindo!”
e) uma geração sonhadora, mas também
realista, pensa no seu futuro. b) “Paulo, como você é formoso!”
Habilidade principal de leitura/escrita a ser desenvolvi-
da: interpretar textos informativos, respeitando as caracterís- ual das duas possibilidades seria mais
Q
ticas próprias do gênero. apropriada? Por quê?
Resposta esperada: o importante desta questão é a justifi-
3. O que é lusofonia? cativa do aluno, que deve relacionar a escolha linguística do
adjetivo (“lindo” ou “formoso”) à situação de uso. Acredita-
a) a capacidade de narrar contos em pri- mos, no entanto, que a expressão “Paulo, como você é lindo!”
meira pessoa em português. seja mais apropriada ao contexto dado.
Habilidade principal de leitura/escrita a ser desenvol-
b) a variedade de língua portuguesa consi- vida: relacionar o uso da norma-padrão às diferentes esfe-
derada pela sociedade como a que deve ras de atividade social.
transmitir informações importantes.
5. Que relação há entre comunicação e mí-
c) o conjunto de atividades centradas na dia? Que diferenças existem entre a comu-
crítica aos costumes colonialistas por- nicação na mídia e a comunicação poética?
tugueses que produziram a escravidão Resposta esperada: o objetivo desta questão é permitir que
no Brasil. o professor compreenda o quanto o aluno vê a mídia como
um conjunto de tecnologias específicas usadas por uma insti-
d) o conjunto de identidades culturais e tuição para proporcionar comunicação humana. É importan-
linguísticas existentes em países falantes te que o aluno perceba a oposição que se levanta entre uma
de português. comunicação voltada para as massas e a comunicação voltada
para o aprofundamento íntimo promovida pelo poema.
e) o estilo de escrever, próprio de autores Habilidade principal de leitura/escrita a ser desenvol-
importantes como Fernando Pessoa e vida: reconhecer características básicas dos textos literários,
Machado de Assis. narrativa e poema.
Professor, identifique, de acordo com as cias que orientam todo o trabalho desta obra,
cinco habilidades básicas trabalhadas neste quais as reais necessidades de recuperação de
volume até o momento e as cinco competên- seu aluno.
58
Ao final destes trabalhos, espera-se que o monstra esse reconhecimento por meio dos
aluno consiga reconhecer a linguagem verbal comentários que faz? Ou é preconceituoso
como instrumento de interação e expressão do para com “sotaques” e “dialetos” da língua
pensamento em textos informativos e exposi- portuguesa?
tivos. Deseja-se também que o aluno possa
aproximar a linguagem verbal das não verbais Relacionar o uso da norma-padrão às dife-
e valorizar a adequação verbal de acordo com rentes esferas de atividade social.
as situações de uso.
ff Procura adequar o texto produzido às di-
Assim, para cada habilidade principal, per- ferentes situações sociais propostas, tais
gunte-se: como “mural” e “exposição de fotojorna-
lismo”? Associa classificação gramatical a
Concatenar ideias-chave na elaboração de seu uso expressivo nos textos?
uma síntese.
Reconhecer características básicas dos tex-
ff O aluno sabe distinguir palavras de ideias- tos literários, narrativa e poema.
-chave? Reconhece o processo de iden-
tificação das palavras-chave? Recupera ff Distingue poema de poesia? Distingue tex-
a ideia-chave de um texto? Elabora uma to em prosa de texto em verso? Identifica,
síntese com suas palavras, demonstrando em uma narrativa, os principais elementos
compreensão do que leu? que a constituem? Demonstra uma atitude
de leitor diante desses textos ou transfere
Interpretar textos expositivos e informati- toda a responsabilidade de interpretação
vos respeitando as características próprias do para o professor?
gênero.
Elabore, também, um pequeno questioná-
ff Distingue um texto expositivo de um texto rio para a classe que facilitará suas estratégias
informativo? Identifica e reconhece contex- de recuperação.
tos de circulação social desses dois tipos
textuais? Demonstra atitudes diferencia- Em relação ao que foi estudado até agora,
das de leitura diante dos diferentes gêneros que conteúdos:
textuais? Demonstra, na produção textual,
o conhecimento das características dos gê- 1. Foram agradáveis de estudar? Por quê?
neros textuais expositivos e informativos
estudados? 2. Foram pouco interessantes? Por quê?
59
Se for conveniente, você pode usar os seguin- Nunca te vi, sempre te amei (84 Charing Cross
tes recursos para aprofundar o assunto da aula: Road)
Com Anne Bancroft e Anthony Hopkins. Di-
Filmes reção: Geoffrey Helman. Grã-Bretanha, 1986.
100 min.
A casa do lago (The Lake House) O filme aborda um delicado amor a distância en-
Com Sandra Bullock e Keanu Reaves. Dire- tre a norte-americana Helene, que compra livros
ção: Alejandro Agresti. EUA, 2006. 99 min. por correspondência em uma livraria de Lon-
Kate e Alex trocam correspondência, pois dres, e Frank, o dono da loja. Por meio de cor-
moram na mesma casa, mas ele em 2004 e ela respondência, eles iniciam uma longa amizade.
em 2006. Sem a preocupação de resolver o
problema do tempo, as personagens se apai- Terra estrangeira
xonam apenas pelo contato através de cartas. Com Fernanda Torres, Alexandre Borges e
Laura Cardoso. Direção: Walter Salles. Brasil,
A marvada carne Portugal, 1995. 100 min.
Com Fernanda Torres. Direção: André Klotzel. Paco, após a morte de sua mãe, decide deixar
Brasil, 1985. 80 min. o Brasil. Para isso, aceita levar um objeto con-
Agradável comédia que mostra as aventu- trabandeado para Lisboa. Lá, se envolve em
ras de Carula, autêntica caipira, que tem um mais confusões e peripécias.
grande sonho na vida: se casar. E para isso ela
está disposta a tudo para conquistar o cora- Livro didático
ção de Quim, que só quer saber de comer um
bom churrasco. É importante também valorizar o livro di-
60
dático, portanto, ao iniciar a discussão do tema Importante compêndio de estudo das princi-
proposto, peça aos alunos para usarem seus pais dificuldades de leitura dos alunos, com
livros no intuito de fazê-los pesquisar sobre o muitas sugestões práticas de como podem ser
tema, voltando seus olhares para textos que te- superadas.
nham especial foco na interação, por exemplo,
textos com diálogos. VIEIRA, Alice. O prazer do texto: perspectivas
para o ensino de literatura. São Paulo: EPU,
Livros 1989. Estudo e análise da situação do ensino
de literatura na escola brasileira, com impor-
FIORIN, José Luís. Introdução ao pensamento tantes reflexões sobre o que é, efetivamente,
de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006. ensinar literatura.
A obra introduz o leitor no universo bakhti-
niano, clareando muitos conceitos importan- Sites
tes na obra desse autor que tem influenciado
tanto as mudanças de ensino de língua portu- Museu da língua portuguesa
guesa na escola. Um achado no que se refere a curiosidades
sobre a nossa língua, mas também no que
LANDEIRA, José Luís; BARONTO, Luiz diz respeito a textos acadêmicos que poderão
Eduardo. O tempo em gêneros. São Paulo: Sa- aprofundar a sua formação. Disponível em:
lesiana, 2008. <http://www.museudalinguaportuguesa.org.
O tempo é tomado como tema para ser de- br>. Acesso em: 29 maio 2013.
senvolvido em 20 gêneros textuais, literários e
não literários. Releituras
Site com grande variedade de textos literários
SANCHEZ MIGUEL, Emilio. Compreensão e biografias de autores da literatura em língua
de textos: dificuldades e ajudas. Tradução Er- portuguesa. Disponível em: <http://www.relei
nani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002. turas.com>. Acesso em: 29 maio 2013.
Situação de Aprendizagem 7
Exposição de Fotojornalismo “O Sabor
da Língua Portuguesa”
Esta Situação de Aprendizagem tem por interação social formal. Nesse fundo, emerge a
objetivo desenvolver habilidades que possibili- proposta desta Situação de Aprendizagem, que
tem aos alunos relacionar a linguagem verbal tem como situação-problema a preparação de
e não verbal em espaços de comunicação e uma exposição de fotojornalismo na escola.
Conteúdos e temas: a exposição artística e o uso da palavra; texto expositivo: valor estilístico do verbo.
61
Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; fotografias e textos de livros extra-
classe.
Sugestão de avaliação: produção de texto expositivo; produção de texto coletivo; revisão de atividades
feitas; projeto de exposição fotojornalística.
ff O que a obra me diz sobre o tema abordado? Qual delas me impressiona mais?
ff De que modo as expressões de Cristo revelam sentimentos como dor, confiança em Deus, desejo de
dialogar com a humanidade, dignidade etc.?
62
© Alex Salim
El Greco. Cristo carregando a cruz (1590-1595). Aleijadinho. Cristo carregando a cruz (1796-1799).
Museu do Prado, Madri, Espanha. Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas
(MG).
63
64
a) preferência pelos contrastes, como, por Exiba a fotografia. Observe que a foto
exemplo, claro/escuro, digno/grotesco, divide o espaço em dois planos: no inferior,
espírito/matéria etc. sobram sacas de café, que, sabemos, serão
carregadas manualmente para os cami-
b) gosto por cenas e situações que expres- nhões. No plano superior, trabalhadores
sem calma e tranquilidade. braçais realizam o seu trabalho. O ambiente
é interno e raios de sol filtrados incidem so-
c) predomínio do emocional sobre o ra- bre eles, conferindo à imagem um ar trans-
cional. cendente, quase religioso, em que as figuras
humanas ganham aspectos de divindade
d) composição dinâmica e tensa, mesmo por meio do trabalho. Nesse caso, Sebas-
ao procurar a calma. tião Salgado diz-nos por imagens que o tra-
balho dignifica o homem. O público que
e) valorização da natureza e de temas rela- assiste a tudo não participa dessa esfera di-
cionados ao campo. vina, a não ser por contemplação. Entre o
plano quase sagrado do duro trabalho bra-
Anteriormente, na Situação de Aprendiza- çal e o público, sacas de café os separam,
gem 3, trabalhamos em torno do projeto jor- trabalho a ser feito não pelos que o veem,
nalístico “O sabor da língua portuguesa”, ela- mas pelos que estão lá, do outro lado, longe
borando as fotos e as legendas que serão ex- de nós. Assim, você pode orientar seu diálo-
postas no decorrer das próximas atividades. go com os alunos partindo das seguintes
questões:
Lembramos que o objetivo é “fotografar” um
espaço que possibilite um olhar crítico, que não ff O que as pessoas na foto estão fazendo?
aceite as injustiças sociais, especialmente aquelas ff Quais os dois planos em que se divide a fo-
que desvalorizam a riqueza plural da nossa lín- tografia?
gua. Para isso, propomos que se parta de uma ff O que sugerem os raios de sol incidindo so-
fotografia jornalística que tenha na “denúncia bre o grupo?
social” o seu foco central. Sugerimos Allana ff Qual é a importância das sacas de café nessa
coffee curing worksa, de Sebastião Salgado. fotografia?
Consulte o site antes de realizar a ativida- Outras fotos podem ser usadas. Muitas são
de. Há outras opções de fotografias que po- encontradas na internet, por exemplo, no site
derão ser usadas, embora elas, provavelmen- <http://www.flickr.com> (acesso em: 29 maio
te, exijam adaptações para a atividade aqui 2013). Sugerimos a Colheita de sisal b, de Ca-
proposta. rol Quintanilha, presente também no Cader-
no do Aluno.
a
Disponível em: <http://www.fao.org/spanish/newsroom/field/042005_salgado_photo_gallery/salgado3.htm>. Acesso em: 29 maio 2013.
b
Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/quintacarol/1714027304/>. Acesso em: 29 maio 2013.
65
Ao analisá-la, reflita: O que o garoto da foto está fazendo? Que lugar ele ocupa no cenário? Que re-
lação há entre o espaço e a personagem? Que relações há entre as reproduções artísticas anteriormente
examinadas e esta foto? O que esta fotografia comunica a você?
© Carol Quintanilha
Colheita de sisal.
O importante é analisar detalhadamente as características da foto e procurar construir sentido a partir de seus diferentes ele-
mentos. Em Colheita de sisal, não deixe de notar as semelhanças entre o menino (trabalho infantil) carregando o sisal e a ima-
gem clássica da tradição cristã de Jesus carregando a cruz. Temas associados ao barroco podem ser desenvolvidos, em especial
aqueles que abordam o jogo entre contrastes.
2. Responda no caderno:
a) Embora não se trate de um tema do discurso religioso, a foto de Carol Quintanilha nos
faz pensar nas reproduções que examinamos com o tema Cristo carregando a cruz. Que
semelhanças e diferenças você encontra entre esses trabalhos?
Nos dois temas, apresenta-se uma flagrante injustiça, reforçada pela relação entre o grotesco da cena e a dor expressa no olhar.
Nas pinturas e na escultura, Cristo carrega uma cruz; na fotografia, um menino carrega um feixe de sisal.
66
especial o Presente do Indicativo no texto ex- permite valorizar as expectativas que ele gera.
positivo. O Caderno do Aluno desenvolve essas Isso reforça a importância do título no texto e
aproximações. a necessidade de que suas diferentes partes se
articulem adequadamente entre si.
Nosso primeiro objetivo é desenvolver o
conceito de “exposição”, ao mesmo tempo Noticiando a exposição!
que aprofundaremos esse gênero textual.
A seguir, vamos analisar uma notícia inti-
Leia o texto a seguir com os alunos. Ele tulada Flashes da história. Trata-se de um tex-
aparece propositadamente “fatiado”, com o to publicado no Guia da Secretária Municipal
objetivo de desenvolver estratégias de leitura de Cultura, o qual divulga algumas das prin-
do texto expositivo. Ao mesmo tempo possibi- cipais atividades culturais da cidade.
lita organizar, relacionar e interpretar informa-
ções para tomar decisões que permitam a cons- 1. O que o título Flashes da história sugere
trução de expectativas de progressão do texto. a você? Que expectativas de leitura se for-
mam em sua mente?
Intercale partes do texto com as reflexões, Como explicado, uma discussão inicial sobre o título com
mas, ao final, peça a alguns alunos que leiam seus alunos, antes da leitura do texto, permite valorizar as ex-
o texto todo em voz alta. Durante a leitura, pectativas que ele gera. Sugerimos que faça isso a partir do
ajude-os a melhorar o tom de voz, o ritmo título do texto. Desse modo, reforça a importância do título
dialogante de leitura e a postura do corpo. no texto e a necessidade de que as diferentes partes do texto
se articulem adequadamente.
Observe que, antes da leitura do texto, uma
discussão inicial com eles a respeito do título 2. Leia, agora, o texto:
Flashes da história
Exposição de fotojornalismo Diálogos EUA-Brasil: Um olhar fotográfico sobre 50 anos de história,
em cartaz na Galeria Olido, relembra fatos e personalidades marcantes dos dois países.
O que o jogador brasileiro Pelé e o americano Michael Jordan teriam em comum? Por terem sido
considerados, por muitos especialistas, os melhores atletas de todos os tempos em suas modalidades,
tiveram suas imagens frequentemente estampadas nos principais jornais de todo o mundo. Por essa
razão, foram escolhidos para compor a exposição Diálogos EUA-Brasil: Um olhar fotográfico sobre 50
Anos de história.
Em cartaz na Galeria Olido a partir do dia 10, a mostra, patrocinada pelo Programa Fullbright, faz
um paralelo entre a produção brasileira e norte-americana de fotojornalismo das últimas décadas. Os
trabalhos selecionados ocupam as páginas de publicações como O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo,
O Globo, The New York Times e The Washington Post. Muitos deles integram também os acervos da
Agência de Fotojornalismo Magnum, Arquivo Nacional americano e The Associated Press.
Com 120 imagens coloridas e em preto e branco, de autoria de fotógrafos renomados como Jorge
Araújo, Victor Jorgensen, Matt Zimmerman e Justin Newman, serão relembrados momentos e perso-
nalidades dos dois países. Segundo João Kulcsár, curador da mostra, “nos últimos anos, vários fatos
vividos em conjunto, ou separadamente, reforçam a proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos”.
Para facilitar a compreensão, os trabalhos serão agrupados em seis temas: Herança comum; Política;
67
Analise, a seguir, o lide do texto: Professor, foram sugeridas três leituras: o texto, seu lide (re-
leitura) e uma definição de lide. Tendo em vista que o aluno
responderá às questões sobre o texto principal, planeje sua
Exposição de fotojornalismo Diálogos forma de ler com eles: Partirá do lide, perguntando do que
EUA-Brasil: um olhar fotográfico sobre 50 se trata? Lerá o texto e depois falará do lide? Lerá o conceito
anos de história, em cartaz na Galeria Olido, para eles? Veja o caminho que lhe pareça melhor.
relembra fatos e personalidades marcantes
dos dois países. 3. Responda no caderno:
68
Compare: III.
Qual a importância do local onde
ocorrerá a exposição? Deve ser pla-
(1) “vários fatos vividos [...] reforçam a nejado?
proximidade entre o Brasil e os Estados Sim, é muito importante porque ele deve permitir
Unidos” que todos os trabalhos sejam vistos pelo maior nú-
mero de pessoas. Além disso, deve ser adequado ao
com tema proposto e ao público esperado.
(2) “vários fatos vividos [...] reforçaram a 2. Baseada na discussão feita, a classe vai
proximidade entre o Brasil e os Estados elaborar um texto coletivo. Certifique-se
Unidos”. de copiá-lo no caderno.
69
70
Além disso, destaque que desde que as A seguir, retorne à fotografia Colheita de si-
legendas foram feitas até agora, certamen- sal, de Carol Quintanilha. Crie, no caderno, uma
te, houve acontecimentos na vida do alu- legenda para a foto que exemplifique o conteú-
no. Esses acontecimentos mudam a nossa do presente no texto A importância da legenda.
maneira de ser e de pensar. Então, dizer O texto pretende valorizar o papel social da legenda, criando
que não há nada a mudar pode ser deixar uma interação com a fotografia. Neste momento também,
de lado uma oportunidade de refletir e você pode analisar com os alunos o Presente do Indicativo.
verificar as mudanças que ocorreram em Não se trata, naturalmente, de esgotar o assunto, que será
nossa maneira de pensar desde a última retomado nas próximas Situações de Aprendizagem, mas de
vez em que mexemos no texto. Isso poderá apresentar uma recapitulação do tema que permita a reflexão
levar alguns alunos a dizer também que, do uso desse tempo e modo em títulos de notícias e legendas.
desse jeito, estaremos sempre mexendo em
um texto, que ele nunca ficará pronto. E isso 2. O texto a seguir explica o tema de uma ex-
é verdade, embora não signifique que pos- posição ocorrida em São Paulo, mas alguns
samos ficar com o texto o resto da vida em verbos foram retirados. Para cada espaço
nossas mãos, uma vez que o objetivo final vazio, temos três possibilidades. Cabe a
de qualquer texto é o destinatário, mas o você escolher a mais apropriada:
processo de aprender a escrever, esse sim,
é contínuo.
Instalações..................
brincam (1) com conceito
de gravidade
1. Leia o texto a seguir, procurando Produzidas a partir de material tra-
compreender a relação entre o título dicional – a porcelana chinesa –, instala-
A importância da legenda e o texto. ções da artista plástica Heloísa Galvão
ganham
..................... (2) leitura contemporânea
na exposição Terra apresentada a partir do
A importância da legenda dia 24, às 14h, na Capela do Morumbi. A
mostra .........................
reúne (3) peças suspen-
A legenda de uma foto normalmente sas que .....................
sugerem (4) a reflexão sobre a
procura ser neutra e informativa: uma data, aparente fragilidade de suas formas em de-
trimento da densidade do material que as
um lugar, nomes. Uma foto sobre um aten-
compõe
........................ (5).
tado terrorista, por exemplo, não teria a
De acordo com a artista, enquanto a ce-
seguinte legenda: “Não vejo a hora de aca- pontua (6) o conceito de
râmica branca .................
bar com tudo isto!”, e da mesma forma não peso, as imagens construídas...................
evocam
seria apropriado para uma fotografia de (7) leveza. Na nave principal, sete peças –
um homem com a perna engessada: “Este imponentes asas com cerca de três metros –
na certa vai ficar manco!”. espelham (8) a transposição do solo para
..................
Também não há necessidade de a legen- o ar. “Desloco a terra de seu espaço origi-
da mencionar algo como “Eu vi isto acon- nal, o chão, para manipulá-la, ..................
criando
tecer”. Claro que o fotógrafo viu a cena. A brincam
(9) formas que ..................... (10) com a
menos que seja uma mentira. explica
ideia de gravidade”, .................... (11).
Elaborado por José Luis Landeira especialmente para Em cartaz – Guia da Secretaria Municipal de
o São Paulo faz escola. Cultura. São Paulo: Prefeitura da Cidade de São
Paulo – Secretaria da Cultura, n. 7, p. 56, nov. 2007.
71
72
pois mal o marido tinha morrido e ela ( b ) uma verdade científica é apresentada
já estava viajando e arrumando novos usando o Presente do Indicativo, mos-
amores. trando assim sua atemporalidade, ou
Estão corretas: seja, que ela não fica velha com o tempo.
b) indica uma ação que ocorre esporadi- Assim se explicam a minha estada de-
camente e não mantém relação com a baixo da janela de Capitu e a passagem de
um cavaleiro, um dandy, como então dizía-
locução adverbial todos os dias.
mos. Montava um belo cavalo alazão, firme
na sela, rédea na mão esquerda, a direita
c) estabelece um sentido de passado, de à cinta, botas de verniz, figura e postura
algo que ocorreu e que talvez não vol- esbeltas: a cara não me era desconhecida.
te a acontecer. Esse sentido é reforçado Tinham passado outros, e ainda outros vi-
pela locução adverbial todos os dias. riam atrás; todos iam às suas namoradas.
Era uso do tempo namorar a cavalo. Relê
d) apresenta uma ação presente, sem rela- Alencar: “Porque um estudante (dizia um
ções com o passado ou com o futuro. A dos seus personagens de teatro de 1858)
locução adverbial todos os dias entra em não pode estar sem estas duas coisas, um
conflito com a ideia presente no verbo. cavalo e uma namorada”. Relê Álvares de
Azevedo. Uma das suas poesias é destinada
3. Estabeleça a relação adequada: a contar (1851) que residia em Catumbi, e,
para ver a namorada no Catete, alugara um
a) João vai para Manaus amanhã. cavalo por três mil réis...
73
Opinião do
Minha opinião
professor
Critérios
Está Precisa Está Precisa
o.k. melhorar o.k. melhorar
Presença de informações precisas sobre o que é a
exposição e quando e onde ela ocorrerá.
Correção nas informações apresentadas.
Clareza e coerência das explicações dadas.
Limpeza e boa organização no trabalho.
Preocupação com a intencionalidade comunicativa.
Uso do verbo adequado ao texto proposto.
74
2. Depois de corrigir o texto, devolva-o aos -me, não quero, não quero, mas o vício vem
alunos. Discuta em classe aspectos da escri- vindo a rir, toma-me a mão, faz-me incons-
ta em que todos os alunos devem melhorar. ciente, apodera-se de mim. Estou com a crise.
Peça aos alunos que reescrevam o texto se-
guindo as orientações dadas e devolvam-no A partir desses trechos, o que você espera
para a correção final, com a primeira versão. da leitura do conto? Responda em seu caderno.
É importante que e o aluno conheça os critérios de avaliação Há vários elementos que podem estimular essa pré-leitu-
para que possa revisar seu texto. ra: um amor; uma mudança nesse sentimento; loucura; os
nomes Rodolfo e Clotilde; um “eu” narrador, entre outras
Encontro com a narrativa literária possibilidades. O importante é que o aluno fundamente sua
pré-leitura em elementos presentes nos trechos.
Professor, incentive seus alunos a ler um
conto ou um outro texto literário. Neste mo- O conto é parte do livro Dentro da noite,
mento, de modo diferente de outros momen- do mesmo autor. Você poderá encontrá-lo,
tos educativos, evite controlar o processo de para leitura completa, no site <http://www.
leitura. Siga no entanto algumas estratégias de dominiopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe
pré-leitura – levantando expectativas – e de ObraForm.do?select_action=&co_obra=
pós-leitura. 2076>. Acesso em: 19 jul. 2013.
75
Situação de Aprendizagem 8
Divulgando a exposição!
Conteúdos e temas: gênero textual – folheto de divulgação; projeto de folheto informativo de divulgação;
foco do texto.
Sugestão de estratégias: aula interativa com a participação dialógica do aluno, com o desenvolvimen-
to de conteúdos a partir de estratégias específicas do professor; preparação da divulgação da exposi-
ção de fotojornalismo.
Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; fotografias e textos de livros ex-
traclasse.
76
R.S.V.P. – Tel.: (11) 299-9900 até o dia 12/05 com sra. Ateíldes
77
ff Qual é a finalidade desse texto? Para a) O estudo que realizei ontem foi produti-
que ele serve? Discutam em classe. vo.
Sugestão: convidar alguém para um evento, informando-o O estudo realizado ontem foi produtivo.
dos dados necessários para seu comparecimento. Os fo-
lhetos visam a persuadir o leitor; o convite de casamento b) Admiramos os alunos que estudam.
procura ser mais neutro e centra-se em transmitir as infor- Admiramos os alunos estudiosos.
mações necessárias. Entretanto, os dois gêneros têm como
alvo o leitor. 2. Transforme os seguintes períodos com-
postos em períodos simples, substituindo
a oração subordinada substantiva por um
Para você, professor! adjetivo ou substantivo. Alguns ajustes
precisarão ser feitos. Veja o modelo:
Embora esta seção não vise à transmissão
de conteúdos, ela pode tornar-se, neste mo- É possível que eu fracasse na prova.
mento, uma excelente oportunidade para reca-
pitular conceitos desenvolvidos até agora nes- É possível o meu fracasso na prova.
te volume. Vale a pena repassar, antes de mi-
nistrar a aula, o conceito de texto informativo.
a) Meu objetivo é que o meu trabalho ter-
mine antes do fim do dia.
Meu objetivo é o término do trabalho antes do fim do dia.
2. Indique as alternativas corretas com rela- b) Os brasileiros acreditam que a crise fi-
ção ao convite de casamento: nanceira vai continuar.
Os brasileiros acreditam na continuidade da crise financeira.
a) transmite clara e ordenadamente a men-
sagem. 3. Imagine que você tinha um compromisso
para um passeio com seu primo no mesmo
b) é objetivo nas informações. dia do casamento de Olaveilton e Ignacida.
Como quer ir a esse casamento com seus
c) apresenta diálogo. pais, você terá de cancelar o passeio. Escre-
va um e-mail para seu primo, informando-o
d) destaca as informações importantes. da sua ida ao evento. Dê detalhes, como
Como explicado, esta atividade diagnóstica permite sondar data, lugar etc. Use seu caderno para reali-
o que os alunos já conhecem sobre o tema que será desen- zar o exercício.
volvido. Resposta pessoal. No entanto, espera-se que o aluno utilize as
informações discutidas nesta Situação de Aprendizagem até
1. Transforme os seguintes períodos o presente momento.
compostos em períodos simples,
substituindo a oração subordinada Roteiro para aplicação da
adjetiva. Veja o modelo: Situação de Aprendizagem 8
O homem que trabalha merece um teto ff Gênero textual: folheto de divulgação
para morar. Estudo das características do gênero a par-
78
tir de seu uso na comunidade linguística a que computador, de preferência, na sala de in-
pertence o aluno. formática, o que permite brincar com fontes
diferentes e, dessa forma, mais facilmente
ff Projeto de folheto informativo de divulgação chamar a atenção dos leitores. Mas como
Planejamento do texto, levando em conta fa- produzir um eficiente folheto informativo de
tores linguísticos e sociais. divulgação de uma atividade como essa? As
recomendações a seguir devem ser, oportu-
ff Foco namente, transmitidas em sala de aula.
Estudo da seleção feita entre o que se vai desta-
car em um texto, de acordo com o leitor visado.
Aprofundando conhecimentos
Neste momento, as fotografias que integra-
rão a mais nova exposição do colégio já estão Ao dominarmos certo gênero textual,
prontas e legendadas. O tema centrado na não dominamos uma forma linguística,
expressividade da língua portuguesa apresenta mas um modo de realizar linguisticamente
o conflito constante entre vanguarda e tradição objetivos determinados em contextos so-
que está presente na linguagem. ciais específicos.
Os folhetos a seguir apresentam problemas na elaboração. Tente identificar quais são esses
problemas enquanto os examina.
Folheto I
Folheto II
- Inaugurando mais uma atividade cultural do nosso Colégio, teremos, no próximo sábado, uma
Exposição de Fotojornalismo intitulada O sabor da língua portuguesa.
79
1. Depois de detida análise, identifique, en- ( II ) Não use hifens em lugar de sinais de
tre os diferentes conselhos que aparecem tópicos.
a seguir, aqueles que são mais adequados
para o Folheto I (use I) e os que forem ( II ) Não oscile o registro de linguagem en-
mais apropriados para o Folheto II (use tre o formal e o informal.
II). Veja o modelo. O objetivo de apresentar contraexemplos é fazer que o aluno
perceba, pela negativa, como construir e aplicar conceitos das
(
II ) Preste atenção nas quebras de linha: diferentes áreas do conhecimento para a compreensão de fe-
não interrompa a linha em pontos que nômenos linguísticos na materialização do texto informativo de
quebram a coesão do texto, como, por divulgação, anunciando uma manifestação artística específica.
exemplo, entre “sabemos a importân- Contraste esses contraexemplos com a intenção comunicativa
cia” e “de valorizarmos a língua portu- do texto e com o diálogo social que esse texto forçosamente
guesa, por isso”, ou entre esse trecho e fará com as fotografias. Questione: “De que forma a qualidade
o que vem na sequência, “Não falte!”. de um lança expectativas sobre a qualidade do outro?”
80
Usar o contraste possibilitará criar um foco A fim de não minar a criatividade dos
forte para organizar apropriadamente as infor- grupos e fortalecer a compreensão verbal
mações e orientar o olhar do leitor pela página. do trabalho, optamos por não apresentar
nenhum exemplo positivo de folheto infor-
mativo.
Para você, professor!
O foco é uma seleção feita entre o que se 3. Reveja os folhetos usados para a discussão
vai destacar no texto de acordo com o lei- do Exercício 1 desta Situação de Apren-
tor visado. Ou seja, o que será focado como dizagem. Com base nos estudos feitos até
mais importante no texto deve priorizar a agora, assinale V ou F conforme conside-
quem se destina o texto. rar Verdadeiras ou Falsas as afirmações a
seguir que melhor definem as característi-
cas de um folheto informativo.
ff coloque um título, figura ou clip-art grande,
como uma das fotos da exposição. Prefira a) ( V ) Foco forte. Se o foco atrair o leitor, este
uma imagem visual que não confunda o lei- estará mais inclinado a ler o restante do
tor com muitas informações. Esse será o seu texto.
81
82
83
Quando, de manhã cedo, saio da minha casa, triste e saudoso da minha mocidade que se foi fe-
cunda, na rua eu vejo o espetáculo mais engraçado desta vida.
Amo os animais e todos eles me enchem do prazer da natureza.
Sozinho, mais ou menos esbodegado, eu, pela manhã desço a rua e vejo.
O espetáculo mais curioso é o da carroça dos cachorros. Ela me lembra as antigas caleças dos mi-
nistros de Estado, tempo do império, quando eram seguidas por duas praças de cavalaria de polícia.
Era no tempo da minha meninice e eu me lembro disso com as maiores saudades.
– Lá vem a carrocinha! – dizem.
E todos os homens, mulheres e crianças se agitam e tratam de avisar os outros.
Diz Dona Marocas a Dona Eugênia:
– Vizinha! Lá vem a carrocinha! Prenda o Jupi!
E toda a “avenida” se agita e os cachorrinhos vão presos e escondidos.
Esse espetáculo tão curioso e especial mostra bem de que forma profunda nós homens nos liga-
mos aos animais.
[...]
BARRETO, Lima. Crônicas. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_
action=&co_obra=7555>. Acesso em: 29 maio 2013.
1. Entre diferentes funções, o Presente do In- alteração verbal permitiria que considerás-
dicativo expressa uma ação que acontece semos a juventude como algo:
no momento da fala. No trecho: “Quando
de manhã cedo, saio da minha casa, triste a) ainda presente.
e saudoso da minha mocidade que se foi
b) já ausente.
fecunda, na rua eu vejo o espetáculo mais
engraçado desta vida”, a relação entre os c) infeliz.
verbos no Presente saio e vejo indica:
d) projetado para o futuro.
a) anterioridade e posterioridade das ações
narradas. 3. A crítica social nesse texto centra-se na
comparação que o autor faz entre os mi-
b) concomitância entre as ações. nistros de Estado e os cachorros. Em seu
caderno, transcreva o trecho que deixa cla-
c) presente e passado do ocorrido. ra essa comparação.
“O espetáculo mais curioso é o da carroça dos cachorros. Ela
d) posterioridade em relação ao advérbio me lembra as antigas caleças dos ministros de Estado, tempo
quando. do império, quando eram seguidas por duas praças de cava-
laria de polícia.”
2. Usando a mesma frase do texto transcrita
no exercício anterior, se trocarmos foi, ver-
bo ser no Pretérito Perfeito, pelo mesmo Conheça melhor o autor da obra:
verbo no Presente do Indicativo, teríamos: Afonso Henriques de Lima Barre-
“[...] minha mocidade que é fecunda”. Essa
84
Opinião do
Minha opinião
professor
Critérios
Está Precisa Está Precisa
o.k. melhorar o.k. melhorar
Transmite clara e ordenadamente a mensagem.
Destaca as informações importantes.
Usa o verbo adequado ao texto proposto.
Está limpo e bem organizado.
É criativo e original.
Professor, esse quadro sistematiza alguns aspectos que de- trabalho, faça-o na classe mesmo, em uma
vem nortear os comentários dos grupos. Assim, na Atividade folha de papel A4. Mantenha a mesma cla-
1, você pode fazer o trabalho oralmente, deixando a escrita reza e limpeza que teria com o trabalho se
para agora. fosse feito no computador. É importante
que haja a divulgação do folheto, portanto,
3. Feito e revisado o “boneco” do folheto, reú- afixe-o no mural da classe ou da escola.
na-se com seu grupo na sala de informática. Professor, nesse momento é importante rever os trabalhos,
Eleja um representante que digitará a ver- para que cheguem a seus destinatários. Além disso, pode ser
são final do folheto. Caso não haja possibi- o momento para reforçar ou estabelecer critérios de como
lidade de usar um computador e imprimir o os folhetos serão avaliados.
85
Situação de Aprendizagem 9
Quando as palavras resolvem fazer arte!
Abordar literatura na escola é abordar o do aluno, o que seria o primeiro passo para a
gosto pela leitura. Lamentavelmente, de forma construção do gosto pela leitura. Claro, por-
geral, há poucas estratégias desenvolvidas no que acreditamos que é muito mais fácil gostar
Ensino Médio visando à construção do gosto daquilo que se conhece, entende, compreende
literário dos alunos. Embora muitos concor- (como quando ouvimos: “Depois que eu a co-
dem que o ser humano pode aprender a gostar nheci melhor, passei a gostar mais dela!”). Mas
de algo (ouvimos até pessoas falando: “Puxa, a literatura é também uma instituição. Ou seja,
eu aprendi a gostar de Sicrana!”), a verdade é não é apenas compreensão de texto ou um jogo
que, por não ser uma tarefa fácil, a escola acaba emocional de gosta-não-gosta. A literatura
preferindo trabalhar a história da literatura em participa na consolidação da teia humana que
vez de desenvolver a autonomia leitora literária chamamos “sociedade”. Então, o prazer do
86
texto constitui-se como jogo entre a compreen- cial que é a instituição literária. Compreender
são do próprio texto como fenômeno de leitura esse jogo é o objetivo central das nossas ativi-
literária e a interação com a delicada trama so- dades nesta Situação de Aprendizagem.
Sondagem
Peça previamente aos alunos que tragam dade: o eu lírico é incompreendido pelas
para a sala de aula um texto que eles gostem de pessoas ao agir de modo diferente por cau-
ler, que considerem “bonito” ou “belo”. Permi- sa do amor que sente por uma dama. Esse
ta que os alunos apresentem os motivos que os soneto, escrito por Luís Vaz de Camões, é
levam a considerar cada texto como “belo”. considerado uma obra de arte. Você conse-
gue imaginar por quê?
Pergunte:
Responda no caderno:
ff Por que considera esse texto bonito?
ff Acha que se trata de uma obra de arte? Para 1. Em sua opinião, que características um
você, o que é Arte? texto precisa apresentar para ser conside-
ff Você sente necessidade de Arte? rado uma obra de arte?
As respostas são pessoais. Espera-se que os alunos utilizem
Escolha, no livro didático que adotou, um seu repertório pessoal, refletindo sobre o conceito de belo,
poema que considera bonito, mas que, ao para responder e argumentar sobre seu ponto de vista de
mesmo tempo, seja também considerado uma forma coerente.
obra literária importante.
2. Quem decide que textos devem ou não ser
Fornecemos um texto literário como su- considerados obras de arte?
gestão. Espera-se que os alunos relacionem os conceitos de gosto e
belo às mudanças que ocorrem nas formas de fazer aprecia-
A beleza do soneto de Camões ções estéticas, ligando-as a variações de repertório, época,
lugar, cultura e grupo social, bem como às suas respectivas
soneto que vamos ler a seguir aborda a
O manifestações.
relação difícil entre o indivíduo e a socie-
87
88
Julga-me a gente toda por perdido, do. Isso, ao mesmo tempo, engrande-
Vendo-me tão entregue a meu cuidado, ceu-me e me fez muito mal.
Andar sempre dos homens apartado
E dos tratos humanos esquecido. e) Eu tenho um baixo rústico e enganado
que anda dobrado pelo mundo conhe-
Qual das acepções a seguir, retiradas do cido, mesmo que ele faça grande mal às
dicionário, apresenta melhor o sentido do pessoas.
termo cuidado nessa estrofe?
5. Observe a última estrofe do poema:
a) bem-feito.
Que eu só em humilde estado me contento
b) previsto. De trazer esculpido eternamente
Vosso fermoso gesto dentro n´alma.
c) dedicação.
I. O termo só tem o sentido de:
d) trabalho.
a) sozinho.
e) calculado.
b) solitário.
4. Observe a segunda estrofe:
c) único.
Mas eu, que tenho o mundo conhecido,
E quase que sobre ele ando dobrado, d) apenas.
Tenho por baixo, rústico, enganado
Quem não é com meu mal engrandecido. e) isso.
A ideia central da segunda estrofe é: II. O termo fermoso não é de uso comum
nos dias de hoje. Como sabemos, a lín-
a) Eu, que conheço muito bem o mundo, gua portuguesa se transforma e evolui.
acho que os que não se comovem com Qual dos termos a seguir poderia ser
minhas penas são pessoas baixas, rústi- usado hoje em dia para traduzir o sen-
cas e enganadas. tido de fermoso?
d) Eu conheci o mundo andando sobre ele, Pedro gosta muito de escrever le-
mesmo sendo baixo, rústico e engana- tras de música e ele as faz de todos
89
Na leitura e na escritura do texto literário, encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que
pertencemos. A literatura nos diz o que somos e nos incentiva a desejar e a expressar o mundo por nós
mesmos. E isso se dá porque a Literatura é uma experiência a ser realizada. É mais que um conhecimento
a ser reelaborado, ela é a incorporação do outro em mim sem renúncia de minha própria identidade.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2. ed. 2. reimp. São Paulo: Contexto, 2012. p. 17.
<http://www.editoracontexto.com.br>.
90
A literatura, no sentido de uma coleção de obras de valor real e inalterável, distinguida por certas
propriedades comuns, não existe. Os juízos de valor que a constituem [isto é, a literatura] são histori-
camente variáveis, mas [...] esses juízos têm, eles próprios, uma estreita relação com as ideologias so-
ciais. Eles se referem, em última análise, não apenas ao gosto particular, mas aos pressupostos pelos
quais certos grupos sociais exercem e mantêm o poder sobre os outros.
[A literatura], considerada aqui um sistema de obras ligadas por denominadores comuns, que
permitem reconhecer as notas dominantes duma fase. Estes denominadores são, além das caracterís-
ticas internas (língua, tema, imagens), certos elementos de natureza social e psíquica, embora litera-
riamente organizados, que se manifestam historicamente.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
VIEIRA, Alice. O prazer do texto: perspectivas para o ensino de literatura. São Paulo: EPU, 1989. p. 13, 26.
91
É muito importante não deixar de fazer o sorteio para que os alunos possam, efetivamente,
procurar a ideia-chave nos trechos dados, e não simplesmente fazer uma relação direta. Observe
que, nesse momento, eles estão tanto relacionando informações sobre diferentes conceitos de Lite-
ratura como sintetizando ideias-chave.
Observe o desenvolvimento das habilidades de localizar e relacionar itens concorrentes ou contrá-
rios de uma informação explícita. Observe que esse é também um primeiro passo para desenvolver a
habilidade de relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção
do texto literário com os contextos de produção, para atribuir significados de leituras críticas em dife-
rentes situações. Para esse fim, promova, durante a correção, um espírito de questionamento constante,
em que os alunos exponham suas opiniões pessoais.
É possível que o repertório literário da maioria dos alunos não seja muito amplo, mas utilize-se
das letras de música, campo em que, acreditamos, a maioria apresenta um melhor repertório e que
permite igual questionamento do que é considerado “bom” ou “ruim”. Ou seja: Por que as letras de
música de Chico Buarque são consideradas clássicos de bom gosto e muitos viram a cara ao rap ou
ao axé? Relacione os comentários com os diferentes pontos de vista sobre o texto literário.
Durante a atividade, circule pela classe incentivando os alunos a encontrar as relações, esclarecen-
do dúvidas pontuais e estimulando o uso do dicionário.
Com base nessas diferentes definições, destaque que o conceito de literatura é aberto, ou seja, que
não há apenas uma definição válida. Cada um de nós deve construir a sua e saber defendê-la diante
dos outros. No entanto, as opiniões dos estudiosos no assunto podem ajudar-nos a construir a nossa
e a evitar que caiamos em erros e deturpações.
Discussão oral
ff Podemos aprender a gostar de algo de que não gostávamos?
ff Os gostos de música de antigamente não são os mesmos de hoje. Por que mudaram?
Discuta com os alunos sobre a mudança de valores de acordo com a passagem do tempo. Explique a eles que grande parte
daquilo que gostamos é resultado de termos aprendido a gostar. Uma pessoa consegue aprender a gostar, inclusive aprender a
desenvolver os gostos que vão atender à sua necessidade pessoal de Arte.
Aprofundando conhecimentos
Muitos concordariam ser verdade que o homem consegue aprender a gostar das coisas. Consegue até
aprender a gostar do que não gostava. Aprendemos a gostar de coisas novas e a valorizar coisas antigas.
Aprendemos a viver e a valorizar a necessidade que todos nós temos de gostar, de sonhar, de aprender.
Aprendemos a satisfazer as nossas necessidades de arte e beleza. Por isso, as pessoas cantam e ouvem
músicas, copiam versos para a pessoa amada, assistem a uma novela na televisão ou leem um livro.
LANDEIRA, J. L. Quando as palavras resolvem fazer arte. In: MURRIE, Z. F. (Coord.). Linguagens, códigos e suas
tecnologias: livro do estudante: Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 84.
92
Os textos literários, orais e escritos, que adianta ele dizer que não vai ler porque, pes-
procuram atender a essa necessidade humana soalmente, não considera aqueles livros
de arte são chamados de Literatura. Ocorre, literários?
no entanto, que nem todos consideram Lite-
ratura como o mesmo conjunto de textos. Os
gostos mudam de acordo com a época, o lu- Para você, professor!
gar e o grupo social. Além disso, grupos so-
ciais tentam impor o seu conceito de Literatu- É importante destacar aqui o papel social
ra para outros. Muitas vezes, fazem isso por da Literatura. Outros exemplos poderão ser
instituições como a escola, que, por meio das considerados: a adaptação de um texto literá-
bibliotecas e dos textos adotados pelos pro- rio para o cinema ou para a televisão; a lista
fessores, em especial de Língua Portuguesa, de livros da biblioteca; a seleção de livros das
acaba por selecionar o que é texto literário e livrarias; a lista de livros mais vendidos que
o que não é. encontramos em revistas e jornais etc.
A Literatura e a sociedade
Os textos, orais e escritos, que procuram atender à necessidade humana de arte são chamados de
Literatura. Ocorre que nem todos consideram Literatura como o mesmo conjunto de textos. Natu-
ralmente, não podemos reduzir o que é artístico apenas ao que é bonito.
Embora seja verdade que o conceito de Arte se relaciona aos conceitos de gosto e de belo, os
gostos mudam de acordo com a época, o lugar, a cultura e o grupo social. Por exemplo, alemães e
brasileiros, a princípio, não terão sempre os mesmos gostos. Na verdade, dificilmente duas pessoas
terão sempre os mesmos gostos ou classificarão as mesmas coisas como belas.
Além disso, grupos sociais tentam impor o seu conceito de literatura para outros. Muitas vezes
fazem isso por meio de instituições como a escola, que, conforme o acervo de suas bibliotecas e os
textos adotados pelos professores, em especial de Língua Portuguesa, acaba por selecionar o que é
texto literário e o que não é. O mesmo poderíamos falar das universidades: quem iria cogitar se um
determinado livro solicitado por uma universidade em um vestibular não é bonito o suficiente para
ser classificado como Literatura?
A Literatura, contudo, não é a única nessa situação: ela não é independente, mas está relacio-
nada aos demais fenômenos sociais e econômicos que configuram uma determinada sociedade. Os
fundamentos do que é Arte não são de origem individual, mas a obra de arte, sim: é a criação de um
indivíduo, o artista. Esse artista produz a obra de arte, um trabalho de imaginação.
A imaginação, por um lado, não pode fugir das referências da realidade. Por mais imaginativo que
seja o artista, sempre há algo de realidade em suas obras. Por outro, a imaginação do artista deve per-
mitir que a obra de arte vá além da realidade, não necessariamente contra essa realidade, mas desvelan-
do, possibilitando que o leitor do texto literário encontre, numa situação local, algo que seja universal.
O texto literário também não se deve confundir com o texto histórico. “Ah, esse livro é legal por-
que é baseado em fatos reais!” – isso não é um critério literário, mas histórico. A história descreve fa-
93
Professor, na versão do texto que está neste Caderno, grifa- A crônica é um gênero textual que sur-
mos as ideias-chave para organização do resumo. Elas deve- giu nos jornais. Pela sensibilidade do texto
rão, evidentemente, passar por um processo de textualização e do olhar atualizado que ela exige, mistu-
por parte dos estudantes. rando o cotidiano do autor com o cotidia-
no do mundo, ganhou um espaço na litera-
Com esse enfoque, vamos considerar mais tura de tal maneira que hoje podemos con-
de perto um gênero literário específico, a crô- siderá-la um texto que tanto pertence à
nica. Trata-se de um gênero importante, por lista de textos jornalísticos como à de tex-
ter grande aceitação e circulação social. tos literários.
Faça a leitura do texto em voz alta. Depois peça aos alunos que leiam. Dois alunos podem encar-
regar-se de ler o texto todo: um lê do título até “Assim ficara sabendo que não era ninguém...”; e o
outro continua daí. Avalie o ritmo de leitura, a articulação das palavras e as pausas. Faça comentá-
rios e incentive-os conforme notar que seja necessário.
O padeiro
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do
apartamento – mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma
coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um
lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a to-
mar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café
vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à
porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gri-
tando:
– Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
“Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater
a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz
que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é
ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
94
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para
explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu tam-
bém, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jor-
nal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um
dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal
que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou
artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu
coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é
ninguém, é o padeiro”.
E assobiava pelas escadas.
Braga, Rubem. O padeiro. In: ANDRADE, Carlos Drummond de; SABINO, Fernando; CAMPOS, Paulo Mendes;
BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, v. I - Crônicas. 12. ed. São Paulo: Ática, 1989. p. 63-64. Disponível em: <http://www.
tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/rubembraga.htm>. Acesso em: 29 maio 2013.
Se achar pertinente, peça aos alunos que comportamento humano. As mais diversas realidades, subje-
narrem, oralmente, o resumo da crônica. tivas e sociais, são apresentadas ao leitor pelo filtro da sensi-
bilidade e da arte.
Quanto à segunda questão, espera-se, no entanto, que os
Para você, professor! estudantes respondam, de forma geral, que se trata de um
narrador um pouco mais velho (“Ah, eu era rapaz naquele
Essa atividade, além de possibilitar que tempo!”), apreciador dos simples acontecimentos rotineiros
se desenvolva a habilidade de elaborar sín- e sensível à existência humana (“O jornal e o pão estariam
teses de textos lidos, permite que você ava- bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração
lie a habilidade dos alunos de inferir o tema eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos
e o assunto principal em um texto e desen- útil e entre todos alegre”).
volva estratégias de recuperação de conteú-
dos que ainda não tenham sido devidamen- 2. Com base na crônica lida, respondam, in-
te assimilados. dividualmente, mas trocando ideias entre
vocês, às questões a seguir: Quais as per-
sonagens envolvidas? Qual o acontecimen-
1. Respondam às questões: to narrado? Em que lugar ocorre? Quanto
tempo se passa? Que reflexão sobre o com-
ff Trata-se de uma obra literária? Por quê? portamento humano nos apresenta o nar-
ff Que imagem de narrador se forma na rador?
mente do leitor? Por quê?
Sim, trata-se de uma obra literária porque ela se caracteriza Professor, nessa resposta, você pode suge-
por representar um olhar diferenciado do autor, em que se rir que seus alunos organizem o quadro a se-
revelam reflexões críticas, e até poéticas, sobre aspectos do guir.
95
Explique os elementos da narrativa: perso- O folhetim evolui para crônica e esta para
nagens, ação, lugar, tempo. Tire dúvidas sobre a crônica literária, conservando, no entanto,
essas questões. É possível que o livro didático essa mistura entre a linguagem do cotidiano e
adotado tenha informações complementares a reflexão crítica e poética. A crônica é o texto
sobre esse tema. Aprofunde esse conhecimento. que procura surpreender os momentos da vi-
da que merecem ficar na memória.
Entre os textos narrativos literários de
maior circulação na sociedade desponta a crô- Observe que a vida do narrador é apre-
nica. A origem da palavra “crônica” é grega, sentada ao leitor a partir da rotina: nada de
de chronos, que significa “tempo”. Isso por- especialmente excitante ou diferente ocorre.
que uma das características definidoras da A memória, no entanto, a partir de uma
crônica é o seu caráter atual: fatos atuais são lembrança da véspera (“greve do pão dor-
apresentados ao leitor, acompanhados da re- mido”) viaja ainda mais para o passado e
flexão mais abrangente do escritor sobre o traz um detalhe da vida cotidiana: o encon-
comportamento humano. tro do narrador e do seu padeiro. Nesse en-
contro, no entanto, há espaço para toda
A crônica é um gênero literário de origem uma reflexão sobre a existência humana e a
brasileira. Surgiu no século XIX, derivada de necessidade de sermos humildes em tudo o
um gênero anterior chamado folhetim. A pro- que fazemos.
posta do folhetim era juntar, em um único tex-
to, a criação literária e a atividade jornalística. Discuta as experiências pessoais dos alu-
nos que eles, seguindo aquela narrada por
Em 1854, José de Alencar surge como o Rubem Braga, acreditam que dariam boas
principal nome do gênero “folhetim”, preocu- crônicas.
96
3. Agora, cada grupo vai elaborara sua pró- 7. Observe o primeiro parágrafo da crônica:
pria definição de Literatura. Cada defini-
ção deve ser copiada em uma folha A4 e Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho
afixada no mural da classe. Ela será reexa- a chaleira no fogo para fazer café e abro a
minada em outros momentos. porta do apartamento – mas não encontro o
Professor, com essa ação, espera-se construir uma etapa do pão costumeiro. No mesmo instante me lem-
processo de aprendizagem do conceito de Literatura, que bro de ter lido alguma coisa nos jornais da
deverá ser retomado e alterado no decorrer do desenvolvi- véspera sobre a “greve do pão dormido”. De
mento das atividades. resto não é bem uma greve, é um lock-out,
greve dos patrões, que suspenderam o traba-
4. Que imagem você formou do narrador da lho noturno; acham que obrigando o povo a
crônica O padeiro, quanto à idade que ele tomar seu café da manhã com pão dormido
tem e à forma como vê a vida? conseguirão não sei bem o que do governo.
A resposta é pessoal, mas espera-se que os alunos res-
pondam que se trata de um homem mais experiente que, I. As expressões abluções, suspenderam e
com base em sua vivência e nostalgia, é mais sensível aos dormido poderiam ser substituídas, sem
acontecimentos rotineiros, que podem ser grandes lições significativa perda de sentido, respecti-
de vida. vamente por:
97
98
ao pudor. Duas loiras terem a coragem de abraçar um negro? O comentário mais sóbrio dizia que
elas não tinham vergonha na cara. Estava fora de cogitação os adultos da época pensarem na proba-
bilidade de, algum dia, seus filhos e netos se miscigenarem com a gloriosa e alegre etnia negra, que
tanto adoçou o Brasil. O fato é que, hoje, as miscigenações estão acontecendo vigorosamente, e deve-
rão aumentar de intensidade no futuro, neste país mestiço. E o menino Pelé, na época mais ou menos
perdoado por seus gols pela indecência de abraçar duas loiras, hoje é rei e tem incontestável majesta-
de e um dos orgulhos da minha família, por exemplo, é ter as fotos da minha irmã Mariana, que é
jornalista na África do Sul, entrevistando Pelé em Johannesburgo.
Mas falávamos em futebol, e atravessamos, ébrios de patriotismo, aqueles anos de 58 a 62. Em 1962
eu já tinha dez anos e o futebol tinha me fisgado de vez. De novo ouvi os jogos pelo rádio – a televisão
não tinha chegado ainda. Naquela Copa, porém, minha alegria ficou um pouco acobertada pela surra
que levei quando, num dos gols do Brasil, pulei tanto sobre o sofá novo pé de palito que a minha mãe
acabara de ganhar, que quebrei o pé de palito do mesmo. Mas foi lindo ganhar; ah! como foi!
E aí chegamos em 1970, em plena época da televisão, e nunca mais vamos ter uma Seleção como
aquela! Por mais que curta História, a minha grande admiração pelo México não advém dos Maias
e Astecas, mas do maravilhoso calor humano daquele povo que se colocou, decididamente, a torcer
pelo Brasil, depois que o seu país foi eliminado da disputa. Maravilhosos mexicanos, vocês ficaram
no meu coração! Na ocasião, eu tinha 18 anos, mas formei um firme propósito: não morrer antes de
ver o Brasil campeão de novo, tamanha foi a emoção que vivi. Tive que esperar 24 anos para que tal
acontecesse, tive que amargar todas as derrotas do intervalo, mas tinha a certeza de que não iria
morrer antes de reviver a intensidade da alegria. Esperei 94 do mesmo jeito que esperara todas as
outras copas: de camisa da Seleção, bandeiras na varanda, um monte de simpatias para dar sorte, e
coração pulsando na mão. Pode rir quem quiser, mas sou daquelas torcedoras que ouve o Hino Na-
cional de pé e em silêncio, na frente da televisão, e quase tem um enfarto a cada jogada. Em 94, gravei
todos os jogos da nossa Seleção, e aquelas fitas são, hoje, a minha certeza de alegria e de bom humor.
Quando alguma coisa não vai bem, quando surgem os problemas e fica difícil sair do baixo-astral, eu
revejo um dos jogos da World Cup. Não demora muitos minutos para que eu esteja rindo sozinha
igual a uma boba, na frente da televisão, o coração aquecido pela mais pura e intensa alegria.
Minha meta foi atingida: vi o Brasil campeão mais uma vez. Só que agora não quero morrer sem
ver o Brasil campeão de novo.
Ah! Futebol, quantas alegrias já me trouxe!
KLUEGER, Urda Alice. Escritora e historiadora.
99
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
100
Revise a função social do poema e a importância do leitor 6. Retorne ao poema de Camões com que
para atribuir sentido a este gênero textual. abrimos esta Situação de Aprendizagem:
Que diferenças e semelhanças você encon-
5. Como o eu lírico vê o mundo? Que distin- tra entre os dois poemas?
ção existe no poema entre eu e os outros? Ambos falam de um ser que não é como os demais. O mo-
O eu lírico é diferente dos outros por assumir suas fraquezas, tivo disso, em Camões, é o amor; já em Fernando Pessoa,
por se apresentar como alguém que sente dificuldades de é a própria identidade humana, que se revela complexa
viver entre os outros. demais.
101
1. Para finalizarmos esta Situação Durante este ano, vamos nos esforçar
de Aprendizagem, formem duplas para que o projeto de texto substitua o ras-
ou trios e, orientados pelo profes- cunho borrão, que raramente produz efei-
sor, escrevam uma crônica literária, seguin- tos didáticos de melhoria da escrita.
do os critérios:
Elementos da narrativa
Tema a ser abordado na crônica:
Personagens:
Ação principal:
Espaço:
Tempo:
Estrutura do texto
Introdução:
(Questão básica: Como despertar a atenção do leitor para que ele leia o texto?)
102
Desenvolvimento da narrativa:
Conclusão/desfecho:
(Que reflexão eu gostaria de oferecer ao meu leitor? – deve harmonizar-se com a introdução.)
Situação de Aprendizagem 10
Um, dois, três... ação!
Conteúdos e temas: conceito de gênero; a fábula; texto teatral: diferenças entre texto teatral e texto espe-
tacular; verbo: aspectos estilísticos; polissemia.
103
Sugestão de estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com o desenvolvimento
de conteúdos a partir de estratégias específicas do professor; contrastar o mesmo tema em diferentes tex-
tos e discuti-lo, por meio de perguntas e respostas orais; analisar textos teóricos que tratam do assunto
abordado, permitindo familiarizar o aluno com a linguagem própria do texto acadêmico.
Sugestão de recursos: livro didático; dicionário de língua portuguesa; fotografias e textos de livros ex-
traclasse.
104
O protocolo
Comédia em um ato
Em casa de Pinheiro
(Sala de visitas)
Cena I
ELISA, VENÂNCIO ALVES
ELISA: Está meditando?
VENÂNCIO (como que acordando): Ah! perdão!
ELISA: Estou afeita à alegria constante de Lulu, e não posso ver ninguém triste.
VENÂNCIO: Exceto a senhora mesma.
ELISA: Eu!
VENÂNCIO: A senhora!
ELISA: Triste, por quê, meu Deus?
VENÂNCIO: Eu sei! Se a rosa dos campos me fizesse a mesma pergunta, eu responderia que era falta
de orvalho e de sol. Quer que lhe diga que é falta de... de amor?
ELISA (rindo-se): Não diga isso!
VENÂNCIO: Com certeza, é.
ELISA: Donde conclui?
105
Conheça melhor o autor da obra: Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na cidade do Rio
de Janeiro, em 21 de junho de 1839 e faleceu em 29 de setembro de 1908. Fundador da Aca-
demia Brasileira de Letras, foi cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista,
romancista, crítico e ensaísta. É considerado o maior escritor brasileiro e um dos maiores do mundo.
106
CREONTE – É teu esposo, minha irmã, é Édipo quem pretende tratar-me de um modo estranho e
decidir ele próprio se me expulsará de Tebas ou se me condenará à morte.
ÉDIPO – Exatamente! Não o surpreendi armando criminosamente contra a minha pessoa uma
intriga criminosa?
SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L&PM, 2013. p. 41
107
108
109
Leia a seguir um trecho da peça teatral O noviço, de Martins Pena e responda: O que o
trecho sugere que vai acontecer na peça?
O noviço
Ato primeiro
Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vidro, jarras com flores, cortinas, etc., etc. No
fundo, porta de saída, uma janela, etc,. etc.
110
[...]
AMBRÓSIO – Escuta-me, Florência, e dá-me atenção. Crê que ponho todo o meu pensamento
em fazer-te feliz...
FLORÊNCIA – Toda eu sou atenção.
AMBRÓSIO – Dois filhos te ficaram do teu primeiro matrimônio. Teu marido foi um digno
homem e de muito juízo; deixou-te herdeira de avultado cabedal. Grande mérito é esse...
FLORÊNCIA – Pobre homem!
AMBRÓSIO – Quando eu te vi pela primeira vez, não sabia que eras viúva rica. (À parte:) Se o
sabia! (Alto:) Amei-te por simpatia.
FLORÊNCIA – Sei disso, vidinha.
AMBRÓSIO – E não foi o interesse que me obrigou a casar contigo.
FLORÊNCIA – Foi o amor que nos uniu.
AMBRÓSIO – Foi, foi, mas, agora que me acho casado contigo, é de meu dever zelar essa fortuna
que sempre desprezei.
Esse trecho dá fortes indícios da fábula a so. Carlos fica livre do convento e pode se
ser apresentada na peça de teatro. Permita casar com Emília.
que, oralmente, os alunos expressem o que
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
conseguem adiantar a esse respeito.
111
4. Como o texto de Martins Pena foi escrito b) herança, ensinamentos, exigências, tor-
no século XIX, algumas palavras só podem nar-se profissional.
ser compreendidas em nossa época se pro-
curarmos seus significados em um dicioná- c) herança, chateações, exigências, fazer
rio. Faça uso de um para resolver a questão votos.
proposta.
d) herança, exigências, votos, ensinar.
As palavras destacadas nos trechos a se- Solicite aos alunos que usem o dicionário para verificar o
guir podem ser substituídas, respectiva- sentido, no texto, das palavras “legítima” (porção da he-
mente, por: rança reservada por lei aos herdeiros), “demandas” (exi-
gências) e “professar” (fazer votos, ao entrar para uma
I. “Casar-se-á, e terás um genro que exi- ordem religiosa). Explique-lhes que O noviço, de Martins
girá a legítima de sua mulher...”. Pena, é uma peça de teatro do século XIX, o que traz con-
sigo algumas dificuldades para o leitor do século XXI, mas
II. “[...] e desse dia principiarão as amofi- nada que o sentido geral do texto ou ir de vez em quando
nações para ti, e intermináveis deman- ao dicionário não resolva. Incentive os alunos a ler essa
das.” peça de teatro.
III. “E eu julgo que podes conciliar esses Pergunte, oralmente, as diferenças entre
dois pontos, fazendo Emília professar fábula, como gênero narrativo e fábula no
em um convento.” texto teatral. Trata-se de uma questão de re-
capitulação que visa a possibilitar que os
a) divisão, exigências, penas, ensinar.
112
alunos tomem consciência dos conteúdos escrito –, que não nasce do nada. Para comu-
apreendidos. nicar, ela precisa obedecer a certas regras. To-
da manifestação da linguagem ocorre por
1. Encontre alguns poemas no livro meio de textos. Os textos surgem de acordo
didático. Compare-os com a fábula com as diferentes atividades do ser humano, o
da toupeira. Que diferenças há? Es- que possibilita serem agrupados em gêneros
creva suas impressões no caderno. textuais.
Professor, são gêneros muito distintos. Observe, em que me-
dida, ressaltam as características de cada um. Os gêneros textuais surgem de acordo com
a sua função na sociedade, seus conteúdos,
2. Na próxima aula, seu professor vai recapi- seu estilo ou a forma como são construídos.
tular os conceitos básicos que distinguem
o texto em verso do texto em prosa. Com- Gênero – como a “fábula”, a “crônica”, a
pare suas anotações com a explicação do “notícia de jornal” – é o nome dado às dife-
professor para esclarecer suas dúvidas. rentes formas de linguagem que circulam no
Esta é a oportunidade de explicar, brevemente, os conceitos nosso dia a dia. Estamos inundados de gê-
básicos que distinguem o texto poético do texto em prosa. neros textuais. Eles são a forma como a lín-
O texto poético, normalmente, é escrito em versos. já o texto gua organiza-se nas inúmeras situações de
em prosa, não. Cada linha de um texto poético é denomina- comunicação que vivemos na sociedade.
da “verso”, o conjunto de versos em um poema é denomi- Dominar o maior número possível de gêne-
nado “estrofe”. Explique também o que é rima e ritmo: você ros – interagindo com eles na recepção, na
encontrará no livro didático adotado, na biblioteca ou sala produção ou em ambas as situações – per-
de leitura de sua escola, oportuno material de apoio para a mite-nos melhorar o nosso relacionamento
preparação de sua aula. Este não é, entretanto, o momento com os outros.
de aprofundar as diferenças entre linguagem poética e lin-
guagem em prosa. Apenas desejamos que os alunos perce- Nesse momento, sugerimos que divida a
bam as diferenças de forma e uso social que constituem os classe em grupos de quatro a cinco alunos e
diferentes gêneros. É com esse olhar que desejamos promo- peça que façam uma relação dos diferentes
ver esse questionamento. Se julgar conveniente, pergunte gêneros de textos utilizados por eles no dia a
também: Quando alguém lê um poema? Por quê? dia. Entre os gêneros selecionados, quantos
estão diretamente relacionados a atividades
Todos somos seres de comunicação. Ao de oralidade? E à linguagem escrita (leitura e
nos dirigirmos a alguém – não importando produção escrita)? Circule pela sala durante
quem seja, mesmo que esse alguém seja nós as discussões, certificando-se do aprendizado
mesmos –, elaboramos a nossa identidade, ou dos alunos.
seja, tornamo-nos, por exemplo, cronistas,
contadores de fábulas, poetas, repórteres, co- Essa atividade é de avaliação formativa.
mentadores de programas de televisão ou Encare-a como um modo de observar o que
cientistas etc. os alunos não entenderam (fazendo as inter-
venções necessárias) e o que sabem.
Para nos comunicarmos, fazemos uso das
mais variadas linguagens. Qualquer atividade Os gêneros textuais e o verbo
humana está relacionada com a linguagem,
muito especialmente com a linguagem verbal 1. Destaque as frases e palavras-chave do tex-
– aquela que produzimos oralmente ou por to a seguir e, no caderno, faça um resumo.
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Professor, foram grifadas as palavras-chave do texto. Discuta- que eles mantêm na construção da nar-
-as com os alunos, que deverão usá-las como eixo norteador rativa. Sublinhe todos os verbos que apa-
do resumo. recem no texto para resolver o exercício
seguinte.
Considere o jogo teatral feito no momento Certa vez uma toupeira, que é um animal cego, disse à
de “Sondagem”. Recorrendo às frases feitas, sua mãe que estava enxergando. A mãe resolveu fazer um
recapitule o que foi desenvolvido na aula ante- teste: pôs diante dela um grão de incenso e perguntou-lhe
rior: a importância do contexto na produção o que era. “Um pedregulho”, respondeu a jovem toupei-
do texto oral e o valor do verbo na construção ra. A mãe lamentou-se: “Minha filha, cega eu já sabia que
da narrativa. Peça agora que encontrem os você era, mas agora sei também que você perdeu o ol-
verbos na fábula da toupeira. fato!” O impostor promete o impossível: mas pouca coisa
o desbarata.
Provavelmente, será necessário recapitular
os conteúdos específicos sobre o que é verbo Número: os verbos da língua portuguesa
e quais as suas principais dimensões morfos- admitem dois números: o singular e o plural.
sintáticas de estudo (número, tempo, modo, É o sujeito (singular ou plural) que determina
pessoa). Você encontrará reflexões no livro o número do verbo.
didático adotado, além daquelas que aborda-
remos aqui. Pessoa: o verbo possui três pessoas:
2. Voltemos à fábula da toupeira. Releia Primeira pessoa: aquele que fala; corres-
o texto, prestando especial atenção aos ponde aos pronomes pessoais eu (singular) e
verbos e à importante relação temporal nós (plural).
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Segunda pessoa: aquele com quem se fala; 3. Que modo verbal predomina na fábula? O
corresponde aos pronomes pessoais tu (singu- que isso nos revela?
lar) e vós (plural). Predomina o Modo Indicativo. Isso é bem apropriado para o
tom de certeza moralizadora. Ou seja, sempre que alguém
Terceira pessoa: aquele de quem se fala; se porta como a toupeira, ocorre a mesma coisa. Destaque
corresponde aos pronomes pessoais ele, ela que a ordem “Não faça como a toupeira” aparece de forma
(singular) e eles, elas (plural). implícita, não sendo verbalizada em nenhum momento.
O teatro na Grécia Antiga surgiu a partir Nas sentenças a seguir, reflita com os alu-
de manifestações a Dioniso, deus do vinho, nos se o verbo sublinhado faz referência a um
da vegetação, do êxtase e das metamorfoses. fato narrado antes ou ao mesmo tempo que o
Pouco a pouco, os rituais dionisíacos foram momento da fala.
se modificando e se transformando em tragé-
dias e comédias. Dioniso se tornou, assim, o a) Disse-me Paulo: “Como fica claro, ago-
deus do teatro. ra eu jogo pingue-pongue”.
Atenas é considerada a terra natal do A ação de jogar ocorre ao mesmo tempo que Paulo me diz algo.
teatro antigo, e, sendo assim, também do
teatro ocidental. “Fazer teatro” significava b) Luana pensou: “Ontem me diverti muito”.
respeitar e seguir o culto a Dioniso. A ação de divertir-se ocorreu antes do pensamento de Luana.
116
c) Dona Rute respondeu: “Estou muito Relembre aos alunos que chamamos de fá-
ocupada!” bula o relato ou a história da peça de teatro: o
Dona Rute está ocupada ao mesmo tempo em que res- relato de acontecimentos organizados em uma
ponde. sequência temporal e causal de ações, mesmo
que não haja qualquer proposta moral.
d) Dona Rute respondeu: “Estive muito
ocupada!”
Dona Rute estava ocupada antes de responder. Voltando ao sentido do verbo
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Conclusões sobre o
Características Exemplo de uso Características Exemplo de uso
uso de um ou outro
do Perfeito do Perfeito do Imperfeito do Imperfeito
tempo no texto
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to” sequer aparece no texto. É necessário Utilize diferentes textos do livro didático
que o aluno compreenda claramente a opo- para mais exercícios de análise do uso expres-
sição “Perfeito e Imperfeito” e depois sivo do Pretérito Perfeito e Imperfeito.
aponte o que pertence a cada um desses
tempos na fala do autor. O conhecimento
3. Reúnam-se em duplas ou em trios. Alte-
estilístico constrói uma ponte entre a di-
rem o texto poético a seguir, de Álvaro de
mensão literária e a linguística.
Campos, heterônimo de Fernando Pessoa,
passando os verbos que estão no Presente
do Indicativo (destacados) para o Passado.
Use o caderno para reescrever o poema.
Por causa da dimensão afetiva,
o Pretérito Imperfeito é tam-
bém mais indicado quando nos Não
referimos a tempos indeterminados, em
Não: devagar.
que é mais importante a dimensão emo- Devagar, porque não sei
cional do Passado do que a sua dimen- Onde quero ir.
são cronológica. Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Quando dizemos Era uma vez..., em Há entre quem sou e estou
vez de Foi uma vez..., a nossa preocu- Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
pação é destacar a ação que ocorreu
nesse passado afetivo, um passado má- Devagar...
Sim, devagar...
gico, no qual havia fadas e outros seres Quero pensar no que quer dizer
fantásticos. Um leitor esclarecido, a Este devagar...
menos que tenha determinada razão Talvez o mundo exterior tenha pressa
[demais.
para isso, não se aproxima dos contos Talvez a alma vulgar queira chegar mais
de fadas para saber quando efetiva- [cedo.
mente ocorreram as ações, mas para Talvez a impressão dos momentos seja
aproximar o acontecido de sua ima- [muito próxima...
ginação e memória afetiva. Além dis- Talvez isso tudo...
so, o Pretérito Imperfeito desenha um Mas o que me preocupa é esta palavra
[devagar...
cenário dentro do qual ocorre determi- O que é que tem que ser devagar?
nada ação pontual. Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Exemplo: Eu caminhava apressada Mas ouviu alguém isso a Deus?
quando vi meu namorado com outra. PESSOA, Fernando. Poemas de Álvaro de Campos.
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_
Caminhava: Pretérito Imperfeito obra=16598>. Acesso em: 29 maio 2013.
119
120
1. Qual das cinco fábulas a seguir é a mais apropriada para o título O homem que desejava comprar
um asno?
I
Um asno pusera por cima do corpo uma pele de leão e todos passaram a crer que realmente se tra-
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II
Um asno que usava a pele de um leão começou a causar terror entre os outros animais. Quando viu
uma raposa, quis dar-lhe também um susto. Mas a raposa esperta, que o tinha visto zurrar, disse-lhe:
“Eu teria levado um susto se não tivesse te ouvido zurrar”.
ESOPO. Fábulas. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_
obra=5236>. Acesso em: 29 maio 2013. Traduzido especialmente para esta obra.
III
Um homem estava desejoso de comprar determinado asno, mas resolveu, antes, levá-lo para testar. Pôs-
-lhe um cabresto e colocou-o no meio dos outros asnos que possuía. Mas o animal em pouco tempo se
aproxima do mais preguiçoso e guloso deles, afastando-se dos demais companheiros. E ali ficou,
escapando de toda e qualquer labuta. O homem, então, amarrou-lhe uma corda ao pescoço e devolveu-
-o ao dono. Este então perguntou se a experiência valera a pena, ao que o homem respondeu: “Nem
precisei testá-lo, pois rapidamente vi que ele se parece com o companheiro que escolheu”.
IV
Lá vai um homem para a feira com um cavalo e um asno. Enquanto caminhavam juntos, o asno pede
ao cavalo: “Se minha vida é importante para você, ajude-me a carregar este meu pesado fardo”. O
cavalo, orgulhoso, ignorou-o, e o asno, poucos passos depois, caiu morto. O dono então resolve acres-
centar às costas do cavalo não só a carga do asno, como também o animal morto. O cavalo, dando-se
conta de seu triste destino, lamenta: “Como sou infeliz! Que destino triste eu tive! Não quis ajudar ao
asno e, agora, carrego tudo em dobro e até mesmo o morto!”
V
Uma vez, numa linda manhã de sol, um asno selvagem viu um asno domesticado. Imediatamente,
felicitou-o por sua pança redonda:
“Você é feliz, meu amigo! Bela e regalada vida você tem! Tudo com fartura!”
Mas, algum tempo depois, quando o mesmo asno selvagem vê o seu amigo domesticado carregando
122
pesada carga no lombo, ainda por cima, apanhando do dono, exclamou: “Puxa! Não tenho inveja da
vida que você tem, agora que estou vendo como você paga a sua fartura!”.
Habilidades principais de leitura/escrita a serem desenvolvi- b) Desenha um fundo no qual ocorre de-
das: construir e valorizar expectativas producentes de leitura. terminada ação: a morte do asno e o
aumento da carga do cavalo.
2. Releia a fábula correspondente ao item V
da questão anterior. Qual a moral mais c) Reforça a ideia de que o homem gostava
adequada à narrativa? muito de seus animais.
b) Para nos destruir mais, o inimigo se faz e) é mais interessante porque valoriza
pequeno diante de nós. mais a língua portuguesa no uso correto
das normas gramaticais.
c) Somos julgados por nossas companhias. Habilidade principal de leitura/escrita a ser desenvolvida:
identificar o valor estilístico do verbo (Pretérito e Presente do
d) As astúcias dos maus não atingem o Indicativo) em textos literários, tornando-o um valor operati-
sensato. vo no processo de leitura e escrita.
123
O menino e seu amiguinho ___________ (brincar) nas primeiras espumas; o pai _______________
(fumar) um cigarro na praia, batendo papo com um amigo. E o mundo _______________ (ser) ino-
cente, na manhã de sol.
Foi então que ______________ (chegar) a Mãe (esta crônica é modesta contribuição ao Dia das
Mães), muito elegante em seu short, e mais ainda em seu maiô. Trouxe óculos escuros, uma esteirinha
para se esticar, óleo para a pele, revista para ler, pente para se pentear – e __________________ (trazer)
seu coração de Mãe que imediatamente se pôs aflito achando que o menino estava muito longe e o mar
estava muito forte.
BRAGA, Rubem. A cidade e a roça.
Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964. p. 57.
Resposta esperada: brincavam; fumava; era; chegou; trouxe. identificar o conceito de adequação social, tornando o verbo
Habilidade principal de leitura/escrita a ser desenvolvida: um valor operativo no processo de leitura e escrita.
Como isso nem sempre é um procedimen- Organize um quadro para tabular as res-
to já apropriado pelos alunos, auxilie-os a postas. Essa tabulação revelará quais os con-
realizá-la oferecendo um quadro com conte- teúdos, as competências e as habilidades que
údos, competências e habilidades trabalha- não foram apreendidos pela maioria da turma
dos no volume (você pode compô-lo a partir e quais os alunos que não se apropriaram de
dos elaborados para este Caderno) e um pe- grande parte do que foi trabalhado.
queno questionário que deverá ser respondi-
do com base nesse quadro. Ao longo deste Utilize esse quadro e os resultados das ava-
volume, que conteúdos você: liações aplicadas por você para elaborar estra-
tégias de recuperação imediata, de acordo
1. Gostou de estudar? Por quê? com as necessidades específicas de sua turma.
2. Achou que foram pouco interessantes? Por Em relação aos conteúdos não dominados
quê? pela maioria da turma, elabore novas estraté-
124
gias de leitura e escrita em textos expositivos, to) encontrados no texto. Peça também que
informativos e literários, incluindo a valoriza- comentem o valor literário dessa crônica, defi-
ção de expectativas de leitura e a intertextuali- nindo o que é Literatura a partir desse texto.
dade temática, entre outras questões. Lembre-
-se de que a apropriação dessas habilidades Também é necessário identificar os alunos
não é um processo que ocorre rapidamente. que não dominam a maior parte do que foi
Ele leva tempo e exige que os alunos avancem trabalhado e organizar um roteiro de estudos
em sua maturidade. A mesma coisa ocorre pessoais para eles. Não hesite em formar gru-
com a inferência de tese, tema ou assunto prin- pos de estudos com esses alunos e aqueles que
cipal em um texto, que neste volume aproxi- declararam, ao responder ao questionário, que
mou-se da habilidade de sintetizar textos. sabem tão bem o assunto que poderiam expli-
cá-lo aos colegas. Nessa interação, ganham os
Por outro lado, identificar o valor estilístico que aprendem e os que ensinam. Os que apren-
do verbo (Pretérito e Presente do Indicativo) dem terão o conteúdo visto pelos olhos de al-
em textos literários, tornando seu valor opera- guém mais próximo deles que o professor, com
tivo no processo de leitura e escrita, construiu a uma linguagem que compreenderão mais fa-
principal ponte entre a dimensão literária e lin- cilmente; os que ensinam reorganizarão seus
guística no volume em que começamos a ope- conhecimentos de tal maneira que estes fica-
racionalizar nossos conhecimentos de Literatu- rão mais firmemente incorporados.
ra, vendo-a como sistema social complexo.
Antes de propor novos estudos, porém, ve-
Caso você verifique (depois de retomar es- rifique se os alunos dispõem, no caderno, das
ses conteúdos de maneira diferente das que anotações necessárias para fazer os trabalhos
usou ao longo deste volume) que alguns alu- indicados. Peça que identifiquem, nos aponta-
nos ainda não conseguiram incorporar os mentos, quais as reais dificuldades encontra-
conceitos e conteúdos especificados, propo- das e peça que as revejam para verificar se as
mos que solicite a eles que tragam um texto dúvidas foram solucionadas após as ativida-
literário, de preferência uma crônica, acompa- des de recuperação.
nhado de uma breve análise escrita por eles,
em um parágrafo de até dez linhas, no qual É importante, no entanto, que se dê aten-
devem identificar o gênero do texto e analisar ção às dificuldades gerais da classe para traba-
o uso expressivo de cinco verbos (no Pretéri- lhar com elas ao longo do próximo volume.
Se for conveniente, o professor pode usar Allen. EUA, 1995. 95 min. 14 anos.
os seguintes recursos para aprofundar o as- Oito anos depois de adotar um bebê, o pai
sunto da aula: adotivo procura a mãe biológica da criança e
descobre que ela é uma prostituta decadente e
Filmes burra. Inconformado com a realidade da mãe
de seu filho, o homem decide ajudá-la a aban-
Poderosa Afrodite donar o submundo. O filme mostra caracterís-
Comédia com Woody Allen, Mira Sorvino e ticas do teatro grego, interessante para ilustrar
Helena Bonham Carter. Direção: Woody a Situação de Aprendizagem 10.
125
126
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Esferas de atividades sociais da linguagem Esferas de atividades sociais da linguagem Esferas de atividades sociais da linguagem
A literatura como sistema intersemiótico Ética, sexualidade e linguagem África e Brasil: relações hipersistêmicas
O eu e o outro: a construção do diálogo e Literatura e seu estatuto (cultura, língua e sociedade)
do conhecimento O escritor no contexto social-político- Diversidade e linguagem
A construção do caráter dos enunciadores -econômico do século XIX Trabalho, linguagem e realidade brasileira
A palavra: profissões e campo de trabalho As propostas pós-românticas Literatura modernista e tendências do Pós-
O texto literário e o tempo Literatura e realidade social -modernismo
Comunicação, sociedade e poder Linguagem e projeto de vida
Leitura e expressão escrita Ruptura e diálogo entre linguagem e
tradição
Estratégias de pré-leitura Leitura e expressão escrita
• Conhecimento sobre o gênero do texto Leitura e expressão escrita
e a antecipação de sentidos a partir de Estratégias de pré-leitura
diferentes indícios Estratégias de pré-leitura • Relações de conhecimento sobre o gênero
Estruturação da atividade escrita • Relações de conhecimento sobre o gênero do texto e antecipação de sentidos a partir
Volume 2
128
129
Coordenadora Geral do Programa São Paulo PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
faz escola PEDAGÓGICO Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,
Valéria Tarantello de Georgel Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Área de Linguagens
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Suely Cristina de Albuquerque Bomfim e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
EQUIPES CURRICULARES Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Ventrella. Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Nogueira. Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
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Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
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Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
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Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
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Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Área de Ciências da Natureza Área de Matemática
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Rodrigo Ponce. Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Maria da Graça de Jesus Mendes. Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Impressão e acabamento sob a responsabilidade
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são S239m São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
indicados sites para o aprofundamento de conhecimen-
tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; língua portuguesa,
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços ensino médio, 1a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Débora Mallet
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, João Henrique Nogueira Mateos, José Luís Marques López
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Landeira. - São Paulo : SE, 2014.
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. v. 1, 136 p.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de
Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos ISBN 978-85-7849-548-0
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
1. Ensino médio 2. Língua portuguesa 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Angelo, Débora
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Mallet Pezarim de. III. Aguiar, Eliane Aparecida de. IV. Mateos, João Henrique Nogueira. V. Landeira, José
Caderno do Professor para apoiar na identificação das Luís Marques López. VI. Título.
atividades. CDU: 371.3:806.90