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Reencontros

Avaliação de diagnóstico
Leitura
1. Lê o conto seguinte.

Onde está a felicidade?


O nde está a felicidade? Ninguém sabe onde ela para ou onde se

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pode encontrar. Há quem diga que não está em nenhum lugar e que sim-
plesmente acontece. E, no entanto, em algum sítio há de estar. Não lhes
parece?
5 Às vezes está tão perto, tão à vista, que nos passa despercebida e outras
tão distante, tão escondida nesse tal lugar, que uma vida não chega para lá
chegar.
Há os que pensam que só a encontramos se não a procurarmos. Nem
pensarmos nisso. E os que estão convencidos de que é preciso procurá-la
10 sem cessar. Por isso, ouçam agora a história do Sr. Pascoal, que vivia desde
menino numa aldeia pequenina, à beira-mar. Era um belo sítio para se
morar, já se vê, e ele sentia-se bem, mas faltava-lhe qualquer coisa, não
sabia o quê. E essa qualquer coisa, achava ele, era a felicidade.
Fez então as malas e saiu de casa à procura dela. Foi de aldeia em aldeia,
15 de vila em vila, de cidade em cidade, e encontrou tudo o que procurava,
tudo menos a felicidade.
Ao longo do 5.º ano, treinaste “Isto é bonito”, dizia ele para ninguém. “Mas ainda não é aqui que me
a tua velocidade de leitura.
Deves, pois, ser capaz de ler sinto bem”.
um texto com uma velocidade Decidiu então partir para mais longe. E foi assim que deu várias voltas ao
de, no mínimo, 140 palavras
por minuto (blocos assinalados
20 mundo e conheceu cada recanto de tudo o que existia, dos bosques da No-
por ). Ao longo do 6.º ano, ruega às montanhas do Japão. E viu coisas de pasmar, a felicidade é que não.
continuarás este treino, de modo
a conseguires aumentar a tua
Mesmo assim, continuou a procurá-la, viajando sem parar, sim, porque
velocidade de leitura. em algum sítio ela havia de estar.
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Avaliação de diagnóstico

E estaria? Já vamos saber. O tempo, como sabem, passa a correr e, um


25 dia, o Sr. Pascoal percebeu que estava a envelhecer. Tinha os cabelos bran-
cos, as pernas fracas, os ossos doridos, a vista cansada. Andara muito nesse
dia e parou em frente de uma velha casa abandonada.
Os vidros das janelas estavam partidos, a poeira invadia quartos e salas,
o mato cobria o jardim.
30 Ele olhou aquilo e pensou assim:
“Nesta casa, desprezada e sem dono, vou construir a minha felicidade.”
E consertou o telhado, pôs vidros nas janelas, pintou as paredes, cuidou
do jardim.
“Agora sim”, pensou ele por fim. “Aqui está um bom sítio para se morar”.
35 Sentou-se então num sofá da sala, em frente à lareira, a descansar.
“Que bem que eu me sinto”, disse para si.
E percebeu então que aquela estranha sensação de bem-estar era esse
não sei quê que ele tanto procurara: a felicidade. Estava ali.
“Finalmente encontrei-a”, gritou o Sr. Pascoal, muito entusiasmado.
40 Estava tão contente que se pôs aos saltos e veio para a rua festejar, es-
quecido já da sua idade. Reparou então que estava na aldeia de onde par-
tira há muitos anos e que aquela casa era a sua própria casa, a mesma que
ele abandonara para procurar a felicidade.
Álvaro Magalhães, O senhor do seu nariz e outras histórias, Ed. ASA, 2015 (págs. 25-28)

2. Relê as linhas 8 a 10, em que o narrador afirma que há duas maneiras diferen-
tes de pensar em relação à busca da felicidade.
2.1. A que grupo pertencia o Sr. Pascoal?
2.2. O que decidiu ele fazer para descobrir a felicidade?

3. A certa altura, o Sr. Pascoal interrompeu a sua busca. Porquê?

4. 
“Agora sim”, pensou ele por fim. “Aqui está um bom sítio para se morar”. [linha 34]
4.1. Que sítio era esse?

5. Regista (no teu caderno) qual dos esquemas abaixo representa o caminho que o
Sr. Pascoal percorreu até encontrar a felicidade. Justifica a tua resposta.

a.  Partida Chegada
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b.  Partida Chegada

c. Partida      Chegada

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Reencontros

Gramática
1. O Sr. Pascoal fez uma longa viagem em busca da felicidade.
Transcreve da frase acima:
a. um nome comum;
b. um nome próprio;
c. um verbo;
d. um determinante;
e. um adjetivo;
f. uma preposição (simples ou contraída
com um determinante).

2. Regista (no teu caderno) a função sintática do elemento sublinhado em cada frase.

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a. O Sr. Pascoal vivia numa aldeia pequenina.
b. Ele desejava a felicidade. 1. sujeito
c. Percorreu o mundo inteiro. 2. predicado
d. Ele reconstruiu uma casa velha e abandonada. 3. complemento direto
e. Aquele velho viajante encontrou aí a felicidade. 4. complemento indireto
f. Ele contou a sua descoberta aos vizinhos.

3. Relê o seguinte excerto do texto:

“Finalmente encontrei-a”, gritou o Sr. Pascoal, muito entusiasmado. [linha 39]

3.1. Copia para o teu caderno a opção que completa adequadamente a afir-
mação, tendo em conta o sentido do texto.
Na frase transcrita, o pronome pessoal sublinhado está em vez de
a.   uma casa boa para morar. c.   a felicidade.
b.   a minha própria casa. d.   a tranquilidade.

4. Completa as frases seguintes, conjugando os verbos entre parênteses nos


tempos indicados.
a. O Sr. Pascoal    para encontrar a felicidade.
(viajar – pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo)
b. Ele    que lhe faltava qualquer coisa.
(sentir – pretérito imperfeito do indicativo)
c. Por isso, o Sr. Pascoal    percorrer o mundo.
(ir – pretérito perfeito do indicativo)
d. Daqui para a frente, ele    feliz na sua aldeia.
(viver – futuro do indicativo)
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Oralidade
1. No dia 20 de março de 2013, a estação de rádio TSF
E a si,
transmitiu as respostas de várias pessoas à pergunta: o que é que
Ouve um excerto desse programa. Antes, porém, o faz feliz?
começa por ler as perguntas abaixo, às quais terás de
responder.

1.1. Regista, no teu caderno, a afirmação correta:


a.  Na gravação, ouvem-se as respostas das pessoas questionadas e
uma explicação da locutora.
b.  Na gravação, ouvem-se partes de respostas de várias pessoas, a
locutora e o depoimento de uma senhora.
c.  Na gravação, ouvem-se excertos das respostas das pessoas in-
quiridas e a resposta completa de uma senhora.

1.2. O que permite afirmar que foram inquiridas pessoas de várias idades?

1.3. Que comemoração pretendeu a TSF assinalar?

1.4. O que é a felicidade para a última senhora que falou?

1.5. Indica, no teu caderno, a afirmação correta.


A escolha da senhora foi influenciada pelo facto de
a.   gostar de passear ao ar livre e de sentir o Sol no corpo.
b.   ainda ter forças para se mexer, levantar, andar, correr.
c.   ter acompanhado pessoas que estavam no final da vida.

2. O(A) professor(a) vai ler listas de palavras. Realiza (no teu caderno) a tarefa indi-
cada em cada caso.
a. Todos os nomes que vais ouvir indicam sentimentos, menos um. Qual?
b. Todos os nomes que vais ouvir indicam profissões, menos um. Qual?
c. Todos os verbos que vais ouvir começam por en ou em, menos um. Qual?

Escrita
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1. A felicidade pode encontrar-se em pequenas coisas. Escreve um breve texto


(dez linhas) em que refiras uma ou duas coisas que te fazem feliz, explicando
porquê.

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