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BETÃO BRANCO
2) características mecânicas
3) utilização estrutural.
1 - FABRICO
1.1.1 - Cimento
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS
Ainda por cima, o gesso utilizado no seu fabrico é, necessariamente, branco, quase sempre já
em forma desidratada, pelo que a sua eficiência como regulador de presa é inferior, agravando mais
um pouco aquele comportamento.
Com uma maior finura do cimento surge uma maior resistência mecânica, nomeadamente nas
idades jovens. Por outro lado, sendo o cimento constituído por partículas de menores dimensões, a
quantidade de água necessária para a aquisição de uma determinada trabalhabilidade é superior, o
que, caso não sejam tomadas medidas alternativas, poderá acarretar um aumento da porosidade e da
retracção plástica destes betões.
A cor branca deve-se à quase ausência de óxidos pigmentantes, tais como os óxidos de ferro,
de crómio e de alumínio, entre outros. É então facilmente previsível a correlação entre a diminuição
daqueles teores e a brancura do cimento. Assim, todo o esforço colocado na lavagem dos calcários e
na sua pureza, nas contaminações provenientes dos caulinos brancos, nas areias, no processo de
moagem de cru e de cimento e nas contaminações industriais de transporte, armazenagem e
distribuição, conducentes à diminuição daqueles teores, reflecte-se directamente naquele parâmetro
de qualidade.
82
0,3
80
0,2
78
0,1
76
74 0
1992 1995 1996 1997
Datas
1.1.2 - Inertes
De facto, uma areia com um teor de finos inferior a 3%, de acordo com a NP 86, é aceitável
segundo aquela Especificação, mas os requesitos de homogeneidade de cor do betão branco pedem
um controlo mais apertado daquele teor. Com efeito, a utilização de areias com teores variáveis até
aquele valor conduzirá a oscilações importantes da tonalidade do betão branco que afectará a
homogeneidade da cor nos paramentos das peças.
É sabido que as exigências de qualidade das superfícies dos paramentos são atingidas através
do correcto dimensionamento e opacidade da espessura da camada de pele do betão. Nos betões
cinzentos, a opacidade desta camada é facilmente conseguida, sendo a camada essencialmente
constituída por partículas de cimento. Mas nos betões brancos, a espessura da camada de pele terá
de ser superior (ver figura 2) e faz todo o sentido a utilização de fíleres, quer por razões de ordem
económica quer por razões de ordem técnica, pois uma excessiva dosagem em cimento implica maior
calor de hidratação e maior risco de fissuração.
Contudo, a tonalidade dos fíleres vai influenciar consideravelmente a tonalidade dos betões
brancos, no quadro 2 evidenciando-se o seu efeito na capacidade do betão em reflectir a luz,
denominada por índice de reflectância e determinada a partir de medições colorimétricas em que ao
branco puro corresponderá um índice de reflectância de 100.
Calcário 73
Silicioso 78
Mármore 82
A natureza do fíler é também importante, porque se o material de origem tiver uma maior
absorção (caso dos calcários), o fíler aumenta a tensão superficial e a coesão do betão, absorvendo o
excesso de água livre libertada aquando da vibração. Assim se minimiza a tendência para a migração
de finos, que muito danificam o paramento, conforme se verifica na fotografia 1.
1.1.3 - Adjuvantes
O uso de retardadores no betão branco é também quase sempre necessário para controlar o
rápido início da presa do cimento branco. A dosagem habitual varia entre 0,3 e 0,6%, em função do
produto e do fabricante, devendo-se, para cada caso, avaliar qual a dosagem necessária para
compatibilizar a manutenção das trabalhabilidades necessárias com a velocidade das betonagens.
Desta forma evitam-se defeitos superficiais graves, como sejam a formação de juntas de betonagem,
bem visíveis na fotografia 2 e motivadas por espera não compatível com a perda de trabalhabilidade
do betão da primeira camada, o qual não pode depois ser homogeneizado com o betão da camada
superior.
1.1.4 - Armaduras
O estado da superfície das armaduras tem a maior relevância para a qualidade dos
paramentos das peças em betão branco, porque as películas destacáveis de óxido migram
rapidamente para a pele superficial do betão fluido, contaminando-a. Assim, é fundamental ter os
maiores cuidados na limpeza e armazenagem das armaduras.
A protecção das armaduras de espera é também necessária, pois, em ambiente húmido,
bastam algumas horas para as armaduras oxidarem e surgirem escorrências desagradáveis sobre as
superfícies já betonadas. Essa protecção é frequentemente conseguida pela pintura das armaduras de
espera com tintas epoxídicas ou à base de poliuretanos. Em muitas situações, caso a importância da
obra justifique ou na dificuldade prática de pintura das armaduras de espera, é possível proceder à
protecção generalizada das armaduras através de tratamentos à base de hidroepóxis ou outros.
0.45
0.4
0.35
0.3
teor em Cl- (%)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
profundidade em mm
1.2.1 - Cofragens
A cofragem é um verdadeiro negativo de extrema precisão que marca definitivamente o
paramento das peças em betão aparente desmoldado. No caso do betão branco, a sua importância
torna-se primordial e todos os cuidados na sua concepção, tratamento, aplicação e desmontagem são
determinantes. No quadro 3 destaca-se a diferença de cor branca obtida com cofragens metálica e
em contraplacado marítimo, obtida para o mesmo betão e por via de medições colorimétricas.
Metálica 77 53
Contraplacado 84 69
Porém, a limpeza e manutenção deste tipo de cofragem é difícil, caso não esteja prevista uma
grande rotatividade, sendo notório o efeito negativo resultante da sua oxidação superficial. As
contaminações tingem a pele em profundidade (pelo menos em 2 mm) e deixam marcas quase sempre
difíceis de apagar (ver fotografias 4 e 5). Assim sendo, em muitas situações justifica-se o revestimento
da cofragem com chapas de aço inox, com evidentes vantagens de custo/benefício.
Existe ainda uma gama de outras possibilidades que permitem a obtenção de texturas
superficiais diversas, indo até à superfície de aparência cerâmica. As cofragens em fibra de vidro,
acrílicas e os elastómeros proporcionam resultados que merecem ser explorados pelos Arquitectos e
Engenheiros, apresentando-se na fotografia 7 o caso interessante da construção em curso da Catedral
de Barcelona, em que se respeita o projecto de António Gaudi mas se utiliza betão branco. Todavia,
estes sistemas somente são viáveis em peças especiais ou de pequenas dimensões, e de preferência
com grande rotatividade, como ocorre na préfabricação.
Fotografia 7 - Pormenor da Catedral de Barcelona
1.2.2 - Desmoldantes
1.2.3 - Espaçadores
A selecção do tipo de separadores a utilizar é bem sabido ser também importante, no caso do
betão branco só sendo possível assegurar uma máxima continuidade de cor se eles forem igualmente
em betão branco e de formas estudadas para o fim em vista. Os espaçadores em plástico branco
poderão ser uma alternativa, mas os primeiros apresentam a vantagem de serem mais rígidos e de
garantirem maior apoio, sendo pois mais eficazes no posicionamento das armaduras.
Após todos os procedimentos cautelares referidos, não faria sentido correr riscos de
contaminação com a utilização de material de transporte e bombagem em condições de deficiente
limpeza. Se o volume de obras o possibilitar, este material deve ser colocado ao serviço exclusivo do
betão branco.
A colocação do betão fluído deverá ser sempre executada em camadas com espessuras não
superiores a 50 cm, pois de contrário o peso próprio da camada de betão não permitirá, mesmo com
uma vibração forte, a libertação das bolhas de ar que se deslocaram para as faces laterais.
A vibração tem de ser preparada e executada com especial cuidado, pois é bem sabido ser
uma tarefa de grande importância para a obtenção de bons resultados finais. Ela deverá ser aplicada
de forma contínua ao longo da peça e, de modo a garantir a homogeneidade das diferentes camadas
aplicadas, com um correcto posicionamento. Para isso pode ser necessário dispor simultaneamente de
um número relativamente elevado de unidades de vibração.
Uma obra em betão branco aparente desmoldado exige um empenhamento especial de todos
os envolvidos, sendo fundamental que os intervenientes estejam bem conscientes da importância da
sua função e das implicações que o seu mau desempenho terá na falência do trabalho. A execução de
protótipos pode ser a única via para, além de permitir o treino das diversas tarefas, conseguir que
todos tomem consciência desse facto.
O processo mais fácil para manter boas condições de humidade durante a cura continua a ser
a água corrente, preferencialmente aplicada de uma forma tão difusa possível. Em situações em que tal
não aconteceu, ocorreram manchas de escorrências devidas à diferenciação das superfícies onde a
água escorreu, provavelmente devido à diferenciação dos graus de hidratação da pele do betão. As
membranas de cura testadas até à data conduziram igualmente à formação de manchas e à alteração
da cor do betão.
Uma grande vantagem do betão aparente desmoldado reside nos seus baixos custos de
manutenção, os quais se resumem quase sempre a uma lavagem com jacto de água de intensidade
controlada, geralmente com auxílio de soluções de limpeza. Contudo, verifica-se que uma protecção
superficial à base de hidrófugos de superfície assegura uma durabilidade de boa aparência ainda mais
duradoura.
Existe uma gama variada de famílias químicas para estes produtos, tendo cada uma delas
particularidades próprias, permitindo a obtenção de diversos efeitos superficiais. Os silanos e
siloxanos permitem manter as superfícies tal e qual, sem alteração de cor, enquanto que os produtos à
base de resinas acrílicas e fluoretadas podem dar toques acetinados ou até mesmo corrigir deficiências
de homogeneidade de cor.
2 - CARACTERÍSTICAS
2.1 - Composição
16
14
slump (cm)
12
10
8
6
4
2
0
0 30 60 90 120
minutos Nota:
- Dosagem de cimento: 380 kg/m3
0,30% Ch E 0,40% Ch E 0,50% Ch E 0,60% Ch E - Fluidificante: Chrysofluid M40 - 1,5 %
Um outro controlo importante das características do betão fresco prende-se com a constância
da dosagem de água utilizada. Assim, a variação da dosagem de água durante o fabrico deverá ser
mínima e todos os restantes factores que envolvem a produção deverão ser tão estáveis quanto
possível de modo a garantir-se homogeneidade de tonalidade ao longo da peça betonada.
Como se verifica, e como consequência das resistências mecânicas elevadas destes cimentos
e das dosagens importantes presentes nas composições, estes betões exibem elevadas resistências
mecânicas logo às primeiras idades.
No tocante à aparência das superfícies desmoldadas, foi possível obter-se uma aparência
homogénea, com índice de reflectância médio de 80.
Índice de reflectância 80
Os ensaios de absorção capilar foram igualmente bastante satisfatórios e, mais uma vez,
confirmou-se a sua relação directa com a porosidade dos betões, isto é, a relação água/cimento.
Todavia, sendo betões de grande reflectância e expostos directamente à vista, interessava que
eles mantivessem, o máximo possível, uma aparência limpa e homogénea. Efectuaram-se então
estudos com famílias de hidrófugos de superfície à base de silanos e siloxanos, pois pretendia-se que
o betão se mantivesse sem qualquer alteração de cor após a aplicação destes produtos. Estes estudos
visavam, por um lado, conhecer o efeito directo da sua aplicação sobre a superfície de betão, e, por
outro lado, conhecer o envelhecimento desse efeito após a exposição a 800 horas de radiação UV
em Câmara Climática. Os resultados obtidos para a absorção capilar após o ensaio de
envelhecimento foram muito idênticos aos inicialmente encontrados, não se tendo detectado alteração
de cor dos provetes, nomeadamente amarelecimento. No quadro 6 encontram-se os valores
determinados.
ABSORÇÃO CAPILAR
Betão B35/15 Fluído
3 - UTILIZAÇÃO ESTRUTURAL
3.1 - O material estrutural como material arquitectónico
Será argumentável afirmar que as mais belas obras de engenharia de estruturas e as mais belas
obras de arquitectura são-no sempre em simultâneo, mas não pode deixar de se concordar que
qualquer daquelas artes só se pode expressar plenamente se se desenvolverem em paralelo e de uma
forma coordenada, em que os objectivos e requisitos de ambas são encarados como complementares
duma grande arte comum. Até ao século XIX, essa arte comum legou-nos obras magníficas em que a
estrutura e a arquitectura se confundem, talvez nas catedrais se encontrando o expoente máximo
dessa dualidade. Com o alargamento dos conhecimentos chega a especialização, e a arquitectura, arte
dos espaços e da componente plástica da construção, é separada da engenharia, que chama a si os
conhecimentos técnicos e tecnológicos dessa mesma construção. Esta dicotomia tem nuances diversas
nos variados países, mas em Portugal ela tem frequentemente assumido uma separação exagerada e
prejudicial para ambas.
A engenharia de estruturas não pode evitar nem a realidade dos materiais existentes nem a
realidade física em que a construção é materializada, e deve encontrar no espírito artístico a inspiração
para a solução original que cada concepção possibilita, tal como a arquitectura não pode evitar nem a
realidade do local e do programa de uma construção nem a realidade técnica e tecnológica existente,
e deve encontrar no espírito científico o rigor necessário ao desempenho eficiente da sua arte.
O betão será a pedra artificial que possibilitará à arquitectura a moldagem livre e artística da
estrutura visível, e, no sentido inverso, possibilitará à engenharia trabalhar na arte das formas, mas só
o betão aparente desmoldado, isto é, com a aparência visual tal como surge após a retirada dos
moldes, é que conseguirá em pleno tais objectivos. Por outro lado, betão aparente significa
minimização dos pesos próprios dos elementos não estruturais, isto é, maximização da rentabilidade
estrutural dos elementos construídos. E se se encarar a dimensão dada pela cor, concordar-se-á que
é no branco que está simultaneamente a limpeza de cor e a riqueza de ser a síntese de todas as cores.
Nesta perspectiva, o betão branco é um material de construção que combina características
estruturais e arquitectónicas que possibilitam soluções de construção de extraordinária pureza e
eficiência.
Portanto, a opção por betão aparente implica dispor de um betão de classe de resistência
mais alta. E sendo branco, a ainda maior necessidade de grande cuidado em todas as operações dá
garantias acrescidas dessa resistência e durabilidade, que são as características estruturais mais
importantes de um betão.
Por outro lado, o controlo apertado da geometria das peças é inerente aos cuidados postos
na preparação e colocação das cofragens (ver fotografia 10), pelo que os pesos próprios dos
elementos estruturais construídos são os previstos em projecto.
Fotografia 10 – Aspecto da preparação e colocação das cofragens para
betão branco aparente desmoldado
Estas fases não são compartimentáveis de uma forma estanque e são todas essenciais ao
sucesso do projecto de estruturas, mas é indiscutivelmente na fase de concepção que as decisões
fundamentais são tomadas, nela tendo de estar bem presentes todas as premissas implícitas em cada
solução possível e tendo de ser bem conhecidas todas as suas implicações, embora muitas delas,
talvez a maioria, só sejam incorporadas no projecto, de uma forma explícita, nas fases posteriores.
Neste trabalho foi já salientado que a opção por betão estrutural branco significa que o
projecto de estruturas tem à sua disposição um betão de resistência mecânica elevada, de classe não
inferior à C35/40, logo às primeiras idades. O comportamento reológico do betão branco é
basicamente idêntico ao dos betões correntes, mas tem ainda de ser mais profundamente estudado. A
retracção total poderá ser menor, em consequência do melhor controlo do fabrico do betão branco,
em particular da relação água/cimento, mas a sua evolução verifica-se ser mais rápida no início. A
fluência está a ser presentemente estudada em laboratório, não havendo ainda informação que permita
quantificar o comportamento do betão branco fabricado em Portugal, embora seja provável que,
neste aspecto, se confirme não haver diferença entre os comportamentos do betão branco e do betão
cinzento da mesma classe de resistência.
Muito importante é minimizar todo e qualquer tipo de fissuração do betão, não só porque,
sendo aparente, está mais sujeito ao ataque do meio ambiente, mas também porque, sendo branco,
exibirá mais notoriamente essa fissuração.
Estas características têm as mais diversas implicações no projecto de uma estrutura em betão
aparente desmoldado branco.
Uma primeira é o aproveitamento das suas resistências mecânicas, ainda por cima disponível
logo aos primeiros dias. Portanto, as cofragens e os escoramentos podem ser retirados mais cedo,
indo aliás ao encontro da necessidade de evitar a contaminação dos paramentos pelas cofragens.
Mais, as condições de resistência do betão convenientes para a utilização de pré-esforço verificam-
se.
Uma segunda resulta do melhor controlo da geometria dos elementos em betão branco, o que
permite utilizar menores coeficientes de majoração das acções gravíticas.
O faseamento das betonagens respeita não apenas ao controlo da retracção mas também ao
controlo da fluência, especialmente se o betão for pré-esforçado. Mais ainda se apenas algumas
peças estruturais forem pré-esforçadas, situação que é comum em edifícios e que por vezes só por si
pode obrigar à independência temporária dos elementos pré-esforçados, para assim a pré-
compressão se instalar onde projectado.
Note-se que o pré-esforço é frequentemente utilizado exclusivamente para anular ou, pelo
menos, controlar as tensões de tracção, podendo não ser efectivamente necessário em termos de
capacidade resistente. Por exemplo, a introdução de uma tensão de pré-compressão uniforme de
cerca de 1 MPa, conseguida com cabos de monocordões não aderentes, nas paredes (vigas)
longitudinais do Pavilhão do Conhecimento dos Mares, pretende minorar as tracções geradas pelas
restantes acções e justifica-se apenas pela importância arquitectónica de tais peças.
Mas o pré-esforço implica deformações longitudinais que são agravadas pela fluência, as
quais, somadas aos efeitos da retracção e do abaixamento da temperatura, entram em conflito com a
continuidade de uma grande estrutura. A compatibilização de todos estes factores levou, no caso do
Pavilhão do Conhecimento dos Mares, à introdução de aparelhos de apoio deslizantes
longitudinalmente sobre placas de teflon e localizados nos pilares em forma de L que suportam, junto
à fachada norte, o grande vão definido longitudinalmente nesse Pavilhão (ver fotografia 13).
A fluência devida aos esforços de flexão é especialmente difícil de controlar, pelo que,
independentemente destas medidas, é indispensável realizar um estudo cuidadoso de quais os
elementos que convém serem esbeltos (para minimizar as acções gravíticas) e de quais os elementos
que é preferível serem robustos, isto é, mais rígidos (para minorar as deformações). Mas quanto à
esbelteza, recorde-se ser essencial salvaguardar as boas condições de colocação do betão e de
realização da descofragem.
Fotografia 13 - Pormenor dos aparelhos
de apoio nos pilares junto à fachada
norte do Pavilhão do Conhecimento dos
Mares.
No projecto de uma estrutura de betão armado (pré-esforçado ou não) são tomadas muitas
decisões de concepção e de dimensionamento, mas é na pormenorização das armaduras que se
especifica o controlo final das fissurações, quer através da conveniente disposição e definição dessa
armadura quer na “costura” muito cuidada de todos os varões. Aliás, é na capacidade de “unidade”
do material estrutural que está a sua capacidade de resistir a tensões elevadas não previstas, de
dissipar energias de deformação e de plastificar. Assim, a pormenorização realizada em todos os
elementos estruturais do Pavilhão do Conhecimento dos Mares permite antever que um sismo de
média intensidade não provocará fendilhações visíveis, pese embora a sua grande massa e rigidez (ver
fotografia 14).