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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO

SANTO
ENGENHARIA MECÂNICA

DOUGLAS COSTA EIRIZ


GABRIEL VARGAS FRAGA

DIMENSIONAMENTO DE COMPONENTES – CILINDRO TRISTOP

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2017
DOUGLAS COSTA EIRIZ
GABRIEL VARGAS FRAGA

DIMENSIONAMENTO DE COMPONENTES – CILINDRO TRISTOP

Relatório Acadêmico apresentado para a


Disciplina de Elementos de Máquinas I, pelo
Curso de Engenharia Mecânica do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Campus Cachoeiro de Itapemirim.

Professor: Marcelo Chagas.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2017

1
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Cilindro Tristop .................................................................................................. 5


Figura 2: Desenho esquemático....................................................................................... 5
Figura 3: Flange ............................................................................................................... 7
Figura 4: Parafuso com porca e arruela ........................................................................... 7
Figura 5: Diagrama de fadiga ......................................................................................... 12
Figura 6: Parafuso de rosca quadrada. .......................................................................... 13
Figura 7: Deformação da mola ....................................................................................... 15

2
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Determinações do Projeto. ........................................................................... 19

3
SUMÁRIO

1 DESCRIÇÃO ............................................................................................................. 5
2 PARAFUSOS DO FLANGE DE UNIÃO ................................................................... 7
3 PARAFUSOS DE FIXAÇÃO (PRISIONEIRO) ........................................................ 10
FATOR DE CARGA ......................................................................................... 11
DIAGRAMA DE FADIGA .................................................................................. 11
4 PARAFUSO DO FREIO DE ESTACIONAMENTO (POTÊNCIA) ........................... 13
5 MOLA INTERNA ..................................................................................................... 15
CONSIDERAÇÕES DE PROJETO: ................................................................. 15
PROCEDIMENTO DE CÁLCULO: ................................................................... 15
6 RESULTADOS ....................................................................................................... 19
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 21

4
1 DESCRIÇÃO

Cilindro Tristop (figura 1), também conhecido popularmente como cuíca de freio, consiste
em um cilindro de freio combinado – serviço e estacionamento – aplicado em veículos
comerciais.
Basicamente é constituído por duas câmaras separadas internamente (figura 2), uma
para acionamento do freio de serviço (11) e outra para liberação do freio do freio de
estacionamento (12).

Figura 1: Cilindro Tristop

Figura 2: Desenho esquemático

Quanto a frenagem de estacionamento, a força é desenvolvida por uma mola espiral, a


qual é acionada quando ocorre a liberação do ar. Quando se deseja liberação total do
componente, como em uma manutenção, o parafuso traseiro é recolhido, comprimindo a
mola.
Dessa forma, o presente relatório busca apresentar o dimensionamento de alguns
componentes específicos:
1- Parafusos do flange de união entre as câmaras (parafusos e porca);
2- Parafusos de fixação (prisioneiro);
5
3- Parafuso de recolhimento da mola (potência);
4- Mola interna.

Para o desenvolvimento a seguir, foram definidos:


 Pressão: de 0 a 8 𝑏𝑎𝑟 (0,8 𝑀𝑃𝑎);
 Cilindro 11: 𝑑𝑠𝑒𝑟𝑣 = 200 𝑚𝑚
 Cilindro 12: 𝑑𝑒 = 230 𝑚𝑚

6
2 PARAFUSOS DO FLANGE DE UNIÃO

O flange envolve as duas partes da câmara (figura 3) com seus respectivos diâmetros
internos de 200 𝑚𝑚 (C) e 230 𝑚𝑚 (A), sendo a primeira de alumínio (𝐸 = 70 𝐺𝑃𝑎) e a
outra de ferro fundido (𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎). Os parafusos de fixação estão distantes 310 𝑚𝑚
(B). As larguras de chapa (D) são iguais.

Figura 3: Flange
Consideremos 8 parafusos convencionais de aço classe 9.8 com porca e arruela (figura
4), com roscas laminadas, antes de tratamento térmico.

Figura 4: Parafuso com porca e arruela


De forma conservadora, a área efetiva da união 𝐴𝑐 , será igual a 5𝐴𝑝 . As dimensões
apropriadas do parafuso serão calculadas considerando uma vida infinita por fadiga e um

7
fator de segurança 𝑛 = 3. Consideremos ainda que, após um determinado período de
operação a pré carga inicial possa diminuir para 0,55. 𝑆𝑝 . 𝐴𝑡 .
Carga total com a segurança considerando a pressão máxima 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 8 𝑏𝑎𝑟:
2
𝜋𝑑𝑖𝑛𝑡 𝜋(230)2
𝐹𝑐 = 𝑃𝑚𝑎𝑥 . 𝑛 = 0,8. . 3 = 99,71 𝑘𝑁
4 4
Carga em cada parafuso:
𝐹𝑐
𝐹𝑝 = = 12,46 𝑘𝑁
8
Encontrando a rigidez 𝑘𝑐 , como resultante de duas “molas” em série (seja a “mola 1” o
ferro fundido e a “mola 2” o alumínio).
1 1 1
= +
𝑘𝑐 𝑘1 𝑘2
𝑘1 . 𝑘2
𝑘𝑐 =
𝑘1 + 𝑘2
Neste caso, temos:
𝐴1 . 𝐸1 5𝐴𝑝 . 200
𝑘1 = =
𝐿1 𝑔/2
𝐴2 . 𝐸2 5𝐴𝑝 . 70
𝑘2 = =
𝐿2 𝑔/2
𝐴𝑝 . 𝐸𝑝 𝐴𝑝 . 200
𝑘𝑝 = =
𝐿𝑝 𝑔
Retomando a rigidez de contato:
𝐴𝑝
𝑘𝑐 = 518,5
𝑔
𝑘𝑐
= 2,59
𝑘𝑝
Aumento de força no parafuso:
𝑘𝑝 1
Δ𝐹𝑝 = = = 3,47𝑘𝑁
𝑘𝑝 + 𝑘𝑐 1 + 𝑘𝑐 /𝑘𝑝
Força alternada:
Δ𝐹𝑝
𝐹𝑎 = = 1,80 𝑘𝑁
2
Com os dados de resistência à fadiga fornecidos na Tabela 10.7 (Junivall) para o material
desse parafuso, podemos calcular a área necessária para o parafuso (𝐴𝑡 ). 𝑆𝑎 = 69𝑀𝑃𝑎.

8
𝐹𝑎
𝐴𝑡 = = 26 𝑚𝑚2
𝑆𝑎
Da Tabela 10.2, obtemos o parafuso 𝑀8 𝑥 1,25 com: ∅ 8 𝑚𝑚, 𝑃 = 1,25 𝑚𝑚 𝑒 𝐴𝑡 =
36,60 𝑚𝑚2.
Da Tabela 10.5, 𝑆𝑝 = 650 𝑀𝑃𝑎. A menor força de união inicial é obtida como:
𝐹𝑚𝑖𝑛 = 0,55. 𝑆𝑝 . 𝐴𝑝 = 13,10 𝑘𝑁
Como 33% da carga aplicada de 12,46 𝑘𝑁 contribuem para a tração do parafuso, os 67%
restantes (8,34 𝑘𝑁) são responsáveis pela diminuição da força de união, mantendo-se
assim, uma força mínima de união de 4, 76 𝑘𝑁.
Dimensões da porca (A-29, Shigley) e arruela (A-33, Shigley):
 Espessura da porca 𝐻 = 5,68 𝑚𝑚;
 Espessura da arruela 𝑡 = 2,30 𝑚𝑚.
Para um parafuso totalmente rosqueado, chegamos ao comprimento de:
𝐿 = 12 + 5,68 + 2,30 = 19,98 𝑚𝑚
Aproximando a medida, segundo a Tabela A-17, obtemos 𝐿 = 22 𝑚𝑚.

9
3 PARAFUSOS DE FIXAÇÃO (PRISIONEIRO)

Por meio de pesquisas para o conhecimento de cilindros Tristop, principalmente da


geometria envolvida, atribuímos um peso de 𝑊 = 20 𝑘𝑔. A partir da Tabela 8-1 (Shigley)
temos o seguinte padrão métrico:

 𝑑 = 14 𝑚𝑚

 𝑝 = 2 𝑚𝑚

 𝐴𝑡 = 115 𝑚𝑚²

Dessa forma, temos:

 A espessura da porca 𝐻 = 9,25 𝑚𝑚 (Tabela A-29);

 A espessura da arruela 𝑡 = 3,5 𝑚𝑚 (Tabela A-31).

Para um agarre 𝑙 = 𝑙𝑡 = 10 𝑚𝑚 (parafuso totalmente rosqueado), e sendo esse parafuso


prisioneiro (sem cabeça), Recomenda-se duas porcas e duas arruelas para assim obter
o comprimento do parafuso:
𝐿 = 10 + 2 . 9,25 + 2 . 3,5 = 35,50 𝑚𝑚
Com a Tabela A-15, temos 𝐿 = 40 𝑚𝑚.
Pela Tabela A-21, escolhemos o material, dentre os constituintes, com maior módulo de
elasticidade 𝐸 = 200 GPa, para mesmo material dos flanges, temos:
𝐴𝑡 𝐸 115 . 200
𝑘𝑡 = = = 2300 𝑀𝑁/𝑚𝑚
𝑙𝑡 10
Encontramos também a rigidez dos membros, da Tabela 8-8 temos 𝐴 = 0,78871 e 𝐵 =
0,61616.
𝐵𝑑 0,61616 . 14
𝑘𝑚 = 𝐸 𝑑 𝐴 exp ( ) = 200 . 14 . 0,78871. exp ( ) = 5232,49 𝑀𝑁/𝑚𝑚
𝑙 10
Portanto, achamos a constante de rigidez:
𝑘𝑡 2300
𝐶= = = 0,305
𝑘𝑡 + 𝑘𝑚 2300 + 5232,49

10
FATOR DE CARGA

Considerando a força peso do próprio cilindro, 𝐹 = 𝑚. 𝑔 = 20.9,81 = 196,2 𝑁, em relação


à força interna devido a pressão, 𝐹𝑠𝑒𝑝 = 10,62 𝑘𝑁 (já calculada no capitulo anterior), não
é preponderante, dessa forma a força que o parafuso deve resistir é 𝐹𝑠𝑒𝑝 = 𝑃 = 10,62 𝑘𝑁.
Força de pré carga. A Tabela 8-11 nos da a classe métrica 4.6 temos 𝑆𝑝 = 225 𝑀𝑃𝑎 e as
equações (8-30 e 8-31) para conexões não permanentes:
𝐹𝑖 = 0,75. 𝐴𝑡 . 𝑆𝑝 = 0,75. 115 . 225 = 19,41 𝑘𝑁
Fator de carga:
𝑆𝑝 𝐴𝑡 − 𝐹𝑖 225. 106 . 115. 10−6 − 19,41. 103
𝑛= = =2
𝐶𝑃 0,305 . 10,62. 103

DIAGRAMA DE FADIGA

Em um diagrama de fadiga (figura 5) temos que, o ponto A representa a tensão de pré


carga, o ponto B representa o estado de tensões, C é o critério de Goodman. Para a serie
métrica 4.6 e pela Tabela 8-11 temos 𝑆𝑢𝑡 = 400 𝑀𝑃𝑎 e pela tabela 8-17 𝑆𝑒 = 140 𝑀𝑃𝑎.

 Ponto A

𝐹𝑖 19,41 . 103
𝜎𝑖 = = = 168,78 𝑀𝑃𝑎
𝐴𝑡 115. 10−6

 Ponto B

𝐶𝑃 0,305 . 10,62. 103


𝜎𝑎 = = = 14,08 𝑀𝑃𝑎
2𝐴𝑡 2.115. 10−6
𝜎𝑚 = 𝜎𝑎 + 𝜎𝑖 = 182,86 𝑀𝑃𝑎

 Ponto C

𝑆𝑒 (𝑆𝑢𝑡 − 𝜎𝑖 ) 140. (400 − 168,78)


𝑆𝑎 = = = 59,95 𝑀𝑝𝑎
𝑆𝑢𝑡 + 𝑆𝑒 400 + 140
𝑆𝑚 = 𝑆𝑎 + 𝜎𝑖 = 228,73 𝑀𝑝𝑎

11
140

120

100

80 Linha de Carga

C: (228.73; 59.95) Goodman


60

40

B: (182.86; 14.08)
20

A: (168.78; 0)
0
0 100 200 300 400 500

Figura 5: Diagrama de fadiga

12
4 PARAFUSO DO FREIO DE ESTACIONAMENTO (POTÊNCIA)

Considerando a pressão máxima de 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 8 𝑏𝑎𝑟 e o diâmetro interno do cilindro de 𝑑𝑒 =


230 𝑚𝑚, obtemos a força de separação:

𝜋𝑑𝑒2 𝜋(230)2
𝐹𝑠𝑒𝑝 = 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 0,8 .
4 4
𝐹𝑠𝑒𝑝 = 33,24 𝑘𝑁

A rosca do parafuso de potência será quadrada (figura 6), como especificado no projeto.

Figura 6: Parafuso de rosca quadrada.


Tomando por base as dimensões do cilindro Tristop adotaremos um diâmetro 𝑑 = 20 𝑚𝑚,
um passo 𝑝 = 2,5 𝑚𝑚 e diâmetro do colar 𝑑𝑐 = 24 𝑚𝑚 para o parafuso. Assim temos:
𝑝
 𝑑𝑚 = 𝑑 − 2 = 20 − 1 = 19 𝑚𝑚
 𝑑𝑟 = 𝑑 − 𝑝 = 20 − 2 = 18 𝑚𝑚
 𝑙 = 𝑝 = 2,5 𝑚𝑚

E a partir das Tabelas 8-5 e 8-6 (Shigley):

 𝑓 = 0,22
 𝑓𝑐 = 0,12

Torque requerido para girar o parafuso contra a carga 𝐹 = 33,24 𝑘𝑁:


𝐹𝑑𝑚 𝑙 + 𝜋𝑓𝑑𝑚 𝐹𝑓𝑐 𝑑𝑐 33,24 . 19 2,5 + 𝜋. 0,22 . 19 33,24 . 0,12 .24
𝑇𝑅 = ( )+ = ( )+
2 𝜋𝑑𝑚 − 𝑓𝑙 2 2 𝜋 . 19 − 0,22 . 2,5 2
𝑇𝑅 = 131,33 𝑁. 𝑚

13
Torque de abaixamento da carga:
𝐹𝑑𝑚 𝜋𝑓𝑑𝑚 − 𝑙 𝐹𝑓𝑐 𝑑𝑐 33,24 . 19 𝜋. 0,22.19 − 2,5 33,24 . 0,12 . 24
𝑇𝐿 = ( )+ = ( )+
2 𝜋𝑑𝑚 + 𝑓𝑙 2 2 𝜋. 19 + 0,22 . 2,5 2
𝑇𝐿 = 103,60 𝑁. 𝑚
Tensão de cisalhamento 𝜏 de corpo devido ao momento de torção 𝑇𝑅 no lado externo do
parafuso:
16𝑇𝑅 16 . (131,33 𝑥 103 )
𝜏= = = 114,69 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑𝑟3 𝜋(18)3
Tensão nominal normal axial 𝜎:
4𝐹 4 . (33,24 𝑥 103 )
𝜎=− = − = −130,62 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑𝑟2 𝜋 . (18)2
Tensão de sustentação 𝜎𝐵 com uma rosca carregada 0,38𝐹:
2(0,38𝐹) 2(0,38). (33,24 𝑥 103 )
𝜎𝐵 = − =− = −169,29 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑𝑚 𝑝 𝜋 . 19 . 2,5
Tensão de flexão de raiz de rosca 𝜎𝑏 com rosca carregando 0,38𝐹:
6(0,38). (33,24 𝑥 103 )
𝜎𝑏 = = 536,08 𝑀𝑃𝑎
𝜋. (18). (2,5)
Como o cisalhamento transverso no extremo da seção transversal da raiz devido a flexão
é zero, temos:
𝜎𝑥 = 536,08 𝑀𝑃𝑎 𝜏𝑥𝑦 = 0
𝜎𝑦 = 0 𝜏𝑦𝑧 = 114,69 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑧 = −130,62 𝑀𝑃𝑎 𝜏𝑧𝑥 = 0

Tensão de von Mises:


1⁄

1 2 2 2
𝜎 = [(𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 ) + (𝜎𝑦 − 𝜎𝑧 ) + (𝜎𝑧 − 𝜎𝑥 )2 + 2
6(𝜏𝑥𝑦 + 2
𝜏𝑦𝑧 + 2
𝜏𝑧𝑥 )]
√2
𝜎 ′ = 523,34 𝑀𝑃𝑎

𝜎 𝜎 2 130,62 −130,62 2
𝜎2,3 = − ± √( ) + 𝜏 2 = − ± √( ) + (114,69)2 = 66,67, −197,29 𝑀𝑃𝑎
2 2 2 2

𝜎1 , 𝜎2 , 𝜎3 = 536,08 𝑀𝑃𝑎, 66,67 𝑀𝑃𝑎, −197,29 𝑀𝑃𝑎


A tensão máxima de cisalhamento é:
𝜎1 − 𝜎3 536,08 − (−197,29)
𝜏𝑚𝑎𝑥 = = = 366,69 𝑀𝑃𝑎
2 2

14
5 MOLA INTERNA

CONSIDERAÇÕES DE PROJETO:

 Mola helicoidal sob compressão, com extremidades esquadradas.


 A deflexão deve variar entre 20 𝑚𝑚 (𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ) e 80 𝑚𝑚 (𝑦𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 ) (figura 7).
 Para finalidade de projeto, recomenda-se 4 ≤ 𝐶 ≤ 12 e 3 ≤ 𝑁𝑎 ≤ 15, sendo 𝐶 a
índice de mola e 𝑁𝑎 o número de espiras ativas.
 O freio de estacionamento já está acionado uma pressão 𝑃 = 4 𝑏𝑎𝑟.
 Mediante a dificuldades na modelagem do problema, fez-se necessário um ajuste
no diâmetro interno da câmara (𝑑12 = 230 𝑚𝑚), descontando a parte referente as
chapas de fixação da mola e do parafuso de potência (𝑑 = 40 𝑚𝑚).
 Mola de fio temperado e revenido em óleo 𝐴229.

Figura 7: Deformação da mola

PROCEDIMENTO DE CÁLCULO:

Força de acionamento:
2
𝜋𝑑𝑖𝑛𝑡 𝜋(2302 − 402 )
𝐹=𝑃 = 0,4 .
4 4
𝐹 = 16,12 𝑘𝑁
7
Força de acionamento máxima deve ser limitada em 𝐹𝑚𝑎𝑥 ≤ 8 𝐹.
7
𝐹𝑚𝑎𝑥 = . 16,62 → 𝐹𝑚𝑎𝑥 = 14,10 𝑘𝑁
8
15
Definindo uma pré carga de 20%, temos:
𝐹𝑚𝑖𝑛 = 0,2 . 𝐹𝑚𝑎𝑥 = 2,82 𝑘𝑁
Forças média e alternada:
𝐹𝑚𝑎𝑥 + 𝐹𝑚𝑖𝑛 14,10 + 2,82
𝐹𝑚 = = = 8,46 𝑘𝑁
2 2
𝐹𝑚𝑎𝑥 − 𝐹𝑚𝑖𝑛 14,10 − 2,82
𝐹𝑎 = = = 5,64 𝑘𝑁
2 2
Segundo a Tabela 14-2 (Norton), que traz a preferência para diâmetro do fio de acordo
com o material. Adotaremos 𝑑 = 16 𝑚𝑚 e 𝐶 = 7,5.
𝐷 = 𝐶 . 𝑑 = 7,5 . 16 = 120 𝑚𝑚
Fator de cisalhamento:
0,5 0,5
𝐾𝑆 = 1 + =1+ = 1,07
𝐶 7,5
Tensões inicial (𝜏𝑖 ) e média (𝜏𝑚 ):
8 𝐹𝑖 𝐷 8 . 2820.120
𝜏𝑖 = 𝐾𝑆 3
= 1,07 = 225,10 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑 𝜋. 163

8𝐹𝑚 𝐷 8 .8460.120
𝜏𝑚 = 𝐾𝑆 3
= 1,07 = 675,33 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑 𝜋. 163
Fator de Wahl (𝐾𝑤 ):
4𝐶 − 1 0,615 4.7,5 − 1 0,615
𝐾𝑤 = + = + = 1,20
4𝐶 − 4 𝐶 4.7,5 − 4 7,5
Tensão de cisalhamento alternada na espira (𝜏𝑎 ):
8𝐹𝑎 𝐷 8 . 5640.120
𝜏𝑎 = 𝐾𝑤 = 1,20 = 504,92 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑 3 𝜋. 163
Segundo a Tabela 14-4 (Norton), temos os coeficientes e expoentes para o cálculo da
resistência a tração, fio 𝐴229:
𝐴 = 1831,2 𝑀𝑃𝑎 ; 𝑏 = −0,1833
𝑆𝑢𝑡 = 𝐴𝑑 −𝑏 = 1831,2. (16)−0,1833 = 1101,59 𝑀𝑃𝑎
Resistência ao cisalhamento:
𝑆𝑢𝑠 = 0,67 . 𝑆𝑢𝑡 = 738,06 𝑀𝑃𝑎
Resistência de escoamento por torção, Tabela 14-4 (Norton):
𝑆𝑦𝑠 = 0,65 . 𝑆𝑢𝑡 = 716,06 𝑀𝑃𝑎

16
Coeficiente de segurança:
𝑆𝑦𝑠 716,06
𝑁𝑓𝑠 = = = 1,42
𝜏𝑎 504,92
Devido as atribuições da pressão, dos diâmetros da câmara Tristop, e das respectivas
forças geradas, calculamos o fator de segurança pela equação acima, que relaciona a
resistência de escoamento por torção e a tenção de cisalhamento alternada na espira,
de forma que pudesse ser obtido um valor plausível para seguir com o projeto.
Obtendo a constante da mola:
∆𝐹 𝐹𝑚𝑎𝑥 − 𝐹𝑚𝑖𝑛 14100 − 2820
𝑘= = = = 112,80 𝑁/𝑚𝑚
𝑦 100 100
Número de espiras ativas:
𝑑4 𝐺 164 . 80𝑥103
𝑁𝑎 = = = 3,36
8𝐷 3 𝑘 8 . 1203 . 112,80

Número total de espiras:


𝑁𝑡 = 3,36 + 2 = 5,36
Comprimento fechado:
𝐿𝑠 = 𝑑. (𝑁𝑡 + 1) = 16. (5,36 + 1) = 101,76 𝑚𝑚
Deflexão inicial para alcançar a menor das duas cargas:
𝐹𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 2820
𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = = = 24,44 𝑚𝑚
𝑘 115,40
Tolerância de 15% da deflexão de trabalho:
𝑦𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑓 = 0,15 . 𝑦 = 0,15 𝑥 80 = 12 𝑚𝑚
Determinando o comprimento livre:
𝐿𝑓 = 𝐿𝑠 + 𝑦𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑓 + 𝑦𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 + 𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 101,76 + 12 + 80 + 24,44
𝐿𝑓 = 218,20 𝑚𝑚
Deflexão correspondente ao comprimento fechado:
𝑦𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑜 = 𝐿𝑓 − 𝐿𝑠 = 218,20 − 101,76 = 116,44 𝑚𝑚
Força relativa à deflexão do comprimento fechado:
𝐹𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑜 = 𝑘 . 𝑦𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑜 . = 115,4 𝑥 116,44 = 13,44 𝑘𝑁 → 𝐹 = 7,39 𝑘𝑁

Tensão correspondente ao comprimento fechado e o coeficiente de segurança:


8 . 𝐹𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑜 . 𝐷 8 .7,39𝑥103 . 120
𝜏𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑜 = 𝐾𝑆 . = 1,07 . = 589,91 𝑀𝑃𝑎
𝜋 . 𝑑3 𝜋 . (16)3

17
𝑆𝑦𝑠 716,06 𝑀𝑃𝑎
𝑁𝑠𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑜 = = = 1,22
𝜏𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑜 589,91 𝑀𝑃𝑎
As especificações de projeto para este fio de mola A229:
𝑑 = 16 𝑚𝑚 𝐷 = 120 𝑚𝑚 𝑁𝑡 = 5,36 𝐿𝑓 = 218,20 𝑚𝑚

18
6 RESULTADOS

Segue as especificações encontradas para os componentes do cilindro Tristop conforme


especificado, 𝑑𝑠𝑒𝑟𝑣 = 200 𝑚𝑚 e 𝑑𝑒 = 230 𝑚𝑚.

Tabela 1 – Determinações do Projeto.


COMPONENTE ESPECIFICAÇÕES

Parafusos do flange de 𝑑 = 8 𝑚𝑚
união
𝑝 = 1,25 𝑚𝑚
(𝑀8 × 1,25)
𝐿 = 22 𝑚𝑚
Quantidade: 8 𝑛=3

Parafusos de fixação 𝑑 = 14 𝑚𝑚
(prisioneiro) 𝑝 = 2 𝑚𝑚
(𝑀14 × 2,00) 𝐿 = 40 𝑚𝑚
𝐶 = 0,305
Quantidade: 2
𝑛=2

Parafuso do freio de
estacionamento
𝑑 = 20 𝑚𝑚
(potência)
(𝑀20 × 2,5) 𝑝 = 2,5 𝑚𝑚
𝐿 = 350 𝑚𝑚
Quantidade: 1

𝑑 = 16 𝑚𝑚
Mola interna 𝐷 = 120 𝑚𝑚
(𝐴𝑆𝑇𝑀 𝐴229) 𝐶 = 7,5
𝑁𝑓𝑠 = 1,42
𝑘 = 112,80 𝑁/𝑚𝑚
Quantidade: 1
𝑁𝑡 = 5,36
𝐿𝑓 = 218,20 𝑚𝑚

19
20
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1]. NISBETT, J. Keith; BUDYNAS, Richard G. Elementos de Máquinas de Shigley:


Projeto de Engenharia Mecânica. Ed. Mcgraw Hill, São Paulo, Brasil, 2011.
[2]. NORTON, Robert L. Projeto de máquinas: Uma abordagem integrada. 4 ed.
Porto Alegre : Bookman, 2013.
[3]. JUVINALL, Robert C.; MARSHEK, Kurt M. Fundamentos do projeto de
componentes de máquinas. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2008.

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