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DISCIPLINA: TERMODINÂMICA II

PROF. : BRUNO
UNIDADE 1: CICLOS
DE POTÊNCIA A VAPOR E CICLOS DE
REFRIGERAÇÃO A VAPOR
AULA 5
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Introdução
As Máquinas de Refrigeração a Vapor absorvem calor de ambientes e processos a
partir de fornecimento de energia mecânica ou térmica. Baseiam-se em Ciclos
Inversos de Potência a Vapor, com modificações significativas na compressão e na
expansão.
Ciclo de Potência: Fornecimento de Calor → Saída de Trabalho → Rejeição de Calor
Ciclo de Refrigeração: Entrada de Energia → Rejeição de calor → Absorção de Calor

Dividem-se em sistemas de Refrigeração por Compressão de Vapor e de


Refrigeração por Absorção.
Nas Máquinas de Refrigeração a vapor, o fluido sofre 4 processos, Compressão,
Rejeição de calor para o ambiente externo, Expansão e Absorção de calor do
ambiente interno (ou do processo), modificando sua fase ao longo do ciclo.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Refrigeração por Compressão de Vapor - Aplicação
Refrigeração Doméstica: Refrigeradores, Freezers, Bebedouros, etc.

Refrigeração Comercial: Armazenamento de produtos perecíveis em lojas,


restaurantes, hotéis, etc.

Refrigeração Industrial: Alimentos e Bebidas: armazenagem, transporte,


manufatura; Produção e conservação de vacinas; Conservação de órgãos,
embriões, etc.; Indústria Química: Borracha, adubo, liquefação de gases,
refrigeração de sistemas exotérmicos, etc.; Construção civil: Cura de grandes
estruturas de concreto, etc.; Metalurgia, etc.

Refrigeração de Transporte: Transporte de carga perecível em embarcações,


caminhões, vagões ferroviários, aviões, carros de pequeno porte, etc.

Condicionamento de Ar: Conforto humano: Casas, escolas, escritórios, teatros,


hotéis, edifícios, automóveis, aviões, etc.; Industrial: Controle da umidade em
materiais higroscópicos; controle das taxas de reações químicas e bioquímica;
controle dimensional de artigos de precisão; controle da pureza do ar em salas
limpas, etc.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Refrigerador Doméstico
A Refrigeração por Compressão de Vapor é a mais comum, encontrada em
aplicações domésticas, industriais e comerciais. Um refrigerador doméstico
exemplifica bem estes sistemas.

Compressão: O compressor
recebe vapor saturado frio o
superaquece.
Rejeição de calor: O vapor
superaquecido passa pelo
condensador, onde rejeita calor,
e se torna líquido saturado.
Expansão: O líquido saturado
expande no evaporador,
baixando a temperatura e
pressão, se tornando mistura.
Absorção de calor: A mistura fria
absorve calor do ambiente,
formando vapor saturado frio.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Condicionadores de Ar Residenciais – Refrigeração direta do Ar
Sistemas indicados para capacidades de refrigeração baixas e médias. O ar do
ambiente circula através do evaporador (refrigeração direta).

Tipo Janela Tipo Split Tipo Portátil

Evaporador

Condensador/
Compressor
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Chiller – Produção de Água Gelada
Aplicação para grandes capacidades de refrigeração. A refrigeração pode ser
direta (uso da água gelada produzida), ou indireta (insuflamento de ar, através da
passagem de água gelada, no ambiente).
Chiller

Torre de
Resfriamento

Fan Coil
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Fluidos Refrigerantes
• Inorgânicos: Não agridem a camada de ozônio, baixo volume específico, alto
calor de vaporização, porém podem ser tóxicos e contribuem para o efeito
estufa. Utilizada em grandes sistemas industriais e comerciais de bebidas, de
alimentos, etc. Ex.: R-744 (Dióxido de Carbono), R-717a (Amônia).
• CFCs (Clorofluocabono): São proibidos, por destroírem a camada de ozônio.
Ainda aumentam o efeito estufa. Ex.: R-11 (grandes sistemas de ar-
condicionado, resfriamento de água, etc.), R-12 (indústria, refrigeradores
doméstricos, alguns ar-condicionados residenciais, etc.)
• HCFCs (hidroclorofluorcarbonos): Agridem significativamente menos a camada
de ozônio que os CFCs. Também contribuem para o efeito estufa. Ex.: R-22
(substituto do R-12) e R-123 (substitudo do R-11).
• HFCs (hidrofluorocarbonos): Não agridem a camada de ozônio, porém
contribuem ainda para o efeito estufa. Ex.: R-134a (substituto R-12).
• HC (hidrocarbono): Não agridem o meio ambiente. Ex.: R-600a, R-290 (aplicação
doméstica, automotiva, comercial e alguns sistemas industriais).
• Misturas: Aplicadas também como substitutos CFCs. HCFCs e HFCs: R401a,
R401b, R409a; de HFCs: R404A, R407C, R410A, R508b.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo Inverso de Carnot – Inviabilidades Práticas em CRV
Maior Eficiência Teórica de
um Ciclo de Refrigeração a
Inviabilidade de operação sob o Ciclo
Vapor: Ciclo Inverso de
Inverso de Carnot:
Carnot.
• Compressor operando com fluido na fase
de mistura.

• Passagem pela de turbina de fluido


excessivamente úmido.

• Absorção e Rejeição de calor não são


obstáculos nas aplicações práticas.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo Ideal de Refrigeração por Compressão de Vapor
Carnot
O ciclo prático de um sistema de refrigeração a
vapor é o Ciclo Ideal Refrigeração por
Compressão de Vapor, onde todos os
processos são reversíveis.

Na compressão, o compressor opera apenas


com vapor.

A expansão é realizada por uma válvula de


Refrigeração por
expansão, sem gerar trabalho ou trocar calor.
Compressão de vapor
Devido a essas implementações, a rejeição de
calor ocorre com variação de temperatura. A
absorção de calor continua a temperatura
constante.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Ciclo Ideal de Refrigeração por Compressão de Vapor –
Processos

Processos que compõem o ciclo:

Processo 1-2: Compressão isentrópica no compressor.


Processo 2-3: Rejeição de calor a pressão cte. para o meio externo no condensador.
Processo 3-4: Expansão isoentálpica na válvula de expansão.
Processo 4-1: Absorção de calor a pressão cte. do espaço refrigerado.
DISCIPLINA: TERMODINÂMICA II
PROF. : BRUNO
UNIDADE 1: CICLOS
DE POTÊNCIA A VAPOR E CICLOS DE
REFRIGERAÇÃO A VAPOR
AULA 6
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo Ideal de Refrigeração por Compressão de Vapor –
Análises

Nas Análises Termodinâmicas deverão constar:


- Desenho Esquemático e Gráfico T x s.
- Considerações (que complementam àquelas inerentes ao ciclo):
• Análise de Volume de Controle nos processos.
• Todos os componentes operam em regime permanente.
• Variação de energia cinética e potencial desprezível.
• Propriedades do Refrigerante retiradas das Tabelas do Apêndice B.2 do
livro Texto (fornecidas nas Avalições Didáticas).
- Balanço de energia e de entropia: (1ª e 2ª Leis da Termodinâmica).
- Balanço de massa: (Equação da Continuidade).
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo Ideal de Refrigeração por Compressão de Vapor –
Análises
Equação da Continuidade para VC

1ª e 2ª Leis para VC

Resultando em 1ª e 2ª Leis simplificadas:

PARA TODOS OS COMPONENTES

PARA O COMPRESSOR
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo Refrigeração Ideal – Aplicação das 1ª e 2ª Leis
simplificadas aos componentes

1ª Lei 2ª Lei p/ s=cte

- Compressor: Processo Isoentrópico.


<0

- Condensador: Rejeição de calor a p=cte.


<0

- Válvula de Expansão: Expansão Isoentálpica.

- Evaporador: Absorção de Calor a p=cte.


>0
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo Ideal de Refrigeração por Compressão de Vapor –
Coeficiente de Performance (COP)
O COP do ciclo é dado pela razão entre o calor absorvido e o trabalho líquido, ou
entre o calor absorvido e a troca de calor líquida.

Sendo o COP de Carnot calculado por:

Analisando o COP através das temperaturas médias:


CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
-Considerações
• Análise de Volume de Controle nos processos.
• Todos os componentes operam em regime permanente.
• Variações de energia cinética e potencial desprezíveis.

- Compressor: Processo Isoentrópico (1 é vap. Sat. e 2 é sup. Aq.)

P2 = Ps at (T3)=1017 kPa
- Condensador: Rejeição de calor a p=cte. (3 é liq. Sat.)

- Válvula de Expansão: Expansão Isoentálpica.

- Evaporador: Absorção de Calor a p=cte.


CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR

- Coeficiente de Performance

- Capacidade de Refrigeração

CR = m.qL = 3,89 kW

Convertendo para BTU/h


DISCIPLINA: TERMODINÂMICA II
PROF. : BRUNO
UNIDADE 1: CICLOS
DE POTÊNCIA A VAPOR E CICLOS DE
REFRIGERAÇÃO A VAPOR
AULA 7
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor: Ideal x Real

O Ciclo Real se afasta do Ciclo Ideal devido às diferenças relacionadas a


irreversibilidades, causadas por atrito do fluido e troca de calor com o meio. O COP
diminui com as irreverssibilidades.

Compressão não-isentropica: atrito e transferência de calor para o meio.


Vapor superaquecido na saída do evaporador: segurança para o compressor.
Líquido sub-resfriado na saída do condensador: mais eficiência para a válvula de expansão.
Quedas de pressão de condensador e evaporador: perda de carga, isolamento imperfeito
das tubulações.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Exemplo 11.14
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Exemplo 11.14
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
Exemplo 11.14
DISCIPLINA: TERMODINÂMICA II
PROF. : BRUNO
UNIDADE 1: CICLOS
DE POTÊNCIA A VAPOR E CICLOS DE
REFRIGERAÇÃO A VAPOR
AULA 8
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor: Em Cascata
com 2 Estágios de Compressão.
Aplicações Industriais com temperaturas moderadamente baixas. Solução para
grandes intervalos de temperatura e de pressão. Possibilidade de se usar fluidos
iguais ou diferentes nos ciclos.

Há diminuição do
trabalho do
compressor e
aumento do calor
absorvido,
comparando com
um ciclo apenas (1-
x-7-y). Desta forma
o COP aumenta.

Análise do trocador de calor ideal


CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor: 2 Estágios de
Compressão com Separação de Líquido.
Ciclo semelhante a um de cascata com fluidos iguais. A diferença a substituição
do trocador sem contato para um de contato (mistura).

Observar
que em
alguns
processos a
vazão
mássica se
modifica.
CICLOS DE REFRIGERAÇÃO A VAPOR
O Ciclo de Refrigeração por Absorção
Funcionamento semelhante a um Ciclo de Compressão de Vapor, porém com
diferença na forma como ocorre a compressão.
Compressor Térmico Fonte de Energia: Térmica e Elétrica (em menor
proporção), onde o fluido de trabalho é uma
mistura de H2O e NH4.

Compressor Térmico: Sai do evaporador Vapor


Frio de Amônia a Baixa Pressão  No
Absorvedor: Água quente absorve o vapor de
amônia, havendo resfriamento da absorção por
meio externo  Bombeamento da solução forte
de amônia formada  No Gerador: Aquecimento
da solução forte de amônia separar a amônia da
água  No Condensador Vapor Quente de
Amônia a Alta Pressão.

Elevado fornecimento de calor (fontes de 100 a


200ºC): Rejeito Térmico, Energia Solar e
Geotérmica são algumas fontes utilizadas nesse
sistema.

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