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Modelos de Trabalhos
Modelos de Trabalhos
Introdução
Caro colega:
Este material foi elaborado como parte integrante do CD-ROM de Teologia Sistemática de
Wayne Grudem para professores, alunos, pastores, educadores e líderes. Nele estão contidos
os seguintes pontos: 26 dicas para escrever melhor. São orientações para melhorar a
elaboração de trabalhos acadêmicos ou a elaboração de apostilas ou resumos. Como elaborar
resumos, fichamentos e resenhas. Importantes modelos passo a passo para os estudantes e
pesquisadores. Esperamos que estes modelos possam complementar suas pesquisas e facilitar
suas apresentações.
O que é um fichamento?
O fichamento auxilia na organização para o trabalho acadêmico. Ele permite um fácil acesso
aos dados fundamentais para a conclusão do trabalho.
Título do trabalho
Seção primária do trabalho Seção secundária e terciária do trabalho
SOBRENOME, Nome do Autor. Título da Obra. Cidade: Editora, Ano de Publicação.
Quantidade de páginas. (nome do capítulo, página citada)
Ficha de Citações: é a reprodução fiel das frases que se pretende usar como
citação na redação do trabalho.
Título do trabalho
Seção primária do trabalho Seção secundária e terciária do trabalho
As fichas são importantes porque permitem ao estudante manusear um material que passa a
ser seu.
A resenha é um resumo comentado e criticado pelo resenhista. Mesmo não fazendo parte dos
trabalhos científicos de primeiro nível, a resenha deve apresentar a estrutura descrita abaixo:
1. Referência Bibliográfica
Autor(es)
Título (subtítulo)
Imprensa (local da edição, editora data)
Número de páginas de ilustração (tabelas, gráficos, fotos etc.)
2. Credenciais do Autor
Informações gerais sobre o autor
Autoridade no campo científico
Quem fez o estudo?
Quando? Por quê? Onde?
1
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 2 ed. São Paulo: Atlas,
1991. p. 137.
4. Conclusão do Autor
O autor faz conclusões? (ou não?)
Onde foram colocadas? (final do livro ou dos capítulos?)
Quais foram?
6. Apreciação
a) Julgamento da obra:
b) Mérito da obra:
Qual a contribuição dada?
Idéias verdadeiras, originais, criativas?
Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?
c) Estilo:
Conciso, objetivo, simples?
Claro, preciso, coerente?
Linguagem correta?
d) Forma:
Lógica, sistematizada?
Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes?
e) Indicação da Obra:
A quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes?
Modelo de Resenha
O filósofo italiano Norberto Bobbio nunca gostou de falar de si próprio, mas o cerco feito
pelo jornalista Alberto Papuzzi, do La Stampa - quotidiano de Turim em que sempre
colaborou -, acabou por demovê-lo. A ele abriu seus arquivos, escritos e cartas pessoais,
alinhavados numa série de entrevistas que durou um ano. O resultado está no Diário de um
século (Autobiografia), com prefácio de Raimundo Faoro à edição brasileira e incluindo um
caderno de fotos do autor (Rio de Janeiro, Campus, 1998).
Bobbio admite que a democracia resistiu a todas elas, mas a vitória não é definitiva. Aliás,
"numa visão laica (não mítico-religiosa), liberal e realista (não totalizadora e utópica) da
história, nada é definitivo". A dúvida de Bobbio - a quem alguns consideram ser pessimista
em relação à forma de governo democrática - é sobre se a democracia se expandirá ou, ao
contrário, caminhará para uma gradual extinção.
A mesma preocupação, de resto, conduziria o filósofo a mais uma de suas muitas polêmicas,
em 1994, no calor do debate eleitoral italiano: a dicotomia Esquerda/Direita sobrevivia,
apesar de muitos a declararem morta. E sobrevivia numa distinção fundamental: "a diversa
postura que os homens organizados em sociedade assumem diante do ideal de igualdade" -
tendo a esquerda vocação igualitária e a direita, inigualitária (Direita e Esquerda. Razões e
significados de uma distinção política, SP, Edit. da Unesp, 1995).
Nascido em 1909, Norberto Bobbio é, de fato, uma testemunha do século (do qual traçou uma
história concisa em Profilo ideologico del Novecento, Milão, Garzanti, 3a. ed., 1992).
Participou ativamente das grandes transformações de seu país, equilibrando-se entre o
liberalismo e o socialismo (posição nascida do liberal-socialismo de Guido Calogero) e, neste
escrito autobiográfico, não esconde sequer uma constrangedora carta enviada ao ditador
Mussolini, na juventude, em uma época em que "o fascismo, na verdade, já fazia parte do
cotidiano dos italianos".
Bobbio recorda, também, os anos da Resistência antifascista ("aqui estão as raízes da nossa
democracia"), a passagem pelo Partido da Ação (que recolhia a herança de Piero Gobetti e
Carlo Rosselli), a "descoberta da democracia" e o permanente diálogo com os comunistas do
Com esse espírito de diálogo, tentando sempre reconhecer "as razões que podem ter as
pessoas com idéias diferentes" das suas, é que Bobbio empenhou-se em diversas "batalhas
políticas". Polemizaria com Togliatti - o líder político que difundiu o pensamento de Gramsci
- e com Galvano Della Volpe, estudioso que identificou em Marx uma profunda ligação com o
idealismo hegeliano (nas célebres discussões sobre a dialética, uma originalidade do
marxismo italiano) e crítico severo, já nos anos 50, dos ataques românticos da Escola de
Frankfurt contra a ciência e a técnica. O livro Politica e cultura (Turim, Einaudi, 1a. ed., 1955,
relançado em 1977), que recolhe as intervenções de Bobbio, é prova dessa sua disposição ao
"diálogo civilizado com todos".
Mas é de sua vida como professor que o filósofo lembra com mais carinho. Foi esta, segundo
ele, a sua principal atividade ("durante a maior parte da minha vida desempenhei, portanto,
duas tarefas dificílimas: ensinar e escrever"), e foi nesse período que aprofundou seus estudos
sobre o jurista Hans Kelsen (inspirador de sua concepção da democracia como sistema de
regras que permitem a convivência livre e pacífica) e sobre o filósofo Thomas Hobbes (idéias
hobbesianas como o individualismo, o contratualismo e a idéia de paz através da constituição
de um poder comum contribuíram - como ele próprio reconhece - para a formação de seu
pensamento político). Deste último, herdou também um "certo pessimismo quanto à natureza
humana e quanto à História".
Convicto há longo tempo de que não há soluções definitivas, Bobbio vale-se de metáforas
para caracterizar a História. Ora representa-a como "uma imensa floresta na qual não há uma
única estrada previamente traçada, e na qual não sabemos nem mesmo se há uma saída", ora
compara-a a um labirinto, sua imagem preferida. "Acreditamos saber", diz o filósofo, "que
existe uma saída, mas não sabemos onde está. Não havendo ninguém do lado de fora que nos
possa indicá-la, devemos procurá-la por nós mesmos. O que o labirinto ensina não é onde está
a saída, mas quais são os caminhos que não levam a lugar algum".
Bobbio encerrou suas atividades docentes (a que dedicou 40 anos) em 1979, aos 70. Na
anotação de um jornalista que assistiu a aula de despedida, o testemunho da serenidade do
velho mestre: "A última aula, em 16 de maio, uma terça-feira. Sobre a mesa, um grande buquê