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Estado de natureza, por sua vez, é aquele onde não há nenhuma lei posta,
apenas leis naturais.
POSITIVISMO JURÍDICO
“O positivismo jurídico, oposto a qualquer teoria do direito natural,
associado ao positivismo filosófico, negador de qualquer filosofia dos valores,
foi a ideologia democrática dominante no Ocidente até o fim da Segunda
Guerra Mundial. Elimina do direito qualquer referência à ideia de justiça e, da
filosofia, qualquer referência a valores, procurando modelar, tanto o direito
como a filosofia, pelas ciências, consideradas objetivas e impessoais e das quais
compete eliminar tudo o que é subjetivo, portanto arbitrário" (PERELMAN, C.
Lógica jurídica, p. 91).
Assim, para os positivistas, o estudo do fenômeno jurídico não depende de
uma avaliação moral e o reconhecimento da validade das normas não depende
da sua conformidade a critérios sobre o justo e o correto. Consideram-se válidas
todas as normas criadas por autoridade competente para a criação de normas e
desde que seja criada de acordo com o procedimento previsto legalmente para a
edição de novas normas, independentemente de seu conteúdo. Dessa forma, o
aplicador do direito deve decidir sobre o caráter jurídico da norma com base na
sua forma e não na sua substância.
Metodologicamente, o positivismo jurídico representa uma opção pela
neutralidade do intérprete do direito, sustentando que ele não deve se posicionar
relativamente aos conteúdos das normas, mas apenas descrevê-los, de modo a
preservar a vontade política expressa por aqueles que criaram as normas.
O positivismo jurídico é uma teoria explicativa do fenômeno jurídico, que
surgiu na Europa capitalista a partir do século XIX, durante o processo histórico
de monopolização do poder político pelos aparelhos estatais. Neste período,
verifica-se um intenso movimento de codificação do direito que floresceu em
países europeus. A secularização da sociedade e o reconhecimento da primazia
do indivíduo conduziram ao desprestígio das teorias do direito natural e à
substituição das normas de caráter religioso pelas leis estatais.
A separação entre direito e moral decorrente da relatividade desta última é
um traço característico do positivismo jurídico lapidado no século XX.
Gustav Radbruch, que chegou a ser um dos mais ferrenhos defensores do
positivismo jurídico durante a década de 1930, dava clara preferência ao direito
em caso de conflito com a justiça, "...pois é mais importante a existência da
ordem jurídica que a sua justiça, já que a justiça é a segunda grande missão do
direito, sendo a primeira, a segurança jurídica, a paz".
Os positivistas adentraram o século XX com a sensação de que o saber
jurídico finalmente encontrara seu status ideal: o Direito se resumia à
verificação de pressupostos lógico-formais de vigência, livre de quaisquer
juízos de valor.
- Jusnaturalismo:
- Positivismo:
Pós-positivismo
- Ativismo Judicial
Atualmente o ativismo judicial vem se destacando no cenário político
brasileiro, seja pela atuação do Supremo Tribunal Federal ou das demais
instâncias do poder judiciário frente aos poderes legislativo e executivo. Sob a
égide de proteção aos direitos constitucionais o judiciário, por vezes, projeta-se
além dos limites de sua atuação, interferindo diretamente na concepção e
execução de políticas públicas. Este comportamento assume contornos distintos,
sendo uma das suas faces a imposição de condutas ou abstenções aos demais
órgãos públicos.
Protagonismo do poder judiciário. Ele passa a assumir uma função de
protagonismo, um papel de atuação decisiva e destacada e ganhou envergadura
em face da crise de legitimidade e representatividade dos demais poderes. De
modo que sobra ao judiciário uma série de conflitos.
A interferência judicial pode se dar na esfera de competência do Poder
Legislativo ocorrendo quando o juiz inventa uma norma, ou seja, quando o
magistrado cria um direito não contemplado de modo explícito no ordenamento
jurídico (ativismo inovador) ou mediante a criação de um direito a partir de
princípios constitucionais ou de normas lacunosas (ativismo revelador).
A interferência no Poder Executivo pode se dar mediante a imposição de
condutas ou abstenções ou interferindo em políticas públicas.
Luís Roberto Barroso pondera que a ideia de ativismo judicial está
associada a uma participação mais ampla e intensa do Judiciário na
concretização dos valores e fins constitucionais, com maior interferência no
espaço de atuação dos outros dois Poderes.
Podemos extrair que o poder judiciário, através do ativismo judicial
desenvolve mais do que uma mera interpretação literal da norma, principalmente
quando se trata do texto constitucional, do qual temos por guardião o Supremo
Tribunal Federal. Desta forma, desenha-se a atuação do judiciário, na esfera de
competência dos demais poderes, supostamente em prol da efetivação dos
direitos fundamentais frente à inércia dos demais poderes constituídos.
É um momento ligado ao constitucionalismo contemporâneo e ao pós-
positivismo.
Exemplos:
Medicamentos
Na tutela do direito á saúde, expressamente previsto no texto
constitucional e sob o manto das políticas públicas, tem se destacado decisões
judiciais que garantem ou aceleram procedimentos médicos ou o fornecimento
de medicações aos jurisdicionados, com a escusa de ineficácia da atuação do
Estado.
Esta atuação judiciária prestigia o texto constitucional e a imagem do
judiciário ante a sociedade, contudo acarreta prejuízo aos princípios da
tripartição de poderes e da igualdade, ao passo em que prejudica a distribuição
orçamentária do poder executivo e prestigia apenas aqueles que buscam a tutela
jurisdicional, deixando a sua margem considerável número de pessoas que
batem as portas do ineficaz Sistema Único de Saúde.
Quanto à interferência do Judiciário frente às políticas públicas
relacionadas à saúde, Barroso adverte que:
As políticas públicas de saúde devem seguir a diretriz de
reduzir as desigualdades econômicas e sociais. Contudo,
quando o Judiciário assume o papel de protagonista na
implementação dessas políticas, privilegia aqueles que
possuem acesso qualificado à Justiça, seja por conhecerem
seus direitos, seja por poderem arcar com os custos do
processo judicial.
União homoafetiva – a decisão se fundamentou em três princípios
constitucionais:
- princípio da isonomia, da igualdade: tem direito a igual respeito e
consideração. Veda a discriminação.
- Princípio da Liberdade: poder fazer aquilo que a lei não proíbe (em
sentido geral). A homossexualidade é lícita.
Liberdade na sua dimensão nuclear Autonomia privada, direito de cada pessoa
fazer suas escolhas.
O Estado não tem o direito de interditar o direito fundamental de uma pessoa
escolher onde irá colocar o seu afeto e o caminho que quer percorrer para sua
própria felicidade.
- dignidade da pessoa humana: ninguém deve ser tratado como meio para
realização dos projetos alheios, as pessoas devem ser tratadas como fins em si
mesmas, e consequentemente, impedir uma pessoa de colocar seu afeto e
sexualidade onde esta o seu desejo é instrumentalizá-la ao projeto dos outros, às
metas coletivas.