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5. Por se tratar de um projeto de lei ordinária de autoria de Senador, ele tem tramitação
terminativa no âmbito das Comissões, ou seja, como regra geral ele não será apreciado
pelo Plenário do Senado. Esta é uma inovação da Constituição Federal de 1988, que
agilizou os trabalhos legislativos e desafogou o Plenário do Senado. Nesse caso, o
Plenário, ou seja, todos os Senadores delegam poderes às Comissões para decidirem
sobre a matéria.
6. Como a Comissão não é composta por todos os Senadores, como o projeto pode não
vir a ser apreciado por todos os Senadores no Plenário, e como não se pode restringir o
direito dos Senadores de apresentarem emendas a um projeto, neste caso, abre-se o
prazo de 5 dias úteis, na primeira ou na única comissão a que o projeto foi distribuído,
para que qualquer Senador que queira, membro ou não da comissão, possa apresentar
emendas.
7. Quando o Relator for preparar seu relatório, deve mencionar também essas emendas,
informando se as acata ou não.
8. Esse relatório pode ser favorável ou contrário ao projeto, pode propor modificações
(emendas) ou mesmo alterar bastante seu conteúdo. Neste último caso, a emenda recebe
o nome de substitutivo.
12. A opinião do Relator tem grande peso na decisão. Tanto é verdade que, muitas
vezes, ao votarem, os Senadores dizem: “voto com o relator”. Ou, então: “voto contra o
relator”. Se o relatório for aprovado pelos membros da Comissão, este passa a ser o
parecer da Comissão.
13. O projeto recebe parecer de cada uma das comissões a que o projeto foi despachado
inicialmente pelo Presidente do Senado, mas é a decisão da última que prevalecerá, ou
seja, ela falará terminativamente a respeito do projeto. E é decisão mesmo. Ela vota o
projeto e não apenas o parecer sobre o projeto.
14. Depois dessa fase de tramitação pelas comissões, o Presidente da última comissão
que apreciou a matéria comunica ao Presidente do Senado o que foi deliberado e este
comunica a todos os senadores, no Período do Expediente de uma sessão plenária,
abrindo o prazo de 5 dias úteis para apresentação de recurso. O parecer será publicado
tanto no Diário do Senado Federal (DSF) como em avulsos. Aliás, essa é uma prática
necessária no processo legislativo.
16. Se o projeto não receber recurso e tiver sido aprovado pela Comissão, ele vai direto
para a Câmara dos Deputados, que, neste caso, é a Casa Revisora. Se tiver sido rejeitado
na Comissão, vai direto para o Arquivo.
17. Mas se o projeto tiver recebido recurso, então ele ainda passa por uma fase de
emendamento, também de 5 dias úteis, desta vez perante a Mesa. O projeto fica na
Secretaria-Geral da Mesa, aguardando.
18. Se não receber emenda, pode ser agendado para constar da Ordem do Dia de uma
sessão do Senado. Se tiver recebido alguma emenda, vai para a ou as comissões que
tiverem analisado o projeto. Desta vez, para emitirem parecer sobre a ou as emendas.
20. Uma vez dado o parecer pela ou pelas comissões – e agora não se fala mais em
tramitação do projeto com caráter terminativo nas comissões, porque ele já recebeu
recurso -, esse parecer é enviado à Secretaria-Geral da Mesa para leitura em plenário.
21. Uma vez lido o parecer, ele é publicado e a matéria está pronta para ser incluída em
Ordem do Dia. Repare que muitas vezes vamos falar em publicação das matérias, dos
pareceres, das emendas, tanto em avulsos como no Diário do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, se se tratar de matéria que tramita em sessão conjunta. Porque a
publicidade é um dos requisitos essenciais do processo legislativo.
22. Quando constar da Ordem do Dia, o projeto e as emendas vão ser discutidos e
votados em turno único. Se os Senadores preferirem aprovar, em turno único, um texto
substitutivo, então, submete-se este último ainda a turno suplementar.
23. Depois de votado o mérito – projeto ou substitutivo e emendas –, se aprovado, vota-
se a redação final, que traduz o texto realmente votado e aprovado pelo Plenário.