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TESTE SUMATIVO DE HISTÓRIA A – 12º ANO – ANO LETIVO 2021/2022

GRUPO I
Doc.1 - Petição dos trabalhadores das manufaturas têxteis de Leeds, na Inglaterra, aos
fabricantes e aos mercadores de tecidos (1786)
Está demonstrado que as máquinas de cardar* têm lançado no desemprego milhares destes peticionários,
[...] deixando-os incapazes de sustentar as suas famílias [...]. [...]
O número de máquinas de cardar que existem [...] a sudoeste de Leeds é inacreditável, não sendo inferior
a cento e setenta! E como cada máquina pode fazer, em doze horas, o mesmo trabalho feito manualmente
por dez homens [...], uma máquina fará num dia o equivalente ao trabalho de vinte homens. [...] De modo
que, [...] por cada máquina de cardar, doze homens são lançados no desemprego.
Mas isto não é tudo; o estrago nos panos é grande, porque na tecelagem, em vez de deixar uma lanugem,
o fio de lã é repuxado e o pano fica danificado. Poderíamos enumerar muitos outros males [...]: uma
consequência será o despovoamento; o comércio perder-se-á então os agricultores não terão outra
satisfação que a de serem devorados em último lugar. [...]
Como vão estes homens [...] sustentar as suas famílias? Em que ofícios vão colocar os seus filhos como
aprendizes para que a nova geração esteja ocupada a trabalhar e não se comportem como vagabundos,
andando por aí na ociosidade? Alguns dirão, recomecem e aprendam outro ofício. [...] Mas, quando o
tivermos aprendido, como saberemos se ficaremos melhor [...], pois durante o tempo da nossa segunda
aprendizagem poderá aparecer outra máquina que nos prive também desse ofício. Pelo que as nossas
famílias, a definharem enquanto aprendíamos como lhes providenciar alimento, finam-se durante a nossa
terceira aprendizagem.
Mas e que farão os nossos filhos? [...] Na verdade, como as coisas estão, não é de admirar ouvir-se falar
em tantas execuções. Da nossa parte, [...] pensamos que instruir os filhos numa vida de trabalho e mantê-
los ocupados é a melhor maneira de evitar que caiam no crime, a que os hábitos ociosos naturalmente
conduzem.

1. Ao fazer «num dia o equivalente ao trabalho de vinte homens» (documento 1, linhas


5-6), a máquina inventada para a manufatura têxtil desencadeou
(A) melhorias na vida dos operários, ao libertar tempo para o ócio.
(B) inovações na metalurgia, considerando a falta de ferramentas.
(C) bloqueios na cadeia de produção, dada a escassez de matéria-prima.
(D) aumentos na produtividade, em resposta ao alargamento do mercado.

2. As inovações tecnológicas no processo produtivo, ocorridas na Inglaterra durante o


século XVIII, suscitaram, da parte dos trabalhadores, atitudes de profundo ceticismo.
Apresente dois argumentos que sustentem esta afirmação, fundamentando a sua
resposta com excertos.

3. Refira quatro características das condições de vida e de trabalho do operariado no


século XIX. Sempre que possível justifique com excertos do doc. 1.
GRUPO II
Doc. 2

O clube noturno berlinense Eldorado, frequentado


por homossexuais, encerrado e coberto de propaganda

1. A chegada ao poder, em vários países europeus, de movimentos políticos autoritários


originou situações como a representada no documento 2, que testemunha:
(A) a supressão de liberdades individuais.
(B) o exercício do culto da violência física.
(C) a discriminação de grupos étnicos minoritários.
(D) o controlo e a censura das atividades culturais.

DOC.3
A B

Nomeação de Adolf Hitler como chanceler Mussolini na Marcha Sobre Roma

2. Os líderes políticos presentes nas imagens A e B do documento 3 defendiam um


Estado
(A) liberal e anticomunista.
(B) autárcico e protecionista.
(C) imperialista e socialista.
(D) parlamentar e corporativo
DOC. 4 -DISCURSO DE SALAZAR (1949)
“Tudo pela Nação, nada contra a Nação – só é uma divisa política na medida em que não for aceite por
todos. E de facto não é. [...] A única conclusão possível é que a forma partidária faliu, e de tal modo que
apregoá-la como solução para o problema político português não oferece o mínimo de base experimental
que permita admiti-la à discussão. Mas pode ir-se mais longe e invocar para contraprova a experiência de
mais de vinte anos de política sem partidos, de política nacional simplesmente.
O espírito de partido corrompe ou desvirtua o poder, deforma a visão dos problemas do governo, sacrifica
a ordem natural das soluções, sobrepõe-se ao interesse nacional, dificulta, senão impede completamente,
a utilização dos valores nacionais para o bem comum. [...] A generalidade dos portugueses não teve nunca
tanta liberdade como no atual regime, porque, nos limites em que se concebe, é igual para todos e
efetivamente garantida. Assim se compreende que a vida associativa se tenha multiplicado e intensificado
e que não se verifiquem entraves visíveis à vida corrente dos portugueses. Simplesmente a associação para
a política partidária, as reuniões para a política partidária, a imprensa para a política partidária sofrem
limitações, coerentemente com a pretensão de curar o partidarismo doentio que degradava a sociedade
portuguesa. Trata-se em verdade de um «regime de cura» e de legítima defesa, em grau que não pode ser
considerado superior às necessidades.”

DOC. 5 – COMUNICADO DO MOVIMENTO DE UNIDADE DEMOCRÁTICA (OPOSIÇÃO) - 1946


“Munida de poderes discricionários e num ambiente de bem organizada e sufocante «ordem» policial, que
fez a Situação [o regime político] resultante do «28 de maio»? No plano político: um partido único (União
Nacional) é o instrumento político do Governo. Os organismos políticos e Administrativos (Assembleia
Nacional, Câmara Corporativa [...], etc.) executam a vontade da União Nacional, ou seja, a vontade do
Governo. Toda a atividade política fora do partido governamental é considerada uma «traição» e um
delito, que tem sido punido com a demissão (no caso de funcionários do Estado), prisão, insultos,
deportação, etc. O Governo defende-se também por meio de rigorosa censura à Imprensa, fiscalização das
manifestações artísticas e culturais, proibição de reuniões, não reconhecimento do direito de associação,
polícia de «Defesa do Estado», milícia armada (Legião Portuguesa), organização paramilitar da juventude
(Mocidade Portuguesa), autopropaganda constante. No plano cultural: manutenção no país dum
baixíssimo nível de cultura, estrangulamento da iniciativa livre, orientação apologética da produção
intelectual e artística [...], livros escolares com a exaltação da política de força e antidemocrática [...].”

3. Compare as duas perspetivas sobre o conceito de liberdade durante o Estado Novo,


expressas nos documentos 4 e 5, quanto a dois aspetos em que se opõem.
Fundamente a sua resposta com excertos relevantes dos dois documentos.

4. Identifique a Lei Fundamental que legitimou o regime de Salazar

5. Associe cada um dos documentos estruturantes do regime salazarista, presentes na


coluna A, à finalidade que lhe corresponde, de entre as que constam na coluna B.

COLUNA A COLUNA B
(a) Ato Colonial (1) Promover as condições de autonomia
económica e administrativa das províncias
(b) Estatuto do Trabalho Nacional ultramarinas.
(2) Instituir um movimento destinado a unir
(c) Bases Orgânicas da União Nacional os apoiantes da ação política do regime.
(3) Defender a missão civilizadora do país e a
manutenção do Império Português.
(4) Regular a organização do mundo laboral
através de sindicatos nacionais e de grémios.
(5) Mobilizar recursos financeiros para o
investimento em infraestruturas e para o
desenvolvimento económico nacional.
DOC. 6 – ENTREVISTA A SALAZAR (1935)
E do mesmo modo que, no plano espiritual, não somos um Estado totalitário, também não o somos no
plano económico. Não defendemos que o Estado deva assumir-se como [...] dono de empresas. O Estado
reconhece na iniciativa privada, desde que devidamente controlada, um instrumento promotor do
progresso e da economia. [...]
Só a partir da ditadura é que Portugal conheceu a liberdade. Antes, apenas existia liberdade para os
amigos do partido no poder. A nossa censura é restrita; nunca é uma censura das ideias, é uma censura
dos factos. [...) Em Portugal, se é certo que não permito que se escrevam falsidades, também não impeço
quem quer que seja de dar a sua opinião sobre factos verídicos. Em relação à moral, se estamos na
presença de obras pornográficas, sem o mínimo valor literário, intervimos. Desde que a arte esteja em
jogo, preferimos ser prudentes e, na dúvida, optamos pela liberdade. [...]
Em Portugal, país católico, somos inspirados pela moral católica. O Estado não impõe uma moral. Não é
esse o seu objetivo. Eis precisamente um dos aspetos – e há muitos outros – que nos separam da ditadura
hitleriana. [...]
Temos uma Assembleia Nacional, cujos membros pertencem todos à União Nacional. Tenho um
parlamento, mas sou eu que governo, e, para o povo, a única realidade que conta é o governo. O país tem
uma constituição, e, contudo, como eu estou sempre presente, aos olhos do povo represento o governo.

6. Segundo Salazar, o regime português diferenciava-se da «ditadura hitleriana»


(DOC.6).
Apresente:
 um argumento invocado por Salazar para sustentar essa afirmação;
 um argumento que evidencie a existência de semelhanças entre os dois regimes.
Fundamente a sua resposta com excertos relevantes do documento 6.

7. Desenvolva o tema A SUBMISSÃO DA ECONOMIA E DA CULTURA AOS IMPERATIVOS POLÍTICOS NO


PORTUGAL DE FINAIS DA DÉCADA DE 1920 A FINAIS DA DÉCADA DE 1930, abordando os tópicos
de orientação seguintes:
• as políticas económico-financeiras no quadro do dirigismo do governo salazarista;
• o projeto cultural na consolidação do ideário do regime.
Na sua resposta,
 analise os dois tópicos de orientação, apresentando dois elementos para cada tópico
 sempre que possível, ilustre as suas afirmações com excertos do DOC. 6

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